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Língua Portuguesa

“A linguagem é o bem mais precioso e também o mais


perigoso que foi dado ao homem.”
Friedrich
Prof. Fabiano Santos
Formação
Especialização em “Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira” –
UNINTER.
Licenciatura em Letras: Língua Portuguesa e Inglesa – FAFIT.
Licenciatura em Pedagogia – UNIMES.

Atuação
Professor de Língua Inglesa e Língua Portuguesa – Prefeitura Municipal de Itapeva.
Professor de Língua Inglesa e Língua Portuguesa – Governo do Estado de São Paulo.
Conteúdo
A Comunicação: linguagem, texto e discurso; o texto, contexto e a
construção dos sentidos; Coesão e coerência textuais; Intertextualidade e
polifonia.

A Língua: norma culta e variedades linguísticas; dialetos e registros, gíria.

Língua padrão: ortografia, acentuação e pontuação.

Semântica: denotação e conotação; figuras de linguagem; sinonímia, antonímia,


homonímia, parônima; polissemia e ambiguidade.

Morfologia: estrutura e processos de formação de palavras; classes de palavras:


flexões, emprego e valores semânticos, com ênfase em verbos, pronomes,
conjunções e preposições.

Sintaxe: Termos e Orações coordenadas e subordinadas; concordância nominal e


verbal; regência nominal e verbal; crase; sintaxe de colocação.

Vícios de linguagem.
AS VÁRIAS LINGUAGENS

LINGUAGEM VERBAL
(PALAVRAS)
X
LINGUAGEM NÃO VERBAL
(IMAGENS)
Soneto de Fidelidade
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Até um dia meu anjo)”
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior
solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende,
que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si
mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem
pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem
medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo,
do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada
triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é
a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa
às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio
de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia
pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Vinícius de Moraes
O TEXTO E O CONTEXTO
Um texto pode estar contido em uma única frase,
em uma única palavra e, se pensarmos que a
linguagem não se resume à linguagem verbal,
podemos ainda considerar que ele está presente
em uma imagem.
TEXTO: conjunto de palavras e frases
encadeadas que permitem interpretação e
transmitem uma mensagem. É qualquer obra
escrita em versão original e que constitui um livro
ou um documento escrito.

CONTEXTO: encadeamento de ideias de um


discurso. Tecer junto com texto. Significado,
situação, assunto.
MÚLTIPLAS LINGUAGENS
Uma mesma linguagem pode comunicar
diferentes sentidos, dependendo das condições
nas quais os textos são produzidos ou lidos. Uma
determinada informação também pode ser
relatada por meio de linguagens diversas, que
podem fazer diferença no sentido que produzem.
A linguagem, portanto, varia. Suas variantes
devem estar adequadas à imagem que se quer
construir do locutor e à situação de enunciação.
Os adolescentes, por exemplo, usam uma forma
para se comunicar. Médicos utilizam outra,
diferente da praticada pelos advogados,
especialistas em informática, caminhoneiros,
professores etc.
EXEMPLOS:

ESTRANGEIRISMO: palavras emprestadas de


outras línguas. Ex: mouse, notebook, hot dog,
milkshake, deletar, internet, printar, etc.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: diferentes maneiras


de se escrever e falar. Ex: guri, menino, piá, vc,
inté, até, bjo, carça (calça), etc.
PROPOSTA DE ATIVIDADE
Passe os textos abaixo para a norma
padrão (culta) da Língua Portuguesa,
fazendo as devidas alterações, sem alterar
o contexto:
TEXTO A
Pow cara! Eu tava super afim daquela mina,
mais não rolou. Vô caí fora desse lance antes
que dê treta. Folow.
TEXTO B:
DECLARAÇÃO MINEIRA DE AMOR AOS AMIGOS...

Amo Ocê!
Ocê é o colírio du meu ôiu.
É o chicrete garrado na minha carça dins.
É a mairionese du meu pão.
É o cisco nu meu ôiu (o ôtro oiu - tenho dois).
O rechei du meu biscoito.
A masstumate du meu macarrão.
Nossinhora! Gosto dimais DA conta docê, uai.
Ocê é tamém:
O videperfume DA minha pintiadêra.
O dentifriço DA minha iscovdidente.
Óiprocevê,
Quem tem amigossim, tem um tisôru!
Ieu guárdêsse tisouro, com todu carinho,
Du Lado isquerdupeito !!!
Dentro do meu Coração!!!
AMO Ocê, uai!!!
A CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS

Uma mesma palavra/frase pode ter


diferentes sentidos. Por exemplo:

“descascar um abacaxi”:
- retirar a casca da fruta
- resolver um problema
Para compreender o sentido dos textos é
preciso partir de conhecimentos prévios.

