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A RECONSTRUÇÃO DO SANTO TEMPLO - Subsídio à Lição nº 05

Leitura Bíblica em Classe: Ez 43.1-9

Introdução

“Dentro dos eventos escatológicos, a reconstrução do Templo dos judeus em Jerusalém terá um
papel extremamente importante, visto que a Mesquita de Omar está situada onde se supõe ser o
exato local do antigo Templo judaico. Nos dias de Cristo, era impensável a destruição do
Templo de Herodes porque sua fortificação e suntuosidade eram bem conhecidas. Da mesma
forma ocorre hoje – é impossível para os palestinos ceder o terreno, onde está a Mesquita de
Omar para os Israelitas. No ano 70 d.C., Tito, um general romano destruiu o santuário em
Jerusalém, retirando dos judeus o que eles tinham por certo da fé. Em virtude do impasse entre
palestinos e israelenses, cremos que o Templo em Jerusalém só poderá ser reconstruído
quando o Anticristo, com o poder de Satanás, assegurar, por um período determinado, a paz
entre os filhos de Ismael e os filhos de Abraão, como também o uso do terreno sagrado pelos
judeus” (Revista Ensinador Cristão).

I – O QUE É O SANTO TEMPLO

O lugar escolhido por Deus foi Jerusalém, a antiga Jebus, que foi a última localidade
conquistada pelos israelitas na Terra Prometida. Cidade dotada de fortalezas e de topografia
privilegiada e que favorecia a defesa, Jerusalém foi tomada somente por Davi, quando este,
inclusive, já reinava sobre Israel (II Sm.5:6-9). Davi transferiu a capital do país para lá e para lá
levou o tabernáculo (II Sm.6), tendo, por fim, comprado a eira de Araúna, onde fez um
sacrifício que aplacou a ira de Deus sobre o povo (II Sm.24:16-25), num claro sinal de que ali
era o lugar escolhido por Deus para a construção do templo, precisamente o mesmo local onde,
séculos antes, Abraão havia oferecido a seu filho Isaque em sacrifício a Deus(Gn.22:14). Deus
se provia, assim, de um lugar para se fazer presente no meio do seu povo.

I.1) Definição

Como disse o Senhor a Salomão logo após a dedicação do templo de Jerusalém, o templo era o
local que havia sido escolhido por Deus para “casa de sacrifício” (II Cr.7:12)-“ E o SENHOR
apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e escolhi para mim este lugar
para casa de sacrifício” e para “casa de oração” (II Cr.7:14)-“ Agora estarão abertos os meus
olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar”, onde se faria a comunicação entre Deus
e o seu povo, onde se restabeleceria a comunhão entre Deus e o homem, numa verdadeira
demonstração pública a toda a humanidade de que era possível haver, apesar do pecado, o
retorno de uma vida de união entre Deus e o homem. O objetivo do templo, portanto, outro não
era senão o de mostrar ao mundo que Deus ama a humanidade e que deseja com ela, novamente,
coabitar, tendo propiciado um meio pelo qual os pecados, que fazem a separação entre o ser
humano e Deus , seja extirpado e, assim, se torne possível este contacto entre Deus e o homem
(Is.59:2)-“ Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”.

I.2) Conceito Teológico

O templo, que é chamado “casa de Deus” (“Bet Ha-Mikdash”), era apenas um local escolhido
por Deus para que se tornasse visível a sua aliança com o seu povo, jamais representando o
local onde Deus estivesse, pois o Senhor jamais poderia ser contido em um edifício, como
reconheceu o próprio Salomão, que, no dia mesmo da dedicação do templo, afirmou que “… os
céus e a terra não te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado…” (II
Cr.6:18b). Era um local onde Deus manteria fixos os seus olhos e o seu coração todos os dias, a
fim de que o seu nome fosse perpetuamente estabelecido em Israel (II Cr.7:16).

