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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A VÁRIAS MÃOS:
EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO
E POLÍTICAS PÚBLICAS
Junqueira&Marin
Editores
- Araraquara, 2014 -
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Coordenação: Prof. Dr. Dinael Marin
Produção: ZEROCRIATIVA
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Conselho Editorial da Junqueira&Marin Editores:
Profa. Dra. Alda Junqueira Marin (Coord.)
Profa. Dra. Adriane Knoblauch
Prof. Dr. Antonio Flavio Barbosa Moreira
Profa. Dra. Dirce Charara Monteiro
Profa. Dra. Fabiany de Cássia Tavares Silva
Profa. Dra. Graça Aparecida Cicillini
Prof. Dr. José Geraldo Silveira Bueno
Profa. Dra. Luciana de Souza Gracioso
Profa. Dra. Luciana Maria Giovanni
Profa. Dra. Maria das Mercês Ferreira Sampaio
Profa. Dra. Maria Isabel da Cunha
Prof. Dr. Odair Sass
Profa. Dra. Paula Perin Vicentini
Profa. Dra. Suely Amaral Mello
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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
E26
Educação ambiental a várias mãos: educação escolar, currículo e políticas públicas
[recurso eletrônico] / organização Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis , Jorge Sobral
da Silva Maia. - 1. ed. - Araraquara, SP : Junqueira&Marin, 2014.
recurso digital
Formato: ePDF
Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 9788582030615 (recurso eletrônico)
1. Educação ambiental. 2. Educação. 3. Livros eletrônicos. I. Tozoni-Reis, Marília de
Campos. II. Maia, Jorge Sobral da Silva.
14-14300 CDD: 363.700981
CDU: 504(81)
22/07/2014 25/07/2014
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Esta edição recebeu apoio do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da Faculdade de
Ciências - FC - Universidade Estadual Paulista - UNESP - Campus de Bauru.
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Verificar no site da Editora, na página deste livro, eventuais erratas elaboradas pelo(a) Organizador(a) e/ou
pelos(as) Autores(as).
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Os textos desta edição no formato digital/eletrônico/eBook estão idênticos aos textos originais recebidos
pela Editora e sob responsabilidade do(s)/a(s) Organizador(es/a/as) / Autor(es/a/as).
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Proibida a reprodução total ou parcial desta edição, por qualquer meio ou forma, em língua portuguesa
ou qualquer outro idioma, sem a devida menção acerca desta edição (créditos completos de Autoria,
Organização e Edição).
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DIREITOS RESERVADOS:
JUNQUEIRA&MARIN EDITORES
J.M. Editora e Comercial Ltda.
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CEP 14802-205 Araraquara - SP
Fone/Fax: 16-33363671 www.junqueiraemarin.com.br
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SUMÁRIO
6 APRESENTAÇÃO
Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis
Leticia do Prado
Nadja Janke
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editores
metodológico da educação ambiental crítica que implica em superar
o tratamento simplista dado a educação ambiental por muitos setores
das sociedades atuais, conferindo-lhe potencialidade transformadora e
emancipatória na compreensão das relações humanas com o ambiente
e no processo educativo que essas relações implicam.
Os organizadores
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NA ESCOLA PÚBLICA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS ANOS INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL A PARTIR DO CONTO
“A MAIOR FLOR DO MUNDO” DE JOSÉ SARAMAGO
Introdução
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editores
Enguita (p. 129, 1989) afirma que “mais que uma evolução, a história
da educação é a de uma sucessão de revoluções e contra-revoluções”
no sentido de que algumas características da escola que são mais
autoritárias existem hoje e outras mais participativas e coletivas
existiam na Idade Média, por exemplo.
Metodologia
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editores
De acordo com Gómez et. al. (1999) a pesquisa qualitativa implica
a utilização reconhecida de uma grande variedade de materiais –
entrevista, experiência profissional, histórias de vida, observações,
textos históricos, imagens, sons – que descrevem a rotina e situações
problemáticas e os significados na vida das pessoas.
15 Junqueira&Marin
editores
o desenvolvimento dos trabalhos com o grupo de professores que
respondessem ao convite.
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editores
aos temas transversais. Os PCN indicam ainda que esta perspectiva
da transversalidade de conteúdos traz a tona a necessidade da
transformação da prática pedagógica, com a justificativa de que esta
proposta aumentaria a responsabilidade do professor com a formação
de seus alunos.
Mas, esse não é o único nem o principal fator que contribui para os
complexos problemas que vivemos na escola pública. Não podemos
pensar em qualidade de ensino e formação de professores, por
exemplo, sem problematizar suas condições de trabalho. Os baixos
salários e demais condições, muitas vezes obrigam os professores da
educação básica a trabalharem em muitas escolas, o que contribui para
prejudicar o tempo e até o interesse para a necessária dedicação aos
estudos e preparação das aulas.
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editores
sua obra, o já clássico conceito de “mais valia” explica as condições
daqueles que tem a força de trabalho em contradição com os que
tem os meios de produção. O trabalho é uma “mercadoria” e para
a acumulação de capital por parte dos proprietários dos meios de
produção, é necessário e fundamental que o trabalho seja explorado,
isto é, que tenha um custo menor. Com isso, esse modo de produção
define uma constante redução dos salários e dos direitos trabalhistas,
que se de um lado implica no empobrecimento dos trabalhadores,
de outro aumenta a “mais valia” e a acumulação de capital. Como
trabalhadores explorados, os professores vivem numa constante
busca pelo enfrentamento dessa lógica: pelo aumento de seus
salários.
