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arqueologia e preservação

ITAGUAÇU
DA BAHIA
e
gentio
do ouro
Deisi Scunderlick Eloy de Farias
Luana Alves
Marina Neiva de Oliveira
EXPEDIENTE
TEXTO
Marina Neiva de Oliveira
Arqueóloga Coordenadora Geral

Prof. Dra. Deisi Scunderlick Eloy de Farias


Arqueóloga Coordenadora de Campo

Luana Alves
Arqueóloga Coordenadora de Educação Patrimonial

REVISÃO
Marina Neiva de Oliveira
Arqueóloga (PUC-GO)

Henrique Alexandre Pozzi


Arqueólogo (Estácio de Sá)

Jordana Vieira Goulart


Arqueóloga (PUC-GO)

PRODUÇÃO GRÁFICA
Ana Luiza Costa
Publicitária (IESB)

Lia Botelho
Mercadóloga, Marketing Estratégico(MBA-FGV)
o empreendimento

parque eólico da
serra de itaguaçu
O Complexo Eólico Itaguaçu da Bahia será implan- primeiros moinhos movidos ao vento. Essa estraté-
tado em uma área localizada a aproximadamente gia energética foi ampliada no século XVI, quando
2,5 km ao sul da sede do município de Itaguaçu e 28 passsou a ser uma das principais fontes de energia
km ao norte da cidade de Gentio do Ouro, região até o surgimento dos primeiros motores a vapor e
centro-norte do Estado da Bahia. Consiste em um a combustão, que despontaram com a Revolução
polígono de 14.380 hectares onde irão se inserir 10 Industrial.
parques, somando 140 aerogeradores. Atualmente as principais vantagens da energia eóli-
A energia eólica possui inúmeras vantagens para a ca também conhecida como energia limpa¹ é que
sociedade em geral, pois permite reduzir a depen- além de ser uma fonte inesgotável e natural, esta
dência de combustíveis fósseis, como o petróleo, o forma de energia emite gases e resíduos em menor
que dimunui o impacto ao meio ambiente. A ener- proporção em relação a outras fontes de energia.Os
gia eólica é utilizada desde a antiguidade, quando parques eólicos permitem a utilização do terreno
povos como os fenícios, gregos, romanos e, mais tar- para outros fins, como a prática da agricultura e a
de, os portugueses faziam uso do vento para encher criação de gado, o que abre possibilidades para ou-
as velas de seus barcos e, assim, se locomoverem tros tipos de investimento nessas áreas.
no mar, a fim de desenvolver atividades comerciais,
1 Energia Limpa – é aquela que não libera, durante seu processo de
bem como conhecer e explorar novos lugares. Já na produção ou consumo, resíduos ou gases poluentes geradores do efeito
F224 Farias, Deisi Scunderlick Eloy de, 1965-
Idade Média, entre os séculos XII e XIII surgem os estufa e do aquecimento global.
Arqueologia e preservação : Itaguaçu da Bahia e Gentio
do Ouro / BA / Deisi Scunderlick Eloy de Farias, Luana
Alves, Marina Neiva de Oliveira. – 1. ed. -- Florianópolis, SC:
Samec, 2015.
32 p.: il. color. ; 20 x 28cm

ISBN 978-85-60916-12-2

1. Arqueologia. 2. Preservação. 3. Arqueologia - Bahia.


I. Alves, Luana. II. Oliveira, Marina Neiva de. III. Título.

CDD (21. ed.) – 930.1

Ficha catalográfica elaborada por Francielli Lourenço, CRB 14/1435


Muitos de nós nos perguntamos: Qual é a nossa His-
tória? Como ela foi construída? Quem a construiu?
Qual é o nosso Patrimônio Cultural?

nossa história,
Nossa História² começou há muito tempo, há pelo
menos 10.000 anos antes da chegada dos portugue-
ses ao território brasileiro. Aqui viviam povos, que fa-
lavam diversas línguas, possuíam culturas distintas e

nosso patrimônio
habitavam ambientes diferentes. Esses grupos trans-
formaram o ambiente quando construíram suas mo-
radias, acenderam fogueiras, produziram artefatos e Figura 2. Brasil Colônia.
elaboraram rituais religiosos. Todas essas atividades
deixaram marcas, que ainda hoje são vistas quando
escavamos um sítio arqueológico.
Os sítios arqueológicos são ambientes transformados
pelos diversos grupos humanos que habitaram nos-
so país, desde o período pré-colonial³ até o conta-
to com o europeu⁴. Neles encontramos marcas que
foram preservadas através do tempo, como vestígios
de artefatos em pedra, ossos e madeira, marcas de
fogueiras e de construções, pinturas e gravuras nas
paredes dos abrigos e grutas dos boqueirões. Essas
atividades refletem a diversidade cultural dos grupos
que habitaram esse ambiente em tempos pretéritos. Figura 3. Pintura de Samuel Garcia.

A pesquisa desenvolvida para a implantação do Par-


que Eólico da Serra de Itaguaçu possibilitou o ca-
dastro de 28 sítios com Pinturas Rupestres⁵, nas
localidades de Itaguaçu da Bahia e Gentio do Ouro.
Essa região já era habitada por grupos de caçadores-
coletores⁶ há pelo menos 5000 anos antes de Cristo.

Figura 1. Desembarque de Cabral em Porto Seguro” - Oscar Figura 4. Sítio Arqueológiico Boqueirão do Miranda 4. Itaguaçu da
Pereira da Silva. Pintor brasileiro (1865-1959). Bahia. – Fonte: Ambientare.

2. História – É uma ciência que investiga o passado da humanidade e uma vez que muitos povos foram exterminados, por guerras, doenças e
o seu processo de transformação, tendo como referência um lugar, uma escravidão. Grande parte dessa cultura se perdeu, mas os europeus que
época, um povo ou um indivíduo específico. Todas as pessoas de deter- aqui chegaram utilizaram o conhecimento indígena para sobreviver. Até
minado lugar, período ou acontecimento transformam seu tempo, pro- hoje os povos indígenas sofrem com a perda de suas terras e com a des-
duzindo história. valorização de sua cultura.
3. Período Pré-colonial – É o momento da História do Brasil antes da 5. Sítios com Pinturas Rupestres – São locais, como abrigos, grutas,
chegada dos europeus, quando a História dos povos indígenas era trans- paredões, blocos e lajes, que apresentam pinturas ou gravuras, feitas por
mitida oralmente para as gerações mais novas. grupos indígenas.
4. Contato com o europeu – Antes da chegada dos europeus havia, 6. Caçadores-coletores – Grupos que viviam nas áreas de mata e ti-
no Brasil, milhares de grupos indígenas pertencentes a famílias e etnias nham como subsistência alimentos provenientes da caça e da coleta. Cir-
distintas. Era um mosaico de culturas, com línguas, costumes e hábitos culavam por um amplo território, que normalmente era marcado por
diferentes. Com a chegada dos europeus aconteceu uma ruptura cultural, pinturas ou gravuras em pedra.
Já entre os séculos XVIII e XXI verificamos que a his- Entendemos que tal diversidade de grupos huma- antigos. Hoje, todo patrimônio cultural material e
tória desses municípios teve a contribuição de outros nos e culturas que construíram a História de Itagua- imaterial¹² presente nessas cidades reflete sua he-
grupos, como: os garimpeiros⁷, que vieram para o çu da Bahia e Gentio do Ouro, desde tempos muito rança cultural e histórica¹³.
sertão em busca de riquezas; os pequenos agricul-
tores e pecuaristas⁸; os grandes fazendeiros⁹; os
comerciantes¹⁰ e os pequenos industriais¹¹.

