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cAPITULG PROTECAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 13.1 INTRODUGAO As descargas atmosféricas causam sérias perturbagdes nas redes aéreas de transmissio e dis tribuigdo de energia elétrica, além de provocarem danos materiais nas construgdes atingidas por clas, sem contar os riscos de vida a que as pessoas e animais ficam submetidos. As descargas atmosféricas induzem surtos de tensio que chegam a centenas de kV’ nas redes ‘aéreas de transmissdo e distribuigdo das concessionérias de energia elétrica, obrigando a utilizagao de cabos-guarda ao longo das linhas de tenso mais elevada e para-raios a resistor ndo-Tinear para a protegdo de equipamentos elétricos instalados nesses sistemas. Quando as descargas elétricas entram em contato direto com quaisquer tipos de construgao, tais como edificagdes, tanques metdlicos de armazenamento de liquidos isolados da terra, partes estruturais ou no de subestagdes, so registrados grandes danos materiais que poderiam ser evitados caso essas construgdes estivessem protegidas adequadamente por Sistema de Protegao Contra Descargas Atmosféticas - SPDA. presente capitulo estudard somente a protecdo contra descargas atmosféricas que incidam sabre as construcdes anteriormente mencionadas, fugindo ao escopo deste livro a abordagem da protegdo contra as sobretensdes resultantes nas redes urbanas e rurais, o que pode ser visto no livro do autor Manual de Equipamentos Elétricos 3.* Ed, Rio de Janeiro: LTC, 2005. 13.2 CONSIDERACOES SOBRE A ORIGEM DOS RAIOS Ao longo dos anos, virias teorias foram desenvolvidas para explicar 0 fenémeno dos raios, Atualmente tem-se como certa que a fricglo entre as particulas de ‘gua, que formam as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes de forte intensidade, d origem a uma grande quantidade de cangas elétricas, Verifica-se experimentalmente na maioria dos fendmenos atmosféricos que as ccangas elétricas positivas ocupam a parte superior da nuvem, enquanto ais cargas elétricas negativas se posicionam na sua parte inferior, acarretando conseaqientemente uma intensa migracao de cargas positivas na superficie da terra para a dea correspondente & localizagao da nuyem, conforme se pode observar na Figura 13.1. Dessa forma, as nuvens adquirem uma caracteristica bipolar: Como se pode deduzir pela Figura 13.1, a concentragao de cargas elétricas positivas e negati- ‘vas numa determinada regido faz surgir uma diferenga de potencial entre a terra ¢ a nuvem. No emtanto,o ar apresenta uma determinada rigidez dielétrica, normalmente elevada, que depende de condigaes ambientais. O aumento dessa diferenga de potencial, que se denomina gradiente de tensio, podera atingir um valor que supere a rigidez dielétrica do ar interposto entre a nuvem €-a terra, fazendo com que as cargas elétricas migrem na diregao da terra, num trajeto tortuoso € normalmente cheio de ramificagées, cujo fendmeno € conhecido como descarga piloto. E de aproximadamente 1 kV/mm o valor do gradiente de tensio para o qual a rigidez.dielétriea do ar érompida, A ionizagao do caminho seguido pela descarga piloto propicia concligdes avoraveis de condu- tibilidade do ar ambiente, Mantendo-se elevado o gradiente de tensiio na regio entre a nuvem e a terra, surge, em fungao da aproximagao do solo de uma das ramificagéies da descarga piloto, uma descarga ascendente, constituida de cargas elétricas positivas, denominada descanga ascendente 606 PinuLo TREZE FIGURA 13.1 Distribuigdo das cargas elétricas das nuvens € do solo upeticie da Tora de retorno da terra para a nuyem, originando-se em seguida a descarga principal no sentido dt nnuyem para terra, de grande intensidade, responsével pelo fe 0 deslocamento da massa de ar circundante a0 caminhamento do raio, en de temperatura e, conseqiientemente, do aumento de volume. Se as nuvens acumulam uma grande quantidade de cargas elétricas que nao foram neutralizaday pela descarga principal inicia-se as chamadas descargas reflexas ou miltiplas cujas caracteritias ‘so semelhantes 4 descarga principal. A Figura 13.2 mostra uma fotografia de uma descarga at mosférica, fendmeno caracterfstico de descargas maltiplas, As descargas reflexas podem aconteeet por virias vezes apés cessada a descarga principal. 1 meeno conhecido como trovlo, que funedo da elevagta FIGURA 13.2 Nuvo Descargas almosféricas multiplas alo Lider upon da Tora Jaa Figura 13.3 ilustra graficamente a formagao das descargas atmosféricas. conforme 0 fe: ‘nOmeno foi descrito anteriormente. Descarga Descarga ae Principal ndente Descarga Ascendente @) o © @ FIGURA 13.3 Formagio de uma descarga atmosfériea PROTEGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 607 Tomando-se como base as medigdes feitas na Estagao do Monte San Salvatori, as intensidades das descargas atmosféricas podem ocorrer nas seguintes probabilidades: + 97% < 10 ks + 85% < 15k. = 50% < 30 kA; + 20% = 15 kA; + 4% =80kA ‘Também ficou comprovado que a corrente de descarga tem uma inica polaridade, isto é, uma 6 direcdo, Uma onda tipica de descarga atmosférica foi determinada para efeito de estudos espe- cificos. A Figura 13.4 mostra a conformagio dessa onda em fungao do tempo. FGURA 13.4 - Formato caracteristico de uma ida de descarga atmosférica van Te 1 To Tins) A onda atinge o seu valor maximo de tensdo V, num tempo 7;, compreendido entre 1 e 10 ps J400 valor médio ¥), correspondente ao valor médio da cauda da onda, é atingido num intervalo «de tempo T, de 20 a 50 is, caindo para V = 0 ao final de T, no intervalo de 100 a 200 4s. A onda de tensio caracteristica foi normalizada para valores de T, = 50 ps e T; = 1,5 ys, normalmente conhecida como onda de 1,2 x 50 pss. J4 a onda caracteristica da corrente de descarga foi norma lizada para T, = 20 ps T, = 8 pss, também conhecida normalmente como onda de 8 % 20 jus. ‘O conhecimento da forma da onda e dos seus valores tipicos de tens e tempo, allém dos per- centuais de sua ocorréncia, possibilita os estudos destinados ao dimensionamento dos pira-raios de protegio contra sobretensoes nas linhas e redes elétricas e dos péra-raios de haste destinados A protegdo de construgdes prediais e instalagdes em geral. ‘13.3 ORIENTACGES PARA PROTECAO DO INDIVIDUO Durante as tempestades, na maioria das vezes, as pessoas se tomam de payor na presenga das descargas atmosféricas, procurando protecdo em locais muitas vezes impriprios sob o ponto de vista de seguranga. A seguir serd resumidamente analisada a seguranga das pessoas em diferentes situagdes em que podem encontrar-se durante as tempestades, + as pessoas devem retirar-se da digua, seja praia ou barragens, pois no caso de descargas atmosféricas podem surgir no espelho d’igua quedas de tensdo acentuadas capazes de acidentar 0 individuo, notadamente se este estiver em posigaio de nado; * ao sair da dgua nao se deve ficar andando ow deitado na praias procurar sempre um abrigo que possa oferecer a melhor seguranga; + se 0 individuo estiver no interior de um pequeno barco ou jangada, por exemplo, praticando . pescaria, deve recolher a vara de pesca, colocando-a no interior do barco, procurando deitar- . se ou abaixar-se; se for possivel desembarcar com seguranga, que o faga, identificando logo . um local mais seguro: * durante partidas de futebol de varzea, o chamado futebol de poeira, € conveniente interromper 1 partida e procurar abrigo; | nas quadras de esporte abertas ou campos de futebol em qué iio hd nenhuma forma de protecao contra descargas atmosféricas, as pessoas devem proteger-se sob as arquibancadas, 608 Capirune Tree inclusive os atletas; de quando em vez a imprensa televisiva registra e relata ocorréncias de raios atingindo atletas em pleno jogo; + evitar permanecer em pieos de morro; + evitar locais abertos, como estacionamento + os operdirios deve abandonar 0 topo das construgdes durante as tempestades; + cvitar permanecer debaixo de drvores isoludas; ¢ prefertvel procurar locais com maior niimero de drvores quando nao se encontrar abrigo mais seguro; + nunca deitar-se debaixo de uma drvore, principalmente com 0 corpo na posigio radial; no caso de uma descarga atingira arvore, a corrente ¢ injetada no solo no sentido radial, podendo © individuo ficar submetido a elevada queda de tensdo entre as pontas dos pés € 0s bragos; + os melhores abrigos que as pessoas normalmente podem encontrar em situagdes de tempes lade: = qualquer estrutura que possua uma protegio contra descargas atmosféricas; grandes estruturas de concreto, mesmo que nao possuam protegio contra descargas atmasférica — tineis, estagdes de metr6, passarelas subterrdneas ou quaisquer estruturas subterraneas; — automéveis, caminhdes, carrocerias e congéneres, desde que devidamente fechados e dotaclos de superficies metilicas; ~ vias piblicas, onde ha edificagdes elewadas; ~ interior de lanchas ou de navios metalicos. ea rural; 13.4 CLASSIFICACAO DAS ESTRUTURAS QUANTO AO NiVEL DE PROTEGAO Como se procurou mostrar anteriormente, as descargas atmosféricas podem dani ficar seriamente 6 patriménio e vitimar as pessoas e animais quando estes se encontram dentro do campo elético formado entre a nuyem eo solo e sejam ditetamente atingidos. Mesmo coma instalagao de um sistema de para-raios, hd sempre a possibilidade de falha desse sistema, podendo a construgao protegida, neste caso, ser atingica por uma descarga atmosférica, A partir dessa premissa, a IEC 1024-1/NBR 5419/01 determina quatro diferentes niveis de protegao, com base nos quais devem ser tomadas decisdes de projeto mais ou menos severas, Esses niveis de protegao esto assim definidos: Nivel I: € 0 nfvel mais severo quanto & perda de patriménio, Refere-se as construgdes protegt- das, cuja falha no sistema de paira-raios pode provocar danos as estruturas adjacentes, tais como as indiistrias petroquimicas, de materiais explosivos ete Nivel Il: refere-se as construgdes protegidas, cuja falha no sistema de para-raios pode ocasionar a perda de bens de estimavel valor ou provocar panico aos presentes, porém sem nenhuma con- seqiiéncia para as construgdes adjacentes, Enquadram-se neste nivel os museus, teatros, estidios, companhias comerciais comuns ete. Nivel Ill: refere-se as construgdes de uso comum, tais como os prédios residenciais, lojas de departamento e indiistrias de manufaturados simples. Nivel IV; refere-se as construgdes onde ndo € rotineira a presenga de pessous. Sto feitas de material nao-inflamavel, sendo o produto armazenado nelas de material ndo-combustivel, tais como armazéns de concreto para produtos de construg: ‘Anorma NBR 5419/01 fornece os virios tipos de estruturas ¢ os equivalentes nivels de protegao quanto as descargas atmosféricas, reproduzidos na Tabela 13.1. 13.5 SISTEMA DE PROTECAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS — SPDA Os requisitos hasicos para a instalagao de um SPDA depende do tipo de estrutura que se quer proteger, conforme sera estudado a seguir, indicando-se ao mesmo tempo os principais elemen- {os utilizados num SPDA, conforme mostrado esquematicamente na Figura 13.5, tratando-se de edificagdes ntes, galpoes pré-fabricados ete 13.5.1 Estruturas Comuns ‘Sao assim consideradas as edificagdes residenciais, comerciais e industriais com excegdo das chaminés, Os principais elementos utilizados num SPDA sao PROTEGAO ConTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 609 TABELA 13.1 _Clissticago das estruturas quanto ao nivel de protegaio Residéncias Perfuragao da isolagdo de instalagdes elétricas, ineendio, € im ‘danos materiais. Danos normalmente limitados 1 objetos 1no ponto de impacto ou no caminho do raio Risco direto de inctndio e tensOes de passo perigosas. Mou lv? Risco indireto devido & interrupgao de energia ¢ riseo de morte agropecuarios para animais devido a perda de controles elettnicos, ventilagio, suprimento de alimentagio e outros ‘Teatros, escolas lojas de anos is instalagdes elétricas (por exemplo iluminagao) © im departamentos, dreas possibilidade de panico. Falha do sistema de alarme contra feuruturas comuns! |_£°POrtivase igrejas incéndio, causando atraso no socorro Bancos, companhias de ‘Como acima, além de efeitos indiretos com a perda de | « seguro, companhias ‘omunicagSes, fathas dos computadores ¢ perda de dados comerciais ¢ outros Hiospitais, casas de ‘Como para escolas, além de efeitos indiretos para pessoas em | « epouso e prises tratamento intensivoe dificuldace de resgate de pessoas imobilizada | ia feitos indiretos conforme © contetdo das estruturas, variando im nea de danos pequaenos a prejuizos inaceitiveis € pera de produgao Museus, locais arqueolégicos | Perda de patrimdnio cultural insubstituivel W struts com Estagies de Interrupgio inaceitavel de servigos pablicos por breve ou longo 1 risco confinado | telecomunicagao, usinas perfodo de tempo. Risco indireto para as imediagies devide a eléticas, éndistrias incndios e outros com risco de incendio Refinarias, postos de combustivel, fabricas de | Risco de ineéndio e explosto para a instalagdo ¢ seus arredores 1 fogos, fibricas de munigio Fstruturas com risco para os arredores struturas com Indistrias quimicas, usinas | Risco de ineéndio e falhas de operagio, com conseqiiéncias| 1 isco part rucleares, laboratérios perigosas para 9 local e para o meio ambiente meio ambiente quimicos “ETI (Equipamentos de ‘Tecnologia da Informagio) podem ser instalados em todos os tipos de estruturas, inclusive estruturas comuns. E impraticdvel a proteco total contra. danos causados pelos raios dentro destas estruturas; ii obstante, devem ser tomadas medidas (conforme ANBR 5410) de modo a limitar os prejutzos a niveis aceitaveis. *Estruturas de madeira: nivel IM; estruturas nivel 1V, Estruturas contendo produtos agricolas potencislmente combustiveis (pds de ers) ‘njeitos a explosio so considerados com risco para arredores. 13.5.1.1 Captor (Os captores podem ser considerados naturais e nio-naturais. Os captores naturais so aqueles elementos condutores potencialmente expostos a uma descarga -atmosférica, Podem ser tomados como integrante do SPDA e t&m como exemplos as estruturas ‘metélicas constitufdas por tanques e tubos com espessura mfnima da parede de 0,5 mm de ago galvanizado, ‘Também as coberturas metilicas de galpdes industriais so consideradas captores naturais 60s captores niio-naturais so constituidos de elementos metiticos como uma haste condutora, um cabo horizontal ou um elemento desenhado especialmente para essa fungiio, denominado par ‘raios tipo Franklin, formado normalmente por trés ou mais pontas de ago inoxidvel ou cobre. E ‘também denominado captor de ponta. A Figura 13.6 mostra um captor de quatro pontas.. 610 CaPtruto TReze stro Y 3 ‘captor Base do Fra S}consctor do sf onion de Super do conor BE HA Oe ate | EL] b> 100m ater Combusvey i | | FF [a Conactor de Medigs0 1 [PVC'ou Cimento Amante) } Hf Te _// Protegio Nao-Motéhoa , : | FETs FH a a | seston = Th FIGURA 13.5 nos de um Sistema de Protego Contra Descargas Atmosféricas FIGURAI3.6 ‘Captor de descarga atmostériea Haste Captora Cabo de Atorramento 13.5.1.2 Mastro ou haste Eo suporte do captor do tipo Franklin, sendo com lo de um tubo de cobre de comprimenk entre 3 ¢ 5: me $5 mm de didmetro, Deve ser fixado firmemente num isolador de uso exterior Fungo do mastro € suportar 0 captor e servir de condutor metilico, 13.5.1.3 Isolador E a base de fixagiio do mastro ou haste. Normalmente ¢ utilizado um isolador fabricado en porcelana vitrificada ou vidro temperado, para um nivel de tensio de 10 kV. PRoTEGKO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 611 . 