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Organização
Alberto José Niituma Ogata
Co-organizadora
Viviane Coelho Lourenço
2017
TEMAS AVANÇADOS
EM QUALIDADE DE VIDA
VOL. 6
Edição Especial
INOVAÇÃO PARA SAÚDE, QUALIDADE
DE VIDA E SEGURANÇA NAS
EMPRESAS BRASILEIRAS
Organizador
Alberto José Niituma Ogata
Co-organizadora
Viviane Coelho Lourenço
T278 Temas avançados em qualidade de vida v.6 / Alberto José Niituma Ogata
organizador ...[et al.]. – Londrina : Midiograf, 2017.
288 p. : il.
Vários colaboradores.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-8396-104-8
CDU 658.512.2:614.8
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
TECNOLOGIAS
PARA SAÚDE
Eloisio Andrey Bergamaschi
Fernanda Vargas Amaral
Greice Bordignon
Luciano Caminha Junior
Marcela Purificação
Rodrigo Bastos Fernandes
Viviane Coelho Lourenço
Marcelo Benedet Tournier
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ecursos tecnológicos para agilizar o diagnóstico de doenças, we-
arables (dispositivos “vestíveis”) para monitoramento contínuo
de pacientes críticos, sistemas de gestão de prontuários online,
big data para auxiliar na realização de diagnósticos e tratamentos, in-
terfaces entre cérebro e computador (BCI - brain-computer interface) e
exoesqueletos. Estes são apenas alguns exemplos das verdadeiras revolu-
ções tecnológicas promovidas na área da saúde neste e no último século,
que modificaram a forma de gerir e produzir recursos; coletar, analisar e
armazenar dados; de trocar informações e até mesmo a forma como as
pessoas se relacionam na sociedade.
Num brevíssimo resumo sobre a origem e desenvolvimento da tec-
nologia, identifica-se que essa palavra tem suas raízes em duas palavras
gregas: techné e logia. A primeira refere-se à técnica, ou à arte de fabri-
car, construir, modificar, enquanto a segunda refere-se à razão, ao estudo
(VERASZTO et al. 2008). Combinando as duas referências temos tecno-
logia como: o estudo da técnica ou o estudo dos processos de modifica-
ção, construção e fabricação.
Apesar de sua etimologia grega, o termo evoluiu com o passar dos
anos e, conforme diferentes sociedades foram se organizando no decorrer
dos séculos, assumiu sentidos mais amplos. Para Verazto e colaboradores
(2008), tecnologia é o “conjunto de saberes inerentes ao desenvolvimento
e concepção dos instrumentos (artefatos, sistemas, processos e ambientes)
criados pelo homem através da história para satisfazer suas necessidades
e requerimentos pessoais e coletivos”.
Ao longo da história, as tecnologias impulsionaram e foram impul-
sionadas pelas ambições humanas, sendo promotoras de mudanças na
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forma como as sociedades se organizaram, na forma como o ser humano
interage com o mundo e como se relaciona com os seus pares. Agora, na
atualidade, uma nova revolução se apresenta e devemos vivenciar, em
breve, mudanças significativas que impactarão em todas as esferas de
nossa sociedade. Neste capítulo, nosso foco são as mudanças na saúde e
segurança no trabalho nessa nova era.
A 4ª revolução industrial e os
paradigmas para a saúde
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de neuroestimuladores requer intervenções cirúrgicas que podem não ser
bem toleradas por todos os indivíduos (FROST; SULLIVAN’S, 2016).
Em um futuro próximo, o paciente receberá cuidados coordena-
dos, concentrados em suas necessidades específicas ao invés de ter que
buscar diferentes profissionais de saúde por conta própria. Haverá uma
maior conscientização sobre fatores de risco genéticos e serão encoraja-
dos cuidados preventivos a partir de diagnósticos precoces. Assim, será
possível prevenir estados de doença avançados e reduzir o tratamen-
to ineficaz. Em breve, tecnologias inovadoras poderão potencialmente
curar doenças como a hemofilia através da terapia de genes. O crescente
conhecimento do genoma humano, o advento dos medicamentos bioló-
gicos, a digitalização dos cuidados de saúde, o avanço nas ciências dos
materiais e o big data são algumas das tecnologias que contribuíram para
que as áreas médica e farmacêutica avançassem mais rapidamente em
prol da saúde humana nas últimas décadas. Os pacientes também terão
possibilidade de monitorar a própria saúde usando aplicativos móveis e
registros de saúde eletrônicos. (RUIZ, 2017).
