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Satisfação no trabalho – uma breve

Elaine Cristina Marqueze2


Claudia Roberta de Castro Moreno3
revisão1
Job satisfaction – a short review

1
Trabalho extraído da Dissertação de Resumo
Mestrado de Elaine Cristina Marqueze,
intitulada Satisfação no trabalho e capaci-
dade para o trabalho de docentes de uma Este artigo tem o objetivo de apresentar uma breve revisão sobre satisfação no
instituição de ensino superior, defendida trabalho, analisando suas diferentes concepções. Associadas a essas concep-
em 2005 na Universidade do Sul de ções, também são apresentadas características do trabalho que interferem e
Santa Catarina (Unisul).
determinam a satisfação, bem como as conseqüências da satisfação e da insa-
2
Profissional de Educação, Profes-
sora da Universidade do Extremo Sul
tisfação no ambiente de trabalho.
Catarinense (Unesc). Palavras-chaves: satisfação no trabalho, saúde do trabalhador, trabalho.
3
Bióloga, Professora do Programa de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade do Sul de Santa Catarina
Abstract
(Unisul).
The purpose of this article is to present a short review of work satisfaction, ana-
lyzing its different conceptions. Associated to such conceptions we also present
work characteristics that interfere and determine satisfaction, as well as the
consequences of satisfaction and non-satisfaction at the work environment.
Keywords: job satisfaction, occupational health, job.

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Introdução

A avaliação de um sistema de trabalho quisadores realizam estudos sobre o tema


se dá a partir da capacidade de adaptação satisfação no trabalho, posto a relevância
do trabalho ao homem e do homem ao deste aspecto no ambiente de trabalho e na
trabalho (GUÉRIN et al., 1997; DEJOURS, saúde do trabalhador. (LOCKE, 1969; HER-
2002). Um dos aspectos que interfere na ZBERG, 1971; HENNE & LOCKE, 1985;
capacidade de adaptação é a satisfação BERGAMINI & BERALDO, 1988; HARRIS,
no trabalho, que, segundo Rohmert (apud 1989; FRASER, 1996; BEGLEY & CZAJKA,
FISCHER & PARAGUAY, 1989), refere-se à
1993; BÜSSING et al., 1999; ELOVAINIO
integração, à autonomia, à motivação, ao
et al., 2000; WRIGHT & CROPANZANO,
envolvimento e à utilização das capacida-
2000; O’DRISCOLL & BEEHR, 2000; REGO,
des físicas e mentais.
2001; ROBBINS, 2002; MARTINEZ, 2002).
O comportamento humano no ambien-
te de trabalho vem sendo amplamente es- O objetivo do presente trabalho é fa-
tudado nos últimos tempos, destacando-se zer uma revisão das diferentes concepções
no aspecto emocional a satisfação que o sobre satisfação no trabalho, assim como
trabalhador possui em sua atividade. Se- identificar seus determinantes e suas con-
gundo Klijn (1998), desde os anos 30, pes- seqüências na saúde do trabalhador.

Metodologia

A pesquisa foi estruturada a partir da de teses e dissertações da USP, DEDALUS


revisão bibliográfica sobre o tema satisfa- e LILACS.
ção no trabalho, tendo como palavra-chave
O período de coleta de materiais foi
de busca satisfação no trabalho.
entre 2004 e 2005, não sendo estabelecida
As fontes de busca foram restritas aos limitação dos anos revisados, sendo encon-
acervos das bibliotecas da Universidade trados um total de 337 bibliografias sobre
Federal de Santa Catarina, Universidade satisfação no trabalho. Realizou-se uma
do Sul de Santa Catarina e Universidade triagem, excluindo os materiais referentes
do Extremo Sul Catarinense; aos materiais à gestão e à administração, selecionando
em meio digital, disponibilizados nos sites apenas os relacionados à área de saúde do
das universidades públicas do Brasil, bem trabalhador e que atendesse ao objetivo es-
como aos sites SCIELO, biblioteca digital tabelecido.

