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CAPÍTULO 3
PRECIPITAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO
A precipitação pode assumir diversas formas, incluindo: chuva, neve, granizo e orvalho.
Com relação à hidrologia, apenas chuva e neve são importantes. Este curso tratará apenas da
precipitação pluviométrica, já que a precipitação de neve não é significativa no Brasil.
A chuva é o principal elemento da maioria dos projetos hidrológicos. Os problemas de
engenharia relacionados com a hidrologia são em sua grande maioria conseqüência de chuvas
de grande intensidade ou volume e da ausência de chuva em longos períodos de estiagem.
Chuvas de grande intensidade em áreas urbanas causam o alagamento das ruas, porque o
sistema de drenagem não é projetado para chuvas muito intensas. Precipitações de grande
intensidade podem, ainda, causar danos à agricultura e a estrutura de barragens. A ausência de
chuvas por longos períodos reduz a vazão dos rios, causando a diminuição do nível dos
reservatórios. Vazões reduzidas devido à falta de chuva trazem danos ao ambiente do curso
d’água, além de reduzir a água disponível para diluição de poluentes. A diminuição do nível
dos lagos e reservatórios reduzem a disponibilidade da água para usos como: abastecimento,
irrigação e geração de energia. A umidade excessiva resultante de eventos de baixa intensidade
e longa duração pode causar problemas à agricultura, reduzindo as colheitas.
É evidente, então que os problemas surgem quando a precipitação ocorre em situações
extremas de intensidade, freqüência, ou quando os intervalos entre precipitações são
excessivamente longos.
A disponibilidade de precipitação em uma bacia durante o ano é o fator determinante
para quantificar, entre outros, a necessidade de irrigação de culturas e o abastecimento de água
doméstico e industrial. A determinação da intensidade da precipitação é importante para o
controle de inundação e a erosão do solo. Por sua capacidade para produzir escoamento, a chuva
é o tipo de precipitação mais importante para a hidrologia.
As características principais da precipitação são o seu total, duração e distribuição
temporal e espacial. O total precipitado não tem significado se não estiver ligado a uma duração.
Por exemplo, 100 mm pode ser pouco em um mês, mas é muito em um dia ou, ainda mais,
numa hora. A ocorrência da precipitação é processo aleatório que não permite uma previsão
determinística com grande antecedência. O tratamento dos dados de precipitação para grande
maioria dos problemas hidrológicos é estatístico.
A nuvem é um aerosol constituído por uma mistura de ar, vapor de água e de gotículas
em estado líquido ou sólido cujos diâmetros variam de 0,01 a 0,03 mm, espaçadas, em média,
um milímetro entre si. O ar que envolve as gotículas das nuvens se acha num estado próximo
ao da saturação e, por vezes, supersaturado. Esse aerosol fica estável, em suspensão, pelo efeito
da turbulência no meio atmosférico e/ou devido à existência de correntes de ar ascendentes que
contrabalançam a força da gravidade.
As gotículas possuem massa de 0,5 a 1 grama de água por m3 de ar, enquanto o ar
saturado que envolve as gotículas tem umidade de 1 a 6 gramas por m3 ( -20ºC a 5ºC). A
concentração das gotículas é de cerca de 1000/cm3. Dessa forma, a quantidade total de água
presente em uma nuvem, nos três estados pode varias de 1,5 a 7 g/m3.
As gotículas de chuva têm diâmetros de 0,5 a 2,0 mm ( densidade espacial de 0,1 a 1
gota por dm3), com um valor máximo de 5,0 a 5,5 mm. Quando uma gota cresce até atingir um
diâmetro de 7,0 mm, sua velocidade de queda será de 9 m/s. A uma velocidade tão alta a gota
se deforma e subdivide em gotas menores devido à resistência do ar. As gotas de chuva têm
dimensões muito maiores do que as gotículas das nuvens. A origem das precipitações está
intimamente ligada ao crescimento das gotículas das nuvens.