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editores
formação. Apesar disso, com todas essas modificações e reformas que
ocorreram, a realidade é que esse regime se constitui num espaço em
que nem todos os professores que trabalham em determinada escola
estão presentes, pois muitos deles são responsáveis por um maior
número de aulas em outra escola e, por isso, esse regime, para esses
professores, permanece vinculado àquela escola.
Considerações finais
Referências
23 Junqueira&Marin
editores
BRANDÃO, C. R. A pergunta a várias mãos: a experiência da pesquisa no trabalho do
educador. São Paulo: Cortez, 2003.
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editores
EDUCAÇÃO AMBIENTAL SÓCIO-HISTÓRICA COMO
PERSPECTIVA PARA A REFLEXÃO-AÇÃO SOBRE O
TRABALHO PEDAGÓGICO NOS PRIMEIROS ANOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL1
Introdução
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editores
sociedade formar indivíduos que atendam as demandas impostas
por ela. Recai sobre a escola essa responsabilidade, isto é, formar
para atender a lógica do mercado e perpetuar a sociedade de classes,
subordinando o Trabalho ao Capital tendo como elo o Estado político
(MÉSZÁROS, 2006).
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editores
A escola cuja função é o ensino e que reproduz a divisão de classes, já
que desde sua origem como instituição social promove a “distribuição”
desigual do saber, precisa se superar: não pode mais legitimar essa
divisão do saber. Entretanto, como fazê-lo diante da fragmentação do
saber, da divisão de classes e de uma ciência comprometida com os
interesses das classes dominantes? O problema maior é que o processo
de formação inicial de professores não dá conta do aprofundamento
dessas questões e de como esses elementos se manifestam no ambiente
escolar e na sala de aula.
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ligados a pedagogia histórico-crítica, educação ambiental crítica e
da pesquisação. Utilizou-se como referenciais para esse estudo:
Alves (2006), Duarte (2003a e 2003b), Saviani (1991, 2001 e 2005),
Faladori (2000), Loureiro (2007, 2004), Segura (2001), Tozoni-Reis
(2004, 2007 e 2008) e Thiollent (1992). Este momento possibilitou
a apropriação dos instrumentos teóricos e práticos para lidar com
a problemática socioambiental local, bem como com as questões
pedagógicas e com a organização da escola. Foi um momento de
forte diretividade por parte do pesquisador. Houve leitura, produção
de textos, seminários desenvolvidos pelos professores, estudos
em conjunto de forma a possibilitar o aprofundamento teórico
necessário ao desenvolvimento da proposta. Esta fase concluiu com
a elaboração de uma proposta de intervenção na escola.
O processo de estudo
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editores
em que se encontram adeptos da ecologia profunda e os verdes que
entendem como a causa da crise ambiental a ética antropocêntrica, o
desenvolvimento industrial e o crescimento populacional. O anterior
descrito apesar de apresentar potencial para o desenvolvimento da
criticidade do professor e de seus estudantes, não sendo problematizada
na perspectiva social e histórica, perde a oportunidade de uma
compreensão mais profunda da questão socioambiental. Na proposição
dos professores o foco da compreensão está nos efeitos das relações
humanas com o ambiente, nas conseqüências da ação humana sobre
o ambiente, desvinculando-o dos fatores culturais, sociais e históricos
que em síntese são seus determinantes.
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editores
com a Professora de Química dessa instituição realizaram várias coletas
da água do córrego, procederam análises, evidenciado problemas que
chamaram atenção da vigilância sanitária, que apesar de alertados
pela escola do problemas ligados a contaminação, não admitiram
publicamente que a escola foi quem expôs a ocorrência de larvas de
vermes da esquistossomose (Schistosoma sp) no local.
Conclusões
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levar o professor a um nível mais aprimorado, aproximando-o de
sua auto-realização, das possibilidades de formação humana plena e
omnilateral
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MAIA, Jorge Sobral da silva; TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos;
TEIXEIRA, Lucas André . Reflexão-ação-reflexão na escola pública: o trabalho
docente na construção da educação ambiental socio-histórica. In: XV ENDIPE
- Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. 2010: Belo Horizonte -
MG. v. Único.
MÉSZÁROS, István. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2006.
Introdução
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editores
que entende a educação como um elemento de transformação social,
na tentativa de se criar condições para o enfrentamento da degradação
ambiental resultante do modo de produção capitalista.
Procedimentos e Método
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revelando a dificuldade encontrada pelos pesquisadores para conseguir
o envolvimento dos professores da escola pública em pesquisas
educacionais participativas. Os professores geralmente oferecem
certa “resistência” à aproximação da universidade, assim reforçando a
dicotomia entre teoria e prática.
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para sua compreensão e solução (instrumentação) e viabilizar
sua incorporação como elementos integrantes da própria vida dos
alunos (catarse) (SAVIANI, 2005a, p.263).
