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wy] Estrategia CONCURSOS Aula 01 Direito Penal p/ Delegado Policia Civil-PE (com videoaulas) Professor: Renan Araujo Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 SUMARIO PAGINA Apresentacao da aula e sumario o1 1 - Infracdo Penal 02 II - Aplicaco da Lei Penal no Tempo 07 III - Aplicacao da Lei Penal no Espaco 20 IV - Aplicaco da Lei Penal em relacao as pessoas 32 V = Contagem de Prazos Penais 41 VI - Interpretacao da Lei Penal 42 Lista das questées da aula 46 | Questées comentadas 74 Gabarito 124 Ola, meus amigos! Na aula de hoje nés vamos estudar a infragdo penal (conceito, espécies, sujeitos, etc.), bem como a aplicago da lei penal (no tempo, no espaco, etc.), analisando as disposicées preliminares do CP. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br gina 1 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) eae DELEGADO E égia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo ~ Aula 01 T — INFRACAO PENAL - CONCEITO E ESPECIES A infrago penal é um fenémeno social, disso ninguém duvida. Mas como defini-la? Podemos conceituar infrac8o penal como: A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um bem juridico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, seja ela de recluséo, detencao, priséo simples ou multa. Assim, um dos principios que podemos extrair é 0 principio da lesividade, que diz que sé havera infracio penal quando a pessoa ofender (lesar) bem juridico de outra pessoa. Assim, se uma pessoa pega um chicote e se autolesiona com mais de 100 chibatadas, a Unica punicdo que ela receberd é ficar com suas costas ardendo, pois a conduta é indiferente para o Direito Penal. A infragaopenal/é/6/género do qual decorrem duas espécies, crime e contravengéo. Vamos dividir, desta forma, 0 nosso estudo. Primeiramente vamos analisar o crime (conceito e elementos). Depois, vamos analisar 0 que diz a lei acerca das contravencées penais. 1.A) Conceito de Crime Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inimeras posiges a respeito. Vamos tratar das principais. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) DELEGADO faEstratégia Teoria eexercicios comentados SAREE FES Prof. Renan Araujo - Aula 01 © Crime pode ser entendido sob trés aspectos: Material, legal e analitico. Sob o aspectolmaterial, crime é todalacao humana que lesa\ou relevancia, merece a protecao penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto contetido, ou seja, busca identificar se a conduta é ou nao apta a produzir uma lesdo a um bem juridico penalmente tutelado. Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que é proibido chorar em pliblico, essa lei no estaré criando uma hipdtese de crime em seu sentido material, pois essa conduta NUNCA SERA crime em sentido material, pois néo produz qualquer leséo ou exposic&o de lesio a bem juridico de quem quer que seja. Assim, ainda que a lei diga que é crime, materialmente nao o sera. 1° da Lei de Introducg&o ao CP: Art 1° Considera-se crime a infracéo penal que a lei comina pena de recluséo ou de detencao, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravencéo, a infracéo penal a que a lel comina, isoladamente, pena de prisdo simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. Percebam que o conceito aqui é meramente legal}\Séla Jel cominar Por outro lado, se a lei cominar a apenas prisdo simples ou multa, alternativa ou cumulativamente, estaremos diante de uma contravencao penal. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 3 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ni DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Esse aspecto consagra 0 Sistema dicotémico adotado no Brasil, no qual existe um género, que é a infrac&o penal, e duas espécies, que sdo 0 crime e a contravencdo penal. Assim: INFRACAO PENAL. CONTRAVENGOES CRIMES (Delito) Vejam que quando se diz “infraco penal”, esté se usando um termo genérico, que pode tanto se referir a um “crime” ou a uma “contravengao penal”. O termo “delito”, no Brasil, é sinénimo de crime. © crime pode ser conceituado, ainda, sob um SS SSGHSNSREIEIES, Primeiramente, surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que crime era todo fato tipico, ilicito, culpével e punivel. Hoje é praticamente inexistente. Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que entendiam que crime era o fato tipico, ilicito e culpével. Essa é a teoria que predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria. A terceira e ultima teoria acerca do conceito analitico de crime entende que este é o fato tipico e ilicito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplicac3o da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime é bipartido (teoria bipartida), bastando para sua caracterizacdo que o fato seja tipico e ilicito. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados TueuRSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 As duas Ultimas correntes possuem defensores e argumentos de peso. Entretanto, a que predomina ainda é a corrente tripartida. Portanto, na prova objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito explicita e vocés entenderem que eles claramente séo adeptos da teoria bipartida, o que acho pouco provavel. Todos os trés aspectos (material, legal e analitico) estéo presentes no nosso sistema juridico-penal. De fato, uma conduta pode ser materialmente crime (furtar, por exemplo), mas ndo o sera se nao houver previséo legal (ndo sera legalmente crime). Podera, ainda, ser formalmente crime (no caso da lei que citei, que criminalizava a conduta de chorar em ptblico), mas nao o sera materialmente se no trouxer lesdio ou ameaca a lesdio de algum bem juridico de terceiro. Desta forms ‘CONCEITO DE CRIME 'ASPECTO ANALITICO Esse ultimo conceito de crime (sob 0 aspecto analitico), é o que vai nos fornecer os subsidios para que possamos estudar os elementos do crime (Fato tipico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso é tema para nossa proxima aula apenas! I. b) Contravengéo Penal Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina § de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ss DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 As contravengées penais sdo infracdes penais que tutelam bens juridicos menos relevantes para a sociedade e, por isso, as penas previstas para as contravengées sdo bem mais brandas. Nos termos do art. 1° do da Lei de Introdugao ao Cédigo Penal: Art 1° Considera-se crime a infracdo penal que a lei comina pena de recluséo ou de detencao, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; eontravencao,\a\infrasao\ penal \a\/quela’ lei Percebam que a Lei estabelece que se considera contravencéo a infrago penal para a qual a lei estabeleca pena de priséo simples ou multa. Percebam, portanto, que a Lei estabelece um nitido patamar diferenciado para ambos os tipo de infracio penal. Trata-se de uma escolha politica, ou seja, 0 legislador estabelece qual conduta serd considerada crime e qual conduta sera considerada contravencéo, de acordo com sua nocio de lesividade para a sociedade. Mas professor, qual é a diferenca prdtica em saber se a conduta é crime ou contravengao? Muitas, meu caro! Vejamos: CRIMES CONTRAVENCOES Admitem tentativa (art. 14, Il) Nao se admite pratica de contravengdo na modalidade tentada. Ou se ppratica a contravencéo consumada ou se trata de um indiferente penal Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 6 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Se cometido crime, tanto no Brasil/A pratica de contravengao no quanto no estrangeiro, e vier o| exterior néo gera reincidéncia agente a cometer contravencio,|caso o agente tenha sido haveré reincidéncia. condenado anteriormente por contravengao no exterior, sé se for no Brasil! Tempo maximo de cumprimento de |Tempo maximo de cumprimento de pena: 30 anos. pena: 05 anos. Aplicam-se as hipdteses de | Nao se aplicam as hipdteses de extraterritorialidade (alguns crimes | extraterritorialidade do art. 7° cometidos no estrangeiro, em | do Codigo Penal. determinadas circunstncias, podem ser julgados no Brasil) N&o se prendam a estas diferencas! Para 0 estudo desta aula o que importa é saber que HA DIFERENCAS PRATICAS entre ambos. Portanto, crime e contravencao séo termos relacionados 4 mesma categoria (infragéo penal), mas néo se confundem, existindo diferencas praticas entre ambos. II - APLICACAO DA LEI PENAL NO TEMPO A Lei Penal, como toda e qualquer lei, entra no mundo juridico em um determinado momento e vigora até sua revogacao, regulando todos os fatos praticados nesse interim. Entretanto, nem sempre as coisas séo tao simples, surgindo situagdes verdadeiramente excepcionais complexas. E certo, meus caros, que as leis se sucedem no tempo, pois é da natureza humana a mudanga de pensamento. Assim, 0 que hoje & Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 7 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 considerado crime, amanhd pode nao o ser, e vice-versa. E claro, também, que quando uma lei revoga a outra, a lei revogadora deve abordar a matéria de forma, ao menos um pouco, diferente do modo como tratava a lei revogada, caso contrario, seria uma lei absolutamente inutil. A esse fenémeno damos o nome de Principio da continuidade das leis. A revogacao, por sua vez, é 0 fendmeno que compreende a substituigéo de uma norma juridica por outra. Essa substituicéo pode ser total ou parcial. No primeiro caso, temos 0 que se chama de ab-rogacao, € no segundo caso, derrogacao. A revogaco, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda, ser expressa ou tacita. Diz-se que é expressa quando a nova lei diz expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo, a lei 11.343/06 (nova lei de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as disposicdes contidas na lei 6.368/76. Por sua vez, a revogacao tacita ocorre quando a lei nova, embora no diga nada com relagao a revogacéo da lei antiga, trata da mesma matéria, s6 que de forma diferente. Assim: REVOGACAO TACITA (Lei nova nao diz nada, mas aborda a mesma matéria, de forma diferente) EXPRESSA (Lei diz expressamente que @ anterior fica revogada) Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 8 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 REVOGACAO TOTAL = Ab-rogagdo (Lei nova revoga totalmente a anterior) PARCIAL — Derrogacado (Lei nova revoga apenas alguns dispositivos da lei vigente, que permanece em vigor) Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vigéncia até sua revogacao. Cuidado! No periodo de vacatio legis (Periodo entre a publicago da Lei e sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias) a lei ainda néo vigora! Ou seja, ela ainda nao produz efeitos! Em termos graficos: Publicagao Entrada em vigor Revogacéo Vacatio Legis PRODUGAO DE EFEITOS Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, somente produz efeitos durante o seu periodo de vigéncia. E o que se chama de principio da atividade da lei. Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 9 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) er DELEGADO E ategia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Em alguns casos, porém, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor e, até mesmo, continuar produzindo efeitos mesmo apés sua revogacio. Vamos analisé-los individualmente. La) Conflito de Leis penais no Tempo Ocorrendo a revogacio de uma lei penal por outra, algumas situacdes iro ocorrer, e as consequéncias de cada uma delas dependeraio da natureza da norma revogadora. A) Lei nova incriminadora Nesse caso, a lei nova atribui carater criminoso ao fato. Ou seja, até entdo, 0 fato nao era crime. Nesse caso, a solugao é bastante simples: A lei nova produziré efeitos a partir de sua entrada em vigor, como toda e qualquer lei, sequindo a regra geral da atividade da lei. B)Lex Gravior ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mi gravosa Aqui, a lei posterior no inova no que se refere a natureza criminosa do fato, pois a lei anterior ja estabelecia que o fato fosse crime. No entanto, a lei nova estabelece uma situagao mais gravosa ao réu. Por exemplo: O crime de homicidio simples (art. 121 do CP) possui pena minima de 06 e pena maxima de 20 anos. Imaginemos que entrasse em vigor uma lei que estabelecesse que a pena para o crime de homicidio seria de 10 a 30 anos. Nesse caso, a lei nova, embora nao inove no que tange a criminalizag&o do homicidio, traz uma situacéo mais gravosa para Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 10 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 0 fato. Assim, produzird efeitos somente a partir de sua vigéncia, no alcangando fatos pretéritos Frise-se que a lei nova serd considerada mais gravosa ainda que néo aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga qualquer prejuizo ao réu, como forma de cumprimento da pena, reduc&o ou eliminacéo de beneficios, etc. C) Abolitio Criminis A abolitio criminis ocorre quando uma lei penal incriminadora vem a ser revogada por outra, que prevé que o fato deixa de ser considerado crime, Por exemplo: Suponhamos que a Lei “A” preveja que é crime dirigir veiculo automotor sob a influéncia de alcool. Vindo a Lei “B” a determinar que dirigir veiculo automotor sob a influéncia de dlcool nao é crime, ocorreu o fendmeno da abolitio criminis. Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato crime, ela produzird efeitos retroativos, alcangado os fatos praticados mesmo antes de sua vigéncia, em homenagem ao art. 5, XL da Constituicéo Federal e ao art. 2° do Cédigo Penal. Vejamos: Art, 52 (...) XL ~a lei penal no retroagirs, salvo para beneficiar o réu; C.J Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execucao e os efeitos penais da sentenca condenatéria. E claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado fato como crime, ela esté beneficiando aquele praticou o fato e que, porventura, esteja respondendo criminalmente por ele, ou até mesmo, cumprindo pena em decorréncia da condenacio pelo fato. Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pégina 11 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) 2s DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 Em casos tais, ocorre 0 que se chama de retroatividade da Lei Penal, que passa a produzir efeitos sobre fatos ocorridos anteriormente & sua vigéncia. CUIDADO! Nao confundam abolitio criminis com continuidade tipico-normativa. Em alguns casos, embora a lei nova revogue um determinado artigo que previa um tipo penal, ela simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo penal. Por exemplo: A Lei 12.015/09 revogou 0 art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. Entretanto, ao mesmo tempo, ampliou a descrigéo do tipo penal do estupro para abranger também a pratica. de atos libidinosos diversos da conjungao carnal, que era a descricéo do tipo penal de atentado violento ao pudor. Assim, o que a Lei 12.015/09 fez, nao foi descriminalizar © Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo contorno juridico, passando agora o fato a ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto a mesma —_pena anteriormente cominada ao Atentado Violento ao Pudor. Assim, n&o houve abolitio criminis, pois o fato n&o deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado em outro tipo penal. CUIDADO! Também nao ha aboli io cri quando a lei nova revoga uma lei especial que criminaliza um determinado fato, mas que mesmo assim, esté enquadrado como crime numa norma geral. Explico: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 12 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ss DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Imagine que a Lei “A” preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena de 4 a 12 anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei “B", que revoga expressa e totalmente a Lei “A”. Pode-se dizer que 0 roubo a empresa de transporte de valores deixou de ser crime? Claro que n&o, pois a conduta, o fato, esta previsto no art. 157 do Cédigo Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial que previa pena diferenciada para este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no Cédigo Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que é a superveniéncia de lei mais benéfica. D) Lex Mitior ou Novatio legis in mellius A Lex mitior, ou novatio legis in mellius ocorre quando uma lei posterior revoga a anterior trazendo uma situac&o mais benéfica ao réu. Nesse caso, em homenagem ao art. 5, XL da Constituicéo, ja transcrito, a lei nova retroage para alcancar os fatos ocorridos anteriormente a sua vigéncia. Essa previsdo est contida também no art. 2°, § Unico do CPB: Art, 29 (...) Pardgrafo unico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentenca condenatéria transitada em julgado. Vejam que 0 Cédigo Penal estabelece que a aplicagao da lei nova se daré ainda que o fato (crime) ja tenha sido julgado por sentenga transitada em julgado. Assim, se Joao foi condenado e esté cumprindo pena por um crime que vem a ser considerado como fato atipico, extinta estd a punibilidade de Jodo, nos termos do art. 107, III do Cédigo penal: Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (od Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 13 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) . DELEGADO ategia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 III - pela retroatividade de lei que néo mais considera 0 fato como criminoso; E) Lei posteri que traz beneficios e prejuizos ao réu Pode ocorrer, no entanto, que a lei nova tenha alguns pontos mais favordveis e outros mais prejudiciais ao réu. Por exemplo: Suponhamos que Maria tenha praticado crime de furto, cuja pena é de 1 a 04 anos de reclusdo, e multa. Posteriormente, sobrevém uma lei que estabelece que a pena passa a ser de 02 a 06 anos de deteng’o, sem multa. Percebam que a lei nova é mais benéfica pois extinguiu a pena de multa, e estabeleceu 0 regime de detencg&o, mas é mais gravosa pois aumentou a pena minima e a pena maxima. Nesse caso, como avaliar se a lei é mais benéfica ou mais gravosa? E mais, seré que é possivel combinar as duas leis para se achar a solucio mais benéfica para o réu? Duas correntes se formaram: 1° corrente: Nao é possivel combinar as leis penais para se extrair os pontos favoraveis de cada uma delas, pois o Juiz estaria criando uma terceira lei (Lex tertia), 0 que seria uma violac&o ao principio da Separagao dos Poderes, j que ndo cabe ao Judicidrio legislar. Essa é a TEORIA DA PONDERACAO UNITARIA ou GLOBAL. 2° corrente: E possivel a combinacdo das duas leis, de forma a selecionar os institutos favoréveis de cada uma delas, sem que com isso se esteja criando uma terceira lei, pois 0 Juiz sé estaria agindo dentro dos limites estabelecidos pelo proprio legislador. Essa é a TEORIA DA PONDERACAO DIFERENCIADA. © STF, embora tenha vacilado em alguns momentos, firmou entendimento no sentido de que deve ser adotada a TEORIA DA PONDERACAO UNITARIA, devendo ser aplicada apenas uma das leis, em homenagem aos principios da reserva legal e da separagdo dos Poderes do Estado. © STJ sempre adotou esta posicao. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 14 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) = DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados TueuRSOS Prof. Renan Araujo - Aula 01 Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posicéo contraria, ou seja, permitiu a combinag&o de leis. Trata-se de uma deciséo isolada, portanto, n&o caracteriza uma “jurisprudéncia” de verdade. © STJ, por sua vez, CONSOLIDANDO sua tese, editou o verbete n° 501 de sua stimula de jurisprudéncia, entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de combinagao de leis. Vejamos: A simula, embora relativa aos crimes da lei de drogas, pode ser entendida como um reforgo do entendimento do STJ nesse sentido. Quem deve aplicar a nova lei penal mais benéfica ou a nova lei penal abolitiva? © Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no sentido de que a lei sera aplicada pelo Juizo que estiver analisando a causa, ou aplicando a execuc&o. Nos termos da simula 611 do STF: ATENCAO: Cuidado para nao cairem nessa: Lei_durante_o periodo de _vacdncia (vacatio legis) n&o produz efeitos, logo, nao retroage, ainda que mais benéfica ao réu! Assim, se Pedro esté cumprindo o Ultimo ano de sua pena por um determinado crime, e é publicada uma lei que prevé que Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 15 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 este fato deixa de ser crime, mas cujo periodo de vacatio legis é de um ano, Pedro deverd cumprir integralmente sua pena, pois a lei nova sé produziré efeitos quando Pedro jé tiver cumprido toda a pena. Resumind Pedro deu um azar danado! © Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? Nesse caso, a lei mais gravosa néo se aplicard aos fatos regidos pela lei mais benéfica, pois isso seria uma retroatividade da lei em prejuizo do réu. No momento em que a lei intermedidria (a que revogou, mas foi revogada) entrou em vigor, passou a reger os fatos ocorridos antes de sua vigéncia. Sobrevindo lei posterior mais grave, aplica-se a regra geral da irretroatividade da Lei. Lei A (gravosa) Lei B (Mais benéfica) Lei C (Mais gravosa) / f EFEITOS DA LEI 8 Vee = 7 « i q > Fato VIGENCIA DA LEI B No caso representado pelo esquema acima, a Lei B produzira efeitos mesmo apés sua revogacao pela Lei C. Percebam que apés a revogagao da Lei B, as duas esto produzindo efeitos, tanto a Lei B quanto a Lei C, embora sé esta Ultima esteja em vigor. A Lei B estara produzindo efeitos com relac&o aos fatos cometidos anteriormente & sua revogacio, e a Lei C produzira efeitos téo-somente em relagao aos fatos cometidos apés sua entrada em vigor, n&o alcangando os fatos pretéritos. Nesse caso, hd a ULTRA-ATIVIDADE DA LEI B. