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(CC, ART. 189 A 211) T.IV DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA – L.

III
DOS FATOS JURÍDICOS
SINOPSE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

P. Qual é o objetivo da prescrição e da decadência?

Sancionar àquele que foi negligente no exercício ou na proteção do seu direito, ao mesmo tempo
que estabiliza os conflitos sociais, não permitindo, sua perpetuação.
P. Qual é a natureza jurídica da prescrição e da decadência?

Doutrina majoritária (não pacífica): é ato-fato jurídico, pois não se considera a vontade das partes,
mas se reconhece e protege os efeitos jurídicos da ausência de manifestação de vontade.
Bizu: Como identificar se o prazo é prescricional ou decadencial?
Premissa 1: Contagem do Premissa 2: se o prazo é em Premissa 3: se o prazo é em
prazo. ano e a questão citou artigo... ano e a questão não citou
artigo...
Dia; Mês ou Ano Localização do prazo no CC. -Ação condenatória: prazo
Ano e dia -Prescrição -CC, art. 205 e 206: prescrição. prescricional.
-Decadência -Decadência -CC, demais artigos: decadência -Ação Constitutiva positiva ou
negativa: prazo decadência.
Prescrição Decadência
Extingue a pretensão Extingue o próprio direito
(direito de exigir determinado direito)

P. À quais pretensões se aplica? P. À quais pretensões se aplica?


As Pretensões condenatórias As Pretensões Constitutivas
Ex.:
P. Quando surge a Pretensão? P. Quando surge a Pretensão?

-Pela Lei: no momento em que o direito é Nas situações que a Lei define.
violado (Teoria actio nata) (CC, art. 189).

-Pela Doutrina e Jurisprudência: no momento


em que a vítima toma ciência inequívoca do
dano e de sua autoria (Vide Súm. 278 e 573
do STJ e Enu. 579 CIF)
 Lembre-se que há divergência.
Depende de Ação ou Omissão do Sujeito Não depende de Ação ou Omissão do Sujeito
Passivo Passivo
P. Quem e quando pode alegar a P. Quem e quando pode alegar a Decadência?
Prescrição? (CC, 193).
-Quem se aproveitar dela. - Decadência Legal: deve ser conhecida de ofício
pelo Juiz.
-Em qualquer grau de jurisdição e em - Decadência Convencional: não precisa ser
qualquer fase do processo. conhecida de ofício pelo Juiz.
 Matéria de Ordem Pública
-Deve ser conhecida de Ofício pelo Juiz
Lembre-se! Prequestionamento nos tribunais
superiores
Renúncia Renúncia
Pode ser renunciada pelo Devedor. - Decadência Legal: não pode ser renunciada m
De maneira: Expressa ou Tácita: nenhuma hipótese.
Desde que não prejudique terceiro.
- Decadência Convencional: pode ser renunciada
pelo devedor após a sua consumação
Sujeitos Passivos: Sujeitos Passivos:
Não corre em desfavor de algumas pessoas. Só não corre em desfavor dos absolutamente
incapazes.
Pode sofrer: impedimento, suspensão ou Regra: pode ser impedida, suspensa ou
interrupção. interrompida.
Exceção: exceto em situações específicas.
Relaciona-se com direitos: Subjetivos, assim, Relaciona-se com direitos: Potestativos, atinge
atinge ações condenatórias (Principalmente ações constitutivas positivas e negativas (
Cobrança e Reparação de Danos). Principalmente Ações Anulatórias).
Prazos: Prazos:
Podem ser estabelecidos: Podem ser estabelecidos:
Somente por lei (CC, 192). a) Por lei (Decadência Legal)
b) Por convenção entre as partes (Decadência
Geral: 10 anos Convencional).
Especiais: 1, 2, 3, 4 e 5 anos (CC, 206)
Geral: para maioria da doutrina, não há prazo geral
de decadência.
 Há prazo geral para anular Negócio Jurídico,
de 02 anos, contados da celebração (CC, art.
179).
Especiais: em dias, meses, ano e anos (1 a 5 anos),
todos previstos em outros dispositivos, fora dos
artigos 205 e 206 do CC.
P. Há alteração na contagem de prazo em
caso de sucessão?
NÃO, seja Sucessão inter vivos , seja
Sucessão causa mortis.
Prescrição Intercorrente
Prescrição Intercorrente: constitui causa de suspensão e extinção da execução, e é tratada no CPC,
art. 921.
*Matéria aprofundada nos Resumos de Processo Civil.
Contagem de Prazo Prescricional e Direito Intertemporal
o art.2.028 do CC aplica-se tanto ao prazo prescricional quanto ao prazo decadencial,
estabelecendo regra de transição para as hipóteses em que, na fluência do prazo previsto no CC de
16, passou a ter vigência o CC de 2002.
CC Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data
de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei
revogada.