O templo, portanto, constituía-se no próprio selo, no próprio sinal da presença de Deus no meio
do povo de Israel, tanto que, ao ser inaugurado, teve a manifestação sobrenatural da presença da
glória do Senhor (cfr. II Cr.7:1)-“ E acabando Salomão de orar, desceu o fogo do céu, e
consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa”, numa clara
demonstração de que Deus se agradara da edificação, que ela fora feita segundo a sua vontade e
que, a partir de então, o templo seria uma das principais marcas da aliança entre Deus e Israel.

Não somente ao povo de Israel, mas o templo era um lugar escolhido para que Deus se
manifestasse, através de Israel, a todos os povos, pois o Senhor também prometeu que ouviria
ali a oração do estrangeiro, ainda que viesse ele de terras remotas (II Cr.6:32,33). Não é por
acaso que o templo de Salomão se fez conhecido em todo o mundo antigo e até considerado
como uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Sabemos que aquilo que é estabelecido por Deus não pode ser alterado pelo homem nem pela
história. Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa
(Nm.23:19), de modo que, a partir da construção do templo por Salomão, esta edificação
passaria a acompanhar a própria história de Israel e isto continuará ocorrendo ao longo dos
séculos.

II – O TEMPLO DE SALOMÃO

Salomão iniciou a construção do templo de Jerusalém no ano quatrocentos e oitenta depois da


saída do povo do Egito, no quarto ano do seu reinado, no mês segundo (I Rs.6:1), tendo
concluído a obra em sete anos e seis meses (I Rs.6:38), mais precisamente no ano undécimo do
seu reinado, no mês oitavo. O templo de Salomão é considerada como sendo uma das sete
maravilhas do mundo antigo e sua beleza foi notória a todos os povos daquela época, numa
clara demonstração de que era, efetivamente, segundo o propósito de Deus, uma referência do
Deus único e verdadeiro a todas as nações.

Elaborado com o melhor material de construção da época e com incontáveis tesouros, seguia,
basicamente, a mesma estrutura estabelecida por Deus a Moisés para o tabernáculo. Na verdade,
tratava-se do próprio tabernáculo, mas sem o seu caráter móvel e rústico que era adequado e
apropriado para o tempo da peregrinação no deserto. Assim como o tabernáculo, o templo era
dividido em três partes: os átrios ou “alpendre”, que eram a parte externa do templo(II Cr.3:4),
acessível a quase todos, salvo aqueles que foram proscritos (Dt.23:1-3); o lugar santo ou “casa
grande” (II Cr.3:5), onde só podiam ingressar os sacerdotes oficiantes e, por fim, o lugar
santíssimo(II Cr.3:8), onde só poderia ingressar, uma vez ao ano, no dia da expiação, o sumo
sacerdote e onde ficava a arca do Senhor.

II.1) A glória do Senhor enche o Templo

Apesar de toda esta magnificência, o mais importante, sem dúvida alguma, foi o fato de a glória
de Deus ter, uma vez mais, enchido o templo, quando de sua inauguração (II Cr.7:1-3), que era
o testemunho de que Deus se agradara daquela edificação e que a consagrava para cumprir ela o
seu papel de glorificar o seu santo nome. Desde então, a glória que havia se ido quando da
retirada da arca do tabernáculo, retornava para uma edificação, que passaria a ser o símbolo da
presença de Deus no meio do seu povo.Tanto é este o lado mais importante do templo de
Salomão, que, a partir de então, vemos que o tratamento dado ao povo ao templo não era
decorrente de sua beleza, de sua riqueza ou de seu papel de unificador do povo de Israel, mas do
próprio relacionamento de Israel com o seu Deus.
II.2) A glória do Senhor deixa o Templo

Não demorou muito para que o templo começasse a ser profanado, a ser desprezado, apesar de
toda a sua majestade, em virtude de o povo de Israel não caminhar corretamente nos caminhos
do Senhor. O próprio Salomão, que inaugurara o templo, permitiu que, em Jerusalém, fossem
edificados altares a outros deuses, que eram cultuados por suas muitas mulheres (I Rs.11:4-6).
Assim, ao lado do templo, Jerusalém, o local escolhido por Deus, passou, também, a ser palco
de cultos idólatras.