Figura 7. Produção de alimentos em grande escala.

Figura 10. Produção artesanal de farinha, em Itaguaçu da Bahia: um saber transmitido por gerações é considerado um patri-
Figura 5. Garimpeiros. mônio imaterial.

Figura 8. Comércio.

Figura 11. Capoeira. Herança cultural transmitida pelos Figura 12. Casarão no Centro Histórico de Gentio do Ouro/
afrodescendentes no Brasil. BA.
Figura 6. Agricultura familiar. Figura 9. Pequenas indústrias.

7. Garimpeiros – São pessoas que procuram, na terra e nos rios, metais 11. Pequenos industriais – Atuam em atividades de transformação, que
como ouro e prata, bem como pedras preciosas.
8. Pequenos agricultores e pecuaristas – São pessoas que possuem
são responsáveis pela extração de um terceiro produto.
12. Patrimônio cultural material e imaterial – O Patrimônio Cultural
Para conhecer e nos reconhecer nessa memória históri-
poucos hectares de terra e produzem alimentos básicos para a sua so- pode ser definido como um bem (ou bens) de natureza material e ima- ca, vamos apresentar as diversas manifestações cultu-
brevivência, como milho, feijão, batata doce e mandioca. Criam poucos
animais, como boi, cabras, ovelhas e cavalos, apenas para o seu sustento.
terial, considerado importante para a identidade de uma sociedade. Os
bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes; já os materiais
rais materiais e imateriais, bem como os sítios arqueo-
Se há sobra na safra, eles trocam ou vendem na comunidade. são os palpáveis, como o arqueológico e o paisagístico. Fonte:http://www. lógicos identificados nos municípios dessa pesquisa.
9. Grandes fazendeiros – São proprietários de grandes extensões de ter- brasil.gov.br/cultura/2009/10/conheca-as-diferencas-entre-patrimonios
ra, e produzem alimentos vegetais e animais em larga escala, visando o -materiais-e-imateriais
mercado consumidor. 13. Herança cultural e histórica – São as ações que se perpetuam nas
10. Comerciantes – São pessoas que possuem estabelecimentos comer- culturas, que mesmo se transformando com o tempo deixam traços que
ciais, nos quais vendem todo tipo de produtos. caracterizam determinados grupos.
O primeiro nome dado à localidade foi Gameleira no início do século XIX, quando chegaram os pri-
de Assuruá, quando ainda pertencia a Xique-Xique. meiros garimpeiros, que vieram explorar as monta-
Após desmembrar-se, foi denominada Santo Iná- nhas de prata que havia na região. Nesse momento,

a história de cio. Em 1988, recebe, então, o nome de Gentio do


Ouro (IBGE, 2015). Conforme o Banco de Dados do
IPHAN¹⁴ (Instituto do Patrimônio Histórico e Artís-
tico Nacional), o município de Gentio do Ouro pos-
os garimpeiros descobriram ouro e pedras precio-
sas, o que fez aumentar significativamente o núme-
ro de pessoas na localidade em busca de riquezas.
Muitos se estabeleceram ali, como agricultores, pe-

gentio do ouro
sui sete sítios arqueológicos com inscrição rupestre, cuaristas e comerciantes, e passaram a usufruir das
o que indica o território onde hoje se encontra essa riquezas advindas do garimpo.
cidade já havia sido ocupado por grupos indígenas. 14 IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)
– Órgão do Governo Federal responsável pela preservação, valorização,
A cidade iniciou seu processo de formação política regulação e fiscalização do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Nossa história verdadeira


é longa, é um desafio,
antes fora GAMELEIRA,
Em seguida SANTO INÁCIO
E atualmente é GENTIO.
Salve os índios mocoazes
que se acabaram sem glória!
Busquemos, hoje, a harmonia,
Interligando essas frases
da nossa real história.

(Autor: Carlos Ribeiro Rocha)


*Mocoazes: que se alimentam de mocós.

Igreja Nossa Senhora de Santana Edifício histórico do início do século XXII, em Gentio do Ouro
patrimônio cultural de
gentio do ouro
As manifestações culturais, as edificações, os sí- cida como Praça de Cristal, construída no início
tios arqueológicos e os monumentos representam do Século XX, quando ocorreu a queda do valor
os fragmentos da história que estão registrados na do cristal no mercado; as Igrejas de Santo Iná-
memória da população de Gentio do Ouro. cio, Nossa Senhora de Santana e Nossa Senho-
Ali encontramos os saberes e os modos de fazer ra da Glória, que possuem arquitetura colonial,
obtidos com os antepassados. Todo o conheci- construídas no apogeu do garimpo. Há, ainda, o
Figura 15. Centro histórico de Gameleira do Assuruá. Figura 16. Interior da Igreja de Nossa Senhora da Glória e
mento adquirido ao longo dos anos sobrevive até Sobrado, que teve sua construção iniciada a par- Fonte: Ambientare imagem da santa, no distrito de Ibitunane. Fonte: Página
tir do século XX, período da exploração de car- do facebook de Litercílio Junior, 2015
os dias atuais, tanto na confecção dos artesanatos
bonado¹⁵ na região, e ficou inacabado por conta
produzidos com a palha de carnaúba, quanto na
da decadência econômica local. Outra edificação
produção de doce caseiro. Tais saberes possuem
importante para a história de Gentio do Ouro é
suas raízes nas heranças indígenas e europeias.
a Ruína da antiga cadeia, erguida no início do
Dentre os elementos do patrimônio cultural ma-
século XX, em Santo Inácio, a qual foi desativa-
terial de Gentio do Ouro destacam-se: o Centro da quando a sede do município se transferiu para
Histórico de Santo Inácio e o Centro Histórico de Gentio do Ouro.
Gameleira de Assuará, onde são encontradas edi-
15. Carbonado – Carbonados são diagnosticados como diamantes des-
ficações com arquitetura colonial, do tempo do de a década de 1840, quando começaram a ser lavrados nos depósitos
garimpo; a Praça da Bandeira, também conhe- aluvionares da Chapada Diamantina, Bahia (Leonardos, 1937).

Figura 17. Igreja de Nossa Senhora da Glória e imagem da


santa, no distrito de Ibitunane. Figura 18. Igreja de Nossa Senhora de Santana, no distrito
Fonte: Página do facebook de Litercílio Junior, 2015. de Gameleira do Assuruá. Fonte: Ambientare.