A interface cérebro-computador é um exemplo de categoria de
tecnologia de reabilitação ou aprimoramento humano que foi inicial-
mente desenvolvida para aplicações de assistência médica. É um sistema
de comunicação que converte frequência de sinais emitidos pelo cérebro
em modos de controle realizados pelo computador. Esta tecnologia pode
ser usada para ajudar pessoas que sofrem de várias deficiências mentais,
como epilepsia, acidente vascular cerebral, transtorno de déficit de aten-
ção e hiperatividade (TDAH) e outros distúrbios neurodegenerativos.
Um dos avanços mais recentes inclui o uso dessas interfaces para jogos,
que se tornou possível devido a melhorias tecnológicas que levam a uma
melhor análise e interpretação dos dados obtidos pelo cérebro, coletados
em ambientes do mundo real (FROST; SULLIVAN’S, 2016).
A indústria dos dispositivos vestíveis, como monitores de atividade
física e cardíaca, cresce aceleradamente e deve alcançar US$ 53,2 bi-
lhões em 2019, segundo a Juniper Research (2017). Para os anos seguin-
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Já os dispositivos eletroquímicos podem ser definidos como produ-
tos e técnicas que modificam as funções do corpo humano através de esti-
mulação elétrica ou de outra forma. Essas técnicas podem ser empregadas
tanto para o alívio da dor, através de implantes que visam nervos especí-
ficos, como para melhorar a gama de funcionalidades do corpo humano.
Os eletroquímicos podem ser categorizados como neuroestimuladores e
neuroprotéticos. Ambas as categorias são áreas separadas e possuem um
mercado considerável em seus segmentos, além de um imenso potencial
para tratar uma área de doenças variadas (FROST; SULLIVAN’S, 2016).
Dentro dos neuroestimuladores existem algumas tecnologias que já estão
sendo utilizadas nos Estados Unidos e foram aprovadas pelo Food and
Drug Administration - FDA, a exemplo da estimulação Nervo Sacral,
para o tratamento da incontinência urinária. Os nervos sacrais contro-
lam a veia, o movimento intestinal e as funções anais. A estimulação dos
nervos sacrais com corrente elétrica normaliza o movimento desses mús-
culos e estabiliza o controle do intestino e da bexiga. Entre as tecnologias
emergentes estão a estimulação cortical, que é feita através da estimula-
ção elétrica direta do córtex cerebral, onde regiões específicas do cérebro
são direcionadas principalmente para tratar condições como a epilepsia,
e a estimulação carotídea, que é capaz de tratar hipertensão estimulan-
do eletricamente a artéria carótida. Vários receptores no cérebro já são
estudados por pesquisadores. Esses receptores interagem com drogas ou
nootrópicos que resultam em aprimoramento da cognição, a exemplo
dos receptores de acetilcolina, receptores adrenérgicos e receptores de
canabinoides (FROST; SULLIVAN’S, 2016).
A detecção não-invasiva de sinais cerebrais combinada com avan-
ços tecnológicos na miniaturização de dispositivos e comunicação sem fio
impulsionará o mercado nos próximos 10 anos. Demandas de tecnolo-
gias assistivas, independentes para as pessoas que sofrem com distúrbios
debilitantes das extremidades inferiores e afetadas pela paralisia ou he-
miparesia, são soluções cada vez mais exigidas que podem melhorar sua
qualidade de vida, através da assistência na caminhada ou na melhoria
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que a tendência cresça rapidamente nos próximos cinco anos, já que a
maioria dos medicamentos atuais que melhoram a cognição são apenas
prescritos e não estão disponíveis (FROST; SULLIVAN’s, 2016).