Resultados

Diversas concepções sobre a satisfação Portanto, com base nos autores pesquisa-
no trabalho foram encontradas na literatura dos, este artigo apresentará os determinan-
consultada. A determinação da satisfação tes e as conseqüências da satisfação sepa-
no trabalho e suas conseqüências na saú- radamente, com o intuito de possibilitar a
de do trabalhador nem sempre são claras. compreensão das distintas concepções so-
Alguns fatores podem atuar tanto como de- bre a satisfação no trabalho.
terminante quanto como conseqüência da
Concepções da satisfação no trabalho
satisfação, a exemplo do relacionamento
com os colegas de trabalho. Em determina- Locke (1969) define satisfação no tra-
da situação, se este aspecto estiver negati- balho como o resultado da avaliação que
vo, ele pode gerar insatisfação no trabalho. o trabalhador tem sobre o seu trabalho
Por outro lado, a insatisfação no trabalho ou a realização de seus valores por meio
pode gerar problemas de relacionamento dessa atividade, sendo uma emoção posi-
no ambiente de trabalho. tiva de bem-estar. Vale ressaltar que esse
Diversos autores identificam alguns fa- autor difere valores de necessidades, em
tores como determinantes (exemplo: fato- que necessidades referem-se à sobrevivên-
res sócio-demográficos) e outros como con- cia e ao bem-estar do indivíduo, sendo es-
seqüências (exemplo: prejuízos à saúde) a sas inatas e comuns a todos, e os valores
fim de facilitar medidas de intervenção. são diferentes de pessoa para pessoa, pois

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vai ao encontro do que o indivíduo deseja como uma atitude (REGO, 2001; ROBBINS,
ou percebe como benéfico (LOCKE, 1969, 2002). Essas diferenças podem resultar em
1976). Segundo Locke (1969, 1976), a satis- erros metodológicos de pesquisa e devem
fação no trabalho é um estado emocional, ser observadas e consideradas quando da
porque a emoção deriva da avaliação dos escolha do instrumento de medida para ir
valores do indivíduo, e por tratar-se de um ao encontro dos objetivos propostos.
estado emocional, a satisfação possui dois
Para Rego (2001), a satisfação no tra-
fenômenos: o de alegria (satisfação) e o de
balho está relacionada ao tratamento de
sofrimento, desprazer (insatisfação).
justiça e de respeito a que o trabalhador é
Apesar de Locke (1969, 1976) relatar submetido. Já Robbins (2002, p.74) define
que a satisfação no trabalho é um fenô- satisfação no trabalho “como a atitude ge-
meno individual, ressalta que os fatores ral de uma pessoa em relação ao trabalho
causais podem ser classificados em dois que realiza”. Esse autor assim define pois
grandes grupos: eventos e condições do considera que o homem possui uma rea-
trabalho (trabalho propriamente dito, pa- ção ativa às situações de trabalho que não
gamento, promoção, reconhecimento, con- o satisfazem, deliberando atitudes de mu-
dições de trabalho, ambiente de trabalho); danças. Esta concepção aborda a satisfação
e agentes do trabalho (colegas e subordina- e a insatisfação no trabalho como fenôme-
dos, supervisores, empresa/organização), nos distintos, sendo que a insatisfação está
assinalando que os fatores causais devem relacionada aos fatores que determinam o
ser analisados em suas inter-relações. trabalho, como ambiente, recompensas e
chefia, sendo essa concepção baseada na
Locke (1976) refere que a satisfação no
Teoria de Herzberg (HERZBERG, 1971).
trabalho pode gerar conseqüências tanto
para o indivíduo como para a organização, Locke (1969, 1976) aponta falhas em al-
afetando aspectos comportamentais e a gumas teorias desse tema, como a de Herz-
saúde física e mental do trabalhador. berg, que considera satisfação e insatisfa-
ção fenômenos distintos, não indicando
Para Harris (1989), a satisfação no tra-
as diferenças individuais de percepção da
balho é um sentimento que resulta da
satisfação no trabalho, justificando essa fa-
situação total do trabalho. Fraser (1996)
lha com a afirmativa de que os valores são
apresenta satisfação no trabalho como
pessoais, sendo emocionais os principais
um estado pessoal, subjetivo, dinâmico e
determinantes no trabalho.
constantemente modificável por condições
intrínsecas e extrínsecas do trabalho e do Para Bergamini & Beraldo (1988), as de-
trabalhador. finições sobre satisfação no trabalho, inde-
pendentemente da concepção abordada, só
Locke (1969, 1976), Henne & Locke
possuem valia se consideradas as diferen-
(1985), Begley & Czajka (1993), Elovainio
ças individuais resultantes das variáveis
et al. (2000) e O’Driscoll & Beehr (2000)
inatas em interação com as experiências
concordam que satisfação e insatisfação no
vividas.
trabalho fazem parte de um mesmo fenô-
meno, não sendo desassociados. Martinez Sendo a satisfação no trabalho influen-
(2002, p.17) aponta que essa concepção ciada pela capacidade de enfrentamento
considera que a satisfação e a insatisfação, de situações diversas (HARRIS, 1989), ou
estão em um contínuo, em que a satisfação seja, tornando-se dinâmico o processo de
encontra-se em um extremo e a insatisfação satisfação, envolvem-se situações variadas,
em outro, “não dando suporte à concepção características de personalidade, situações
de dois contínuos unipolares independen- de trabalho, expectativas, necessidades e
tes (um pertencendo à satisfação e outro, à motivações (BÜSSING et al., 1999). Desta
insatisfação)”. forma, uma única área de estudo não con-
segue abranger toda a complexidade desse
Algumas definições sobre o tema satisfa-
tema e, por isso, pode-se observar que ele
ção no trabalho apresentam-se divergentes.
é abordado tanto pelas áreas sociais como
Alguns autores consideram como um esta-
pela saúde.
do emocional, um sentimento, conforme
apresentado anteriormente (LOCKE, 1969, Essas duas áreas partem do pressuposto
1976; HENNE & LOCKE, 1985; HARRIS, de que, para a análise dos determinantes
1989; BEGLEY & CZAJKA, 1993; FRASER, da satisfação no trabalho, devem ser con-
1996; WRIGHT & CROPANZANO, 2000; siderados dois componentes: o compo-
ELOVAINIO et al., 2000; O’DRISCOLL & BE- nente afetivo emocional (relacionado ao
EHR, 2000). Outros consideram satisfação sentimento de como a pessoa se sente no

