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caderno do

PROFESSOR

HISTÓRIA
ensino médio
1 SÉRIE
a
volume 3 - 2009
Coordenação do Desenvolvimento dos Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Professores Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino
Ghisleine Trigo Silveira e Sayonara Pereira

AUTORES Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,


Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Ciências Humanas e suas Tecnologias Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira
Luís Martins e Renê José Trentin Silveira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues,
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo
Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Sérgio Adas José Luís Marques López Landeira e João Henrique
História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Nogueira Mateos
Governador Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Matemática
José Serra Raquel dos Santos Funari
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da
Vice-Governador
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli
Alberto Goldman Schrijnemaekers
Caderno do Gestor
Secretário da Educação Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Paulo Renato Souza Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Murrie
Secretário-Adjunto Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Guilherme Bueno de Camargo Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Equipe de Produção
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza
Chefe de Gabinete Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo
Fernando Padula Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de
de Camargo Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias
Coordenadora de Estudos e Normas Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov,
Pedagógicas Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes,
Valéria de Souza Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias
Coordenador de Ensino da Região Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Moretti
Metropolitana da Grande São Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Equipe Editorial
José Benedito de Oliveira Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Coordenação Executiva: Angela Sprenger
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume
Coordenador de Ensino do Interior Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa
Rubens Antonio Mandetta Física: Luis Carlos de Menezes,
Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie
Presidente da Fundação para o Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo
Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial,
Desenvolvimento da Educação – FDE de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto
Edições Jogo de Amarelinha, Verba Editorial e Occy
Fábio Bonini Simões de Lima de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira,
Design (projeto gráfico)
Sonia Salem e Yassuko Hosoume
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes APOIO
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, FDE – Fundação para o Desenvolvimento da
Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Educação
Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria
EXECUÇÃO Fernanda Penteado Lamas e Yvone CTP, Impressão e Acabamento
Mussa Esperidião Esdeva Indústria Gráfica
Coordenação Geral
Maria Inês Fini
Concepção
Guiomar Namo de Mello A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais
Lino de Macedo secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi-
Luis Carlos de Menezes dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.
Maria Inês Fini * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não
Ruy Berger estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

GESTÃO
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente do Conselho Curador: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.


Antonio Rafael Namur Muscat S239c Caderno do professor: história, ensino médio - 1a série, volume 3 /
Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Diego López
Presidente da Diretoria Executiva:
Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli, Raquel dos Santos Funari,
Mauro Zilbovicius
Paulo Miceli. – São Paulo : SEE, 2009.
Diretor de Gestão de Tecnologias
aplicadas à Educação: ISBN 978-85-7849-339-4
Guilherme Ary Plonski
1. História 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Silva,
Coordenadoras Executivas de Projetos:
Diego López. III. Silva, Glaydson José da. IV. Bugelli, Mônica Lungov. V. Funari,
Beatriz Scavazza e Angela Sprenger
Raquel dos Santos. VI. Miceli, Paulo. VII. Título.
COORDENAÇÃO TÉCNICA
CDU: 373.5:93/99
CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas
Caras professoras e caros professores,

Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor.

Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profis-


sionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas
mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno.

Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracte-


rizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para
promover mais aprendizagem aos alunos.

A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando


todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho.

Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês.

Paulo Renato Souza


Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Sumário
São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5
Ficha do Caderno 7
Orientação sobre os conteúdos do Caderno 8
Situações de Aprendizagem 9
Situação de Aprendizagem 1 – A civilização romana e as migrações bárbaras 9
Situação de Aprendizagem 2 – Império Bizantino e mundo árabe 16
Situação de Aprendizagem 3 – Os francos e o Império de Carlos Magno 24
Situação de Aprendizagem 4 – Sociedade feudal: características sociais,
econômicas, políticas e culturais 29
Bibliografia 39
Considerações finais 40
SãO PAUlO FAz ESCOlA – UmA PROPOStA
CURRiCUlAR PARA O EStAdO

Prezado(a) professor(a),

É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor, parte
integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e do Ensino
Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova versão, que traz
também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas após a implantação da
Proposta.

É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma objetiva,


na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram origem à produção
dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famílias para que nossas crianças
e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organizados e para que o tempo de trabalho
em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado.

Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de aula. Este
mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu, professor!

O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de sala de
aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores da rede pública
do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico com bons resultados.

Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e contamos
mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jovens da nossa rede
possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior.

maria inês Fini


Coordenadora Geral
Projeto São Paulo Faz Escola

5
FiChA dO CAdERnO
nome da disciplina: História

área: Ciências Humanas e suas Tecnologias

Etapa da educação básica: Ensino Médio

Série: 1a

Volume: 3

temas e conteúdos: A civilização romana e as migrações bárbaras

O Império Bizantino e o mundo árabe; os


francos e o Império de Carlos Magno

A sociedade feudal: características sociais,


econômicas, políticas e culturais

7
ORiEntAçãO SOBRE OS COntEúdOS dO CAdERnO
Caro(a) professor(a),

Abordamos de maneira introdutória os heterogeneidade dos grupos sociais e à plura-


conteúdos tratados neste Caderno, procurando lidade dos modos de vida, mantendo sintonia
apontar seus aspectos fundamentais e conside- com o trabalho iniciado nos bimestres ante-
rando as possibilidades de trabalho em sala de riores. E nos preocupamos em selecionar esses
aula. Um ponto comum norteou a elaboração materiais para suas aulas; contudo, lembre-se
das Situações de Aprendizagem: apresentar, de de que nada substitui sua experiência: cabe a
maneira acessível à prática escolar dos alunos, você complementar ou adequar as propostas
algumas discussões historiográficas importan- de estudo, sempre que julgar necessário.
tes a respeito de cada um dos temas tratados.
Além disso, buscamos valorizar o respeito à Bom trabalho!

8
História – 1a série - Volume 3

SitUAçÕES dE APREndizAGEm
SITUAçãO dE APREndIzAGEM 1
A CIVIlIzAçãO ROMAnA E AS MIGRAçõES BáRBARAS

Sabemos que a História é uma área das da clássica distinção entre Res Gestae, isto é,
Ciências Humanas que tem o passado como entre “os eventos que ocorreram”, e o relato
objeto de estudo. Entretanto, esse mesmo a seu respeito, Historia Rerum Gestarum. Os
passado deve ser entendido como uma cons- eventos passados não mudam, o que muda é
trução dos historiadores: um conjunto enor- nossa compreensão sobre eles, sempre ligada
me de variáveis faz que o relato a seu respeito a valores que orientam o olhar do analista.
seja frequentemente plural – variável em uma Como observa o historiador Pedro Paulo
mesma época e em épocas distintas. Se con-
Funari, “os romanos talvez tenham melhor
siderarmos, por exemplo, um texto antigo
oposto os acontecimentos (Res Gestae) à
sobre a história de Roma (ou qualquer ou-
sua recriação na memória, em uma narrati-
tro documento arqueológico, iconográfico,
va (memoria rerum gestarum). A memória,
epigráfico etc.) e o problematizarmos em
duas instâncias, produção na Antiguidade e por definição, é uma recriação constante no
estudo no mundo contemporâneo, teremos presente do passado enquanto representação,
uma ótima oportunidade de pensar a relação enquanto imagem impressa na mente. A re-
entre História e passado. Para analisarmos lação entre a representação na memória e a
esse documento, proporíamos as seguintes realidade é mediada, sutil e indireta”1.
questões: Quem o produziu? Em que contex- Com base nesses pressupostos, propomos
to? Com que finalidade? Para quem foi diri- para esta Situação de Aprendizagem aulas que
gido? Como foi lido e interpretado, quando
propiciem uma reflexão em torno da história
e por quem? Essa leitura evidencia alguma
de Roma e das migrações bárbaras e de como
relação com o período no qual foi feita? Para
esses temas foram pensados historicamente.
quem ela é dirigida? Ao problematizarmos o
documento em relação a esses aspectos, ve- Em virtude do amplo conteúdo concernen-
mos que as relações de comprometimento en- te a cada um deles – e que neste Caderno só
tre História e verdade não são estabelecidas pode ser desenvolvido de modo introdutório
de antemão, assim como aquelas existentes – sugerimos a integração dessa proposta aos
entre História e passado. A História e seu trabalhos (relacionados ao tema) que vier a
estudo não devem ser confundidos. Trata-se desenvolver.

1
FUnARI, Pedro Paulo Abreu. Antiguidade Clássica, a História e a cultura a partir dos documentos. São Paulo,
Editora da Unicamp, 2003.

9
tempo previsto: 2 aulas.

Conteúdos e temas: a civilização romana e as migrações bárbaras.

Competências e habilidades: problematizar documentos e perspectivas de representação da História e da


memória; relacionar história e historiografia.

Estratégias: análise de mapa e realização de exercícios.

Recursos: mapa.

Avaliação: pesquisa, participação e exercícios.