O ar atmosférico, além dos gases que o compõem, contém partículas minúsculas
(diâmetro variando de 0,01 a 1 mícron) de várias origens: argilosas, orgânicas (pólen), químicas
e sais marinhos. Sobre essas partículas se realiza com facilidade a condensação do vapor
atmosférico. Essas partículas funcionam como núcleos de condensação. Observa-se que quando
o ar úmido sobe e atinge o nível de saturação, as gotículas de água que se formaram não têm
tendência a se unirem ente si sem a presença dos núcleos de condensação.
3.3 PLUVIOMETRIA
3.3.1 INTRODUÇÃO
A medição da quantidade da água que cai em uma região é dita pluviometria. Sendo os diversos
tipos de precipitação, de um modo geral, medidos indiscriminadamente através do seu equivalente em
água pela chamada altura pluviométrica (diz-se que caíram x mm de chuva).
As grandezas que caracterizam uma precipitação são:
Altura pluviométrica (h): é a espessura média da lâmina de água precipitada que recobriria a região
atingida pela precipitação admitindo-se que essa água não se infiltra, não evapora, nem escoa para
fora dos limites da região. A unidade de medição habitual é o milímetro de chuva.
Duração (X): é o período de tempo durante o qual a chuva cai. As unidades normalmente utilizadas
são o minuto ou a hora.
Intensidade (i): é a precipitação por unidade de tempo, obtida com a relação i = h/X, expressa,
normalmente em mm/h ou mm/min. A intensidade de uma precipitação apresenta variabilidade
temporal, mas, para a análise dos processos hidrológicos, geralmente são definidos intervalos de
tempo nos quais é considerada constante.
Tempo de recorrência (Tr): é interpretado, na análise de alturas pluviométricas (ou intensidades)
máximas, como o intervalo médio em número de anos em que se espera que ocorra uma precipitação
maior ou igual à analisada.
Freqüência de probabilidade (F): é o inverso do tempo de recorrência, ou seja, a probabilidade de
um fenômeno igual ou superior ao analisado, se apresentar em um ano qualquer (probabilidade
anual).
Por exemplo, uma precipitação com 1% de probabilidade de ser igualada ou superada
num ano tem um Tr = 100 anos. No caso da análise de precipitações extremas mínimas deve-
se mudar a interpretação no sentido da superação ocorrer por defeito (valores menores que o
analisado). Neste caso Tr é o inverso da probabilidade de não - excedência.
10V
P (3.1)
A
Fig 3.3 - Esquema de funcionamento Fig 3.4 - Foto Fig. 3.5 - Diagrama de chuva
A medida correta das alturas de precipitação está longe de ser simples, basicamente pelas seguintes
razões:
a) Seja qual for o seu tipo, o pluviômetro cria uma perturbação aerodinâmica que modifica mais ou
menos o campo das precipitações, originando, na sua vizinhança imediata, turbilhões que afetam a
quantidade chuva e sobretudo a neve captada.
b) Há poucos locais ao mesmo tempo suficientemente abrigados para reduzir ao mínimo o efeito
aerodinâmico acima referido e, entretanto, convenientemente desobstruídos para fornecer uma
amostra típica válida da região, seja qual for a direção do vento e da perturbação pluviosa.
c) Uma medida de chuva não pode ser nunca repetida.
d) A amostra revelada pelo pluviômetro é sempre extraordinariamente pequena em relação ao conjunto
da chuva que nós supomos por ela determinada sobre uma zona sempre muito extensa; ela é tanto
menos representativa quanto mais importante for a heterogeneidade espacial da chuva sobre a zona
considerada.
É, portanto essencial medir as precipitações com aparelhos estabelecidos, instalados e
explorados segundo métodos extremamente normatizados, para obter resultados tão representativos
quanto possível.
Para tirar melhor partido da utilização dos pluviômetros é conveniente ter em conta os seguintes
princípios gerais:
1) A boca do pluviômetro deve ficar bem horizontal; na prática podemos estimar em 1% o erro
produzido por cada grau de inclinação do pluviômetro sobre a horizontal, desde que ela não exceda
10º ; este erro é positivo quando a inclinação do plano de abertura está dirigida para o vento e negativo
no caso contrário.
