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Belém - Pa
2008
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE EXATAS E TECNOLÓGICAS – CCET
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Belém – Pa
2008
RICARDO QUEIROZ LISBOA
BANCA EXAMINADORA
Conceito: _______________
AGRADECIMENTOS
AE – Alvenaria Estrutural
CA – Concreto Armado
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABESC – A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem
INMETRO – Instituto Brasileiro de Metrologia
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CB - Classificação
EB - Especificação
MB - Método de Ensaio
NB - Procedimento
PB - Padronização
SB - Simbologia
TB - Terminologia
EPS - Poliestireno Expandido
LISTA DE FIGURAS
With the need to offer enterprises in the real estate office market with the sureness of sale,
whether it is necessary to take in consideration several parameters, among them, the best
constructive technique to the enterprise is the large importance. The present study aimed to
compare the structure of a residential building of three floors in structural masonry and in
conventional reinforced concrete structure, aiming to obtain the most economical between
constructive systems. Thereby establishing in accordance with the theories and practices their
advantages and disadvantages. The search is composed of two phases, being the first
theoretical. In this, there is a bibliographic review to determination of the concepts, that looks
for the most reliable literature in books and scientific production as theses and dissertations.
In this stage, is also a exploratory research about the basic concepts of reinforced concrete
constructive system and masonry structural and a survey of cases which will serve as an
example or model to the work’s development. The second stage is the work itself, it presents a
case study and meet the budget surveys of the two models and the necessary comparisons to
the preparation of the advantages and disadvantages of each used technology. It can be
concluded at the end of the study that residential buildings which has until three floors in
structural masonry present lower cost when compared with structures in reinforced concrete
and walls in ceramic block .
Key-words: concrete, masonry, structural masonry, reinforced concrete
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 11
1.1 OBJETIVO DO TRABALHO 13
1.1.1 Objetivo Geral 13
1.1.2 Objetivo Específico 13
1.2 HIPÓTESE ADOTADA 13
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO 14
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA 14
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 14
CAPÍTULO II – ALVENARIA ESTRUTURAL 16
2.1 CONCEITO ESTRUTURAL 16
2.1.1 Tipos de alvenaria 18
2.1.2 Tipos de Paredes em Alvenaria Estrutural 19
2.1.3 Elementos que compõe a alvenaria estrutural 19
2.1.3.1 Unidade 19
2.1.3.2 Argamassa 20
2.1.3.3 Armadura 22
2.1.3.4 Graute 23
2.2 LISTAGEM DE CONDICIONANTES PARA O SISTEMA ESTRUTURAL DE
ALVENARIA ESTRUTURAL 25
2.2.1 Projeto 25
2.2.1.1 Importância da compatibilização dos projetos 26
2.2.1.2 Condicionantes 27
2.2.1.2.1 Arquitetônicos 27
2.2.1.2.2 Estruturais 33
2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS 36
2.3.1 – Vantagem 36
2.6.2 – Desvantagem 37
CAPÍTULO III – CONCRETO ARMADO 38
3.1 HISTÓRICO DA UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 38
3.2 CRITÉRIOS NORMATIVOS NBR 39
3.3 PROCESSO EXECUTIVO E CONTROLE DE ESTRUTURAS EM CONCRETO
ARMADO 40
3.3.1 Principais constituintes do concreto 41
3.3.2 – Modo de Preparo, Lançamento, Adensamento e Cura do Concreto 42
3.3.7 – Cura 44
3.4 ARMADURA PARA CONCRETO 45
3.4.1 Categorias e Classes 45
3.5 PROPRIEDADE DOS CONCRETOS MAIS USADOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL 47
3.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS 48
3.6.1 – Vantagem 48
3.6.2 – Desvantagem 49
IV – ESTUDOS COMPARATIVOS DE CUSTO ENTRE OS DOIS SISTEMAS 50
ESTRUTURAIS – ESTUDO DE CASO
4.1 APRESENTAÇÃO DO CASO 50
4.2 LEVANTAMENTO DE CUSTO ENTRE OS DOIS SISTEMAS ESTRUTURAIS 51
4.3 PARA ALVENARIA ESTRUTURAL 52
4.4 PARA CONCRETO ARMADO CONVENCIONAL 53
4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 54
CONCLUSÃO 58
REFERÊNCIAS 59
ANEXOS
11
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
quanto ao perfil e à estrutura da empresa que a aplicará. O autor também reforça que o
desrespeito a esses condicionantes levará a erros graves de concepção e ao inevitável
insucesso.