Figura 13. Centro histórico de Santo Inácio. Fonte: Ambientare.

Figura 19. Praça da Bandeira, no distrito de Santo Inácio.


Figura 14. Centro histórico de Gameleira do Assuruá. Fonte: Ambientare. Fonte: Deuselice Maria de Souza Gomes.
Figura 24. Brincadeira de caretas no carnaval. Figura 25. Brincadeira de caretas no carnaval.
Fonte: Secretaria Municipal de Cultura de Gentio do Ouro. Fonte: Secretaria Municipal de Cultura de Gentio do Ouro.

O patrimônio cultural imaterial do município naval, quando as pessoas se fantasiam e colocam


é representado por meio de diversas manifesta- máscaras de caretas e saem em desfile pelas ruas;
ções, como a Brincadeira de Caretas, que ocorre há também o Artesanato de Palha de Carnaúba,
há mais de cem anos, durante a celebração do car- na produção de esteiras, balaios e chapéus.
Figura 20. Sobrado, no distrito de Santo Inácio.
Fonte: Ambientare.

Figura 21. Sobrado, no distrito de Santo Inácio.. Fonte:


Ambientare.

Figura 26. Palmeiras de Carnaúba. A palha é utilizada para a confecção de esteiras, balaios e chapéus.
Fonte: Ambientare.

Figura 22. Ruína da antiga cadeia de Santo Inácio.Fonte: Figura 23. Ruína da antiga cadeia de Santo Inácio. Figura 27 e 28. Esteiras de palha de carnaúba.
Ambientare. Fonte: Ambientare. Fonte: Ambientare.
Destacam-se, ainda, manifestações culturais e re-
ligiosas¹⁶, como a Festa do Padroeiro Santo Iná-
cio, que é comemorada no dia 1º de fevereiro; e a
Cavalgada de Itaguaçu - Santo Inácio, que acon- Muitas lendas¹⁷ também percorrem o imaginário¹⁸
tece nos dias anteriores à festa, assim como as no- da localidade de Santo Inácio.
venas, finalizando com a procissão. A Lamentação Em Santo Inácio há a Lenda do Cemitério e a Len-
dos mortos, que ocorre durante a Semana Santa, da do Túmulo das Cobras. Esta última conta a his-
quando os rezadores, vestidos com lençóis brancos, tória de Augusto Severiano de Oliveira, que em vida
saem do cemitério da localidade e se dirigem até a construiu seu túmulo e nele colocou uma cruz en-
igreja, realizando rezas e tocando matracas. O cir- rolada em cobras. O homem acabou sendo morto
cuito de rezas obedece a um sistema de sete esta- por uma picada de cobra.
Figura 30. Procissão em honra a Santana, padroeira de
ções, e a cada estação são realizadas orações, como Gameleira do Assuruá. Por fim, há também a Lenda do Pesinho do Meni-
o Pai Nosso, assim como cânticos e hinos. Fonte: Site Xiquexiquense, 2010. no Jesus, assim denominada por haver uma marca
Herança dos escravos, a Roda do Bom Jesus é um de pé de uma criança numa pedra.
samba de roda cantado por crianças e adultos, em
festejo a Bom Jesus da Lapa. O samba de roda acon- 17. Lendas – São narrativas transmitidas oralmente, visando explicar
acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, misturando fatos reais e
tece no dia 5 de agosto, ao entardecer, após a nove- imaginários ou fantasiosos, e que vão se modificando através do imaginá-
na, e segue até o amanhecer, quando os foliões saem rio popular. Na medida em que se tornam conhecidas vão sendo registra-
das na linguagem escrita.
em alvorada tocando instrumentos como a caixa e 18. Imaginário – Cada sociedade produz seu imaginário por meio de sua
o pandeiro, e visitam as residências da comunidade. História social e política, das lendas e do ambiente no qual o seu grupo
está inserido. O imaginário se constitui por meio de símbolos, alegorias,
rituais e mitos.
16. Manifestações culturais e religiosas – São todas as formas de ex-
pressão humana, como celebrações e rituais, imagens, pinturas, desenhos,
Figura 33. Lenda do Pesinho do Menino Jesus.
fotografias e filmes.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=784578

Figura 31. Cavalgada e procissão de Santo Inácio.


Fonte: Blog Xiquesampa, 2011.

Figura 29. Roda do Bom Jesus, no distrito de Gameleira do


Assuruá. Figura 32. Lamentação das almas, em Santo Inácio. Figura 34. Cemitério de Santo Inácio.
Fonte: Valdemar Evangelista da Cruz. Fonte: Deuselice Maria de Souza Gomes. Fonte: Ambientare.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS de
gentio do ouro
Figura 38. Lajedo do Escorrega. No município de Gentio do Ouro foram mapea-
Fonte: ECOENIGMA, 2005. dos três sítios com pinturas rupestres, localiza-
dos nos boqueirões e lajedos. As pinturas, feitas
nas paredes, consistiam em formas geométricas,
como círculos e triângulos, bem como em imagens
de animais (veados, tatus, lagartos, aves, peixes e
cobras), pintados com tintas vermelha, amarela e
preta.
Figuras 41. Sítio Gêmeos 1, localizado no distrito de Santo
Inácio. Fonte: Ambientare.

Sítio Gêmeos 1
Figura 35, 36 e 37. Doces feitos com frutas típicas da região. Figura 39. Banco de areia.
Fonte: Ambientare.
Localizado em Santo Inácio, O Sítio Gêmeos 1
Fonte: Ambientare.
apresenta pinturas em blocos de pedra. São for-
mas geométricas, zoomorfas e antropomorfas,
O Modo de Fazer é parte do Patrimônio Imaterial além de decalques de mãos. As pinturas foram fei-
e está presente nas comidas típicas do município. tas em coloração vermelha e amarela.
Este é o caso dos Doces Caseiros, que são produ-
zidos com frutas típicas da região do sertão, como Figura 42. No detalhe, grande quantidade de
caju, buriti, murici, coco, cambuí e banana. fragmentos de rocha em superfície. Fonte: Ambientare.
O Patrimônio Natural também foi ressaltado pela
comunidade no município de Gentio do Ouro. O
Escorrega, um lajedo que, em períodos de chuva,
forma uma sequência de quedas de água, asseme-
lhando-se a um tobogã, com aproximadamente
100 metros de extensão, é considerado patrimô-
nio natural do município. O Banco de areia, situ-
ado em meio à paisagem de constituição rocho-
sa, no distrito de Santo Inácio, com inclinação de
aproximadamente 45 graus, é ponto turístico da
cidade. Outro Patrimônio Natural é a Cachoeira
do Encantado, uma queda d’água que contém um Figuras 43. Sítio Gêmeos 1, localizado no distrito de Santo Inácio.
abrigo com pinturas rupestres, sendo também uti- Figura 40. Cachoeira do Encantado. Fonte: Ambientare.
lizada para a prática do rapel. Fonte: Deuselice Maria de Souza Gomes.
Sítio Gêmeos 2 Sítio cruzeiro 1
O Sítio Gêmeos 2 também está localizado em San- O Sítio Cruzeiro 1, também localizado em Santo
to Inácio e apresenta pinturas em blocos de pedra, Inácio, apresenta pinturas nas formas geométricas,
nas formas geométricas e zoomorfas, produzidas antropomorfas e zoomorfas produzidas com tinta
com tintas vermelha e amarela. vermelha.