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trabalho) e o componente cognitivo (a ra- tação de um hospital, verificaram asso-
cionalidade do indivíduo sobre o trabalho), ciação estatisticamente significativa entre
conforme Locke (1969, 1976). Essa análi- satisfação no trabalho e concessão de bons
se está em concordância com a definição salários e benefícios, bom relacionamento
de satisfação no trabalho como um estado social no trabalho (envolvendo chefia e
emocional (LOCKE, 1969, 1976; HENNE & colegas), perspectivas de crescimento pro-
LOCKE, 1985; HARRIS, 1989; BEGLEY & fissional dentro da organização e, também,
CZAJKA, 1993; FRASER, 1996; WRIGHT & com as características de trabalho.
CROPANZANO, 2000; ELOVAINIO et al.,
A partir de um levantamento de estudos
2000; O’DRISCOLL & BEEHR, 2000). sobre esse tema, Cavanagh (1992) também
Neste primeiro momento, a abordagem apresentou fatores que poderiam determi-
das concepções existentes sobre satisfação ná-lo. O primeiro estudo analisado por Ca-
no trabalho é para ressaltar suas diferen- vanagh (1992) foi o de Locke e Gruneberg,
ças, sem o propósito de se determinar a em que foram identificados três aspectos
melhor concepção. influenciadores da satisfação no trabalho:
diferenças na personalidade, diferenças no
Independentemente da concepção ado- trabalho e diferenças nos valores atribuí-
tada de satisfação no trabalho, não há como dos ao trabalho. A seguir, Cavanagh (1992)
negar que este aspecto interfere no proces- cita os estudos de Hinshaw e Atwood e de
so saúde-doença e conseqüentemente no Weissman et al., em que ambos identificam
ambiente de trabalho e na vida pessoal dos como fatores de influência na satisfação no
trabalhadores. trabalho: a idade, o sexo, a inteligência, o
Determinantes da satisfação no trabalho nível educacional, a experiência, o nível
hierárquico, o status profissional, a auto-
Para Bauk (1985), os fatores considera- nomia de trabalho, a repetição imposta, a
dos como os mais significantes ao estresse tarefa executada, a remuneração e o resul-
e à insatisfação no trabalho são a falta de tado do trabalho.
conhecimento sobre oportunidades de pro-
gresso e promoção no trabalho e o modo Utilizando os fatores citados por esses
como ocorre a avaliação da performance estudos, Cavanagh (1992, p.707) realizou
profissional. Outros fatores são a carga um estudo com 221 enfermeiras chefes de
um hospital, apresentando, como resulta-
de trabalho excessiva, a interferência do
do final, um modelo teórico das variáveis
trabalho na vida particular, a carência de
relacionadas à satisfação no trabalho (Fi-
autoridade e influência necessárias à exe-
gura 1), em que há associações positivas
cução de seu trabalho.
e associações negativas definidas a partir
Sneed & Herman (1990), em pesquisa dos testes de Correlação de Pearson e da
com trabalhadores do serviço de alimen- Covariância de Matrix.