Enunciado 299 do CJF: Art. 2.028: Iniciada a contagem de determinado prazo sob a égide do
Código Civil de 1916, e vindo a lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o prazo antigo, desde que
transcorrido mais de metade deste na data da entrada em vigor do novo Código. O novo prazo será
contado a partir de 11 de janeiro de 2003, desprezando-se o tempo anteriormente decorrido, salvo
quando o não-aproveitamento do prazo já vencido implicar aumento do prazo prescricional
previsto na lei revogada, hipótese em que deve ser aproveitado o prazo já transcorrido durante o
domínio da lei antiga, estabelecendo-se uma continuidade temporal.
Decadência
Decadência Legal Decadência Convencional
Conceito Diz-se dos prazos que derivam de Diz-se dos prazos que derivam da vontade
expressa previsão legal. das partes.
Renuncia - Não é possível renúncia (CC, art. - É possível renúncia (Aplicação analógica
209) do CC, art. 191)
Reconhecimento Juiz pode conhecer de Ofício (CC, Juiz não pode conhecer de ofício (CC, art.
de Ofício art. 210) 211)
Prazos Decadências já cobrados em prova
Prazo Geral: (CC, art. 179)
Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a
anulação…

02 anos
contados da data de conclusão do ato
P. Qual é o Prazo de Decadencial para 03 anos
Anular a Constituição das Pessoas Jurídicas Contado da data da publicação de sua Inscrição no
de Direito Provado, por defeito do Ato Registro.
Constitutivo?
(CC, art. 45, parágrafo único)
P. Qual é o Prazo de Decadencial para 180 dias
Anular a negócio concluído pelo a contar da:
representante em conflito de interesses com o a) conclusão do negócio ou
representado, se tal fato era ou devia ser do b) da cessação da incapacidade
conhecimento de quem com aquele tratou?
(CC, art. 119)
P. Qual é o Prazo de Decadencial para 04 anos
Anular negócio jurídico? a) Coação: contados do dia que cessar.
(CC, art. 178) b) Erro, Dolo, Fraude contra credores, estado de
perigo ou lesão: contados do dia em que se realizou
o negócio jurdico.
c) Atos de Incapazes: contados do dia que cessar a
incapacidade
(REsp 1.621.610-SP – STJ) É de 04 anos o prazo para anular a partilha de bens em Dissolução de
União Estável, por Vício de Consentimento (Coação) nos termos do CC, art. 178.
P. Qual é o Prazo de Decadencial para o Coisa móvel: 30 dias
Adquirente obter a redibição ou abatimento Coisa Imóvel: 01 anos
no preço? Contados: da efetiva entrega
(CC, art. 445)
Obs1: Se já os tinha na posse: prazo conta-se da
Atenção! (CC, art. 446) Alienação, reduzido a ½
-Durante a garantia não correm os prazo ao Obs2: Se o vício só puder ser conhecido mais tarde:
lado, o prazo contar-se-á da ciência, contudo, com prazo
- Contudo o Adquirente, deve, no prazo de máximo de:
30 dias, seguintes ao descobrimento, - Móveis: 180 dias
denunciar o defeito ao alienante, sob pena de - Imóveis: 01 ano
decadência. Obs 3: no caso de anmais
- Vício Oculto: prazo estabelecido em lei especial;
- Na falta de lei especial: pelos usos locais + obs2.
P. Qual é o Prazo Decadencial para o 01 ano
Adquirente obter a: extensão do terreno,
resolução do contrato ou abatimento no Contado do: Registro do título
preço, no caso de compra de imóvel por - Se houver atraso na Imissão na Posse do imóvel o
externsão, quando o mesmo não prazo fluirá dela.
corresponder ao acordado?
(CC, arts. 500 e 501)
P. Qual é o Prazo Decadencial para o 03 anos
Vendedor de Imóvel recobrá-lo? Contado da venda.
(CC, art. 505) Ademais, vendedor deve:
a) Restituir o preço recebido;
b) Reembolsar as despesas do comprador.
P. Qual é o Prazo Decadencial para exercer o Coisa móvel: 180 dias
Direito de Preferência? Coisa Imóvel: 02 anos
(CC, art. 513 e 516) Obs.: Se notificado o Preferente, o prazo é de:
Coisa móvel: 03 dias
Coisa Imóvel: 60 dias
P. Qual é o Prazo Decadencial para Ação de 01 anos
Revogação de Doação? Contado: do conhecimento do doador do fato que
(CC, art. 559) autorizar a revogação de responsabilidade do
donatário.
P. Qual é o Prazo Decadencial para exercer o 30 dias para exercer a preferência,
Direito de Preferência em caso de alienação -Salvo: se houver disposição em contrário em
unidades sobrepostas ?(CC, art. 1510-d) contrato.
-terão preferência: 1º o titular da construção P. e se não forem cientificados?
base e 2º titular da Laje. Poderão, mediante o depósito do preço terem o
-Deverão ser cientificados por escrito para imóvel para si, no praozo decadencial de 180 dias
que exerçam sua preferência em 30 dias
P. Qual é o Prazo Decadencial para o 120 dias
transportador ser indenizado por prejuízo que Contados da: informação inexata ou falsa passada.
sofrem em virtude de informação falsa ou
inexata passada pelo Remetente?
(CC, art. 744 e 745)
P. Qual é o prazo decadencial para a Anulação de Casamento? (CC, 1560)
180 dias 1. Incapaz de consentir ou manifestar inequivocamente o
(CC 1560, I c/c 1550, IV) consentimento.
(CC, 1560, par. 1º) - Contado da: Data da celebração.
(CC, 1560, par. 2º) 2. Menores de 16 anos
- Contado: do dia em que perfez essa idade (para: Si)
- Contado: da data da Celebração (para: seus Representantes
Legai e Ascendentes).
3.Realizado pelo Mandatário + se nem o mandatário ou o outro
nubente sabiam da Revogação do Mandato + não tenha havido
coabitação entre os cônjuges.
- Contado: do dia em o Mandante tiver conhecimento da
celebração.
02 anos Se incompetente a Autoridade celebrante
(CC 1560, II) - Contado da: Data da celebração.
03 anos Se houver Erro Essencial quanto a pessoa.
(CC 1560, III c/c 1557, I a IV) - Contado da: Data da celebração.
04 anos Se houver coação.
(CC 1560, IV) - Contado da: Data da celebração.
P. Qual é o prazo decadencial para Impugnar a 05 anos
validade de Testamento? (CC 1859) -Contado: da data do seu registro
P. Qual é o prazo decadencial para o Herdeiro 04 anos
Instituído ou o Beneficiário da Deserdação de - Contado: da data de abertura do testamento
provar a veracidade da causa de Deserdação
alegada pelo Testador? (CC 1965) Atenção! Observe que cabe ao Herdeiro
Instituído ou o Beneficiário da Deserdação
provar a veracidade do motivo de deserdação
alegada pelo Testador.