13.5.1.4 Condutor de descida Eo condutor metilico que faz a ligagio entre o mastro ou captor e 0 eletrodo de terra, ¢ € dada na Tabela 13.2. sua ~TABELA 13.2 _Segdes minimas dos condutores de um SPDA Constituem-se ainda condutores de descida as estruturas metalicas, tais como postes, torres similares, bem como as armaduras de ago de estruturas de conereto que tém continuidade até a base das mesmas. © posicionamento dos condutores de descida deve obedecer os seguintes requisi a) SPDA isolado + para um ou mais mastros separados € necesséirio, no minimo, um condutor de clescida para cada mastro (naio-condutor); * para um ou mais condutores horizontais separados, ¢ necessdrio um condutor de descida na extremidade de cada condutor horizontal; + para uma rede de condutores, € necessério um condutor de descida para cada estrutura de suporte (niio-condutora). b) SPDA nao isolado * os condutores de descida ndo-naturais devem ser distribuidos ao longo do perimetro do vor lume a proteger, obedecendo os afastamentos maximos previstos na Tabela 13,3, devendo-se adotar, no minimo, dois condutores de descida; * 08 condutores de descida nao-naturais devem ser interligados a condutores horizontais formando anéis a cada 20 m de altura, sendo o primeiro anel constitufdo dos condutores de aterramento, podendo-se alternativamente adotar condutores radiais, em ambos 0s casos, enterrados a uma profundidade minima de 50 em; * os condutores de descida devem ser instalados a uma distancia mfnima de 50 cm de portas, Janelas ¢ outras aberturas; + os condutores de descida podem ser instalados na superficie ou embutidos se a parede for cde material nao-inflamével; * 98 condutores de descida podem ser instalados na superficie se a parede for de material inflamdvel ¢ a elevagdo de temperatura decorrente da passagem da corrente elétrica no resultar em risco para 0 material da referida parede; ‘TABELA 13.3 Espagamento médio dos condutores de descida ndo-naturais 612 CaPiruto Tree + os suportes metilicos dos condutores de descida nio devem estar em contato com a parede de material inflamavel cuja elevagao de temperatura decorrente da passagem da corrente clétrica resultar em risco para 0 material da referida parede, devendo-se, no entanto, manter uma distéincia de 10 cm entre condutor de descida e 0 volume a proteger; + sempre que possfvel deve-se instalar um condutor de descicia em cada canto da estrutura; + recomenda-se que os ususirios evitem utilizar equipamentos eletrOnicos sensiveis préximo aos condutores de descida; + os condutores de descida ndo devem ser instalados no interior de calhas ou tubos de 4guas pluviais, a fim de evitar corrosio, mesmo que o condutor seja isolado; + 0s condutores de descida extemos devem ser protegidos contra danos mecdnicos até, no minimo, 2,5 m acima do nivel do solo, A protegao deve ser feita por eletroduto rigido de PVC ou eletroduto rigido metélico. Quando a protecio for metilica o condutor de descida deve ser conectado em ambas as extremidades do eletroduto. De acordo com a NBR 5419/01 — Protegiio de Edificagdes contra Descargas Atmosféricas, os condutores de descida podem ser do tipo ndo-natural e natural a) Condutores de descida naio-naturais ‘Sao aqueles constituidos de condutores metilicos de cobre comercial de condutividade minima {98% para o tipo recozido, ou aluminio, apropriado para utilizagdio como condutor elétrico, Devem obedecer os seguintes requisitos: + 08 condutores de descida devem ser retilineos ¢ verticais, de modo a fazer 0 trajeto © mais curto possivel + as emendas dos condutores de descida devem ser feitas preferencialmente com solda iso- térmica, podendo-se empregar também conectores & compressio, rebites ou parafusos: b) Condutores de descida naturais Sao aqueles constitufdos de elementos préprios da estrutura ow que nio se enquadram na con- digdio de condutores naturais, mas que devem obedecer as seguintes prescrigoes: + ospilares metilicos de estruturas podem ser empregados como condutores de descida, desde que apresentem continuidade elétrica + as instalagdes metélicas das estruturas com comprovada continuidade elétrica podem set utilizadas como condutores de descida naturais, mesmo que revestidos por material isolante, respeitando-se as segdes minimas dos condutores de descida definidas na Tabela 13.2; + as armagiies de ago interligadas as estruturas de concreto armado podem ser utilizadas, como condutores de descida, desde que pelo menos 50% dos eruzamentos das barras verticais com as horizontais sejam firmemente amamrados com arame torcido, as barras verticais sejam soldadas ou sobrepostas por, no minima, 20 vezes seu didmetro e firmemente amartadas com arame toreido; + podem ser embutidos na estrutura condutores de descida especificos, com continuidade elétrica assegurada por solda ou por conexiio mecanica tipo aparafusado ou & compressio, ‘modelo cunha ou equivalente interligados & armagio; + pode-se utilizar também a armaco de ago embutida em concreto armado pré-fabricado, desde que se assegure a continuidade da conexio; + niio pode ser utilizada como condutor de descida armagio de ago de concreto protentid; + niio podem ser utilizadas tubulagdes metilicas de gés como condutores de descida: + as tubulagdes metilicas consideradas permanentes, exceto para uso de gases inflamaveis, podem ser utilizadas como condutores de descida, desde que se comprove a continuidade elétrica da mesma; + nas edificagdes existentes de conereto armado poderd ser utilizada a armadura de ferro do conereto armado, desde que comprovado a continuidade elétrica e a resisténcia elétrica medida seja inferior a 10; + nas edificagdes existentes de concreto armado podem ser utilizados como descida condutores ex- temos, inteligados a condutores horizontais, dispostos em anéis a cada 20 m de espagamento, 13.5.1.5 Eletrodo de terra ‘So elementos metilicos instalados vertical ou horizontalmente e responséveis pela da corrente elétrica de descarga no solo. PRoTEGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS. 613 condutor de descida deve ser conectado na sua extremidade inferior aos eletrodos de terra, cujo valor da resisténcia de aterramento nao devera ser superior a 10 02 para instalagdes em geral, © 1.0 para edificagdes destinadas a materiais explosivos ou facilmente inflamdveis, O arranjo as dimensGes do sistema de aterramento devem favorecer a dispersao das correntes de descarga atmosférica para a terra sem causar sobretensdes perigosas. Podem ser utilizados como eletrodo de aterramento os seguintes elementos: + condutores em anel; + hastes verticais; * condutores horizontais radiais; + armagdes de ago das fundagdes. O dimensionamento e instalago dos eletrodos devem atender as seguintes prescrigées: a) Eletrodos de aterramento naturais Sido constitufdos pelas armaduras de ago embutidas nas fund: as seguintes prescrigGes: + as armagdes de ago embutidas nas fundagdes das estruturas de concreto armado podem ser utilizadas como eletrodo de aterramento, desde que sejam amarradas com arame torcido em cerea de 50% de seus eruzamentos; + as barras horizontais das armagées de ago das fundagdes utilizadas como condutor de aterramento devem ser soldadas ou sobrepostas por, no minimo, 20 vezes 0 seu didmetro e firmemente amarradas com arame torcido; + pode-se utilizar como acréscimo as armagdes de ago das fundagdes uma barra de ago de com diémetro minimo de 10 mm, ou uma fita de ago de 25 X 4 mm disposta com a largura na posigdo vertical, formando um anel em todo o perimetro da estrutura; + as armaduras de ago das fundacdes devem ser interligadas com as armaduras de ago dos es da estrutura, utilizadas como condutores de descida naturais, devendo-se assegurar continuidade elétrica entre as armaduras referidas; + acamada de concreto que deve envolver os eletrodos anteriormente referidos & de, no mi- ‘imo, 5 em; + se forem utilizadas como condutores de descida as armagdes verticais de ago da estrutura, estas devem ser conectadas as barras ou eletrodos horizontais das fundagdes utilizadas como eletrodos de aterramento, assegurando-se perfeita continuidade. a) Eletrodos de aterramento nio-naturais + os eletrodos de aterramento naio-naturais devem ser instalados a uma distincia de 1,0 m das fundagdes da estrutura; + 08 condutores de aterramento formados de condutores em anel, ou condutores horizontais radiais, devem ser instalados a uma profundidade minima de 50 em; *+ os eletrodos verticais devem ser distribuidos uniformemente no perimetro da estrutura, espagados entre si no valor igual ou superior a sua profundidade de cravacdo no solo; + de preferéncia, devem ser instalados varios eletrodos regularmente distribuidos, cujos comprimentos so conhecidos através da Figura 13.7 em fungao do nivel de protegao que se deseja para a estrutura e da resistividade do solo; * cada condutor de descida deve ser conectado, no minimo, a um eletrodo distinte, radial ou vertical, devendo-se utilizar, no minimo, dois eletrodos. 