Professional Documents
Culture Documents
net
João Alberto Teixeira
Curitiba
2016
Todos os direitos reservados:
Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais (LEI nº. 5.988, 14/12/1973), é proibida a reprodução total ou parcial, bem como
a produção de apostilas a partir dessa obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de
processos xerográficos, de fotocópias e de gravações – sem permissão por escrito, dos Autores. Além das sanções penais no código de
Propriedade Industrial (Lei nº. 6.895, 17/12/1998), combinado com os artigos 184 e 186 do código Penal Brasileiro.
www.holdingfamiliar.net
Sumário:
Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------- 05
Contatos ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 20
É importante lembrar que uma empresa, cuja propriedade é dividida entre uma ou
mais partes, só terá sucesso na medida em que os detentores destes direitos tenham
interesses comuns, caso contrário afetará a vida da empresa, que por sua vez entrará em
um processo de paralisia e autodestruição.
www.holdingfamiliar.net
Razões para Formar uma Holding
A criação de uma holding pode ser interessante, principalmente, para o aspecto fiscal
e/ou societário, sendo esses um dos principais objetivos na criação de empresas desse
tipo. No aspecto fiscal, os empresários podem estar interessados em uma redução da carga
tributária, planejamento sucessório, retorno de capital sob a forma de lucros e dividendos
sem tributação.
Já sob o aspecto societário, os objetivos podem ser descritos como, crescimento do grupo,
planejamento e controle, administração de todos os investimentos, aumento de vendas e
gerenciamento de interesses societários internos.
Para que uma empresa se torne uma holding, esta deverá receber bens ou direitos
para formar o seu capital, e esta integralização poderá ocorrer de duas formas, ou seja,
sócio pessoa física e/ou sócio pessoa jurídica.
A holding visa solucionar problemas de sucessão administrativa, treinando
sucessores, como também profissionais de empresa, para alcançar cargos de direção. A
visão dela é generalista, contrapondo-se à visão de especialista da operadora, possibilitan-
do experiências mais profundas.
A holding objetiva solucionar problemas referentes à herança, substituindo em parte
declarações testamentárias, podendo indicar especificamente os sucessores da sociedade,
sem atrito ou litígios judiciais. Vemos no Novo Código Civil tempestades que virão. A visão
da holding é fundamental nesses casos. Tendo maior facilidade de administração, exerce a
Holding maior controle pelo menor custo.
www.holdingfamiliar.net
Definições de holding
As holdings surgiram no Brasil em 1976 com a Lei n°6.404, a lei das Sociedades
Anônimas. A terminologia utilizada vem do inglês to hold, significando segurar, controlar,
manter. No caso das sociedades holdings, denota uma sociedade que, geralmente, visa a
participar de outras sociedades, através da detenção de quotas ou ações em seu capital
social, de uma forma que possa controlá-las, sendo este o domínio de uma sociedade sobre
a outra. Fábio Konder Comparato (2008, p.29) definiu semanticamente o controle: “A pala-
vra ‘controle’ passou a significar, corretamente, não só vigilância, verificação, como ato ou
poder de dominar, regular, guiar ou restringir”.
Ao exercer o controle, a holding está no comando de uma outra empresa. Desta
forma, é considerada holding aquela sociedade que possui como uma das suas atividades
constantes no objeto social participar de outras sociedades como sócia ou acionista, ao
invés de exercer uma atividade produtiva ou comercial. Com esta participação acaba por
controlar a outra sociedade pelo volume de quotas ou ações detidas.
A doutrina define a holding como: As holdings são sociedades não operaciona-
is que tem seu patrimônio composto de ações de outras companhias. São constituídas
ou para o exercício do poder de controle ou para a participação relevante em outras
companhias, visando nesse caso, constituir a coligação. Em geral, essas sociedades de
participação acionária não praticam operações comerciais, mas apenas a administração de
seu patrimônio. Quando exerce o controle, a holding tem uma relação de dominação com
as suas controladas, que serão suas subsidiárias. (CARVALHOSA, 2009, 14)
De uma forma geral, a holding é classificada pela doutrina em duas modalidades: a
pura, que seria aquela sociedade que tem por objeto social apenas a participação no capital
de outras sociedades, sendo então apenas uma controladora, possuindo maior facilidade
inclusive para alteração de endereço da sua sede; e a outra modalidade prevista é a mista,
que além de ter por objeto participação em outras empresas, prevê a exploração de outras
atividades empresariais, contribuindo também com bens ou serviços.