TÍTULO IV
Da Prescrição e da Decadência
CAPÍTULO I
Da Prescrição
Seção I
Disposições Gerais
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
P. Quando surge a Pretensão?

 Cumpre ressaltar que o termo inicial de contagem da prescrição é controverso na Doutrina.


Posição Clássica Posição Contemporânea
(Representada no CC, art. 189, CJF Enu. 14) (Representada: Súm.: 278 e 573 STJ, CJF Enu.
579)...
- Prestigia a segurança Jurídica - Prestigia a segurança jurídica
Cristiano Chaves, Nelson Rosenvald e Felipe Flávio Tartuce...
Braga Netto...
Prazo conta-se do momento da violação. Prazo conta-se da data da ciência do fato e do
causador da lesão
identificam uma doutrina tradicional, segundo a Aplica a teoria da actio nata com a modulação
qual a actio nata estaria diretamente ligada à do termo inicial identificando-o com a data da
violação ao direito, independentemente da ciência do fato e do causador da lesão.
ciência da autoria (Exempl: REsp 1168336 / RJ (Exemplo: REsp 1.645.746 / BA – STJ)
- STJ)
CJF enunciado 14:
1) O início do prazo prescricional ocorre com o Súmula 278 – STJ: O termo inicial do prazo
surgimento da pretensão, que decorre da prescricional, na ação de indenização, é a data
exigibilidade do direito subjetivo; 2) o art. 189 em que o segurado teve ciência inequívoca da
diz respeito a casos em que a pretensão nasce incapacidade laboral.
imediatamente após a violação do direito Súmula 573 – STJ: Nas ações de indenização
absoluto ou da obrigação de não fazer. decorrente de seguro DPVAT, a ciência
inequívoca do caráter permanente da invalidez,
para fins de contagem do prazo prescricional,
depende de laudo médico, exceto nos casos de
invalidez permanente notória ou naqueles em
que o conhecimento anterior resulte
comprovado na fase de instrução.
CJF enunciado 579: Nas pretensões
decorrentes de doenças profissionais ou de
caráter progressivo, o cômputo da prescrição
iniciar-se-á somente a partir da ciência
inequívoca da incapacidade do indivíduo, da
origem e da natureza dos danos causados.
(REsp 1.631.874-SP – STJ()) A pretensão de abstenção de uso de marca nasce para seu titular
com a violação do direito de utilização exclusiva.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
CJF enunciado 415: O art. 190 do Código Civil refere-se apenas às exceções impróprias
(dependentes/não autônomas). As exceções propriamente ditas (independentes/autônomas) são
imprescritíveis.

Atenção! O CC sempre usa o termo Exceção em sentido amplo e não no sentido estrito do CPC,
prescrição pressupõe a inércia. Tanto é assim que antigamente a prescrição visava punir a desídia
do titular do direito, e não promover a paz social. Daí a expressão “o direito não socorre àquele
que dorme”. Mas, se exceção é um meio de defesa, ninguém pode ser considerado inerte se não for
atacado (demandado).