Figuras 44. Sítio Gêmeos 2, localizado no distrito de Santo


Inácio. Fonte: Ambientare.

Figuras 48. Sítio Cruzeiro 1, revisitado pela equipe, Figuras 49. Sítio Cruzeiro 1, revisitado pela equipe,
localiza-se no distrito de Santo Inácio. Fonte: Ambientare. localiza-se no distrito de Santo Inácio. Fonte: Ambientare.
Figuras 45. Sítio Gêmeos 2, localizado no distrito de Santo
Inácio. Fonte: Ambientare.

Figuras 46 e 47. Sítio Gêmeos 2, localizado no distrito de Santo Inácio. Figuras 50. Sítio Cruzeiro 1, revisitado pela equipe,
Fonte: Ambientare. localiza-se no distrito de Santo Inácio. Fonte: Ambientare.
A pesquisa desenvolvida no município de Itaguaçu à chegada dos primeiros fazendeiros que se insta-
da Bahia possibilitou a identificação de 28 sítios ar- laram na região, os quais também desenvolveram
queológicos com pinturas rupestres¹⁹, os quais, a produção agrícola e a pecuária de gado bovino.

a história de somados ao sítio catalogado no Banco de Dados do


IPHAN, contabilizam 31 sítios arqueológicos, com
datas que remontam há pelo menos 5000 anos an-
tes de Cristo.
Além disso, estes também encabeçaram a produ-
ção de mamona e a extração de seu óleo.
Itaguaçu da Bahia pertenceu a Xique-Xique, com a
denominação de Tiririca, até 1900. Após 1988, foi

itaguaçu da bahia
A pesquisa propiciou, ainda, o reconhecimento da elevada à categoria de município e em 1989 houve
formação política, econômica e cultural do municí- a alteração toponímia, passando a ser denominado
pio em período histórico. Verificamos que a forma- de Itaguaçu da Bahia, constituindo-se enquanto dis-
ção política de Itaguaçu da Bahia está relacionada trito sede em 1990.

19. Sítios arqueológicos com pinturas rupestres – Com o desenvolvi-


mento da pesquisa arqueológica para a implantação do Parque Eólico Ita-
guaçu da Bahia e Gentio do Ouro, foram mapeados 28 sítios arqueológicos,
Remando
distribuídos nos boqueirões de Miranda, Neisinho e Renan. Todos os sítios Mesmo na imaginação
continham pinturas rupestres, predominantemente na cor vermelha, des-
tacando-se as figuras de animais, como tatus, veados, cobras, onças, emas,
da qual o passado emana,
peixes, entre outros. Vamos deparar
com a CAPELA DE SANT’ ANA
e ali a velha notícia
do FIDALGO PORTUGUÊS
que se casou com FELICIA.
A história também revela
e confirma, sim,
que FELICIA fora IRAMIM
Entre os tapuias,
E, por tudo isto,
Nosso salves e aleluias!

(Autor: Carlos Ribeiro Rocha)

Loja Souza Sítio Boqueirão do Neisinho 6


patrimônio cultural de
itaguaçu da bahia
No município de Itaguaçu da Bahia, os saberes, em funcionamento e são utilizadas por cultivado-
as formas de expressão, as celebrações, as edifi- res locais. O prédio da Escola Municipal Virgínea
cações e os sítios arqueológicos são considerados Tertuliano da Cruz também foi citado como pa-
patrimônio cultural e revelam a história da for- trimônio cultural representativo da comunidade de
mação social²⁰ dessa comunidade. Tabatinga, por ter sido durante muito tempo o úni-
Dentre os elementos do patrimônio cultural ma- co local próximo para estudar. Além dele, também
terial de Itaguaçu da Bahia, destacam-se: as edifi- o Chafariz, que representa a história da comunida-
cações das Igrejas Católica Apostólica Brasileira de de Tabatinga, já que era uma das únicas fontes
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e Ca- de água para a comunidade, e que foi desativada na Figura 53. Edificação da Loja Souza. Figura 54. Edificação da residência de Walter da Mota Brito.
tólica Apostólica Romana de Nossa Senhora da
década de 70; o Prédio da Prefeitura Municipal Fonte: Ambientare Fonte: Ambientare
Conceição; Edificação da Loja Souza, construída
de Itaguaçu da Bahia, que apesar de não possuir
no início do século XX; a Edificação da residência
uma arquitetura diferenciada, representa a fonte de
de Walter da Mota Brito, com arquitetura colonial,
renda de muitos moradores de Itaguaçu da Bahia e
construída também no início do século XX; as Ca-
sas de farinha, localizadas nas comunidades de Ta- a Cruz das missões, que foi construída em madeira,
batinga e Fazenda Zé Maninho, as quais apresentam no início do século XXI, para representar “As Sagra-
estruturas rústicas; a estrutura de Tabatinga, que é das Missões”, um evento da Igreja Católica.
mista com adobe e tijolos com 6 furos e a estrutu-
20. História da formação social – São as formas pelas quais cada socie-
ra da Fazenda Zé Maninho é constituída de adobe dade se organiza, envolvendo as esferas econômica, social, política e cultu-
bastante preservada. As duas casas de farinha estão ral de uma determinada sociedade.
Figura 55. Prédio da Prefeitura Municipal de Itaguaçu da Bahia.
Fonte: Ambientare.