O cuidado com a segurança no ambiente de trabalho agora virá
com um certo grau de individualização, graças aos métodos mais preci-
sos de tomada de decisão computadorizados. A crescente sofisticação
de computadores e softwares deve permitir que a tecnologia da infor-
mação desempenhe um papel vital na redução de risco, por meio da ra-
cionalização de cuidados, captura e correção de erros, auxiliando a to-
mada de decisões, e fornecendo feedback sobre o desempenho (BATES;
GAWANDE, 2003).
Na segurança do trabalho, as principais classes de estratégias
para prevenir erros e eventos adversos incluem ferramentas que podem
melhorar a comunicação e tornar o conhecimento mais acessível. Essas
ferramentas disponibilizam informações importantes, ajudam nos cálcu-
los, realizam verificações em tempo real, auxiliam no monitoramento e
fornecem apoio à decisão (BATES; GAWANDE, 2003). Neste sentido,
os autores Gonçalves e Grilo (2010) propõem uma abordagem sistêmica
para uma “nuvem de serviços” que permitirá um acesso universal aos
modelos de construção da informação, por qualquer sistema, aplicação
ou usuário que estejam conectados à web.
Sistemas avançados de segurança do trabalho começam a basear-
-se em padrões comportamentais (por exemplo sistemas capazes de an-
tecipar os comportamentos e suas consequências) e sistemas capazes de
cobrir corretamente barreiras organizacionais (ou seja, deficiências do
sistema de gerenciamento) que inibem a ocorrência de atos seguros e,
portanto, podem provocar acidentes (WACHTER; YORIO, 2014). Na
construção civil, por exemplo, vem sendo introduzido um modelo de in-
formação de construção, em inglês Building Information Modeling (BIM).
Com ele, é possível fazer com que todas as partes interessadas recuperem
e gerem informações do mesmo modelo, fazendo com que funcionem de
forma coesa (ČUŠ; PODBREZNIK; REBOLJ, 2010). O sistema otimiza
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entre outros). Ou seja, trabalhadores não saudáveis e trabalhadores que
não costumam tomar medidas de segurança podem realmente levar a
maiores custos de substituição da mão de obra. Além disso, existem
os custos associados a reivindicações de invalidez de longo prazo e de
curto prazo. Dependendo do país, alguns desses custos de invalidez são
legalmente exigidos, podendo ser substanciais para a empresa. Há ain-
da custos associados a tratamentos médicos e a medicamentos (ELLER
EXECUTIVE EDUCATION, 2015).
A promoção da saúde e a prevenção de doenças são consideradas
soluções viáveis para reduzir o alto custo com a assistência médica nas
empresas. A construção de modelos assistenciais com foco na promoção
da saúde e diminuição de riscos passou a ser um nicho importante para
os prestadores de serviço de saúde. Essa é uma tendência reforçada pela
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que tem atuado no
sentido de criar incentivos às operadoras a desenvolverem programas de
promoção da saúde e prevenção de doenças (KLEIN; HOSTETTER;
MCCARTHY, 2014).
Podemos observar os custos associados ao volume de negócios e
os custos dos trabalhadores que saem devido a ambientes de trabalho
insalubres. Estas são coisas que nos custarão perda de produtividade e
perda de conhecimento quando esse trabalhador sair pela porta, além do
impacto social resultante. Normalmente, as pessoas restantes, que ficam
quando o trabalhador sai, tem de fazer mais e, assim, acabam ficando
sobrecarregadas e estressadas. Isso tem custos. Há custos de treinamento
para as substituições e no recrutamento e contratação. Dependendo do
nível do empregado em uma organização, o custo médio do volume de
negócios varia de cerca de 40 a 200% do seu salário anual. Então, para
cada empregado que se perde, o custo para substituí-lo fica nessa faixa,
quando somados todos esses custos associados ao volume de negócios
(ELLER EXECUTIVE EDUCATION, 2015).
Em contrapartida, os benefícios de criar um local de trabalho
saudável associado ao recrutamento e retenção, influenciam em uma
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rança, será possível a criação de uma outra economia de saúde, com base
no aumento da eficiência das pessoas que trabalham nessas áreas, que
serão capacitadas para serem responsáveis por sua própria saúde e segu-
rança. Assim, as empresas terão um valor agregado maior aos olhos dos
seus consumidores. Os empresários devem estar mais informados sobre
as oportunidades de lucros nestas áreas, bem como o potencial para cau-
sar impacto social com a criação de ferramentas que melhorem o aten-
dimento de populações de alta necessidade e vulnerabilidade (KLEIN;
HOSTETTER; MCCARTHY, 2014).