Exceção Propriamente Dita Exceção Imprópria


(ou Exceção Dependente) (ou Exceção Independente)
É um mecanismo de defesa não arguível através É a tese defensiva que pode e deve ser deduzida
de ação autônoma. através de ação autônoma. Um ilustrativo
exemplo é o direito de compensação: suponha-
Por exemplo, se um sujeito já efetuou o
se que Alberto e Bernardo sejam credores e
pagamento de uma determinada dívida, ele não
devedores reciprocamente. O crédito de Alberto
tem que alegar o pagamento se a outra parte não
venceu há uma semana, mas o crédito de
invocar o inadimplemento.
Bernardo venceu há vinte anos. Bernardo
deveria ter realizado a cobrança de seu crédito
através de ação autônoma de cobrança. Logo,
com seu crédito prescrito, não poderá usar a
exceção para se defender de eventual cobrança
de Alberto.

Simplificando: a exceção de bernardo prescreveu junto com sua pretensão ao crédito que venceu
20 anos atrás. Assim, a norma do art. 190 visa impedir que se burle a prescriação através da
exceção.

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá,


sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se
consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado,
incompatíveis com a prescrição.
Cuidado! Renuncia a Prescrição (sempre prevista em Lei) = Possível ≠ Renuncia Decadência
Legal (prevista em lei) = impossível

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das
partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição,
pela parte a quem aproveita.
Súmula 106 – STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por
motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição
ou decadência

Importante!
Sendo Matéria de Ordem Pública, pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição e em qualquer
fase do processo, por que quem se aproveitar dela.

 Assim, se a questão apenas citar a literalidade da norma, marcar correto.

Cuidado! No entanto, segundo o STJ, é necessário o Prequestionamento1 da matéria, que não pode
ser reconhecida de ofício (REsp 919.243-SP – STJ)

 O STJ aplica Súmulas 282 e 356/STF com relação ao Prequestionamento da


Prescrição:

Súmula 282 – STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão
recorrida, a questão federal suscitada.
Súmula 356 – STF: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos
declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento.

 Assim, se a questão pedir o Entendimento do STJ, é provável que tenha uma pegadinha
com relação ao Prequestionamento.

P. Quando e como o Juiz pode Resolver o mérito de ofício com base na Prescrição?

O Juiz pode julgar de Ofício se houver prescrição (CPC, art. 487, II), contudo deve:
Regra: dá oportunidade às partes de Exceção: resolver o mérito pela prescrição sem
manifestarem-se (CPC, art. 487, parágrafo dar oportunidade às partes de manifestarem-se
único) nas causas (CPC, art. 487, parágrafo único c/c
CPC, art. 332, par. 1º)
 Ressonantes a esse entendimento os:  É um caso de improcedência liminar do
pedido.
CJF enunciado 295: A revogação do art. 194
do Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que
determina ao juiz o reconhecimento de ofício da
prescrição, não retira do devedor a possibilidade
de renúncia admitida no art. 191 do texto
codificado.

1 Prequestionamento– Exigência do STF e do STJ para conhecimento do recurso: é necessário ter-se


levantado previamente a questão controvertida perante o juízo de origem (ou seja, o tema objeto do recurso
deve ter sido examinado pela decisão atacada), ainda que por meio de embargos declaratórios, se omissa a
decisão a quo.
CJF enunciado 581: Em complemento ao
Enunciado 295, a decretação ex officio da
prescrição ou da decadência deve ser
precedida de oitiva das partes.
Lembre-se! É possível a renúncia da prescrição pelo devedor, bem como a possibilidade de ter
havido algum fato que interrompeu a prescrição, que pode ser alegado pelo autor, então o ideal é
dar oportunidade das partes manifestarem-se.
CPC, Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
CPC, Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

Art. 194. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006)


Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra
os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição,
ou não a alegarem oportunamente.
 Responsabilidade dos Advogados e Procuradores.
O artigo em questão pode ser aplicado aos advogados ou procuradores que têm responsabilidade
subjetiva por tais fatos, é o que depreende-se, também, dos termos dos art.186 do CC e 14,
parágrafo 4º, do CDC
CC, Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
CDC, Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.

Atenção! CC, Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra
o seu sucessor.
Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Impedimento ou suspensão: são os casos em que o prazo prescricional não começa a fluir e se
iniciado, suspende-se.
Casos Suspensivos: CC, art. 197, 198 e 199, III.
Ou seja, para de correr, se já tiver se iniciado; retomando-se a contagem, o prazo será o que restava
na data em que foi suspenso
Casos Impeditivos: CC, art. 199, I e II

Art. 197. Não corre a prescrição:


I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
Casos Suspensivo.
Enunciado 296 CJF: Art. 197: Não corre a prescrição entre os companheiros, na constância da
união estável.

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;


Casos Suspensivo.

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a


tutela ou curatela.
Casos Suspensivo.

Art. 198. Também não corre a prescrição:


I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
Cuidado! Esse inciso trata dos absolutamente incapazes e não os parcialmente.
 Pegadinha de prova: fala em menores, no entanto, os > 16 e <18, são menores, porém
parcialmente capazes, assim, a prescrição, flui em seu desfavor.
CC, Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 anos.

 Teoria do Contra non Valentem agere non currit pra escriptio.