Figura 1 Modelo teórico de conexão entre variáveis selecionadas e satisfação no trabalho.


Fonte: CAVANAGH, S. J. Job satisfaction of nursing staff working in hospitals. Journal of Advanced Nursing, v. 17, n. 6, p. 704-711, 1992.

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Dejours (1994) afirma que, se o traba- na ocasião da pesquisa e com um tempo
lho for de livre escolha e organizado, ele de prática menor do que seis meses – não
proporciona equilíbrio e prazer, já que pos- apresentou relação significativa com a sa-
sibilita a descarga da carga psíquica. Dessa tisfação no trabalho. A participação em
forma, identificar quais os componentes do programas de bem-estar, que incluem ati-
trabalho que se opõem à descarga de ener- vidade física, controle alimentar e educa-
gia é uma maneira de proporcionar motiva- ção para a saúde, também não influenciou
ção e satisfação no trabalho. nos níveis de satisfação no trabalho, mas
relacionou-se com a diminuição dos riscos
Em estudo realizado por Estefano (1996)
em adquirir doenças (PETERSON & DUN-
sobre a satisfação dos funcionários (total
NAGAN, 1998).
de 88) da biblioteca central da Universida-
de Federal de Santa Catarina, verificou-se Um outro fato é que quem participa
que o principal fator responsável pela in- desses programas tende a engajar-se em
satisfação desses funcionários constitui-se programas regulares de atividades físicas
nas condições de trabalho, sendo que os e, conseqüentemente, pode melhorar sua
aspectos que mais contribuíram para a sa- satisfação no trabalho. Esse estudo tam-
tisfação foram às relações interpessoais e o bém apresentou diferença significativa na
trabalho em si. satisfação no trabalho entre aqueles que
Em estudo realizado por Gonçalves referenciaram participar de programas de
(1996) com 25 docentes universitários, é exercícios físicos há pelo menos seis meses
verificado que as atuais formas de organi- em relação àqueles que não participavam,
zação do trabalho negam a satisfação e a e isso independentemente da participação
autonomia do trabalhador. em outros programas de promoção à saúde.
Ou seja: a satisfação no trabalho era maior
Em estudo realizado por Ramires et al. para quem participava de programas de
(1996) sobre saúde mental em médicos, exercícios físicos há pelo menos seis meses
sendo a maioria homens (88%) e casados (PETERSON & DUNNAGAN, 1998), o que
(95%), relacionando os efeitos do estresse remete ao seguinte questionamento: “A saú-
sobre satisfação no trabalho, foi constatado de influencia a satisfação no trabalho?” ou
que um baixo nível de estresse exerce um “A satisfação facilita a saúde?” (PETERSON
efeito de proteção na satisfação; e a satis- & DUNNAGAN, 1998, p. 977). Portanto, o
fação no trabalho possui um efeito de pro- incremento de comportamentos positivos
teção à saúde mental, especificamente no relacionados à saúde, no que se refere ao
estresse ocupacional dos entrevistados. aumento da satisfação no trabalho, ainda
Peterson & Dunnagan (1998), avaliando não é consistente.
o impacto de um programa de promoção à Esteve (1999), em seus estudos sobre
saúde desenvolvido com funcionários de o mal-estar docente, constatou que, quan-
uma universidade do norte dos Estados do a imagem pública de uma profissão se
Unidos, verificaram que o grau de ins- deteriora, diminui a satisfação no trabalho
trução apresentou relação positiva com dos profissionais que a exercem, apontan-
a satisfação no trabalho, visto que quem do que, na década de 70, uma cifra de 30%
possui um maior grau de instrução possui de professores estava insatisfeita com sua
também um maior grau de decisão em re- profissão (NATIONAL EDUCATION AS-
lação ao trabalho realizado. Neste mesmo SOCIATION apud ESTEVE, 1999).
estudo, os autores constataram associação
estatisticamente significativa entre satisfa- Litt & Turk (apud ESTEVE, 1999), em
ção no trabalho e estimulação intelectual pesquisa realizada com 291 professores,
proveniente do trabalho, boa gerência e constataram que as maiores fontes de insa-
disponibilidade de recursos para o desen- tisfação no trabalho são os salários inade-
volvimento do trabalho, boa posição pro- quados, o baixo status social da profissão
fissional (nível hierárquico) e bons rela- (que inclui o mau comportamento dos alu-
cionamentos com o público atendido. No nos e as poucas oportunidades para progre-
aspecto individual, foram a autonomia e dir) e o excesso de trabalho a ser realizado
o trabalho diversificado (PETERSON & em pouco tempo.
DUNNAGAN, 1998).
Para Büssing et al. (1999), a maioria dos
Também foi constatado que o estilo de estudos que apresentaram hipóteses for-
vida – no que se refere ao consumo de ál- muladas relacionadas ao tema satisfação
cool, uso de tabaco, técnicas de redução no trabalho não fornece estrutura teórica
do estresse e prática de atividade física de embasamento, neles se constatando a