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editores
embora sejam bastante criativas, nos parece que não contribuem para
a inserção da educação ambiental na escola pela sua incorporação no
currículo escolar. Essas atividades permanecem desconectadas do
conjunto de saberes da educação escolar, sendo organizadas como
“projetos” ou “atividades” pontuais, demonstrando que desconsideram
a produção teórico-metodológica que vem sendo discutida nas
pesquisas que constituem o campo da educação ambiental. As
atividades lúdicas, por exemplo, tem sido tratadas por uma abordagem
descompromissada com a construção e a apropriação dos saberes
ambientais, se caracterizando muito mais como atividades recreativas
do que como atividades educativas; a proposta pedagógica dos projetos,
da forma como apresentada pelos professores entrevistados, esvaziam
seu potencial de sistematização participativa de atividades de estudo
e pesquisa para constituírem-se em ações isoladas das atividades que
tratam dos saberes escolares (TOZONI-REIS; TEIXEIRA; MAIA, 2011).
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editores
portanto, a universalização da educação. Os manuais didáticos,
enquanto instrumentos de simplificação do trabalho do professor,
assumiram papel central nesse processo (ALVES, 2004, p. 173).
Histórico-Crítica
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detectados na prática social” (SAVIANI, 2006, p. 71) dos sujeitos, que
nada mais são que as “ferramentas culturais necessárias à luta que
travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração
em que vivem” (Idem, ibidem, p. 71). Estas ferramentas devem ser
apropriadas de forma que sirvam de instrumentos para a prática social
transformadora dos professores, no sentido aqui discutido. Em meio a
este processo, cria-se a possibilidade de superação da forma prático-
utilitária de perceber a realidade sócio-ambiental ao se conceber
a inserção da educação ambiental no currículo da escola pública
contemporânea com base nos pressupostos histórico e espistemológicos
dos conhecimentos que são produzidos no campo da pesquisa em
educação ambiental.
Conclusão
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editores
determinam a problemática ambiental na sociedade atual, e determina
a organização do trabalho didático na escola pública, inviabilizando a
inserção da educação ambiental no currículo escolar.
Referências
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TOZONI-REIS, M. F. C; TEIXEIRA, L. A; MAIA, J. S. da Silva. As publicações acadêmicas
e a educação ambiental na escola básica. Trabalho Completo, 2011. Anais ANPED
– Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Natal, RN.
Disponível em: http://www.anped.org.br/app/webroot/34reuniao/images/
trabalhos/GT22/GT22-257%20int.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2012.
Introdução
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editores
Ao pensarmos a realidade em suas contradições, compreendemos não
somente a existência de mudanças, mas nos é revelada a possibilidade
de superação histórica. Demo (1987) diz que, para a concepção
dialética, “toda formação social é suficientemente contraditória para
ser historicamente superável” (p.86). Esse pensamento traz para
nossa pesquisa que as questões que se configuram como problema
ou obstáculos à educação, à formação plena dos indivíduos, podem
ser enfrentadas e transformadas através de processos (muita vezes
complexos, sim, mas longe de serem inalcançáveis), assim como foram
uma vez construídos.
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editores
atrelada a conteúdos de ciências, natureza, conservação de ambientes
naturais. Fica ausente a compreensão histórica e complexa da crise
socioambiental, e o enfrentamento da crise se dá apenas através
da mudança de comportamento dos indivíduos na falsa ideia de
que os problemas ambientais são consequência exclusiva de maus
comportamentos dos sujeitos em sua individualidade, sem questionar os
meios de produção material da sociedade organizada pelo capitalismo,
a divisão e desigualdade de classes, o consumo, os valores e as forças
hegemônicas na sociedade atual, etc.
63 Junqueira&Marin
editores
e permanente nos diferentes níveis e modalidades de ensino. O
documento determina também que a EA deve constar dos currículos de
formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas,
sendo necessário que os professores em atividades recebam formação
complementar em suas áreas de atuação (BRASIL, 1999).
65 Junqueira&Marin
editores
Um terceiro e último ponto que levantamos como mais um problema
para a formação dos professores em EA é a sua falta de participação na
organização curricular e seus pressupostos, o que está diretamente ligado
à questão anterior da deterioração de sua intelectualidade. As escolas
sabem que é preciso realizar educação ambiental, mas, de que forma?
Onde e de que maneira ela está nos currículos de cada faixa de ensino,
em cada componente curricular específico? E qual será a participação
dos professores nessas reflexões e tomadas de decisões? Giroux (1997)
enfatiza que os professores devem assumir responsabilidade ativa sobre
o que ensinam, como ensinam e por quais objetivos estão lutando.
Vemos que as condições econômicas e ideológicas silenciam há tanto
tempo a voz dos professores para a organização curricular, que estes já
não se percebem como atores possíveis nesse aspecto.
Considerações finais
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editores
Para a formação de educadores ambientais, há que negarmos a
abordagem técnica inspirada em valores neoliberais, que coloca o
professor muitas vezes como executor de projetos ou mediador de
recursos didáticos pensados de fora da escola, servindo a interesses e
objetivos dos quais os professores não tomam verdadeira consciência.
Uma formação que reforce o hábito do estudo, da reflexão teórica, da
pesquisa, da construção de saberes pedagógicos que se perderam ao
longo da construção histórica do cenário que hoje vemos ter culminado
nos problemas socioambientais que queremos enfrentar com a EA.