P. Com as alterações trazidas pela Lei 13146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência)
àqueles que por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade e os que por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento, perderam o
benefício do CC, art. 198, I?
Como dito, desde a vigência da Lei 13146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), os únicos
considerados pelo CC absolutamente incapazes são os menores de 16 anos. Assim, deixaram de
ser considerados absolutamente incapazes:
a) os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a
prática desses atos;
b) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Esses últimos, inclusive, passaram a ser considerados parcialmente incapazes (CC, art. 4º, III).
Nesse sentido, podemos afirmar que essa alteração na lei trouxe um prejuízo a esses no que diz
respeito à prescrição, pois deixaram de se beneficiar da literalidade do CC, art. 198, I.
P. Qual é a posição da Doutrina com relação a esse prejuízo?
Para Cristiano Chaves, Nelson Rosenvald e Felipe Braga Netto é aplicável ao caso a Teoria do
Contra non Valentem agere non currit praescriptio (de Bartolo de Sassoferrato) segundo a qual: “
contra àqueles que não podem agir, não fluem os prazos de prescrição”.

Enunciado 156 CJF:: Art. 198: Desde o termo inicial do desaparecimento, declarado em sentença,
não corre a prescrição contra o ausente.
Atenção! CC, Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou


dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de
guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
Lembre-se! A prescrição começa a fluir no momento em que o direito de alguém é frustrado, gerando a
Pretensão.

I - pendendo condição suspensiva;


Caso Impeditivo.
Se pende condição suspensiva, ainda não há o Direito de maneira clara e exigível, mas apenas sua
expectativa. Isso, porque é possível, por exemplo, que o objeto do acordo se perca sem culpa do
Devedor.
Assim, pendente condição suspensiva só pode o titular valer-se de Medidas Assecuratórias.

II - não estando vencido o prazo;


Caso Impeditivo.
Se ainda há prazo para o adimplemento não houve frustração de direito, portanto, não começou a
fluir o prazo prescricional.

III - pendendo ação de evicção.


Casos Suspensivo.
Ora, se o Evicto encontra-se exercendo seu direito em Ação de Evicção, ão se pode falar em
prescrição.
Ação de Evicção (CC, 447 a 457): é ação que cabe ao adquirente contra o alienante,
em virtude da perda de sua posse ou propriedade em favor de terceiro.
Ex.: A comprou o carro de B, mas perdeu em Ação de Reintegração de Posse para C,
que alegou que B, havia comprado seu veículo, mas nunca pagou.
Assim, o Adquirente tem direito ao reembolso integra do que pagou mais as despesas
que tenha tido, bem como perdas e danos.
Atenção! Não cabe Ação de Evicção se o Adquirente:
a) Foi privado da coisa por: Caso Fortuito, Força Maior, Roubo ou Furto.
b) Se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Ex.: Carlos comprou casa de Eduardo sabendo que a mesma encontrava-se em litígio,
em Ação de Usucapião, Eduardo interpusera em desfavor de Maria. Ora, se Maria
ganhar a Ação e mantiver a propriedade da casa Carlos não poderá interpor Ação de
Evicção contra Eduardo, pois sabia que a coisa era litigiosa.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no
juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença
definitiva.
Causa Impeditiva.
Não flui o prazo prescricional para a Ação de Reparação Civil (Ação de Indenização) se o fato
estiver sendo apurado no juízo criminal. Corrobora o CC, art. 200 o art. 935 do mesmo diploma
que nos fala:
CC, Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando
estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

 (REsp 1.180.237/MT -STJ) Só se aplica o art. 200 do CC se houver instaurado Inquérito


Policial ou proposta a Ação Penal.
P. Esse art. 200 do CC aplica-se também para os casos de ação de indenização proposta
contra o terceiro responsável (art. 932 do CC)?
SIM, para o STJ é possível a extensão do art. 200 do CC para além do suposto infrator, isto é, para
as hipóteses de responsabilização de terceiro por fato de outrem (na espécie, a responsabilização
do empregador pelos atos do preposto) (REsp 1.135.988-SP -STJ)

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só


aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Atenção! Já a Interrupção da prescrição: sempre beneficia os demais credores. (CC, Art. 204. §1º)

Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma
vez, dar-se-á:
Enunciado 416 CJF:A propositura de demanda judicial pelo devedor, que importe impugnação do débito
contratual ou de cártula representativa do direito do credor, é causa interruptiva da prescrição.
Atenção! Não se fala em decadência, que, inclusive, em regra, não pode ser: impedida, suspensa ou
interrompida (CC, art. 207).

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o


interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
Súmula 106 – STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos
inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
CPC, Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
Enunciado 417 CJF: O art. 202, I, do CC deve ser interpretado sistematicamente com o art. 240, § 1º, do
NCPC, de modo a se entender que o efeito interruptivo da prescrição produzido pelo despacho que ordena a
citação é retroativo até a data da propositura da demanda.
CPC, Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts.
397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido
por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
Atenção! Na Justiça do Trabalho e no Juizado Especial não há despacho liminar, valendo a propositura
da ação como elemento interruptivo.