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realização de estudos metodologicamente va de carreira, ambiente físico do trabalho,
incorretos, pois em vários se verificaram rotina de trabalho (variedade/monotonia),
níveis elevados de satisfação no trabalho desafios no trabalho, autonomia e oportu-
em ambientes com aspectos inadequados, nidade de desenvolvimento profissional
tais como insalubridade, altos níveis de também foram verificados por O’Driscoll &
acidente de trabalho e de absenteísmo e Beehr (2000) no estudo realizado com 236
trabalho fragmentado. trabalhadores de duas firmas de contabili-
dade – uma dos Estados Unidos e outra da
Korunka & Vitouch (1999), em seu es-
Nova Zelândia – como determinantes da
tudo sobre os efeitos da implementação de
satisfação no trabalho.
uma nova tecnologia de informação em tra-
balhadores de uma companhia de proces- No estudo de Rego (2001) com docentes
samento eletrônico de Viena, verificaram do ensino superior sobre percepções de jus-
que a satisfação no trabalho está favoravel- tiça, o autor constatou que os docentes tra-
mente associada à estabilidade no empre- tados com justiça e respeito apresentaram
go, a salários e benefícios, relacionamento menor intenção de abandonar o trabalho,
social no trabalho, relacionamento com a um maior comportamento de cidadania
chefia, perspectivas de carreira, ambiente organizacional, maior satisfação, faltavam
físico do trabalho e bons prazos para reso- menos, apresentavam melhores níveis de
lução dos processos de trabalho. desempenho individual, maior empenho,
confiança e comprometimento com o tra-
Os bons relacionamentos sociais no am-
balho, além de maior apego e lealdade à
biente de trabalho e com a chefia também
empresa.
possuíram associação estatisticamente sig-
nificativa com a satisfação no trabalho no Martinez (2002), em seu estudo com
estudo de Wright & Cropanzano (2000). técnicos e analistas de uma empresa de ad-
ministração e gerenciamento de planos de
Relação positiva também foi encontrada
previdência privada e de saúde, verificou
no que se refere à estabilidade no emprego,
que 65,2% dos pesquisados apresentaram
a salário e benefícios, relacionamento com
associação estatisticamente significativa
a chefia e oportunidade de desenvolvi-
da satisfação no trabalho (avaliada pelo
mento profissional no estudo realizado por
Occupational Stress Indicator – OSI) com
Elovainio et al. (2000) com profissionais da
o cargo de trabalho (melhor nível hierár-
saúde de hospitais da Finlândia.
quico) e o tempo de empresa (menor tempo
Elovainio et al. (2000) apresentaram vá- na empresa), sendo que as variáveis idade,
rios estudos que demonstraram associação sexo, renda, escolaridade e estado civil não
estatisticamente significativa entre contro- apresentaram associação.
le sobre o trabalho x autonomia exercida e
Borges & Argolo (2002) apresentaram
alta tensão ocupacional x baixa satisfação
os estudos desenvolvidos por Borges, Ca-
no trabalho. Em seu estudo descrito ante-
valcanti & Portela, em 1999 e 2000, com
riormente, estes autores constataram que
75 petroleiros do Pólo Guamaré (RN), utili-
o controle sobre o trabalho é responsável
zando o Inventário de Prazer e Sofrimento
pela maioria das variações na satisfação no
no Trabalho (IPST), em que estes autores
trabalho tanto dentro da organização como
constataram associação dos valores orga-
no plano individual. Verificaram também
nizacionais (Igualitarismo e Domínio/Har-
que a satisfação no trabalho e a saúde men-
monia) e dos fatores de prazer e sofrimento
tal estão estatisticamente relacionadas,
com a percepção de satisfação no trabalho.
bem como as características individuais
e organizacionais, demonstrando relação Maciel (2002) constatou, em seu estudo
positiva entre aspectos psicossociais espe- sobre os fatores interferentes na satisfação
cíficos do ambiente de trabalho (controle dos trabalhadores de uma unidade de ali-
sobre o trabalho – fator de maior impor- mentação e nutrição hospitalar, que as con-
tância) e aspectos de personalidade. Dessa dições de trabalho, na unidade pesquisada,
forma, Elovainio et al. (2000) apresentaram também interferem na satisfação de seus
estudos que afirmam que ter o controle do trabalhadores.
trabalho é um fator de proteção para pro-
De acordo com o exposto, os fatores in-
blemas de saúde.
tervenientes na satisfação no trabalho são
Fatores como estabilidade no emprego, diversos, merecendo mais estudos sobre o
salário e benefícios, relacionamento social tema para que alternativas e soluções pos-
no trabalho, relacionamento com a chefia, sam ser criadas. Segundo Martinez (2002),
carga física e mental do trabalho, perspecti- não se deve ignorar as diferenças e as per-