É importante observar que, antes que o templo fosse destruído, a Bíblia nos informa que a glória
de Deus se retirou dele. Confirmando a palavra que já mandara ao povo que ainda estava na
Palestina, por intermédio de Jeremias, ao povo que já estava no exílio em Babilônia (e que seria
o único que sobreviveria), Deus levantou Ezequiel para dizer que Jerusalém e o templo seriam
proximamente destruídos (Ez.24:21-23), mas que a glória do Senhor o deixaria antes (Ez.11:23-
25) e que a prova de que isto ocorreria seria o fato de que Ezequiel, que ficara mudo após ter
tido a primeira visão dos querubins, somente falando quando anunciava as mensagens do
Senhor (cfr. Ez.3:26,27), mudo mais não seria (Ez.24:27). E, assim como Deus falou, cumpriu-
se. Deus comunicou a Ezequiel a queda da cidade e do templo e ele passou a falar desde então
(Ez.33:22). Assim, dúvidas não temos de que, antes que o templo fosse destruído, a glória de
Deus saiu do templo e não mais retornou a ele, o que somente ocorrerá no templo que será
construído no reino milenial de Cristo, que foi descrito pelo próprio profeta Ezequiel (Ez.43:4).

Morto Salomão, dez tribos se revoltaram contra a casa de Davi e constituíram rei a Jeroboão.
Este, temeroso que o povo viesse a tornar a Roboão, que havia sucedido a Salomão, criou
altares em Betel e em Dã, a fim de que o povo ali fosse adorar aos bezerros de ouro que havia
mandado fazer. Este gesto, que ficou conhecido nas Escrituras como “o pecado de
Jeroboão”, foi uma verdadeira rejeição ao templo e a causa da destruição do reino do norte, ou
reino de Israel, como ficou conhecido o reino que reuniu as dez tribos (Efraim, Manassés,
Zebulom, Naftali, Aser, Issacar, Simeão, Dã, Gade e Ruben). Os levitas e os que se mantiveram
fiéis a Deus, porém, continuaram a peregrinar até o templo de Jerusalém(II Cr 11: 13-
16).Entretanto, Roboão também cedeu à idolatria e, como conseqüência disto, os tesouros do
templo foram levados embora pelo faraó Sisaque (I Sm.12:9). Tendo, pois, o povo abandonado
a Deus, Deus também começava a abandonar o lugar que havia escolhido para ser sua morada,
permitindo que o invasor levasse embora os tesouros do templo.

O povo desprezava completamente a voz do Senhor. Deus mandava seus profetas,


em especial Jeremias, para trazer a mensagem divina, mas ela era completamente
ignorada pelo povo, que preferia cultuar aos deuses estranhos e que, com total
irreverência e hipocrisia, vinha até o templo, para também cultuar a Deus, como se isto
fosse possível. A própria cúpula sacerdotal estava totalmente comprometida com o
pecado. No décimo primeiro ano de Zedequias, porém, Deus lança a sua sentença
sobre aquele povo. Jerusalém é destruída, assim como o templo, que, como afirma o
historiador judeu Flávio Josefo, foi destruído completamente “… quatrocentos e
setenta anos, seis meses e dez dias depois da construção do Templo; mil seiscentos
e dois anos, seis meses e dez dias desde a saída do Egito; mil novecentos e
cinqüenta anos, seis meses e dez dias desde o Dilúvio.” (História dos hebreus. Trad.
de Vicente Pedroso, v.1, p.226). Era o nono dia do mês de Av ou Abe, que é o quinto
mês (correspondente ao nosso julho/agosto), do ano 586 a.C., data que até hoje,
no calendário judaico, é dia de jejum, onde os judeus fazem luto pela perda do templo,
mas onde também manifestam sua esperança em sua reconstrução.

