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A pergunta sobre a necessidade de um texto ser criativo para alcançar a nota máxima

na redação do ENEM surge de uma interpretação equivocada da palavra autoria, que


aparece como um dos critérios da competência III. Afinal, as pontuações mais altas
dessa etapa da avaliação, que confere a capacidade de utilizar argumentos para
defender um ponto de vista, são dadas àqueles que foram capazes de demonstrar
autoria ou indícios dela. É nesse ponto que o candidato costuma se confundir, pois,
para ele, é estranho ter de demonstrar ser autor do próprio texto: se ele escreveu
reflexões sobre o tema proposto, já não estaria se colocando como autor? Confusos,
muitos dos inscritos pensam que para ir bem seria preciso ser criativo, ou seja,
deveriam inovar. Contudo, nós, da banca corretora, compreendemos o conceito de
autoria de outro modo. Autoria é vista como a habilidade de desenvolver e concretizar
um projeto de texto, ou seja, avaliamos se o aluno é capaz de ter em mente o objetivo
de sua produção e como melhor alcançá-lo. Portanto, já que estamos discutindo textos
dissertativo-argumentativos, avalia-se a construção de uma hierarquia de argumentos
capazes de convencer o leitor sobre a validade de um ponto de vista.

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