No mesmo sentido, Almeida (1990, p. 84) afirma que “está exaustivamente
comprovado que, em qualquer projeto, as etapas de concepção e planejamento, têm peso
decisivo no desenvolvimento de fases seqüentes e no resultado final”.
Já, no que diz respeito ao processo de evolução tecnológica, Agopyan (1998)
ressaltam que, na construção de edifícios, a evolução tecnológica passa pela criação e pelo
aperfeiçoamento não só de materiais e componentes, mas também de procedimentos
organizacionais (planejamento, administração e controle das operações construtivas).
Com o intuito de minimizar custos, prazos, otimizar e racionalizar o processo tem-se
explorado, atualmente, o sistema construtivo de alvenaria estrutural que é muito difundido,
principalmente pela existência de diversos recursos e programas habitacionais com
financiamentos. pois o sistema, quando concebido de forma adequada, reduz
significativamente os custos e o tempo de execução da obra.
O uso de paredes de alvenaria estrutural, na estrutura de suporte de edifícios, não se
constitui em uma inovação tecnológica recente, porque a alvenaria estrutural é um sistema
construtivo muito tradicional e tem sido utilizado desde o início das atividades humanas.
Franco (1993) salienta que, no processo construtivo, as paredes se constituem ao
mesmo tempo no sub-sistema estrutura e vedação. A simplicidade resultante dele traz
inúmeras vantagens do ponto de vista construtivo, pois possibilita a racionalização do
processo, com a conseqüente diminuição de custos e de prazos. Todavia as soluções para as
instalações hidráulicas e elétricas que incluam a execução de rasgos em paredes ou de
improvisos não são possíveis, pois comprometem a segurança da edificação. Outras soluções
devem ser pensadas, sendo necessárias consultas aos projetistas de instalações desde o início
do projeto.
Projetos de alvenaria estrutural têm, portanto, de ser racionalizados desde sua
concepção. Logo, torna-se necessária a busca de novas tecnologias no ramo construtivo, para
então poder lançar mão do empreendimento com o melhor custo benefício possível tanto para
a construtora quanto para os clientes que por ventura venham adquirir esses
empreendimentos.
Foi pensando nesses critérios de empreendimento com um melhor custo benefício que
se buscou pesquisar sobre o elemento estrutural de um edifício de três pavimentos (térreo e
dois tipos) comparando entre as estruturas qual se tornaria mais viável do ponto de vista
13
técnico construtivo e financeiro. Logo, é a partir do porte da estrutura, ou seja, quando se tem
em mãos os projetos estruturais que se pode determinar através de levantamentos de custo
qual é a estrutura mais viável, entre alvenaria estrutural com blocos de concreto vazados e
estrutura de concreto armado com vedação em alvenaria de tijolos cerâmicos.
Com a realização deste trabalho, procura-se contribuir para a tomada de decisão sobre
o melhor sistema construtivo a ser adotado, abordando diversos aspectos tais como:
qualificação do atendimento às necessidades do cliente, processo de projeto e execução,
custos, prazos, fornecimento de materiais e orientação quanto à legislação vigente.
A alvenaria estrutural será o foco de análise deste estudo. Mostra-se a aplicação do
procedimento sugerido; entretanto os resultados da pesquisa demonstram os critérios
percebidos em um dado espaço de tempo, que podem variar e modificarem-se ao longo do
tempo, pois não traduzem valores absolutos.
Almeja-se que este estudo venha a contribuir para uma tomada de decisão estratégica,
que seja executada com segurança e confiabilidade, em todos os setores da cadeia produtiva
da construção civil. Este estudo se volta, aos dirigentes das empresas que são os maiores
responsáveis pela escolha do sistema construtivo que será utilizado em suas obras.
A pesquisa é composta de duas etapas, sendo a primeira teórica. Nesta, há uma revisão
bibliográfica para determinação dos conceitos, que busca a bibliografia mais confiável em
livros e produção científica como teses e dissertações. Nesta etapa, também se faz uma
pesquisa exploratória sobre os conceitos básicos do sistema construtivo de concreto armado e
alvenaria estrutural e um levantamento de casos que vão servir como exemplo ou modelo para
o desenvolvimento do trabalho.
A segunda etapa é o trabalho propriamente dito, ele apresenta um estudo de caso e
reúnem os levantamentos orçamentários dos dois modelos e as comparações necessárias para
a elaboração das vantagens e desvantagens de cada tecnologia utilizada.