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;


III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em
concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
P. A Notificação Extrajudicial é documento hábil a interrupção da prescrição?
Não, por falta de expressa previsão legali.

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe


reconhecimento do direito pelo devedor.
Súmula 154-STF: Simples vistoria não interrompe a prescrição.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data


do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.
Atenção

P. Interrompido o prazo prescricional e depois reiniciado, ele volta a correr pelo prazo
faltante ou do zero?
Regra Em favor da Fazenda Pública
(CC, art. 202, parágrafo único) (Decreto n. 20.910/32, art. 9° e Súmula 383
STF)
Reinicia-se do zero. Volta a correr pela metade do tempo (2,5
anos).
Em regra, no direito em geral, quando o prazo
prescricional é interrompido ele volta a correr do Súmula 383-STF: A prescrição em favor da
zero, reinicia-se o prazo. Fazenda Pública recomeça a correr, por dois
anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não
fica reduzida aquém de cinco anos, embora o
Importante! Já no caso da suspensão soma-se o titular do direito a interrompa durante a primeira
prazo anterior. metade do prazo.

Ex: João sofreu um ato ilícito praticado pelo


Estado em 2004. Logo, ele teria até 2009 para
ajuizar a ação de indenização. Em 2008, ocorre
algum fato que interrompe a prescrição (art. 202
do CC). Isso significa que o prazo de João para
ajuizar a ação será reiniciado, mas não
integralmente e sim pela metade. Dessa forma,
João terá mais 2 anos e 6 meses para ajuizar a
ação.
Esse privilégio da Fazenda Pública (bastante
criticável) está previsto no

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

P. Quem a Doutrina considera interessado para fins de interrupção da prescrição?


Para Nestor Duarte, são legitimados os que tenham:

Interesse Material Interesse Moral


Fiador Cônjuge
Representante de Pessoa Jurídica Companheiro
... Ascendentes
Descendentes...
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou
seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
Regra Exceções
(CC, art. 204, caput) (CC, art. 204, §§ 1 a 3)
Ou seja, a interrupção só aproveita ou prejudica 1. Interrupção por: credor solitário aproveita aos
a quem a promove ou aquele contra quem se demais credores solidários.
dirige.
2. Interrupção contra: devedor solidário envolve
os demais devedores solidários ( e seus
herdeiros)
3. Interrupção contra: um dos herdeiros do
devedor solidário não prejudica os outros
herdeiros ou devedores.
Exceto se: obrigações e direitos indivisíveis
4. Interrupção contra: principal devedor
prejudica o fiador
Atenção! Mas não o contrário.

Cuidado!
A Suspensão da Prescrição: só beneficia os Interrupção da prescrição: sempre beneficia os
credores solidários se a obrigação for indivisível demais credores. (CC, Art. 204. §1º)
(CC, Art. 201)

§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros;


assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os
demais e seus herdeiros.
 A interposição da Ação apenas contra um dos Devedores Solidários não implica renuncia à
Solidariedade Passiva (CC, 275).
CC, Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam
obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou
alguns dos devedores.

§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário


não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de
obrigações e direitos indivisíveis.
P. O que é uma obrigação indivisível?

CC,Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do
negócio jurídico.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Cuidado!
(REsp 1.276.778-MS – STJ()) Proposta a execução apenas em relação ao fiador, a interrupção da
Prescrição não prejudica o devedor principal, aplicando-se o CC, art. 204, caput e não sua exceção
do par. 3º. Afinal, nela se diz que a interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o
fiador, ou seja, o acessório segue o principal, e não o principal segue o acessório.

Seção IV
Dos Prazos da Prescrição
Art. 205. A prescrição ocorre em 10 anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
CC, Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Importante! (RE 669069 – STF) É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública
decorrente de ilícito civil.
P. Podemos apreender pelo CC, art. 205, que, em regra o prazo prescricional é de 10 anos,
mas poderá ser menor se a Lei assim fixar. Então, quer dizer que não há prazos
prescricionais maiores que 10 anos?
HÁ SIM.

Imprescritíveis
1. Negatória de Paternidade nos termos do CC, art. 1601
CC, Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos
nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
2. Pretensões que resguardam os Direitos da Personalidade;
Direitos da Personalidade: são os direitos subjetivos2 da pessoa de tutelar o que lhe é próprio:
i) Integridade Tisica: vida, alimentos,
c) pretensões relacionadas ao Estado das Pessoas;
d) pretensões relacionadas a bens públicos.

2 Direitos Subjetivos: ligados ao sujeito


e) (REsp 1.374.376-CE – STJ(2013)) Danos morais decorrentes de tortura no regime militar:
IMPRESCRITÍVEL.

Outros prazos Prescricionais de 10 anos (recentes)


Súmula 412 – STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto se sujeita ao prazo
prescricional estabelecido no Código Civil.
- Ou seja, 10 anos.
(REsp 1.386.586-PR – STJ (2017)) Esta Corte pacificou entendimento no sentido de
que o prazo prescricional das ações de cobrança propostas em relação às sociedades de
economia mista concessionárias de serviço público é o ordinário de 20 anos, previsto
no art. 177 do CCB/1916, o qual foi reduzido para 10 anos pelo art. 205 do CCB/2002.