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 16 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados TueURSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 Excepcional é a situacao das leis intermitentes, que se dividem em leis excepcionais e leis tempordrias. As leis excepcionais sao aquelas que sdo produzidas para vigorar durante determinada situacéo. Por exemplo, estado de sitio, estado de guerra, ou outra situacdo excepcional. Lei temporaria é aquela que é editada para vigorar durante determinado periodo, certo, cuja revogac3o se dard automaticamente quando se atingir o termo final de vigéncia, independentemente de se tratar de uma situac&o normal ou excepcional do pais. No caso destas leis, dado seu carater transitério, 0 fato de estas leis virem a ser revogadas é irrelevante! Isso porque a revogacdo é decorréncia natural do término do prazo de vigéncia da lei. Assim, aquele que cometeu o crime durante a vigéncia de uma destas leis respondera pelo fato, nos moldes em que previsto na lei, mesmo apés 0 fim do prazo de duracdo da norma. Isso é uma questo de légica, pois, se assim no o fosse, bastaria que o réu procrastinasse o processo até data prevista para a revogacao da lei a fim de que fosse decretada a extinco de sua punibilidade. Isso esta previsto no art. 3° do Cédigo Penal: Art. 3° ~ A lei excepcional ou temporaria, embora decorrido 0 periodo de sua duraco ou cessadas as circunstancias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigéncia. CUIDADO! Sempre se entendeu que a posterior revogacao da lei temporaria n&o afetaria os fatos praticados durante sua vigéncia. Isso deve ser analisado com cautela. Existem duas hipéteses absolutamente distintas. EXEMPLO - Existe uma Lei “A” que diz que é crime vender qualquer cerveja que ndo seja a cerveja "redonda” durante a realizagao da Copa do Mundo no Brasil. Essa lei tem durac&o prevista até o dia da final da Copa. José foi preso em flagrante, durante uma das semifinais da Copa do Mundo, vendendo a cerveja “quadrada” e, portanto, praticando o Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 17 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO faEstratégia Teoria e exercicios comentados ConcuRSOS i Prof. Renan Araujo — Aula 01 crime previsto na Lei “A’ Dessa situacéio, duas hipéteses podem ocorrer: 04 - A Lei “A” deixa de vigorar naturalmente porque se prazo de validade expirou - Nenhuma consequéncia pratica em favor de José, pois a expiragao da validade € o processo natural da lei penal temporaria. 02 - 0 Governo entende que é um absurdo criminalizar tais condutas que, na verdade, tem como Unica finalidade proteger interesses econémicos de particulares e, em razo, disso, edita uma nova Lei (apés a expiracao da lei temporaria) que prevé a descriminalizagao da conduta incriminada - Nesse caso, teremos abolitio criminis, e isso tera efeitos praticos para José. O mesmo ocorreria se 0 Governo, ao invés de proceder a descriminalizaco da conduta, tivesse abrandado a pena (lex mitior). Essa lei iria retroagir. CUIDADO! Eu jé vi este tema ser abordado das mais diversas formas. J4 vi Banca entendendo que a lei temporaria seré aplicada mesmo que sobrevenha lei nova, abolindo o crime. Isso é complicado, porque traz inseguranga ao candidato. Contudo, ai vai meu conselho: Lei tempordria produz efeitos apés sua revogaco “natural” (expiracéo do prazo de validade). Se houver superveniéncia de lei abolitiva expressamente revogando a criminalizacio prevista na lei tempordria, ela no mais produzird efeitos. Assim, cuidado com a abordagem na prova. I.b) Tempo do crime Trés teorias buscam explicar quando se considera praticado o crime: 1) Teoria da atividade — O crime se considera praticado quando da ac&o ou omiss&o, néo importando quando ocorre o resultado. E a teoria adotada pelo art. 4° do Cédigo Penal, vejamos: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 18 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 Art. 4° - Considera-se praticado 0 crime no momento da aco ou omissso, ainda que outro seja 0 momento do resultado. 2) Teoria do resultado - Para esta teoria, considera-se praticado 0 crime quando da ocorréncia do resultado, independentemente de quando fora praticada a ac&o ou omiss&o; 3) Teoria da ubiquidade ou mista - Para esta teoria, considera-se praticado o crime tanto no momento da ac&o ou omissdo quanto no momento do resultado. Como vimos, nosso Codigo adotou a teoria da atividade como a aplicdvel ao tempo do crime. Isto representa sérios reflexos na aplicagéo da lei penal, pois esta depende da data do fato, que, como vimos, é a data da conduta. Imaginem que Renato, adolescente com 17 anos, 11 meses 10 dias dispara arma de fogo contra Paulo, com inteng&o de matar, ferindo-Ihe. Paulo 6 encaminhando para o Hospital e permanece internado no CTI por 60 dias, quando vem a falecer. Nesse caso, Renato nao responderé por crime de homicidio doloso, pois quando da realizacéo da conduta Renato era menor de idade, aplicando-se-Ihe 0 ECA, ainda que a morte de Paulo tenha ocorrido j4 quando Renato possuia mais de 18 anos. Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final da permanéncia delitiva, ainda que mais gravosa que a do inicio. O mesmo ocorre nos crimes continuados, hipdtese em que se aplica a lei vigente 4 época do ultimo ato (crime) praticado. Essa tese esta consagrada pelo STF, através do enunciado n° 711 da simula de sua Jurisprudéni Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 19 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ne DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados CoucuRSOS Prof. Renan Araujo - Aula 01 III - APLICACAO DA LEI PENAL NO ESPACO T&o importante quanto conhecer as minticias referentes a aplicago da lei penal no tempo é conhecer as regras atinentes a lei penal no espaco. Toda lei é editada para vigorar num determinado tempo e num determinado espaco. No que tange 4 lei penal, via de regra ela se aplica dentro do territério do pais em que foi editada, pois este € 0 limite do exercicio da soberania de cada Estado. Ou seja, nenhum Estado pode exercer sua soberania fora de seu territério. Vamos estudar, entdo, as regras referentes & aplicacdo da lei penal no espaco. A) Principio da Territorialidade Essa é a regra no que tange a aplicaco da lei penal no espaco. Pelo principio da territorialidade, aplica-se & lei penal aos crimes cometidos no territério nacional. Assim, n&o importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou contra vitima estrangeira. Se cometido no territdrio nacional, submete-se a lei penal brasileira. Eo que prevé 0 art. 5° do Cédigo Penal: Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convencées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. Na verdade, como o Cédigo Penal admite algumas excecées, podemos dizer que o nosso Cédigo adotou O PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE MITIGADA OU TEMPERADA. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 20 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ‘QueuRsos Prof. Renan Araujo - Aula 01 Territério pode ser conceituado como espago em que o Estado exerce sua soberania politica. 0 territério brasileiro compreende: * O Mar territorial; * © espaco aéreo (Teoria da absoluta soberania do pais subjacente); * Osubsolo S&o considerados como territério brasileiro por extensao: * Os navios e aeronaves publicos, onde quer que se encontrem; * Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem em alto-mar ou no espaco aéreo. Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei brasileira, pelo principio da territorialidade. ATENGAO! Como sabemos, a Lei penal brasileira sera aplicada aos crimes cometidos a bordo de aeronaves ou embarcacées estrangeiras, mercantes ou de propriedade privada, desde que se encontrem no espaco aéreo brasileiro ou em pouso no territério nacional, ou, no caso das embarcagées, em porto ou mar territorial brasileiro. Contudo, a Doutrina aponta uma excegdo a aplicacgo da lei penal brasileira neste caso. Trata-se do PRINCIPIO DA PASSAGEM INOCENTE. Este principio, decorrente do Direito Internacional Maritimo, estabelecido na Convengéo de Montego Bay (1982), que foi assinada pelo Brasil, prevé que uma embarcaco de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, possui o direito de atravessar o territério de uma nac&o, desde que n&o ameace a paz, a seguranca e a boa ordem do Estado. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 21 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Aplicando tal principio ao Direito Penal, a Doutrina entende que se um crime for praticado a bordo de uma embarcac&o que se encontre em “passagem inocente”, ndo serd aplicdvel a lei brasileira a este crime, desde que o crime em quest&o n&o afete nenhum bem juridico nacional. Ex.: Um americano mata um holandés dentro de um navio argentino em situacdo de passagem inocente. A Doutrina estende a aplicagéo do principio também as aeronaves privadas em situac&o semelhante. CUIDADO! Este principio sé se aplica as embarcacdes ou aeronaves que utilizem 0 territério do Brasil como mera “passagem”. Se o Brasil é 0 destino da aeronave ou embarcacio, no hé aplicacio do principio. Assim, para que possamos trabalhar com este principio na prova, a questo deve deixar clara a situac3o de “passagem inocente”. B) Outros principios B.1) Principio da Personalidade ou da nacionalidade Divide-se em principio da personalidade ativa e da personalidade passiva. Pelo principio da personalidade ativa, aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido por brasileiro, ainda que no exterior. As hipéteses de aplicacéo deste principio estao previstas no art. 7°, I, “d” e II, “b” do CPB: Art. 7° - Ficam sujeitos 4 lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I- 0s crimes: eee d) de genocidio, quando 0 agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (2) IE os crimes: eee Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 22 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) mae DELEGADO E gia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 ) praticados por brasileiro; No primeiro caso, basta que o crime de genocidio tenha sido cometido por brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, nao havendo qualquer condigao além desta. No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior), algumas condigdes devem estar presentes, conforme preceitua 0 §2° do art. 7° do CPB: § 20 - Nos casos do inciso Il, a aplicacdo da lei brasileira depende do concurso das seguintes condic6es: (incivido pela Lei n® 7.209, de 1984) a) entrar o agente no territério nacional; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) b) ser o fato punivel também no pais em que foi praticado; (Incluido pela Lei n? 7.208, de 1984) ©) estar 0 crime inclufdo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi¢&0; (Incluido pela Lei n® 7.208, de 1984) d) néo ter sido 0 agente absolvido no estrangeiro ou no ter ai cumprido a pena; (Incluido pela Lei n® 7.203, de 1984) e) no ter sido 0 agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favordvel. (Incluido pela Lei n? 7.208, de 1984) Assim, n&o basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, é necessario que as condicdes acima estejam presentes, ou seja: O fato deve ser punivel também no local onde fora cometido o crime; deve o agente entrar no territério brasileiro; O crime deve estar incluido no rol daqueles que autorizam extradic&o e ndo pode o agente ter sido absolvido ou ter sido extinta sua punibilidade no estrangeiro. Desta forma, se Paulo, brasileiro, fuma maconha na Holanda e volta ao Brasil, n’o poderé ser aplicado ao fato (uso de maconha) o art. 28 da Lei de Drogas (Porte de droga para uso proprio), pois no local da conduta o fato nao é considerado crime. TODAS AS CONDICGGOES DEVEM ESTAR PRESENTES! Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 23 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO faEstratégia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Pelo principio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos termos do art. 7°, §3° do CPB: § 3° - A|lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condicées previstas no pardgrafo anterior: 2) nao foi pedida ou foi negada a extradicéo; b) houve requisicéo do Ministro da Justica, Percebam que, além das condigées previstas para a aplicag3o do principio da personalidade ativa, para a aplicagéo do principio da personalidade passiva 0 Cédigo prevé ainda outras duas condigdes. B.2) Principio do domicilio Por este principio, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por pessoa domiciliada no Brasil, ndo havendo qualquer outra condig&o. Sé ha uma hipétese de aplicagéo deste principio na lei penal brasileira, e é a prevista no art. 7°, I, “d" do CPB: Art, 7° - Ficam sujeitos & lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I-05 crimes: Oo) d) de genocidio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;” Portanto, somente no caso do crime de genocidio seré aplicado o principio do domicilio, devendo ser aplicada a lei brasileira ainda que se trate crime cometido no estrangeiro por agente estrangeiro contra vitima estrangeira, desde que o autor seja domiciliado no Brasil. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 24 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados TueURSOS Prof. Renan Araujo - Aula 01 B.3) Principio da Defesa ou da Protecao Este principio visa a garantir a aplicagao da lei penal brasileira aos crimes cometidos, em qualquer lugar e por qualquer agente, mas que ofendam bens juridicos nacionais. Est previsto no art. 7°, I, “a, b € cn Art. 7° - Ficam sujeitos é lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I- os crimes: 2) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Republica; b) contra 0 patriménio ou a fé publica da Unido, do Distrito Federal, de Estado, de Territério, de Municipio, de empresa ptblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundacéo instituida pelo Poder Puiblico; ©) contra a administragao publica, por quem estd a seu servico; Vejam que se trata de bens juridicos altamente relevantes para o pais. Nao se trata de considerar a vida e a liberdade do Presidente da Reptblica mais importante que a vida e a liberdade dos demais brasileiros. Nesse caso, 0 que se busca é garantir que um crime praticado contra a figura do Presidente da Republica no fique impune, pois é mais que um crime contra a pessoa, é um crime contra toda a nagao. Reparem, ainda, que nao é qualquer crime cometido contra o Presidente, mas somente aqueles que atentem contra sua vida ou liberdade. Estas hipdteses dispensam outras condigdes, bastando que tenha sido 0 crime cometido contra estes bens juridicos. Alids, ser aplicada a lei brasileira ainda que o agente ja tenha sido condenado ou absolvido no exterio Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 25 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ss DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 § 19 - Nos casos do inciso I, 0 agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Entretanto, para que seja evitado o cumprimento duplo de pena (bis in idem), caso tenha sido 0 agente condenado no exterior, a pena a ser cumprida no Brasil seré abatida da pena cumprida no exterior, 0 que se chama DETRACAO PENAL. Nos termos do art. 8° do CPB: Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idénticas. Embora o art. 8° seja louvavel, tecnicamente, a simples possibilidade de duplo julgamento pelo mesmo fato j4 configura bis in idem. Entretanto, o STF vigor. nora este fato, e a norma permanece em pleno B.4) Principio da Justia Universal Este principio é utilizado para a aplicacéo da lei penal brasileira contra crimes cometidos em qualquer territério e por qualquer agente, desde que o Brasil, através de tratado internacional, tenha se obrigado a reprimir tal conduta. Tem previsdo no art. 7°, II, 2 do CPB: Art. 7° - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: ieee IE- os crimes: a) que, por tratado ou convencéo, 0 Brasil se obrigou a reprimir; Como a previsao se encontra no inciso II do art. 7°, aplicam-se as condigées previstas no § 2°, como ingresso do agente no territério nacional, etc. Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 26 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 B.5) Principio da Representagéo ou da bandeira ou do Pavilhao Por este principio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarcacées privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no pais em que ocorreu o crime, este néio for julgado. Assim, se um cidad&o mexicano comete um crime contra um cidadéo alemao, a bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aérea brasileira, enquanto esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Principio da Bandeira, a este crime poderd ser aplicada a lei brasileira, caso nao seja julgado pelo Judiciério americano. A previséo esta no art. 7°, II, “c” do CPB: Art. 7° - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: eae IT- 0s crimes: é ©) praticados em aeronaves ou embarcagdes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro e af ndo sejam julgados. OPA, egadinha! CUIDADO! Se, no exemplo anterior, o crime fosse cometido a bordo de uma aeronave pertencente ao Brasil, por exemplo, 0 avido oficial da Presidéncia da RepUblica, a lei penal brasi a seria aplicada n&o pelo da Bandeira, mas pelo da Territorialidade, regra geral, pois estas aeronaves so consideradas territério brasileiro Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 27 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ss DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 por extensdo! CUIDADO! C) Lugar do Crime Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei penal no espaco, precisamos saber, com exatidao, qual € o local do crime. Para tanto, existem algumas teorias: 1) Teoria da atividade - Considera-se local do crime aquele em que a conduta é praticada; 2) Teoria do resultado - Para esta teoria, ndo importa onde é praticada a conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a consumagio; 3) Teoria mista ou da ubiquidade - Esta teoria prevé que tanto 0 lugar onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado so considerados como local do crime. Esta teoria é a adotada pelo Cédigo Penal, em seu art. 6°: Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a acéo ou omissdo, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado Entretanto, esta regra da ubiquidade sé se aplica quando estivermos diante de pluralidade de paises, ou seja, a conduta é praticada num pais e o resultado se consuma em outro. Quando 0 que ha é pluralidade de comarcas (conduta praticada em S80 Paulo e resultado consumado em Campinas), 0 que ha é 0 chamado crime plurilocal. Nos crimes plurilocais, aplica-se, via de regra, a teoria do resultado, considerando-se como local do crime o lugar onde o resultado se consuma. A excegdo sao os crimes plurilocais dolosos contra a vida, onde se aplica a teoria da atividade. Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 28 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) Mid DELEGADO Est egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Existem ainda alguns regramentos especificos, como nos crimes de competéncia dos Juizados Especiais e nos atos infracionais, em que se aplica a teoria da atividade, e nos crimes falimentares, em que se considera lugar do crime o local em que foi decretada a faléncia. Assim: Pluralidade de paises Teoria da Ubiquidade Crimes plurilocais _dolosos | Teoria da atividade contra a vida Crimes falimentares Local onde foi decretada a faléncia D) Extraterritorialidade Como estudamos, a regra na aplicacgo da lei penal brasileira é 0 principio da territorialidade, em que se aplica a lei penal brasileira aos crimes cometidos no territério nacional. Entretanto, existem algumas hipoteses em que se aplica a lei penal brasileira a crimes cometidos no exterior. Nestes casos, estamos diante do fendmeno da extraterritorialidade da lei penal. Esta extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. No primeiro caso, como o préprio nome diz, néo ha qualquer condic&o. Basta que o crime tenha sido cometido no estrangeiro. As hipoteses sdo poucas e ja foram aqui estudadas. Sao as previstas no art. 7°, 1 do CPB (Crimes contra bens juridicos de relevancia nacional e crime de genocidio). Nestes casos, pelos principios da Protec’o e do Domicilio Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 29 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ns DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 ou da Personalidade Ativa (a depender do caso), aplica-se a lei brasileira, ocorrendo o fendmeno da extraterritorialidade: a) contra 2 vida ou a liberdade do Presidente da Republica; Principio da Protecio b) contra 0 patriménio ou a fé publica da Uniao, do Distrito Federal, de Estado, de Territério, de Municipio, de empresa publica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundacdo instituida pelo Poder Publico; ©) contra a administragao publica, por quem esta a seu servigo; erinclpte, do, d) de genocidio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; personalidade ativa Embora sob fundamentos diversos (Principios diversos), todas as hipdteses culminam no fendmeno da _ extraterritorialidade incondicionada da lei penal brasileira. A extratert orialidade condicionada, por sua vez, esta prevista no art. 7°, II e § 3° do CPB. Neste caso, a lei brasileira s6 sera aplicada ao fato de maneira subsididria, ou seja, se nao tiver havido julgamento do crime no estrangeiro. Além disso, 6 necessario que o agente ingresse no territério nacional, que o crime esteja dentre aqueles pelos quais se dade (O fato tem admite extradic3o e que haja a chamada dupla ti que ser crime nos dois paises). Nos termos do Cédigo Penal: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 30 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Art. 7° - Ficam sujeitos 4 lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: ) IT os crimes: @) que, por tratado ou convencéo, 0 Brasil se obrigou a reprimir; ) praticados por brasileiro; Hipoteses de extraterritoriali ©) praticados em aeronaves ou embarcacées dade] brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando condicionada em territério estrangeiro e ai no sejam julgados. § 3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condicées previstas no parégrafo anterior: Estas sdo as hipéteses em que se aplica, condicionalmente, a lei penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro. As condicdes para esta aplicagao se encontram no art. 7°, § 2° do CPB: § 2° - Nos casos do inciso II, a aplicacéo da lei brasileira depende do concurso das seguintes condicées: a) entrar 0 agente no territério nacional; b) ser o fato punivel também no pais em que foi praticado; ) estar 0 crime incluido entre aqueles pelos quals a lel brasileira autoriza a extradicéo; ) nao ter sido 0 agente absolvido no estrangeiro ou no ter ai cumprido a pena; e) no ter sido 0 agente perdoado no estrangeiro ou, or outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorével. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 31 de 425 Direito Penal — PC-PE (2015) er DELEGADO E ategia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Entretanto, exclusivamente para a hipétese do § 3°, existem ainda duas outras condigdes: a) ndo foi pedida ou foi negada a extradicao; Condicées especificas paraa hipotese de §3° b) houve requisicéo do Ministro da Justica. Desta maneira, meus queridos, terminamos o estudo da aplicacio da lei penal, no tempo e no espaco. Sé para finalizar, vou deixar de lambuja pra vocés um macete para gravarem as teorias adotadas para o tempo do crime e para o lugar do crime: Lugar = Ubiquidade Tempo = Atividade IV - APLICACAO DA LEI PENAL EM RELACAO AS PESSOAS Os sujeitos do crime s&o aqueles que, de alguma forma, se relacionam com a conduta criminosa. Sao basicamente de duas ordens: Sujeito ativo e passivo. Sujeito ativo é a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal. Entretanto, através do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, é possivel que alguém seja sujeito ativo de uma infracéo penal sem que realize a conduta descrita no tipo penal. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 32 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) we DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados MEURSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro & sujeito ativo do crime de homicidio, previsto no art. 121 do Cédigo Penal, isso ndo se discute. Mas também sera sujeito ativo do crime de homicidio, Joo, que Ihe emprestou a arma e Ihe encorajou a atirar. Embora Jodo nao tenha realizado a conduta prevista no tipo penal, pois no praticou a conduta de “matar alguém”, auxiliou material e moralmente Pedro a fazé-lo. Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma infracdo penal. Os animais, por exemplo, ndo podem ser sujeitos ativos da infracao penal, embora possam ser instrumentos para a pratica de crimes. Embora eu discorde desta corrente, por intimeras razées, temos que estud-la. A Constituigéo de 1988 trouxe, em seu art. 225, § 3°, estabelece que: § 3° - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeltaréo 0s infratores, pessoas fisicas ou Juridicas, a sangdes_penais. e+ administrativas, independentemente da obrigacdo de reparar os danos causados. Esse dispositivo é considerado 0 marco mais significative para a responsabilizacao penal da pessoa juridica, para os que defendem essa tese. Os opositores justificam sua tese sob 0 argumento, basicamente, de que a pessoa juridica n&o possui vontade, assim, a vontade seria sempre do seu dirigente, devendo este responder pelo crime, néo a pessoa juridica. Ademais, 0 dirigente sé pode agir em conformidade com o estatuto social, 0 que sair disso é excesso de poder, e como a Pessoa Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 33 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo ~ Aula 01 Juridica nao pode ter em seu estatuto a pratica de crimes como objeto, todo crime cometido pela pessoa juridica seria um ato praticado com violag&o a seu estatuto, devendo o agente responder pessoalmente, ndo a Pessoa Juridica. Muitos outros argumentos existem, para ambos os lados. Entretanto, isto no é um livro de doutrina, mas um curso para concurso, ent&o o que vocés precisam saber é que 6))STF |e /6)/STJ)/admitem) a Com relagdo aos demais crimes, em tese, atribuiveis & pessoa juridica (crimes contra o sistema financeiro, economia popular, etc.), como nao houve regulamentacio da responsabilidade penal da pessoa juridica, esta fica afastada, conforme entendimento do STF edo STJ. A Jurisprudéncia do STJ é no sentido de ADMITIR a responsab jade penal da pessoa juridica, exigindo, entretanto, a punigéo simulténea da pessoa fisica causadora do dano, no que se convencionou chamar de TEORIA DA DUPLA IMPUTAGAO. CUIDADO! Ha uma decisdo isolada e recente do STF admitindo que a pessoa juridica seja processada sem que a pessoa fisica também seja (em descompasso, portanto, com o principio da dupla imputacéo). Contudo, trata-se de decisdo isolada e que nao foi tomada pelo Plenario da Corte. N&o podemos, ainda, considerar isto uma “jurisprudéncia consolidada” do STF, mas talvez seja 0 indicative de uma posi¢go futura da Corte (RE'548181, informativo|714doSTF). Em regra, a Lei Penal é aplicdvel a todas as pessoas indistintamente. Entretanto, em relacéo a algumas pessoas, existem disposicées especiais do Cédigo Penal. Sao as chamadas imunidades diplomiticas Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 34 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) aie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ne Prof. Renan Araujo — Aula 01 (diplomaticas e de chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do Poder Legislativo). A.I) Imunidades Diplomaticas Estas imunidades se baseiam no principio da reciprocidade, ou seja, © Brasil concede imunidade a estas pessoas, enquanto os Paises que representam conferem imunidades aos nossos representantes. Nao ha violacdo ao principio constitucional da isonomia! Cuidado! Pois a imunidade no é conferida em raz&o da pessoa imunizada, mas em razio do cargo que ocupa. Ou seja, ela é de EaFatRIRUNEIONAT. Entenderam? Estas imunidades diplomaticas estao previstas na Convengao de Viena, incorporada ao nosso ordenamento juridico através do Decreto 56.435/65, que prevé imunidade total (em relag&o a qualquer crime) aos Diplomatas, que est&o sujeitos a Jurisdigéo de seu pais apenas. Esta imunidade se estende aos funcionarios dos érgdios internacionais (quando em servico!) e aos seus familiares, bem como aos Chefes de Governo e Ministros das Relagées Exteriores de outros paises. Essa imunidade ¢ ERRENUNGTAVEL, exatamente por no pertencer & pessoa, mas ao cargo que ocupa! Essa é a posic&io do STF! Cuidado com isso! Com relacao aos cénsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade 86 & conferida aos atos praticados em razéio do oficio, néo a qualquer crime. EXEMPL( : Se Yamazaki, cénsul do Japao no Rio de Janeiro, no domingo, curtindo uma praia, agride um vendedor de picolés por ter Ihe dado 0 troco errado (carioca malandro...), respondera pelo crime, pois no se trata de ato praticado no exercicio da funcao. A.II) Imunidades Parlamentares Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 35 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) we DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Estéio previstas na Constituigéo Federal, motivo pelo qual geralmente so mais bem estudadas naquela disciplina. Entretanto, como costumam ser cobradas também na matéria de Direito Penal, vamos estudé-la ponto a ponto. Trata-se de prerrogativas dos parlamentares, com vistas a se preservar a Instituigdo (Poder Legislativo) de ingeréncias externas. Sado duas as hipoteses de imunidades parlamentares: a) material (conhecida como real, ou ainda, inviolabilidade); b) formal (ou processual ou ainda, adjetiva). A.IL.I) Imunidade material Trata-se de prerrogativa prevista no art. 53 da Constituico: Art. 53. Os Deputados e Senadores so invioldveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opini6es, palavras e votos. Assim, 0 parlamentar n&o comete crime quando pratica estas condutas em razéio do cargo (exercicio da fungio). Entretanto, nao é necessario que o parlamentar tenha proferido as palavras dentro do recinto (Congresso, Assembleia Legislativa, etc.), bastando que tenha relacao com sua funcdo (Pode ser numa entrevista a um jornal local, etc.). ESSA EA POSIGAO DO STF A RESPEITO DO TEMA. Quanto 4 natureza juridica dessa imunidade (o que ela representa perante o Direito), ha muita controvérsia na Doutrina, mas a posico que predomina é a de que se trata de fato atipico, ou seja, a conduta do parlamentar ndo chega, sequer a ter enquadramento na lei penal (Essa é a posicéo que vem sendo adotada pelo Supremo Tribunal Federal - STF). A.IL.II) Imunidade formal Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 36 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ss DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Esta imunidade nao esta relacionada a caracterizagéo ou néo de uma conduta como crime. Esta rela: nada & questées processuais, como possibilidade de priséo e seguimento de processo penal. Esta prevista no art. 53, §§ 1° a 5° da Constituicéo da Republica. A primeira das hipdteses é a imunidade formal para a prisao. Assim dispde 0 art. 53, § 2° da Constituicao: § 2° Desde a expedicao do diploma, os membros do Congresso Nacional no podergo ser presos, salvo em flagrante de crime inafiangdvel. Nesse caso, os autos serao remetidos dentro de vinte e quatro horas 4 Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priséo, O STF entende que essa impossibilidade de priséo se refere a qualquer tipo de pris&o, inclusive as de carater provisério, decretadas pelo Juiz. A Gnica ressalva é a priséo em flagrante pela ncavel. Entretanto, recentemente, o STF deci que os parlamentares podem ser presos, além desta hipétese, no caso de sentenca penal condenatéria tran: da em julgado, ou seja, na qual no cabe mais recurso algum. Continuando no caso da prisio em flagrante, os autos da prisdo sero remetidos 4 casa a qual pertencer o parlamentar, em até 24h, e esta decidira, em votagao aberta, por maioria absoluta de seus membros, se a prisio é mantida ou nao. A imunidade se inicia com a diplomacao do parlamentar e se encerra com o fim do mandato. 34 a imunidade formal para o processo, esté prevista no §3° do art. 53 da Constituiggo: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 37 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) aie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados SweuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 § 3° Recebida a dentncia contra 0 Senador ou Deputado, por crime ecorride apés a diplomacso, 0 Supremo Tribunal Federal dard ciéncia & Casa respectiva, que, por iniciativa de partido politico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderé, até a deciséo final, sustar 0 andamento da acao. Assim, se um parlamentar cometer um crime apés a diplomagao e for denunciado por isso, 0 STF, se receber a deniincia, deveré dar ciéncia Casa a qual pertence o parlamentar (Camara ou Senado), e esta poderd, por iniciativa de algum partido politico que la tenha representante, sustar 0 andamento da aco até o término do mandato. Cuidad EXEMPLO: Se um Senador estd sendo processado, sendo o Senado comunicado pelo STF, somente um partido com representagéo no SENADO FEDERAL podera tomar a iniciativa de pedir a sustacdo da aco penal, que serd decidida pela Casa. A sustagéo deve ser decidida no prazo de 45 dias a contar do recebimento do pedido pela Mesa Diretora da Casa. Caso 0 processo seja suspenso, suspende-se também a prescricéo, para evitar que o Parlamentar deixe de ser julgado ao término do mandato. Havendo a sustacio da ac&o penal em relacéo ao parlamentar, e tendo o processo outros réus que nao sejam parlamentares, o processo deve ser desmembrado, e os demais réus seréo processados normalmente. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 38 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo ~ Aula 01 Cuidado, meu povo! on cometido ANTES da diplomacao, nao ha < eB Sgadinhal @Ssalregral O STF nao tem que comunicar a Casa e no ha possibilidade de sustaco do andamento do processo! ® Cuidado! Essas regras (referentes a ambas as espécies de imunidades) s&o aplicdveis aos parlamentares estaduais (Deputados estaduais), por forca do art. 27, § 1° da Constituigdo. Entretanto, aos parlamentares municipais (vereadores) sé se aplicam as imunidades materiais! Muito, mas muito cuidado com isso! Ah, e em qualquer caso, ndo abrangem os suplentes! Os parlamentares nao podem renunciar a estas imunidades, pois, como disse antes, trata-se de prerrogativa inerente ao cargo, ndo a pessoa. Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudéncia entendem que o parlamentar afastado para exercer cargo de Ministro ou Secretari de Estado NAO mantém as imunidades, ou seja, ele perde a imunidade parlamentar (A sumula n° 04 do STF fora revogada!). INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002.(INQ-725) - Informativo 267 do STF. Fiquem atentos! As imunidades parlamentares permanecem ainda que © pais se encontre em estado de sitio. Entretanto, por decisdo de 2/3 dos membros da Casa, estas imunidades poderao ser suspensas, durante 0 estado de sitio, em razéo de ato praticado pelo parlamentar FORA DO RECINTO. Assim, EM HIPOTESE NENHUMA (NEM NO ESTADO DE SiTIO), O PARLAMENTAR PODERA SER RESPONSABILIZADO POR ATO PRATICADO NO RECINTO (aqueles atos previstos na Constituicao, é claro). B) Sujeito Passivo Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 39 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 O sujeito passivo nada mais é que aquele que sofre a ofensa causada pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espécies: 1) Sujeito passivo mediato ou formal - E o Estado, pois a ele pertence o dever de manter a ordem publica e punir aqueles que cometem crimes. Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime é uma ofensa ao Estado, & ordem estatuida; 2) Sujeito passivo imediato ou material - £ o titular do bem juridico efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a lesdo no crime de lesdo corporal (art. 129 do CP), 0 dono do carro roubado no crime de roubo (art. 157 do CP), etc. CUIDADO! © Estado também pode ser sujeito passivo imediato ou material, nos crimes em que for o titular do bem juridico especificamente violado, como nos crimes contra a administraco publica, por exemplo. As pessoas juridicas também podem ser sujeitos passivos de crimes. J4 os mortos e os animais nado podem ser sujeitos passivos de crimes pois n&o so sujeitos de direito, Mas e o crime de vilipéndio a cadaver e os crimes contra a fauna? Nesse caso, n&o so os mortos e 0s animais os sujeitos passives e sim, no primeiro caso, a familia do morto, e no segundo caso, toda a coletividade, pelo _desequilibrio ambiental. NINGUEM PODE COMETER CRIME CONTRA SI MESMO! Ou seja, ninguém pode ser, ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo imediato de um crime (Parte da Doutrina entende que isso é possivel no crime de rixa, mas isso nao é posicao unanime). Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 40 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 V - CONTAGEM DE PRAZOS Nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - O dia do comego inclui-se no cémputo do prazo. Contam-se os dias, ‘0s meses € os anos pelo calendério comum. Como se vé, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados de forma a incluir o dia do comego, Desta forma, se Bruno é condenado a um més de pristio e 0 mando é cumprido dia 10 de junho, essa data é considerada o primeiro dia de cumprimento da pena, que ira se extinguir no dia 09 de julho, independentemente de o mandado ter sido cumprido no dia 10 de junho as 23h45min. Esse dia sera computado como um dia inteiro para fins penais. © artigo diz, ainda, que se computam os prazos pelo calendario comum (chamado de gregoriano), que é 0 que todos nés utilizamos. Assim, no cémputo de meses nao levam em considerago os dias de cada um (28, 29, 30 ou 31 dias). Se um sujeito é condenado a pena de um més, e comega a cumpri-la no dia 05, sua pena estard extinta no dia 04 do més seguinte, independentemente de o més ter quantos dias for, 0 que na pratica, gera algumas injustigas. Com relacao aos anos, aplica-se a mesma regra (nao importa se o ano é bissexto ou nao). O art. 11 do CP, por sua vez, diz o seguinte: Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as fracdes de dia, e, na pena de multa, as fragées de cruzeiro. Desta maneira, se o autor do crime é condenado a 09 dias de priséo, aumentada de metade (9 + 4,5 = 13,5) a pena sera de 13 dias, desprezando-se as 12 horas do calculo. Com relagéo 4 pena de multa, obviamente, hoje se entende como “real” e ndo como “cruzeiros”. As fragées que ndo se computam so os Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 41 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) eae DELEGADO strategia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo ~ Aula 01 centavos. Assim, ninguém pode ser condenado a R$ 125,43. Serao desprezados os centavos. Por fim, uma observacao que se refere a aplicacéo da Lei Penal. O art. 12 diz que: Art. 12 - As regras gerais deste Cédigo aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta nao dispuser de modo diverso. Portanto, © Cédigo Penal (sua parte geral) é aplicado subsidiariamente aos ct es pret tos em lei especial, ou seja, primeiro se analisa se a lei especial contém alguma regulamentacao acerca do tema. Se no possuir, aplica-se a regulamentagao presente no CP (Principio da convivéncia das esferas auténomas). VI — INTERPRETAGAO DA LEI PENAL Interpretar é extrair o sentido de alguma coisa. Quando interpretamos um texto, procuramos entender o que ele pretende nos dizer. A mesma coisa acontece com o texto da lei. Assim, quando 0 operador do Direito se depara com um texto legal, deve procurar extrair a vontade da lei (mens legis). Sao diversos os tipos de interpretaco. Vejamos: ¢ Auténtica - E aquela realizada pelo proprio legislador (também é chamada de interpretacdo egislativa). POR EXEMPLO: 0 art. 327 nos da a definicao de funcionario publico para fins penais. Trata-se de uma interpretacdo feita pelo proprio legislador. A interpretacao auténtica, por ser so uma interpretag&o, aplica-se aos fatos passados, ainda que mais gravosa ao réu! Cuidado com isso! POR EXEMPLO: Imagine que uma lei preveja que é crime o funcionario puiblico dormir na reparticéo. Assim, varios funciondrios estéo sendo Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 42 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) . DELEGADO gi a Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 ‘QueuRsos processados por crime. Posteriormente surge uma lei que diz que funcionério publico para fins penais engloba qualquer pessoa que exerga funcéo no poder publico, inclusive estagiérios. Nesse caso, os eventuais estagiérios que tenham dormido no trabalho podero ser processados, porque a previséo de que a conduta era crime ja existia, 0 que nao existia era uma lei interpretando 0 conceito de funciondrio publico! * Doutrinaria - E a interpretacdo realizada pelos estudiosos do Direito. Nao tem forca obrigatéria, ou seja, 0 operador do Direito n&o esta obrigado a acata-la, até porque existem inumeros doutrinadores. A exposigao de motivos do Cédigo Penal é considerada interpretaco Doutrinai * Judicial - E aquela efetuada pelos membros do Poder Judiciério, através das decisées que proferem nos processos que Ihe sio submetidos. via de regra n&o vincula os operadores do Direito, salvo em casos excepcionais (no préprio caso, em razéo da coisa julgada, e no caso de sumulas vinculantes editadas pelo STF); * Gramatical - Também é chamada de literal. E aquela que decorre da natural andlise da lei. E muito simples e precaria; * Légica (ou teleolégica) - E aquela que busca entender a vontade da lei. E uma das mais confidveis e técnicas. O intérprete analisa o contexto histérico em que foi editada, suas tendéncias, de forma a avaliar cada dispositivo da lei da forma que mais se aproxime com aquilo que ela pretende dizer, ainda que néo tenha sido tao explicita; * Declaratéria - Decorre da perfeita sintonia entre o que a lei diz e 0 que ela quis dizer. Nada hd a ser acrescido ou retirado; Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 43 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 « Extensiva - Trata-se de uma atividade na qual o intérprete estende 0 alcance do que diz a lei, em razio de sua vontade ser esta. No crime de extorséo mediante sequestro, por exemplo, é légico que a lei quis incluir, também, extorséo mediante carcere privado. Assim, faz-se uma interpretacdo extensiva, que pode ser aplicada sem que haja violacdo ao principio da legalidade, pois, na verdade, a lei diz isso, sé que n&o esta expresso em seu texto; + Restritiva - Por outro lado, aqui o intérprete restringe o alcance do texto da lei, por ser essa a sua vontade (0 texto da lei alcanga mais situacdes do que a lei realmente pretende); * Analégica - Como o nome diz, decorre da analogia, que é o mesmo que comparac&o. Assim, essa interpretacao iré existir somente naqueles casos em que a lei estabeleca uma férmula casuistica (um exemplo) e criminalize outras situacdes idénticas (formula genérica). Caso classico é 0 do art. 121, § 2°, 1, do CP, que diz ser 0 homicidio qualificado quando realizado mediante paga ou promessa de recompensa (formula casulstica, exemplo), ou outro motivo torpe (férmula genérica, outras hipéteses idénticas). A) Analogia A analogia, por sua vez, no é uma técnica de interpretagao da Lei Penal. Trata-se de uma técnica integrativa, ou seja, aqui se busca suprir a falta de uma lei. Lembrem-se disso! N&o confundir analogia com terpretacdo analégica Na analogia, por nao haver norma que regulamente 0 caso, o aplicador do Direito se vale de uma outra norma, parecida, de forma a aplicd-la ao caso concreto, a fim de que este nao fique sem solucao. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 44 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ss DELEGADO Estratégia Teorla e exerciclos comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 A analogia nunca poderd ser usada para prejudicar 0 réu (analogia in malan partem). Entretanto, é possivel sua utilizag30 em favor do réu (analogia in bonam partem). Ex.: O art. 128, II do CP permite 0 aborto no caso de gravidez decorrente de estupro. Entretanto, imaginem que uma mulher engravidou somente através de atos libidinosos diversos da conjunc&o carnal (sexo anal com ejaculacdo préximo @ vagina). Até 2009 eram crimes diversos, hoje a conduta passou a também ser considerado estupro. Assim, nada impedia que o aplicador do Direito entendesse possivel a aplicacdo do art. 128, II ao caso dessa mulher, por ser analogia em favor do réu (mae que comete o aborto), pois decorrente de situacéo extremamente parecida que nao possuia regulamentacio legal. Nesse Ultimo caso, houve aplicaggo da analogia in bonam partem, considerada, ainda, analogia legal, pois se utilizou uma outra norma legal para suprir a lacuna. Nada impede, porém, a analogia juridica, que é aquela na qual 0 operador do Direito se vale de um principio geral do Direito para suprir a lacuna. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 45 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) = DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Con cuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 LISTA DAS QUESTOES DA AULA HORA DE raticar! 