Sondagem e sensibilização Além disso, é importante verificar se todos


têm informações a respeito da divisão do Im-
Para os dois temas desta Situação de Apren- pério Romano em oriental e ocidental.
dizagem você pode propor como sondagem e
sensibilização a problematização dos conceitos imperialismo e romanização
de (1) Império e imperialismo e (2) Queda. In-
dague, primeiro, acerca do significado que os Inicialmente, retome as discussões feitas du-
alunos atribuem a império e a imperialismo. rante a sondagem e sensibilização. Observe que
Provavelmente, as intervenções deles se relacio- o conceito de imperialismo, quando relaciona-
narão a povos de diferentes períodos históricos, do ao desenvolvimento do capitalismo, refere-se,
antigos e modernos, e suas práticas expansio- em geral, à expansão política e econômica de
nistas. Você pode explorar o fato comumente países europeus e dos Estados Unidos, ocorri-
negligenciado de que o domínio militar e eco- da a partir de meados do século XIX.
nômico não implica a subjugação da cultura e
a ausência de resistências. Isso possibilitará, em ligadas ao expansionismo, à exploração e
seguida, que os alunos tenham condições de à acumulação de riquezas, as práticas imperia-
criticar a ideia de romanização, a ser desenvol- listas manifestam desde forte influência políti-
vida na Situação de Aprendizagem. Em relação ca de um país sobre outro até intervenções de
às migrações bárbaras, às quais historicamente caráter militar. Esse modelo de compreensão
se atribuiu a queda do Império Romano, você tem sido aplicado ao estudo da expansão dos
também pode criticar a tradicional ideia de que impérios antigos, principalmente o romano.
a história da humanidade se desenvolveu em Em grande medida, ele se relaciona a valores
etapas sucessivas de ascensão e queda, progres- colonialistas e expansionistas, associados à
so e decadência dos impérios. É mais uma opor- dominação política e à expansão militar.
tunidade para oferecer aos alunos uma reflexão
em torno da dinâmica processual da história. depois de discutir, sucintamente, as ideias
acima, questione sobre a pertinência de uti-
Antes do desenvolvimento deste conteúdo, lizar o adjetivo imperialista no estudo da
propomos trabalhar com os alunos períodos e história de Roma. Com base no conteúdo
temas relativos à história de Roma e do mun- já estudado, peça aos alunos que façam essa
do romano: formação da cidade, Monarquia, reflexão e apontem, como exemplo, um país
República, Alto Império e Baixo Império. cujas práticas políticas foram ou são enten-

10
História – 1a série - Volume 3

didas como imperialistas. Espera-se que os e os não instruídos etc.


alunos tracem um paralelo comum (que po- f É razoavelmente difundida a ideia de que
derá ser explorado por você) entre o Império Roma tratava de maneira muito diversifi-
Romano e os impérios francês ou inglês do cada os povos conquistados. Os vencidos
século XIX, ou o papel desempenhado pelos que a ela se aliavam “recebiam direitos
Estados Unidos no mundo contemporâneo. totais ou parciais de cidadania, enquan-
to os derrotados que não cedessem eram
É necessário, além disso, ampliar o concei- subjugados, muitos eram vendidos como
to de “Roma Antiga”: Roma “não foi apenas escravos, outros eram submetidos a trata-
uma cidade, mas com a conquista, primeiro mentos muito desiguais e que davam ao
da Península Itálica e, depois, de todo Medi- Estado romano grandes rendas na forma
terrâneo, passou a designar o mundo domina- de impostos e tributos”3. de todo modo, os
do pelos romanos. Assim, Roma designa uma povos conquistados, submetidos militar e
cidade antiga e todo um império, um imenso politicamente, não podem ser vistos como
conglomerado de terras que, no seu auge, se completamente romanizados, pois os graus
estendia da Grã-Bretanha ao Rio Eufrates, do de integração destes ao poder romano e à
Mar do norte ao Egito. ‘Todos os caminhos cultura latina eram distintos.
levam a Roma’ – afirma um ditado criado pe-
los próprios romanos para dizer que todas as Agora, questione acerca do conhecimento
estradas conduziam à cidade de Roma, con- que os alunos têm da palavra romanização.
siderada o centro do mundo. Assim, Roma Apesar de não saberem especificamente seu
significa, ao mesmo tempo, uma cidade e um significado, muitos irão deduzi-lo pela pró-
Estado”2. levando essas informações em con- pria formação da palavra, que leva a uma
ta, você terá uma base para problematizar al- ideia de um segmento ativo (romanos) impon-
gumas questões ligadas à ideia de império e de do seus valores e seu modo de vida. ligado
imperialismo romano, relacionadas a seguir: ao imperialismo e à subjugação total do ou-
tro, o conceito de romanização desconsidera
f Quando dizemos “o povo romano”, “o que os povos vencidos não poderiam ter sido
homem romano”, “a mulher romana”, aculturados, pois uma cultura jamais se impõe
ou mesmo “os romanos”, temos de estar totalmente sobre outra, eliminando-a. nesses
cientes de que a generalização esconde sua processos históricos, há resistências cultu-
diversidade e complexidade. Um escravo rais, conflitos, interações etc. Além do mais,
ou um cidadão romano na Bretanha, por o conceito de romanização reforça a ideia de
exemplo, vive em um mundo completa- que Roma, ao conquistar outros povos, le-
mente distinto do de um escravo ou de vava cultura, civilização, progresso etc. para
um cidadão na cidade de Roma. E tanto aqueles que não tinham nada disso, desconsi-
nesta quanto naquela, as diferenças den- derando os modos de vida, as técnicas, enfim,
tro de cada um dos grupos (de escravos e a cultura desses povos, o que reforça algumas
de cidadãos) podem ser muito grandes: dicotomias, como inferioridade e superiorida-
os que vivem no campo e os que vivem na de, civilização e barbárie etc. Analise com os
cidade, os que têm recursos financeiros e alunos o mapa do Império Romano que cons-
os que são privados destes, os instruídos ta do Caderno do Aluno e está reproduzido

² FUnARI, Pedro Paulo Abreu. Grécia e Roma. Vida pública e vida privada. Cultura, pensamento e mitologia.
Amor e sexualidade. São Paulo: Contexto, 4. ed. 1a reimpressão, 2007. <http://www.editoracontexto.com.br>.
3
idem.

11
a seguir, mostrando sua extensão, observando (francos – França), por exemplo. não deixe
a distância e os pontos até onde os romanos de considerar que a onipresença de Roma no
chegaram e estabelecendo paralelos entre os Mediterrâneo fazia dela o principal centro co-
povos conquistados na Antiguidade e os pa- mercial, para o qual afluíam riquezas de dife-
íses ou as regiões a que correspondem hoje: rentes províncias do Império (metais, objetos
bretões (britânicos – Inglaterra), gauleses de luxo, trigo, especiarias etc.).

McEVEdY, Colin. Atlas de História Medieval. São Paulo: Companhia das letras, 2007. p. 17.

Após analisar o mapa, proponha o traba- romanas para os modos de vida dos romanos
lho com três questões relacionadas ao con- e dos povos subjugados militarmente?
teúdo estudado e que constam do Caderno
do Aluno: Ouça as respostas elaboradas pelos alunos
e, caso necessário, complemente-as, observan-
f Quais eram as motivações do expansionismo do alguns aspectos referenciais: as motivações
romano? estavam ligadas a interesses comerciais e de
f De que condições dependiam os romanos para controle político e militar dos povos conquis-
suas conquistas? Que meios utilizavam? tados. As conquistas romanas só foram possí-
f Quais eram as implicações das conquistas veis por causa da constituição de um exército

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História – 1a série - Volume 3