Referências
MINAYO, M. C. S. (org). Pesquisa Social – teoria, método e criatividade. 21. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2002.
69 Junqueira&Marin
editores
A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS
CURRÍCULOS ESCOLARES: ANÁLISE INICIAL DO
CONTEXTO DE UM PROCESSO DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
Introdução
71 Junqueira&Marin
editores
Estudos diagnósticos sobre a EA mostram uma crescente expansão dessa
perspectiva de educação nas escolas em todos os estados brasileiros.
As práticas se distribuem em três diretrizes principais: projetos,
disciplinas especiais e inserção da temática ambiental nas disciplinas
(VEIGA et al., 2006). Igualmente, o estudo “O que fazem as escolas que
dizem que fazem Educação Ambiental” traz informações importantes
que caracterizam a EA desenvolvida nas escolas brasileiras. Dentre os
aspectos trazidos pela pesquisa há a identificação dos motivos para se
realizar a EA nas escolas, principalmente: iniciativa de um professor ou
grupo de professores, um problema ambiental na escola ou interesse
dos alunos, isto muito mais do que subsídios de políticas públicas.
Dentre os fatores que contribuem para inserção da EA na escola
os mais citados foram: a presença de professores qualificados com
formação superior e especializados, professores idealistas que atuam
como lideranças e a formação continuada de professores também tem
importante contribuição (TRAJBER; MENDONÇA, 2006). Sendo
assim, fica claro a centralidade do professor para a realização da EA
na escola. Por outro lado, a literatura também indica uma série de
fragilidades nas práticas pedagógicas (GUIMARÃES, 2003; SOUZA,
2010), assim, mesmo havendo a disseminação de práticas de EA, há
uma predominância de ações educativas pontuais e desprovidas de uma
compreensão mais ampla e crítica do que venha a ser. Há ainda muita
confusão conceitual (CUNHA, 2006), o que fortalece a necessidade da
promoção de processos formativos de professores em todos os níveis
de ensino.
73 Junqueira&Marin
editores
O processo de formação dos professores foi estruturado para permitir
a problematização da contribuição das ciências/disciplinas ministradas
pelos professores na formação de seus alunos. Também, para que estes
profissionais possam perceber a limitação que a complexidade da questão
lhes impõe, indicando o imperativo de se trabalhar conjuntamente com
professores das diferentes áreas, mais apropriadamente articulando-se
via projeto político pedagógico.
75 Junqueira&Marin
editores
O curso levou em consideração às experiências anteriores deste
projeto, sobretudo, naquelas realizadas no ano de 2010 por uma
equipe de professores de diferentes departamentos da Faculdade
de Ciências da Unesp-Bauru. As experiências anteriores se
concentravam em processos formativos de professores para
promover a alfabetização científica na escola. Sendo assim, mesmo
havendo certa continuidade, é importante considerar que houve
a modificação de tema e de intencionalidade para a questão
da inserção da EA na escola pela via do currículo escolar e que
procuramos uma maior aproximação com a Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo (SEE-SP). Este outro vínculo institucional
foi buscado, principalmente, para garantir ao professor carga
horária exigida para a progressão funcional e consequentemente sua
participação até o final do processo.
1 De acordo com linha do tempo disponível no site da Secretaria da Educação de São Paulo – São Paulo
Faz Escola. <http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Default.aspx?alias=www.rededosaber.
sp.gov.br/portais/spfe2009>. Acesso em 17 de fev. de 2012.
77 Junqueira&Marin
editores
parceria destacamos a necessidade de se contemplar um discurso
que não expressasse o conflito entre a EA crítica e o currículo vigente,
mas sim de uma aproximação que, na visão deste órgão, contribuísse
para o desenvolvimento do currículo vigente pelos professores. Outra
questão foi contemplar a própria organização dos processos formativos
pela CENP, que é feita por área de conhecimento. Assim, mesmo que
o interesse tivesse sido de envolver professores de todas as disciplinas
(levando em consideração o caráter interdisciplinar da EA), a CENP
indicou que a proposta deveria abranger a área de Ciências da Natureza
e Matemática, o que engloba as disciplinas escolares de Ciências, Física,
Química, Biologia e Matemática. Um projeto que envolvesse as equipes
da CENP das diferentes áreas de conhecimento parecia inviável. Assim,
foi formulado um projeto, levando em consideração o modelo deste
órgão, mas procurando manter espaços para o debate inicialmente
desejado.
79 Junqueira&Marin
editores
Quadro 1. Cronograma do curso realizado
Dia Tema
81 Junqueira&Marin
editores
Todas as atividades exigidas aos professores foram entregues em
registros por escrito. Também foi realizada uma avaliação final escrita.
Tais registros serão objetos de análises futuras e são rapidamente aqui
apontadas.
83 Junqueira&Marin
editores
Os Cadernos do Professor e do Aluno são apostilas que trazem os
conteúdos a serem trabalhados pelo professor junto ao aluno. Ambos os
materiais possuem distribuição de textos, imagens e atividades muito
similares, o que difere é que no caderno do aluno há um espaço para
respostas dos exercícios e no do professor há sugestão de respostas às
questões. Além dos conteúdos, estão indicados os objetivos a serem
alcançados, as habilidades que os alunos precisam desenvolver, a
sequência de tópicos, exercícios, sugestões de atividades práticas, a
forma de avaliação e propostas para recuperação.
