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DE PAULA, Ruan Marcus; SOUZA, Carolina Brandão Pereira de; FERREIRA, Cristiano
Vasconcellos. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Engenharias da
Mobilidade. Joinville. 2014
RESUMO: A aviação civil no Brasil passa por uma fase de intenso crescimento e retomada
de investimentos, tendo passado por ampliações e modernização. Neste sentido, o presente
artigo tem o objetivo de mostrar a importância do setor, identificar os principais componentes
de um aeroporto e, principalmente, apresentar e discutir sobre o processo de projeto de
aeroportos. Para isto, inicialmente, apresenta-se uma contextualização do setor e as
principais componentes que formam um aeroporto. Na sequência são mostradas algumas
metodologias de projeto de aeroportos. E, finalmente, é realizada uma análise crítica sobre
as mesmas, visando mostrar as suas potencialidades e lacunas.
1. INTRODUÇÃO
A área de aviação civil no Brasil está passando por um período de intenso crescimento. De
fato, somente na última década, houve um aumento de 194% no tráfego de passageiros em
aeroportos nacionais (ANAC, 2012). Entretanto, os investimentos na melhora da
infraestrutura do setor por parte dos órgãos públicos ou pela iniciativa privada não tiveram
um crescimento neste mesmo ritmo durante vários anos, defasando o setor.
Aliado à falta de investimentos, o esperado aumento de tráfego em decorrência da Copa do
Mundo fez com que o Governo Federal e a agência reguladora dos aeroportos brasileiros, a
Infraero, promovessem uma corrida pela reforma, construção ou privatização de vários
aeroportos no país. Isto se deve também ao fato da grande concentração de vôos em
poucos aeroportos no Brasil, como pode ser visualizado na Tabela 1:
2. OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é mostrar o processo de desenvolvimento de aeroportos,
incluindo as fases de projeto, construção e lançamento do produto. Para isto, têm-se como
objetivos específicos: i) mostrar o Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) através
da abordagem comumente utilizada pela Engenharia Civil e Arquitetura; ii) e mostrar a
relação do PDP da Engenharia Civil com modelos genéricos.
Fonte: Primária
3.1 TERMINAIS
Horonjeff et al (2012) definem a área do terminal como sendo “a principal interface entre o
tráfego aéreo com resto do aeroporto. Isto inclui as facilidades para os passageiros, o
processamento de bagagens, o transporte de cargas, a manutenção, operação, e atividades
administrativas”. Para o passageiro é a principal área, já que é nela que se faz todo o
procedimento de viagem. Por este motivo, o terminal deve ter um tratamento especial no
Projeto Arquitetônico, já que é através dele que se define qual a melhor maneira de se
dividir o espaço do terminal e qual a opção mais prática aos usuários.
Na imagem a seguir é possível visualizar a forma como o autor dividiu a área do terminal
principal, com seus três processos envolvidos, suas atividades e respectivas facilidades
físicas envolvidas para a realização destas atividades.
Figura X: Atividades e Facilidades do Terminal Principal
3.2 PÁTIO
3.2.1 Pistas
Dependendo das características do aeroporto, este pode ter uma ou mais pistas de pouso e
decolagem, que, de acordo com Horonjeff et al. (2010, p. 177) “são situadas, orientadas e
configuradas de maneira a prezar pela segurança e pelo uso eficiente do aeroporto sob uma
variedade de condições”.
Hoel, Garber e Sadek (2012), separam as pistas de pouso e decolagem em três grupos: as
principais, as para vento cruzado, e as paralelas. As principais são aquelas que servem
como a infraestrutura fundamental para pousos e decolagens em um aeroporto, e têm seu
comprimento definido pela família de aeronaves que irão utilizar o aeroporto.