Figura 51. Igreja Católica Apostólica Brasileira. Figura 52. Igreja Católica Apostólica Romana. Figura 56. Cruz das Missões.
Fonte: Ambientare. Fonte: Fonte: Ambientare. Fonte: Ambientare.
O patrimônio cultural imaterial do município é A Festa de Nossa Senhora Aparecida acontece As comidas típicas em Itaguaçu da Bahia são pro-
representado por diversas manifestações, como a no dia 12 de Outubro, na comunidade quilom- dutos derivados principalmente da mandioca e do
das Caretas (1), que acontece na Sexta-feira Santa, bola de Barreiros. Participam da celebração mo- milho. São mais de 30 receitas feitas com mandioca,
nos povoados de Dois Irmãos, Cajueiros, Chapada radores de todas as comunidades quilombolas. algumas delas consideradas como as mais tradicio-
da Onça e Lagoa de Chico Eduardo. Participam Durante a celebração são realizadas novenas, mis- nais, como biscoitos de polvilho, também conhe-
da brincadeira homens e mulheres que se vestem sa e procissão com a imagem da Santa. A Festa cidos como “peta”, além de beiju, tapioca, cuscuz,
com roupas em trapos, cobrem o rosto com más- de Nossa Senhora da Conceição é realizada nas bolo de puba ou mandioca, pamonha, bolo de ai-
Figura 57. Brincadeira de roda. Fonte: Associação dos trabalha-
caras e saem pelas ruas da cidade. A Roda de ca- dores e trabalhadoras rurais quilombola João Pereira Gomes duas igrejas do município de Itaguaçu da Bahia, pim, mingau de milho, caldo de mandioca, broas de
poeira (2) é praticada na comunidade quilombola no dia 08 de Dezembro. A Roda de São Gonçalo polvilho, canjica e pipoca.
de Barreiros, sendo uma forma de rememorar as está relacionada ao pagamento de alguma pro- Lajedo Bonito também foi ressaltado pela comuni-
manifestações tradicionais no dia 20 de novem- messa feita a São Gonçalo. A coreografia da dança dade de Itaguaçu da Bahia como Patrimônio Cultu-
bro, Dia da Consciência Negra²¹. Participam da é bastante diversificada, geralmente utilizam-se ral. Em períodos de chuva, forma-se uma sequência
manifestação moradores das comunidades qui- roupas ornamentadas, e arcos enfeitados que dão de quedas de água, na qual as pessoas se banham e
lombolas de Barreiros, Alegre, Alto Bebedouro, maior destaque às coreografias. Na comunidade fazem as paneladas.
Cajueiro e Dois Irmãos. A Dança de quadrilha (3) quilombola de Barreiros, a Roda de São Gonçalo é
é uma forma de expressão relacionada às celebra- Figuras 58. Brincadeira de quebra pote. Fonte: Secretaria realizada no dia 20 de Novembro, data em que se
ções religiosas dos santos populares: Santo An- Municipal de Educação de Itaguaçu da Bahia. comemora o Dia da Consciência Negra.
tônio, São Pedro e São João, realizada no mês de
como a Lamentação dos mortos (4), realizada
1 1 na Semana Santa, na qual as pessoas, geralmen-
te cobertas com lençóis brancos, saem rezando
do cemitério da comunidade, passando pelas
residências e algumas vezes chegando até uma
capela ou igreja. O Reisado (5) relembra a visita
que os Reis Magos fizeram ao Menino Jesus ao
nascer. A manifestação acontece do dia 24 de de- Figura 59. Missa na festa de Nossa Senhora da Conceição. Fon-
2 3 zembro até o dia 6 de janeiro, quando cantado- te: Secretaria Municipal de Educação de Itaguaçu da Bahia.
res e tocadores visitam as residências das famílias
das comunidades, cantando músicas religiosas.

21. Dia da Consciência Negra – O dia 20 de novembro é uma data cele-


brada no Brasil e tem como objetivo promover uma reflexão sobre a intro-
dução dos negros na sociedade brasileira. Essa data foi uma homenagem
ao Zumbi dos Palmares, que morreu lutando pela liberdade de seu povo
no Brasil, em 1695. O Dia da Consciência Negra foi criado para que nunca
junho, quando há diversas apresentações de qua- seja esquecido o sofrimento dos negros com a escravidão. A etnia negra
ainda sofre no Brasil, pois o preconceito racial ainda prevalece nos dias
drilha, em basicamente todas as comunidades do atuais. Neste dia, eventos são organizados para conscientizar a população Figura 60. Procissão de Nossa Senhora da Conceição. Fonte:
município. Junto a elas ocorrem também as Brin- sobre a importância da participação da etnia e da cultura do negro para Secretaria Municipal de Educação de Itaguaçu da Bahia.
a formação do Brasil.
cadeiras juninas, que são formas de expressão
que resgatam práticas simples de diversão, como: 4 5
corrida de saco, corrida com ovo na colher, dança
da laranja, dança da maçã e quebra pote. A Brin-
cadeira de roda acontece durante a comemora-
ção do Dia da Consciência Negra na comunidade
Quilombola de Barreiros.
As manifestações culturais e religiosas tam- Figura 61. Roda de São Gonçalo. Fonte: Associação dos trabalha- Figuras 62 e 63. Bolo de puba e biscoito de peta.
dores e trabalhadoras rurais quilombola João Pereira Gomes. Fonte: Imagens da internet
bém ocorrem no município de Itaguaçu da Bahia,
Sítio BOQUEIRÃO do miranda 4 Sítio BOQUEIRÃO do miranda 5
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS de Esse sítio possui muitas figuras pintadas na cor Esse sítio apresentou poucas pinturas em cor ver-

itaguaçu da bahia
vermelha, localizadas em um paredão de rocha melha, que estavam dispostas na parte central do
sedimentar. O sítio apresenta figuras geométricas abrigo. Há figuras geométricas simples, como gra-
simples, como: grades; pentes; alinhamentos de des, pentes, alinhamentos de bastonetes, losangos,
bastonetes; losangos; pontos simétricos e assimé- pontos simétricos e assimétricos.
tricos; conjuntos de tridígitos; figuras desconexas;
No município de Itaguaçu da Bahia foram identifi- Sítio BOQUEIRÃO do miranda 2 manchas; e uma grande representação de um su-
cados, durante a pesquisa arqueológica de campo,
Esse sítio, localizado no Boqueirão do Miranda, posto zoomorfo, com braços e pernas que dão a
28 sítios com pinturas rupestres. Além destes,foi
também apresenta figuras geométricas, como gra- impressão de movimento; mãos carimbadas na
identificado mais um, já cadastrado no Banco de
des, pentes, alinhamentos de bastonetes, losangos, parede, répteis e quelônios; além de diversos ou-
Dados do IPHAN. Esses sítios pertencem ao Sítio
pontos simétricos e assimétricos; manchas ilegí- tros tipos de figuras.
Boqueirão do Miranda, Boqueirão do Renan, Bo-
queirão do Neisinho, Boqueirão dos Carneiros e veis; e radiais que formam um círculo.
Boqueirão do Domingos. Verificou-se a presença
de pinturas nas cores preta, vermelha e amarela,
nos tetos e paredes dos abrigos, envolvendo for-
mas geométricas; animais, como aves, peixes, co-
bras, veados, tatus e lagartos; formas humanas e
cenas de caça, danças e rituais.

Sítio BOQUEIRÃO do miranda 1 Figuras 65. Fonte: Ambientare


Localizado no Boqueirão do Miranda, o sítio apre-
senta temáticas essencialmente pintadas, distri-
buídas aleatoriamente pelas paredes rochosas.
Sítio BOQUEIRÃO do miranda 3 Figuras 67. Fonte: Ambientare Figuras 69. Fonte: Ambientare
Os desenhos pintados em vermelho apresentam Esse sítio apresenta figuras geométricas pintadas
figuras geométricas simples, como grades, pentes, em vermelho, como grades e mãos, distribuídas na
alinhamentos de bastonetes, losangos, pontos si- parede de um pequeno abrigo, em meio à vegeta-
métricos e assimétricos. ção de caatinga do Boqueirão do Miranda.