85 Junqueira&Marin
editores
Ao refletirmos a aplicação destes conceitos no contexto atual da educação
do estado de São Paulo, principalmente a partir do vivenciado durante
o curso, temos elementos que caracterizam os professores das escolas
públicas como passando por um processo de proletarização, haja vista
que a nova política curricular está sustentada pela subdivisão do trabalho
educativo: deixando nas mãos dos gestores (coordenadores pedagógicos,
supervisores e diretores) a tarefa de formação dos professores e também
da gestão das práticas educativas, no sentido de orientar a melhor
maneira de se desenvolver o currículo em sala de aula e supervisionar
sua realização; aos professores fica a tarefa de aplicar aquele plano
previamente trazido nos cadernos (situações de aprendizagem), de
maneira eficiente a atingir os objetivos previamente apresentados quanto
ao desenvolvimento de habilidades e competências pelos alunos do
Ensino Fundamental II e Ensino médio. O princípio do atual currículo,
tira do professor não só o controle do processo de seleção e planejamento
dos conteúdos, mas também daquele referente à avaliação do processo
de aprendizagem dos alunos, tanto pelos próprios materiais sugerirem a
forma da prática de ensino até a fase de recuperação dos alunos, quanto
pelos mecanismos das avaliações externas.
Considerações Finais
87 Junqueira&Marin
editores
de decidir a partir de argumentos claros e compartilhados se irão
responder positivamente ou não a uma exigência administrativa, se
irão organizar sua prática de acordo com prescrições ou construirão
um trabalho coerente com suas convicções, sabendo das implicações
deste posicionamento político em relação a sua profissão, à escola
e à sociedade. Neste contexto, entendemos que cabe aos processos
formativos viabilizarem espaços para a problematização sobre
estas relações e auxiliarem na compreensão das concepções de
base (pedagógicas, políticas, ideológicas, etc.) que sustentam as
propostas educativas oficiais e mesmo as concepções da própria
prática do professor, isto localizado em relação a um projeto social
mais amplo.
Referências
KONDER, L.O que é dialética? 25. ed. São Paulo: Brasiliense, 1981.
LÖWY, M. Ideologias e Ciência Social. Elementos para uma análise marxista. 7. ed.
São Paulo: Cortez, 1991.
89 Junqueira&Marin
editores
MENDONÇA, S. G. L. Núcleos de Ensino da Unesp: Nova relação universidade/
sociedade. P.13-50. Em: MENDONÇA, S. G. L.; BARBOSA, R. L. L.; VIEIRA, N.
R.(org.) Núcleos de Ensino da Unesp: memórias e trajetórias. São Paulo:
Cultura Acadêmica : Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Graduação,
2010.
TRAJBER, R.; MENDONÇA, P. R. (orgs.) O que fazem as escolas que dizem que
fazem educação ambiental. Brasília: MEC/Secad, 2006.
91 Junqueira&Marin
editores
AMBIENTALIZAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO
SUPERIOR: PROBLEMATIZANDO A FORMAÇÃO DE
EDUCADORES AMBIENTAIS
Introdução
1 Aqui nos referimos ao gênero humano, sem fazer qualquer tipo de distinção entre homens e
mulheres.
93 Junqueira&Marin
editores
ela, levando o homem moderno e ocidental a acreditar que toda
natureza poderia ser submetida ao seu domínio e todos os “recursos”
poderiam ser extraídos sem consequências para ele e para a natureza.
O vínculo intercambial entre o homem e seu meio natural, através
dos tempos - o que significa, pela história das decisões humanas com
relação à organização da vida -, veio se deteriorando, acarretando em
uma ruptura nos sistema de trocas materiais, “... Com efeito, a natureza
torna-se um puro objeto para o homem, uma coisa útil. Não é mais
reconhecida como uma potência” (MARX, apud LÖWI, 2005, p. 28).
95 Junqueira&Marin
editores
da Universidade. Essas atividades-fins da instituição universitária são,
na prática, diferentemente valorizadas, não se tratando de simples
preferência, mas da existência de relações de poder: o exercício da
ciência, pela pesquisa, é considerado superior ao ensino e mais
ainda em relação à extensão. Assim, a prática pedagógica, o ensino, é
tida como um conhecimento inferior àquele teórico que lhe dá base,
conhecimento produzido por meio da pesquisa (CUNHA, 1998). Além
disso, dada a desvalorização da extensão, entre muitas outras questões
(que não nos cabe discutir neste momento), o conhecimento produzido
na Universidade fica, muitas vezes, restrito à comunidade acadêmica,
distante da comunidade, inclusive a mais próxima, de seu entorno,
denotando a sua disfunção social.
97 Junqueira&Marin
editores
além dos números e dos depoimentos -, da EA nas instituições
de ensino. Muitos obstáculos estão colocados e, com base nestas
concepções, buscamos a sua superação.