grande e armado (em muitos casos, formado era romano; logo, a todos os povos de culturas
por componentes dos próprios povos derro- diferentes que, para os romanos, eram enten-
tados) e do domínio de estratégias de guerra. didas como inferiores.
Elas exerciam um importante papel na vida dos
romanos, e muitos deles acreditavam que, por lembre que, no fim do século IV, Roma
meio das conquistas, estendiam os domínios controlava um império de proporções gigan-
do Império e levavam a civilização para outros tescas e mantinha um exército de centenas de
povos, vistos como não civilizados. milhares de soldados, realidade que, em menos
de 80 anos, foi completamente modificada no
É importante ressaltar que a ideia de civi- Ocidente. no final do século seguinte, o Impé-
lização romana desempenhava um papel na rio Romano do Ocidente não existia mais. As
construção da imagem daquele que estava sen- guerras civis e a incapacidade de manter um
do civilizado: o “bárbaro”, a antítese dos ro- exército gigantesco (que contava, até mesmo,
manos. deve-se considerar, também, que, se a com homens dos povos vencidos) e de gerir
cultura dos “bárbaros” se transformava com a um império de iguais proporções (com suas
presença dos romanos, esta também se modifi- dificuldades políticas, econômicas etc.) são
cava com a presença dos primeiros. Ao mesmo associadas às “invasões bárbaras” ocorridas
tempo, as instituições romanas e bárbaras se no mesmo período.
mantiveram com poucas transformações.
Confronte essa interpretação com uma vi-
As migrações “bárbaras” e a ideia de são tradicional do “fim” do Império Romano,
“queda” do império Romano muito comum no final do século XIX e início
do XX, que via como causas desse aconteci-
do mesmo modo que em outras Situações mento questões ligadas à “decadência moral”
de Aprendizagem, você pode reforçar a ideia ou à “mistura entre raças”. É necessário criti-
de que em História a periodização é resulta- car essas ideias, esclarecendo que um grande
do de procedimentos dos historiadores que, conjunto de transformações se desenvolvia em
baseados em critérios, buscam identificar no Roma, desde o século III, as quais não cons-
processo histórico características de uma cer- tituíram uma ruptura repentina na política,
ta época. Como você sabe, as mudanças são nas guerras, nas artes, nas leis etc. Por isso,
processuais, e o período entendido como novo não é pertinente falar em “fim”, “queda” ou
traz sempre elementos daquele que o antece- “declínio” do mundo antigo, ideias vinculadas
deu. dessa maneira, quando ouvimos dizer a uma compreensão da História como dinâ-
“fim do mundo romano” ou “queda do império mica de ascensão e declínio, glória e decadên-
Romano”, devemos, inicialmente, problemati- cia, nas quais são negligenciados os processos
zar o conceito implícito nessas expressões. As- históricos das transformações. Essa noção
sim, considerando que os motivos desse “fim” de término é frequentemente atribuída à pre-
ou “queda” são com frequência atribuídos sença e ao contato com o outro – no caso dos
às migrações bárbaras, propomos que nesta romanos, ela é associada ao encontro com os
aula você contextualize as “migrações bárba- “bárbaros”.
ras”, suas origens, motivações e desenvolvi-
mento, mas que, antes disso, faça uma crítica A designação “bárbaros” refere-se a dife-
aos conceitos de “bárbaro” e de “queda” ou rentes povos com distintas culturas. Em sua
“fim”. nessa crítica, você pode considerar que origem, designava todo aquele que não era
o conceito de “bárbaro”, no mundo romano romano. Sua caracterização data do século
referia-se, em princípio, a todo aquele que não XVIII, quando aqueles povos foram separados

13
por “grupos linguísticos ou supostamente Avaliação da Situação de
culturais, tais como germânicos (francos, Aprendizagem
godos – ostrogodos e visigodos, anglos, sa-
xões, burgúndios, teutônicos, lombardos, Espera-se que a Situação de Aprendizagem
suevos, alamanos e vândalos, entre outros), proporcione as condições para que os alunos
eslavos (russos, poloneses, bósnios etc.), tár- questionem noções cristalizadas e estereóti-
taro-mongóis (hunos, turcos etc.)”4. Aliás, pos que marcam os conhecimentos a respeito
por “bárbaros” também foram designados do conteúdo em questão.
os próprios romanos, ao serem considerados
estrangeiros pelas culturas de forte influên- Proposta de questões para a avaliação
cia helenística. É importante que fique claro
para os alunos que essas populações viviam 1. Com base no conteúdo estudado, estabele-
em sociedades estruturadas, com códigos, ça uma relação entre imperialismo e roma-
sistema de organização política, econômica e nização.
militar. Você pode, antes de tratar especifica-
mente das migrações, falar um pouco acerca Durante seu movimento de expansão, Roma
da história dessas sociedades, considerando conquistou e subjugou militarmente dife-
aspectos políticos, econômicos e religiosos, rentes povos, interferindo diretamente em
pontuando os diferentes momentos em que sua política e economia, prática que ficou
fizeram incursões nos territórios romanos, conhecida como “imperialismo”. Ao jugo
principalmente aquelas dos séculos III e IV, militar foi associado o jugo cultural, segun-
além da promovida no século V. do o qual os romanos teriam civilizado os
povos bárbaros – entendidos como sem cul-
As motivações dessas migrações bárbaras tura – por meio da romanização. Essa con-
relacionavam-se, entre outros fatores, com a cepção desconsidera as interações culturais
procura de terras férteis, busca por novas re- e a resistência das culturas locais.
giões de povoamento, fuga de povos com os
quais estavam em conflito etc. Muitos dos 2. Estabeleça uma relação entre as ideias de
“bárbaros” foram incorporados ao exército “queda” ou “fim” do Império Romano e as
romano, no qual chegaram a exercer cargos chamadas “invasões bárbaras”, discutidas
de comando. nesta Situação de Aprendizagem.

A “barbarização” do Império Romano foi A “queda” ou o “fim” do Império Roma-


vista como a causa de sua decadência, tanto no no são entendidos como o término da ci-
mundo romano quanto para os europeus do vilização romana, associado, em especial,
século XIX. Entretanto, como essa ideia, ainda às migrações bárbaras, vistas comumente
hoje, tem adeptos, é importante criticá-la com como “invasões”. Essa concepção descon-
os estudantes, pois é fundamental que, ao fim sidera que, em História, as transformações
desta Situação de Aprendizagem, eles possam são processuais e associa as transforma-
problematizar o conceito de “bárbaros”, perce- ções, sempre percebidas como negativas, à
bendo como é fortemente marcado por valores presença do outro, do “bárbaro”, em con-
eurocêntricos e etnocêntricos. tato com os romanos, estabelecendo uma

4
FUnARI, Pedro Paulo Abreu; CARlAn, Cláudio U. Romanos e germânicos: lutas, guerras, rivalidades na an-
tiguidade tardia. Revista Brathair 7 (1), 2007: 17-24. disponível em: <http://www.brathair.com/revista/br/index.
html>. Acesso em: 29 jun. 2009.

14
História – 1a série - Volume 3

hierarquização entre os romanos e os de- d) a barbárie é um comportamento social


mais povos, subjugados militarmente. que pressupõe a ausência de uma cultu-
ra civilizada e racional.
3. Qual grupo de povos, entre os citados, não
e) a ingenuidade dos indígenas equivale à
fez parte das incursões bárbaras no Impé-
racionalidade dos europeus, o que expli-
rio Romano? ca seus costumes serem similares.
a) visigodos, vândalos, ostrogodos e fran-
5. As migrações bárbaras no Império Roma-
cos
no ocorreram, predominantemente:
b) visigodos, ostrogodos, alemães e fran-
cos a) a partir do século III a.C.
c) alanos, anglos, burgúndios e ostrogodos b) entre os séculos II e III a.C.
d) ostrogodos, visigodos, vândalos e saxões c) no final do século II a.C.
4. Ao comparar as guerras das sociedades
Tupinambá com as chamadas guerras de
d) entre os séculos IV e V.
religião dos franceses, as quais, na segunda
metade do século XVI, opuseram católicos Propostas de Situação de
e protestantes – Michel Eyquem de Mon- Recuperação
taigne (1533-1592) afirmou, em seus En-
saios, não ver nada de bárbaro ou selvagem depois da realização das tarefas propostas
no que dizem dos Tupinambá. Além disso, – aulas, exercícios, análise do mapa e avalia-
o pensador ponderou que cada qual consi- ção – você poderá identificar entre seus alunos
dera bárbaro o que não se pratica em seu aqueles que não tenham atingido os objetivos,
país, e, mesmo reconhecendo a validade de relativos à apreensão dos conteúdos e ao de-
condenar o canibalismo, Montaigne insis- senvolvimento das habilidades e das compe-
tiu na importância de que os franceses en- tências contempladas.
xergassem os próprios erros, considerando
ser mais bárbaro esquartejar um homem Para esses casos, sugerimos as seguintes ta-
entre suplícios e tormentos e o queimar refas de recuperação.
aos poucos ou entregá-lo a cães e porcos, a
pretexto de devoção e fé. Proposta 1
de acordo com o texto, pode-se afirmar Elaboração, a partir do conteúdo estudado,
que, para Montaigne: de um vocabulário sobre o tema, contemplan-
a) a ideia de relativismo cultural baseia-se do os seguintes termos: Império, imperialismo,
na hipótese da origem única do gênero romanização, queda – declínio – fim, invasões
humano e da sua religião. bárbaras e migrações bárbaras.
b) a diferença de costumes não constitui Proposta 2
um critério válido para julgar e hierar-
quizar as diferentes sociedades. Pesquisa que contemple e valorize as for-
c) os indígenas são mais bárbaros do que mas de organização social de alguns povos
os europeus, pois não conhecem a virtu- “bárbaros”, contrapondo-as à ideia de roma-
de cristã da piedade. nização e as problematizando.