2) Parece (há autores de opinião contrária) que os pluviômetros acusam uma altura de precipitação tanto
maior quanto maior for a área de recepção de sua abertura.
3) É a ação do vento, variável em sua velocidade e a situação mais ou menos exposta do pluviômetro,
a principal causa de erro na medição das precipitações. O aumento de velocidade do ar e a formação
de turbilhões na vizinhança imediata do aparelho tem por conseqüência um desvio local da trajetória
das partículas da chuva ou de neve que ocasiona um erro por defeito na altura da precipitações
medidas. O erro é tanto maior quanto maior for a velocidade do vento e menor a velocidade de queda
das gotas de água ou flocos de neve.
De acordo com o que se acaba de expor e para reduzir o erro ao mínimo, os pluviômetros devem
colocar-se em exposição abrigada, mas sem obstáculos. A altura normatizada deste aparelho é de 1,5
metros do solo.
A situação ideal é a localização em uma área grande, plana e livre de árvores e edifícios que
possam interceptar a precipitação. Além disso, para reduzir os efeitos do vento, deve-se instalar barreiras
baixas, com envolventes cilíndricos ou tapumes, a uma distância do pluviômetro não inferior ao dobro
da sua altura. Modernamente também se usam telas que envolvem a curta distância a superfície
receptora, conseguindo muito aproximadamente realizar um pluviômetro “aerodinamicamente neutro”.
Mas se as divisões do tempo forem iguais a unidade, a intensidade média de cada intervalo
exprime-se pelo mesmo número que a altura de precipitação relativa ao mesmo intervalo; por isso,
nesses casos pode-se marcar nas ordenadas simplesmente as alturas de precipitação.
1M M M
Px x Pa x Pb x Pc (3.4)
3 Ma Mb Mc
Onde:
Px - É a variável que guardará os dados corrigidos
Mx - Média aritmética da estação com falha
Ma, Mb e Mc - Média aritmética das estações vizinhas
Pa, Pb e Pc - É o dado da estação vizinha, ao posto com falha, do mesmo ano que utilizamos
para preencher a falha.
Esse tipo de análise é utilizada para verificar a homogeneidade dos dados, isto é, se houve
alguma anormalidade na estação pluviométrica, tal como mudança de local ou das condições do aparelho
ou modificação no método de observação.
Este método consiste em selecionar os postos de uma região (que deve ser considerada
homogênea do ponto de vista hidrometerológico), acumular para cada um deles os valores (mensais ou
anuais conforme a análise), plotar em um gráfico cartesiano os valores acumulados correspondentes ao
posto a consistir (eixo ordenado) com os valores médios das precipitações mensais acumuladas em
vários pontos da região ( eixo das abcissas) que servirá como base para comparação.
Se os valores dos postos a consistir forem proporcionais aos observados na base de comparação,
os pontos devem se alinhar segundo uma única retas. A declividade desta reta determina o fator de
proporcionalidade entre ambas as séries. Quando os pontos não se alinham podem ocorrer as seguintes
situações:
Uma vez finalizada a análise de consistência, pode ser necessária uma revisão dos valores
previamente preenchidos. O preenchimento das séries é uma tarefa efetuada antes da consistência para
evitar distorções no gráfico de Dupla Massa, mas se neste gráfico forem observadas modificações de
tendência, o preenchimento poderá ser revisado.
QUESTIONÁRIO
3. Quais são os critérios utilizados para a escolha dos postos que serão
utilizados como referência para o preenchimento de falhas?
A precipitação média , calculada por este método , nada mais é do que a média aritmética dos valores de
precipitação medidos na área da bacia, o que implica na admissão de que todos os pluviômetros tem a mesma
influência na bacia em estudo.