Entretanto, as pistas devem estar dentro dos padrões estabelecidos para o componente
perpendicular do vento, denominado vento cruzado, e que tem seu limite variando entre 10,5
a 20 nós, dependendo do código de referência do aeroporto (Airport Reference Codes), por
no máximo 5% do tempo. Quando este limite é rompido, pousos e decolagens não são
permitidos na pista, fazendo com que muitos aeroportos disponham de uma pista adicional
para vento cruzado, como pode ser observado a seguir:
Figura X: Desenho esquemático de pista principal e pista para vento cruzado.
Fonte: Federal Aviation Administration (2004) apud HOEL, L.; GARBER, N.; SADEK, A. 2012, p. 257.
Além das pistas de pouso, em aeroportos existem as pistas de taxiamento, que são faixas
exclusivas para manobras de aeronaves, de modo que não interfiram no fluxo da pista
principal. CMT (2007, p. 79), define as pistas de taxiamento como:
3.2.2 Hangar
3.4 FACILIDADES
Gates >>
Processos
Processos Gerenciamento de mudanças de engenharia
de
deapoio
apoio Melhoria do processo de desenvolvimento de produtos
Caso o estudo de viabilidade forneça dados que garantam o sucesso econômico futuro, o
órgão responsável pelo pedido poderá ter a aprovação. Este ato é de grande importância,
pois garante a continuidade da ação e o início dos atos referentes aos processos licitatórios
(PARANÁ, 2012, p. 30).
No que diz respeito aos aeroportos brasileiros, a Lei 8666 deixa claro que o Projeto Básico é
um fator indispensável para qualquer obra, inclusive aeroportuária. O processo de licitação
para estes casos conta com três etapas, sendo a primeira a escolha de uma empresa para a
confecção dos estudos preliminares e Projeto Básico, evidenciando a grande necessidade
de um estudo bem fundamentado, que servirá de guia para as etapas procedentes.
O Projeto Básico de um aeroporto por si só já é uma etapa de grande dificuldade e que
consome tempo e recursos devido a sua complexidade. Isto porque é necessária a
subdivisão dos componentes de um aeroporto, como pistas de pouso e decolagem, terminal,
hangares, estacionamentos, torre de controle, dentre outros. Além disso, cada uma destas
divisões possui outras, estas voltadas a cada elemento necessário ao Projeto Básico.
Dentre as principais, podem-se citar os Projetos Arquitetônicos, Elétricos, Hidrossanitários,
Estrutural, de Drenagem, dentre muitas outros.
É o projeto mais abrangente dentre os contidos no Projeto Básico, isto porque são de sua
atribuição, segundo (propacto) diversas etapas do projeto, como a confecção de plantas
baixas, cortes, especificações de materiais, equipamentos ou elementos, componentes e
sistemas construtivos. Além disso, há a necessidade de um programa de necessidades,
contendo o dimensionamento dos terminais, hangares e pistas, de acordo com as
demandas previamente levantadas de potencial de passageiros e cargas, além de
dimensionar todas as outras áreas contidas no aeroporto, como despacho de bagagem,
lojas, tamanho de salas de espera, dentre outras, como se pode observar na tabela
esquemática apresentada na sequência:
Tendo em vista as atribuições do Projeto Arquitetônico, pode-se dizer que este é uma etapa
predecessora às outras, isto porque é nele que são definidas as características e métodos
construtivos de cada sistema formador de um aeroporto, dando suporte aos outros projetos.
HORONJEFF, Robert et al. Planning and Design of Airports. 5. th. [s. l.]: Mcgraw-hill,
2010.
HOEL, Lester A.; GARBER, Nicholas J.; SADEK, Adel W. Engenharia de Inraestrutura de
Transportes: Uma integração multimodal. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
Crawford, Murphy & Tilly, Inc. Lincoln County Regional Airport Feasibility Study. Troy,
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dá outras providências. Lex. Brasília, Disponível em: <http://goo.gl/tvfBzJ>. Acesso em: 08
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http://www.propacto.pb.gov.br/sinco/arquivos/Projeto_Basico_27_11_07_Final.pdf
http://www.sinaenco.com.br/downloads/manual_Arquitetura.pdf