Figuras 64. Fonte: Ambientare Figuras 66. Fonte: Ambientare Figuras 68. Fonte: Ambientare Figuras 70. Fonte: Ambientare
Sítio BOQUEIRÃO do miranda 6 Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 1 Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 3 Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 5
Nesse sítio as pinturas identificadas foram pou- Localizado no Boqueirão do Neisinho, foram verifi- Esse sítio é um abrigo que apresentou pinturas Esse grande abrigo apresentou pinturas de colora-
cas e estavam dispostas nas paredes internas do cados dois pontos com pinturas rupestres no sítio, com figuras geométricas simples, bastonetes, li- ção vermelha (em sua maioria) e preta, distribuí-
abrigo, no teto e nas laterais. Havia a presença de produzidas ao longo do curso de água temporário. nhas em zigue-zague, losangos totalmente pinta- das em suas paredes: uma cobra, zoomorfos, aves,
elementos geométricos e de alguns animais, como Esse sítio apresentou figuras de cor vermelha, com dos, triângulos vazados e algumas manchas. mamíferos, quelônios, peixes e cenas com perso-
felino e peixe, todos na coloração vermelha. predomínio geométrico simples e figuras antropo- nagens em círculo ou semicírculo, indicando mo-
morfas, com os braços levantados, caracterizando vimento. Havia figuras geométricas simples, como
uma ação ou movimento. grades, pentes, alinhamentos de bastonetes, losan-
gos, pontos simétricos e assimétricos. Esse grande
painel estava distribuído em uma área com mais
de 25 metros de comprimento e 3 metros de altura
do solo atual, demonstrando a necessidade de um
suporte, ou de uma remota construção de “andai-
mes” para a sua realização. Foi possível verificar a
presença de inscrições por meio de picoteamento,
visíveis apenas na parte da tarde, quando o sol in-
cide diretamente sobre a rocha.
Figuras 75. Fonte: Ambientare
Figuras 71. Fonte: Ambientare Figuras 73. Fonte: Ambientare
Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 4
Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 2 Esse abrigo rochoso apresentou pinturas com de-
Nesse sítio foram verificadas pinturas rupestres, senhos geométricos simples, grades, pentes, ali-
que apresentaram características geométricas nhamentos de bastonetes, losangos; aves alinha-
simples, como grades e pentes, pintados em um das como se estivessem em movimento e grandes
abrigo próximo à estrada da fazenda do Neisinho. peixes.

Figuras 77. Fonte: Ambientare

Figuras 72. Fonte: Ambientare Figuras 74. Fonte: Ambientare Figuras 76. Fonte: Ambientare Figuras 78. Fonte: Ambientare
Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 6 Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 7 Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 8
As figuras rupestres do Boqueirão do Neisinho 6 As figuras rupestres do Boqueirão do Neisinho 7 Esse sítio apresenta pinturas rupestres localizadas
são monocromáticas, com predomínio da cor ver- são de coloração vermelha, muitas estão desbota- ao longo de todo o Lajedo Bonito. Muitas figuras
melha, apresentando desenhos como: cervídeos das pela ação do sol, vento e chuva. São pinturas dão a impressão de movimento e ação, indicando
(por isso o sítio é conhecido localmente como a com formas geométricas simples, como pentes a representação de um possível ritual ou ativida-
“Pedra do Veado”); quelônios; peixes associados e alinhamentos de bastonetes, que estão distri- de corriqueira de caça ou pesca. Há desenhos de
a tramados; possíveis redes de pesca; grandes fi- buídas aleatoriamente nas paredes externas do peixes, lagartos, mamíferos, aves, redes e algumas
guras antropomorfas, rodeadas por grafismos ca- abrigo. figuras manchadas. Há também diversas figuras
rimbados na parede; figuras geométricas simples, geométricas simples, como pentes, bastonetes ali-
como bastonetes, pontos simétricos e assimétri- nhados, pontos simétricos e assimétricos, losangos
cos. Ocorrem, ainda, figuras apenas com o contor- e triângulos. A maioria está pintada em vermelho, Figuras 83. Fonte: Ambientare
no, apresentando o interior vazado. Os desenhos mas algumas possuem cor amarela ou preta.
apresentam certo dinamismo, refletido nos braços,
que se apresentam em posições diferentes, dando
a impressão de movimento.

Figuras 82. Fonte: Ambientare

Figuras 79. Fonte: Ambientare Sítio BOQUEIRÃO do neisinho 9


Esse sítio possui dois painéis com diversas pintu-
ras distribuídas ao longo do Lajedo do Angico, nos
blocos de pedra que circundam esse curso de água,
onde, em alguns pontos, há pequenos abrigos, que
foram ocupados pelos grupos pré-coloniais. Foram
verificados diversos blocos de pedra com pinturas
rupestres, predominantemente na cor vermelha,
com desenhos de peixes, lagartos, mamíferos, aves,
redes e algumas figuras manchadas; há figuras va-
zadas de peixes e de formas geométricas, círculos
simples e radiados, pentes, alinhamentos de basto-
Figuras 80. Fonte: Ambientare Figuras 81. Fonte: Ambientare netes e losangos. Figuras 84. Fonte: Ambientare
Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 1 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 2 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 3 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 4
Nesse sítio foram encontradas pinturas que esta- Nesse sítio as figuras que estavam distribuídas nas As figuras rupestres do sítio Boqueirão do Renan 3 As figuras rupestres do sítio Boqueirão do Renan 4
vam distribuídas aleatoriamente nas paredes do paredes do abrigo são representações pintadas em são de tonalidade vermelha, com desenhos de for- estão distribuídas em um paredão de rocha, com
abrigo, com representações como: mamíferos, vermelho: motivos geométricos, formas humanas mas geométricas (preenchidas e vazadas), formas aproximadamente 10 metros de comprimento, com
quelônios, formas geométricas, círculos radiais, e de animais, como grandes peixes (vazados ou to- humanas, círculos radiais, peixes, marcações de altura que varia de 30 centímetros até 2,5 metros do
peixes e cenas com personagens em fila, com os talmente pintados) associados a grafismos seme- mãos e de patas de aves. O pequeno painel desse chão. São de tonalidade vermelha, com desenhos de
braços voltados para cima, dando a impressão de lhantes a redes de pesca. sítio apresentou algumas figuras desbotadas pela formas geométricas (preenchidas e vazadas), formas
movimento. ação do sol, vento e chuva. humanas, quelônios e marcações de patas de aves.