O valor da média calculado por tal método apresenta algumas restrições para ser considerado consistente
: os aparelhos de medição de precipitação devem estar distribuídos uniformemente na área da bacia ; o relevo não
deve ser acidentado ; a área deve ser plana ; e que os dados observados nos aparelhos não se distanciem do valor
da média. Além disso, só poderá ser feita a média aritmética com postos dentro da bacia. Deve ser utilizada a
seguinte formula:
h i
Onde :
h i = altura de precipitação de cada posto
h 1
(3.6) n = número de postos
n
A precipitação média é calculada pela média ponderada, entre a precipitação hi de cada estação e o peso
a ela atribuído Ai, que corresponde a área de influência de cada posto, de acordo com a seguinte fórmula:
A i hi
h 1
(3.13)
AT
onde:
Ai = área do polígono interna à bacia
h i = precipitação observada em cada aparelho
AT = área total da bacia
n = número de posto.
Os postos pluviométricos trabalhados não têm que estar necessariamente dentro da bacia. Esse
método dá bons resultados em terrenos levemente acidentados, quando a localização e exposição dos
pluviômetros são semelhantes e as distâncias entre eles não são muito grandes.
h
A h
i i
(3.14)
Sendo:
Ai = área parcial da bacia hidrográfica
A i correspondente à determinada altitude;
h = precipitação correspondente a uma
certa altitude.
É considerado o método mais preciso no cálculo da precipitação média sobre uma bacia.
Consiste na ponderação das precipitações médias entre as duas isoietas que delimitam cada região
utilizando como fator peso as suas respectivas áreas.
De posse do mapa das isoietas da região, podemos calcular a média da seguinte forma:
h h Sendo:
i 2 i 1 A1 hi e h i+1 = precipitação das duas
h (3.15) isoietas sucessivas que delimitam a
Ai região;
Ai = área de cada região limitada
entre duas isoieta e/ou a linha que
delimita à bacia.
A precipitação, enquanto fenômeno natural, é estudada como uma variável aleatória que precisa
ser determinada, para isso recorre-se à ferramentas estatísticas. Entre as distribuições teóricas de variável
aleatória contínua, uma das mais empregadas é a distribuição Normal ou Lei de Gauss. Tem-se
verificado que se a série de observações pluviométricas anuais é bastante longa, a repartição das
freqüências se adapta bem à Lei de Gauss, em função da sua simetria em torno da média, desde que os
elementos da série sejam considerados sem ordem de sucessão.
Seja x uma variável aleatória; chama-se ( x ) ao valor
x
x i
(3.15)
sendo:
xi as medidas da variável x
n n o número de medidas
X X
2
A probabilidade de, ao medir x, se encontrar um valor menor ou igual a um extremo xextr é dada pela
função de distribuição da Lei de Gauss:
X ex t
1 X2
F ( x)
2
e 2
dX (3.17)
XX
Fazendo a seguinte mudança de varáveis t (3.18)
a nova variável t, chamada de normatizada, terá média zero e desvio padrão unitário.
A tabela 3.1 relaciona valores da variável reduzida t com as variáveis x e FN(x). Através desta
pode-se determinar analiticamente chuvas máximas e mínimas, frequências e ocorrência e períodos de
retorno.
A inferência de índices pluviométricos com base nos parâmetros da distribuição normal só deve
ser feita para totais anuais. Pois é a única distribuição de índices pluviométricos que apresenta boa
aderência à distribuição normal.
MÉTODO GRÁFICO
O ajuste da série de valores anuais de precipitação segundo a curva normal é muito facilitado
pelo uso de papéis de probabilidade, no qual a distribuição normal se apresenta como urna reta que passa
por três pontos característicos, ; - e + a cujas funções de distribuição são respectivamente
F() = 50%; F( - ) = 15,87% e F( + ) = 84,13%. Os períodos de retorno são definidos por T
= 1 / F(X) para F(x) < O,5 e T = 1 / l - F(x) para F(x) > O,5 e apresentam, a repartição de freqüência
mostrada na Tabela 3. 2.
Máximas Mínimas
2 anos 50 % 50 %
5 anos 80 % 20 %
10 anos 90 % 10 %
20 anos 95 % 5%
50 anos 98 % 2%
100 anos 99 % 1%
1.000 anos 99,9 % 0,1 %
10.000 anos 99,99 % 0,01 %
É necessário saber, com base nos dados observados, utilizando os princípios da probabilidade,
as máximas precipitações que possa vir a ocorrer, com determinada frequência. Tratando-se de dados
de chuvas diárias a ferramenta estatística utilizada é o método de Gumbel.