A interpretação de um texto depende de


outros textos ou de outras experiências com
a linguagem em nossa vida.
Informações também podem ser expressas de
forma implícita. Envolvidas no contexto, não
reveladas claramente, ficam subentendidas,
sugeridas nas entrelinhas.

Para compreendê-las, é necessário estar atento.


Um exemplo claro são as propagandas.

Observe a tira da figura abaixo. O que você


imagina que Hagar vai dizer no quadrinho final?
Que circunstâncias ou trechos do texto o levaram
a pensar no desfecho que você previu?
Agora leia o último quadrinho da historinha
acima. Compare o final concebido pelo autor Dik
Browne com o final que você imaginou. Perceba
que os finais diferentes modificam o sentido da
história.
PROPOSTA DE ATIVIDADE 1
Leia as frases e escreva quais sentidos são possíveis de
interpretação. Compare as respostas com seus colegas.

a) As equações de matemática fazem os alunos


quebrarem a cabeça.
b) O grande risco de não usar capacete é quebrar a
cabeça.
c) O coveiro não viu e ficou com o pé na cova.
d) Matilde, tão doente, está com o pé na cova.
e) A costa litorânea brasileira é rica em corais.
f) Não sabia o por quê da dor na costa.
AMBIGUIDADE

Duas ou mais maneiras de entender


um texto. Confusão de sentidos.
Apesar de funcionar como recurso da língua, a
ambiguidade pode ser um problema para a
comunicação, comprometendo, em determinadas
ocasiões, o objetivo desejado. Isso é comum, por
exemplo, no uso de pronomes possessivos como
“seu” e “sua”. Observe a seguir.
A gerente convocou o
supervisor para uma
reunião em sua sala.
A gerente convocou o
supervisor para uma
reunião em sua sala.

Ambiguidade: a sala é a da
gerente ou a do supervisor?
Eliminando a ambiguidade:

A gerente convocou o supervisor


para uma reunião na sala dela.

A gerente convocou o supervisor


para uma reunião na sala dele.
Roberto ensinou o
procedimento a Mário
no computador dele.
Roberto ensinou o
procedimento a Mário
no computador dele.

Ambiguidade: o computador é de
Roberto ou de Mário?
Eliminando a ambiguidade:

Roberto, em seu computador,


ensinou o procedimento a Mário.

Roberto, no computador de Mário,


ensinou-lhe o procedimento.
PROPOSTA DE ATIVIDADE 3
Leia as frases a seguir e escreva em seu caderno qual a
ambiguidade presente. Em seguida, reescreva-as solucionando
esse problema.

a) Aquela senhora encontrou o garotinho em seu quarto.


b) O barco chegou ao cais vazio.
c) Crianças que se alimentam de leite materno
frequentemente são mais sadias.
d) Homem é preso acusado de terrorismo nos EUA .
e) O cadáver foi encontrado perto do banco.
f) Procuro a chave do cofre que estava no quarto.
g) O advogado disse ao réu que suas palavras convenceriam o
juiz.
INTERTEXTUALIDADE

Criação de um texto a partir de um


outro texto já existente.
TEXTO

COESÃO
Organização da estrutura textual.

COERÊNCIA
Sentido claro, organização de ideias.

ELIPSE – CONECTIVOS – PONTUAÇÃO


ELIPSE: Supreção de palavras/expressões
que ficam subentendidas na frase. Exemplo:
“Dois anos atrás, quando a prestigiosa faculdade decidiu
alterar o currículo da faculdade e incluiu o tema desde os
primeiros semestres da graduação na faculdade, ficou
evidente que não se tratava de uma moda da faculdade”.

APLICAÇÃO DA ELIPSE
“Dois anos atrás, quando a prestigiosa faculdade decidiu
alterar o currículo e incluiu o tema desde os primeiros
semestres da graduação, ficou evidente que não se tratava
de uma moda”.
PROPOSTA DE ATIVIDADE 1
Reescreva o texto abaixo aplicando a elipse.

Em maio de 2010, Alex foi contratado para atuar


em uma empresa em Moçambique. Alex foi
informado de que deveria arrumar suas malas
com rapidez, pois o voo para Moçambique sairia
no dia seguinte. Chegando a Moçambique, Alex
percebeu que a vida em Moçambique tinha
algumas diferenças em relação à vida no Brasil,
mas que as diferenças entre Brasil e
Moçambique não impediriam Alex de
desenvolver muito bem seu trabalho em
Moçambique.
CONECTIVOS: palavras ou expressões que
dão coesão aos elementos da frase ou texto
ao estabelecer elos ou conexões entre eles.
“Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila”.
“Podem acusar-me, pois estou com a consciência tranquila”.

conjunções: e, ou, nem, mas, no, entanto,


todavia, assim, portanto, por, isso, que,
porque, pois, desde que, visto que, conforme,
enquanto
PROPOSTA DE ATIVIDADE 2
Reescreva o período abaixo aplicando os conectivos.