Figuras 85. Fonte: Ambientare Figuras 86. Fonte: Ambientare Figuras 87. Fonte: Ambientare Figuras 88. Fonte: Ambientare
Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 5 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 8
As figuras rupestres identificadas nesse sítio estão As figuras rupestres identificadas nesse sítio estão
distribuídas em um suporte de aproximadamente distribuídas em uma parede que apresenta algu-
5 metros de comprimento, com altura que varia mas partes regulares e lisas, na qual foram produ-
de 15 a 50 centímetros do chão. São de tonalidade zidas pinturas entre 50 centímetros e 4 metros do
vermelha, com desenhos de formas geométricas chão. São representações grandes, com predomí-
(preenchidas e vazadas), figuras manchadas e cír- Figuras 90. Fonte: Ambientare nio da coloração vermelha, aparecendo desenhos
culos radiais. de formas geométricas simples, como pentes, bas-
Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 7 tonetes alinhados, linhas em ziguezague; peixes
grandes e pequenos, associados a decalques se-
As figuras rupestres identificadas nesse sítio estão
melhantes a redes de pesca, figuras desconexas e
distribuídas em uma grande parede de rocha com
manchas.
algumas partes regulares e lisas, com pinturas pro-
duzidas entre 50 centímetros e 2 metros do chão.
São representações grandes, algumas ultrapassam
20 centímetros, monocromáticas, com predomí-
nio da tinta vermelha, apresentando desenhos Figuras 93. Fonte: Ambientare

de formas geométricas simples, como bastone-


tes, pentes, linhas pontilhadas simétricas, grandes Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 10
manchas, formas humanas e de animais.
O conjunto de pinturas rupestres identificadas
nesse sítio é composto, sobretudo, por figuras
geométricas simples, como grades, pentes, ali-
nhamentos de bastonetes, e losangos vazados de
coloração vermelha escura. Em alguns pontos, as
pinturas foram feitas em abrigos menores, prote-
Figuras 89. Fonte: Ambientare gidas por pequenos tetos. Em outros, foram pro-
duzidas nas áreas regulares e lisas da rocha, inde-
pendentemente da altura. Muitas estão a mais de
Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 6 4 metros do chão.
Figuras 92. Fonte: Ambientare
As figuras rupestres identificadas nesse sítio estão
distribuídas em uma rocha que apresenta algumas
partes regulares e lisas. As pinturas foram produ- Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 9
zidas em alturas variáveis, entre 15 centímetros e O conjunto de pinturas rupestres identificado nes-
3 metros do chão. O sítio apresenta pinturas de se sítio é composto, sobretudo, por figuras geomé-
tonalidade vermelha, com desenhos de mamífe- tricas simples, como bastonetes alinhados, pentes,
ros, grandes aves dispostas em círculo e formas losangos, triângulos e quadrados; decalques de
geométricas simples, como bastonetes alinhados, mãos; formas humanas; peixes associados a formas
pentes, losangos e triângulos (preenchidos e vaza- que se assemelham a redes; mamíferos e manchas.
dos) e linhas em zigue-zague. Figuras 91. Fonte: Ambientare Todas são pintadas na cor vermelha. Figuras 94. Fonte: Ambientare
Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 11 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 12 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 13 Sítio BOQUEIRÃO do RENAN 14
O sítio, localizado no Boqueirão dos Careiros, Esse sítio apresenta um conjunto rupestre, carac- O conjunto rupestre desse sítio é pequeno e ca- O conjunto rupestre desse sítio é grande e está
apresenta um conjunto rupestre caracterizado por terizado por figuras nas cores vermelho (predo- racteriza-se por figuras com predomínio na cor presente nas paredes que permeiam a cachoeira.
figuras nas cores vermelho (predominante) e ama- minante) e amarelo, e ainda com ambas as cores. vermelha. Documentaram-se figuras geométricas Caracteriza-se por figuras com predomínio da cor
relo, sendo que algumas foram feitas nas duas co- Apresenta figuras geométricas simples, como gra- simples e manchas. vermelha. Documentaram-se figuras geométricas
res. O sítio apresenta figuras geométricas simples, des, pentes, alinhamentos de bastonetes, losangos, simples e lineares; manchas; linhas em ziguezague
como grades, pentes, alinhamentos de bastonetes, pontos simétricos e assimétricos; quelônios; arac- e antropomorfos, que apresentam braços eleva-
losangos, pontos simétricos e assimétricos; que- nídeos; anfíbios; alguns peixes; um grande “rio”, de dos, dando ideia de movimento.
lônios; aracnídeos; cervídeos; aves de tipos varia- aproximadamente 50 centímetros, de cor amarela,
dos, algumas em círculo, iluminadas por um “sol”, contornado de vermelho; figuras antropomorfas,
transmitindo uma ideia de movimento, envolven- uma delas em quatro apoios, caracterizando uma
do um possível ritual, outras em postura; alguns ação ou movimento; e diversos outros tipos de fi-
geométricos mais elaborados, que se assemelham guras.
a objetos, como “colares”, “pingentes” e algum tipo
de “vestimenta”; um grande mamífero de aproxi-
madamente 60 centímetros, amarelo, contornado
de vermelho; figuras antropomorfas, com os bra-
Figuras 99. Fonte: Ambientare Figuras 100. Fonte: Ambientare
ços levantados, caracterizando uma ação ou movi-
mento; tatu e diversos outros tipos de figuras.

PRESERVAÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS


DE ITAGUAÇU DA BAHIA E GENTIO DO OURO - BA
Os sítios arqueológicos são protegidos pela Lei
Figuras 95. Fonte: Ambientare Federal 3.924/1961, no entanto mesmo assim eles
vêm sendo destruídos rapidamente, seja pela falta
de visibilidade para a comunidade local, seja em
virtude do desenvolvimento econômico. Essas
ações ocorrem pela falta de conhecimento e/ou
informação a respeito dos sítios arqueológicos.
O patrimônio arqueológico brasileiro ainda é mal
preservado, uma vez que poucas pessoas conhe-
cem e/ou reconhecem sua importância histórica e
cultural, não sendo, portanto, parte da vida delas.
Figuras 96. Fonte: Ambientare Figuras 97 e 98. Fonte: Ambientare Figuras 101. Fonte: Ambientare
Para isso, precisamos conhecer mais sobre a histó-
ria de nossa cidade, desde os primeiros habitantes.
Assim, torna-se possível definir os diversos ele-
mentos do patrimônio, priorizando sua proteção,
conservação e valorização, dando a ele visibilidade,
e possibilitando à sociedade usufruir desses bens.
Enfim, dando cor, graça e movimento ao nosso
passado, que se encontra tão presente.
As atividades na Escola Municipal Sertão Criança
e no Centro Educacional José Peregrino de Souza Figuras 109. Fonte: Ambientare
Figuras 106. Fonte: Ambientare
auxiliaram na construção dessa história. Os alunos
e professores apresentaram os principais aspectos
culturais e históricos de seus municípios. Foram
verdadeiros agentes da História.
Eles apresentaram resultados que podem ser uti-
lizados em novas atividades educativas efetivas e
em políticas de valorização dos bens culturais das
cidades de Gentio do Ouro e Itaguaçu da Bahia, Figuras 103. Fonte: Ambientare
contribuindo para o fortalecimento de ações posi- Figuras 110. Fonte: Ambientare
tivas na visibilidade da pré-história e história des-
ses municípios. Com isso, propomos reuniões nas
comunidades, palestras, atividades ludo-pedagó-
gicas nas escolas e, ainda, mantivemos o contato
efetivo com a Secretaria Municipal de Educação, Figuras 107. Fonte: Ambientare
buscando parcerias para, efetivamente, sensibilizar
a população local para a preservação do seu patri-
mônio.
Figuras 104. Fonte: Ambientare