Além da pura e da mista, são indicadas outras classificações como: holding adminis-
trativa, holding de participação, holding familiar. Não há uma previsão legal destas classifi-
cações especificamente, entretanto pode-se verificar na legislação própria das Sociedades
Anônimas considerações acerca da constituição de uma holding, como é o caso do artigo
2°, § 3º da lei 6.404/76 que preceitua: “A companhia pode ter por objeto participar de outras
sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de
realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.”
Ainda na lei das S/A, encontra-se tratamento jurídico complementar às holdings. Em
seu artigo 243, § 2°, ao abordar as sociedades coligadas, controladoras e controladas,
verifica-se uma contemplação também às holdings: Art. 243, § 2°- Considera-se contro-
lada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é
titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
www.holdingfamiliar.net
com os outros. Quando não existe esse ânimo, a sociedade não se constitui ou deve ser
dissolvida”. A opção pela constituição da holding familiar na forma de sociedade limitada
de pessoas pode favorecer aqueles que desejam impedir o ingresso de terceiros estranhos
ao quadro societário, mantendo apenas membros da família como sócios. Sendo este o
objetivo da família, a limitada permite atingi-lo, diferente da anônima: “Ao contrario do que
se verifica na sociedade anônima típica, em muitas limitadas os sócios se conhecem desde
antes da constituição da sociedade, e não raro são amigos ou parentes, frequentam-se”.
(COELHO, 2008, p. 359).
A sociedade anônima é uma sociedade de capitais. Nela o que importa é a agluti-
nação de capitais, e não a pessoa dos acionistas, inexistindo o chamado intuito personae.
A entrada de estranhos ao quadro social independe da anuência dos demais sócios.
Diferente da sociedade limitada, que é regida por um contrato social, este tipo societário
é regido por um estatuto social. As sociedades anônimas destinam-se, principalmente, a
grandes empreendimentos. Sua forma de constituição é aquela na qual o capital social está
dividido em ações, constituindo estas na contribuição que os sócios – acionistas – dão para
o desenvolvimento da atividade econômica da sociedade. É um investimento para o aprimo-
ramento e organização da sociedade, prevendo a obtenção de lucros, já que os acionistas
não possuem interesse na empresa em si, mas nos seus resultados econômicos. Nas so-
ciedades anônimas as ações, em regra, podem ser livremente cedidas, gerando assim uma
constante mudança no quadro de acionistas. Entretanto, poderá o estatuto trazer restrições
à cessão, desde que não impeça jamais a negociação. A responsabilidade do acionista é
limitada apenas ao preço das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa dizer que uma
vez integralizada a ação, o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional,
nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da com-
panhia.
[…] o preço da emissão da ação é o máximo que o acionista pode vir a perder, caso
a empresa explorada pela sociedade anônima não se revele frutífera, e tenha esta falência
decretada. Como a sociedade anônima é uma pessoa jurídica – e, assim, suas obrigações
e direitos não se confundem com os dos seus membros -, os acionistas, em princípio, não
se responsabilizam pelas dívidas da companhia. Respondem, contudo, pelo que se com-
prometeram com o empreendimento, ou seja, pelo preço de emissão das ações. (COELHO,
2008, p.65)
Verifica-se desta forma uma diferença substancial entre estes dois tipos societários: a
limitada e a anônima, devendo a escolha ser feita, a depender dos fins objetivados quando
da constituição da holding. A opção da grande maioria das holdings familiares acaba por
ser pela limitada, por ter uma maior segurança nos sócios em relação a um quadro soci-
etário fechado – já que este é o objetivo da constituição desta sociedade – e não aberto,
como esta passível de ocorrer na sociedade anônima. O intuito personae da familiar é a
grande questão na sua constituição, por isso a escolha, na grande maioria das vezes, por
uma sociedade de pessoas.
Existe uma variedade de formas de holdings, seja quanto ao tipo societário, seja
quanto ao tipo organizacional. Cada tipo apresenta vantagens e desvantagens, dependen-
do dos objetivos que o acionista tenha em vista. A holding tipo S/A aberta é pouco usual
devido ao grau de exposição, mas pode ser indicada no caso de captação de recursos de
terceiros através da venda de ações.
O tipo societário da holding deve ser escolhido diante da sua posição no mapa so-
cietário. As holdings setoriais podem ser S/As abertas ou fechadas e mesmo comerciais
Ltdas. As holdings familiares, conforme sua vocação, podem ser comerciais Ltdas. ou So-
ciedades Simples (Ltdas.).