A menina caiu da moto quando voltava


da escola. Não se machucou. Chegou
em casa, sua mãe gritou, a abraçou.
Uma amiga havia avisado sobre o
acidente. A mãe nunca mais deixou a
filha andar de moto. A menina ainda
anda escondido.
conjunções: e, ou, nem, mas, no, entanto, todavia, assim,
portanto, por, isso, que, porque, pois, desde que, visto que,
conforme, enquanto
PONTUAÇÃO: pontuação determina o sentido
de um texto. Se mal feita, pode prejudicar a
leitura e objetivos da comunicação.
A VÍRGULA
Pode ser uma pausa.
Não, espere. Ela pode ser a solução.
Não espere. Vamos perder, nada foi
resolvido.
Pode ser autoritária. Vamos perder nada, foi
Aceito, obrigado. resolvido.
Aceito obrigado.
A vírgula muda uma opinião.
Pode criar heróis. Não queremos saber.
Isso só, ele resolve. Não, queremos saber.
Isso só ele resolve.
Uma vírgula muda tudo.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
PROPOSTA DE ATIVIDADE 3
Pontue o texto abaixo:

Como se trata de um evento com apenas 25 vagas a


ABRH pretende privilegiar o segmento de dirigentes de
recursos humanos. Assim atendendo a esse objetivo
queremos convidá-lo a participar desta 1ª VISITA que
temos certeza contribuirá significativamente para o
aperfeiçoamento dos padrões de gestão e
desenvolvimento de recursos humanos.
Nesta visita seremos recebidos pela Companhia
Imobiliária de Brasília – TERRACAP quando serão
apresentadas entre outras as experiências da Empresa em
relação ao Sistema Terracap de Qualidade Programa de
Valorização do Empregado Sistema de Avaliação de
Desempenho e Programa de Participação nos Resultados.
TEXTO E DISCURSO
Elementos básicos da comunicação
Todo ato comunicativo envolve seis
componentes essenciais:
- Emissor(remetente, locutor, codificador, falante);
- Receptor(destinatário, interlocutor, decodificador,
ouvinte);
- Mensagem;
- Código;
- Situação(referente, contexto);
- Canal (contato).
Elementos Básicos da Comunicação

emissor / remetente – elemento que emite, codifica a mensagem;


receptor / destinatário - recebe, decodifica a mensagem;
mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da
mensagem
referente – o assunto, a situação que envolve o emissor e o receptor
e o contexto lingüístico;
canal – meio físico pelo qual circula a mensagem e a conexão
psicológica.
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e
exercem influência sobre a comunicação
•Os quadrinhos retratam uma situação
comunicativa em que as pessoas se
interagem por meio da linguagem. O
Presidente é o locutor; o assistente, o
interlocutor.
•O conjunto das falas que produzem nessa
situação comunicativa constitui o texto.
CONCEITUANDO

•Texto – é uma unidade linguística


concreta, percebida pela audição
(na fala) ou pela visão (na escrita /
imagem), que tem unidade de
sentido e intencionalidade
comunicativa.
Elementos Auxiliares na Construção do Sentido de
um Texto - o contexto discursivo.
• Papel social dos interlocutores;
• O conhecimento de mundo do interlocutor;
• As circunstâncias históricas em que se processa a comunicação;
• A intenção do locutor.
Contexto discursivo → Situações comunicativas
que auxiliam na construção do sentido:

• Papéis sociais que os interlocutores desempenham;


• A intenção do locutor (no caso, a de dissuadir o interlocutor);
• O conhecimento de mundo do interlocutor (no caso, não percebe a
intenção do locutor);
• As circunstâncias históricas ou sociais em que se dá a comunicacão.
DISCURSO

•É a atividade comunicativa capaz de


gerar sentido desenvolvida entre
interlocutores. Além dos enunciados
verbais, engloba outros elementos do
processo comunicativo que também
participam da construção do sentido do
texto.
Intencionalidade Discursiva

São as intenções, explícitas ou implícitas, existentes


na linguagem dos interlocutores que participam de
uma situação comunicativa.
Atividade: analise os elementos comunicativos do
texto acima.
Exemplo:
-Por favor! Me joga uma corda que eu estou me afogando!
- E além disso ainda quer se enforcar?
(Jô Soares, Veja, 20/05/92)
Na piada, o locutor, ao pedir uma corda, naturalmente deseja ser
socorrido, prendendo-se a ela. O interlocutor, entretanto, interpreta
sua pergunta como se o locutor desejasse se enforcar.
- Eu nunca tive relações sexuais com a minha mulher antes
de casar. E você?
- Não sei. Como é o nome dela?
O humor é extraído do fato de as personagens não levarem em
conta um princípio básico das interações verbais: a intencionalidade
discursiva.
Um texto pode ser visual?
A POLIFONIA DO DISCURSO