De acordo com Franco (1993), os esforços de compressão são causados pelo peso
próprio dos elementos (paredes) e das cargas suportadas pelas lajes. Outro esforço encontrado
– produzido pelas forças horizontais perpendiculares as paredes de vedação, causado pelo
17
vento nos painéis –, é o de flexão. Este é transmitido pela laje às paredes internas transversais,
através de esforços de cisalhamento que, por sua vez vão transmitir tais esforços,
sucessivamente, até as fundações do edifício.
Os fatores que influenciam a resistência à compressão da alvenaria são, segundo
Franco (1993, p. 4):
• resistência dos blocos;
• resistência da argamassa;
• espessura da junta de argamassa;
• absorção inicial de água;
• condições de cura;
• qualidade da mão-de-obra.
Na alvenaria estrutural, as paredes são os elementos estruturais, devendo assim resistir
às cargas como fariam os pilares e vigas utilizados em obras de concreto armado, aço ou
madeira. Dessa forma, o projeto ideal considera a distribuição das paredes de forma que cada
uma atue como elemento estabilizador da outra. (SABBATINI, 1997).
Para Sabbatini (1997), os principais parâmetros a serem observados na execução das
alvenarias são:
• exatidão na locação das paredes;
• precisão no alinhamento, nivelamento e prumo;
• regularidade no assentamento das unidades;
• preenchimento e regularidade das juntas de argamassa;
• coordenação na amarração dos blocos.
Acaba-se por concluir que a resistência à compressão aumenta modestamente com o
aumento da resistência da argamassa, mas cresce consideravelmente com a resistência dos
blocos. Já o aumento da espessura da argamassa de assentamento leva para resistências
decrescentes da alvenaria. Cabe dizer que, quanto maior a capacidade de o bloco retirar água
da argamassa, durante o assentamento, menor a resistência da alvenaria. (SABBATINI, 1997)
18
De acordo com Roman, Mutti e Araújo (1999, p. 16), as paredes como elementos de
alvenaria podem ser subdivididas em:
• Paredes de vedação: são aquelas que resistem apenas ao peso próprio e têm
função de separação de ambientes internos e externos;
• Paredes estruturais: elas têm a função de resistir a todas as cargas verticais do
próprio peso, ou seja, as de ocupação e as acidentais aplicadas sobre elas;
• Paredes de contraventamento: são paredes estruturais projetadas para
suportarem também as cargas horizontais paralelas aos seus planos;
• Paredes enrijecedoras: têm a função de enrijecer as paredes estruturais contra
flambagem.
A seguir figura 02 exemplifica modelo de estrutura em alvenaria estrutural.
2.1.3.1 Unidade
Em face disso, a resistência mínima para o bloco deverá ser de 4,5MPa (Figuras 3 e 4).
2.1.3.2 Argamassa
2.1.3.3 Armadura
As barras de aço utilizadas nos projetos de alvenaria, são as mesmas utilizadas nas
estruturas de concreto armado. Elas são envolvidas por graute e, segundo Manzione (2004, p.
21), “têm como função combater os esforços de tração e esta tensão provocada pelos esforços
de tração deve ser compatível com a alvenaria”. Ainda, nessa direção, Oliveira (1992) afirma
23
2.1.3.4 Graute
vibrador já orientados pelos responsáveis técnicos de como devem vibrar o graute devem
tomar cuidados para não causar lesões à alvenaria, vibrando assim o graute por camadas e não
deixando a agulha do vibrador tocar nas ferragens.
Observam Roman et al. (1999, p. 30) que “o graute é usado para preencher os vazios
dos blocos quando se deseja aumentar a resistência à compressão da alvenaria sem aumentar a
resistência do bloco”. O graute é composto pelos seguintes componentes: cimento, cal
hidratada, agregado miúdo e graúdo e água. O preparo dele deve ser sempre em betoneira.
Nessa mesma direção, Coêlho (1998) afirma que os preenchimentos verticais dos
vazios dos blocos, com graute, são feitos nos espaços próprios dos blocos e podem ser
providos de ferros em seu interior. Já o preenchimento horizontal dos vazios das canaletas,
com graute, é muito utilizado em vãos de janelas e portas.
O graute possui as seguintes funções, segundo Roman et al (1999, p. 17), “permitir
que a armadura trabalhe conjuntamente com a alvenaria, quando solicitada; aumentar
localizadamente a resistência à compressão da parede e impedir a corrosão da armadura”.