As holdings pessoais devem ser sempre Sociedades Simples Ltdas., pois essa é
a resposta urídica à pessoa física, por causa da similaridade dos atos de ambas serem
civis. A holding patrimonial será indubitavelmente S/S Ltda., pois aí é que está a defesa do
patrimônio que se objetiva. As classificações seguintes são estabelecidas somente para
fins explicativos. Cada uma visa a um objetivo. É lógico que não propomos uma empresa
para cada objetivo, mas sim agrupá-las conforme suas compatibilidades.
O método gradativo de formação e planejamento de holdings é o de desmembra-
mento no sentido horizontal e o de conferência de bens acima da holding administrativa.
Começando no plano estrutural, podemos classificar diversos tipos de holding.
Holding pura
Conceito norte-americano e europeu, entre outros. Inócua, como já comentamos,
diante de nossa legislação tributária. Só utilizada em situação emergencial, casos in extre-
mis. Usa receitas não tributadas para pagar despesas dedutíveis, o que demonstra, para o
nosso caso, falta de bom-senso.
Holding mista
Agrega a necessidade da holding pura, com a convivência de serviços que geram
receitas tributáveis para despesas dedutíveis.
Holding de controle
Uma forma de assegurar o controle societário de empresas, como também de não
perder o controle do próprio negócio pela dificuldade de um consenso rápido nos condomí-
nios, parcerias ou regimes de casamento.
www.holdingfamiliar.net
Holding de participação
Quando a participação é minoritária, mas há interesse por questões pessoais de se
continuar em sociedade. Historicamente, foi usada para ter participação de 5% nos capitais
de grandes empresas internacionais. No Brasil, no princípio do século XX, foi utilizada por
alguns com o mesmo fim. É mais tranquilo deixar que profissionais altamente qualificados
administrem e nós recebemos os lucros não tributados em nossa holding.
Holding principal
Denominação antiga, quando a holding era vista como cabeça do grupo. Às vezes,
como simples figura decorativa, onerosa. É também chamada de Holding de gaveta, sem-
pre perniciosa e desgastante ao grupo.
Holding administrativa
Visão atualizada para a função de administração profissionalizada das operadoras.
Holding setorial
Agrupa as diversas empresas por seus objetivos, tais como industriais, comerciais,
rurais, financeiros etc. É encabeçada por uma empresa especializada naquele setor.
Holding familiar
Visa separar os grupos familiares, simplificando o topo administrativo das operadoras.
Evita que conflitos naturais de um grupo interfiram nos demais e, principalmente, castiguem
a operadora. Evita que um expressivo número de quotistas fique brigando e depredando a
empresa.
Holding derivada
(Holding & nega) Surge pelo aproveitamento de uma empresa já existente transfor-
mada em holding. Situação financeiramente econômica e vantajosa quando a empresa
aproveitada já é detentora de bens imóveis relevantes, muitas vezes é a Empresa-mãe que
deve ser a transformada.
Holding cindida
Precipitadamente usada para dirimir separações passionais.
Holding incorporada
Outro fator de complicação. Aumenta a necessidade de controlar. Reúne culturas de
cima a baixo díspares.
Holding fusionada
Deveria ser mais estudada e só usada em parceria de negócios. Assim mesmo, há
soluções mais simples.
Holding isolada
Só entra na constelação do grupo por necessidade de negociações ou entrada de
sócios externos.
Holding em cadeia
No caso de menor investimento em decorrência de subscrições ou simplicidade no
investimento.
www.holdingfamiliar.net
Holding em estrela
Surge na medida em que o histórico familiar vai se desenvolvendo ou da diversifi-
cação do grupo que vai acontecendo.
Holding em pirâmide
Visa ao desenvolvimento empresarial ou familiar.
Holding aberta
(S/As abertas). Para captação de investimentos de terceiros ou globalização, quando
esta exige.
Holding fechada
(S/As fechadas, Ltdas. etc.). Mais usada porque regula o ingresso de sócios. A S/A
fechada tende a desaparecer porque é semelhante à Ltda., que é mais simples de se lidar.
Holding nacional
Domicílio no Brasil.
Holding internacional
Domicílio no exterior.
Fonte: Holding . 4. ed. rev. e atual. Autores: Edna Pires Lodi, João Bosco Lodi – São Paulo:
Cengage Learning, 2011
www.holdingfamiliar.net
ser uma empresa do Simples Nacional quando seu objeto social ser restrito a compra e
venda de imóveis. Todavia essa opção não é viável pois essa empresa com o objeto social
de compra e venda somente, não poderá auferir renda oriundas de aluguéis. A vedação
para empresas do Simples Nacional que tem no objeto social a atividade de locação de
bens encontra espeque legal na Lei Complementar 123/2006, artigo 17, incisos XIV e XV.
