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⎛ 1 ⎞ 1
ui , jj + ⎜ ⎟u j , ji + bi = 0 (1)
⎝ 1 − 2ν ⎠ μ
E
μ=
2(1 + ν ) (2)
⎡
u*ij =
1
⎢ (3 − 4ν )ln 1 δij + r,i r, j ⎤⎥ (3)
8πμ (1 − ν ) ⎣ r ⎦
⎧1 se i = j
δij = ⎨ (4)
⎩0 se i ≠ j
p*ij = −
1
4π (1 − ν )r
[ [ ] ]
r,n (1 − 2ν )δij + 2r,i r, j + (1 − 2ν )(ni r, j − n j r,i ) (5)
∂r
r,n = = r,1n1 + r,2 n2 (6)
∂n
∂r ri
r, i = = (7)
∂xi r
Os problemas cujo domínio é o semi-plano, tais como o solo, podem ser tratados de
forma mais eficiente com a utilização da solução fundamental do semi-plano, que elimina a
necessidade de discretização da superfície livre.
A solução fundamental de Melan para deslocamentos é obtida somando-se à solução
fundamental para deslocamentos de Kelvin 2D uma parcela complementar, cujas
componentes são as seguintes:
⎧
[
u11c = K d ⎨− 8(1 − ν ) − (3 − 4ν ) ln R +
2 [
(3 − 4ν )R12 − 2cx + 4cx R12 ⎫
] ⎬
] (8)
⎩ R2 R4 ⎭
⎧ [(3 − 4ν )r1r2 + 2cx ] 4cx R1r2 ⎫
u12c = K d ⎨ + − 4(1 − ν )(1 − 2ν )θ ⎬ (9)
⎩ R 2
R 4
⎭
c
u22
⎧
[
= K d ⎨− 8(1 − ν ) − (3 − 4ν ) ln R +
2
] [ ]
(3 − 4ν )r22 + 2cx − 4cx r22 ⎫
⎬ (11)
⎩ R2 R4 ⎭
onde
1
Kd =
8πG (1 − ν )
(12)
As equações complementares para força de superfície são apresentadas na Eq. (13), onde
as componentes de tensão (σcijk) podem ser encontradas no trabalho de Telles & Brebbia
(1980).
pijc = σ ijk
c
nk (13)
∫ b u dΩ − ∫ b u dΩ = ∫ p u dΓ − ∫ p u dΓ
* * * *
k k k k k k k k (14)
Ω Ω Γ Γ
Foi usando o teorema de Betti, segundo Barbirato (1999), que Somigliana chegou à
representação integral de deslocamento, a chamada identidade Somigliana, que tem a seguinte
forma:
A matriz clk possui elementos apenas na diagonal principal e os valores desses elementos
dependem da localização do ponto fonte e da forma do contorno, sendo os seguintes:
⎧ ⎫ ⎧ ⎫
[c]{u} + ∑ ⎪⎨ ∫ [p* ][φ]dΓ j ⎪⎬{u}j = ∑ ⎪⎨ ∫ [u* ][φ]dΓ j ⎪⎬{p}j
Ne Ne
(18)
j =1 ⎪⎩ Γ j ⎪⎭ j =1 ⎪⎩ Γ j ⎪⎭
onde Ne representa o número de elementos e {u}j e {p}j são, respectivamente, os vetores com
os valores nodais de deslocamento e força de superfície de cada elemento, e
φ0 φ2 0 ⎤
[φ ] = ⎡⎢ 1 ⎥ (19)
⎣ 0 φ1 0 φ2 ⎦
As funções de interpolação φ1 e φ2 são definidas em termos da coordenada homogênea ξ,
que varia de -1 a 1, como mostrado nas seguintes expressões:
φ1 (ξ ) = (1 − ξ )
1
(20)
2
φ2 (ξ ) = (1 + ξ )
1
(21)
2
Escrevendo uma Eq. (18) para cada ponto do contorno é obtido o seguinte sistema de
equações lineares:
As integrais que existem nos coeficientes das matrizes [H] e [G] podem ser avaliadas
numericamente para os casos em que o ponto fonte não pertence ao elemento integrado. Para
o caso em que ocorre uma singularidade na solução fundamental, ou seja, o ponto fonte está
no elemento integrado, as integrais são avaliadas analiticamente.
O elemento de pórtico bidimensional é formado por dois nós, os quais possuem três graus
de liberdade: deslocamento longitudinal, deslocamento lateral e rotação. Como mostrado na
Figura 2, ui1 representa o deslocamento longitudinal e ui2 e ui3 representam o deslocamento
lateral e a rotação do nó i, respectivamente. O mesmo vale para o nó j.