Figuras 111 Fonte: Ambientare

Figuras 102. Fonte: Ambientare Figuras 105. Fonte: Ambientare Figuras 108. Fonte: Ambientare Figuras 112. Fonte: Ambientare
jogos
palavras cruzadas jogos
A arqueologia é a ciência que pesquisa as sociedades e pinturas rupestres, fogueiras antigas, objetos religiosos e
sete erros
culturas antigas por meio de vestígios do seu dia a dia e até brinquedos, entre outros.
do que elas produziam - suas casas e moradias (abrigos), Tudo isso compõe o patrimônio arqueológico brasileiro, Observe a figura que representa um momento na Pré-história e descubra os sete erros existentes entre as
objetos e utensílios, decorações e ferramentas. herança deixada pelos povos indígenas que habitavam o
duas gravuras.
Através das escavações arqueológicas, encontramos evi- Brasil na pré-história, ou seja, antes da colonização.
dências de lascamento para produção de facas e raspa- Com base no que você aprendeu sobre a Arqueologia e
dores de pedra, fragmentos de panelas e potes cerâmicos, Patrimônio Cultural, desenvolva as seguintes atividades.

De acordo com as reflexões feitas sobre arqueologia e patrimônio nesta cartilha, preencha a palavra-cruzada:

01.

02.

03.

04.

05.

06.

07.

08.

09.

10.

11.

01. Ação realizada para produzir ferramentas de pedras na Pré-História.


02. Principal matéria prima do lascamento.
03. __________________ arqueológica: processo de investigação científico utilizado pelos arqueológos.
04. Tipo de pintura feita nas paredes na pré-história.
05. Pote de _______________: utensílio feito em barro para diversas finalidades como cozimento, enterramento
funerário, armazenamento, etc.
06. Útil para aquecer o corpo, cozinhar alimentos, iluminar etc.
07. Conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais.
08. O termo historicamente, ligada ao conceito de herança.
09. Povo que habitava o Brasil antes da colonização.
10. Período antes do desenvolvimento da escrita, onde as pessoas viviam da caça, pesca e coleta e desenhavam nas
paredes dos abrigos.
11. Local que protege da chuva, frio etc.
Ilustração: Jordana V. Goulart
Respostas: 1. Lascamento 2. Pedra 3. Pesquisa 4. Rupestre 5. Cerâmica 6. Fogo 7. Cultura 8. Patrimônio 9.Indígena 10. Pré-história 11. Abrigo
SUGESTÕES DE referências
ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Cidades:Itaguaçu da Bahia. Disponível em: http://ci-
dades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&cod-
01. Faça uma breve pesquisa bibliográfica (Re- mun=291535&search=||infogr%E1ficos:-hist%F3rico.
visão de Literatura) sobre a arqueologia: con- Acesso em: 09/09/15.
ceitos e metodologia.
Busque informações acerca da área de pesquisa
em seus aspectos históricos, características físicas IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cida-
e ambientais. Inclua também o mapa de localiza- des: Gentio do Ouro. Disponível em: http://cidades.ibge.
ção da área.
gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=291130&-
2. Realize uma Saída de Campo. search=|gentio-do-ouro. Acesso em: 09/09/15.
Faça caminhamentos e procure observar detalha-
damente a área de estudo, realizando registros fo-
Blog Xiquesampa. Cultura, Religiosidade e Tradiçao na
tográficos. Utilize a caderneta de campo para os
Vila de Santo Inácio em Gentio do Ouro BA. Xiquexique,
registros escritos, oriundos das suas observações.
15/02/2011. Disponível em: http://xiquesampa.blogspot.
Converse com alguns moradores das áreas adja-
com.br/2011/02/santo-inacio-em-gentio-do-ouro-ba.
centes, os quais lhe darão subsídios para outras
html
anotações.

3. Realize uma Visita Técnica. Skyscrapercity. Vila de Santo Inácio - Mistério e Magia em
Visite um museu e/ou laboratório arqueológico. Gentio do Ouro - Bahia. 12/01/2009. Disponível em: http://
Compare suas anotações/registros com o material www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=784578
observado (material exposto e da reserva técnica).
GENTIO DO OURO. Secretaria Municipal de Cultura.
Acervo fotográfico. Acesso em: 2015.

4. Planeje e execute uma entrevista com um


pesquisador (historiador e/ou arqueólogo). AMBIENTARE. Relatório Final de Prospecção Arqueo-
Questione sobre o trabalho do profissional da ar- lógica, Educação Patrimonial e Levantamento do Patri-
queologia, suas pesquisas, percepções de mundo e mônio Imaterial do Complexo Eólico Itaguaçu da Bahia.
descobertas arqueológicas. Brasília, 2015.

LEONARDOS, O.H. Diamante e carbonado na Bahia.


5. Elabore um Relatório Técnico (sucinto/ Avulso DNPM/SFPM, v.19, p.1-28, 1937.
básico).
Faça um relato unindo a revisão de literatura e os
registros e observações em campo e em laborató- Ecoenigma. Santo Inácio – uma vila sobre pedras, 2005-
rio; além das informações e dados coletados com o 2010. Disponível em: http://www.ecoenigma.com.br/con-
arqueólogo. teudo/santo_inacio_geral.htm. Acesso em: 2015.
AUTORES

Marina Neiva de Oliveira


Arqueóloga Coordenadora Geral
Graduação em Arqueologia pela Pontifícia Universidade Católica
de Goiás (2011), com ênfase em arqueologia Pré-histórica e análi-
se de material lítico. Atualmente atua como Coordenadora do se-
tor de Arqueologia na empresa de consultoria Ambientare Soluções
Ambientais.

Prof. Dra. Deisi Scunderlick Eloy de Farias


Arqueóloga Coordenadora de Campo
Doutora em História, com área de concentração em Arqueologia
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005),
com pós-doutorado realizado na Universidade do Vale do Rio dos
Sinos(2011). Mestrado em História pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica do Rio Grande do Sul (2001). Atualmente é pesquisadora e
professora titular da Universidade do Sul de Santa Catarina, onde
desenvolve pesquisas no GRUPEP-Arqueologia e é docente no Pro-
grama de Pós- Graduação em Ciências da Linguagem.

Luana Alves
Arqueóloga Coordenadora de Educação Patrimonial
Mestre em Ciências da Linguagem, com área de concentração em
Processos textuais, discursivos e culturais na linha de pesquisa Lin-
guagem e Cultura pela Universidade do Sul de Santa Catarina/SC
(2015); pós-graduação em História, com ênfase em métodos e dife-
rentes linguagens no ensino de história pela Universidade de Santa
Cecília/SP (2012); graduação em História com ênfase em arqueologia
Pré-histórica e Histórica (2010).
Realização

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