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24/01/2018 Qual é a real função do Estado?

– islaandrade

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Qual é a real função do Estado?

Entender a real função do Estado, não só hoje, mas há várias décadas, sempre foi difícil.A explicação para esse entendimento pode ser facilmente
compreendida se analisarmos trechos dos escritos de intelectuais como Montesquieu, Saint-Just, Rousseau, Robespierre, Raynal, os marxistas
clássicos, dentre tantos outros pensadores que formaram uma espécie de mentalidade que parte do pressuposto de que as leis são responsáveis pela
formação do indivíduo. Elas que desenvolvem, instruem, trazem garantias e que reformam o espírito humano. Logo, para eles, a lei e seus
legisladores tem a responsabilidade em si de não apenas assegurar os direitos naturais e anteriores a ela, como o direito à vida, à liberdade e à
propriedade (elementos básicos para a vida e o desenvolvimento humano), ela “tem” que assegurar também uma série de “direitos” que –
segundos alguns intelectuais supracitados – são essenciais, como educação pública, bem–estar social, a garantia de pleno emprego dentre outros
direitos que vão sendo imputados ao longo dos anos.

Essa grande quantidade de leis que foram criadas no intuito de “assegurar direitos” de uma sociedade tem um erro já em sua gênese e como
consequência os resultados não poderiam ser menos catastróficos. Sabe-se que o Estado é um ente que não gera riqueza e por isso, para que haja a
garantia da justiça, ou seja, dos direitos universais (vida, liberdade e propriedade) o único meio adquirir riqueza é através da arrecadação de
impostos dos cidadãos, para a prestação de tais serviços. O problema encontra-se quando o Estado toma para si a responsabilidade de responder
por demandas que não são intrínsecas à sua função e que foram criadas não no intuito de ser benéfico à sociedade, como muitos podem pensar, mas
sim para auferir vantagens como dinheiro e poder para um grupo seleto, a saber, os governantes. Como consequência, temos a seguinte lógica: Se,
para que o Estado passe a bancar uma série de direitos, é necessário uma soma exacerbada de dinheiro para a manutenção dessas leis e da
burocracia que ela exige, logo, será necessário um aumento absurdo e progressivo na quantidade de impostos para que tais serviços sejam
ofertados.

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O problema maior é que o Estado, através de suas leis, se utiliza da força de maneira legal para espoliar o indivíduo, ou seja, as pessoas são
obrigadas a entregar boa parte de suas economias ao Estado, para que ele utilize esse dinheiro (ou não) para bancar novos direitos que talvez você
nem tenha acesso, pois foi criado para um grupo específico, e se tiver acesso, correr-se o risco de ser de péssima qualidade. Enquanto indivíduo,
você não pode escolher ficar com o seu dinheiro e fazer o que quiser com ele, por exemplo, pagar por bons serviços privados ou ajudar os mais
necessitados de maneira mais eficiente, pois você é obrigado a entregar esse valor a um ente que acredita que sabe administrar melhor o seu
dinheiro do que você mesmo.

O indivíduo perde a sua liberdade, pois passa a ser coagido a pagar ao Estado por serviços que ele não solicitou e perde a sua propriedade que vai
sendo dilapidada a cada momento que o Estado se utiliza de sua força para tirar o seu dinheiro de maneira legal. O indivíduo perde o seu poder e
autonomia, passando-a forçadamente ao Estado, enquanto esse enriquece cada vez mais. Outro ponto que podemos colocar é que os novos direitos
sociais entram inevitavelmente em conflito com os direitos individuais, pois quando se promove por lei um grupo sobre o outro a primeira
consequência é a injustiça formal e, em decorrência disso, o favorecimento de grupos considerados como minorias ou desabastados, que têm como
uma de suas argumentações para a justificativa de tal feito a tese da teoria da exploração idealizada pelos socialistas, tese essa que já foi contra-
argumentada pelos economistas da escola austríaca. Segue um comentário de Frédéric Bastiat em seu livro A Leisobre a essa completa perversão da
lei:

Infelizmente, a lei nem sempre se mantém dentro de seus limites próprios. Às vezes os ultrapassa, com consequências pouco defensáveis e danosas.
E o que aconteceu quando a aplicaram para destruir a justiça, que ela deveria salvaguardar. Limitou e destruiu direitos que, por missão, deveria
respeitar. Colocou a força coletiva á disposição de inescrupulosos que desejavam, sem risco, explorar a pessoa, a liberdade e a propriedade alheia.
Converteu a legítima defesa em crime para punir a legítima defesa.

Outro argumento é que existe uma arrogância exacerbada por parte dos pensadores que defendem o crescimento do Estado utilizando a força da lei
como um meio de organizar a sociedade e moldá-la conforme ele – o intelectual – acredita ser mais benéfico para a o povo. A grande questão é: a
que classe, categoria ou espécie tal intelectual pertence? Considerando ser a espécie humana, qualquer ser humano é tão capaz quanto ele de
decidir, pensar e refletir sobre a sua vida. Qual o motivo então que leva tal intelectual a criar dentro de seu escritório teorias para a solução dos
problemas da humanidade? O indivíduo não seria capaz de realizar suas próprias escolhas? De saber o que é melhor para si?

Segue um trecho do pensamento de Rousseau que confirma sua prepotência enquanto intelectual:

“Aquele que ousa empreender a tarefa de dar instituições a um povo, deve-se sentir em condições de mudar, por assim dizer, a natureza humana;
de transformar cada indivíduo que, por si só, é um todo perfeito e solitário, em parte de um grande todo, do qual este indivíduo recebe,
integralmente ou em parte, sua vida e seu direito de ser. Assim, a pessoa que se compromete a empreender a criação política de um povo deveria
acreditar em sua habilidade em alterar a constituição do homem (…).”

Pois bem, diferentemente do que acredita Rousseau e tantos outros intelectuais socialistas, o indivíduo é capaz de escolher por si e administrar seu
dinheiro, e é justamente por este motivo que se faz necessário a reflexão sobre esse crescente poder estatal que tem se perpetuado até os dias de hoje
e que interfere diretamente na liberdade, autonomia e propriedade dos indivíduos.
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