13.5.1.6 Ligagées eqiipotenciais O SPDA deve ser conectado com os demais sistemas de aterramento, ou seja, com as massas do sistema elétrico © com 0s equipamentos de tecnologia da informagao, devendo obedecer as seguintes prescrigdes basicas: * os condutores de ligagao eqlipotencial devem ser conectados a uma barra de ligagao equi- potencial instalada no subsolo ou préxima ao nivel do solo, de forma a se ter facil acesso; + em grandes estruturas pode ser instalada mais de uma barra de ligagdo equipotencial devi amente interligada + cada intervalo ndo superior a 20 m deve existir uma ligagdo eqilipotencial para estruturas ‘com mais de 20 m de altura; 614 Cairuto TReze FIGURA 13.7 Comprimento minimo dos eletrodos de aterramento, compen Mri soe Sleredosm) oe ives da 7 ° 00 1000 1500 2000 | ‘2500 000 Reside do Soh) + as barras de ligagio eqilipotencial devem conectadas ao anel horizontal que interligam os condutores de descida; + as secdes minimas dos condutores eqilipotenciais que devem suportar toda a corrente de descarga atmostérica sio estabelecidas na Tabela 13.2; todos 0s condutores ndo- vivos dos sistemas elétricos e equipamentos de tecnologia da in- formagio devem ser direta ou indiretamente conectados & ligagao eqbipotencial; + as luvas isolantes inseridas nas canalizagdes de gés ou de agua devem ser curto-cireuita- dass ‘numa mesma edificagao deve-se projetar um s6 sistema de aterramento no qual através de ligagdes eqiipotenciais se conectariam todas as partes da instalagdo que obrigatoriamente devessem ser conectados 2 terra, A Figura 13.8 mostra a Forma pela qual sto interconec- tadas todas as partes nao condutivas da instalagdo, tais como tubulagao metélica de gua, ‘condutor de aterramento, armagdes metélicas diversas como bandejas, prateleiras, painéis _Armadura de Conereto Amado « Condutores de Eqipotenciaizago el arranero do Elimite igre st Cano Dagua Metco \ conse de Eetptonicees cua ? FIGURA 13.8 \\ da Fundacao Ligagdes eqdipotenciais \Blerodo de Ateramento Embutido no Piso PROTEGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 615 etc. A conexao da tubulagaio metélica de gas como sistema de aterramento deve ser definida pelas normas da concessionéria de gs local. 13.5.1.7 Conexao de medigao E assim denominada a conexto desmontivel destinada a permitr a medigdo da resisténcia de atertamento. Deve ser instalada a 2,5 m ou mais acima do nivel do solo, nos condutores de descida externos, 13.5.1.8 Proximidades do SPDA com outras estruturas Se um SPDA qualquer estéadjacente a uma estratura constituida de massas, condutores de um istema elétrico e instalagdes metélicas, entre as quais 0 SPDA, e nao For poss{vel estabelecer uma Tigagao eqtipotencial para evitar um centalhamento perigoso, deve-se assegurar uma distancia de Seguranga igual ow superior ao valor dado pela Equagdo (13.1) p=k, x Xe x by (3.1) K, K, ~ depende do nivel de protecao admitido e seu valor é encontrado na Tabela 13.4; K, ~ depende da configuragao dimensional: K, = | para configuracao unidimensional; 0,66 para configuragao bidimensionak, 0.44 para configuragao tridimensional. E Vou setiontar que um conuiear de descida'conectido wun eletrodo de texraig considerado uma configura¢o unidimensional. J4 uma gaiola de Faraday, cujos condutores de descida sio conectados aos respectivos eletrodos de terra em toro de uma estrutura, é considerada uma configuragao tridimensional, K,,— depende do material de construgdo seu valor é encontrado na Tabela (13.4); Z,,— comprimento do condutor de descida, em m, compreendido entre o ponto em que se considera a proximidade e o ponto mais préximo da ligagdo eqiipotencial. ‘TABELA 13.4 Valores de K,e Ky 0,100 0075 0,050 0.050 Deve-se entender que a Equagao (13.1) somente se aplica quando a corrente do condutor indutor pode ser estabelecida em fungao da corrente da descarga atmosférica. As tubulagdes de gas devem situar-se pelo menos a 2 m dos condutores de descida, Caso con- trdrio, essas tubulagdes devem estar interligadas a cada 20 m de sua altura por meio de ligagao eqiiipotencial 3.5.2 Estruturas Especiais ‘Sao consideradas estruturas especiais: 13.5.2.1 Chaminés construidas em chapa de ago + aschaminés construidas em chapa de ago de, no minimo, 4 mm de espessura nao necessitam captores e condutores de descida; 616 + sea chaminé for adjacente a uma estrutura ou esteja situada dentro da distancia de 2 m, deve ser interligada ao SPDA dessa estrutura. 13.5.2.2 Chaminés com altura superior a 20 m e segdo transversal no topo acima de 0,30 m? + os captores devem ser de cobre macigo ou de ago inoxidével + os captores devem ser instalados no topo da chaminé cilfndrica a intervalos maximos de 2,5 m ao longo do seu perimetro: * os captores devem estar acima do topo da chaminé ter altura de, no maximo, 80 cm; + odidimetro minimo dos captores deve ser de 15 mm; * os captores devem ser interligados na sua extremidade inferior por um condutor formando tum anel fechado em tomo da chaminé + nilo € necesséria a utitizagao de captores em chaminés em cujo topo existe uma cobertura de ago de no minimo 0,5 mm; + devem ser instalados, no mfnimo, dois condutores de descicla de cobre instalados diame- tralmente opostos; + os condutores de descida devem ser interligados por um anel, situado, no maximo, a 3,5 m dda base da chaminé, de preferéncia sob o solo e a intervalos iguais de cerca de 20 m; + em chaminés de segio quadrada ou retangular, os captores nao devem estar a mais de 60 ‘em dos cantos e espagados, no méximo, em 2,5 m ao longo do perimetro. + os condutores de descida devem ser protegidos contra danos através de eletroduto rigid de PVC ou eletroduto rigido metilico, neste caso, interligado nas duas extremidades com os respectivos condutores de clescida; + os condutores de descida devem ser fixados a intervalos méximos de 2 m; + os condutores horizontais devem ser fixados a intervalos méximos de 60 em. inimo, 50 em e, no 13.5.2.2.1 Chaminés de concreto armada + as armagdes de ao interligadas das estruturas de concreto armado podem ser utitizadas como ccondutores de descida, desile que pelo menos. 