O graute deve ter elevada trabalhabilidade, seu ensaio de slump precisa mostrar
abatimento de 20 a 28 cm e a relação água/cimento, entre 0,8 e 1,1 , dependendo do módulo
de finura da areia. A fixação do slump nesta faixa dependerá da taxa de absorção inicial das
unidades e da dimensão dos furos dos blocos.
Não se faz cura do graute, exceto no caso da fiada de respaldo, que serve de apoio para
as lajes.
2.2.1 Projeto
demais. Por esse motivo, caso o partido arquitetônico não seja adequado, ou exista falha de
comunicação entre projetistas, os problemas acabarão por serem compensados nos projetos
complementares e na fase de execução, com resultados previsíveis e, exaustivamente,
demonstrados ao final da obra.
Declara Franco (1993) que o partido arquitetônico deve procurar um equilíbrio, na
distribuição das paredes resistentes, por toda a área da planta. Caso contrário, os
carregamentos podem concentrar-se em uma determinada região do edifício. As paredes dessa
região atingirão seu limite resistente bem antes do restante das paredes. Isso pode implicar na
necessidade de blocos de maior resistência, ou na utilização de outros recursos, como o
grauteamento das paredes moldadas com blocos vazados, que resulta em implicações
negativas no custo e na construtibilidade.
De acordo com Roman, Mutti e Araújo (1999), algumas restrições estruturais são
impostas ao projeto arquitetônico e devem ser levadas em conta na criação dele. Entre elas
destacam-se:
• o número de pavimentos possíveis em função dos materiais disponíveis no
mercado;
• o arranjo espacial das paredes e a necessidade de amarração entre os
elementos;
• as limitações quanto à existência de transição para estruturas em pilotis, no
térreo ou subsolo;
• a impossibilidade de remoção de paredes;
• a limitação no número e na dimensão das aberturas e das sacadas.
Nos projetos de alvenaria estrutural, muito mais que nas obras convencionais, é
fundamental e definitivo que haja uma completa interação entre os envolvidos na concepção
do empreendimento, pois o resultado final é baseado na interdependência dos diversos
projetos e na harmonia do conjunto (ALMEIDA, 1990, p. 85)
Os principais objetivos da coordenação, para Roman, Mutti e Araújo (1999), são:
• promover a integração entre os participantes do projeto, garantindo, assim, a
27
2.2.1.2 Condicionantes
2.2.1.2.1 Arquitetônicos
emprego dessa tecnologia. Também é nessa fase que se prevê quais as paredes que
funcionarão como estruturais e quais as de vedação, de forma a utilizá-las como passagem de
dutos e tubulações.
Como em qualquer sistema construtivo, no projeto arquitetônico, apresenta-se o
detalhe construtivo de forma clara e objetiva, com diferentes escalas para as plantas e
detalhes.
Modulação
De acordo com Duarte (1999, p. 29), “os edifícios de alvenaria estrutural não possuem
a flexibilidade do concreto armado e a modulação, principalmente quando se emprega blocos
de concreto ou blocos cerâmicos, é uma prerrogativa do projeto”.
A coordenação modular é um sistema de referência baseado no componente bloco, que
compõe todas as paredes estruturais. A partir das dimensões modulares deste componente,
pode-se criar todo o sistema de coordenação dimensional do projeto arquitetônico
(MACHADO, 1999, p. 104).
Via esse critério, se estabelece o arranjo da planta baixa, a definição das dimensões
dos cômodos, portas e janelas, pé-direito e posicionamento das instalações, resultando na
parte mais importante de toda a concepção arquitetônica. Nesse sentido, Roman et al. (1999,
p. 43) afirmam que “o arquiteto, desde a elaboração dos primeiros traços, deverá trabalhar
sobre uma malha modular, cujas medidas são baseadas no tipo de componente utilizado na
alvenaria”.
Entendem Roman et al. (1999, p. 43) que “a coordenação modular pode representar
acréscimos de produtividade de cerca de 10%”. Eles ainda afirmam que isso é conseqüência
da eliminação de cortes e de outros trabalhos de ajuste no canteiro que representam perda de
tempo, material e mão-de-obra.
A coordenação modular torna possível um dos objetivos da alvenaria estrutural que é o
projeto simplificado porque permite utilizar o menor número de componentes possível;
utilizar materiais e componentes simples, fáceis de ser conectados, empregando o mínimo de
serviço especializado possível; concentrar atenção nas juntas entre os componentes e entre os
elementos construtivos; priorizar o prumo, nível e o esquadro; usar grandes componentes,
para que cubram grandes áreas, volumes, metragens lineares, não esquecendo, entretanto de
29
limitar seu tamanho para não dificultar o manuseio (ZECHMEISTER; DUARTE, 2004, p. 3).