III – A RECONSTRUÇÃO DO SANTO TEMPLO E A PROFECIA DE OSEIAS


“Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e
sem estátua, e sem éfode ou terafins”(Os 3:4). Oséias deve ter exercido seu Ministério entre
780 e 722 a.C.Os “muitos dias” já duram mais de 2700 anos. Nesses “muitos dias” Israel
ficaria sem três coisas: sem rei e sem príncipe; sem estátua e sem terafins; sem sacrifício e sem
éfode.

a) “Sem Rei e sem príncipe” – Significa sem governo próprio; sem autonomia política. O
Reino do Norte perdeu o seu Rei – o Rei Oséias, em 722 aC, quando foi levado para o cativeiro
da Assíria. O Reino do Norte acabou-se, como Reino. Não houve retorno do cativeiro. Porém, o
Reino do Sulpermaneceu como representante da Nação de Israel até 586aC. Nesta data foi
levado para o Cativeiro de Babilônia, perdendo seu último Rei, o rei Zedequias, o qual foi
colocado no trono por ordem do rei de Babilônia e foi um péssimo rei (vide último parágrafo do
II.2).

O profeta Oséias havia predito que Israel ficaria sem Rei e sem Príncipe. No ano 586 aC,
Israel ficou sem Rei e sem Rei e sem Príncipe.Setenta anos depois, conforme Jeremias havia
profetizado, Israel voltou do cativeiro. Porém, permaneceu sob o jugo dos Medos-Persas, depois
dos Gregos e, a seguir, dos Romanos, sem autonomia política, sem governo próprio, ou seja,
sem Rei e sem Príncipe. No ano 70 dC perdeu a sua própria base territorial e foi espalhado pelo
mundo. Muitos dias se passaram, conforme afirma o Profeta. Somente em 1948 é que Israel
voltaria a ter “Rei e Príncipe”, ou seja, autonomia política e governo próprio.No dia 14 de maio
de 1948, David Bem Gurion declarou a Independência de Israel. Em 29 de novembro do mesmo
ano, a ONU reconheceu a criação do Novo Estado de Israel.Estava respondida a pergunta feita
em Isaias 66:8:”...Nasceria uma nação de uma só vez?”Nasceu! Nasceu em 14/05/1948 e foi
reconhecida em 29/11/1948. Israel como Estado independente poderia agora ter seu próprio
governo e sua autonomia política, ou seja, sem “Rei e sem príncipe” “por muitos dias”. Ambos
perdidos em 586 a.C. A duração foi de 2354 anos. Com relação a isto a profecia de Oséias
estava cumprida.

b) “Sem estátua e sem terafins” – Significa que Israel seria curado da idolatria, principal
causa de ter sido levado para o Cativeiro. “Estátuas”representam os grandes ídolos colocados
em locais abertos e nos santuários, como Baal, Moloque, Astarote e outros.”Terafins” eram os
pequenos ídolos domésticos que ram colocados em nichos, no interior das casas, e até usados,
pessoalmente, como ainda hoje são usados no braço, pescoço, etc, pelos Católicos Romanos.
Israel ficaria sem seus ídolos grandes e pequenos –seria curado da Idolatria.Certamente que a
Profecia se cumpriu – Israel está curado da Idolatria. Consta que, em casa de judeu, nem
quadro, com retrato, se coloca nas paredes.

c) “Sem sacrifícios e sem éfode” – Os “sacrifícios” estavam ligados ao Templo. Sem o