50% dos eruzamentos das barras verticais com as horizontais sejam firmemente amarrados com arame torcido, e as barras verticais sejam soldadas ou sobrepostas por, no mfnimo, 20 vezes seu difmetro e firmemente amarradas ‘com arame torcid + os condutores de descida devem ser conectados & armagio de ago do concreto no topo, na base da estrutura, bem como a cada 20 m; + todas as massas e instalagdes metdlicas incorporadas & chaminé, tais como escadas, plata- formas, tubulagdes e suportes para luz de obstéculo, devem ser conectadas aos condutores de descida na base, no topo e a cada 20 m de altura; + todas as massas e instalagdes metilicas situadas a uma distAncia de até 20 m da base da chaminé devem ser interligadas ao sistema de aterramento da chaminé, 13.5.2.3 Estruturas contendo liquidos ou gases inflamaveis + © volume de protegio dos captores deve ser determinado pelo método eletrogeométrico adotando-se como raio da esfera ficticia uma distincia de 20 m; + a distancia minima entre um mastro ou cabo aéreo e a estrutura a proteger niio deve ser inferior a2 m. 13.6 METODO DE AVALIACAO E SELECAO DO NIVEL DE PROTEGAO AS prescrigdes para instalagdo de para-raios dependem do tipo e dos riscos a que cada estrutura \ estd submetida, Provegao ConTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 617 13.6.1 Instalagées de Para-raios em Estruturas Normais ‘Sao assim consideradas cestruturas especiais, Isto vencional O método de selegdo do nivel de protegdo adequado a uma determinada estrutura deve levar inicialmente em conta se hd ou nao exigéncia de instalago da referida prote3o em funeIo dos riscos inerentes, Para alguns locais € considerado indispensdvel a instalagiio de um sistema de protegdo contra descargas atmosféricas (SPDA), ou seja: edificagdes que ndo se enquadram dentro da NBR 5419/01 como 10 as edificagdes residenciais, comerciais ¢ industriais do tipo con- + locas de grande afluéncia de pessoas + locais onde se prestam servigos publicos essenciais, tais como subestagées de poténcia das concessiondrias de energia elétrica, edificios de estagdes de telecomunicacao etc; + reas de elevada densidade de descargas atmosféricas; + estruturas de valor hist6rico ou cultural; + estruturas isoladas com altura superior a + locais em que seus ocupantes desejam sentir-se Seguros, mesmo que o risco de descarga atmosférica seja desprezivel A selegio do nivel de protegio de um SPDA pode ser feita de acordo com as seguintes preseri- (Ges, estabelecidas na norma BS 46651 (norma inglesa) e inserida na NBR 5419/01 a) Avaliago do risco de exposigio A densidade dle descargas almostéricas que atingem a terra Ny por ano que atinge o solo, O seu valor é de: Ng = 0,04 0 mimero de raios por kin? * (km*/ano) (13.2) — indice cerdunico, ou seja, nlimero de dias de trovoada por ano. +r conhecido através de © valor de, pode s tuigdes oficiais ou ndo que operam na drea do projeto, tais como instalagdes aeronduticas, servigos de meteorologia, institutos de pesquisa relacionados etc. Na falta de informagdes dessas organizagoes, pode-se utilizar 0 mapa das curvas isocerdunicas mostradas na Figura 13.9. by Area de exposigio equivaleme Corresponde & area do plano da estrutura prolongada em todas as diregdes, considerando a altura da mesma. Os Timites da drea de exposigao equivalente esto afastados do perimetro da estrutura por uma disténcia correspondente altura da estrutura no ponto considerado. Logo, 0 valor da drea de exposigao equivalente ¢ determinado pela Equagao (13.3), LXWHIXLXH+2X WKH + eX A L— comprimento da estrutura, em m; W— largura da estrutura, em m; H— altura da estratura, em m, A Figura 13.10 mostra a i geométricas necessérias. 4 de exposigio equivalente de uma estrutura com as definigdes ©) Freqliéncia média anual previsivel de descargas atmosféricas sobre uma estrutura £ dada pela Equagao (13.4). Ny, = Nu XA, 10°" (por ano) (13.4) N,.— mimero provavel de raios que possa atingir a constru . por ano, d) Frequiéncia admissivel de danos A comunidade técnica internacional reconhece os limites a seguir indicados como a frequéncia admissivel de danos, + riscos maiores que 10-', ou seja, um dano acorrido na estrutura para 1,000 descargas por ano: valor inaceitavel; 618 Capiruio Tree Fonte: Norma Brasileira NBR 5419/2001 Mapa Isocerdunico Brasileiro FIGURA 13.9 ‘Curvas isocerdunicas do territério brasileiro Estutura FIGERA 13.10 Area equivalent de atragio das descargas atmoséricas + riscos menores que L0-*, ou seja, um dano ocorrido na estrutura para 100.000 descargas por ano: valor aceitavel ©) Avaliagio geral do riseo ‘Antes de se tomar uma decisdo aleat6ria sobre a necessidade de dotar determinada construgio de uma protegao adequada contra a incidéncia de raios, € prudente que se calcule a probabilidade PROTEGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 619 pponderada que permitiré uma decisao sobre a importancia técnica do empreendimento. Esta ava- Tiagdo € feita aplicando-se os fatores de ponderagdo dados na Equacio (13.4). . P, =AX BX CX DXEXN,, 3.5) A,B,C, D, E, F— fatores de ponderago da Tabela 13.5. A necessidade ou nao de se dotar a estrutura de um SPDA € dada na Tabela 13.6, TABELA 13.5 Fatores de ponderagao | Habitacao 03 | Construgoes de 022 | Sem valor Areas circundadas | 0.4 | Planicies | 0,3 eobertura patrimonial ow por érvores ou nio-metitica hisirico esiruturas de qualquer natureza Habitagio com [0,7 | Construgies de 04 | Sensiveladanos | 0.8 | Areas semi-isoladas | 1,0 | Colinas Lo antena externa cconereto e cobertura nio-met Consirugdes — | 1,0 | Contrugdes de metal | 0,8 | Subestagoes, 10 | Areas isotadas 2,0 | Montannas 1,3 Industrais ‘ou conereto e ceentrais com altura | cobertura metitica | teletdnicas, entre 300 a instalagbes de 900 m itis, eslagdes de ridioe TV Consirugoes | 1.2 | Construgdes de 1.0 | Museus e 13 Montanhas | 17 destinadas alvenaria monumentos ¢ com altura ahotéis, construgbes de acima de rotéis, sales mesma natureza 900 m Consirugoes | 1.3 | Construgdes de 1.4 | Bscolas, hospitais. | 1.7 destinadas a madeira similares shopping centers, museus, centros, esportvos Escolas, 17 | Constragoes de 47 hospitals € alvenaria ou similares ‘madeira com cobertura metiica Constragaes com | 2.0 cobertura de palha e similares ‘TABELA 13.6 Probabilidade ponderada Pes lO Acestrutura dispensa.o SPDA lo > P,> 10° A instalagio do SPDA deve ser feita somente por convenieneia do usuatio Py > 10% Obrigatério 0 uso do SPDA. 620 Capiruno Taeze Exempto DE ApticacAo (13.1) [Uma planta industrial do ramo metalirgico simples, com frea coberta plana de 50 30 m? e altura de 8 m, localizada em terreno plano de pouca arborizagao, 6 constituida cle conereto armado com cobertura ‘metilica, nlo aterrada, Determinar a necessidade de protecao contra descargas atmosféricas, sabendo-se que ‘a industria esté localizada no Distrito Industrial de Fortaleza ~ Ceard, + Densidade de descargas atmosféricas 0,04 XN} = 04 X 20! = 1,69 deseargarkm? 20 dias de trovoada por ano (veja no mapa da Figura 13.9.2 linha isocersunica prOxima & praias de Fortaleza, no estado do Ceara). + Area de exposigio equivalente A,= LX WHIXLX HAI WHE XP A= 50X30F2X50X8+2K IKK + WX 2.981 m! + Fregiéncia média anual de descarga atmostérica Nip = Nuc XA, X 10-6 = 1,69 2.981 10°° = 5X 10" descargasfano (Ou seja,westrutura ser atingida por uma descarga atmosfrica a cada 200 anos: <> + Avaliagao geral do risco Py=AKAXCKDXEX Ny, P,=AX BX CXDXEXN, ‘Através da Tabela 13.6 pode-se coneluir que a instalagie de um SPDA deve ser decidida pelo usuério ou por exigéncia da companhia seguradora, ‘Se a cobertura metélica da estrutura for consttuida em chapa de alumfnio com espessura igual ou superior 480,50 mm, nao é necessaria a instal ago de eaptores na cobertura, Assim, faz-se necesséria apenas a instalagio ‘dos condutores de descida conectados na sua extremidade superior & cobertura metélica © na su extremidade inferior malha ele terra instalada 20 longo do perimetro da construcdo distando um metro da fundagao. — 6 10+ 0X08 X03 X 10X03 x 5 10-7 13.7 METODOS DE PROTEGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERIGAS Existem basicamente trés métodos de protegao contra descargas atmostéricas, ou seja: 13.7.1 Método de Franklin Consisteem se determinaro volume de protegio propiciado por um cone, cujo ngulo-da geratriz com fa vertical varia segundo o nivel de protecio desejado € para uma determinada altura