Simetria
Paginação
fiada dos blocos e das respectivas amarrações. Nas elevações, deverão ser definidas as
aberturas, vergas, contravergas, eletrodutos, caixas de passagem, interruptores, caixas de
distribuição e tubulações hidráulicas. Essas paginações devem ser lançadas pelo arquiteto para
a elaboração dos projetos hidráulico, elétrico e estrutural.
Simplificação do projeto
Afirmam Roman et al. (1999, p. 42) que “a simplificação do projeto é uma das
principais formas de melhorar a construtibilidade”.
Oliveira (1994) reforça essa afirmação, quando assegura que a simplificação do projeto
é atingida pela utilização de um número mínimo de componentes, elementos ou peças;
concentração do trabalho em um só tipo de material ou profissão; utilização de materiais
facilmente disponíveis no mercado, com tamanhos e especificações usuais; incorporação de
vários componentes ou funções em um só elemento construtivo; uso de componentes que
cubram grandes áreas, volumes e metragens lineares; respeito a prumo, nível e esquadro,
(evitar ângulos e superfícies curvas); uso de materiais fáceis de serem instalados, não-
dependentes de mão-de-obra especializada e com poucos cuidados em relação à armazenagem
e transporte; atenção e detalhamento de juntas e interfaces entre componentes.
A construtibilidade é a habilidade das condições de projeto para permitir a utilização
ótima dos recursos da construção. Ou seja, é a integração do conhecimento com a experiência
construtiva durante as fases de concepção, planejamento, projeto e execução da obra com o
objetivo de simplificar as operações construtivas (SANTOS; AMARAL, 2006, p. 12).
2.2.1.2.2 Estruturais
Vãos x proporções
peitoril) das aberturas, presentes na alvenaria estrutural, pois é necessário que os tipos e dimensões de
portas e janelas sejam definidos no início do projeto. Também se deve prever quaisquer outras
aberturas como, por exemplo: abertura para instalação do quadro de luz e força. Pode-se verificar a
possibilidade de utilização de elementos pré-moldados, para a modulação dos vãos de aberturas.
2.3.1 - Vantagem
Economia
Tempo
• Etapas e Tempos - Na AE, pela simultaneidade das etapas, ocorre uma economia
de tempo que pode chegar a 50%, na execução, até as instalações básicas,
acelerando o cronograma da obra e diminuindo os encargos financeiros.
37
Acabamento
2.3.2 - Desvantagem
Sendo as siglas acompanhadas por números de ordem e pelo ano da edição em vigor.
Toda norma está sujeita a revisões periódicas regulares, em intervalos preestabelecidos. Após
cada revisão, mantém-se o número de ordem da norma, mudando-se na identificação o ano da
edição vigente.
A seguir um listagem relacionando diversas normas relativas a estrutura de concreto
no que diz respeito a projeto, execução, ensaios de materiais componentes e controle
tecnológico, com seus respectivos números de ordem, da ABNT e do Inmetro, e o ano da
edição em vigor.
Cimento
Água
A água a ser utilizada no concreto deve ser limpa - sem barro, óleo, galhos, folhas ou
raízes. Em outras palavras, água boa para o concreto é água de beber. Nunca deve ser
utilizada água servida (de esgoto humano ou animal, de cozinha, de fábricas, etc.) no preparo
do concreto.
Lançamento
Nas obras de construção civil é comum encarar a concretagem como sendo a etapa
final de um ciclo constituído da execução das fôrmas, armaduras, lançamento, adensamento e
cura do concreto. Logo devem ser tomados os seguintes cuidados ante e durante a fase de
concretagem, sendo os cuidados sugeridos pela ABESC:
• verificação das formas, ferragens, eletrodutos e gabaritos;
• dimensionar a equipe envolvida nas operações de lançamento, adensamento e
cura do concreto;
• prever interrupções nos pontos de descontinuidade das fôrmas como: juntas de
concretagem previstas e encontros de pilares;
• especificar a forma de lançamento: convencional ou bombeado, com lança,
caçamba etc.;
Adensamento
3.3.7 – Cura
redução da resistência em superfícies muito grandes, tais como lajes, é necessário iniciar a
cura úmida do concreto tão logo a superfície esteja seca ao tato.
deformação a frio) que apresentam patamar de escoamento e B (com deformação a frio) que
não apresentam esse patamar.