Templo não podia haver sacrifícios. “Éfode” diz respeito aoMinistério Sacerdotal. Éfode era a
estola, uma peça do vestuário usado no peito do Sacerdote. Ficar sem o éfode significava ficar
sem Sacerdotes. Os Sacerdotes ministravam no Templo. Sem Templo não podia haver
Sacerdotes; sem Sacerdotes não podia haver sacrifícios.Israel perdeu o seu Templo no ano 70
dC, quando o mesmo foi destruído pelo Exército Romano, sob o comando do General Tito,
cumprindo-se a profecia de Jesus de que não ficaria no Templo “...pedra sobre pedra que não
seja derribada”(Mt 24:2). Como sabemos, Israel continua até hoje sem ter o seu Templo. Não
tendo Templo, também não pode ter Sacerdotes e nem pode realizar os Sacrifícios. Portanto, os
muitos dias sem “Sacrifícios e sem Éfode” ainda não se completaram. A história está em
andamento; a Profecia de Oséias, em relação ao Templo, ainda está para se cumprir. Da mesma
forma que ela se cumpriu em relação ao “Rei e ao príncipe”; em relação à “Estátua e Terafins”,
ela também se cumprirá em relação ao “Sacrifico e ao Éfode”, com a construção do Santo
Templo. O relógio de Deus continua caminhando.

III.1) O Templo de Zorobabel


O cativeiro da Babilônia, como profetizado por Jeremias, durou setenta anos (II Cr.36:21),
tendo, de modo milagroso, Ciro, o rei da Pérsia, permitido e até ordenado que o povo de Judá
retornasse à Palestina e edificasse novamente o templo de Jerusalém (II Cr.36:23).Assim, a
própria ordem de retorno tinha em si a ordem de edificação do Templo. Deus, assim,
demonstrava que havia a necessidade de o povo não só reconstruir a nação no seu território
prometido, mas também o lugar de adoração ao nome do Senhor, o que nos demonstra,
claramente, que o Templo está indissoluvelmente relacionado com o destino de Israel e de sua
aliança com Deus.

Zorobabel, que seria o herdeiro presuntivo do trono de Judá(Mt.1:12), liderou o retorno do


cativeiro de Babilônia (Ed.1:2) e, na qualidade de príncipe de Judá, com poderes que lhe foram
delegados pelo próprio rei persa (Ed.1:7,8), trouxe todos os vasos do templo que haviam sido
levados para Babilônia por Nabucodonosor, o que se constitui num outro milagre, a mostrar,
claramente, que Deus tinha todo interesse em que o templo fosse reedificado, sinal que era da
aliança entre o Senhor e seu povo. Assim que o povo chegou a Jerusalém, foi levantado um altar
(Ed.3:1). No segundo ano do retorno, foram lançados os alicerces deste novo templo, que
passou para a história como “Segundo Templo” ou “o templo de Zorobabel”, já que Zorobabel
era a autoridade constituída sobre os judeus naqueles dias. Era uma construção mais modesta
que o majestoso templo de Salomão, até porque as condições econômico-financeiras eram bem
diversas, o que levou alguns dos mais antigos do povo a lamentarem, vozes, entretanto, que
foram sufocadas pelo júbilo e alegria dos demais (Ed.3:12,13).Entretanto, os inimigos dos
judeus se levantaram contra a reconstrução do templo, tendo, então, tentado impedir que isto se
fizesse. A obra parou, e com a ordem do governo persa para a paralisação da obra(Ed 4:21), o
povo se acomodou, e abandonou o objetivo mais importante do retorno do cativeiro(Ag. 1:2-
8).Por 16 anos a construção permaneceu parada.Deus, então, levantou os profetas Ageu e
Zacarias para animar o povo de Judá, numa prova de que Deus queria a realização da obra, o
que despertou o povo a fazê-lo (Ed.5:1,2), mesmo antes da autorização formal do governo
persa, que veio logo depois (Ed.6:7). O povo, então, prosseguiu na obra e a terminou no sexto
ano do reinado de Dario, no dia terceiro do mês de Adar (Ed.6:15). Segundo Flavio Josefo, a
reconstrução do templo durou sete anos. Foi, então, o templo consagrado, mas, ao contrário do
que ocorrera no tabernáculo e no primeiro templo, a glória do Senhor não encheu a casa. Porém,
está escrito em Ageu 2:9:”A glória desta última casa será maior do que a primeira, diz o
Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos”. Entretanto, no
dia de sua inauguração não houve nenhuma manifestação sobrenatural, como teria ele glória
maior que a do primeiro Templo? Reside aqui mais uma das demonstrações da grande
vinculação do templo com o destino de Israel e, por conseguinte, de todas as nações da Terra
(Lc.21:29-31). Este segundo templo, no qual não estava a arca da aliança, no qual não houve a
manifestação sobrenatural da glória de Deus o enchendo no dia da sua dedicação, teria uma
glória maior que a do primeiro templo, porque nele haveria de entrar, pregar, ensinar,
admoestar, curar e, sobretudo, fazer a vontade de Deus, a glória do Unigênito do Pai cheio de
graça e de verdade (Jo.1:14b). Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo haveria de ser apresentado
neste Templo (Lc.2:22,27), de discutir com os doutores na sua primeira ida para adoração
conforme o costume e a lei (Lc.2:42,46), de comparecer às três festividades
anuais(Jo.2:13;5:1;12:12), de expulsar os mercadores (Jo.2:14-16), de ensinar (Jo.8:2). O
segundo templo não tinha a arca, porque era ela símbolo daquele que haveria, pessoalmente, de
ali estar e cujo sacrifício vicário faria com que o véu do Templo se rasgasse de alto a
baixo(Mt.27:51), abrindo um novo caminho para a humanidade em direção a Deus
(Hb.10:20,21).