• Esse fenômeno é muito comum nos textos. Freqüentemente


incorparmos em nosso discurso fragmentos do discurso alheio. Por
essa razão dizemos que o discurso é geralmente polifônico.
• Poli = vários; fono= som, voz.
• A referência a discursos alheios pode se dar de forma mais direta ou
menos direta.
• Gonçalves Dias (Canção do Exílio)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

• Mário Quintana
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Oswald de Andrade
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
Onde cantam gaturamos de Veneza
(...)
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
E ouvir um sabiá com certidão de idade!
• Que tipos de linguagem foram
utilizados na construção do texto?
• Observe a figura central do anúncio.
Notamos que não se trata de um
anúncio comum, pois há nele a voz de
outro texto bastante conhecido, com o
qual o anúncio estabelece uma
relação de intertextualidade. Que
texto é esse?
• Fazendo um cruzamento entre a parte
verbal e a parte visual do texto,
notamos que há entre as duas
linguagens um ponto em comum, que
as aproxima e amplia o sentido de
cada uma. Qual é ele?

MON BIJU DEIXA SUA ROUPA UMA PERFEITA OBRA PRIMA


O repertório cultural e o discurso

• Quanto à intertextualidade na publicidade, pode-se dizer que ela


assume a função não só de persuadir o leitor como também de
difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte
(pintura, escultura, literatura etc). Assim, quando há a utilização
deste recurso, boa parte do efeito de uma propaganda ou do título
de uma reportagem é proveniente da referência feita a textos pré-
existentes.
• Esses textos ora são retomados de forma direta, ora de forma
indireta, levando o destinatário a reconhecer no enunciado o texto
citado.
• Por essa razão, o repertório cultural do interlocutor é importante na
interação comunicativa, pois em muitos casos ele é essencial para a
construção do sentido do texto.
• Se queremos que nosso interlocutor compreenda perfeitamente os
sentidos que desejamos comunicar, precisamos levar em conta seu
repertório cultural.
• Observe a intertextualidade ou relação textual no texto Essas e
outras mulheres de Luiz Vitor Martinello.
TEXTUALIDADE, COERÊNCIA E
COESÃO
Texto Essas e outras mulheres de Luiz Vitor Martinello.
• O texto de Martinello é formado por uma seqüência de parágrafos.
Se lermos, somente o último, talvez sejamos até capazes de perceber
o assunto do texto, mas provavelmente o seu sentido global e sua
poeticidade ficarão seriamente comprometidos.
TEXTUALIDADE
• Texto → unidade de sentido.
• Texto → pressupõe uma organização interna específica, como a
seqüência das partes e a relação existente entre as idéias e entre as
palavras.
A COESÃO TEXTUAL
• Foi então que, solidário à dor do primeiro homem (Adão), criou Eva. Viu,
porém, o Criador (Deus) que era preciso mais.
• As palavras como primeiro homem e Criador estabelecem relações
entre outras palavras, retomando termos já expressos anteriormente.
• Esse tipo de articulação lexical (sinônimos; hiperônimos; hipônimos)
existentes entre as palavras de um texto chama-se coesão textual.
• Já a coesão gramatical é conseguida a partir do emprego adequado
de artigo, pronome, adjetivo, determinados advérbios e expressões
adverbiais, conjunções e numerais.
• Conectores → promove a coesão entre palavras e partes maiores de
um texto: orações, frases e parágrafos.
• Conectores: aí, então, aliás, também, isto é, entretanto, porém, e,
por isso, porque daí, porém, mas. Veja:
• E então, o encantamento de tudo: o sol mais dourado, as flores
multiplicando perfumes, (...)
• Coesão → conexão lexical ou gramatical
A coerência textual

• É o resultado da articulação das idéias de um texto ; é a estruturação


lógico-semântica que faz com que numa situação discursiva palavras
e frases componham um todo significativo para os interlocutores.
• Coerência → conexão semântica
Pode haver coerência sem coesão?
• Sim, há textos que se organizam por justaposição ou com elipses:

(...) Amor é fogo que arde sem se ver;


É pau, é pedra, é o fim do caminho É ferida que dói e não se sente;
é um resto de toco, é um pouco É um contentamento descontente;
sozinho É dor que desatina sem doer;
é um passo, é uma ponte
é um sapo, é uma rã,
é um belo horizonte, é uma febre É um não querer mais que bem querer;
terça. É solitário andar por entre a gente;
São as águas de março fechando o É nunca contentar-se de contente;
verão é a promessa de vida no teu É cuidar que se ganha em se perder;
coração. (...)
(...) Camões
Águas de Março, Tom Jobim

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