15
Recursos para ampliar a perspectiva 2004. Artigo que problematiza a figuração dos
do professor e do aluno para a germanos e das migrações bárbaras nos livros
compreensão do tema didáticos de maneira bem elaborada e interes-
sante. A própria revista Mirabilia tem diferen-
Sites tes artigos acerca dessa temática e de outros
assuntos correlatos, tudo em espaço virtual.
Revista Mirabilia – Revista eletrônica de
História Antiga e Medieval. disponível em:
<http://www.revistamirabilia.com>. Acesso Revista Brathair – Revista de estudos célticos
em: 29 jun. 2009. Indica-se: SIlVA, Andreia e germânicos. disponível em: <http://www.
Cristina lopes Frazão da. Alguns aponta- brathair.com/revista/br/index.html>. Acesso
mentos acerca dos germanos nos livros didáti- em: 29 jun. 2009. Também oferece textos acer-
cos de História no Brasil. Mirabilia, n. 4, dez. ca do conteúdo estudado.

SITUAçãO dE APREndIzAGEM 2
IMPÉRIO BIzAnTInO E MUndO áRABE

nesta Situação de Aprendizagem, temos a fundação da cidade, seu lugar no Império, o


dois objetivos principais: (1) discutir algumas papel do imperador, a Igreja e a população);
das características fundamentais do Império (2) oferecer uma breve introdução à compre-
Bizantino, adotando, como recorte temático, ensão do mundo árabe, desenvolvendo aspec-
o estudo da cidade de Constantinopla e de tos relacionados à Arábia pré-islâmica, ao
suas instituições (valorizando aspectos como islamismo e às conquistas árabes.

tempo previsto: 6 aulas.

Conteúdos e temas: Império Bizantino e mundo árabe.

Competências e habilidades: identificar características específicas do Império Bizantino e do mundo ára-


be na Idade Média; considerar trocas e interações culturais entre os impérios mediterrâneos orientais.

Estratégias: leitura e interpretação de mapas.

Recursos: mapas.

Avaliação: pesquisa, participação e produção textual.

Sondagem e sensibilização ocidentais e orientais. Para ilustrar essa di-


nâmica entre culturas (frequentemente ne-
Os temas tratados nesta Situação de gligenciada nos estudos a respeito dos temas
Aprendizagem envolvem interações cultu- propostos), você pode sugerir uma questão
rais de valores greco-romanos e de valores que, a princípio, poderá suscitar reflexões e

16
História – 1a série - Volume 3

interesse por parte dos alunos: em diferen- exerceram sobre os gregos. Então, pergun-
tes países europeus atuais, muitos de seus te a seus alunos: Pelo que vimos, a cultura
habitantes quiseram ver a si mesmos como grega manteve relações com outras culturas
herdeiros da civilização grega, reivindican- orientais? Elas trouxeram contribuições sig-
do certa pureza original. Contudo, a histó- nificativas?
ria da própria Grécia é marcada por forte
presença da cultura oriental, manifesta na Para estimular a reflexão a respeito do
religião, na língua, nos modos de vida etc. tema, proponha aos alunos a atividade so-
Em sua explicação, considere, por exemplo, licitando que observem as seguintes ima-
a grande influência que fenícios e egípcios gens:
Imagem 1

Museu Vaticano

Édipo e a esfinge, cerâmica grega.

Imagem 2
© Peter Brown/Alamy-Other Images

Esfinge e pirâmide de Quéfren, em Gizé, Egito.


17
Imagem 3

© Erich lessing/Album-latinstock

Esfinges aladas encimadas pelo emblema do deus Ahuda Mazda, painel sobre
tijolo, séc. VI-V a.C., Palácio de Susa, Irã.

Essas imagens revelam elementos perten- a segunda é egípcia e a terceira é persa. Esti-
centes a três culturas: egípcia, grega e persa. mule seus alunos a identificarem os elementos
A esfinge era uma criatura mística alada, que caracterizam cada uma dessas culturas: as
com corpo de animal, geralmente leão, e com cabeças humanas das esfinges remetem, res-
cabeça humana. Pode ser encontrada nas pectivamente, ao faraó, aos reis persas e aos
culturas orientais e também no Ocidente, re- traços característicos do homem grego. no
velando a influência exercida de uma cultura Caderno do Aluno você encontrará questões
sobre a outra. A primeira imagem é grega, para apoiá-lo na atividade com sua turma.

18
História – 1a série - Volume 3

império Bizantino Ao se tratar do tema Constantinopla, em ge-


ral assinala-se sua importância como capital do
Organize o desenvolvimento do conteú- Império, valorizando-se, especialmente, mar-
do que virá a seguir em três etapas. Comece cos cronológicos como início e fim. Considere
observando o mapa a seguir, também repro- a relevância da mudança de capital, do ponto
duzido no Caderno do Aluno, que mostra a de vista do interesse pela proximidade de rotas
divisão entre o Império Romano do Ocidente comerciais com o Mar negro, Europa e ásia,
e o Império Romano do Oriente, situando es- problematizando as balizas cronológicas e suas
pacialmente o conteúdo a ser tratado e expli- significações e contemplando valores ligados à
diversidade e à complexidade das experiências
cando o novo quadro geopolítico instaurado
da cidade no Império e do Império na cidade.
com Bizâncio.
Usando o mapa apresentado a seguir e que
Comente que as transformações do Im-
também está reproduzido no Caderno do Alu-
pério Romano ocidental, entendidas como no, observe com os alunos a extensão do Im-
“queda” (vide Situação de Aprendizagem an- pério Bizantino e a questão problematizadora
terior), assinalam o início da Idade Média – que o acompanha. É importante que, ao final
conceito que atende, principalmente, a uma desta Situação de Aprendizagem, conteúdos
finalidade didática, como História Antiga, ligados não só ao período Justiniano, mas
Antigo Regime etc. Por isso, comece a expli- àqueles que o sucederam, possam ser desen-
cação problematizando o próprio conceito volvidos, contemplando aspectos econômicos,
de Idade Média. artísticos e culturais da civilização bizantina.

ARRUdA, Jobson José de A. Atlas histórico básico. São Paulo: ática, 2008. p. 14

19
Realizada essa primeira etapa, caracterize Terra e comandante do Império, o poder do
o Império Bizantino, observando que: imperador ficou conhecido como “cesaropa-
pismo” (a partir do reinado de Justiniano, en-
f Ao contrário do Império Romano ociden- tre 527-565). nesse momento, aproveite para
tal, o Império Romano oriental perdura questionar como se manifesta, hoje, a relação
ao longo de todo o período medieval (com dos governantes com as religiões, sobretudo
sua sede em Bizâncio, posteriormente de- aquelas não majoritárias. A forte presença da
nominada Constantinopla – nova Roma). religião na vida do Império Bizantino pode
Os motivos dessa permanência estão rela- ser evidenciada ao se atentar para as mani-
cionados, sobretudo, à esfera estrutural, já festações artísticas do período e sua arqui-
que Bizâncio havia sido uma antiga colônia tetura. Você pode convidar os alunos para
grega e, como nova capital, passou a repre- observar a imagem da Igreja de Santa Sofia,
sentar uma espécie de conjunção de valores reproduzida a seguir e no Caderno do Alu-
greco-romanos e orientais. Constantinopla no, construída por Justiniano, e desenvol-
agregava um conjunto de fatores que a li- ver (a seu critério) conteúdos relacionados
gavam a uma grande metrópole: interação à história do cristianismo e da Igreja nesse
de povos provenientes de diferentes luga- período, sem deixar de contemplar, a seu tér-
res, centro mercantil e religioso do Império mino, o “Cisma do Oriente”, que dividiu a
(sobretudo em virtude de sua localização). Igreja Católica em duas, a Igreja Ortodoxa e
a Igreja Católica Apostólica Romana, mar-
f A centralização despótica dos poderes na cando significativamente a história da Igreja
figura do imperador conferia-lhe condi- daí em diante. Se julgar apropriado, solicite
ções para controlar a vida em seus mais aos alunos antes desta aula uma pesquisa a
diferentes aspectos (políticos, econômicos, esse respeito, para que procurem conhecer as
religiosos etc.). Representante de deus na diferenças entre essas duas organizações.
© Francesco Venturi/Corbis-latinstock

Igreja de Santa Sofia, Istambul, Turquia.

20
História – 1a série - Volume 3

Para sustentar a Situação de Aprendizagem, de realizar uma pesquisa para ampliar o conhe-
disponibilizamos, no Caderno do Aluno, um ex- cimento sobre o imperador Justiniano e a impe-
certo documental sobre a cidade de Constanti- ratriz Teodora e apresentar uma síntese com as
nopla a ser lido em sala de aula. Os alunos terão informações que considerarem mais relevantes.

Constantinopla no século Vi
Visto que o imperador (Justiniano) mantém aqui a sua residência, resulta da grandeza do Império
que uma multidão de homens das mais variadas condições chegam à cidade, vindos de todas as partes do
mundo. Cada um deles é levado a vir ou por alguma necessidade de negócios ou por qualquer esperança
ou por acaso; e muitos na verdade vêm por os seus negócios não se encontrarem em feliz situação na terra
natal a fim de fazerem uma petição ao imperador; e todos estes passam a residir na cidade por qualquer
obrigação urgente, iminente ou ameaçadora. A juntar às outras dificuldades estas pessoas têm também
necessidade de alojamentos, sendo incapazes de pagar o aluguel de qualquer residência aqui. Esta difi-
culdade foi-lhes totalmente resolvida pelo imperador Justiniano e pela imperatriz Teodora. Muito perto
do mar, no local chamado Estádio (porque em tempos antigos, suponho, se destinava a jogos de qual-
quer espécie), construíram uma muito grande hospedaria destinada a servir de alojamento temporário
àqueles que assim se encontrassem embaraçados.