Para projeto, devem ser usados os diâmetros e seções transversais nominais indicadas
na NBR 7480.
Tabela de armaduras para concreto armado com as respectivas áreas de aço e massa
linear
BARRAS F cm ÁREA cm2 MASSA LINEAR
kg/m
5.0 0.20 0.16
6.3 0.315 0.25
8.0 0.50 0.40
10 0.80 0.63
12.5 1.25 1.00
16 2.00 1.60
20 3.15 2.50
25 5.00 4.00
Fonte: NBR 7480
Massa Específica
Pode-se assumir para massa específica do aço de armadura passiva o valor de 7850
kg/m3.
O valor de 10-5/°C pode ser considerado para coeficiente de dilatação térmica do aço,
para intervalos de temperatura entre -20 e 150°C.
Módulo de Elasticidade
água é inicialmente expulsa das fibras externas o que gera deformações diferenciais entre a
periferia e o miolo, gerando tensões internas capazes de provocar fissuração do concreto.
• Fluência ou deformação lenta: a fluência é uma deformação que depende do
carregamento; é plástica, apenas uma pequena parcela é recuperada. Constata-se, na prática,
que a deformação de uma peça de concreto armado é maior em um tempo t que àquela
observada inicialmente, mantendo-se o mesmo carregamento, ou seja, devido à deformação
inicial, imediata, ocorre uma redução de volume da peça, provocando deslocamento de água
existente no concreto para regiões onde sua evaporação já tenha ocorrido. Isto desencadeia
um processo, ao longo do tempo, análogo ao da retração, verificando-se o crescimento da
deformação inicial até um valor máximo no tempo infinito.
3.6.1 Vantagem
• impermeabilidade;
• insensibilidade a choques, vibrações e altas temperaturas;
• resistência à compressão do concreto que aumenta com a idade;
• concreto de alta resistência ou alto desempenho.
3.6.2 Desvantagem
• peso próprio elevado, massa específica igual 2.500 kgf/m³. Podendo ser obtido
concreto leve com a substituição do agregado brita pela argila expandida com massa
específica na casa de 1.600 kgf/m³, sendo estruturalmente viável, porém
economicamente inviável;
• armadura é essencial as estruturas de concreto armado a existência de
armaduras trabalhadas e em grande quantidade;
• paredes, nos prédio de CA as paredes desenvolvem apenas a função de
vedação, carregando assim a estrutura reticulada com seu peso próprio;
• entulho, a madeira utilizada nas formas das estruturas convencionais de CA e
os tijolos ou blocos de dimensões pouco precisas e baixa resistência, empregados para
vedação de vãos estruturais coordenados modularmente, são itens de acentuado peso
na composição final do entulho deste tipo de obra.
• as estruturas de CA exigem mão-de-obra muito especializada sendo elas
pedreiro, carpinteiro, eletricista, encanador, armador, apontador, além de serventes e
ajudantes.
50
B1
S. B.
+ 47
B1 B3 B1 J2
A = 3.30 m ²
P4 P4
S ACA DA S . B.
+ 47 + 47
A = 2 .89 m ²
A = 4 .28 m ² A. S ERVIÇO
+ 50
S . B.
+ 47
A = 4.07 m²
D O R M IT Ó R IO P11
+ 50 A = 3 .03 m²
P A TAMAR
S U Í TE SA CAD A
P9 A = 1 2.03 m² 5 + 50
+ 207 D O R M ITÓ R IO + 47
+ 50 A = 15 .38 m ²
P4 P6 A = 4.79 m ²
09 A = 16 .59 m²
P2
08
HALL
+ 50 07
A = 3 .82 m ² 06
SAC ADA P2 05
+ 47
C O Z INHA
A = 8 .4 4 m ² P10 + 47 04 P2 P2
03
E STAR / JANTAR A = 8.211 m²
+ 50 02 H A LL S . B.