⎡ EA EA ⎤
⎢ L 0 0 − 0 0 ⎥
L
⎢ 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI ⎥
⎢ 0 0 − ⎥
⎢ L3 L2 L3 L2 ⎥
⎢ 0 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI ⎥
0 − 2
[k ] = ⎢⎢ EA L L L L ⎥
2
(24)
EA ⎥
⎢− 0 0 0 0 ⎥
⎢ L L ⎥
⎢ 0 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI ⎥
− 3 − 0 − 2
⎢ L L2 L3 L ⎥
⎢ 6 EI 2 EI 6 EI 4 EI ⎥
⎢ 0 0 − 2 ⎥
⎣ L2 L L L ⎦
⎡L L ⎤
⎢3 0 0 0 0 ⎥
6
⎢ 7L 1 3L 1⎥
⎢0 − 0 − ⎥
⎢ 20 2 20 2⎥
⎢ L2 L L2 L⎥
⎢0 0 − ⎥
[C ] = ⎢ L 20 12
L
30 12
⎥
(25)
⎢ 0 0 0 0 ⎥
⎢6 3 ⎥
⎢0 3L 1 7L 1 ⎥
⎢ 0
20 2 20 2 ⎥
⎢ L2 L L2 L ⎥
⎢0 − − 0 − ⎥
⎣ 30 12 20 12 ⎦
A matriz de transformação [C] permite que o sistema de equações gerado pela aplicação
do MEF seja acoplado ao sistema obtido pelo MEC. Essa matriz é necessária porque o MEF
trata de forças nodais enquanto o MEC lida com forças de superfície, sendo necessário uma
compatibilização entre as variáveis presentes nos dois métodos.
Neste trabalho o acoplamento entre os métodos é realizado com o uso da técnica de sub-
regiões, tratando a região discretizada pelo MEF como um elemento de contorno equivalente.
Esta técnica consiste em reunir, em um único sistema, os sistemas de equações provenientes
da aplicação do MEC ou do MEF a cada sub-região. Para isso são considerados o equilíbrio
de forças e a compatibilidade de deslocamentos na interface entre as sub-regiões.
A técnica de sub-regiões é usada por diversos autores, tais como, Almeida (2003), Coda
(1993) e Cavalcanti (2006).
Considere o domínio mostrado na Figura 3, dividido em três sub-regiões:
⎧ {u}2 ⎫ ⎧ {p}2 ⎫
[[H ]
2
[H ]21 ] [
[H ]23 ⎪⎨{u}21 ⎪⎬ = [G ]2 [G ]21 ]
[G ]23 ⎪⎨{p}21 ⎪⎬ (27)
⎪{u}23 ⎪ ⎪{p}23 ⎪
⎩ ⎭ ⎩ ⎭
onde
Гi – parte externa do contorno da região Ωi;
Гij – contorno entre as regiões Ωi e Ωj;
{u}i,{p}i – deslocamentos nodais e forças de superfície nos nós do contorno Гi da região Ωi;
{u}ij, {p}ij – deslocamentos nodais e forças de superfície nos nós do contorno Гij como parte
da região Ωi;
[H]i,[G]i – partes das matrizes [H] e [G] obtidas para a região Ωi que multiplicam {u}i e {p}i,
respectivamente;
[H]ij,[G]ij – partes das matrizes [H] e [G] obtidas para a região Ωi que multiplicam {u}ij e
{p}ij, respectivamente.
Aplicando as condições de equilíbrio de forças e compatibilidade de deslocamentos, que
são
{u}12 = {u}21
{u}23 = {u}32
(29)
{p}12 = −{p}21
{p}23 = −{p}32
o seguinte sistema de equações é obtido:
⎧ {U }1 ⎫
⎪ 2 ⎪
⎪ {U } ⎪
⎡[H ]1 0 0 [H ]12 − [G ]12 0 0 ⎤ ⎪ {U }3 ⎪
⎢ 23 ⎥ ⎪ ⎪
⎢ 0 [H ]2 0 [H ]21 [G ]21 [H ]23 − [G ] ⎥ ⎨{U }12 ⎬
⎢ 0
⎣ 0 [H ]3 0 0 [H ]32 [G ]32 ⎥⎦ ⎪⎪{P}12 ⎪⎪
⎪{U }23 ⎪
⎪ 32 ⎪
⎩{P} ⎭
(30)
⎧ {P}1 ⎫
⎪ 2⎪
⎪ {P} ⎪
⎡[G ]1 0 0 [G ]1 0 0 0 ⎤ ⎪ {P}3 ⎪
⎢ ⎥⎪ ⎪
=⎢ 0 [G ] [G ] [G ]23 0 ⎥ ⎨{P }12 ⎬
2 21
0 0
⎢ 0
⎣ 0 [G ]3 0 0 0 [G ]3 ⎥⎦ ⎪⎪{P }21 ⎪⎪
⎪{P } ⎪
23
⎪ 32 ⎪
⎩{P } ⎭
5 APLICAÇÕES
5.1 Aplicação 1
O primeiro exemplo consiste em uma cavidade circular de raio igual a 1,5m em um meio
semi-infinito, cujo centro dista 3m da superfície. Esta cavidade está submetida a uma pressão
interna de 300kN/m2. O módulo de elasticidade do material que constitui o meio semi-infinito
é igual a 80000kN/m2 e o coeficiente de Poisson, 0,25.