Procópio de Cesaréia. De aedificiis, I, XI – 23-17. Trad. inglesa B. dewing. londres, 1940. Apud Espinosa, op. cit., p. 48-49. In:
PEdRERO-SánCHEz, Maria Guadalupe, História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Editora Unesp, 2000. p. 47.

mundo árabe périos antigos. Os árabes não conhecem, até o


século VII, nenhuma unificação de caráter polí-
Mais três momentos devem ser planejados, tico (período conhecido como pré-islâmico – de
começando pela identificação das caracterís- influências beduínas, persas, bizantinas), o que
ticas básicas da Península Arábica: era muito virá com o islamismo. O que propomos para
fragmentada e caracterizava-se pela presença esses momentos é um breve exercício de aproxi-
de vários povos nômades, cuja vida era pau- mação da cultura islâmica e do mundo árabe.
tada pela necessidade de sobrevivência em
regiões áridas. Fatores ligados à localização Inicialmente, analise com os alunos o mapa
geográfica e às dificuldades da vida no deserto da Península Arábica e solicite que observem
estão na base das explicações sobre o fato de sua localização em uma região de confluências
o mundo árabe não ter sido anexado pelos im- (áfrica, Europa e ásia).

21
ARRUdA, Jobson José de A. Atlas histórico básico. São Paulo: ática, 2008. p. 14

Solicite como lição de casa que os alunos


façam uma pesquisa sobre o islamismo. Su- Referenciais da cultura islâmica
gerimos, na bibliografia, alguns livros para deus – Allah
consulta. na aula seguinte faça uma breve
síntese da cultura islâmica e das obrigações Profeta – Mohammad
religiosas dos muçulmanos e, a partir dos Código – Alcorão
pontos comparados, pergunte aos alunos: O
Obrigações religiosas dos muçulmanos
que é o islamismo? Como se pode caracteri-
zar seu surgimento? depois, contextualize o 1a fé;
nascimento e o desenvolvimento dessa reli- 2a oração (cinco vezes ao dia);
gião, que tem como figura central o profeta
3a jejum (no mês do Ramadã);
Mohammad, que simboliza a representação
política e religiosa do Islã. Os princípios bá- 4a caridade;
sicos do islamismo estão no livro sagrado 5a peregrinação a Meca.
dos muçulmanos (Alcorão), que contém as
revelações do islamismo. O Islã, portanto,
é uma religião de caráter revelado, na qual Para o islamismo, a base do apostolado dos
deus pode ser entendido como um chefe de muçulmanos consistia em difundir o mono-
Estado e o profeta como aquele que ensina e teísmo, pôr fim às idolatrias e estabelecer a
governa em seu nome. revelação final de deus, por meio de uma mis-

22
História – 1a série - Volume 3

são, percebida na Jihad (guerra santa). neces- nesse momento, é importante apontar
sidade da existência, a missão deve perdurar as especificidades do islamismo, mostrando
enquanto se mantiverem a injustiça e a opres- diferentes contribuições das culturas árabe
são no mundo. Uma tradução mais literal de e muçulmana nos campos da medicina, da
Jihad seria “esforço no caminho de deus”. matemática, da filosofia, da metalurgia, das
técnicas, do comércio etc. Todos esses temas,
O Islã não surgiu, simplesmente, com o aliás, podem constituir interessantes objetos
profeta Mohammad: retoma características de pesquisa para os alunos. O professor pode
ancestrais dos povos da Península Arábica, sugerir, até mesmo, um estudo específico so-
continuando-as e modificando-as. É impor- bre o Cisma do Oriente e sobre a presença do
tante apontar a existência de uma cultura ará- islamismo no Brasil.
bica pré-islâmica.
Proposta de Questões para a
Morto, o profeta Mohammad é substituído Avaliação
como líder da comunidade política por uma
série de califas, que levam a termo a expansão 1. Que relação pode ser estabelecida entre a
do mundo árabe e, como desdobramento, da construção da Igreja de Santa Sofia (532-
fé islâmica. Os governantes, em geral, eram 537) e o cristianismo nesse período?
de Meca e Medina e suas estratégias de con-
quista caracterizavam-se pela capacidade de Após um período de perseguições, sob o
enfrentar, em melhores condições, as adversi-
governo de Constantino (306-337), o cris-
dades do deserto, visto que as bases militares
tianismo experimentou a liberdade de culto,
e administrativas dos territórios conquistados
sendo, posteriormente, proclamado como
eram instaladas nesse espaço.
religião oficial do Império. A construção da
Igreja de Santa Sofia por Justiniano eviden-
Inicialmente, os primeiros califas conquis-
tavam o posto por laços de parentesco com o cia, por sua magnitude, a forte presença do
profeta, mas a disputa pelo critério de suces- cristianismo na cultura. Data desse perío-
são política foi causa de um grande número do, também, a concentração de poderes do
de conflitos entre diferentes dinastias ao longo imperador sobre o Estado e sobre a Igreja,
da expansão muçulmana. desse longo perío- articulando as esferas secular e espiritual.
do, ressalte as conquistas de diferentes áreas Essa época é marcada, ainda, pelo protecio-
do Oriente e do Ocidente – Egito, Palestina, nismo da Igreja de Roma (entendida como
norte da áfrica, Península Ibérica, regiões da um meio de unificação dos cristãos) e por
atual Itália etc. Os fatores comumente aceitos perseguições a não católicos.
para explicar a expansão do Islã referem-se às
pressões demográficas e à consequente neces- 2. Em que consistiu o movimento denomina-
sidade de novas terras. do “Cisma do Oriente”?

A longa extensão do Império árabe e as Consistiu na divisão da Igreja Católica em


dimensões de seu sistema comercial e organi- duas partes: Igreja Ortodoxa e Igreja Cató-
zacional são associadas a seus principais pro- lica Apostólica Romana.
blemas, muitas vezes entre os próprios árabes:
mudanças políticas e militares, crescimento 3. Assinale, entre as alternativas a seguir,
do comércio e dificuldades de governo, entre aquela em que aparecem expressões sinô-
outros. nimas:

23
a) Império Romano oriental/Império Bi- c) teve, no início, uma pequena influência
zantino; na expansão árabe;

b) Civilização helenística/Império Bizantino; d) foi relevante, somente, na expansão do


mundo árabe em direção ao Ocidente.
c) Civilização bizantina/Império Romano Proposta de Situação de
ocidental; Recuperação
d) Império Romano oriental/Império Ro- Proponha uma pesquisa de análise com-
mano ocidental. parada (não hierarquizada) sobre o mundo
árabe entre cristianismo e islamismo. Você
4. Sobre o cesaropapismo é possível afirmar que: pode apresentar, primeiro, alguns referenciais
a) era o termo pelo qual se designava o po- para essa análise: concepção de deus, livros
der papal na Idade Média; sagrados, fé etc. A seleção dos referenciais de
pesquisa com os alunos já é um exercício de
b) consistia nas relações de troca de favo- revisão. Peça a eles que selecionem elementos
res entre a Igreja e o imperador; que considerarem importantes para a análise
comparada, orientando-os a revisitar os ma-
c) foi como se designou, na Idade Média, teriais de estudo. A seguir, organize na lousa
o direito dos imperadores de nomearem uma lista comum com a ajuda deles.
os papas;
Recursos para ampliar a perspectiva
d) foi como ficou conhecida, no Império do professor e do aluno para a
Bizantino, a concentração nas mãos do compreensão do tema
Imperador dos poderes sobre a Igreja e
o Estado. livro
5. Pode-se afirmar que o islamismo: PEdRERO-SánCHEz, Maria Guadalupe.
a) desempenhou papel importante na uni- História da Idade Média: textos e testemunhas.
ficação religiosa e política dos diferentes São Paulo: Editora Unesp, 2000. Esse volume
povos do mundo árabe medieval, tendo congrega, como o próprio título esclarece, do-
sido fundamental para sua expansão; cumentos referentes ao período medieval acer-
ca de diferentes temas, consistindo em um rico
b) não teve nenhuma influência e nenhu- repertório de informações para conhecimento
ma relação com a expansão árabe; do mundo medieval.