da construgio. A "Tabela 13.7 fornece o dngulo maximo de protego para uma altura da construgdo ndio superior a 20m. TABELA 13.7 Angulo de protegao e altura da construgao (A) Aplicam-se somente os métodas eletrogeométrico, malha ou gaiola de Faraday, (B) Aplica-se somente o método da gaiola de Faraday, IGURA 13.11 Prore ao CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 621 Utilizando a propriedade das pontas metilicas de propiciar o escoamento das cargas elétricas para a atmostera, chamado poder das pontas, Franklin concebeu e instalou um dispositive que desempenha esta funglo, denominado paira-raios. Fica claro que as descargas elétricas dentro de uma determinada zona so mais facilmente escoadas pelo paira-raios do que por uma estrutura de concreto, por exemplo. A Figura 13.11 mostra prinefpio fundamental da atuagaio de um para-raios. AS cargas elétricas, em vez de irromperem de um ponto qualquer do solo, so conduzidas até as pontas do pira-raios (captor) através de um cabo de excelente condutividade elétrica (cabo de cobre), permitindo, desta forma, que as descargas sejam efetuadas através deste, propiciando a protegao da construgdo dentro de uum determinado raio de atuagao. Part da Nuvem Cartegada Poshivamente ‘Parte da Nuvern Carregadia Negativamente Para-faios ‘Cabo de Cobre Supeticia da Terra Cartegada Pasitvamente Iustragio da concentragao de cargas elétricas no captor Jia Tabela 13.7 fornece 0 angulo de protego contra descargas atmosféricas tomando como base diferentes alturas da construgdo. Por exemplo, num projeto de uma construgo predial co- mercial de 10 andares, ou seja, 30 m de altura aproximadamente, o Angulo de protegiio deve ser de 25°, jf que se trata de prédio classificado no nivel de protegdo Il, conforme classificagdo vista na Tabela 13.1. (O método de Franklin é recomendado para aplicagio em estruturas muito elevadas e de pouca 4rea horizontal, onde se podem utilizar uma pequena quantidade de captores, 0 que torn o projeto economicamente interessante. Os projetos de instalagao de paira-raios pelo método de Franklin podem ser elaborados tomran- do-se a seguinte seqiéncia de eéteulo, a) Zona de prot 0. paira-raios deve oferecer uma protegio dada por um cone cujo vértice correspond & ext dade superior do captor e cuja geratriz faz. um Angulo de a” com a vertical, propiciando um raio de base do cone de valor dado pela Equagdo (13.11), conforme se observa na Figura 13.12. R,=H, X tea (13.6) R,— raio da base do cone de protegao, em m; H,— altura da extremidade do captor, em m; @~ Angulo de protegio com a vertical dado na Tabela 13.7. Se houver mais de um captor, pode-se acrescer 10° a0 Angulo a Deve-se estabelecer uma protecao de borda da parte superior da edificagio através de um ‘condutor, compondo a malha de interligagio dos captores, 622 Capiruto TReze FIGURA 13.12 Angulo de protegaio do pra-raios TATED FECUCGDT i Hl E 'b) Nuimero de condutores de descida Deve ser fungi do nivel de protegao desejado e do afastamento entre os condutores de descida, ou seja: P. te. 13.7) - (13.7) New N.g — miimero dos condutores de descida; P., — perimetro da construcao, em m; D4 ~ distincia entre os condutores de descida dada na Tabela 13.3. Os condutores de descida devem ser distribuidos ao longo de todo 0 perfmetro da construct, com um espagamento maximo em fungdo do nivel de protegdo desejado dado na Tabela 13.3, nio se admitindo um niimero de descidas inferior a 2. A Figura 13.13 mostra esquematicamente os condutores de descida de uma construgao fabril, [ FIGURA 13.13, 10,16 eh 10,16 ete 19,184} \ A istincias Elementos para protegio de cxficios contra deseargas -Condutor de Descida atmosféricas Evodos do Tora - Ligago Eqdipatanca ia Pravecko Contra Descancas ATMOSrERICAS 623 ©) Segio do condutor De preferéncia, devem ser utilizados condutores de cobre nu, principalmente em zonas indus- triais de elevada poluig2o ou proximas a orla maritima. A segiio minima dos condutores & dada em fungio do tipo do material condutor € da altura da edificagdo, conforme a Tabela 13.2. da matha de terra A resisténcia da malha de terra ndo deve ser superior a 10.0 em qualquer época do ano, Quando a construgdo for destinada a materiais ex plosivos ou inflarmdveis,a re de terra nao deve ser superior a 1 ExemPLo DE ApLicacAo (13.2) Conhecidas as dimensies do prédio da inddstria de manufaturado simples representada na Figura 13.13, projetar um sistema de protegdo contra descargas atmosféricas. A vista superior da edificagao é mostrada ‘nas Figuras 13.14 © 13.15, A resistivielade do solo é de 1.000 0 + m. a) Zona de protegio Considerando-se somente dois paira-raios instalados nos pontos A e B inclicados nas Figuras 13.14, 0 raio de protecio de cada um deve ser de: Ry = 20 FIR IS = 274m + Nivel de protegdo da estrutura: III ~ a = 45° (Tabela 13.7) Como hi mais de um captor, tem a= 454+ 10= 55 Ry =H, X tga k A. = fn 2214 9,18 m ea 55 H, ~ altura da ponta do captor em relagio ao teto, em m, Considerando o comprimento do mastro igual a 3 m, o suporte do conjunto mastro-captor vale’ =H, -3= 19,18 —3 = 16,18m Como 0 comprimento do suporte & muito grande, serio considerados quatro pirs-raios instalados em ‘conformidade ¢om a Figura 13.15, devendo o raio de protegao de cada um ser de: fy = 10" $1875" = 21,25 m igo BPS _ 2028 ees ga 1g55 ‘cao de Pago de Borsa Cato Frome de Bose ‘on mgs Cie) ‘Gonra rmpeee Ora FIGURA 13.14 FIGURA 13.15 Vista superior da edificagao da Figura 13.13 Vista superior da edificagao da Figura 13.13 624 Capiruno Treze Logo, 0 comprimento do suporte € de: H~3= 1487 187m (O suporte de L, = 11,87 m poderd ser constituido de uma torre treligada em perfil metilico, fixando-se no seu topo um isolador de vidro temperado ou porcetans vitrficada, isolado para 10 KY, Pode-se observar, através das Figuras 13.14 € 13.15, que todas as partes da construgao pelas dreas de protegdo formadas pelos para-raios. b) Numero de condutores de deseida Pela Equagiio (13.7), terse: ‘D,. = 20m (Tabela 13.3 ~ nivel de protegao HL) Py = 2% 15 +2 40= 230m P2380 Fa 0s. v.,= 12 condutores ee ay 12 condut : A segio do condutor deve ser de S, = 16 mm? em cabo de cobre, segundo a Tabela 13.2. 4) Niimeri de eletrodos de aterramento 5m, Como De acordo com a Figura 13.7 0 comprimento minimo dos eletrodos de terra deve ser de @ ho presente caso sdo 12 condutores cle descida, sero finalmente utilizados 12 eletrodos verticais de 3 ‘conectando-se cada conjunto de eletrodos na extremidade de cada conklutor de descida meada, 13.7.2 Métodos de Faraday Consiste em envolver a parte superior da construgdo com uma matha captora de condutores elétricos nus, cuja distancia entre eles é fungio do nivel de protecao desejado e dado pela Tabela 13,8 que estabelece a largura do médulo da matha de protecdo, sendo que o comprimento do médulo ndo deve ser superior ao dobro da sua largura, ou seja LSKxW (13.8) L~ comprimento do médulo da malha dada na Tabela 13.8: W— largura do médulo da imalha, K— fator de multiplicagao, normalmente utilizado igual a 1,5. 