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cepções individuais, pois essas determi- nível primário de educação e realizavam
nam a satisfação no trabalho e estão inse- trabalho repetitivo. No referido estudo, foi
ridas em um contexto histórico e cultural, constatada associação significativa entre
que possuem valores e oportunidades. satisfação no trabalho e saúde mental, pois
os resultados indicaram que quem tinha
Não há, portanto, um único fator deter-
uma maior satisfação no trabalho estava
minante para a satisfação; estes dependem
em um estado de saúde mental melhor,
do ambiente e das condições de trabalho,
isso em comparação aos que tinham uma
bem como da avaliação pessoal do traba-
baixa satisfação no trabalho. Além disso,
lhador. No entanto, identificá-los é crucial
quem estava com um melhor estado de
para se efetivar programas de melhoria da
saúde também tinha maior satisfação no
satisfação no trabalho.
trabalho. Estudos de Caplan et al. e Roman
Conseqüências da satisfação e da insatis- & Trice (apud RAHMAN & SEM, 1987)
fação no trabalho também apontaram essa associação.
Estar ou não satisfeito em relação ao tra- Benito (1994), em seu estudo sobre a
balho incorre em conseqüências diversas, análise de exigências cognitivas das ativi-
sejam elas no plano pessoal ou profissio- dades do trabalhador de enfermagem, rela-
nal, afetando diretamente o comportamen- tou que a satisfação no trabalho apresenta
to, a saúde e o bem-estar do trabalhador. influência favorável no desenvolvimento
Essa afirmativa é baseada no modelo das do trabalho de enfermeiras.
conseqüências da insatisfação no trabalho Segundo estudo conduzido por Hipwell
proposto por Henne & Locke (1985), em et al. (apud PETERSON & DUNNAGAN,
que a insatisfação no trabalho pode gerar 1998), a insatisfação no trabalho contribui
conseqüências na vida individual, na saúde para o estresse ocupacional e ambos con-
mental e na saúde física desse indivíduo. tribuem para um efeito negativo à saúde.
Os primeiros estudos sobre o tema refe- Algumas tentativas são realizadas para
renciam a satisfação e a insatisfação e suas minimizar essas questões, uma delas é a
conseqüências na saúde e no bem-estar promoção de atividades de redução do
do trabalhador fornecendo suposições de estresse, que, para Peterson & Dunnagan
que a insatisfação no trabalho pode estar (1998), não produzem impacto favorável à
relacionada ao estresse ocupacional (RAH- satisfação no trabalho, pois, para esses au-
MAN & SEM, 1987). Os autores Rahman & tores, estresse e satisfação no trabalho são
Sem (1987) afirmam que o absenteísmo é fatores desassociados.
menor entre os que possuem uma maior
satisfação no trabalho. Silva et al.(1998) argumentam que, no
ambiente de trabalho, algumas condições
Os autores também apontam que a sa- podem representar sobrecargas no sentido
tisfação no trabalho possui grande influên- de estresse, e uma delas é a insatisfação no
cia na determinação dos níveis de estresse trabalho decorrente do conteúdo e da carga
e na qualidade de vida do trabalhador, sen- de trabalho, em que uma maior insatisfação
do que o trabalho, quando possui fatores leva a uma maior sobrecarga de estresse.
estressantes e de insatisfação, freqüente-
mente se torna uma verdadeira prisão em Zalewska (1999), em seu estudo sobre
decorrência das más condições em que é a importância dos relacionamentos sociais
executado. E, quando ele é associado a pro- nos aspectos do trabalho e na satisfação no
gramas de prevenção e promoção da saúde, trabalho, aponta que a satisfação no traba-
pode e deve ser fonte de satisfação e de re- lho conduz à melhor saúde física e mental,
alização. relatando que ocorre uma menor incidên-
cia de doenças em trabalhadores satisfeitos
Em referência à relação da satisfação no e, conseqüentemente, uma melhor quali-
trabalho e ao estresse ocupacional, Henne dade de vida desses.
& Locke (1985) relatam que a insatisfação
no trabalho conduz ao estresse. O’Driscoll & Beehr (2000) também en-
contraram associação estatisticamente
Alguns estudos relataram que a satisfa- significativa entre satisfação no trabalho e
ção no trabalho apresenta conseqüências à saúde mental, sendo que uma maior satisfa-
saúde mental, como o de Rahman & Sem ção remete a um menor número de queixas
(1987), que realizaram pesquisa com 82 de saúde. A insatisfação está relacionada à
trabalhadores de uma fábrica, com idade incerteza, a conflitos de papéis no contex-
média de 34 anos. Estes tinham uma mé- to do trabalho e a pressões no ambiente de
dia de 14 anos de experiência profissional, trabalho (O’DRISCOLL & BEEHR, 2000).