SITUAçãO dE APREndIzAGEM 3
OS FRAnCOS E O IMPÉRIO dE CARlOS MAGnO
Ao longo da história, vários povos procu- fugido de Troia e estabelecido a primeira reale-
raram ligar sua origem a outro povo conquis- za franca. Apropriações como essas se devem,
tador. na Inglaterra e na França, por exemplo, sobretudo, ao fato de os francos terem exer-
para suplantar a história da conquista roma- cido, por um longo período, grande influên-
na, as dinastias de reis medievais construíam o cia em toda a Europa. Situados, inicialmente,
mito de que troianos, de origem nobre, teriam na região que hoje é a França, conquistaram

24
História – 1a série - Volume 3

outros territórios, tendo-se organizado, sobre- templem, pelo menos, os seguintes aspectos:
tudo, em duas dinastias: merovíngia e carolín- Quem eram? Onde viveram? Como se organi-
gia. nas aulas que antecedem esta Situação zavam política e religiosamente? O importan-
de Aprendizagem, divida a classe em grupos te é que esses aspectos – além de outros que
de até cinco participantes. Em seguida, distri- você considerar relevantes – sejam os mesmos
bua esses grupos em dois conjuntos, de modo para ambos os grupos. Peça que evitem copiar
que metade da sala desenvolva uma pesquisa integralmente os textos lidos, mas que desen-
sobre os merovíngios e a outra metade, sobre volvam, com as próprias palavras, aspectos
os carolíngios. nessa pesquisa, peça que con- referenciais de seus conteúdos.

tempo previsto: 3 aulas.

Conteúdos e temas: os francos e o Império de Carlos Magno.

Competências e habilidades: identificação e problematização das relações entre poder político, familiar
e religioso.

Estratégias: pesquisa em grupo.

Recursos: mapa.

Avaliação: participação nas atividades e produção textual.

Sondagem e sensibilização encarregado de sintetizar (a cada item de-


batido) o teor das discussões. Incentive-os a
diga aos alunos que, depois de terem traba-
participar, a expor e organizar os conteúdos
lhado com as migrações bárbaras, conhecerão
pesquisados.
um dos povos que fizeram parte do grupo dos
germanos, exercendo, do ponto de vista da exten- Após essa etapa, solicite aos redatores que
são geocronológica, presença e influência mais leiam os textos para os colegas e os submeta à
duradouras. Acrescente que a França correspon- discussão. leia e corrija os textos, depois com-
de ao território anteriormente ocupado por esse bine com a sala uma maneira para que todos
povo e pergunte se sabem de quem se trata. tenham o texto produzido pelos redatores.
Após os comentários dos alunos, divida a É importante que você complemente os
sala em dois espaços, orientando os grupos a dados, apontando aspectos não desenvolvidos
se acomodarem em cada um deles, de acor- ou pouco explorados pelos estudantes.
do com o tema de sua pesquisa (merovíngios A seguir, propomos o trabalho com duas
ou carolíngios). Comece lembrando que os tarefas relacionadas a temáticas específicas de
francos também se inserem no grupo dos de- cada uma das dinastias francas estudadas nas
nominados bárbaros e fizeram incursões no aulas anteriores: (1) o batismo de Clóvis; e (2)
Império Romano desde o século II d.C., na o Império de Carlos Magno.
Gália. Reitere que são famílias reais podero- Observe que o batismo de Clóvis é enten-
sas que se sucederam na direção dos francos, dido como um momento de fundação da his-
e que tiveram importante papel na construção tória da França, em particular, e da Europa,
da Europa e da cristandade até o século IX. em geral. na história francesa, por simboli-
Em seguida, peça aos grupos que discu- zar a adesão do Império ao cristianismo; na
tam aspecto por aspecto do conteúdo pes- europeia, pela difusão do culto cristão que se
quisado, solicitando a eleição de um redator seguiu, disseminou-se pelo continente. Como

25
você sabe, esses fatos foram lidos e apropria- um período de enfraquecimento do poder dos
dos das mais diferentes maneiras. reis merovíngios, cujo lugar foi ocupado pelos
Com o expansionismo empreendido por “prefeitos do palácio”, pelos “mordomos do
Clóvis, grande parte da Gália foi conquistada paço” e pelos nobres detentores de grandes
(com povos de diferentes tribos germânicas), propriedades. Esse enfraquecimento ocorreu,
sempre com o apoio da Igreja. Indague acerca sobretudo, em virtude das guerras e das fre-
da relação que se estabelece entre a coroação quentes perdas de terras dos reis para a aristo-
de Clóvis, o expansionismo dos francos e sua cracia – terras que eram concedidas em troca de
adesão ao cristianismo. Espera-se que os alu- apoio militar. Observe que era prática comum
nos, mesmo sem ter mais detalhes, estabeleçam entre os francos a partilha das terras conquis-
algumas associações. Explique essa relação, es- tadas entre aliados. desse conteúdo, você pode
clarecendo que com ela se efetiva uma espécie destacar e explicar os seguintes aspectos:
de união entre os povos da Gália romana, a f o processo de cristianização e a expansão
qual será a base da formação da futura França. territorial;
Além disso, lembre que uma religião adotada f a fragmentação do poder político.
tanto pelos conquistadores quanto por outros Usando o mapa do Império Carolíngio a se-
povos servia aos interesses dos primeiros. guir, que também se encontra reproduzido no
Após a morte de Clóvis (início do século Caderno do Aluno, explique seu expansionis-
VI – 511), seus domínios foram divididos entre mo militar e a conquista de regiões como a Sa-
seus filhos. A esse momento histórico sucedeu xônia, a lombardia e a Baviera, entre outras.

ARRUdA, Jobson José de A. Atlas histórico básico. São Paulo: ática, 2008. p. 15.

26
História – 1a série - Volume 3

Em seguida, faça considerações acerca da ção real, que consistia em doar terras para
ascensão de Carlos Magno e da organização aqueles que prestassem serviços e fossem
política do Império Carolíngio (divisão das ter- fiéis ao rei.
ras conquistadas em condados e marcas, com
representantes do imperador), como forma de 3. Os francos se estabeleceram na região que
exercer o controle sobre os territórios conquis- hoje corresponde à _________ e que na An-
tados. A terra cedida pelo imperador recebia o tiguidade era conhecida como _________.
nome de beneficium. Ainda do ponto de vista Qual das duplas de termos abaixo comple-
de organização do Império, Carlos Magno es- ta corretamente os espaços?
tabeleceu um conjunto de leis cujo objetivo era
unificar as legislações consuetudinárias (basea- a) Itália/Bretanha;
das nos costumes) locais. Essas leis eram deno-
minadas capitulares. depois, peça aos alunos b) Portugal/Ibéria;
que respondam à pergunta 3 no Caderno do
Aluno. c) França/Gália;

Ressalte os aspectos ligados ao denomi- d) Alemanha/Germânia.


nado Renascimento Carolíngio nos campos
da arte e da cultura e desenvolva conteúdos 4. (Coordenadoria de Admissão aos Cursos
relacionados à crise que conduziu ao fim do Regulares – FGV – 2003) “O sacerdote,
Império. tendo-se posto em contato com Clóvis,
levou-o pouco a pouco e secretamente a
Proposta de Questões para a acreditar no verdadeiro deus, criador do
Avaliação Céu e da Terra, e a renunciar aos ídolos,
que não lhe podiam ser de qualquer ajuda,
nem a ele nem a ninguém [...]. O rei, tendo
1. Que relação se pode estabelecer entre a pois confessado um deus todo-poderoso
conversão de Clóvis ao cristianismo e o ex- na Trindade, foi batizado em nome do Pai,
pansionismo do reino franco? do Filho e do Espírito Santo e ungido do
santo Crisma com o sinal da cruz. Mais
A conversão de Clóvis ao cristianismo e sua de três mil homens do seu exército foram
extensão aos povos francos foi importante igualmente batizados [...].”
porque, com isso, o imperador passou a con-
tar com o apoio da Igreja, que também foi São Gregório de Tours. A conversão de Clóvis.
Historiae Ecclesiasticae Francorum. lib. II. Trad.
beneficiada, por conta do aumento do nú- Gaudet, J. Paris: Societé de Histoire de France, 1836.
mero de fiéis. Apud Espinosa. op. cit., p. 27. In: PEdRERO-Sán-
CHEz, Maria Guadalupe. História da Idade Média:
2. no que se refere ao Império Carolíngio, o textos e testemunhas. São Paulo: Editora Unesp,
que são capitulares e beneficium? 2000, p. 44-45.
A respeito dos episódios descritos no texto,
Capitulares: trata-se do modo como foi de- é correto afirmar:
nominado o conjunto de leis elaborado por
Carlos Magno para todo o Império. a) A conversão de Clóvis ao arianismo
permitiu aos francos uma aproximação
Beneficium: maneira pela qual ficou conhe- com os lombardos e a expansão de seu
cida uma prática comum da administra- reino em direção ao norte da Itália.