0 método de Faraday, a0 contrério do método de Franklin, é indicado, na pritica, para edifi- cages com altura relativamente baixa, porém com uma grande Area horizontal, nas quais seria necessiria uma grande quantidade de captores do tipo Franklin, tornando o projeto muito oneroso. No entanto, para edificagdes com altura superior a 60 m é obrigatério o emprego do método de Faraday, de acordo com a NBR 5416/01 O método de Faraday é fundamentado na teoria pela qual 0 campo eletromagnético € nulo no interior de uma estrutura metilica ou envolvida por uma super a ou por malha metélica, quando sio percorridas por uma corrente elétrica de qualquer intensidade. A maior protecdo que se pode ter utilizando o método de Faraday 6 construir uma estrutura ¢ envolvé-La completamente com uma superficie metilica de espessura nio inferior a 0,50 m, 0 que obvia- mente nao é uma solugdo de contetido pritico, a nao ser que a cobertura da edificagdo seja de letha metitica, Para aplicar o método de Faraday, é necessério conhecer as seguintes prescrigoes: + aabertura da malha é fungo do nivel de protegtio que se deseja adotar para uma particular estruturas *+ para se obter 0 mesmo nivel de protecdo ofeerecido pelo método de Franklin, estabelecer a Jargura minima do médulo das mathas de protec, segundo a Tabela 13.8; Protecka CONTRA DescaRcas ATMOSFERICAS 625 ‘TABELA 13.8 Largura do médulo da malha de protegio + quanto menor fora abertura da malha protetora, maior a protegdo oferecida pelo método de Faraday: + recomenda-se a instalagdo de captores verticais com altura de 50 cm ao longo dos condutores que compdem a malha protetor + adistincia entre os captores anteriormente mencionados nio deve ser superior a 8 m; + recomenda-se que os usudrios das estruturas protegidas pelo método de Faraday evitem utilizar equipamentos de tecnologia da informagao préximos aos condutores de descida; + omimero de descidas pode ser determinado pelo método empregado na Segio 13.5.1 4 + quando existir qualquer estrutura na cobertura que se projete a mais de 30 cm do plano da ‘malha captora ¢ constituida de materiais ndio-condutores, tais como chamings, sistema de exaustao de ar etc., deve ser protegida por um dispositive de captagdo conectado & malha captora; + quando existir estrutura metdlica na cobertura nfo conectada a um sistema aterrado, a es- ‘rutura deve ser conectada ao sistema captor, se ocorrer uma das seguintes condigdes: altura da estrutura acima do plano da malha eaptora for superior a 30 em: ~ alestrutura estiver a uma distancia igual ou superior a 50.cm de um dispositive de cap- taco; — aestrutura deve ter uma dimensio minima na horizontal de 2 m: — aestrutura deve ter uma drea minima no plano horizontal de | m*; + oaterramento do sistema de protegao contra descargas atmosféricas pode ser também exe- cutado tanto no interior das fundagdes de concreto armado da edificagao como através de malhas de aterramento ndo-naturais; + pode-se usar durante a construgio das fundagdes uma barra de ago galvanizadlo de segao circular com 8 mm de difmetro. Alternativamente, pode-se empregar uma fita de ago gal- vanizado de dimensdes 25 4 mm; + deve-se evitar isolar as fundagdes contra a penetragio de umidade, © que provocaria uma elevada resisténcia de contato com o solo natural, anulando, dessa forma a eficiéncia do sistema de aterramento. O método de Faraday tem recebido ultimamente a preferéncia dos projetistas. E que, pelo método de Franklin, a interligagao entre as hastes e 0s suportes dos captores pode conduzir a uma malha no topo da construgdo de dimensdes tais que resultam praticamente nas dimensdes necessérias aplicagiio do método de Faraday. EXEMPLO DE ApLicacAo (13.3) Considerar 0 Exemplo de Aplicagio (13.2) ¢ dimensionar um Sistema de Protego Contra Descargas Atmosféricas com base no método de Faraday. a) Dimensdes da malha captora + Construgo com nivel de protego TI De acordo com a Tabela 13.8, a largura do médulo da malha de protegdo & de 10m. Jo seu eomprimento pode ser dado pela Equagdo (13.8), ou seja LE KXW=15%10 ism Logo as dimensdes do médulo da matha protetora vale; 10 % 15 m 626 Captruvo Tree +A Grea da construgao vale Sams = 40 X 75 m = 3.000 mi? ) Nuimero de condutores da malha captora + Na diregsio da maior dimensio da construgdo, segundo a Figura 13.16, © ndimero de condutores da ‘matha captora vale’ + Naditegao da menor dimenso da construc, © niimero de condutores da malha captora vale: "i p at 5 condutores ) Némero de condutores de descida Conforme ja caleulado no exemplo anterior, tem-se Nu = 12 condutores 4) Seg dos condutores da matha captorae de descida = 16 mm* (condutor de cobre, conforme aTabela 13.2) fe) Némero de hastes vertcais + Comprimento da malha captora 10X 6475 x5 = 435m xs + (Bri)xo 87,8 +N, = 88 hastes de 50 em a0 longo da malha ceaptora (uso opcional). ‘A Figura 13,16 mostra o desenho da malha captora. otRA 13.16 -—15m__ 35m Maths caps 2 ee 7 13m dh 40m a 1 13.7.3 Método Eletrogeométrico ‘Também conhecido como método da esfera rolante, o método eletrogeoméirico se baseia na delimitago do volume de protegao dos captores de um Sistema de Protecao de Descargas Atmos- féricas, podendo ser utilizadas hastes, cabos ou mesmo uma combinagao de ambos, E-empregado ‘com muita eficiéncia em estruturas de grande altura e/ou de formas arquitetSnicas complexas. Dada a essa caracteristica, 0 método eletrogeométrico tem bastante aplicagiio em subestagao de poténcia de instalagao exterior. ‘Com base na conceituagao da formagio de uma descarga atmosférica vista na Segdo 13.2, ‘0 método eletrogeométrico se fundamenta na premissa de uma esfera de raio R_ com o centro localizado na extremidade do lider antes do seu tltimo salto, conforme visto na Figura 13.17. Os FOURA 13.17 Determinagao da distincia dora da estera do modelo letrogeométrico Provegho CONTRA DESCARGAS ATHOSFERICAS 627 pontos da superficie da referida esfera so 0 lugar geométrico que devem ser atingidos por uma descarga atmostérica, Ao rolar a esfera ficticia sobre o solo ¢ sobre o sistema de protegio se delimita a regio em que ela no toque, formando, assim, a zona protegida. A Figura 13.18 exemplifica essa conceituaco basica. O valor de R, pode ser determinado a partir da Equagao (13.9), desenvolvida pelo GT33 da CIGRE ~ Conferéncia Internacional de Grandes Redes Elétricas de Alta Tensdo ¢ apresentada na NBR 5419/01 R= 2% Dogg + 30% (1 = ene) m (13.9) Inu.~ valor maximo da corrente de crista do primeito raio negativo, em kA. Os valores de R, so limitados em fungd6 do nivel de protec desejado, expressos na Tabela 13.9 (raio da esfera rolante), e da corrente de descarga atmosférica, f,..em seu valor de crista, ‘TABELA 13.9 Comprimento do raio R, e da corrente de descarga em fungao do nivel de protegao A aplicagio do modelo eletrogeomeétrico implica dois diferentes casos: 18) Volume de protec de um captor vertical quando a altura do captor H € inferior a R, ‘Tomando-se 0 raio R,, tragam-se uma reta horizontal paralela ao plano do solo ¢ um segmento de circulo com centro no topo do captor. Com centro no ponto de intersegao Pe raio R,. traga-se tum segmenio de circulo que tangencia o topo do captor € o plano do solo, conforme pode ser ‘observado na Figura 13.18. O volume formado pela rotagio em torno do captor da drea hachurada representa o volume de protecdo oferecido & estrutura, 628 Captruce Treze FIGURA 13.18 Volume de protegao para H< R, T ao ot —_ ee ‘ / @| 7 @ stance rrr: >) Volume de protegdo de um captor vertical quando a altura Hf é superior a R, ‘Com base no mesmo procedimento anterior, pode-se determinar 0 volume de protegio, con- forme Figura 13.19. Deve-se observar que a estrutura excedente ao volume de protecao pode ser atingida por descargas atmosféricas laterais, FIGURA 13.19 Volume de protegio para H > R, 13.7.4 Método do Cone com Raio da Geratriz Definido pela Altura do Captor £ um dos métodos utilizados na protegto de subestagbes de instalagdo exigrior devido a sua facilidade de aplicagao. \ Pra faios do Tipe Franklin Pa Faios de Scbrotonsae FIGURA 13.20 SPDA de subestagao exterior NGURA 13.21 Provega Contra DESCARGAS ATMOSFERICAS 629 Assim como qualquer outra construgdo, as subestagdes estilo sujeitas as descargas atmo ricas diretas sobre os pérticos, barramentos, equipamentos etc. Desta forma, deve-se projetar um sistema de protegio através de para-raios de haste, capaz de oferecer a méxima seguranga a toda a érea, ‘muito comum a utilizagao em subestagdes de instalagao exterior de para-raios do tipo Franklin, devido a disponibilidade das torres das estruturas existentes, A Figura 