01 - (FCC - 2006 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Considerando os principios que regulam a aplicaco da lei penal no tempo, pode-se afirmar que A) nao se aplica a lei nova, mesmo que favorega o agente de outra forma, caso se esteja procedendo & execug3o da sentenga, em razio da imutabilidade da coisa julgada. B) pela abolitio criminis se fazem desaparecer 0 delito e todos os seus reflexos penais, permanecendo apenas os civis. C) em regra, nas chamadas leis penais em branco com carater excepcional ou temporario, revogada ou alterada a norma complementar, desaparecera o crime. D) a lei excepcional ou tempordria embora decorrido o periodo de sua duragio ou cessadas as circunstancias que a determinaram, nao se aplica ao fato praticado durante a sua vigéncia. E) permanecendo na lei nova a definic&o do crime, mas aumentadas suas consequéncias penais, esta norma serd aplicada ao autor do fato 02 - (PUC-PR - 2011 - TJ/RO - JUIZ DE DIREITO) No que tange ao tempo do crime, assinale a Unica alternativa CORRETA. A) Considera-se praticado o ato criminoso no momento em que ocorre o seu resultado. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 46 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) mae DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 B) Considera-se praticado 0 ato criminoso quando o agente da inicio ao. planejamento de sua execucao. C) Considera-se praticado 0 ato criminoso no exato momento da acao ou omissao, desde que o resultado almejado ocorra concomitantemente. D) Considera-se praticado 0 ato criminoso no exato momento da ac&o ou omissao, ainda que o resultado lesivo ocorra em momento diverso. E) Considera-se praticado o ato criminoso no momento da acéo ou omisso, independentemente da ocorréncia ou nao do resultado. 03 - (FEPESE - 2012 - DPE-SC - DEFENSOR PUBLICO) A aplicac&o da lei penal no tempo e no espaco é tratada nas partes gerais do Cédigo Penal e na Lei de Contravencées Penais. Sobre a aplicacio da lei penal, é correto afirmar: A) Em face das implicagdes que podem produzir nas relacdes diplomaticas, a aplicagdo da lei penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro é possivel, somente, quando houver requisicio do Ministro da Justica. B) Considera - se praticado 0 crime no momento e no local da acao ou da omissdo, ainda que outros sejam 0 momento e 0 local do resultado. C) Aplica - se aos fatos anteriores a lei penal posterior que, de qualquer modo, favorecer 0 agente, sem prejuizo, no entanto, da coisa julgada. D) Aplicam - se as leis penais brasileiras, por forga da sua extraterritorialidade, a fatos delituosos ocorridos em embarcacdes privadas de bandeira brasileira que naveguem em alto mar E) As leis penais brasileiras podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos no territério nacional quanto aqueles praticados no estrangeiro, nas hipdteses previstas, mas elas somente podem ser aplicadas as contravenes penais que forem cometidas no territério nacional. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 47 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO fej Estrategia Teorla e exercicios comentados Con cuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 04 - (FCC - 2010 - TCE/RO - Procurador) No tocante & aplicacao da lei penal, A) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime. B) a lei penal mais grave nao se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigéncia é anterior & cessag&o da continuidade ou da permanéncia, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal. C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime. D) 0 dia do fim inclui-se no cémputo do prazo, contando- se os meses e anos pelo calendario comum, desprezados os dias. E) compete ao juizo da causa a aplicacao da lei mais benigna, ainda que transitada em julgado a sentenca condenatéria, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiga. 05 - (FCC - 2014 - DPE-RS — DEFENSOR PUBLICO) Sobre 0 tempo e o lugar do crime, 0 Cédigo Penal para estabelecer a) 0 tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para estabelecer o lugar do crime, a teoria da ago. b) 0 tempo e 0 lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da aco. c) 0 tempo e 0 lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado. 4) 0 tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade. ) 0 tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da aco, e, para estabelecer o lugar do crime, a teoria da ubiquidade. 06 - (FCC - 2014 - DPE-PB - DEFENSOR PUBLICO) A sentenga criminal condenatéria estrangeira é eficaz no direito brasileiro Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 48 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados TueuRSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) inclusive para fins de reincidéncia. b) somente para sujeitar o agente 4 medida de seguranga. c) somente para sujeitar 0 agente a reparacéio do dano, a restituicSo e outros efeitos civis. d) somente nos casos expressos de extraterritorialidade incondicionada da lei estrangeira. e) somente quando se tratar de crime executado no Brasil, cujo resultado se produziu no estrangeiro. 07 - (VUNESP - 2014 - TJ-PA - AUXILIAR JUDICIARIO) E correto afirmar que a pena cumprida no estrangeiro a) no é nela computada, quando de natureza idéntica. b) ndo produz qualquer efeito, para os fins de atenuacao ou de agravacao de penas no Brasil pelo mesmo crime. c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza idéntica. d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza diversa. e) é nela computada, quando de natureza diversa. 08 - (VUNESP - 2014 - CAMARA DE SAO JOSE DOS CAMPOS - ADVOGADO) Para os efeitos penais, consideram-se como extenséo do territério nacional, nos termos do quanto determina o art. 5.°, §1.° do CP, as embarcagées e aeronaves brasileiras, de natureza ptiblica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 49 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ae DELEGADO Est gla Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 trates a) as aeronaves oficiais de chefes de Estado estrangeiro que estejam pousadas em solo nacional. b) as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. c) as areas de embaixadas e consulados brasileiros, além das residéncias particulares de diplomatas instalados em paises que mantém relagbes de amizade com o Brasil. d) as embarcagées e aeronaves de guerra estrangeiras, desde que estacionadas em nosso mar territorial ou desde que sobrevoando o espaco aéreo correspondente ao territério nacional. e) as embarcacées mercantes e de propriedade privada, seja qual for sua bandeira, desde que estejam estacionadas ou em transito em 4rea de mar internacional préxima ao mar territorial do Brasil. 09 - (ESAF - 2010 - MTE - AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - PROVA 2) Camargo, terrorista, tenta explodir agéncia do Banco do Brasil, na Franca. Considerando o principio da extraterritorialidade incondicionada, previsto no Cédigo Penal brasileiro, é correto afirmar que: A) Camargo sé pode ser processado criminalmente na Franca. B) O Estado brasileiro néo tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil. C) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na Franga, nado poderé ser preso no Brasil. D) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na Franca. E) Mesmo Camargo tendo sido julgado na Franga, poderd ser julgado no Brasil. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 50 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO fej Estrategia Teorla e exercicios comentados SEE FES Prof. Renan Araujo — Aula 01 10 - (VUNESP - 2014 - CAMARA DE SAO JOSE DOS CAMPOS - ADVOGADO) De acordo com o art. 8.° do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil, quando diversas, ou nela é computada, quando idénticas, desde que as penas digam respeito a) ao mesmo crime. b) a crimes da mesma espécie. c) a condenagées nao transitadas em julgado. d) a crimes que nao sejam clasificados como atentatérios a dignidade da pessoa humana. e) a crimes que nao estejam inseridos no rol daqueles que, por convencao ou tratado internacional, o Brasil tenha se obrigado a combater. 11 - (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - PROCURADOR JURIDICO) Durante o regular curso de processo penal, passa a vigorar lei nova, que deixa de considerar o fato imputado na denuin-cia como criminoso. Nessa hipstese, deve o juiz a) absolver 0 acusado. b) decretar a prescrico e arquivar o proceso. c) decretar a extinc&io da punibilidade do acusado. 4) encaminhar os autos ao Ministério Publico, a fim de que adite a deniincia. e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que o fato foi cometido sob a égide da lei antiga. 12 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - PRIMEIRA FASE (OUT/2011) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 51 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Acerca da aplicacéo da lei penal no tempo e no espaco, assinale a alternativa correta. A) Se um funcionério publico a servigo do Brasil na Italia praticar, naquele pais, crime de corrupgao passiva (art. 317 do Cédigo Penal), ficara sujeito 4 lei penal brasileira em face do principio da extraterritorialidade. B) O ordenamento juridico-penal brasileiro prevé a combinacao de leis sucessivas sempre que a fusdo puder beneficiar o réu. C) Na ocorréncia de sucessao de leis penais no tempo, nao ser possivel a aplicacao da lei penal intermedidria mesmo se ela configurar a lei mais favoravel. D) As leis penais tempordrias e excepcionais séo dotadas de ultra- atividade. Por tal motivo, sao aplicaveis a qualquer delito, desde que seus resultados tenham ocorrido durante sua vigéncia. 13 - (ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL) Considerando a legislacéo, a doutrina e a jurisprudéncia a respeito da aplicagéo da lei penal no tempo, com relacao ao instituto da abolitio criminis, analise as assertivas abaixo e assinale a opcao correta. 1. A abolitio criminis pode ser aplicada para delitos tributérios. II. A lei penal pode retroagir para prejudicar o réu jé condenado em transito em julgado e tal instituto denomina-se abolitio criminis. IIL. A obrigag&o de indenizar 0 dano causado pelo crime, oriunda de efeito da condenagéo penal, desaparece com a abolitio criminis. IV. 0 instituto da abolitio criminis nao é aceito pela jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal. a) Todos esto corretos. b) Somente I esté correto. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 52 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) oat DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados MEURSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 c) Ie IV esto corretos. d) Le III esto corretos. e) Ile IV esto corretos. 14 - (ESAF - 2012 - CGU - ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE) A respeito das disposicées relativas aplicacéo da Lei penal no tempo e no espago, é correto afirmar que a) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ressalvados os decididos por sentenga condenatéria transitada em julgado. b) considera-se praticado o crime no momento da ac&o ou omisséo, dependendo, para sua aplicagéo do momento do resultado. c) aplica-se a lei brasileira, respeitadas as convengées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. d)a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigéncia é anterior & cessag&o da continuidade ou da permanéncia. e) langar ao mar, com intuito de tirar-Ihe a vida, tripulante de embarcacéo estrangeira de propriedade privada, achando-se a embarcacao nao atracada em porto brasileiro, é hipdtese de crime que no se sujeita a lei brasileira. 15 - (ESAF - 2007 - AGU/PFN - PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL) A luz da aplicag3o da lei penal no tempo, dos principios da anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as afirmagées abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 53 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 delito de adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de marco de 2005, aboliu o crime de adultério: I. Caso Mévio jé tenha sido condenado antes de marco de 2005, permanecera sujeito & pena prevista na sentenca condenatéria. IL. A lei penal pode retroagir em algumas hipéteses. III. Caso Mévio no tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdicao, poderé ocorrer a extingéo de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu. IV. Na hipétese, ocorre o fenémeno da abolitio criminis a) Todas esto corretas. b) Somente I esta incorreta. c) Le IV estao corretas. d) Ie III esto corretas. e) Ile IV esto corretas. 16 - (FGV - 2013 - OAB - XI EXAME UNIFICADO) No ano de 2005, Pierre, jovem francés residente na Bulgaria, atentou contra a vida do entdo presidente do Brasil que, na ocasiao, visitava o referido pais. Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre foi absolvido. Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta. A) N&o é aplicdvel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no estrangeiro, nao ficou satisfeita uma das exigéncias previstas & hipétese de extraterritorialidade condicionada. 8) E aplicavel a lei penal brasileira, pois 0 caso narrado traz hipétese de extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato ndo tenha sido alcangado por nenhuma causa extintiva de punibilidade no estrangeiro. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 54 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 C) E aplicdvel a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipdtese de extraterritorialidade incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido no estrangeiro. D) Nao é aplicavel a lei penal brasileira, pois como o agente é estrangeiro e a conduta foi praticada em territério também estrangeiro, as exigéncias relativas a extraterritorialidade condicionada nao foram satisfeitas. 17 - (FEPESE - 2013 - DPE-SC - TECNICO ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa correta de acordo com o Direito Penal. A) A lei penal é irretroativa. B) Na contagem de prazo no Direito Penal computa-se o dia de inicio e exclui-se o dia final. C) Nao se admite a ultra-atividade da lei no direito penal. D) O dia de inicio é exclufdo no Direito Penal, devendo-se na contagem do prazo ser considerado o dia final. E) As fracdes de dias, e, na pena de multa, as fragdes de pectinia, deverao sempre ser consideradas para fins de execucéio da pena. 18 - (FEPESE - 2013 - DPE-SC - ANALISTA TECNICO) O Cédigo Penal brasileiro adotou qual teoria para definir o local do crime? A) Teoria da acdo B) Teoria do resultado C) Teoria da agao mista D) Teoria do resultado objetivo E) Teoria mista ou da ubiguidade Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 55 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) oat DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 19 - (FCC - 2013 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB - PROCURADOR) No direito brasileiro, o lugar do crime define-se pela teoria a) da equidistancia. b) do efeito intermédio. c) da ubiquidade. d) monista. e) vicariante. 20 - (FUNCAB - 2013 - PC-ES - ESCRIVAO) © marinheiro Jonas matou seu colega de farda a bordo do navio-escola NE Brasil, da Marinha Brasileira, quando o navio estava em aguas sob soberania do Japao. Assim: a) a lei penal brasileira serd aplicada ao caso, em azo do principio da territorialidade. b) a lei penal brasileira sera aplicada ao caso, em raz&o do principio do pavilhao. c) a lei penal brasileira sera aplicada ao caso, em raz&o do principio da justiga universal. d) a lei penal brasileira sera aplicada ao caso, em razéio do principio da defesa. e) a lei penal japonesa seré aplicada ao caso, em raz&o do crime ter ocorrido em aguas sob soberania do Japao. 21 - (FUNCAB - 2013 - PC/ES - MEDICO) Segundo 0 Cédigo Penal, considera-se praticado o crime no lugar: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 56 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) em que ocorreu 0 resultado, pouco importando a aco ou a intengaio do agente, adotando-se a teoria do resultado ou do evento. b) no qual se realizou a conduta tipica, sendo irrelevante a localizagao dos efeitos do crime, adotando-se a teoria da ago ou da atividade. c) onde, segundo a intenggo do agente, deveria ocorrer o resultado, adotando-se a teoria da intenc&o. d) em que se verificou 0 ato executivo, independentemente do local do resultado, adotando-se a teoria da aco a distancia ou da longa mo. e) tanto onde ocorrida a aco quanto onde se produziu ou deveria produzir-se 0 resultado, ou ainda no lugar do bem juridico atingido, adotando-se a teoria pura da ubiquidade, mista ou unitaria. 22 - (FUNCAB - 2013 - PC/ES - PERITO) O Cédigo Penal dispde que ninguém seré punido por fato que determinada lei posterior deixe de considerar crime. Essa retroatividade da lei penal mais benigna, pode ser denominada como: a) desisténcia voluntaria. b) sistema vicariante. c) arrependimento eficaz. 4) abolitio criminis. e) prescricao. 23 - (FCC - 2007 —- MPU - ANALISTA) A respeito da aplicagdo da lei penal quanto ao tempo, considera- se praticado 0 crime no momento a) da ago ou omisséo, ainda que outro seja o momento do resultado. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 87 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) mae DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 b) em que o agente der inicio aos atos preparatérios, ainda que néo tenha ocorrido ago ou omisso. c) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro 0 momento da aco ou omissao. d) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro o momento da aco ou omissao. e) em que o agente concluir os atos preparatérios, ainda que nao tenha ocorrido ago ou omissao. 24 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA) A respeito da aplicago da lei penal, no que concerne a contagem dos prazos, de acordo com o Cédigo Penal, é correto afirmar que a) © dia do comeco nao se inclui no cémputo do prazo, mas inclui-se fracao deste. b) 0 dia do comeco inclui-se no cémputo do prazo, mas nao se inclui fracio deste. c) 0 dia do comego ou fracao deste nao se inclui no cémputo do prazo. d) 0 dia do comego ou frac&o deste inclui-se no cémputo do prazo. e) os prazos em meses sao contados pelo numero real de dias e nao pelo calendério comum. 25 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) DispSe 0 artigo 10 do Cédigo Penal: "Nao ha crime sem lei anterior que o defina. Nao hd pena sem prévia cominago legal”. Tal dispositivo legal consagra o principio da a) ampla defesa. b) legalidade. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 58 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 c) presungdo de inocéncia. d) dignidade. e) isonomia. 26 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) Em matéria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, a) desde que o representante do Ministério Publico nao tenha apresentado a dentincia. b) desde que a autoridade policial ainda nao tenha instaurado inquérito policial a respeito. c) ainda que decididos por sentenca condenatéria transitada em julgado. d) desde que ainda nao tenha sido recebida a dentincia apresentada pelo Ministério Publico. e) desde que a sentenca condenatoria ainda ndo tenha transitado em julgado. 27 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) No que tange a aplicacao da lei penal, considere: I. crime cometido no estrangeiro contra a administracéo publica, por quem esta a seu servico; II. crime de genocidio, quando 0 agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; IIL. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que ndo é punivel no pais em que foi praticado. Dentre os crimes acima, ficam sujeitos a lei brasileira os indicados APENAS em Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 59 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 b) II. c)lell. d) Tell. e) ell. 28 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) E certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de a) embarcacées mercantes brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro. b) embarcacdes mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro. c) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaco aéreo estrangeiro. 4) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto estrangeiro. ) embarcaco estrangeira de propriedade privada que esteja em mar territorial brasileiro. 29 - (FCC - 2010 - SEFIN/RO - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS) Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos a bordo de I. embarcagées brasileiras de propriedade privada que estejam em mar territorial estrangeiro. II. aeronaves brasileiras a servico do governo brasileiro que estejam em espaco aéreo estrangeiro. III. embarcacées estrangeiras de propriedade privada que estejam em mar territorial brasileiro. Esta correto o que se afirma APENAS em Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 60 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) le ll. b) lel. c) II. 4) Mell. e) IIL. 30 - (FCC - 2013 - TRT 6 - JUIZ DO TRBALAHO) No tocante & aplicacao da lei penal, correto afirmar que: a) 0 dia do comeco inclui-se no cémputo do prazo. b) a lei penal excepcional ou temporaria nao se aplica ao fato praticado durante a sua vigéncia, se decorrido o periodo de sua duraco ou cessadas as circunstancias que a determinaram. c) se considera praticado o crime no momento do resultado. d) as regras gerais do Cédigo Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, ainda que esta disponha de modo diverso. e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, desde que n&o decididos por sentenca condenatéria transitada em julgado. 31 - (FCC - 2013 - TCE-SP - PROCURADOR) José foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente & época do fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relago condenagao imposta a José, se a sentenga ja tiver transitado em julgado, a) as duas leis novas retroagem. b) apenas a lei que aboliu o delito retroage. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 61 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage. d) as duas leis novas nao retroagem. e) as duas leis sé retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplicac&o a casos pretéritos. 32 - (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL/SP - PROCURADOR) Pode caracterizar situacdo de extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira sua aplicacdo aos crimes a) cometidos em embarcagées privadas brasileiras, quando navegando em alto-mar. b) cometidos em embarcacées privadas brasileiras, quando navegando em territorio estrangeiro. c) cometidos contra o patriménio da Marinha do Brasil, quando navegando em alto-mar. d) de genocidio, cometidos em quaisquer embarcagées, navegando em alto-mar ou em territério estrangeiro, desde que o agente seja brasileiro ou domiciliado no Brasil. e) cometidos em embarcacées ptiblicas brasileiras, quando navegando em territério estrangeiro. 