27
b) A conversão de Clóvis, segundo o rito beneficium etc. Primeiro solicite aos alunos a
da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, elaboração de uma lista de conceitos estuda-
significou um reforço político-militar dos e de que eles se lembrem. A seguir, orien-
para o Império Romano do Oriente. te-os a pesquisar os materiais de estudo para
ampliar a lista com conceitos que não foram
c) Com a conversão de Clóvis, de acordo lembrados no primeiro momento. Feita a lista-
com a orientação da Igreja de Roma, o gem individual de conceitos é hora de elaborar
reino franco tornou-se o primeiro Esta- a lista da classe: você anota na lousa as contri-
do germânico sob influência papal. buições dos alunos, numerando-as. Aproveite
para discutir a pertinência dos termos que fo-
d) A conversão de Clóvis ao cristianismo rem citados. Os alunos deverão copiar a lista
levou o reino franco a um prolongado completa e numerada no caderno. Realizado
conflito religioso, uma vez que a maio- o exercício, faça a correção oralmente, discu-
ria de seus integrantes manteve-se fiel tindo com eles as definições que elaboraram,
ao paganismo. estimulando que façam os ajustes necessários.
É muito importante, neste momento, destacar
e) A conversão de Clóvis ao cristianismo a possibilidade de existirem definições escri-
permitiu à dinastia franca merovíngia a tas de formas diferentes, mas que preservam
anexação da Itália a seus domínios e a a ideia principal do conceito e, portanto, são
submissão do poder pontifício à autori- corretas. Outro aspecto importante diz respei-
dade monárquica. to à temporalidade do conceito: há conceitos
que pertencem a períodos históricos específi-
5. Carolíngios e merovíngios correspondem a: cos e outros que podem ser adotados em pe-
ríodos diferentes. Por exemplo, feudalismo é
a) povos que viveram na antiga Inglaterra. um conceito próprio da Idade Média, ao pas-
so que cultura pode ser utilizado em diferen-
b) povos que lutaram com os gregos no sé- tes momentos da história. É importante que o
culo I d.C. aluno se habitue a atribuir temporalidade aos
conceitos.
c) povos que lutaram com os romanos no
século I a.C. Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
d) dinastias dos francos. compreensão do tema
Proposta de Situação de Site
Recuperação
História Medieval. disponível em: <http://
Elaboração de um dicionário conceitual com www.ricardocosta.com>. Acesso em: 29 jun.
termos a serem sugeridos por você, como: 2009. Possui muitos textos relativos à história
francos, merovíngios, carolíngios, capitulares, dos francos traduzidos para o português.

28
História – 1a série - Volume 3

SITUAçãO dE APREndIzAGEM 4
SOCIEdAdE FEUdAl – CARACTERíSTICAS SOCIAIS,
ECOnôMICAS, POlíTICAS E CUlTURAIS

tempo previsto: 2 ou 3 aulas.

Conteúdos e temas: Sociedade feudal – organização.

Competências e habilidades: reconhecimento e problematização de aspectos definidores da organização


social feudal.

Estratégias: produção de texto.

Recursos: imagens.

Avaliação: pesquisa, participação, produção textual e análise de imagens.

Sondagem e sensibilização leitura de imagens

Para iniciar esta Situação de Aprendiza- Ao longo do desenvolvimento do conteúdo


sobre feudalismo, os alunos poderão observar
gem, convide os alunos a relembrar o con-
um conjunto de imagens de um livro das horas
teúdo estudado a esse respeito, perguntando:
no Caderno do Aluno. Proponha, com base
O que é feudalismo? Certamente, muitos re- nessa observação, alguma atividade relaciona-
cordarão a ideia de feudo. A partir daí, você da a elas. Sugerimos que, de posse de figuras
poderá iniciar a problematização do conteú- de diferentes épocas do ano, você solicite a eles
do, indagando à classe o que é feudo e como que analisem a representação dos trabalhado-
se pode caracterizá-lo. Construa, com base res retratados em cada um dos períodos, com
nas intervenções dos alunos e em sua media- base no conteúdo estudado. Como viviam?
ção, um conceito a ser transcrito na lousa Quais eram seus modos de vida? A vida era igual
para que os estudantes copiem no caderno. nas diferentes épocas do ano? Você pode dividir
O conteúdo desenvolvido no ano letivo até a classe em quatro grupos e solicitar a eleição
este ponto certamente permitiu aos alunos de um relator encarregado de apresentar aos
a oportunidade de discutir a concepção de colegas um resumo do conteúdo tratado.
processo histórico, de passagem e de tran- Sugerimos as imagens relativas aos meses
sição, algo que pode ser retomado breve- de fevereiro, março, junho, agosto, setembro e
mente por você. Em seguida, propomos o outubro, reproduzidas a seguir e no Caderno
questionamento do próprio conceito de feu- do Aluno. Estas iluminuras foram retiradas do
dalismo, centrado em duas tarefas: uma de livro Les très riches heures du Duc de Berry, tra-
leitura de imagens e outra de síntese de um duzido comumente como O livro das horas do
duque de Berry.
documento.

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© Erich lessing/Album-latinstock

Livro das Horas de duc de Berry – Ilustração de Pol de limbourg, 1409, “Feverei-
ro”. Mulheres se aquecendo, neve e homem cortando lenha. Museu Condé, Chantilly,
França.

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História – 1a série - Volume 3

© Erich lessing/Album-latinstock

Livro das Horas de duc de Berry – Ilustração de Pol de limbourg, 1409, “Março”. Fa-
zendeiro arando a terra e o castelo de duc de Berry. Museu Condé, Chantilly, França.

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© Erich lessing/Album-latinstock

Livro das Horas de duc de Berry – Ilustração de Pol de limbourg, 1409, “Junho”. Co-
lheita em plantação do castelo de Saint-Chapelle. Museu Condé, Chantilly, França.

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História – 1a série - Volume 3

© Erich lessing/Album-latinstock

Livro das Horas de duc de Berry – Ilustração de Pol de limbourg, 1409, “Agosto”. Pes-
soas se banhando no rio, colheita e senhores feudais. Museu Condé, Chantilly, França.

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© Erich lessing/Album-latinstock

Livro das Horas de duc de Berry – Ilustração de Pol de limbourg, 1409, “Setembro”.
Castelo Saumur e colheita de uvas. Museu Condé, Chantilly, França.

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História – 1a série - Volume 3

© Erich lessing/Album-latinstock

Livro das Horas de duc de Berry – Ilustração de Pol de limbourg, 1409, “Outubro”. Pa-
lácio louvre, durante reinado de Carlos V, servos semeando e o rio Sena ao fundo. Museu
Condé, Chantilly, França.

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Antes de desenvolver essa tarefa, explique dieval. Você pode levar seus alunos a pro-
aos alunos o que é um livro das horas. lem- blematizar esse conceito, mesmo que não o
bre, sobretudo, que esse tipo de livro remon- conheçam em profundidade, lembrando que,
ta a uma tradição medieval e liga-se às horas naquele período, a visão do mundo predomi-
canônicas ou litúrgicas, nas quais os cristãos nante era religiosa, e que bispos pensavam
deveriam cumprir atividades específicas, como que a sociedade deveria ser dividida em três
orar. Oriente a classe para a necessidade de grupos: os que rezavam, os que combatiam e
considerar nessa análise a disposição dos ele- os que trabalhavam. Os alunos analisarão os
mentos da cena e a composição temática e documentos e, provavelmente, farão objeções,
cromática. Em seguida, apresente as questões questionando, por exemplo: Quem combatia
a serem respondidas no Caderno do Aluno: não rezava? Uma função necessariamente ex-
Como viviam os trabalhadores representados? cluía a outra?
A vida transcorria da mesma forma nas diferen-
tes épocas do ano? Analise a imagem a seguir, acompanhada
do texto do bispo Adalberon de laon, pro-
Análise de texto e imagem pondo uma afirmação e uma pergunta: Os
documentos apresentados são representativos
Com esta tarefa, propomos, por meio da de uma visão tradicional e normativa do mun-
análise de dois documentos de suportes dis- do feudal. Com base na leitura e análise dos
tintos (uma pintura e um texto), a análise mesmos, responda: Que visão é essa? A ideia é
crítica de um mesmo conceito: a tripartição fazer que os alunos reflitam acerca do conteú-
social que teria caracterizado o mundo me- do analisado
Jairo Souza design

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História – 1a série - Volume 3

nas palavras de um bispo do século XI, Adalberon de laon, o domínio da fé é uno, mas há um triplo
estatuto na Ordem. A lei humana impõe duas condições: nobre e o servo não estão submetidos ao mes-
mo regime. Os guerreiros são protetores das igrejas. Eles defendem os poderosos e os fracos, protegem
todo mundo, inclusive a si próprios. Os servos por sua vez têm outra condição. Esta raça de infelizes
não tem nada sem sofrimento. Quem poderia reconstruir o esforço dos servos, o curso de sua vida e
seus inumeráveis trabalhos? Fornecer a todos alimento e vestimenta: eis a função do servo. nenhum
homem livre pode viver sem eles. Quando um trabalho se apresenta e é preciso encher a despensa, o rei
e os bispos parecem se colocar sob a dependência de seus servos. O senhor é alimentado pelo servo que
ele diz alimentar. não há fim ao lamento e às lágrimas dos servos. A casa de deus que parece uma é,
portanto, tripla: uns rezam, outros combatem e outros trabalham. Todos os três formam um conjunto
e não se separam: a obra de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu
apoio aos outros.