P3 + 47
A = 25 .54 m ² P2 + 50
B1 SUÍTE 01
A = 4 .50 m²
+ 50 A = 2 .45 m ² B1
SOBE
S. B. A = 1 4.17 m ²
+ 47 P4
A = 3.38 m ²
P1
P1 P2
HALL
+ 50
C O Z INHA B2
A = 1 7.01 m ² + 47
A = 3.38 m ² P4 P1
S. B . A = 10.10 m ²
+ 47
B1 SUÍTE
+ 50
P10 A = 1 4.17 m ²
B2
P2
P2 A . SER V IÇ O
P5 + 47
SAC ADA HALL C O Z INH A
+ 50 A = 6.27 m ²
+ 47 E STAR / JANTAR + 47
A = 3 .82 m ² + 50 A = 7 .32 m ² B1 E STAR / JANTAR
A = 8 .4 4 m ² P2 + 50 P2
A = 25.54 m ²
A = 35.36 m²
P4 D O R M ITÓ R IO S . B.
SER V IÇ O + 47 B1
D O R M IT Ó R IO Á REA + 47 P4
+ 50 S. B. B1
+ 47 SE RVIÇO A = 6.44 m² A = 2.82 m ²
A = 1 2.03 m²
A = 3.03 m ²
P8 + 47
A = 3 .04 m ² S . B.
+ 47
P9 B1 S ACA DA P4 P7 J1
+ 47 G AR AG EM
G ARAG EM A = 4.85 m²
J1 G ARAG EM
SAC ADA S AC ADA
+ 47 + 47
A = 3.57 m² A = 4.58 m²
Para levantamento dos custos da obra entre os dois sistemas estruturais, deixaram de
ser levados em consideração todos os itens que seriam comuns as duas estruturas onde fazem
parte: fundação, movimento de terras e baldrames, lajes, reboco, revestimentos de pisos,
paredes e forros, instalações elétricas, hidráulicas, esquadrias e coberturas pois foram tidas
como equivalentes para os dois sistemas estruturais, logo representariam mesmo custo e não
oscilariam no orçamento final.
Contudo, a superestrutura no que diz respeito a AE fazem parte para levantamento
dos custos da obra a: alvenaria com bloco de concreto sendo armada com ferragens
longitudinais nos locais de vergas, contra-vergas. Nos demais encontros de paredes ferragens
verticais fizeram as amarrações ao longo da estrutura. Constam também no orçamento os
grauteamentos utilizados na estrutura.
No sistema convencional de concreto armado com fechamento em alvenaria estrutural
foram levados em consideração os pilares, vigas e a alvenaria de blocos cerâmicos.
Dessa forma os itens 4.3 e 4.4 apresentam os quantitativos e seus respectivos custos
para a execução das estruturas em alvenaria estrutural e em concreto armado com fechamento
em alvenaria convencional.
52
TOTAL R$ 182.017,77
Diante dos dados obtidos na pesquisa percebe-se que o custo global da mesma obra em
CA é no valor estimado de R$ 1.004.093,60 , tendo à superestrutura a maior participação
sendo 23%, como pode ser visto na tabela 6.
Tabela 6 – Custo global da obra para o sistema de CA, outubro/2008
ITEM ESPECIFICAÇÃO UN QUANT. TOTAL (R$
%
1.0 SERVIÇOS PRELIMINARES E INSTALAÇÕES DO CANTEIRO DE OBRAS vb 1,00 R$ 26.645,38 3%
16.0 SISTEMAS ELETRICOS E INSTALAÇÕES PRIMARIAS DE TELEFONIA e LÓGICA vb 1,00 R$ 131.570,84 13%
R$ 230.211,59
R$ 250.000,00
R$ 182.017,78
R$ 200.000,00
R$ 150.000,00
R$ 100.000,00
R$ 50.000,00
R$ 0,00
23%
25% 19%
20%
15%
10%
5%
0% ALVENARIA
1 ESTRUTURAL
CONCRETO ARMADO
R$ 580,00 R$ 550,00
R$ 560,00
R$ 520,00
R$ 540,00
R$ 520,00
R$ 500,00
CONCRETO ARMADO
com esse intuito. Pois existem casos de prédios em alvenaria estrutural em que foram
planejados em que algumas paredes internas não têm função estrutural, logo, podendo ser
alterando. Vale salientar que não podem ser todas.
Portanto, pode-se dizer que a alvenaria estrutural para prédios de vários pavimentos
tomou-se uma opção de construção largamente empregada no mundo, devido as suas
vantagens. Além disso, a grande vantagem que a alvenaria estrutural apresenta é de
possibilitar a incorporação de conceitos como racionalização, produtividade e qualidade,
produzindo construções com bom desempenho tecnológico aliado a baixos custos, pois o
sistema, quando concebido de forma adequada, reduz significativamente os custos e o tempo
de execução da obra.
60
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. M., Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado. Rio Grande do Sul.