Art. 206. Prescreve:


§ 1º Em 01 ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem
ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,
contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data
em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo
terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do
segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
Súmula 229 – STJ: O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de
prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão.
Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em
01 ano.
Súmula 278 – STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em
que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e
honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação
da ata da assembléia que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os


liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da
liquidação da sociedade.
Outros prazos prescricionais de 01 ano (Recentes)
(REsp 1.278.722-SP – STJ (2016)) Prazo de prescrição da pretensão de indenização por dano de
mercadoria em contêiner: 01 ano.

§ 2º Em 02 anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da


data em que se vencerem.
(REsp 1.634.063-AC – STJ (2016)) O prazo prescricional para o cumprimento de sentença que
condenou ao pagamento de verba alimentícia retroativa se inicia tão somente com o trânsito em
julgado da decisão que reconheceu a paternidade.
P. Marcos, pai de Rafael, então com tem 02 anos, acordou em Ação de Divórcio com a mãe do
mesmo, que pagaria R$ 1000 de pensão alimentícia. No entanto, Marcos nunca pagou o acordado.
Quando Rafael completar 18 anos quais parcelas ele poderá executar?
Todas, desde que tinha 02 anos. Isso em virtude do CC, arts. 198, I e 197, II, vejamos:
CC, Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
CC, Art. 197. Não corre a prescrição:II - entre ascendentes e descendentes, durante o
poder familiar;
Ou seja, dos 02 aos 16 anos Rafael era incapaz, portanto não corria prescrição, já dos 16 aos 18,
permanecia sob o poder familiar do pai, também não correndo a prescrição com relação as
Prestações alimentícias.

§ 3º Em 03 anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
Enunciado 418 CJF: Art. 206: O prazo prescricional de 03 anos para a pretensão relativa a aluguéis
aplica-se aos contratos de locação de imóveis celebrados com a administração pública.
(REsp 1.432.999-SP – STJ()) É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente
dívida, objeto de contrato de locação, pleitear o ressarcimento dos valores despendidos contra os
locatários inadimplentes.

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou


vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações
acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de 01 ano, com
capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
(REsp 1.334.442-RS – STJ(2016)) Entidade de previdência privada que pretende reaver verbas
benefício previdenciário indevidamente recebidas por terceiro: 3 anos.
(REsp 1.361.182-RS – STJ()) Praz pretensão condenatória decorrente da declaração de nulidade
de cláusula de reajuste nele prevista prescreve em 20 anos (art. 177 do CC/1916) ou em 3 anos
(art. 206, § 3º, IV, do CC/2002), observada a regra de transição do art. 2.028 do CC/2002.
CC Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e
se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo
estabelecido na lei revogada.

V - a pretensão de reparação civil;


 STJ – Aplicação dos Prazos prescricionais do CC nas relações de consumo que não
envolvam fato do serviço.
Cuidado! O STJ tem decidido pela aplicação dos prazos prescricionais do CC nas relações de
consumo que não envolvam fato do serviço.
Exemplo: Inclusão do nome do devedor indevidamente no cadastro de inadimplentes, tem se
aplicado o prazo de 3 anos, com fulcro no CC, art. 206, § 3º, V e não o prazo quinquenal do CDC,
art. 27.
Enunciado 419 CJF: Art. 206, § 3º, V: O prazo prescricional de 03 anos para a pretensão de
reparação civil aplica-se tanto à responsabilidade contratual quanto à responsabilidade
extracontratual.
Enunciado 420 CJF: Art. 206, § 3º, V: Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do Código Civil às
pretensões indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho, após a vigência da Emenda
Constitucional n. 45, incidindo a regra do art. 7º, XXIX, da Constituição da República.
Enunciado 580 CJF: Art. 206, § 3º, V: É de 03 anos, pelo art. 206, § 3º, V, do CC, o prazo
prescricional para a pretensão indenizatória da seguradora contra o causador de dano ao segurado,
pois a seguradora sub-roga-se em seus direitos.
(REsp 1.645.746-BA – STJ(2016)) O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de
plágio se dá quando o autor originário tem comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e de
sua extensão, não servindo a data da publicação da obra plagiária, por si só, como presunção de
conhecimento do dano: prazo é de 3 anos.
Súmula 387 - STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé,


correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da
lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade
anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do
balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou
da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à
violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar
do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório DPVAT prescreve em 03 anos.

Outros prazos prescricionais de 03 anos (Recentes)


(REsp 1.361.730-RS – STJ (2016)) Prazo prescricional da repetição de indébito envolvendo
contrato de cédula de crédito rural: se o fato ocorreu sob a vigência do CC/1916: 20 anos; se o fato
ocorreu sob a vigência do CC/2002: 3 anos.
Súmula 547 – STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de
participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo
prescricional é de 20 anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de
2002, o prazo é de 05 anos se houver previsão contratual de ressarcimento e de 03 anos na
ausência de cláusula nesse sentido, observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028.