FRAnCO JUnIOR, Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 34.

Observe que essa é uma representação de a) Estabeleça as relações entre as invasões


um contexto de profundas mudanças sociais bárbaras e o surgimento do feudalismo.
no começo do século XI, sendo esse modelo
de tripartição social representativo dos confli- Para estabelecer as relações entre as inva-
sões bárbaras e o surgimento do feudalismo,
tos sociais do período e dos interesses sobretu-
o aluno poderia partir das informações que
do dos grupos sociais mais abastados, para os lhe foram fornecidas pelo enunciado, que re-
quais não era conveniente qualquer mudança lacionam o surgimento do feudalismo à de-
na ordem das coisas. sordem e à violência da época, para chegar
à explicação daquele processo. Nesse sen-
Proposta de Questões para a tido, poderia ser mencionado, por exemplo,
Avaliação o êxodo urbano e a ruralização da socieda-
de, a descentralização e a fragmentação do
1. (Comvest/Vestibular Unicamp – 2006) no poder político, o fortalecimento dos laços
contexto das invasões bárbaras do século de dependência pessoal ou a privatização
X, os bispos da província de Reims regis- da defesa militar como traços da sociedade
traram: “Só há cidades despovoadas, mos- feudal que se relacionam com as invasões
teiros em ruínas ou incendiados, campos da Alta Idade Média. (Resposta fornecida
reduzidos ao abandono. Por toda parte, os pela Unicamp.)
homens são semelhantes aos peixes do mar
b) Identifique duas instituições romanas
que se devoram uns aos outros”. naque-
que contribuíram para a formação do
le tempo, as pessoas tinham a sensação de feudalismo na Europa medieval. Expli-
viver em uma odiosa atmosfera de desor- que o significado de uma delas.
dens e de violência. O feudalismo medieval
nasceu no seio de uma época conturbada. Essa pergunta requer a percepção do feu-
Em certa medida, nasceu dessas mesmas dalismo como um processo histórico, na
perturbações. medida em que a questão enfatiza o que per-
manece do Império Romano na formação do
Adaptado de BlOCH, Marc. A sociedade feudal. lisboa: sistema feudal na Europa medieval. Entre as
Edições 70, 1982. p. 19.
instituições do período romano que contri-

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buíram para a formação do feudalismo, são e) entre as classes sociais, a nobreza foi a
exemplos: as vilas (grandes propriedades menos prejudicada pela crise, ao con-
rurais autossuficientes), o colonato (siste- trário do que ocorreu com a burguesia.
ma de trabalho que criava uma relação de
dependência entre um trabalhador e um se- 4. (Vestibular Unesp – 2002) O ritual da inves-
nhor de terras), a Igreja (responsável pela tidura era uma cerimônia praticada duran-
preservação e transmissão de parte da cul- te a Idade Média. Este ritual referia-se:
tura romana aos novos reinos germânicos).
(Resposta fornecida pela Unicamp.) a) à sagração de um papa.
b) à transformação de um homem livre em
2. Por que a tripartição social atribuída ao
servo.
período medieval pode ser criticada na
própria concepção, ao dividir a sociedade c) à coroação dos reis.
entre aqueles que rezavam, aqueles que
combatiam e aqueles que trabalhavam? d) ao recebimento de um feudo.
e) à transformação do guerreiro em vassa-
Porque os grupos sociais não são homogê- lo do rei.
neos e um indivíduo poderia estar incluído
em mais de um grupo e exercer práticas a
5. (Fuvest – 1991) dos meados do século XI
ele concernentes. Outro aspecto importan-
até o início do século XIV, a Europa Oci-
te a ser levado em conta consiste no grande
dental passou por um continuado e vigoro-
número de conflitos sociais daquele período
so processo de crescimento (da população,
e no interesse das ordens estabelecidas em
manter seus privilégios. da produção, do comércio, das corporações
de ofício, das cidades), de expansão militar
3. (Fuvest – 1999) A peste, a fome e a guer- e territorial (cruzadas, reconquista, coloni-
ra constituíram os elementos mais visíveis zação do leste) e de desenvolvimento cultu-
e terríveis do que se conhece como a crise ral e artístico (universidades, catedrais).
do século XIV. Como consequência dessa Todo este processo deveu-se:
crise, ocorrida na Baixa Idade Média: a) à centralização monárquica, que criou
a) o movimento de reforma do cristianis- as condições institucionais necessárias
mo foi interrompido por mais de um sé- ao desenvolvimento econômico e cul-
culo, antes de reaparecer com lutero e tural.
iniciar a modernidade.
b) a fatores externos ao feudalismo, decor-
b) o campesinato, que estava em vias de rentes do afluxo de capital e tecnologia
conquistar a liberdade, voltou a cair, por do Oriente.
mais de um século, na servidão feudal.
c) a uma combinação de três modos de
c) o processo de centralização e concen- produção: o escravista, o feudal e o ca-
tração do poder político intensificou-se pitalista.
até se tornar absoluto, no início da mo-
dernidade. d) à própria dinâmica do feudalismo, que
só entrou em crise no século XIV.
d) o feudalismo entrou em colapso no cam-
po, mas manteve sua dominação sobre e) ao desenvolvimento do capitalismo que,
a economia urbana até o fim do antigo com a crise do século XIV, passou para
regime. a fase de produção fabril.

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História – 1a série - Volume 3

Proposta de Situação de diga a eles que seria interessante citar curio-


Recuperação sidades ou ocorrências que constem em docu-
mentos de época como forma de referendar as
neste momento, é importante criar situações análises que fizeram. no entanto, ressalte que
de aprendizagem que possibilitem aos alunos a
a produção textual deve ser autoral e que toda
retomada dos principais conteúdos e conceitos
relativos aos temas estudados. Para isso, suge- citação feita no texto deve seguir critérios
rimos que você peça a eles o desenvolvimen- formais, como aspas e identificação da fonte.
to de uma pesquisa sobre o papel da terra ou Ensine-os a fazer essas citações e, em seguida,
da Igreja no contexto medieval. Isso porque, estabeleça como um dos critérios de avaliação
ao estudar a importância da terra e da Igreja a adequada apropriação das informações pes-
na Idade Média, o aluno estará entrando em quisadas.
contato com dois dos principais pilares da or-
ganização da sociedade medieval, revisitando, Recursos para ampliar a perspectiva
dessa forma, diferentes aspectos de sua orga-
do professor e do aluno para a
nização. Para colaborar na produção textual,
propomos duas questões problematizadoras
compreensão do tema
como diretriz:
livros
Posse da terra e poder: como a vida se orga-
niza na Idade Média? FRAnCO JUnIOR, Hilário. O feudalismo.
São Paulo: Brasiliense, 1985. (Tudo é História).
Religião e dogma: a Igreja Católica como
eixo organizador da sociedade medieval. MICElI, Paulo. O feudalismo. 22. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.
Incentive os alunos a pesquisar, primeiro,
nos materiais que possuem: anotações de aula, São livros introdutórios ao conteúdo trata-
livro didático, Caderno do Aluno. Sugira tam- do. de linguagem acessível, podem, inclu-
bém a visita ao acervo escolar para ampliar as sive, ser utilizados para trabalhos com os
fontes de pesquisa. alunos.

BiBliOGRAFiA
CARdOSO, Ciro Flamarion. A Cidade- _______; CARlAn, Cláudio U. Romanos e
Estado antiga. 3. ed. São Paulo: ática, 1990. germânicos: lutas, guerras, rivalidades na Anti-
(Princípios). guidade tardia. Revista Brathair 7 (1), 2007: 17-
24. disponível em: <http://www.brathair.com/
FRAnCO JUnIOR, Hilário. O feudalismo. revista/br/index.html>. Acesso em: 29 jun. 2009.
São Paulo: Brasiliense, 1985. (Tudo é História).
GUARInEllO, norberto luiz. Imperialis-
FUnARI, Pedro Paulo Abreu. Grécia e Roma: mo greco-romano. São Paulo: ática, 1987.
vida pública e vida privada. Cultura, pensamen-
to e mitologia. Amor e sexualidade. São Pau- PEdRERO-SánCHEz, Maria Guadalupe.
lo: Contexto, 4. ed., 2007. <http://www.edito Historia da Idade Média: textos e testemu-
racontexto.com.br>. Acesso em: 29 jun. 2009. nhos. São Paulo: Editora Unesp, 2001.

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COnSidERAçÕES FinAiS
nesse Caderno, apresentamos propostas refletisse um pouco as atuais discussões histo-
de abordagem de um conteúdo rico em para- riográficas a seu respeito.
lelos com significações práticas da vida dos
alunos, o que pode propiciar interesse e gosto Esperamos que este material possa se cons-
pelo tema. Procuramos fazer que o conteú- tituir em um instrumento útil para o exercício
do proposto nas Situações de Aprendizagem de suas atividades.

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