99 Junqueira&Marin
editores
Outra observação relevante para compreendermos a presença
da Educação Ambiental na escola baseia-se nas investigações
realizadas em todo país no Ensino Fundamental por Veiga,
Amorim e Blanco (2005) que constatam que, quando é observada,
esta inserção centra-se em três aspectos principalmente: projetos,
disciplinas especiais e conteúdos ambientais nas disciplinas, de um
modo geral, pouco inseridos formalmente no currículo. A forma
como a Educação Ambiental vem sendo abordada na escola, um
projeto secundário ou limitando-se a disciplinas específicas, não
pode ser, obviamente, entendida como responsabilidade apenas dos
professores ou mesmo da escola isoladamente, afinal são múltiplas
as determinações que configuram esta questão. Aliás, grande parte
do mérito da inserção da educação ambiental na escola pode ser
atribuído aos professores, o que lhes confere grande importância
em todo este cenário.
5 Nos trabalhos publicados pela REDE ACES, estes diferentes âmbitos da vida Universitária são
assim nomeados: “Planes de Estudio (P), Materia (M), Normas (N), Dinámica Institucional (D),
Investigación (I), Extensión (E)” (JUNYENT, GELI, ARBAT, 2002, p. 09).
101 Junqueira&Marin
editores
órgãos que centralizam e/ou coordenam ações de EA, há carência em
Políticas Públicas que facilitem a inserção da Educação Ambiental
neste nível de ensino. O estudo aponta ainda que a própria estrutura
universitária é uma das maiores dificuldades para a implementação
da EA: “departamentalização [e conseqüente burocratização],
fragmentação, hierarquização, hiperespecialização e desarticulação de
conhecimentos” (IDEM, p. 27).
103 Junqueira&Marin
editores
3. Ordem disciplinar: flexibilidade e permeabilidade; observada
também de acordo com a possibilidade de abertura ao diálogo
dos docentes responsáveis pelas disciplinas, postura de reflexão
crítica em relação aos processos de formação e processos de
mudanças;
105 Junqueira&Marin
editores
Considerações finais
Referências
AMORIM, A.C.R; JUNIOR, W.M.O; PRADO, G.V.T.P; MONTEIRO, A.F.M; BRÍGITTE, A.P;
CAMARGO, T.S. Diagnóstico e intervenções sobre ambientalização curricular
nos cursos de licenciatura em Biologia e Geografia in: GELI, A. M.; JUNYENT, M.;
SÁNCHEZ, S. (Orgs.) Ambientalización Curricular de los estudios superiores 3. Girona (Esp):
Diversitas, p. 93-129, 2003.
KONDER, L. O que é dialética. 18ª Ed., São Paulo: Ed. Brasiliense, 1998.
107 Junqueira&Marin
editores
LOUREIRO, C. F. B.; COSSÍO, M. F. B. Um olhar sobre a educação ambiental nas escolas:
considerações iniciais sobre os resultados do projeto “O que fazem as escolas que
dizem que fazem educação ambiental” in TRAJBER, R.; MELLO, S. S. Vamos
cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Brasília:
MEC, Coord. Geral Educação Ambiental: Min. Meio Ambiente, Dep. Educação
Ambiental: UNESCO, 2007.
SAVIANI, D. Escola e Democracia, 33ª Ed., Campinas – SP: Autores Associados, 2000.
TRAJBER, R.; MENDONÇA, P. R. (orgs.) O que fazem as escolas que dizem que
fazem educação ambiental. Brasília: MEC/SECAD, 2006.
Introdução
111 Junqueira&Marin
editores
estrutura jurídica internacional, tem sido o de que os princípios do
direito internacional são comuns à toda humanidade e não aos Estados.
Independentemente da análise feita a cada uma dessas normas,
em nosso entendimento esse é mais um instrumento de repressão
e aumento de controle em função da maior abrangência do mercado
capitalista em esfera mundial.
113 Junqueira&Marin
editores
Então, se os seres humanos necessitam de um processo de humanização,
de formação humana, a educação tem como objetivo realizar essa
tarefa. Assim, o processo educativo, ao mesmo tempo em que constrói
o ser humano como humano, constrói também a realidade na qual
ele se objetiva como humano. Se nós, seres humanos, não trazemos,
ao nascer, os instrumentos necessários para compreender as leis da
natureza e da cultura, e não temos condições para que isso aconteça
“naturalmente”, o processo de formação do ser humano tem que ser
intencionalmente dirigido.
115 Junqueira&Marin
editores
mandatos do Presidente Lula e no primeiro mandato da Presidente
Dilma -, caracterizam-se pela continuidade teórica e política dos
governos desde o final da ditadura. A reforma do Estado, que teve
início nos primeiros anos da década de noventa (séc. XX), implicou
na gradual e contínua redução da responsabilidade do Estado com os
direitos sociais, com o bem estar da população. Assim, foram concebidas
políticas para a educação marcadas pela flexibilização destes direitos e
a flexibilização da responsabilidade do poder público. Se no início da
organização do sistema nacional de ensino no Brasil o grande embate
era entre a escola pública e a escola privada, entre a Igreja e o Estado,
a análise do funcionamento do sistema nacional de ensino hoje está
centrada na qualidade da escola pública.
117 Junqueira&Marin
editores
As lições da história que nos ajudam a compreender a escola pública
no Brasil, portanto, nos permitem afirmar que a crise de qualidade na
escola pública hoje é parte constituinte das políticas públicas para a
educação originárias em projetos de sociedade que muito se distanciam
dos projetos de sociedades ecologicamente equilibradas e socialmente
justas, de sociedades sustentáveis, defendidos pela EA crítica.