Geralmente, as distribuições de valores extremos de grandezas hidrológicas se ajustam a
distribuição de Gumbel ou distribuição tipo I de Fisher-Tippett, que veremos a seguir.
Onde:
P = probabilidade de um valor extremo da série extremo
e y da série ser maior ou igual a variável
P 1 e (3.19) X = os valores analisados,
Y = variável reduzida ,
Sn Xf = moda dos valores extremos,
y X X f (3.20) Sx = desvio padrão da variável X (valores extremos),
Sx x = média da variável x,
Yn, Sn = respectivamente média e desvio padrão da
Y
X f X S x n (3.21)
variável reduzida Y para uma amostra de n valores
extremos.
Sn
Os valores de Yn e de
Sn são dados pela
tabela 3.3.
Por fim, podemos calcular o período de retorno que será dado por :
1
T Y (3.22)
1 e e
Podendo ser também utilizadas as seguintes relações:
1 1
Tr (3.23) Tr 1 (3.24)
P F
Os dados observados devem ser classificados em ordem decrescente e a cada um atribuir-se o seu
número de ordem. A freqüência com que foi igualado ou superado um evento de ordem m é:
m m
F (Método Califórnia) (3.10) ou F (Método Kimbal) (3.11)
n n 1
Considerando-a como uma boa estimativa da probabilidade teórica (P) e definindo o tempo de
recorrência ou período de retorno como sendo o período de tempo médio (medido em anos) em que um
determinado evento deve ser igualado ou superado pelo menos uma vez, tem-se a seguinte relação:
1 1
T (3.12) ou T (3.13)
F P
Para períodos de recorrência bem menores que o número de anos de observação, o valor encontrado
para F pode dar uma boa idéia do valor real de P, mas para os grandes períodos de recorrência a
repartição de freqüências deve ser ajustada a uma lei probabilística teórica de modo a possibilitar um
cálculo mais correto da probabilidade.
Já foi mostrado que a maioria das funções de freqüência aplicáveis na análise hidrológica pode ser
resolvida de uma forma geral por:
x x K A (3.14)
onde o fator de freqüência K toma várias formas dependendo da aproximação usada.
As isozonas B e C tipificam a
zona de influência marítima,
com coeficientes de intensidade
suaves.
As isozonas E e F tipificam as
zonas continental e do nordeste,
com coeficientes de intensidade
altos.
A isozona D tipificam as zonas
de transição (entre continental e
marítima). Esta isozonas se
prolonga caracterizando a zona
de influência do rio Amazonas.
As isozonas G e H tipificam a
zona da caatinga nordestina,
com coeficientes de intensidade
muito altos.
A isozona A coincide com a
zona de maior precipitação
anual do Brasil, com
coeficientes de intensidade
baixo.
TEMPO DE RECORRÊNCIA
O tempo de recorrência não tem influência prática nesta relação. Sendo que a diferença entre 1
e 10.000 anos de recorrência representa +0,1% de influência.
A tabela de Taborga identifica isozonas de igual relação, para diferentes tempos de recorrência.
A tabela incluída no mapa de isozonas identifica, para cada uma delas, a relação 6 minutos / 24
horas de alturas de precipitação, para tempos de recorrência entre 5 e 50 anos e para um tempo de
recorrência de 100 anos, sendo este último de pouco uso na prática. (essa relação é valida somente para
tempos de duração entre 6 minutos e 1 hora).
METODOLOGIA
Para a conversão das máximas chuvas diárias, em chuvas com duração entre 6 minutos e 24
horas, adota-se a seguinte metodologia:
converte-se a chuva de 1 dia em chuva de 24 horas, multiplicando-se a primeira pelo fator 1,095,
como já foi explicado anteriormente.
determina-se na figura 3.15, isozona correspondente ao projeto.
calculam-se, com essas percentagens e a chuva de 24 horas (100%), as alturas de precipitação
para 6 minutos e 1 hora.