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dade de reduzir erros e melhorar as condições de trabalho. Em 2008, em
parceria com a Google, passou a utilizar o wearable Google Glass para
substituir o método convencional de instrução (manual físico) e consta-
tou que o tempo de produção caiu em 25%, além de cortar pela metade
a taxa de erros.
Uma outra iniciativa utilizando wearable como ferramenta para
promover segurança no ambiente de trabalho foi realizada pela minera-
dora Vale em 2012. A empresa iniciou um projeto piloto em novembro de
2012, em Itabira (MG), para testar a eficiência da tecnologia de identifi-
cação por radiofrequência (RFID) como instrumento para dar agilidade
e eficiência no controle de sua política de segurança no trabalho. Antes
do sistema RFID, a fiscalização sobre a adequação de cada funcionário
aos procedimentos e regras necessários para a manutenção da segurança
era realizada manualmente, por meio de papéis impressos e verificações
um a um, processo que demandava tempo e poderia levar a falhas na
verificação do cumprimento das agendas de treinamentos e exames por
parte dos trabalhadores. Com a implantação do RFID, a empresa obteve
ganhos importantes no acompanhamento individualizado com mais efi-
ciência e dinamismo. Estes dois exemplos mostram a busca das indústrias
por soluções tecnológicas que facilitem o acompanhamento e monitora-
mento das ações de SST diariamente de forma eficiente e dinâmica.
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manas, correções de cursos de tratamento, monitoramento contínuo e
outras atividades que tornam a medicina uma arte e uma ciência. Uma
abordagem promissora encorajada pelo Vale do Silício e o setor de cui-
dados de saúde é a criação de hackathons médicos, maratonas para bus-
car soluções tecnológicas envolvendo grupos de tecnologia, agências
governamentais, hospitais ou universidades. O objetivo dos hackathons
não é resolver problemas em questão de dias, mas provocar ideias e
colaborações entre parceiros que de outra forma poderiam não ocorrer
(KLEIN; HOSTETTER; MCCARTHY, 2014).
Estima-se que os líderes do setor industrial no mundo invistam 5%
da sua receita anual na digitalização de funções essenciais das cadeias
vertical e horizontal de suas empresas, o que corresponde a um total de
US$ 907 bilhões por ano até 2020. A maior parte desses investimentos
será em tecnologias digitais com sensores ou dispositivos de conectivi-
dade, assim como softwares e aplicações, como sistemas de execução de
manufatura. Para isso, as companhias industriais deverão desenvolver
uma estrutura organizacional robusta que suporte os dados analíticos
com capacidade de nível empresarial. No Brasil, apenas 9% das empre-
sas se classificam como avançadas em níveis de digitalização, mas elas
apostam em um crescimento acelerado nessa área nos próximos anos.
Em 2020, a expectativa é que o percentual salte em cinco anos para 72%
das empresas brasileiras (GEISSBAUER; VEDSO; SCHRAUF, 2016a).
As mudanças provocadas pelos avanços nas tecnologias de infor-
mação e comunicação para as indústrias de arquitetura, engenharia e
construção, por exemplo, onde é vital o respeito à segurança do trabalho,
devem ser acompanhadas de outras mudanças nos processos de geren-
ciamento. Por isso a necessidade de uma abordagem unificada do geren-
ciamento de projetos que envolva a definição de um conjunto de visões
comuns amplamente aplicáveis sobre as informações do projeto, definin-
do explicitamente as inter-relações entre as informações nestas visões
diferentes e modificando ferramentas e procedimentos de gerenciamento
de projetos para trabalhar com essas visões integradas (FROESE, 2010).
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Tanto na indústria como na área da saúde, o maior foco dos investimen-
tos estará em tecnologias digitais, como dispositivos de conectividade ou
sensores, além de softwares e aplicações, como sistemas de execução de
manufatura (MES) (GEISSBAUER; VEDSO; SCHRAUF, 2016b).