33 - (VUNESP - 2011 - TJ-RJ - JUIZ) Pedro é sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele como preco do resgate. Enquanto Pedro esta privado da sua liberdade, é promulgada lei aumentando a pena cominada ao crime de extorsdo mediante sequestro, previsto no art. 159, do Cédigo Penal. Os agentes so presos em flagrante, e Pedro, libertado pela policia, mas somente apés a entrada em vigor da alteracio legislativa. A pena a ser imposta aos agentes do sequestro, neste caso, ser: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 62 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) oat DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados MEURSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) a pena anteriormente prevista, pelo principio da ultratividade da lei penal benéfica. b) a pena anteriormente prevista, pois a extors’o mediante sequestro & crime instantaneo de efeitos permanentes. c) pena prevista pela nova legislacdo, pelo principio da retroatividade da lei penal. d) a pena prevista pela nova legislacio, pois a extorséo mediante sequestro € crime permanente. 34 - (VUNESP - 2011 - TJ-SP - TITULAR NOTARIAL) Assinale a alternativa que indica hipétese de no aplicag3o da lei penal brasileira. a) Crime praticado em navio de cruzeiro italiano, navegando em mar territorial brasileiro. b) Crime praticado em navio de guerra brasileiro, navegando no mar territorial australiano. c) Crime praticado em lancha de recreio brasileira no mar territorial uruguaio. d) Falsificac8o de Reais (artigo 289 do Cédigo Penal) praticada na China. 35 - (VUNESP - 2010 - MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA) Considere que um individuo, de nacionalidade chilena, em territorio argentino, contamine a dgua potdvel que sera utilizada para distribuicdo no Brasil e Paraguai. Considere, ainda, que neste Ultimo pais, em razdo da contaminacio, ocorre a morte de um cidadao paraguaio, sendo que no Brasil é vitimado, apenas, um equatoriano. De acordo com a regra do art. 6.°, do nosso Cédigo Penal ("lugar do crime"), considera-se o crime praticado Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 63 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) na Argentina, apenas. b) no Brasil e no Paraguai, apenas. c) no Chile e na Argentina, apenas. d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas. e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador. 36 - (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) A norma inserida no art. 7.9, inciso II, alinea "b", do Cédigo Penal - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados por brasileiro - encerra o principio a) da universalidade ou da justia mundial. b) da territorialidade. c) da nacionalidade ou da personalidade ativa. d) real, de defesa ou da protecdo de interesses. 37 - (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) O Codigo Penal Brasileiro, em seu art. 6.°, como lugar do crime, adota a teoria a) da atividade ou da acgo. b) do resultado ou do evento. c) da aco ou do efeito. d) da ubiquidade. 38 - (VUNESP - 2007 - OAB-SP - EXAME DE ORDEM) O Cédigo Penal brasileiro, a) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqiidade. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 64 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ae DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 b) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da aco. c) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqiiidade. d) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado. 39 - (FUNIVERSA - 2009 - PC/DF - AGENTE) Assinale a alternativa correta em relacéo lei penal no tempo e no espaco. (A) Se Carlos foi preso apés a pratica de crime contra os costumes e, quando da prolac&o da sentenca, 0 magistrado observou que havia sido publicada nova lei, com pena minima inferior, que entraria em vigor no prazo de 45 dias, entdo esse fato caracteriza uma novatio legis in mellius no periodo de vacatio legis, que, ao entrar em vigor, provocaré um abolitio criminis. (B) A extra-atividade da lei ocorre quando a lei nova regula situacdes fora de seu periodo de vigéncia, seja passado ou futuro, e ocorreré conflito intertemporal quando a lei nova regular inteiramente a matéria veiculada na anterior. (C) A abolitio criminis podera gerar os seguintes efeitos: 1 - se a dentincia ainda nao foi recebida, 0 processo nao pode ser iniciado; 2 - se © processo esta em andamento ou o réu esta cumprindo a pena, deve ser decretada a extingo da punibilidade; 3 - havendo sentenca condenatoria transitada em julgado, a pretens&o executéria no pode ser iniciada, e 0 nome do réu seré riscado do rol dos culpados, permanecendo, em qualquer desses casos, os efeitos civis da condenacio. (D) Os principios da territorialidade, da nacionalidade, da defesa e da justica penal universal auxiliam a determinar a aplicacao da lei penal no tempo, face a teoria da atividade adotada no ordenamento penal material em vigor. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 65 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) oat DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados MEURSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 (E) A novatio legis in pejus confunde-se com a novatio legis incriminadora porque ambas prejudicam a situac&o do réu. 40 - (FUNIVERSA - 2009 - PC/DF - DELEGADO) Considerando a legislacéo penal e a jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa incorreta acerca da aplicacdo da lei penal. (A) Transitada em julgado a sentenca condenatéria, compete ao juizo das execuces a aplicacao de lei mais benigna. (B) A lei penal temporaria é inaplicdvel a fatos ocorridos em sua vigéncia quando a lei posterior, também temporaria, for mais benigna. (C) O entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal n&o implicou abolitio criminis; houve uma despenalizac3o, entendida como exclus&o, para o tipo, das penas privativas de liberdade. (D) Segundo a teoria da atividade, se o autor de tiros for menor de 18 anos de idade a época dos tiros, ainda que a vitima morra depois de ele ter completado a maioridade penal, no poderd ele responder pelo delito. (E) A lei penal mais benigna possui retroatividade e ultratividade. 41 - (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - PRIMEIRA FASE) Considere que determinado agente tenha em depésito, durante o periodo de um ano, 300 kg de cocaina. Considere também que, durante o referido periodo, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa ao crime de tréfico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta 0 entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 66 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ae DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) Deve ser aplicada a lei mais benéfica ao agente, qual seja, aquela que ja estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em depésito. b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar durante 0 periodo em que o agente ainda estava com a droga em depésito. c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado é permitido fazer a combinacao das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o réu. d) © magistrado poderd aplicar o critério do caso concreto, perguntando ao réu qual lei ele pretende que Ihe seja aplicada por ser, no seu caso, mais benéfica 42 - (FGV - 2013 - TCE-BA - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Com relago ao tempo e ao local do crime, analise as afirmativas a seguir. I. © tempo do crime, de acordo com 0 Cédigo Penal, é definido pelo momento em que 0 resultado ocorre. Tanto é assim, que a competéncia territorial do magistrado leva em consideragdo esse mesmo critério. II. A Teoria da Atividade foi utilizada pelo Cédigo Penal para definir 0 local do crime, tendo em vista que se considera local do crime apenas aquele em que ocorreu a ac&o ou omissao. II. Para efeitos penais, consideram-se como extensdo do territério nacional as embarcagées e aeronaves brasileiras de natureza publica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem. Assinale: a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente a afirmativa II estiver correta. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 67 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 e) se somente a afirmativa III estiver correta. 43 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA FASE) John, cidadao inglés, capitéio de uma embarcac&o particular de bandeira americana, € assassinado por José, cidado brasileiro, dentro do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de Sado Paulo. Nesse contexto, é correto afirmar que a lei brasileira a) nao é aplicavel, uma vez que a embarcac&o 6 americana, devendo José ser processado de acordo com a lei estadunidense. b) é aplicavel, uma vez que a embarcacio estrangeira de propriedade privada estava atracada em territorio nacional. c) € aplicdvel, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em territério estrangeiro, foi praticado por brasileiro. d) no € aplicdvel, uma vez que, de acordo com a Convengéo de Viena, é competéncia do Tribunal Penal Internacional processar e julgar os crimes praticados em embarcacdo estrangeira atracada em territorio de pais diverso. 44 - (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLiCIA) Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise as afirmativas a seguir. I. Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a administrag&o publica, por quem est a seu servico. II. Ficam sujeitos a lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 68 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ae DELEGADO Est gla Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 trates III. Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra o patriménio da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territério ou de Municipio quando nao sejam julgados no estrangeiro. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 45 - (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLicIA) Assinale a alternativa que apresente local que nao € considerado como extensdo do territério nacional para os efeitos penais. a) aeronaves ou embarcagées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro, desde que o crime figure entre aqueles que, por tratado ou convengo, o Brasil se obrigou a reprimi b) as aeronaves e as embarcaces brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. c) as embarcacdes e aeronaves brasileiras, de natureza publica, onde quer que se encontrem. d) aeronaves ou embarcacées estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territério nacional ou em véo no espaco aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. e) as embarcagdes e aeronaves brasileiras, a servigo do governo brasileiro, onde quer que se encontrem. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 69 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ae DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 46 - (FGV - 2008 - TCM-RJ - PROCURADOR) A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a afirmativa correta. a) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente nao se aplica aos fatos praticados durante a vigéncia de uma lei temporaria. b) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica- se aos fatos anteriores, com excecéio daqueles que ja tiverem sido objeto de sentenca condenatéria transitada em julgado. c) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos praticados anteriormente & sua vigéncia, desde que trate de crimes hediondos, tortura ou trafico de drogas, como expressamente ressalvado na Constituigéo. d) Quando um fato é praticado na vigéncia de uma determinada lei e ocorre uma mudanga que gera uma situacéo mais gravosa para o agente, ocorreré a ultratividade da lei penal mais favordvel, salvo se houver a edig&io de uma outra lei ainda mais gravosa, situagéio em que prevalecerd a lei intermediaria. e) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar 0 agente nao se aplica aos fatos praticados anteriormente, salvo se houver previsdo expressa na propria lei nova. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 70 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo - Aula 01 QUESTOES COMENTADAS 01 - (FCC - 2006 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Considerando os principios que regulam a aplicagao da lei penal no tempo, pode-se afirmar que A) nao se aplica a lei nova, mesmo que favoreca o agente de outra forma, caso se esteja procedendo a execucéio da sentenga, em razio da imutabilidade da coisa julgada. ERRADA: A lei nova se aplica, se mais benéfica, ainda que o processo esteja em fase de execucao de sentenga, nos termos do art. 2°, § Unico do CPB. B) pela abolitio criminis se fazem desaparecer 0 delito e todos os seus reflexos penais, permanecendo apenas os civis. CORRETA: Nos termos do art. 2° e 107, III do CPB. C) em regra, nas chamadas leis penais em branco com carater excepcional ou temporario, revogada ou alterada a norma complementar, desaparecera o crime. ERRADA: Nesse caso, nao desaparecera o crime, pois a lei complementar, que especifica a situacdo excepcional, quando revogada, no gera abolitio criminis. D) a lei excepcional ou temporaria embora decorrido o periodo de sua durago ou cessadas as circunstancias que a determinaram, nao se aplica ao fato praticado durante a sua vigéncia. ERRADA: A lei temporaria se aplica aos fatos ocorridos durante sua vigéncia, mesmo apés sua revogacdo, pela prépria natureza da lei, nos termos do art. 3° do CP. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 71 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados TueURSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 E) permanecendo na lei nova a definic&o do crime, mas aumentadas suas conseqiléncias penais, esta norma serd aplicada ao autor do fato ERRADA: N&o se aplicard, pois ela traz prejuizo ao réu, aplicando-se a regra geral dos efeitos da lei penal, ou seja, apenas para o futuro. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 02 - (PUC-PR - 2011 - TJ/RO - JUIZ DE DIREITO) No que tange ao tempo do crime, assinale a Gnica alternativa CORRETA. A) Considera-se praticado o ato criminoso no momento em que ocorre o seu resultado. ERRADA: Com relaco ao tempo do crime aplica-se a teoria da atividade, ou seja, é considerado momento do crime 0 momento em que é praticado 0 ato, nos termos do art. 4° do CPB. B) Considera-se praticado 0 ato criminoso quando o agente da inicio ao planejamento de sua execucéo. ERRADA: Com relaco ao tempo do crime aplica-se a teoria da atividade, ou seja, é considerado momento do crime 0 momento em que é praticado © ato, nos termos do art. 4° do CPB. Como momento da realizacéo da conduta, entende-se 0 momento em que cessam os atos executérios, nao © momento em que se inicia o planejamento da execucio, que é mero ato preparatério. C) Considera-se praticado o ato criminoso no exato momento da acdo ou omisséo, desde que o resultado almejado ocorra concomitantemente. ERRADA: Com relac&o ao tempo do crime aplica-se a teoria da atividade, ou seja, é considerado momento do crime 0 momento em que é praticado © ato, nos termos do art. 4° do CPB, INDEPENDENTEMENTE DO MOMENTO DO RESULTADO. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 72 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO felEstratégia ee SAREE FSS Prof. Renan Araujo - Aula 01 D) Considera-se praticado 0 ato criminoso no exato momento da acéo ou omiss&o, ainda que o resultado lesivo ocorra em momento diverso. CORRETA: Esta é a prefeita diccdo do art. 4° do CPB. E) Considera-se praticado 0 ato criminoso no momento da aio ou omissdo, independentemente da ocorréncia ou nao do resultado. ERRADA: Nao ocorrendo o resultado, n&o se considera praticado o crime, devendo se analisar se a lei prevé a modalidade tentada. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 03 - (FEPESE - 2012 - DPE-SC - DEFENSOR PUBLICO) A aplicac&o da lei penal no tempo e no espaco é tratada nas partes gerais do Cédigo Penal e na Lei de Contravengées Penais. Sobre a aplicagao da lei penal, é correto afirmar: A) Em face das implicagées que podem produzir nas relacdes diplomaticas, a aplicacao da lei penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro é possivel, somente, quando houver requisigéo do Ministro da Justica. B) Considera - se praticado o crime no momento e no local da acéo ou da omiss&o, ainda que outros sejam o momento e o local do resultado. C) Aplica - se aos fatos anteriores a lei penal posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente, sem prejuizo, no entanto, da coisa julgada. D) Aplicam - se as leis penais brasileiras, por forca da sua extraterritorialidade, a fatos delituosos ocorridos em embarcagées privadas de bandeira brasileira que naveguem em alto mar E) As leis penais brasileiras podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos no territério nacional quanto aqueles praticados no Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pégina 73 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) oe DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 estrangeiro, nas hipéteses previstas, mas elas somente podem ser aplicadas as contravengdes penais que forem cometidas no territério nacional. COMENTARIOS: A) ERRADA: A aplicacdo da lei penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro é possivel, pelo principio da extraterritorialidade, mas ndo em qualquer caso, somente nas hipdteses do art. 7° do CP: Art. 7° - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) I- os crimes: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Republica; (Inclufdo pela Lei n° 7.209, de 1984) ) contra o patriménio ou a fé publica da Unido, do Distrito Federal, de Estado, de Territério, de Municipio, de empresa publica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundacéo instituida pelo Poder Publico; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) ¢) contra a administragao publica, por quem esté a seu servico; (Incluido pela Lei n® 7,209, de 1984) d) de genocidio, quando 0 agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) II- os crimes: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convengéo, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) ) praticados por brasileiro; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) ¢) praticados em aeronaves ou embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro e af n&o sejam Julgados. (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) § 1° - Nos casos do inciso I, 0 agente & punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) § 2° - Nos casos do inciso I, a aplicagéo da lei brasileira depende do concurso das seguintes condicées: (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 74 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) entrar 0 agente no territério nacional; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) b) ser o fato punivel também no pais em que foi praticado; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) ©) estar 0 crime inclufdo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradicao; (Incluido pela Lei n? 7.209, de 1984) d) no ter sido 0 agente absolvido no estrangeiro ou néo ter af cumprido a pena; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) e) no ter sido 0 agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motive, néo estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favordvel. (Incluido pela Lei n? 7.209, de 1984) § 3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condigées previstas no pardgrafo anterior: (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) a) no foi pedida ou foi negada a extradicéo; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) b) houve requisicaéo do Ministro da Justica. (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) Vejam, assim, que a requisic&o do Ministro da Justica somente é cabivel numa das hipéteses, e ndo em todas. B) ERRADA: No que tange ao momento do crime, de fato, se utiliza a teoria da atividade, ou da acdo. Contudo, no que tange ao LOCAL do crime, utiliza-se a teoria da UBIQUIDADE (ou mista), sendo considerado como local do crime tanto 0 local em que se praticou a conduta quanto o local em que se produziu ou deveria se produzir 0 resultado. Vejamos: Art. 4° - Considera-se praticado 0 crime no momento da acéo ou omisséo, ainda que outro seja 0 momento do resultado.(Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Oo) Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a aco ou ‘omisss0, no todo ou em parte, bem como onde se produziv ou deveria produzir-se 0 resultado. (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 1984) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 75 de 425 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 C) ERRADA: 0 item esta errado, pois a lei nova, quando mais benéfica, iré se aplicar aos fatos anteriores, AINDA QUE TENHA HAVIDO COISA JULGADA (ou seja, sentenca penal condenatéria transitada em julgado). Vejamos: Art. 28 (...) Pardgrafo Unico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer 0 agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentenga condenatéria transitada em julgado. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) D) ERRADA: O item esta errado pois, embora seja possivel a aplicagao da lei penal brasileira, neste caso, ela ndo seré aplicada pelo principio da TERRITORIALIDADE, pois as embarcagées privadas de bandeira brasileira, quando em alto-mar, sdo consideradas extenso do territério nacional. Vejamos: Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convencées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. (RedacSo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) § 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensdo do territorio nacional as embarcagées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servigo do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcagées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 1984) E) CORRETA: © principio da territorialidade é a regra no Direito Penal, admitindo-se a extraterritorialidade em alguns casos, nos termos do art. 7° do CP, mas apenas para crimes. No que tange as contravencdes, somente so punidas quando praticadas no territério nacional, nos termos do art. 2° do Decreto-Lei 3.688/41 (Lei das Contravengées Penais): Art. 2° A lei brasileira s6 é aplicdvel 4 contravencao praticada no territério. nacional. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. Prof Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 76 de 425 Direito Penal — PC-PE (2015) ni DELEGADO fej Estrategia Teorla e exercicios comentados Con CURSOS i Prof. Renan Araujo — Aula 01 04 - (FCC - 2010 - TCE/RO - PROCURADOR) No tocante a aplicacao da lei penal, A) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime. CORRETA: No que se refere ao local do crime, a teoria adotada é a da ubiquidade. Lembrando que isso sé se aplica a crimes cuja ac&o acontece num pais e 0 resultado se verifica em outro. Quando a pluralidade é apenas de comarcas, existem regras proprias. B) a lei penal mais grave néo se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigéncia é anterior & cessac&o da continuidade ou da permanéncia, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal. ERRADA: O STF entende que, nesses casos, a lei nova mais grave deve ser aplicada, nos termos de sua simula n° 711. C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime. ERRADA: Quanto ao tempo do crime a teoria adota é a da atividade, nos termos do art. 4° do CP. D) 0 dia do fim inclui-se no cémputo do prazo, contando- se os meses e anos pelo calendério comum, desprezados os dias. ERRADA: Nos termos do art. 10, computa-se o dia do comeco, nao o do fim. Este topico nao faz parte do nosso contetido! © E) Compete ao juizo da causa a aplicagao da lei mais benigna, ainda que transitada em julgado a sentenga condenatéria, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justica. ERRADA: No caso de ja estar em fase de execucio, compete ao Juiz da execuco a aplicacao da lei mais benigna, nos termos da simula 611 do STF. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 77 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ai DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 05 - (FCC - 2014 - DPE-RS - DEFENSOR PUBLICO) Sobre 0 tempo e o lugar do crime, 0 Cédigo Penal para estabelecer a) 0 tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para estabelecer o lugar do crime, a teoria da acdo. b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da acao. c) 0 tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado. d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade. e) 0 tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da acao, e, para estabelecer o lugar do crime, a teoria da ubiquidade. COMENTARIOS: © CP adotou, como regra, a teoria da ubiquidade para o LUGAR DO CRIME e a teoria da atividade para o TEMPO DO CRIME, nos termos dos arts. 4° e 6° do CP: Tempo do crime Art. 4° - Considera-se praticado 0 crime no momento da acao ou omissao, ainda que outro seja 0 momento do resultado.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) aay Lugar do crime (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Art. 6° - Considera-se praticado 0 crime no lugar em que ocorreu a aco ou omisséo, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado,(Redacéo dada pela Lein® 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 06 - (FCC - 2014 - DPE-PB - DEFENSOR PUBLICO) A sentenca criminal condenatéria estrangeira é eficaz no direito brasileiro Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 78 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) Per DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ae Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) inclusive para fins de reincidéncia. b) somente para sujeitar 0 agente a medida de seguranga. c) somente para sujeitar o agente & reparacéo do dano, a restituicdo e outros efeitos civis. d) somente nos casos expressos de extraterritorialidade e) somente quando se tratar de crime executado no Brasil, cujo resultado se produziu no estrangeiro. COMENTARIOS: A sentenca condenatoria estrangeira é eficaz no Brasil para diversos fins, inclusive para fins de reincidéncia, nos termos do art. 63 do CP: Art. 63 ~ Verifica-se a reincidéncia quando 0 agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentenga que, no Pais ou no estrangeiro, 0 tenha condenado por crime anterior. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 117.1984) Vemos, assim, que a condenacio no estrangeiro pode gerar reincidéncia. As demais alternativas esto erradas porque reduzem o raio de eficacia da sentenga estrangeira ao colocar 0 termo “somente” nos enunciados. Portanto, a ALTERNATIVA CORRERA E A LETRA A. 07 - (VUNESP - 2014 - TJ-PA - AUXILIAR JUDICIARIO) E correto afirmar que a pena cumprida no estrangeiro a) nao é nela computada, quando de natureza idéntica. b) nao produz qualquer efeito, para os fins de atenuacao ou de agravaciio de penas no Brasil pelo mesmo crime. c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza idén' Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 79 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ree ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza diversa. e) é nela computada, quando de natureza diversa. COMENTARIO: A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil, se forem diversas, Se forem idénticas, é nela computada, ou seja, a pena cumprida no estrangeiro 6 computada na pena aplicada no Brasil: Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idénticas. (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 08 - (VUNESP - 2014 - CAMARA DE SAO JOSE DOS CAMPOS - ADVOGADO) Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territério nacional, nos termos do quanto determina o art. 5.°, §1.° do CP, as embarcacées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servigo do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como a) as aeronaves oficiais de chefes de Estado estrangeiro que estejam pousadas em solo nacional. b) as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. c) as dreas de embaixadas e consulados brasileiros, além das residéncias particulares de diplomatas instalados em paises que mantém relagées de amizade com o Brasil. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 80 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ree ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 d) as embarcacées e aeronaves de guerra estrangeiras, desde que estacionadas em nosso mar territorial ou desde que sobrevoando © espaco aéreo correspondente ao territério nacional. ) as embarcagées mercantes e de propriedade privada, seja qual for sua bandeira, desde que estejam estacionadas ou em transito em area de mar internacional préxima ao mar territorial do Brasil COMENTARIOS: Nos termos do art. 5°, §1° do CP, consideram-se extenso do territério brasileiro as embarcacées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. Vejamos: Art. 5 (...) § 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensdo do territério nacional as embarcagées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 09 - (ESAF - 2010 - MTE - AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - PROVA 2) Camargo, terrorista, tenta explodir agéncia do Banco do Brasil, na Franca. Considerando o principio da extraterritorialidade incon jonada, previsto no Cédigo Penal brasileiro, é correto afirmar que: A) Camargo sé pode ser processado criminalmente na Fransa. B) O Estado brasileiro nado tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pégina 81 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ns DELEGADO gla Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Estrat woURSOS C) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na Franca, no poderé ser preso no Brasi D) © fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crim na Franga. E) Mesmo Camargo tendo sido julgado na Franca, poderd ser julgado no Brasil. COMENTARIOS: Trata-se aqui de hipotese de aplicacdo do principio da extraterritorialidade incondicionada, aplicando-se a lei brasileira, j4 que se trata de crime praticado em detrimento de bens de sociedade de economia mista (Banco do Brasil). Vejamos: Art. 7° - Ficam sujeitos 4 lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redagdo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) I- os crimes: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Republica; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) ) contra 0 patriménio ou a fé publica da Uniéo, do Distrito Federal, de Estado, de Territério, de Municipio, de empresa publica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundacéo Institulda pelo Poder Publico; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) ©) contra a administracao publica, por quem esté a seu servico; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) d) de genocidio, quando 0 agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) (od § 1° - Nos casos do inciso I, 0 agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a alternativa correta é a letra E. 10 - (VUNESP - 2014 - CAMARA DE SAO JOSE DOS CAMPOS - ADVOGADO) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 82 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ai DELEGADO felEstratégia ee a dad Prof. Renan Araujo - Aula 01 De acordo com o art. 8.° do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil, quando diversas, ou nela é computada, quando idénticas, desde que as penas digam respeito a) ao mesmo crime. b) a crimes da mesma espécie. c) a condenacées no transitadas em julgado. d) a crimes que nao sejam classificados como atentatérios a dignidade da pessoa humana. e) a crimes que nao estejam inseridos no rol daqueles que, por convengao ou tratado internacional, o Brasil tenha se obrigado a combater. COMENTARIOS: A regra do art. 8° do CP (pena cumprida no estrangeiro) s6 se aplica em relag3o ao MESMO CRIME. Vejamos: Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idénticas. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 11 - (VUNESP - 2014 - SAAE-SP - PROCURADOR JURIDICO) Durante o regular curso de processo penal, passa a vigorar lei nova, que deixa de considerar o fato imputado na deniin-cia como criminoso. Nessa hipétese, deve o juiz a) absolver o acusado. b) decretar a prescricdo e arquivar o proceso. c) decretar a extingao da punibilidade do acusado. d) encaminhar os autos ao tério Publico, a fim de que adite a denuncia. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 83 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) oat DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados oucursos Prof. Renan Araujo — Aula 01 e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que © fato foi cometido sob a égide da lei antiga. COMENTARIOS: Ocorrendo a chamada abolitio criminis, dever o Juiz declarar EXTINTA A PUNIBILIDADE do acusado, por forca do art. 107, III do CP: Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (od III - pela retroatividade de lei que néo mais considera 0 fato como criminoso; Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 12 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - PRIMEIRA FASE (OUT/2011) Acerca da aplicacéo da lei penal no tempo e no espaco, assinale a alternativa correta. A) Se um funcionario publico a servico do Brasil na Italia praticar, naquele pais, crime de corrupcao passiva (art. 317 do Cédigo Penal), ficara sujeito a lei penal brasi extraterritorialidade. ira em face do prin B) O ordenamento juridico-penal brasileiro prevé a combinacao de leis sucessivas sempre que a fusdo puder beneficiar o réu. C) Na ocorréncia de sucessdo de leis penais no tempo, néo sera possivel a aplicacéo da lei penal intermedidria mesmo se ela configurar a lei mais favoravel. D) As leis penais tempordrias e excepcionais so dotadas de ultra- atividade. Por tal motivo, sao aplicaveis a qualquer delito, desde que seus resultados tenham ocorrido durante sua vigéncia. COMENTARIOS: Nos termos do art. 7°, I, c do CP, os crimes praticados contra a administragéo publica, por quem esta a seu servico (hipdtese do Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pégina 84 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados CoN cuRS Os Prof. Renan Araujo — Aula 01 crime de corrupcéio passiva), s&o crimes abarcados pelo principio da extraterritorialidade, aplicando-se a lei brasileira a tais crimes, ainda que praticados no estrangeiro. Desta forma, a letra A é correta. Vejamos: Art. 7° - Ficam sujeitos & lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redag&o dada pela Lei n° 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (3) ) contra a administracéo publica, por quem esté a seu servico; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) As demais esto incorretas, eis que a jurisprudéncia nao vem admitindo a combinag30 de leis penais, embora haja alguns julgados em sentido contrario (letra b). Na sucesso de diversas leis penais, aplicar-se-A sempre a lei mais favoravel ao acusado, ainda que essa lei venha ser posteriormente revogada por uma mais gravosa (lei intermedidria mais benéfica), estando a letra C errada também. As leis penais tempordrias e excepcionais séo, de fato, dotadas de ultra atividade, aplicando-se aos delitos COMETIDOS durante sua vigéncia, ainda que o resultado se dé posteriormente e ainda que ela venha a ser revogada, eis que a revogacao é inerente & prépria natureza destas leis Portanto, a afirmativa CORRETA E A LETRA A. 13 - (ESAF - 2012 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL) Considerando a le prudéncia a respeito stituto da lacdo, a doutrina e a jul da aplicagao da lei penal no tempo, com relacao ao abolitio criminis, analise as assertivas abaixo e assinale a opcéo correta. I. A abolitio criminis pode ser aplicada para delitos tributarios. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 85 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados rene wee Prof. Renan Araujo — Aula 01 II. A lei penal pode retroagir para prejudicar o réu j4 condenado em transito em julgado e tal instituto denomina-se abolitio criminis. III. A obrigagao de indenizar o dano causado pelo crime, oriunda de efeito da condenagéo penal, desaparece com a abolitio criminis. IV. 0 instituto da abolitio criminis nao é aceito pela jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal. a) Todos esto corretos. b) Somente I esta correto. c) I e IV esto corretos. d) Ie III esto corretos. e) II e IV estao corretos. COMENTARIOS: I - CORRETA: Néo ha qualquer vedaco a aplicacao da abolitio criminis aos delitos tributdrios. A abolitio criminis, que nada mais € que o fenémeno da "abolicéo da conduta considerada criminosa" em razdo da superveniéncia de Lei que passa a ndo considerar mais 0 fato como criminoso. Isso consta no art. 2° do CP: Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execugao e os efeitos penais da sentenca condenatéria. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) II - ERRADA: A lei penal MAIS GRAVE néo pode retroagir para alcancar fatos passados (sé a lei mais benéfica pode). O instituto da abolitio criminis € que o fenémeno da “aboliggo da conduta considerada criminosa" em razo da superveniéncia de Lei que passa a nao considerar mais 0 fato como criminoso; Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 86 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO felEstratégia ee a dad Prof. Renan Araujo - Aula 01 Ill - ERRADA: A abolitio criminis faz desaparecer, apenas, os efeitos penais da condenac&o, nos termos do art. 2° do CP. O dever de reparar o dano é um efeito civil, nao penal. IV - ERRADA: Nao ha qualquer objecao da Jurisprudéncia a este principio. Assim, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 14 - (ESAF - 2012 - CGU - ANALISTA DE FINANGAS E CONTROLE) A respeito das disposicées relativas 4 aplicacdo da Lei penal no tempo e no espaco, é correto afirmar que a) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ressalvados os decididos por sentenga condenatéria transitada em julgado. b) considera-se praticado o crime no momento da acéo ou omissio, dependendo, para sua aplicacio do momento do resultado. c) aplica-se a lei brasileira, respeitadas as convencées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. d) a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigéncia é anterior 4 cessacgéo da continuidade ou da permanéncia. e) langar ao mar, com intuito de tirar-Ihe a vida, tripulante de embarcacéo estrangeira de propriedade privada, achando-se a embarcagao nao atracada em porto brasileiro, é hipétese de crime que no se sujeita a lei brasileira. COMENTARIOS: A) ERRADA: A lei posterior que beneficia 0 agente (lex mitior) se aplica Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 87 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 aos fatos passados, AINDA QUE DECIDIDOS POR SENTENGA TRANSITADA EM JULGADA. Basta uma simples leitura do art. 2, § Unico do CP: Art. 29 (...) Pardgrafo Unico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, eplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentenca condenatéria transitada em julgado. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) B) ERRADA: O tempo do crime, segundo a teoria adotada pelo CP (Teoria da atividade) 6 0 momento em que praticada a aco ou omissio, independentemente do momento do resultado. Nos termos do art. 4° do ci Art. 4° - Considera-se praticado o crime no momento da acao ou omissao, ainda que outro seja 0 momento do resultado.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) C) ERRADA: Esta afirmativa se resolve pela andlise simples do art. 5° do cP: Art, 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convengées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. (Redagéo dada pela Lei n® 7.209, de 1984) A Banca deu a afirmativa como ERRADA, mas, a meu ver, ela esta correta, eis que, de fato, a lei brasileira poderd nao ser aplicada a um crime cometido no territério nacional quando houver regulamentagao em contrario em algum tratado internacional. PORTANTO, CABERIA RECURSO! D) CORRETA: Essa questo é a transcrigdo literal da simula n° 711 do STF. Vejamos: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGENCIA E ANTERIOR A CESSAGAO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANENCIA. E) ERRADA: A afirmativa esta errada, pois n3o hd como afirmar categoricamente que nao se aplicara a lei brasileira, eis que poderd se Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 88 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) oat DELEGADO Estratégia Teoria e exerccios comentados Oucursos Prof. Renan Araujo — Aula 01 tratar de um caso de extraterritorialidade, ao qual se aplicaré a lei brasileira (Por exemplo: O agente ser brasileiro). Vejamos: Art. 72 - Ficam sujeitos 4 lel brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Cod) I ~ os crimes: (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) an) b) praticados por brasileiro; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a alternativa CORRETA E A LETRA D. 15 - (ESAF - 2007 - AGU/PFN - PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL) s da A luz da aplicacdo da lei penal no tempo, dos pri ante: idade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as afirmacgées abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de marco de 2005, aboliu o crime de adultério: I, Caso Mévio j4 tenha sido condenado antes de marco de 2005, permaneceré sujeito a pena prevista na sentenca condenatoria. II. A lei penal pode retroagir em algumas hipéteses. III. Caso Mévio ndo tenha sido condenado no primeiro grau de idade desde que a jurisdicao, poderé ocorrer a extinco de punibi mesma seja provocada pelo réu. IV. Na hipétese, ocorre o fenémeno da abolitio crimi a) Todas esto corretas. b) Somente I esta incorreta. c) Le IV esto corretas. d) I e III estdo corretas. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 89 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 e) II e IV estado corretas. COMENTARIOS: AFIRMATIVA I - ERRAD) : A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais da condenacdo, de forma que Mévio deveria ser solto, pela extinc&o da punibilidade; AFIRMATIVA II - CORRETA: A lei penal retroage sempre que for mais benéfica ao réu, nao havendo possibilidade de retroatividade in pejus (para prejudicar 0 réu); AFIRMATIVA III - ERRADA: A extincao da punibilidade é automatica, nado dependendo de provocacao do réu; AFIRMATIVA IV - CORRETA: De fato, tendo lei nova deixado de considerar 0 fato como crime, ocorre a abolitio criminis, prevista no art. 2°, § Unico do CP; Portanto, estando as afirmativas II e IV corretas, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 16 - (FGV - 2013 - OAB - XI EXAME UNIFICADO) No ano de 2005, Pierre, jovem francés residente na Bulgaria, atentou contra a vida do entdo presidente do Brasil que, na ocasiéo, visitava o referido pais. Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre foi absolvido. Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta. A) Nao é aplic4vel a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no estrangeiro, nao ficou satisfeita uma das exigéncias previstas a hipétese de extraterritorialidade condicionada. B) E aplicdvel a lei penal brasileira, pois 0 caso narrado traz hipétese de extraterritorialidade incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato nao tenha sido alcancado por nenhuma causa extintiva de punibilidade no estrangeiro. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 90 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 C) E aplicavel a lei penal brasileira, pois 0 caso narrado traz hipétese de extraterritorialidade —incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido no estrangeiro. D) Nao é aplicdvel a lei penal brasileira, pois como o agente é estrangeiro e a conduta foi praticada em territério também estrangeiro, as exigéncias relativas a extrate condicionada néo foram satisfeitas. COMENTARIOS: A questo traz uma _hipdtese de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA da aplicacéo da lei penal brasileira, pois se trata de atentado a vida do Presidente da Republica. Vejamos: Art. 7° - Ficam sujeitos 4 lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redago dada pela Lei n® 7.209, de 1984) I- 0s crimes: (Redacao dada pela Lef n° 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Republica; (Inclufdo pela Lei n° 7.209, de 1984) Nesse caso, a lei penal brasileira é aplicdvel AINDA que o agente tenha sido absolvido ou condenado no exterior. Vejamos: Art. 79 (...) § 19 - Nos casos do inciso I, 0 agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 17 - (FEPESE - 2013 - DPE-SC - TECNICO ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa correta de acordo com 0 Direito Penal. A) A lei penal é irretroativa. B) Na contagem de prazo no Direito Penal computa-se o dia de e exclui-se o dia final. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 91 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Concunsos Prof. Renan Araujo - Aula 01 C) Nao se admite a ultra-atividade da lei no direito penal. D) O dia de ii contagem do prazo ser considerado o icio € excluido no Direito Penal, devendo-se na final. E) As fracées de dias, e, na pena de multa, as fracdes de pecinia, deverao sempre ser consideradas para fins de execucao da pena. COMENTARIOS: A) ERRADA: Em regra a lei penal é irretroativa, mas ira retroagir quando for benéfica ao réu, nos termos do art. 2°, § Unico do CP. B) CORRETA: Esta é a forma correta de contagem dos prazos penais, nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - 0 dia do comeco inclui-se no cémputo do prazo. Contam-se os dias, ‘0s meses e os anos pelo calendério comum. (Redagéo dada pela Lei n? 7.209, de 11.7.1984) C) ERRADA: Admite-se a ultra-atividade da lei no direito penal. A ultra- atividade é a produgdo de efeitos apés a revogacao da lei. No direito penal ela iré ocorrer quando a lei for revogada por uma mais gravosa. Neste caso, ela continuaré a reger os fatos praticados durante sua vigéncia. D) ERRADA: Nos termos do art. 10, inclui-se 0 dia do comeco. A sistematica apontada no item é utilizada no processo penal. E) ERRADA: As fragées de dia e as fragdes de cruzeiro (atualmente, fracées de real) no séo computadas na execuc&o da pena, por forca do art. 11 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 18 - (FEPESE - 2013 - DPE-SC - ANALISTA TECNICO) © Cédigo Penal brasileiro adotou qual teoria para definir 0 local do crime? Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 92 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ni DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ConcuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 A) Teoria da acdo B) Teoria do resultado C) Teoria da ado mista D) Teoria do resultado objetivo E) Teoria mista ou da ubiguidade COMENTARIOS: 0 CP adotou, para fins de fixag3o do local do crime, a teoria da ubiquidade (ou mista), considerando-se como local do crime tanto o lugar da execuco quando o lugar em que se produz (ou deva se produzir) 0 resultado. Vejamos: Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a acéo ou ‘omissé0, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 19 - (FCC - 2013 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB - PROCURADOR) No direito brasileiro, o lugar do crime define-se pela teoria a) da equidistancia. b) do efeito intermé: c) da ubiquidade. d) monista. e) vicariante. COMENTARIOS: A teoria que explica o lugar do crime é a teoria da ubiquidade, pois se considera como lugar do crime o local em que ocorreu a aco ou omiss&o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 0 resultado, nos termos do art. 6° do CP: Lugar do crime (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 93 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados SweuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 Art. 6° - Considera-se praticado 0 crime no lugar em que ocorreu a acdo ou ‘omisséo, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 0 resultado. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 20 - (FUNCAB ~ 2013 - PC-ES - ESCRIVAO) © marinheiro Jonas matou seu colega de farda a bordo do navio- escola NE Brasil, da Marinha Brasileira, quando o navio estava em Aguas sob soberania do Japao. Assim: a) a lei penal brasileira sera aplicada ao caso, em razio do principio da territorialidade. b) a lei penal brasileira sera aplicada ao caso, em razéo do principio do pavilhao. c) a lei penal brasileira sera ap! ao caso, em razio do principio da justica universal. d) a lei penal brasileira sera aplicada ao caso, em razio do principio da defesa. e) a lei penal japonesa sera aplicada ao caso, em razao do crime ter ocorrido em Aguas sob soberania do Japio. COMENTARIOS: Neste caso, como o crime ocorreu em embarcacéo do Governo Brasileiro, aplica-se a lei penal pelo principio da TERRITORIALIDADE, pois esta embarcagéo é considerada territério nacional por extenso. Vejamos: Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convencées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. (RedacSo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) § 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensdo do territério nacional as embarcacées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espago aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 94 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 21 - (FUNCAB - 2013 - PC/ES - MEDICO) Segundo o Cédigo Penal, considera-se praticado o crime no lugar: a) em que ocorreu 0 resultado, pouco importando a ado ou a inteng&o do agente, adotando-se a teoria do resultado ou do evento. b) no qual se realizou a conduta tipica, sendo irrelevante a localizagao dos efeitos do crime, adotando-se a teoria da acdo ou da ai jade. c) onde, segundo a intencg’o do agente, deveria ocorrer o resultado, adotando-se a teoria da intencao. d) em que se verificou 0 ato executivo, independentemente do local do resultado, adotando-se a teoria da acao a distancia ou da longa mao. e) tanto onde ocorrida a acdo quanto onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado, ou ainda no lugar do bem juridico atingido, adotando-se a teoria pura da ubiquidade, mista ou unitdria. COMENTARIOS: A teoria que explica o lugar do crime é a teoria da ubiquidade, pois se considera como lugar do crime o local em que ocorreu a ac&o ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 0 resultado, nos termos do art. 6° do CP: Lugar do crime (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Art. 6° - Considera-se praticado 0 crime no lugar em que ocorreu a aco ou omisséo, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 95 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ai DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ree ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 22 - (FUNCAB - 2013 - PC/ES - PERITO) © Cédigo Penal dispée que ninguém seré punido por fato que determinada lei posterior deixe de considerar crime. Essa retroatividade da lei penal mais benigna, pode ser denominada como: a) desisténcia voluntaria. b) sistema vicariante. c) arrependimento eficaz. d) abol criminis. e) prescrigao. COMENTARIOS: A lei penal posterior que estabelecer que a conduta no sera mais considerada crime estara provocando a ocorréncia do fenémeno da abolitio criminis, previsto no art. 2° do CP: Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execucdo e os efeitos penais da sentenca condenatéria. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 23 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA) A respeito da aplicagdo da lei penal quanto ao tempo, considera- se praticado o crime no momento a) da aco ou omissdo, ainda que outro seja o momento do resultado. b) em que o agente der i aos atos preparatérios, ainda que So. no tenha ocorrido ago ou o c) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro o momento da aco ou omissao. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 96 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ree we Prof. Renan Araujo — Aula 01 d) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro o momento da ago ou omissao. e) em que o agente concluir os atos preparatérios, ainda que ndo tenha ocorrido aco ou omissao. COMENTARIOS: Os atos preparatérios no s&o considerados integrantes do iter criminis, ou seja, nao séo atos puniveis. Assim, as alternativas B e E esto incorretas, de plano. Quanto as demais alternativas, podemos afirmar que o CP adotou a teoria da atividade quanto ao tempo do crime, ou seja, considera-se praticado quando aco ou omissao (art. 4° do CP), motivo pelo qual a alternativa A estd correta, sendo as alternativas C e D, erradas. Portanto, a alternativa CORRETA E A LETRA A. 24 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA) A respeito da aplicacdo da lei penal, no que concerne 4 contagem dos prazos, de acordo com o Cédigo Penal, é correto afirmar que a) 0 dia do comeso nao se inclui no cémputo do prazo, mas inclui- se fracdo deste. b) 0 dia do comego inclui-se no cémputo do prazo, mas néo se inclui fracao deste. c) 0 dia do comego ou frag&o deste nao se inclui no cémputo do prazo. d) 0 dia do comego ou fracdo deste inclui-se no cémputo do prazo. e) os prazos em meses so contados pelo numero real de dias e nao pelo calendario comum. COMENTARIOS: Nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - O dia do comego inclui-se no cémputo do prazo. Contam-se os dias, ‘05 meses € os anos pelo calendario comum. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 97 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 Como se vé, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados de forma a incluir 0 dia do comego. O art. 11 do CP, por sua vez, diz 0 seguinte: Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as fracdes de dia, e, na pena de multa, as fragées de cruzeiro. Desta maneira, se 0 autor do crime é condenado a 9 dias de prisio, aumentada de metade (9 + 4,5 = 13,5) a pena sera de 13 dias, desprezando-se as 12 horas do calculo. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 25 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) Dispée 0 artigo 10 do Cédigo Penal: "Nao ha crime sem lei anterior que o defina. Nao ha pena sem prévia cominagio legal". Tal dispositivo legal consagra o principio da a) ampla defesa. b) legalidade. c) presungSo de inocéncia. d) dignidade. e) isonomia. COMENTARIOS: Trata-se de descricéo do principio constitucional da legalidade, que, conforme se extrai da prépria redac&o do artigo, divide- se em Principio da anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislative que obedega ao processo legislativo previsto na Constituicéo, no servindo MP ou Decreto); Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 98 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO felEstratégia ee ae Prof. Renan Araujo — Aula 01 26 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) Em matéria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer © agente, aplica-se aos fatos anteriores, a) desde que o representante do Ministério Publico ndo tenha apresentado a denincia. b) desde que a autoridade policial ainda néo tenha instaurado inquérito policial a respeito. c) ainda que decididos por sentenca condenatéria transitada em julgado. d) desde que ainda no tenha sido recebida a denuncia tério Publico. apresentada pelo e) desde que a sentenca condenatéria ainda no tenha transitado em julgado. COMENTARIOS: A lei penal mais favordvel se aplica aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor, ainda que decididos por sentenca condenatéria transitada em julgado. Esta é a previsdo contida no art. 2°, § Unico do CP. Além disso, 0 STJ possui verbete de stimula (n° 611) determinando que, nos casos de processo j4 em fase de execucao, compete ao Juiz da execucao aplicar a lei nova mais benéfica, e ndo ao Juiz que proferiu a sentenca. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 27 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) No que tange a aplicacao da lei penal, considere: I. crime cometido no estrangeiro contra a administrac&o publica, por quem esté a seu servico; Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pégina 99 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 II. crime de genocidio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; III. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que nado é punivel no pais em que foi praticado. Dentre os crimes acima, ficam sujeitos a | APENAS em brasileira os indicados a) I. b) II. c) le It. d)Telmr. e) IeIIr. COMENTARIOS: A afirmativa I estd correta, pois os crimes praticados contra a administrac&o publica no estrangeiro, sé serdo submetidos a lei brasileira quando praticados por quem esté a seu servico, nos termos do art. 7°, I, cdo CP: Art, 7° - Ficam sujeitos & lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: Ios crimes: Oo) ¢) contra a administrac&o publica, por quem esté a seu servico; A afirmativa II também esté correta, pois trata-se do principio do domicilio, aplicando-se lei brasileira ao crime cometido por pessoa domiciliada no Brasil, ndo havendo qualquer outra condicéo. Sé6 hd uma hipotese de aplicagao deste principio na lei penal brasileira, e é a prevista no art. 7°, I, “d” do CPB: “Art. 7° - Ficam sujeitos 4 Jei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: Od d) de genocidio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;” Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 100 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados TueuRSOS Prof. Renan Araujo — Aula 01 A afirmativa III esta errada, pois a aplicac&o da lei penal brasileira, nesta hipotese, depende de algumas condicdes: § 20 - Nos casos do inciso I, a aplicacéo da lel brasileira depende do concurso das seguintes condicées: (Incluide pela Lei n® 7.209, de 1984) a) entrar 0 agente no territério nacional; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) b) ser o fato punivel também no pais em que foi praticado; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) ©) estar o crime incluido entre aqueles pelos quails a le/ brasileira autoriza 2 extradicao; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) d) ndo ter sido 0 agente absolvido no estrangeiro ou nao ter af cumprido a pena; (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) e) no ter sido 0 agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, néo estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favordvel. (Incluido pela Lei n® 7.209, de 1984) Assim, a lei penal brasileira s6 sera aplicavel a estes crimes caso estejam presentes todas estas condigdes. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 28 - (FCC - 2007 - MPU - TECNICO) E certo que se aplica a lei brasi de ‘a aos crimes praticados a bordo a) embarcagées mercantes brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro. b) embarcagées mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro. c) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaco aéreo estrangeiro. d) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto estrangeiro. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 101 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ae DELEGADO Est tra at, egia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 e) embarcacéo estrangeira de propriedade privada que esteja em mar territorial brasileiro. COMENTARIOS: Aqui, devemos entender, primeiro, 0 principio da Representagao ou da Bandeira. Por este principio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarcacées privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no pais em que ocorreu o crime, este no for julgado. Assim, se um cidaddo mexicano comete um crime contra um cidadao alem&o, a bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aérea brasileira, enquanto esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Principio da Bandeira, a este crime podera ser aplicada a lei brasileira, caso nao seja julgado pelo Judiciario americano. A previsdio esté no art. 7°, II, “c” do CPB: Art. 7° - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 6) I 0s crimes: 6.) c) praticados em aeronaves ou embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro e af néo sejam Julgados. Percebam que a lei penal brasileira até pode ser aplicada a este crime, mas sé no caso de ele ndo ser julgado no local onde ocorreu. Assim, estamos diante de um caso de extraterritorialidade condicionada (ao ndo- julgamento no local do crime). As quatro primeiras alternativas se referem a crimes cometidos nesta situacéo, mas sem fazer a ressalva (condig&o) de que eles no tenham sido julgados no pais onde ocorreram. Desta forma, as quatro estdo erradas. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 102 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ni DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 A alternativa correta é a letra E, que trata de caso de simples aplicacao do principio da territorialidade, pois o mar territorial brasileiro é considerado nosso territério e, desta forma, qualquer crime cometido neste espaco, esta sujeito aplicago da lei brasileira. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 29 - (FCC - 2010 - SEFIN/RO - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS) Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos a bordo de I. embarcagées brasileiras de propriedade privada que estejam em mar territorial estrangeiro. II. aeronaves brasileiras a servico do governo brasileiro que estejam em espaco aéreo estrangeiro. III. embarcagées estrangeiras de propriedade privada que estejam em mar territorial brasileiro. Esta correto o que se afirma APENAS em a)Iett. b) Temi. c) II. d) We Itt. e) I. COMENTARIOS: Vamos analisar todos os itens: I - ERRADA: Os crimes praticados dentro de aeronaves e embarcaces privadas brasileiras somente sero julgados pela Lei brasileira se nao forem julgados no pais em que cometidos, nos termos do art. 7°, II, c do cP: Art. 79 - Ficam sujeitos 4 lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (RedagSo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) (od Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 103 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) DELEGADO faEstratégia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 IT - os crimes: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Oo) ¢) praticados em aeronaves ou embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro e ai néo sejam julgados. (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) II - CORRETA: Os crimes cometidos a bordo de aeronaves brasileiras a servico do governo brasileiro seréo sempre julgados pela Lei brasileira, ainda que se encontrem no estrangeiro, pois s8o considerados como extensao do territério nacional. Vejamos: Art, 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convengées, tratados e regras de direito internacional, a0 crime cometido no territério nacional. (Redaco dada pela Lei n® 7.209, de 1984) § 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensdo do territério nacional as embarcagées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a service do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) III - CORRETA: Os crimes praticados a bordo de aeronaves e embarcagées estrangeiras de propriedade privada serao julgados pela Lei brasileira quando estas estiverem em territério nacional no momento da pratica do delito. Vejamos: Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convencées, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territério nacional. (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 1984) 2) § 2° - E também aplicdvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcagées estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territério nacional ou em v6o no espaco aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redacao dada pela Lei n? 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 108 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO fej Estrategia Teorla e exercicios comentados rene wee Prof. Renan Araujo — Aula 01 30 - (FCC - 2013 - TRT 6 - JUIZ DO TRBALAHO) No tocante a aplicacao da lei penal, correto afirmar que: a) 0 dia do comeco inclui-se no cémputo do prazo. b) a lei penal excepcional ou temporéria nao se aplica ao fato praticado durante a sua vigéncia, se decorrido o periodo de sua duraco ou cessadas as circunsténcias que a determinaram. c) se considera praticado 0 crime no momento do resultado. d) as regras gerais do Cédigo Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, da que esta disponha de modo diverso. e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, desde que n&o decididos por sentenga condenatéria transitada em julgado. COMENTARIOS: A) CORRETA: Nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - O dia do comeso inclui-se no cémputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendario comum. (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) B) ERRADA: Item errado porque as leis excepcionais ou tempordrias so ultra-ativas, ou seja, continuam a reger os fatos praticados durante sua vigéncia mesmo apés o decurso de seu prazo de validade, nos termos do art. 3° do CP. C) ERRADA: Item errado, pois 0 CP adotou, quanto ao tempo do crime, a teoria da atividade, ou seja, o crime se considera praticado no momento da conduta, nos termos do art. 4° do CP. D) ERRADA: Em razéo da subsidiariedade do CP em relacao as leis especiais, as normas do CP somente serdo aplicaveis a estas quando as leis especiais no dispuserem de forma diversa, nos termos do art. 12 do cP. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 105 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Con cuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 E) ERRADA: Item errado, pois esta lei serd aplicavel ainda que o fato ja tenha sido decidido por sentenca transitada em julgado, nos termos do art. 29, § Unico do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 31 - (FCC - 2013 - TCE-SP - PROCURADOR) José foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente @ época do fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relagdo a condenacio imposta a José, se a sentenca ja tiver transitado em julgado, a) as duas leis novas retroagem. b) apenas a lei que aboliu o delito retroage. c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage. d) as duas leis novas nao retroagem. e) as duas leis sé retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplicacao a casos pretéritos. COMENTARIOS: Neste caso, as duas leis iro retroagir. Primeiro a lex mitior (lei nova mais benéfica). Depois ird retroagir a lei abolitiva, por ser ainda mais benéfica que a anterior, nos termos do art. 2° e seu § Unico do CP: Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execugao e os efeitos penais da sentenca condenatéria. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Pardgrafo Unico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decidides por sentenca condenatéria transitada em julgado. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 108 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados rene wee Prof. Renan Araujo — Aula 01 32 - (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL/SP - PROCURADOR) Pode caracterizar situagéo de extraterrito idade condicionada da lei penal brasileira sua aplicacao aos crimes a) cometidos em embarcacées privadas brasileiras, quando navegando em alto-mar. b) cometidos em embarcacées privadas brasi quando navegando em territério estrangeiro. ¢) cometidos contra o pati quando navegando em alto-mar. d) de genocidio, cometidos em quaisquer embarcacées, navegando em alto-mar ou em tert 0, desde que o agente seja brasi e) cometidos em embarcagées publicas bra iras, quando navegando em territério estrangeiro. COMENTARIOS: As hipéteses de extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira estéo previstas no art. 7°, II do CP: Art. 7° - Ficam sujeitos 4 lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (RedagSo dada pela Lei n® 7.209, de 1984) (ea IT- 0s crimes: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou conveng&o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluido pela Lei n? 7.209, de 1984) ©) praticados em aeronaves ou embarcag6es brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro e ai ndo sejam julgados. (Incluido pela Lei n? 7.209, de 1984) (2) § 2° - Nos casos do inciso II, a aplicacéo da lei brasileira depende do concurso das seguintes condicées: (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br gina 107 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 a) entrar 0 agente no territério nacional; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) b) ser o fato punivel também no pais em que foi praticado; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) ©) estar 0 crime incluido entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradicS0; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) d) nao ter sido 0 agente absolvido no estrangeiro ou nao ter ai cumprido a pena; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 1984) e) no ter sido 0 agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motive, néo estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favordvel. (Incluido pela Lei n? 7.209, de 1984) Vemos, assim, que a letra B traz uma hipdtese de aplicagaéo condicionada da lei penal brasileira a um crime cometido fora do territério nacional. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 33 - (VUNESP - 2011 - TJ-RJ - JUIZ) Pedro é sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele como prego do resgate. Enquanto Pedro est privado da sua liberdade, é promulgada lei aumentando a pena cominada ao crime de extorséo mediante sequestro, previsto no art. 159, do Cédigo Penal. Os agentes séo presos em flagrante, e Pedro, libertado pela policia, mas somente apés a entrada em vigor da alteracao legislativa. A pena a ser mposta aos agentes do sequestro, neste caso, sera: a) a pena anteriormente prevista, pelo p1 jade da lei penal benéfica. b) a pena anteriormente prevista, pois a extorséo mediante sequestro é crime instantaneo de ef 0s permanentes. c) a pena prevista pela nova pelo principio da retroatividade da lei penal. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 108 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ni DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 d) a pena prevista pela nova legislacdo, pois a extorséo mediante sequestro é crime permanente. COMENTARIOS: No caso em tela, como o crime de extorsdo mediante sequestro é um crime permanente, serd aplicada a lei que vigorava quando cessou a atividade criminosa, ou seja, a lei nova, pois ela chegou a vigorar DURANTE a pratica do delito (logo, néo se trata de retroatividade). Aplica-se, aqui, 0 verbete de simula n° 711 do STF: Stimula 711 do STF "A lei penal mais grave aplica-se a0 crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigéncia é anterior 4 cessagao da continuidade ou da permanéncia. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 34 - (VUNESP - 2011 - TJ-SP - TITULAR NOTARIAL) Assinale a alternativa que indica hipétese de nao aplicacao da lei penal brasileira. a) Crime praticado em navio de cruzeiro italiano, navegando em mar territorial brasileiro. b) Cri mar territorial australiano. ¢ praticado em navio de guerra brasileiro, navegando no c) Crime praticado em lancha de recreio brasileira no mar territorial uruguaio. cacao de Reais (artigo 289 do Cédigo Penal) praticada na COMENTARIOS: No caso em tela, apenas a hipétese de alternativa C nao representa uma situago de aplicaco da lei penal brasileira. Isto porque a lancha particular de bandeira brasileira NAO é extensdo do territério nacional quando em mar territorial de outro pais. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br na 109 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 Contudo, até seria possivel a aplicacéo da lei brasileira a este crime, desde que o crime nao fosse julgado no pais de origem, mas esta informac&o nao consta no item, de forma que nao devemos presumi-la. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 35 - (VUNESP - 2010 - MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA) Considere que um individuo, de nacionalidade chilena, em territério argentino, contamine a Agua potavel que sera utilizada para distribuic&o no Brasil e Paraguai. Considere, ainda, que neste Ultimo pais, em razéo da contaminagao, ocorre a morte de um cidaddo paraguaio, sendo que no Brasil é ado, apenas, um equatoriano. De acordo com a regra do art. 6.°, do nosso Cédigo Penal ("lugar do crime"), considera-se o crime praticado a) na Argentina, apenas. b) no Brasil e no Paraguai, apenas. ¢) no Chile e na Argentina, apenas. d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas. e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador. COMENTARIOS: 0 CP brasileiro adotou a teoria da UBIQUIDADE em relag&o ao lugar do crime. Vejamos: Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a aco ou omissé0, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 1984) Assim, podemos perceber que, PELA LEI BRASILEIRA, o crime seria punido apenas na Argentina (onde foi praticado), no Paraguai e no Brasil (onde o resultado ocorreu). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 110 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 36 - (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) A norma inserida no art. 7.°, inciso II, alinea do Cédigo Penal - Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados por brasileiro - encerra o principio a) da universalidade ou da justica mundial. b) da territorialidade. c) da nacionalidade ou da personalidade ativa. d) real, de defesa ou da protegao de interesses. COMENTARIOS: Tal norma encerra o principio da personalidade ativa, ou principio da nacionalidade, conforme definig&o dada pela doutrina penal. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 37 - (VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ) © Cédigo Penal Brasileiro, em seu art. 6.°, como lugar do crime, adota a teoria a) da atividade ou da acao. b) do resultado ou do evento. c) da ago ou do efeito. d) da ubiquidade. COMENTARIOS: 0 CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime, a teoria da UBIQUIDADE, considerando-se praticado 0 crime no lugar em que ocorreu a ac&o ou omissdo, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 0 resultado. Vejamos a redacao do art. 6°: Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br jna 111 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Con cuRsos Prof. Renan Araujo — Aula 01 Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a aco ou omisséo, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 0 resultado. (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 38 - (VUNESP - 2007 ~ OAB-SP - EXAME DE ORDEM) © Cédigo Penal brasileiro, a) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqiiidade. b) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da acao. ¢) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqiiidade. d) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado. COMENTARIOS: 0 CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime, a teoria da UBIQUIDADE (ou mista), considerando-se praticado © crime no lugar em que ocorreu a ac&0 ou omissao, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Vejamos a redacao do art. 6°: Art. 6° - Considera-se praticado 0 crime no lugar em que ocorreu a aco ou omissa0, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Ja com relac&o ao TEMPO do crime, o CP adotou a teoria da atividade, nos termos do art. 4°: Art. 49 - Considera-se praticado 0 crime no momento da aco ou omissso, ainda que outro seja 0 momento do resultado.(Redaga0 dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 39 - (FUNIVERSA - 2009 - PC/DF - AGENTE) Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 112 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) DELEGADO felEstratégia Teoria eexercicios comentados SAREE FSS Prof. Renan Araujo - Aula 01 Assinale a alternativa correta em relacao a lei penal no tempo e no espaco. (A) Se Carlos foi preso apés a pratica de crime contra os costumes , quando da prolacdo da sentenga, o magistrado observou que havia sido publicada nova lei, com pena a inferior, que entraria em vigor no prazo de 45 dias, entdo esse fato caracteriza uma novatio le: in mellius no periodo de vacatio legis, que, ao entrar em jor, provocaré um abolitio cri (B) A extra-atividade da lei ocorre quando a lei nova regula situagées fora de seu periodo de vigéncia, seja passado ou futuro, @ ocorreré conflito intertemporal quando a lei nova regular inteiramente a matéria veiculada na anterior. (C) A abol deniincia ainda nao foi recebida, 0 processo nao pode ser criminis podera gerar os seguintes efeitos: 1 - se a iado; 2 - se 0 processo esté em andamento ou o réu esta cumprindo a pena, deve ser decretada a extincéo da punibilidade; 3 - havendo sentenga condenatéria transitada em julgado, a pretenséo executéria nao pode ser iniciada, e 0 nome do réu sera riscado do rol dos culpados, permanecendo, em qualquer desses casos, os efeitos civis da condenacaéo. (D) Os principios da territori: idade, da nacionalidade, da defesa e da justia penal universal auxiliam a determinar a aplicacao da lei penal no tempo, face a teoria da atividade adotada no ordenamento penal material em vigor. (E) A novatio legis in pejus confunde-se com a novatio legis incriminadora porque ambas prejudicam a situago do réu. COMENTARIOS: A) ERRADA: De fato, se trata de novatio legis in mellius, mas ao entrar em vigor nao iré gerar a abolitio criminis, e sim beneficiar 0 réu de alguma outra forma Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br p Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 B) ERRADA: O item esta errado porque nem sempre havera conflito intertemporal quando a lei nova regular a mesma matéria da lei anterior, mas somente quando a lei nova for mais benéfica, pois neste caso teremos uma hipdtese de extra-atividade da lei penal, na modalidade de RETROATIVIDADE. Caso a lei nova seja mais prejudicial ao réu, nado haveré conflito intertemporal. C) CORRETA: A abolitio criminis faz cessar nos efeitos PENAIS da condenagao, mas néo atinge os efeitos extrapenais da condenacao: Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execucao e os efeitos penais da sentenca condenatoria. (Redagaéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) D) ERRADA: Item errado, pois estes so principios que ajudam a definir a aplicacao da lei penal no ESPACO, e nao no tempo. ) ERRADA: De fato, ambas prejudicam a pessoa. Contudo, a novatio legis in pejus agrava a situacao de um crime ja existente. Ja a novatio legis incriminadora CRIA um tipo penal ainda nao existente. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 40 - (FUNIVERSA - 2009 - PC/DF - DELEGADO) Considerando a legislacéo penal e a jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa incorreta acerca da aplicagao da lei penal. (A) Transitada em julgado a sentenca condenatéria, compete ao juizo das execugées a aplicagao de lei mais benigna. (B) A lei penal temporaria é inaplicdvel a fatos ocorridos em sua vigéncia quando a lei poste bei r, também tempordaria, for mais na. (C) 0 entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal néo implicou abolitio criminis; houve uma Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 114 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados Concunsos Prof. Renan Araujo - Aula 01 despenalizacaio, entendida como exclusdo, para o ipo, das penas privativas de liberdade. (D) Segundo a teoria da atividade, se o autor de tiros for menor de 18 anos de idade a época dos tiros, ainda que a vitima morra depois de ele ter completado a maioridade penal, nao podera ele responder pelo delito. (E) A lei penal mais benigna possui retroatividade e ultratividade. COMENTARIOS: A) CORRETA: Esta é a previsdo contida no verbete sumular de n° 611 do STF: ‘SUMULA N° 611. TRANSITADA EM JULGADO A SENTENCA CONDENATORIA, COMPETE AO JuiZO DAS EXECUGOES A APLICACAO DE LEI MAIS BENIGNA. B) ERRADA: Nos termos do art. 3° do CP, continua a reger os fatos praticados durante sua vigéncia, mesmo apés expirado seu prazo de validade: Art. 3° - A lei excepcional ou temporaria, embora decorrido o periodo de sua duragSo ou cessadas as circunstdncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigéncia. (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Sempre se entendeu que, nestes casos, a eventual superveniéncia de lei mais benigna seria irrelevante, dada a natureza das leis temporarias. Atualmente, porém, vem se entendendo que se a lei nova (ainda que tempordria), que regula o mesmo tema de lei temporaria anterior, caso seja mais benéfica, poderé ser aplicada aos fatos j4 praticados, de forma que haveria retroatividade da lei mais benéfica mesmo nos casos de leis tempordrias. Essa parcela da Doutrina entende que o que é vedado, com relago as leis temporarias, é entender que a expiracéio do seu prazo de validade conduz a abolitio criminis (j4 que a lei no mais vigora). Trata-se de um tema nebuloso, de forma que a questdo deveria ter sido anulada, mas no foi. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 115 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ns DELEGADO Estratégia Teoria e exercicios comentados Prof. Renan Araujo — Aula 01 C) CORRETA: Este foi o entendimento do STF, quando da edic&o da lei 11,343/06, j& que o art. 28 da referida lei mantém a criminalizagao da conduta, retirando somente a previsdo de pena privativa de liberdade. D) CORRETA: Item correto, pois um crime de homicidio praticado por pessoa menor de 18 anos (a época da conduta) n&o gera responsabilizagao criminal para o autor da conduta, que responde perante 0 ECA, pela teoria da atividade (idade do infrator é analisada ao tempo do crime, que se verifica quando da CONDUTA). E) CORRETA: Item correto, pois a lei mais benéfica se aplica aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor, bem como continua a reger os fatos praticados durante sua vigéncia, caso venha a ser revogada por outra, mais prejudicial. Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA E A LETRA B. 41 - (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - PRIMEIRA FASE) Considere que determinado agente tenha em depésito, durante o periodo de um ano, 300 kg de cocaina. Considere também que, durante o referido periodo, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa ao crime de trafico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta. a) Deve ser aplicada a lei mais benéfica ao agente, qual seja, aquela que jé estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em depésito. b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar durante o periodo em que o agente ainda estava com a droga em depésito. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 116 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado é permitido fazer a combinagdo das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o réu. d) © magistrado podera aplicar o critério do caso concreto, perguntando ao réu qual lei ele pretende que Ihe seja aplicada por ser, no seu caso, mais benéfica COMENTARIO: execugao do delito se prolonga no tempo. Em se tratando de delitos No caso em tela, temos um crime continuado, pois a continuados, a lei nova é aplicdvel desde que tenha entrada em vigor antes da cessacéo da continuidade (ou seja, durante a execugéo do delito), ainda que seja mais gravosa ao agente, nos termos da stimula 711 do STF: SUMULA N° 711 A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGENCIA & ANTERIOR A CESSACAO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANENCIA, Vejam que nao se trata de retroatividade (o que seria vedado), mas de aplicac&o da lei vigente DURANTE a pratica do crime. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 42 - (FGV - 2013 - TCE-BA - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Com relacgdio ao tempo e ao local do crime, analise as afirmativas a seguir. I. © tempo do crime, de acordo com o Cédigo Penal, é definido pelo momento em que o resultado ocorre. Tanto é assim, que a competéncia territorial do magistrado leva em consideragdo esse mesmo critério. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ina 117 de 125 Direito Penal — PC-PE (2015) ns DELEGADO flEstratégia Teoria eexercicios comentados ANNE eS Prof. Renan Araujo — Aula 01 II. A Teoria da Atividade foi utilizada pelo Cédigo Penal para definir o local do crime, tendo em vista que se considera local do crime apenas aquele em que ocorreu a acdo ou omissao. III. Para efeitos penais, consideram-se como extenséo do territério nacional as embarcacgées e aeronaves brasileiras de natureza piblica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem. Assinale: a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente a afirmativa II estiver correta. ) se somente a afirmativa III estiver correta. COMENTARIOS: I - ERRADA: O tempo do crime se define pelo momento da conduta, ou seja, teoria da atividade, nos termos do art. 4° do CP. II - ERRADA: A teoria que define o local do crime é a teoria da UBIQUIDADE, nos termos do art. 6° do CP. III - CORRETA: Esta é a previsdo do art. 5°, §1° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 43 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA FASE) John, cidaddo inglés, capitéo de uma embarcacao particular de bandeira americana, é assassinado por José, cidadao brasileiro, dentro do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de Sao Paulo. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pégina 118 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 Nesse contexto, é correto afirmar que a lei brasileira a) n&o é aplicdvel, uma vez que a embarcagao é americana, devendo José ser processado de acordo com a lei estadunidense. b) € aplicdvel, uma vez que a embarcacdo estrangeira de propriedade privada estava atracada em territério nacional. c) é aplicdvel, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em territério estrangeiro, foi praticado por brasileiro. d) n&o é aplicdvel, uma vez que, de acordo com a Convencéo de Viena, 6 competéncia do Tribunal Penal Internacional processar e embarcagao estrangeira atracada em territério de pais diverso. COMENTARIOS: No caso, a lei brasileira é aplicavel, por se tratar de crime praticado em embarcacio atracada em porto brasileiro. Vejamos: Territorialidade Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convengées, tratados e regras de direito internacional, a0 crime cometido no territério nacional. (RedagSo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Gd) § 20 - E também aplicdvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcacées estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territério nacional ou em v6o no espaco aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 44 - (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLICIA) Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise as afirmativas a seguir. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 119 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) ni DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados ree ee Prof. Renan Araujo — Aula 01 I. Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a administraco publica, por quem esta a seu servigo. II. Ficam sujeitos & lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou embarcagées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em terri ério estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro. III. Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra o patriménio da Unido, do Distrito Federal, de Estado, de Territério ou de Municipio quando nao sejam julgados no estrangeiro. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. COMENTARIOS: I - CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7°, I, c do CP. II - ERRAD/ Neste caso, tais embarcagées nao s&o consideradas territorio nacional por extensdo. Assim, somente serd aplicada a lei brasileira caso 0 delito no seja julgado no pais em que ocorreu o crime, nos termos do art. 7°, II, c do CP. III - ERRADA: Item errado, pois tais crimes, ainda quando cometidos no estrangeiro, poderao ser julgados pela lei penal brasileira, ainda que ja tenham sido julgados no estrangeiro, nos termos do art.7°, I, b e §1° do cP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 120 de 125 Direito Penal - PC-PE (2015) nie DELEGADO Estratégia Teorla e exercicios comentados rene wee Prof. Renan Araujo — Aula 01 45 - (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLICIA) Assinale a alterna a que apresente local que nao é considerado como extensio do territério nacional para os efeitos penais. a) aeronaves ou embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territério estrangeiro, desde que © crime figure entre aqueles que, por tratado ou convencao, o Brasil se obrigou a repr ir. b) as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. c) as embarcagées e aeronaves brasileiras, de natureza publica, onde quer que se encontrem. d) aeronaves ou embarcacées estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territério nacional ou em véo no espaco aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. e) as embarcagées e aeronaves brasi ‘as, a servigo do governo brasileiro, onde quer que se encontrem. COMENTARIOS: 0 territério nacional, real e por extensdo, esta previsto no art. 5° do CP: Territorialidade Art, 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuizo de convencées, tratados e regras de direito internacional, a0 crime cometido no territério nacional. (Redacéo dada pela Lei n® 7.209, de 1984) § 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensdo do territorio nacional as embarcagées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servigo do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br gina 121 de 125

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