O documentário Juízo retrata a realidade difícil de crianças e adolescentes infratores submetidos à jurisdição estatal, mostrando audiências que lidam com atos infracionais como homicídio, furto e tráfico de drogas. O filme também demonstra os graves problemas estruturais nos alojamentos, que não oferecem medidas socioeducativas adequadas, violando direitos das crianças. Conclusivamente, o documentário expressa que os problemas dos infratores demandam ações conjuntas dos poderes para além do Judiciário.
O documentário Juízo retrata a realidade difícil de crianças e adolescentes infratores submetidos à jurisdição estatal, mostrando audiências que lidam com atos infracionais como homicídio, furto e tráfico de drogas. O filme também demonstra os graves problemas estruturais nos alojamentos, que não oferecem medidas socioeducativas adequadas, violando direitos das crianças. Conclusivamente, o documentário expressa que os problemas dos infratores demandam ações conjuntas dos poderes para além do Judiciário.
O documentário Juízo retrata a realidade difícil de crianças e adolescentes infratores submetidos à jurisdição estatal, mostrando audiências que lidam com atos infracionais como homicídio, furto e tráfico de drogas. O filme também demonstra os graves problemas estruturais nos alojamentos, que não oferecem medidas socioeducativas adequadas, violando direitos das crianças. Conclusivamente, o documentário expressa que os problemas dos infratores demandam ações conjuntas dos poderes para além do Judiciário.
PROFESSORA HELENA SCHIESSL CARDOSO Tópicos Especiais de Direito Penal COMENTÁRIOS AO DOCUMENTÁRIO JUÍZO
O documentário Juízo, de Maria Augusta Ramos, retrata da melhor maneira
a realidade de crianças e adolescentes infratores submetidos à jurisdição estatal. É de se salientar que, sem qualquer dúvida, o documentário ganha peso com a participação da Juíza que aparece na maior parte das audiências, isto porque ela, de maneira autoritária – as vezes nervosamente cômica – representa o olhar de boa parte da sociedade com relação aos menores infratores. As audiências, envolvendo diferentes adolescentes, respondendo por atos infracionais análogos à homicídio, furto, roubo e tráfico de drogas, são capazes de demonstrar as diferentes facetas de uma mesma realidade difícil de lidar: a proximidade das crianças e adolescentes da criminalidade. Em todos os casos é possível notar similaridades, como o fato do uso de drogas, das más associações, bem como a baixa escolaridade, vinculados à uma vida difícil na periferia. Retrata, ainda, o documentário como são graves os problemas estruturais dos alojamentos que recebem os menores, que são simplesmente jogados num lugar fechado, escuro, sujo e sem qualquer medida que seja efetivamente socioeducativa, vez que são retratados pelas filmagens como passando todo o seu tempo com a mente vazia, sem ocuparem-se com algo produtivo, capaz de os motivar a buscar uma vida lícita. Ademais, o tratamento vexatório realizado pelas próprias pessoas que seriam responsáveis pelo aconchego e educação dos infratores, bem como as tomadas cinematográficas, demonstram que os jovens, a partir do momento que entram no abrigo, passam a ser apenas números que lhes são atribuídos quando da sua chegada ao local. Em muitos momentos é possível visualizar com clareza as constantes violações aos direitos da criança e do adolescente previstos na Lei nº 8.096/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), como o direito ao respeito, à dignidade, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer e à profissionalização, decorrentes de problemas estruturais e emocionais que o próprio Estado deveria evitar. Conclusivamente, assim como bem expressou a magistrada, os problemas envolvidos no tratamento dos infratores não podem ser deixados à mão apenas do Judiciário, pois as medidas protetivas e socioeducativas só serão eficientes por intermédio de ações conjuntas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como dependeriam de acompanhamento profissional médico, psicológico e pedagógico. Parece-me que o Juízo que o Estado exige das crianças e adolescentes, ele mesmo não tem para encarar o problema.