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Tyrer, citado por Gazzotti & Codo A condição de felicidade dos funcioná-
(2002), salienta que baixos índices de sa- rios, como determinante para uma maior
tisfação no trabalho estão associados a uma produção, é apontada como falsa por Rob-
maior incidência dos sintomas de lesões bins (2002), que apresenta resultados de
por esforços repetitivos. correlação baixa entre esses dois aspectos.
Afirma, ainda, que seria mais verdadeiro o
Martinez (2002), em estudo já relatado,
inverso, funcionários produtivos tendem a
aponta também alguns efeitos comporta-
mentais conseqüentes da insatisfação no ser funcionários felizes, o que, conseqüen-
trabalho verificados em sua pesquisa: ab- temente, pode significar recompensas do
senteísmo, rotatividade, atrasos ou pausas tipo reconhecimento, aumento de remune-
prolongadas e/ou não autorizadas, queda ração, promoções etc., remetendo à relação
da produtividade, protestos ou greves e in- entre satisfação e produtividade. Segundo
satisfação com a vida de acordo com a im- Robbins (2002), há necessidade de estudos
portância que o trabalho possui na vida do sobre a satisfação no trabalho que focali-
indivíduo. Há de considerar-se que essas zem o estado de saúde dos trabalhadores.
respostas são individuais e variadas. Foi proposto por Galbraith (apud SE-
Rahman & Sem (1987), Büssing et al. LIGMANN-SILVA, 2004) a “cultura do
(1999), Rego (2001) e Martinez (2002) apre- contentamento” nas organizações e na so-
sentam que trabalhadores satisfeitos pos- ciedade em geral, sendo esta cultura sinô-
suem um menor número de absenteísmo. nimo de saúde mental. Os insatisfeitos são
Em contradição, Robbins (2002), em seu vistos com desconfiança e discriminação,
livro sobre comportamento organizacional, pois perturbam o “mundo feliz e eficaz”,
aponta relação negativa entre satisfação e e como pessoas com capacidades produ-
absenteísmo, justificando que funcionários tiva e cognitiva duvidosas. Assim, mui-
satisfeitos, desde que não sofram penalida- tos trabalhadores negam e ocultam suas
des, também podem faltar na mesma pro- decepções, seus mal-estares e suas dores
porção que os funcionários insatisfeitos, psíquicas e físicas, resultando em disfarces
sendo fator determinante para o absenteís- convincentes da insatisfação no trabalho.
mo os fatores de influência, como cobrança Esses disfarces muitas vezes são mantidos
e penalidades e não necessariamente a sa- com o uso de estimulantes psicofármacos,
tisfação no trabalho. álcool ou drogas.
Jardim et al. (2004) fazem menção à A relação entre satisfação no trabalho,
associação estatisticamente significativa uma menor carga mental e um maior com-
entre satisfação no trabalho e síndrome de prometimento com o trabalho não é tão
Burnout (síndrome de esgotamento profis- simples nem tão fácil de mensurar, por
sional), ou seja, a insatisfação no trabalho é isso a necessidade de se pesquisarem todas
preditora para a síndrome de Burnout, sín- as variáveis possivelmente relacionadas,
drome esta que freqüentemente afeta pro- bem como as diversas áreas que o trabalho
fissionais da saúde e da educação, sendo abrange. Há de ressalvar-se que o sofrimen-
uma resposta ao estresse laboral crônico. to psíquico não é linear, pois depende do
Robbins (2002) relata também a relação contexto, da história de vida e do encade-
negativa entre satisfação e rotatividade no amento dos eventos em uma situação con-
trabalho, pois existem outros fatores de creta. O sofrimento psíquico foi responsá-
influência na decisão de abandonar o em- vel, na década de 90, pela segunda causa
prego. Segundo o autor, o fator que exerce de afastamento no trabalho (JACQUES &
relação direta e forte para que não ocorra a CODO, 2002).
rotatividade é o desempenho do trabalha- Assim como os determinantes, as con-
dor, o que conseqüentemente gera grandes seqüências da satisfação no trabalho tam-
esforços do empregador para manter este bém são individuais e variadas, abrangen-
funcionário. do os planos pessoal e profissional, sendo
Robbins (2002) apresenta outras rea- unânime a constatação de que os fatores
ções além do abandono do emprego como psicossociais do trabalho interferem nos
expressão de sua insatisfação, como: al- processos saúde-doença. Medidas de pro-
guns reagem tendo ações de negligência, moção à saúde devem ser adotadas visan-
não fazendo nada para que a situação se do a minimizar as dificuldades enfrentadas
modifique, esperando passivamente pela pelos trabalhadores quanto aos bem-esta-
sua melhoria; outros, ao contrário, reali- res orgânico e social, posto que a satisfação
zam tentativas ativas e construtivas para no trabalho deve ser considerada como um
melhorar as condições de trabalho. determinante de saúde.