Feita esta consideração é importante mencionar que a Administradora de Bens
Imóveis Próprios poderá ser tributada pelo regime do lucro real, arbitrado ou lucro
presumido. Desde é importante salientar que o regime tributário pertinente para este tipo de
empresa é o Lucro Presumido.
Curso online
Holding Familiar e Holding Patrimonial - Completo
Curso online
Holding Familiar - Planejamento Sucessório Para Empresas
Familiares
www.holdingfamiliar.net
Curso online
Holding Patrimonial - Sucessão, Planejamento Tributário E
Proteção
Confira alguns dos lugares em que o Grupo Portal de Auditaria, juntamente com o
Professor João Alberto Teixeira oferece o curso presencial sobre Holding Familiar & Proteção
Patrimonial.
Para informações referentes a datas, valores ou para esclarecer dúvidas, favor entrar em contato.
Edilson Cordeiro
edilson@portaldeauditoria.com.br
Francisco Teixeira
francisco@portaldeauditoria.com.br
www.holdingfamiliar.net
Como formar uma holding familiar
CONTRATO SOCIAL DE CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA
LIMITADA
1
CLÁUSULA 1ª – DA DENOMINAÇÃO SOCIAL
2.1: - A sociedade tem sua sede e foro nesta cidade de Tupã, Estado de
São Paulo, na Rua, podendo abrir, manter e encerrar sucursais ou filiais em qualquer
ponto do território nacional, e ainda constituir, adquirir ou participar de outras
sociedades, observadas as disposições legais deste instrumento.
Pedro %
Filho 1 %
Filho 2
2
4.2: - O Capital Social é totalmente integralizado no valor de R$ xxxxxxx
(xxxxxxxx), sendo R$ yyy (yyy) integralizado em moeda corrente do país; R$ zzz (zzz)
formado pelos imóveis, transferidos pelo doador e usufrutuário PEDRO, a seguir
descritos:
2) ...
4.6: - Nos termos do art. 132 do decreto 3.000/99, combinado com o art.
23 da lei 9.249/95, a transferência dos bens pelo doador e usufrutuário PEDRO, para a
integralização do capital social, ocorre pelo valor constante da Declaração de Bens e
Direitos integrante da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física – Exercício
2012, não gerando ganho de capital.
3
4.10: - O doador e usufrutuário PEDRO integraliza R$ xxxx (xxx),
mediante moeda corrente do país e entrega de bens imóveis, para formação do capital
social, anteriormente descrito, e faz neste ato doações aos seus 02 (dois) filhos das
quotas acima, gravadas com incomunicabilidade, inalienabilidade e
impenhorabilidade, tanto as quotas doadas como os seus respectivos frutos. As
quotas doadas aos sócios donatários ficam sujeitas às condições acima expressas com a
reserva de usufruto para o doador e a sua esposa, inclusive dos frutos vindouros.
4.16: - É vedado aos sócios caucionar ou dar suas quotas em garantia, seja
a que título for.
4
CLÁUSULA 5ª – DO PRAZO DE DURAÇÃO
5.1: - O prazo de duração da sociedade será por tempo indeterminado,
extinguindo-se por vontade unânime dos sócios e nos casos previstos em Lei.
CLÁUSULA 7ª – DO PRÓ-LABORE
5
justificada como mecanismo de retribuição a cada sócio que colaborou com seu trabalho
pessoal para a formação do resultado auferido pela sociedade, independente de eventual
pagamento de “PRÓ-LABORE”.
9.2: - É vedado aos sócios caucionar ou dar suas quotas em garantia, seja
a que título for.
6
todos os sócios comparecerem ou forem comunicados na forma acima, para estarem
cientes do local, data, hora e ordem do dia.
7
remanescente pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, como faculta o inciso IV
do artigo 1.033 da lei 10.406/2002.
11.2: - Fica eleito o foro desta comarca para qualquer ação fundada neste
contrato, renunciando-se a qualquer outro por muito especial que seja.
SÓCIOS
PEDRO
FILHO 1
REPRESENTANTES: PEDRO e MARIA
FILHO 2
REPRESENTANTES: PEDRO e MARIA
DOADORES E USUFRUTUÁRIOS
PEDRO
OUTORGANTE: MARIA