O objetivo é verificar a influência da colocação de um reforço com espessura de 10cm
no contorno da cavidade pressurizada. Para isso são calculados os deslocamentos, na direção
radial, de vinte pontos localizados ao longo da linha tracejada L (Figura 4) para os casos de
haver ou não o reforço.
Para discretizar o meio semi-infinito é usado o MEC que, com a utilização da solução
fundamental de Melan, exige a discretização apenas do contorno da cavidade. O reforço, por
sua vez, é discretizado com o MEF, cujos elementos possuem módulo de elasticidade igual a
360000kN/m2. Foram usados 24 elementos para discretizar o contorno da cavidade e a mesma
quantidade para o reforço.
São mostrados no gráfico da Figura 5 os valores de deslocamento nos pontos localizados
ao longo da linha L, para os casos com e sem reforço. Como esperado, os deslocamentos
diminuem com o aumento da distância ao ponto onde o carregamento é aplicado e a
colocação do reforço no contorno da cavidade acarreta uma diminuição nos valores destes
deslocamentos.
5.2 Aplicação 2
Pode-se notar, pela Figura 8, que a colocação de um reforço sob o carregamento diminui
de maneira significativa os deslocamentos na parede vertical da vala. A mudança na espessura
da camada de reforço praticamente não alterou a influência do mesmo nos valores de
deslocamentos, como pode ser visto mais claramente na Figura 9. A redução foi de 65%, na
média, independente da espessura do reforço.
Com base nestes resultados é possível afirmar que a utilização de uma camada de reforço
sob um carregamento aplicado no solo influencia o comportamento do mesmo. Para um
mesmo tipo de material, a espessura do reforço não altera de maneira significativa esta
influência. O tipo de material do reforço, por sua vez, influi de forma expressiva na alteração
do comportamento do solo sob carregamento.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agradecimentos
Almeida, F. P. A., 2003. Aplicação do acoplamento entre o MEC e o MEF para o estudo da
interação dinâmica elastoplástica entre o solo e estruturas. Tese de doutorado – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
Barbirato, J. C. C., 1999. Método dos Elementos de Contorno Com a Reciprocidade Dual para
a Análise Transiente Tridimensional da Mecânica do Fraturamento. Tese de doutorado –
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
Bathe, K. J., 1996. Finite Element Procedures. Prentice-Hall International Editions.
Brebbia, C. A., & Dominguez, J., 1992. Boundary Elements – An Introductory Course.
McGraw-Hill Book Company.
Cavalcanti, D. J. H., 2006. Análise da Interação Solo-Estrutura Através do Emprego Conjunto
dos Métodos dos Elementos de Contorno (MEC) e dos Elementos Finitos (MEF).
Dissertação de mestrado – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal de Alagoas.
Coda, H. B., 2003. Análise Tridimensional Transiente de Estruturas Pela Combinação Entre o
Método dos Elementos de Contorno e o Método dos Elementos Finitos. Tese de
doutorado – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
Cook, R. D., 1995. Finite Element Modeling for Stress Analysis. John Wiley & Sons.
Komatsu, J. S., 1995. Estudo de Problemas de Escavação Através da Combinação Elementos
de Contorno e Elementos Finitos. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.
Leite, L. G. S., Coda, H. B., & Venturini, W. S., 2003. Two-dimensional solids reinforced by
thin bars using the boundary element method. Engineering Analysis with Boundary
Elements, vol. 27, pp. 193-201.
Telles, J. C. F., & Brebbia, C. A., 1980. Boundary Element Solution for Half-Plane Problems.
International Journal of Solids and Structures, vol. 17, pp. 1149-1158.