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Comentários Finais

Pode-se então concluir que as concep- há apenas um único aspecto, mas uma
ções de satisfação no trabalho mais ampla- complexa rede de recursos que podem ser
mente aceitas e divulgadas no meio cientí- implantados e modificados visando à pro-
fico são as que contemplam a importância moção da saúde dos trabalhadores.
dos aspectos psicossociais no trabalho, em
que a combinação de acontecimentos ou Medidas coletivas devem ser efetivadas
circunstâncias, num dado momento, deter- para amenizar os problemas decorrentes
mina a satisfação no trabalho, corroboran- da insatisfação no trabalho. Dentre essas,
do a Teoria de Locke, desenvolvida no final sugere-se adaptação do ambiente de tra-
da década de 60 ((LOCKE, 1969). balho ao homem; aumento das oportuni-
dades para atividades de lazer, esporte e
O processo de satisfação no trabalho relaxamento; atividades sociais; programas
resulta da complexa e dinâmica interação de interação social; adequação do salário
das condições gerais de vida, das relações à função exercida; plano de carreira; cum-
de trabalho, do processo de trabalho e do primento das leis trabalhistas; formação
controle que os próprios trabalhadores de uma equipe de saúde ocupacional para
possuem sobre suas condições de vida e avaliar as situações de risco, adotando me-
trabalho. A satisfação no trabalho pode didas preventivas e de apoio, entre outras.
ser, por conseguinte, fonte de saúde, bem É importante acrescentar ainda a necessi-
como a insatisfação pode gerar prejuízos à dade da participação dos trabalhadores em
saúde física, mental e social, acarretando
todo o processo, o qual deve ser realizado
problemas à organização e ao ambiente de
por meio de ações interdisciplinares e de
trabalho.
alcance coletivo com o intuito de atuar na
Diante dos fatores abordados sobre sa- manutenção e na promoção da saúde do
tisfação no trabalho, fica evidente que não trabalhador.

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