Ed. Dunas, 2004.
SANTOS, D.G.; AMARAL, T.G. Construtibilidade dos projetos de alvenaria estrutural. In:
GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS, 2001, São
Carlos. Anais... São Carlos, 2001
VARGAS, H.G. Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo: Alfa-Ômega, 1987.
ZECHMEISTER, D.; DUARTE, R.B. Uma proposta para unidades modulares em alvenaria
estrutural. In: XXXI JORNADAS SUD-AMERICANAS DE INGENERIA ESTRUCTURAL,
2004, Mendoza. Anais... Mendoza, 2004.
LINKS NA INTERNET
http://www.abesc.org.br/
http://www.ibracon.org.br/ibracon.html
http://www.engemix.com.br/index.html
http://www.concrelix.com.br
http://www.supermix.com.br/principal.htm
www.maresstechman.com.br)
.
64
ANEXOS
65
1 – Projeto Arquitetônico
DORMITÓRIO
+ 50
A = 12.03 m²
SACADA
+ 47
A = 8.44 m²
HALL
+ 50
A = 14.17 m²
HALL
+ 50
2- Planta Cobertura
alinhamento
S -- 02 S -- 04
meio fio
29.90 .15
.10
.10
.30 .15
.15 .15
2 .15 2
.15 2.90
1 .10
.40
.40 .60 .60
.30 3
.30
.10 .10
3 1 3 4
4.17
5.77
4 LEGENDA:
5.33
1 COBERTURA TELHA DE FIBROCIMENTO 06mm.
2 RUFO DE CONCRETO IMPERMEABILIZADO.
.30
3 CALHA DE CONCRETO IMPERMEABILIZADO.
2 .15
4 LAJE DE CONCRETO IMPERMEABILIZADO.
2 2 1.19
2 3.82
.10 .10
10 FORRO.
.15
.15 .15
.15
.60
11 ESPAÇO P/ INSTALAÇÃO HIDROSANITÁRIA.
.15 .15 2
2 .37 .10 12 REVESTIMENTO CERÂMICO ATÉ O TETO.
5.77 4 5.90 13 GUARDA-CORPO DE ALUMÍNIO E VIDRO.
6 .60 3 1 2
14 GUARDA-CORPO DE ALUMÍNIO.
4 15 APARADOR, H = 0,90m.
2 S -- 03
5.33 .60 11.20
1 .30 .79 .81
1 6.70 .60 .80 .30
16 ESQUADRIA DE ALUMÍNIO C/ VENEZIANA FIXA P/
.15 .10 .15 .10 .10 .10 .15
.60
VENTILAÇÃO DO BARRILETE.
.15
3
17 COBERTURA EM CHAPA DE POLICARBONATO C/
ESTRUTURA METÁLICA DE APOIO EM METALON.
.10
.10
.10 18 TIRANTE EM AÇO P/ SUSTENTAÇÃO DA COBERTURA
.45 S -- 01 METÁLICA.
.34
.15
2
3
.15
3
3
1.35 .30
.15
1.05
4 17 .15
1.35
8.04
4 .15 4
.15
4.80
3.91
3.30 5.41
alinhamento
meio fio
COBERTURA
via pública ESC. 1 / 50
66
3 - Planta de 1ª e 2ª Fiada
4 – Paredes - Paginação
67
B C A C E D D E C C B A C A B
ELEVAÇÃO - 01
ESC. 1 / 50
C A C E A B D B C A
LEGENDA:
A PINGADEIRA.
B FILETES EM PEDRA MINEIRA C/ ASSENTAMENTO
D TIPO CANJIQUINHA.
C REBOCO - PINTURA PVA BRANCO GELO.
D ESQUADRIA DE ALUMÍNIO E VIDRO.
E GUARDA-CORPO EM ALUMÍNIO E VIDRO.
ELEVAÇÃO - 02
ESC. 1 / 50
68
Concreto Armado
6 – Planta de Forma de Vigas e Lajes e Marcações do Pilares
P29 - 20/40 V25 - 15/50 P30 - 20/40 P31 - 20/40 V26 - 15/50 V27 - 15/50P33 - 20/40 V28 - 15/50P34 - 20/40
P32 - 20/40
V23 - 15/50
V24 - 15/50
V34 - 15/50V38 - 15/50 V54 - 15/50
P28 - 20/40
P27 - 20/40 V21 - 15/50
P25 - 20/84P26 - 20/40
V6 - 15/50 P8 - 20/40
V7 - 15/50