119 Junqueira&Marin
editores
politização dos debates. Isso se expressa pela tomada do Tratado de EA
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, documento
aprovado no Fórum Global, durante a Rio/92, como principal referência.
Conclusão
121 Junqueira&Marin
editores
educação no Brasil hoje: o projeto liberal (ou neoliberal), o projeto do
“desenvolvimentismo conservador”, e o projeto do “desenvolvimento
econômico nacional e popular”. O projeto liberal, como vimos – em sua
versão mais contemporânea, o neoliberalismo – tornou-se hegemônico
assimilando e combatendo teses do projeto mais conservador. O projeto
do desenvolvimento popular surgiu no final da ditadura, cresceu nos
anos 80, consolidou-se nos anos 90 e, teria chegado ao poder pela
eleição do Presidente Lula, nos primeiros anos do século XXI, se as
expectativas de parte de seus defensores tivessem sido cumpridas.
Referências
ARIÉS, P. História social da criança e da família. Trad. Dora Flaksman. 2.ed. Rio
de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981.
123 Junqueira&Marin
editores
MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos. Edições 70. 1993.
RIBEIRO, M.L.S. Educação Escolar: que prática é essa? Campinas: Autores Associados,
2001. (Coleção polêmicas do nosso tempo)
Introdução
125 Junqueira&Marin
editores
no Fórum Global 92, promovido pelas entidades da sociedade civil, em
evento que ocorreu paralelamente à CNUMAD.
127 Junqueira&Marin
editores
Os dados preliminares desse levantamento, publicados no “Panorama
da Educação Ambiental no Ensino Fundamental”, em 2001, ao
incluírem o Estado de São Paulo, indicaram para a SEE/SP que, a
despeito da oferta de grande número de projetos ambientais às escolas,
apoiados por materiais pedagógicos e formação de professores, ainda
havia necessidade de promover políticas públicas mais efetivas para
ampliar e consolidar a formação de técnicos, funcionários e professores
neste segmento. Diante dessa constatação surgiu a necessidade de
elaborar um programa da Secretaria de forma a promover a formação
de professores em educação ambiental, para atender as diretrizes
existentes em Lei específica para essa temática e as orientações
educacionais existentes nos documentos nacionais do MEC (GARDEL,
2009).
região
Metodologia
129 Junqueira&Marin
editores
- Revelar as dificuldades e facilidades encontradas pelos educadores
para a implantação da Agenda 21 Escolar; os fatores limitantes que
impedem o desenvolvimento de propostas como esta, assim como
aqueles que facilitam.
De acordo com esses dados, podemos inferir que quase 70% das escolas
levaram em torno de 4 a 5 anos para dar início ao processo de implantação
de suas Agendas. Esse processo de implantação, tão diverso no que diz
respeito à demora na implantação, tem diferentes causas.
Outro fator relevante, de acordo com a PCOP, é que 90% das escolas da
DERO participaram da III CNIJMA, realizada em 2008, desenvolvendo
atividades, selecionando trabalhos dos alunos, escolhendo delegados
representantes, etc. No entanto, apesar desta participação significativa
das escolas na III CNIJMA, e também em outras edições, os professores
da DERO não receberam nenhuma capacitação ou participaram de
seminários de formação que os apresentasse o documento “Formando
COM-VIDA: Construindo Agenda 21 na Escola”.
131 Junqueira&Marin
editores
políticas de educação, com outras propostas curriculares ou ainda
com outras políticas de EA.
133 Junqueira&Marin
editores
De acordo com Vieitez (2007), professores, funcionários e pais
encontram-se sufocados pela questão primária da sobrevivência,
restando-lhes pouco tempo, energia física e disposição psíquica para se
dedicarem à participação na gestão da escola. Além disso, ainda segundo
o autor, a precarização do mercado de trabalho, a crise ideológica do
movimento democrático popular e a ampla disseminação midiática do
pensamento único neoliberal vêm cevando os valores de concorrência
e do individualismo em detrimento dos valores da cooperação, o que
já se pode observar nas coletividades escolares com o afloramento de
um individualismo inusitadamente generalizado (KURZ, 2005 apud
VIEITEZ, 2007, p.32).
135 Junqueira&Marin
editores
que precisamos enfrentar, diante das dificuldades apontadas pelos
professores neste estudo, é da ambiguidade existente entre a retórica da
autonomia (seja da escola para elaborar projetos, seja do professor para
autogerir seu plano ou do aluno para construir o conhecimento) e a
excessiva padronização de métodos, de referenciais teóricos “sugeridos”
ao professor, traduzindo-se em orientações para “capacitação”.
Conclusão
137 Junqueira&Marin
editores
mais especificamente, no caso da implantação da proposta da Agenda
21 Escolar, sobre políticas públicas de EA. Como elas se relacionam?
De que forma as políticas públicas em educação incorporam (ou
não) a necessidade de se trabalhar EA nas escolas? Como ela está
incorporada ao currículo? E como as políticas públicas em EA tratam
de sua inserção nas escolas? Existe diálogo ou até mesmo parcerias nas
diferentes instâncias do poder oficial (federal, estadual e municipal)
para implantação de propostas como a Agenda 21 nas escolas?
