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Associação de Serviço à Criança Especial de Goiânia pede doações à população para não

fechar as portas

Fundada em 1987, a Associação de Serviço à Criança Especial de Goiânia (Ascep) enfrenta há


quatro meses uma série de dificuldades financeiras ocasionadas pela suspensão de repasses de
recursos provenientes das prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Atualmente, aproximadamente 100 crianças, adolescentes e adultos – que neste caso moram no
local e são beneficiados desde a infância - com algum tipo de deficiência física ou mental dependem
da instituição, que oferece atendimento multidisciplinar nas áreas de educação, assistência social,
nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, pedagogia, enfermagem, musicoterapia,
psiquiatria e lazer. Preocupados com um possível fechamento da entidade, cerca de 63
colaboradores se uniram em uma Campanha para pedir doações à população.

Recursos

A maior parte dos recursos que sustentam a Associação financeiramente provém de convênios com
órgãos ligados às prefeituras de Goiânia e Aparecida. Os repasses mensais, que variam de R$ 10 a
R$ 30 mil reais foram suspensos em outubro de 2016 devido a uma exigência legal: para receber os
recursos as instituições devem apresentar a Certidão de Entidade de Fins Filantrópicos, documento
que regulamenta a transferência de verbas para organizações do terceiro setor no país.
Segundo a responsável pela área financeira da Ascep, Janete Cecíliano Silva, a Certidão já foi
entregue aos órgãos competentes. Entretanto, a burocracia impede que o processo seja concluído
mais rápido. “Hoje temos, no acumulado de outubro do ano passado a fevereiro deste ano, repasses
pendentes na ordem de R$ 120 mil da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), outros R$
52 mil da Secretaria Municipal de Assistência Social de Goiânia (Semas) e R$ 37 mil da Secretaria
Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS Aparecida), totalizando cerca de R$ 209 mil”.
Ainda de acordo com Janete Ceciliano, sem os repasses as depesas mensais praticamente dobraram.
“Hoje a receita mensal da instituição gira em torno de R$ 40 mil e as nossas despesas chegam a R$
130 mil, aproximadamente”. calcula
Em razão da suspensão das verbas, a gerente do setor administrativo da Ascep, Maria das Mercês
Luiz da Silva, afirma que os colaboradores estão com salários atrasados desde o ano passado.
“Estamos atravessando uma grande crise, nossas doações caíram muito e com isso tivemos
dificuldades para pagar os 63 funcionários em dia. Então por isso estamos precisando muito de
doações financeiras para quitar a folha de pagamento e as certidões”. justifica
Em nota as assessorias de Comunicação das prefeituras de Goiânia e Aparecida informaram que a
Associação voltará a receber os recursos assim que os processos referentes à regulamentação da
Certidão Federal forem analisados. Todavia, não há um prazo definido para o término das análises
processuais.

A Instituição

Segundo dados publicados no site da entidade, a Ascep foi criada há 30 anos a partir da vontade de
uma senhora, mãe de uma criança especial, que decidiu transformar a própria casa- na época uma
residência localizada no Setor Vila Nova – em creche para receber outras crianças deficientes e
assim oferecer ajuda a outros pais e mães.
Com o tempo o espaço tornou-se pequeno e inadequado para atender a demanda de pacientes, o que
tornou o funcionamento da organização praticamente insustentável. Desde 1993 a organização
funciona no atual endereço, na Rua Puccine, número 50, Jardim Europa Goiânia. Já no ano de 1999,
a administração passou a ser responsabilidade da Sociedade São Vicente de Paulo.
Por se tratar de uma organização filantrópica sem fins lucrativos, todos os serviços oferecidos pela
Ascep à comunidade são gratuitos. Segundo a gerente administrativa, Maria das Mercês, alguns
procedimentos como a fisioterapia são feitos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto
outros serviços são prestados via Agência Goiana de Habitação (Agehab). “As crianças que já estão
aqui têm acesso a todos os serviços, inclusive aos internos, semi-internos e à escola. Nas áreas de
psicologia e nutrição ainda não temos atendimento pelo SUS. A fisioterapia nós já atendemos pelo
SUS. Os pais que querem trazer os filhos pra cá podem nos procurar inicialmente por meio da
Agehab. Eles podem entrar em contato conosco que já marcamos as consultas de imediato porque o
atendimento não parou”.
Dentre os pacientes da Ascep, aproximadamente 25 são moradores e dependem totalmente da
instituição. A assistente social Emília Silva ressalta que deste contingente, muitos são adultos que
cresceram na Associação. “São aproximadamente 25 moradores, 10 passam o dia e outros 65
frequentam a escola nos turnos matutino e vespertino. Na escola eles aprendem a se vestir sozinhos,
comer sozinhos, identificar cores e a longo prazo nós identificamos grandes avanços. A maioria dos
que são moradores dependem exclusivamente de nós. Desses, aproximadamente 22 sequer recebem
visitas de familiares”. destaca

Voluntariado

Para além de superar as dificuldades financeiras e materiais, elevar o número de voluntários tem
sido uma das principais carências da Ascep. De acordo com a assistente social, Emília Silva, os
interessados em contribuir voluntariamente com a Associação devem procurar o departamento de
serviço social. “Aqui nós identificamos se a pessoa tem o perfil pra isso porque na realidade pra
desenvolver essas ações é preciso ter um certo cuidado, ou conhecer um pouco esse público que tem
alguma deficiência. Nós fizemos uma parceria com o Centro Goiano de Voluntários, onde os
interessados passam por essa capacitação. Contudo, por causa das dificuldades nos últimos meses
eles têm vindo direto pra cá, não temos podido esperar”.
A gerente administrativa, Maria das Mercês explica que na Ascep há três tipos de voluntários:
universitários e voluntários espontâneos. “Nós temos um convênio com a Organização das
Voluntárias de Goiás (OVG) e por isso recebemos estudantes do programa Bolsa Universitária.
Além disso, a gente tem voluntários que vem trabalhar aqui por livre e espontânea vontade
também”.

Itens em falta

Segundo Emília Silva, em termos de doações materiais, os itens que estão em falta correspondem
em sua maior parte a alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal e limpeza, além de
fraldas. Todavia, a Associação também recebe doações de produtos como sapatos e roupas. Estes
últimos, são convertidos em recursos ao serem vendidos no Bazar.
A coordenadora do Bazar, Gislene de Castro, trabalha há 10 anos na Ascep. Ela reforça que apesar
das adversidades financeiras, o contato com as crianças é reconfortante. “É uma experiência de
carinho, uma troca de amor. A gente pensa que está dando carinho mas recebemos muito mais em
troca, na verdade”.
Em tom emocionado, Gislene de Castro faz um apelo à população. “Voltem os olhos pra essas
crianças que estão aqui hoje, eles precisam de nós. Somos os braços deles, eles dependem de nós
para viver. Se a Associação fechar as portas muitos não vão ter pra onde ir. Então, nós pedimos que
a sociedade se sensibilize com esta realidade”.

Doações e contato

Para contribuir financeiramente com a Ascep, deposite a partir de R$ 10 nas seguintes contas
bancárias:

Banco Itaú
Agência: 4308
Conta Corrente: 08414-6

Banco do Brasil
Agência: 1841-4
Conta Corrente: 39539-0

Para se tornar um colaborador mensal ou voluntário entre em contato com a Ascep pelos seguintes
meios:

Endereço: Rua Puccine, 50, Jardim Europa, Goiânia-GO


Telefones: (62) 3239-0400 ou (62) 3239-0402

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