Para agradar aos judeus e diminuir a rejeição pela sua colocação no trono da Judéia por
determinação de Roma, o edomita Herodes, o Grande (o mesmo rei que reinava quando nasceu
Jesus-Mt.2:1) decidiu reformar e embelezar o templo de Jerusalém, uma completa reforma, na
qual praticamente se fazia um prédio novo, sem a demolição do antigo, pois, como relata Josefo,
o objetivo era dar ao templo as mesmas dimensões que tinha o templo de Salomão, pois o
templo antigo seria sessenta côvados mais alto. Esta empreitada se iniciou no décimo oitavo ano
de seu reinado e a obra durou oito anos, segundo Josefo, o que faz com que esta obra tenha
terminado por volta de 14 a.C., ou seja, cerca de 10 anos antes do nascimento de Cristo. O
templo, assim, estava pronto e devidamente reformado para a chegada da sua glória!

Foi este formoso templo reformado por Herodes, o Grande, que era o orgulho dos judeus, que
foi mostrado pelos discípulos a Jesus poucos instantes antes de o Senhor começar a lhes proferir
o sermão escatológico. Uma vez mais era o templo o sinal, o pretexto para que se falasse a
respeito do futuro. Jesus, então, profetiza a destruição deste templo(Mt.24:2), o que, de
fato, ocorreu 40 anos depois, no ano 70 d.C.

Antes de ser destruído, o templo ainda seria o primeiro lugar de culto coletivo da Igreja, do
novo povo de Deus. Com efeito, até o início da perseguição, era no alpendre de
Salomão(At.5:12) que, pelo menos na hora da oração da tarde (At.3:1), os crentes primitivos se
reuniam e adoravam ao Senhor.Sem dúvida alguma, a glória desta última casa era bem maior
que a da primeira, pois, se lá tudo era figurado, nesta, a realidade espiritual prenunciada pelo
culto da lei estava sendo vista, percebida e observada por todos.