Para que as empresas cresçam e aproveitem as novas oportunida-
des, precisarão estimular o desenvolvimento de talentos e pensar a força
de trabalho de maneira estratégica. As empresas não podem mais ser
consumidoras passivas de capital humano pré-fabricado. Embora a mu-
dança iminente seja uma grande promessa, os padrões de consumo, pro-
dução e emprego criados por ela também representam grandes desafios
que exigem adaptação pró-ativa, tanto por parte das corporações quanto
dos governos e indivíduos (WORLD ECONOMIC FORUM, 2016).
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Segue o exemplo de um passo a passo para o sucesso na gestão em
negócios digitais nas áreas da saúde e segurança:
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facilitar o processo de tomada de decisão, para realizar um melhor plane-
jamento e uma melhor gestão (DAVENPORT et al., 2013).
Existem vários tipos de análises que compõem o termo “analytics”
como por exemplo: a Modelagem Estatística, a Previsão (Forecasting), o
Data Mining, Otimização, Delineamento de Experimentos entre outras.
As análises mais avançadas incluem modelos sofisticados de estatísti-
ca, machine learning, otimização, redes neurais, métodos de previsão,
análises comportamentais, análises avançadas de texto e outras técnicas
sofisticadas de data mining. Atualmente busca-se utilização efetiva de
melhores práticas de business intelligence. Uma das práticas mais utiliza-
das é a Big Data onde técnicas de mineração de dados são aplicadas em
um grande volume de dados, visando identificar padrões de modo a gerar
informações e conhecimentos (OLIVEIRA, 2017).
Essas análises são conhecidas como análises ou modelos preditivos
porque buscam entender o que vai acontecer e permitem a identifica-
ção dos resultados mais significativos para estabelecer planos de ação
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utilização de análises avançadas pode fornecer insumos e técnicas para
lidar com a complexidade do tema e com essas bases de dados, necessá-
rias para aplicação das metodologias preditivas, que habilitem a criação
de uma estrutura de tratamento mais personalizada (SILVA, 2016).
As tecnologias de análise preditiva aumentam a precisão dos diag-
nósticos e auxiliam na medicina preventiva e na saúde pública, já que
com os milhões de documentos e estudos médicos existentes, é huma-
namente impossível atuar sem a ajuda digital. Neste sentido, modelos
preditivos podem salvar muito tempo cruzando essa enorme quantidade
de dados, economizando, inclusive, recursos que poderiam ser gastos no
atendimento médico (MESKO, 2015). Isto porque essas tecnologias são
capazes de fornecer aos empregadores e aos hospitais as previsões rela-
tivas aos custos gerados com a saúde da pessoa. Assim, as empresas que
oferecem benefícios de saúde para os funcionários podem inserir infor-
mações de perfis de funcionários em um algoritmo de análise preditiva,
para obter informações de custos médicos e ocupacionais futuros.
Os modelos preditivos, desenvolvidos pela utilização de análise
avançadas, permitem identificar padrões existentes em dados correspon-
dentes, que podem incluir variáveis demográficas e comportamentais do
paciente. Os modelos resultantes identificam, não só os segmentos de
uma população de pacientes que são prováveis candidatos de alto custo,
como também identificam os possíveis fatores que levam os pacientes
a terem o perfil de custo elevado. Por meio de modelos preditivos, ain-
da é possível realizar previsões de taxas de internação, probabilidade de
infecções e doenças, assim como predição de potenciais pacientes para
programas de saúde e bem-estar (SILVA, 2016). Deste modo, é possí-
vel diminuir custos nos sistemas públicos e privados de saúde, busca-se
prever a ocorrência de doenças, ao invés de focar somente no diagnós-
tico e na causa, quando a patologia já se faz presente (SNYDERMAN;
YOEDIONO, 2008).
Para a indústria, este modelo permite determinar a oportunidade
de avaliar o nível de utilização dos serviços de saúde. Esse tipo de análise
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2. Tecnologias e modelos preditivos na segurança do
trabalho
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CONSIDER AÇÕES FINAIS
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