13.20 mostra os padra-raios ‘montados no topo dos pérticos de uma subestagao de instalacdo exterior. Zane com raio da geratriz. definido peta altura do captor CO dimensionamento de um SPDA para uma subestagao de poténcia de uso exterior deve seguir 68 seguintes procedimentos: Zona de protegio © piira-raios, neste caso, oferece uma zona de protegao limitada aproximadamente por um cone. O limite dessa zona de protegdo é dado por um arco cujo raio é trés vezes a altura do pon- to do captor, H,. O raio maximo de atuagdo R, da protegio é igual a V5 vezes a altura anterior mencionada H,. Portanto, 0 arco é tangente ao solo num ponto que dista V5 x H, da vertical que passa pelo para-raios. A Figura 13.21 mostra o detalhe da proteg’o dada pelo para-raios. A Equagio (13.10) fornece o valor do: raio maximo de protecé Rum = V5 % H, (13.10) Ry — raio maximo de protegdo. Em algumas subestagdes utilizam-se, mesmo com menor freqiiéncia, cabos de guarda, A determinagio do raio de protecao R, para que qualquer ponto esteja compreendido na zona de protegao dada pelo péra-raios pode ser feita através da Tabela 13.10, com base na altura da ponta do captor He na altura do ponto considerado H, a ser protegido, 630 TABELA 13.10 Altura do captor de um péra-raios do tipo Franklin (H,) Capluco Treze 1/18} 24] 40]48}o0]7 ] 8 | 9 | io} } i] is} is | as | te} 17 | 18 | 19 | 20) 2 2 |25]39]}48}so) 68] 8 | 9 | 10] 12] 12] 3 fis] as | 16] a7 | is] i | 20 | 21] 2 3 |30]4s|s6]}o7|78| 8 | 10 | a1 | 12] a3] 14 | as | 16 | 17 | 18 | 19] 20 | 21 | 22 | 2 4 |39]so]ss}as}as]o | ar] i2]a3 | i] is | 6} 17 | 18 | 19 | 20] 20 | 22 | 23] 26 s |4s|s7| 70] 80/93 | 10 | a1 | 13 | 14] 15] 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25) 6 | 50] 65} 79} 90} 100} 11 | 22 | 13 | 14] 16} 17 | is] 19 | 20} 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 7 | 66] 70| 82} 96] 108} 12 | 13 | 14 | 15 | 16] 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25] 2 8 | 63] 79] 90 J10.6] 15] 13 | e4 | as | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 22 | 23 | 24 | 25 | 25 | 27 | 28 9 | 70] 83|100}11,0] 120] 14 | ts | 16 | 17 | 18 | 19 | 20] 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 28 | 29 10 | 75 | 90 | 106 ]12.0] 130 | 14 | es | 17 | 18 | 19 | 20 | an | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 | 28 | 30 u [80 [97] u0fi2a] 136] 15 | 6 | a7 [1s [19 | 20 | 21 | 22 | 24 | 25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 12 | 85 ]100] 119] 13.0] 142] 16 | 16 | 17 | 18 | 19 | a1 | 23 | 24 | 2s | 26 | 27 | 28 | 29 13, | 90 |10,7] 123]13.7| 150 | 16 | 17 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 26 | 26 | 27 | 28 | 30 14 | 97 Jara] 13.0143] 156] 17 | 18 | 19 | 20 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 | 29 | 30 15 | 100] 12,0| 13,6] 15.0] 162] 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 16 | 10.8 | 12,6) 14.0 }15,7] 17.0 | 18 | 20 | 2 | 22 | 23] 24 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 17 | 114] 130] 147 ]16.2| 176 | 19 | 20 | 21 | 23 | 24 | 25 | 26 | 28 | 28 | 30 18 | 119] 139] 153] 16,8] 182 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 26 | 27 | 28 | 29 19 | 123 ]142] 160] 17,5] 190 | 20 | 22 | 23 | 24 | 25 | 27 | 28 | 29 | 30 20 | 129] 149] 165 |18,0] 19.6 | 21 | 22 | 23 | 25 | 26 | 27 | 28 | 30 21 [13s [15,7] 172] 18.5] 200 | 21 | 23 | 24 [25 | 27 | 28 | 29 22 | 140 | 16.0] 17.8 | 19,2| 208 | 22 | 24 | 24 | 26 | 27 | 29 | 30 23 | 145 | 165) 182 | 19,8| 21,3 | 23 | 24 | 25 | 27 | 28 | 29 24 | 140/172] 18,5 |20,2| 220 | 23 | 25 | 26 | 27 | 29 | 30 25 | 153 |175] 19,3 |21,0| 226 | 24 | 25 | 27 | 28 | 29 26 | 16,0} 18,3] 200 | 21,5) 23,2 | 25 | 26 | 27 | 29 27 | 165 | 19.0] 20,7 |22,0| 239 | 25 | 26 | 28 | 29 28 | 17.0]19,5| 21,3 |22,8] 245 | 26 | 27 | 29 | 29 | 175 |20.0| 21,7 ]23,2| 250 | 26 | 27 | 29 30 | 18,0 | 20.5] 22,3 |24,0] 25,7 | 27 | 29 | 30 R, ~ distancia do tikimo ponto a vertical do para-raios. EXeEMPLO DE APLIcAcAo (13.4) ‘Considerar a subestagio dada na Figura 13.22 e determinar 0 valor da altura a que deve ser instalado 0 péra-raios do tipo Franklin, sabendo-se que a corrente de descarga atmosférica vale 5 kA. igURA 13.22 Provegio contra descarga simosférica de uma subestagao pelo método eletro geométrico GURA 13.23 Area de protegao pelo método etrogeométrico PROTEGKO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS. 631 H,, = 4,0 m (altura do timo ponto a ser protegido); 8 m (distincia do ttimo ponto a vertical do pyira-raios) Pela Figura 13.22, a altura do captor vale H, = 10,0 m. Aplicando a Equagio (13.9), tem-se: R= 2% Inug +30 (1 = etme) R= 2% S430% (1-6) = 397 240m Plotando, assim, os valores dimensionais da subestagio representada na Figura 13.22, em escala, na ccondigio de H < R., pode-se perceber que os equipamentos est2o protegidos pelo para-raios dimensionado, cconforme mostrado na Figura 13.23, ‘Ao se aplicar a Tabela 13.9, considerando o nivel de protego I, conform requer o tipo de estrutura dada ra Tabela 13.1, observa-se que o comprimento do raio de protegio é de 20 m para uma corrente de desearga de 3.7 KA. De acordo com a Figura 13.23, o equipamento que praticamente define a rea de protego est apenas ‘a 8 mde distincia da vertical do para-raios, portant, neste caso, dentro do volume de protegio desejado. Caploe ipo Frank “S TT i 7 [a eye ae | | LUM MD Distancia em matios Em muitas aplicagbes prticas desefa-se saber qual oraio de atuag0 dos péra-raios a serem instalados em estr- ‘tras padronizadas e concebidas em fungio do melhor ayout dos equipamentos e economicidade de projeto, EXEMPLO DE APLICACAo (13.5) Considerando que a estrutura da Figura 13.24 representa a vista superior do barramento de uma subestagao de instalagao exterior, cuja disposigo faz parte de um projeto padronizado, determinar a altura da ponta do 632 FIGURA 13.24 Protegio de uma estrutura de subestagio de instalagdo exterior CapiruLo TReze /Rsio oa Protogao Fp (\ \W ee Esrutura da \ \Subestagao eaptor dos péracraios de sorte que todos os barramentos ¢ estruturasestejam cobertos pela zona de proteglo Contra descargas almosfericas. Sabe-se que a altura Gil dos postes que Compgiem a estutura na qual serio instalados os paira-raios de 14 m, Utlizar 0 método de Franklin. CConsiderando-se que todos os pontos do batramento devem ser protegidos, € necessario determina una altura de insialagio dos pra-raios que resulte um raio de protegao R,, eujos citculos sejam tangentes nos pontos centrais de cada médulo da estrutura, ou sea D— diagonal do retingulo que caracteriza a vista superior de um médulo qualquer da estrutura do bar- ramento. ‘Como os cabos do barramento @ as chaves esti fixados nas vigas que se amarram basicamente no topo dos postes de sustentaglo da estrutura, a ponta do captor deve estar a uma altura H, de: Para R, = 3.2m H, = [4m (altura itil do poste) Entio, através da Tabela 13,10, a altura do captor vale H,, = 17 m. Logo, 0 mastro do para-raios deve ter comprimento de: L,= 17 =H, = 17 ~14= 3m. elo método do cone com raio da geratriz definido pela altura do captor 0 valor Hem relagao a0 plano superior da estrutura deve ser de: Ry 3.2 55 O raio da geratriz do cone vale: 43 m R,=3X Hy 3x 17=51m CO aio de protegdo no plano do solo vale Ry = V5 KH = V5 X17 = 38m Aplicando 0 método de Faraday, a altura do captor em relagdo ao plano da estrutura dewe ser de R32 32 4, is jae wa igs 0,70 45m 0 valor de #4, em ambos os métodos corresponde: ao préprio comprimento do mastro & captor, jd que © plano que se deseja proteger & 0 nivel do topo da estrutura. O nivel de protegdo requerido para esta subestagio tcorresponde ao nivel I, de acordo com a Tabela 13,1. Por conter mais de um para-raios, deve-se acrescentar 10° aos 25° da Tabela 13.7, no caso do método de Faraday. ee

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