Determinam-se no papel de probabilidades de Taborga, as alturas de chuva para 24 horas, 1 hora
e 6 minutos de duração.
traçam-se as retas das precipitações de 6 minutos para 1 hora e 1 hora para 24 horas, no papel
de probabilidades.
Para qualquer tempo de duração contido entre 6 minutos e 24 horas, lê-se a altura
correspondente no gráfico de papel de probabilidades.
3.9.1 INTRODUÇÃO
Várias são as situações em que precisamos conhecer o valor máximo de precipitações como
também sua duração e frequência correspondente. Em projetos hidraúlicos, tais com vertedouros de
barragens, dimensionamento de canais, coletores de águas pluviais, etc., este valor máximo é de crucial
importância, no que diz respeito aos riscos a que estamos expostos ao dimensionarmos tais projetos.
Os limites de duração são fixados em 5 minutos e 24 horas, pois este primeiro valor é o menor
intervalo que se pode ler no pluviógrafo com precisão adequada e este ultimo valor quando excedido
podem ser utilizados dados de pluviômetro.
EQUAÇÃO DE INTENSIDADE — DURAÇÃO
a onde:
i (3.25)
t b i = intensidade (mm/h)
t = duração (horas)
a e b = constantes dependentes da região considerada
Se t > 2 horas, podemos ter
onde:
c i = intensidade (mm/h)
i n
t (3.26) t = duração (horas)
c e n = constantes dependentes da região
considerada
Correlacionando intensidades e durações das chuvas verifica-se que quanto mais intensa for
uma precipitação, menor será a sua duração. Analisando-se as relações intensidade–duração–
frequência nos dados de chuvas observadas, determina-se para os diferentes intervalos de duração da
chuva, qual o tipo de equação e qual o número de parâmetros dessa equação que melhor caracterizam
aquelas relações.
Em geral, essas equações representativas das relações I-D-F são do tipo.
Onde
c i = intensidade
i (3.24)
t t o n t= duração
to, C, n = parâmetros a determinar de acordo com o
local.
C K Tm
(
3
.
2
5
)
Onde:
K = fator de frequência.
Substituindo o valor de C (eq. 3.25) na equação (3.24), obtem-se da maneira mais completa:
KT m
i
t t 0 n (3.26)
QUESTIONÁRIO
EXEMPLOS RESOLVIDOS
1- Preencher a falha da Estação 01. Tab. 3.7
1 M M M
Px x Pa x Pb a Pc
3 Ma Mb Mc
1 655,73 655,73 655,73
P1984 430,4 417,7 373,1
3 686,69 660,44 632,08
P1984 410,99 414,72 387,06 = 404,26mm
1
3
2- Calcular a média das chuvas das estações acima pelo método da Média Aritmética Simples (somente
estações dentro da Bacia).
3- Estimar a chuva mínima para um período de retorno de 10 anos, através do método analítico, levando
em consideração a média e o desvio da série de chuvas dada. Tab. 3.8
Média anual
(Thiessen)
282,49
418,55
401,05
447,42
417,58
644,04
489,33
668,78
806,48
754,81
764,52
651,40
850,38
1313,12
767,59
911,50
859,51
435,20
736,80
XX
t=
T = 10 anos
X 664,24
-1,3 = X = 340,54mm
249
4- Calcular a precipitação máxima para um período de recorrência de 100 anos utilizando o método de
Gumbel, a partir da série de dados abaixo. Tab. 3.9
Chuva máx diária
(mm)
88,40
76,30
41,92
65,70
46,96
95,00
89,00
117,15
151,25
93,00
92,60
75,20
68,20
110,01
91,18
121,35
140,25
108,90
118,10
Sn Yn
Y = ( X -X f ) X f = X -Sn ( )
Sx S n..
X = 94,26 (média das máx. diárias)
S x = = 28,76 (desvio padrão)
S n = 1,06 (valor tabelado)
Y n = 0,52 (valor tabelado)
0,52
X f = 94,26 – 28,76 ( ) = 80,15
1,06
1,06
Y = (X – 80,15)
28,76
1,06
4,6 = (X – 80,15)
28,76
X = 204,96mm