Referências
VIEITEZ, C.G. A gestão democrática da escola. In: VIEITEZ, C.G.; BARONE, R.E.M.
(orgs.). Educação e políticas públicas: tópicos para o debate. Araraquara, SP:
Junqueira&Marin, 2007.
139 Junqueira&Marin
editores
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESPAÇO DA POLÍTICA
PÚBLICA BRASILEIRA
Introdução
141 Junqueira&Marin
editores
relação professor-aluno, todos os tipos de preconceitos e estratificação
social. Essas ações e reflexões sobre suas problemáticas podem e devem
promover transformações nos modos de pensar e atuar dos sujeitos
envolvidos (VIGOTSKI, 2001).
Sob esta perspectiva, cultura e natureza não são encaradas como opostas,
assim como o caos e a contradição não são enfrentados como problemas,
mas como fatores constitutivos da realidade complexa. Esta concepção
abarca não só o movimento da realidade e sua contraditoriedade, mas
também os homens e as relações desempenhadas entre eles, rompendo
com a fragmentação entre sujeito e objeto, e dando conta de um universo
desdenhado pela ciência positivista (KONDER, 1988).
143 Junqueira&Marin
editores
Assim, tratar a problemática ambiental atual significa tratar a questão
social que deu origem a este estado de coisas, sendo consequência,
mas também determinando as relações estabelecidas em sociedade.
As propostas de educação ambiental devem então propiciar, como
alternativa aos processos educativos já estabelecidos, a necessária
instrumentalização dos sujeitos para compreender a realidade
complexa, as relações de produção e reprodução da vida, sob a lógica
do capital, para a participação cidadã, em busca de uma sociedade mais
justa e sustentável.
145 Junqueira&Marin
editores
escolar, em todo o país, que posteriormente, constitui a Coordenadoria
de Educação Ambiental – COEA. Ela é inserida na Secretaria de
Ensino Fundamental do MEC e desenvolve os Parâmetros Curriculares
Nacionais - PCN, no que se refere ao tema transversal ‘meio ambiente’.
147 Junqueira&Marin
editores
escolas e comunidades, nas atividades de pesquisa, planejamento e
implementação de projetos e ações. (BRASIL, 2007, p.6)
149 Junqueira&Marin
editores
e estética da educação ambiental. Este objetivo, no contexto da
educação escolar atual, especialmente da escola pública, é fundamental
e se alcança uma postura bastante reflexiva e investigativa do que
cada escola, enquanto uma obra única e ‘irrepetível’, poderia estar
anunciando, quando se pretende uma EA no sentido da transformação.
A formação continuada de professores e alunos e o surgimento de novas
lideranças ambientalistas nas escolas só se fazem quando cada escola
e sua comunidade mergulharem e refletirem suas questões, limites e
possibilidades como temas ambientais.
151 Junqueira&Marin
editores
quarto nível formado pelos Educandos, que representam os diferentes
atores da sociedade, especialmente os que atuam em contextos
populares e comunitários em prol da melhoria da qualidade da vida
e do meio ambiente.
Referências
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1991.
153 Junqueira&Marin
editores
BRASIL. ProFEA. Programa Nacional de Formação de Educadores Ambientais: por um
Brasil educado e educando ambientalmente para a sustentabilidade. MMA/DEA-
MEC/CGEA. Série: Documentos Técnicos, 8. Brasília, 2006b.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1974/13 ed.,
1983.
HÖFLING, E.M. Estado e políticas sociais. In: Cadernos Cedes, 55, 2001.p.30-41.
SANTOS, B.S. O Fim das Descobertas Imperiais. Fórum Social Mundial Biblioteca das
Alternativas Publicado em Notícias do Milénio. Edição Especial do Diário de
Notícias, 8 de Julho de 1999.
155 Junqueira&Marin
editores
VIGOTSKI, L. S. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
157 Junqueira&Marin
editores
Ciências com ênfase em Educação Ambiental e Biologia Geral, atuando
nos seguintes temas: Educação Ambiental, Formação de professores,
Ecologia e ambiente.
159 Junqueira&Marin
editores
Universidade do Sagrado Coração em Bauru/SP. Tem experiência na
área de Farmacologia Geral e Veterinária. Atua na área Educacional
curso Pedagogia (Ministra as seguintes disciplinas: Ambientes
Educativos e Práticas Interdisciplinares, Gestão Escolar, Biologia
Educacional, Introdução à Fonoaudiologia, Tópicos Contemporâneos,
Fundamentos e Metodologia do Ensino de Ciências, Metodologia
Científica, Acompanhamentos a Elaboração de Projetos). Coordena
os projetos PIBID e PIBIC Ensino Médio na Universidade do Sagrado
Coração em Bauru/SP, orienta Monografias de Conclusão de Curso e de
Extensão (graduação). É organizadora de vários eventos na faculdade
(Semana Universitária e Seminários Científicos). Membro do Grupo de
Pesquisa em Educação Ambiental GPEA, UNESP, Bauru/SP.
Nadja Janke
161 Junqueira&Marin
editores
como Consultora em Meio Ambiente, realizando levantamentos de flora
e fauna, para Licenciamentos Ambientais.
Letícia do Prado
163 Junqueira&Marin
editores
Junqueira&Marin
Editores