Explicação:
anos atrás a rede elétrica não atendia satisfatoriamente o estado, em especial nas zonas rurais. No
entanto, diante da carêcia de recursos para custear essa expansão, muitos proprietários rurais
passaram a custear as construções dessas redes (financiamento privado). Isso era permitido pelo
Dec. 41.019/57, que ademais, previa que a participação financeira dos consumidores não seriam
deles, mas serão incorporados nas concessionárias de energia, assim que estivessem protas.
Contudo, isso mudou com a Lei 10.438/2002, na qual se estabelecou a meta de uniersalização da
rede eleétrica sem qualquer onus para o usuário (art. 14), apesar disso, manteve a possibilidade de
custeio, pelo consumidor, na construção da rede eleétrica.
A partir, dessa lei surigiu a seguinte dúvida:

terminar … súmulas … marcio cavalcante pág. 54

§ 4º Em 04 anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação


das contas.
§ 5º Em 05 anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento
público ou particular;
Segundo o STJ, “Na vigência do CC/16, o crédito condominial prescrevia em vinte
anos, nos termos do seu art. 177. Com a entrada em vigor do novo Código Civil, o
prazo prescricional aplicável à pretensão de cobrança das quotas condominiais
passou a ser de cinco anos, nos termos do art. 206, § 5, I, do CC/02, observada a
regra de transição do art. 2.028 do CC/02” (STJ: REsp 1413648).

Súmula 503 - STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do


emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a conta r do dia seguinte à
data de emissão estampada na cártula.
Súmula 504 - STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte ao vencimento do titulo.
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da
conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
(REsp 1.504.969-SP – STJ(2015)) Prescrição da pretensão de cobrança, entre advogados, de
honorários advocatícios: 10 anos.
(REsp 1.546.114-ES – STJ (2015)) Pretensão de cobrar dívida decorrente de conserto de
automóvel por mecânico que não tenha conhecimento técnico e formação intelectual suficiente
para ser qualificado como profissional liberal: 10 anos.
Considera-se profissional liberal aquela pessoa que exerce atividade especializada de
prestação de serviços de natureza predominantemente intelectual e técnica,
normalmente com formação universitária, em caráter permanente e autônomo, sem
qualquer vínculo de subordinação.
Na categoria dos profissionais liberais, incluem-se médicos, dentistas, advogados,
engenheiros, arquitetos, psicólogos, veterinários, agrônomo, farmacêuticos,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, economistas, contabilistas, administradores,
enfermeiros, professores etc.
O mecânico não apresenta a necessária formação técnica especializada para que incida
o prazo prescricional quinquenal.

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em


juízo.
Outros prazos Prescricionais de 05 anos :

(REsp 1.337.319-MG – STJ (2012)) Cobrança de honorários periciais arbitrados em processo


judicial em que a parte é beneficiaria da gratuidade da justiça: 5 anos.
(REsp 1.277.724-PR – STJ (2015)) Prazo prescricional para que a vítima de um acidente de
trânsito proponha ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte
coletivo (empresa de ônibus): 5 anos.

CAPÍTULO II
Da Decadência
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência
as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Regra Exceções
Não se aplicam à decadência CC, Art. 198. Também não corre a prescrição:
as normas que impedem, I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
suspendem ou interrompem a CDC. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
prescrição fácil constatação caduca em: (...)
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor
perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa
correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando
estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode
alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a
alegação.

PRESCRIÇÃO E A FAZENDA PÚBLICA


(Dec. 20.910/1932)
Art. 3º Quando o pagamento se dividir por dias, meses ou anos, a
prescrição atingirá progressivamente as prestações à medida que
completarem os prazos estabelecidos pelo presente decreto.
Art. 4º Não corre a prescrição durante a demora que, no estudo, ao
reconhecimento ou no pagamento da dívida, considerada líquida, tiverem
as repartições ou funcionários encarregados de estudar e apurá-la.
Parágrafo único. A suspensão da prescrição, neste caso, verificar-se-á pela
entrada do requerimento do titular do direito ou do credor nos livros ou
protocolos das repartições públicas, com designação do dia, mês e ano.
Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a demora do titular do
direito ou do crédito ou do seu representante em prestar os esclarecimentos
que lhe forem reclamados ou o fato de não promover o andamento do feito
judicial ou do processo administrativo durante os prazos respectivamente
estabelecidos para extinção do seu direito à ação ou reclamação.
Art. 7º A citação inicial não interrompe a prescrição quando, por qualquer
motivo, o processo tenha sido anulado.
Art. 8º A prescrição somente poderá ser interrompida uma vez.
Art. 9º A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do prazo,
da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo
processo.

PRESCRIÇÃO E A EXECUÇÃO
Súmula 150-STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da
ação.
-A palavra "ação" está empregada com o sentido de “pretensão”.

i Código Civil - Para Concursos (2017) - Marcos Ehrhardt Jr, Cristiano Chaves de Farias, Luciano
Figueiredo e Wagner Inácio Dias pág. 293.

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