Todavia, como anunciado pelo Senhor, o templo foi completamente destruído no ano
70 d.C. Tito, general e príncipe de Roma, pois era filho do imperador Vespasiano, à
frente do exército romano, sufocou a rebelião judaica e destruiu completamente
Jerusalém, bem como o segundo templo,precisamente no nono dia do mês de Abe, ou
seja, no mesmo dia em que Nabucodonosor, rei de Babilônia, havia destruído o
primeiro templo (o que, efetivamente, não pode ser considerado como
coincidência…). O segundo templo foi destruído “…no segundo ano do reinado de
Vespasiano [imperador romano, observação nossa], mil cento e trinta anos, sete
meses e quinze dias depois que o rei Salomão o havia construído pela primeira vez;
seiscentos e trinta e nove anos, quarenta e cinco dias depois que Ageu o tinha feito
restaurar no segundo ano do reinado de Ciro.…” (Flávio JOSEFO. História dos
hebreus. Trad. de Vicente Pedroso, v.3, p.183). Por isso, até hoje, o “Nono Dia de Av”
(“Tishah B’Av”) é um dia de jejum no calendário judaico, onde os judeus lamentam a
perda do seu templo, mas onde também manifestam a esperança de sua
reconstrução.

A destruição do templo foi completa, como havia predito Jesus, mas Tito mandou que o pedaço
de um muro da cidade, próximo ao templo, não fosse destruído, no lado do Ocidente, a fim de
que se construíssem fortalezas, o que, entretanto, não ocorreu. Este pedaço do muro da cidade,
porém, ficou intacto e é hoje o mais sagrado dos locais do judaísmo, o chamado “Muro das
Lamentações”, a única lembrança da antiga Jerusalém, da Jerusalém que havia sido a capital de
Israel, o lugar que havia sido escolhido por Deus para a construção do Templo e que, conforme
Josefo, durante “mil cento e setenta e nove anos” foi a capital de Israel (o período é desde a
conquista de Davi até a destruição por Tito). Desde então, como nos diz a Palavra do Senhor,
“Jerusalém está sendo pisada pelos gentios” (Lc.21:24).

III.2) O Templo da 70ª semana de Daniel

Ninguém pode determinar com precisão matemática se a reconstrução do Santo Templo será
antes ou após o Arrebatamento da Igreja. Para nós, talvez por não sermos muito versado
em Escatologia, e também não querendo ser “dono da verdade”, acreditamos que se dará logo
depois do Arrebatamento da Igreja, ou seja, na 70ª semana de Daniel. Acreditamos que A
Reconstrução do Santo Templo constará como sendo uma dasClausulas do Concerto que o
Anticristo celebrará com os Judeus-“Ele firmará um concerto com muitos...”. O que devemos
ter como certeza bíblica é que o Templo será Reconstruído, pois as palavras ditas por Jesus
ainda não foram cumpridas e será necessário a existência do Templo para que elas se cumpram,
pois, ele disse:”Quando, pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta
Daniel, está no lugar santo; quem lê entenda”(Mt 24:15). É ponto pacífico de que este “lugar
santo” que será profanado pela colocação de um ídolo, ou pela própria pessoa do Anticristo,
refere-se ao Templo. O Senhor Jesus proferiu seu Sermão Escatológico, no Monte das Oliveiras,
no ano 29 dC, apontando para o futuro, ao dizer:”Quando, pois, virdes que a abominação da
desolação, de que falou o Profeta Daniel, está no lugar santo...”.O Templo existente naquele
momento foi destruído no ano 70 d.C. Não há qualquer registro de que os Romanos tenham
introduzido algum ídolo naquele Templo, exigindo que o mesmo fosse adorado. Do ano 70 até
hoje, os Judeus nunca mais tiveram um Templo. Isto nos leva a ter que admitir que para que se
cumpram as palavras de Jesus registradas em Mateus 24:15; para que se cumpram as Profecias
de Daniel 9:26,27); para que aconteça o que Paulo afirmou, dizendo que o Anticristo” ... se
assentará, como deus, no Templo de Deus...”(II Ts 2:4), então temos que crer que um Novo
Templo terá que ser construído. E será, no mesmo lugar onde foi construído o Templo de
Salomão. Não sabemos quando, mas, sabemos que será, pois, sua construção está inserida no
Sermão Escatológico de Jesus, e ele disse que”O céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não hão de passar”(Mt 24::35).Entretanto, esse terceiro templo terá a duração de
apenas sete anos, o mesmo tempo de construção dos outros dois templos.O mesmo não resistirá
à oposição do Anticristo e nem terá qualquer brilho do ponto-de-vista espiritual, como nos dois
anteriores. Vejamos algumas características:

a) será um templo que nascerá ou se conservará com base na liderança do filho do


pecado (Dn.9:27), ao contrário dos outros dois templos, que foram desejos humanos
confirmados por Deus, através de profetas (II Sm.7:12,13; Ag.1:7,8).

b) será um templo que será construído por um povo que, embora já existente do ponto-de-vista
material, ainda estará morto espiritualmente (Ez.37:8),sendo, pois, um templo feito sob a carne,
ao contrário dos dois outros templos, que foram feitos sob o Espírito de Deus.

c) será um templo onde será reintroduzido a lei de Moisés, num período em que a lei já não tem
mais qualquer vigor, vez que foi cumprida em Cristo(Jo.1:17), com a instituição de um sumo
sacerdote ilegítimo, pois o sumo sacerdócio ora vigente não é mais o da ordem de Levi, mas,
sim, o da ordem de Melquisedeque, cujo titular ainda vive e viverá para todo o sempre
(Hb.7:17,21). Será, portanto, um templo meramente religioso, a exemplo de tantos outros
construídos pelos gentios.

d) será um templo cujos sacrifícios não terão qualquer valor, pois, no período de sua existência,
a salvação não se dará mediante os seus sacrifícios, mas pela fé em Cristo Jesus, acompanhada
da própria morte do crente (Ap.7:14;13:10).

e) será um templo que exaltará a figura do ser humano e não a de Deus, como, aliás, tudo o que
ocorrer no período da Grande Tribulação. Será construído em tempo recorde, anunciando,
assim, toda a multiplicação da ciência e da tecnologia, mas, simultaneamente, terá a menor de
todas as durações, por que a glória humana é passageira (I Pe.1:24).

f) será um templo que nunca terá ou presenciará a glória do Senhor. Ao contrário dos outros
dois templos, que presenciaram a glória do Senhor (II Cr.7:1,2; Ag.2:9), este templo nunca terá
nem presenciará a Sua glória.

III.3) O Templo do Milênio

No Milênio haverá um Novo Templo, sobre o qual o Profeta Ezequiel fala nos Capítulos 40 a
44 de seu livro. Sobre o Templo do Milênio, o Senhor declara: “Filho do homem, este é o lugar
do meu trono, e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel
para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo, nem eles nem
os seus reis, com suas prostituições e com os cadáveres dos seus reis, nos seus altos”(Ez 43:7).
Na Jerusalém Celestial João não viu Templo – Na Jerusalém Celestial será onde estará a
Igreja. Nela João declara não ter visto o Templo: “E nela não vi templo, porque o seu templo é
o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21:22).

IV – CONCLUSÃO

Cada uma das profecias bíblica com respeito à reconstrução do Santo Templo está para se
cumprirem, e outras estão para cumprir-se a qualquer momento, sendo este um dos principais
sinais da volta de Cristo para vir buscar a sua Igreja. Estamos pronto para esse grande dia?

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD/Assembléia de Deus –Ministério Bela


Vista/Fortaleza-CE.

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Bibliografia: Comentário Bíblico do Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco, Roberto José da Silva e Prof Antonio
Sebastião da Silva; Bíblia de Estudos – Aplicação Pessoal; Bíblia de Estudos das Profecias.

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