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Faculdade de Direito
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
Salvador
2016
JULIANA DE ATHAYDE FRAGA
Salvador
2016
JULIANA DE ATHAYDE FRAGA
Agradeço a minha orientadora, Adriana, que topou este desafio, abriu as portas
de sua casa para mim e, a cada passo, ajudou-me para além do acadêmico, a
manter a mente no lugar. Agradeço ainda aos tantos “orientadores” que a vida me
deu: A Thai, quem tanto admiro, pelas diversas conversas, pela força e carinho
nessa reta final. Meu coração aquece quando me comparam a você. A Nanda, pelas
angústias divididas e pelas ideias trocadas. A Miro, por toda a paciência para ajudar-
me em meu projeto.
Agradeço aos amigos que fiz nesta graduação. Vocês são os melhores que eu
poderia querer. Em especial aos Lucas: Kepha, pela parceria e amizade; de Castro,
pela atenção e carinho sem iguais; e Matos, por tantas conversas e pela lição de
amizade e cuidado. A Ju, Lara, Ínia, Jaque e Nando por todo o companheirismo,
apoio e alegria que me proporcionaram. A Gil e Jeferson, pelas descontraídas
conversas de corredor, pelo carinho em me ouvir e por compartilharem este percurso
comigo. A Marcelo, pela orientação, pela ajuda com a bibliografia e por tantas ideias
e apoio. A Dan, Vini, Caio, Hita, Clarinha, Hugo, Isa e Txapuã, pela alegria que se
sempre renova ao encontrá-los e por poder compartilhar com eles minhas ideias e
indignações. A Fausto, Marquinhos e tantos outros que andaram por este caminho
antes de mim e me inspiram a continuar seguindo por ele. A Eli, Ariane, Douglas e a
todos que continuarão percorrendo estes caminhos e lutando pela construção e
melhoria desta Universidade.
RESUMO
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------ 3
INTRODUÇÃO
Bertolt Brecht1
1
Citado por David Harvey, 1996.
4
2
Equipe formada com apoio do Ministério Público estadual junto ao Fórum a Cidade Também é
nossa, para acompanhamento do Plano Salvador 500.
5
Além de usar o próprio PDDU como fonte, a autora baseou sua análise na
observação e estudo de informações, dados e conteúdos obtidos a partir de sua
presença em cerca de dois terços das audiências promovidas pelo Executivo e do
primeiro ciclo de oficinas de bairro; na metade dos fóruns setoriais e metade do
segundo ciclo de oficinas de bairro e ainda de sua presença nas audiências
promovidas pela Câmara Municipal, bem como do acompanhamento da
6
Por fim, salienta-se que o intuito do presente trabalho não é apontar os reflexos
futuros da aplicação do PDDU, mas sim entender qual o modelo de cidade que o
plano desenha para Salvador, como forma de instrumentalizar a disputa pelo Direito
à Cidade.
7
Embora o caráter político da cidade não seja recente, não é para esta cidade
antiga que nos voltaremos, mas sim para a nova constituição de cidade, que surge a
partir dos processos de urbanização em todo o mundo. Hoje, a população urbana é
maior do que a população do campo. Este processo de urbanização de um mundo
que, até determinado momento era agrário, ocorreu de forma extremamente rápida e
sob influência de alguns fatores, entre os quais podemos destacar a industrialização.
Porém, além das relações já capitalistas, o Brasil Colônia foi marcado pela
exploração e escravização dos negros. Precisamos ter em mente que, com o fim da
escravidão, já no Brasil Império, a mão de obra escrava não deu lugar ao trabalho
assalariado, mas sim a relações baseadas na dominação pessoal. Isto quer dizer
que, se por um lado a população negra deixa de ser considerada uma mercadoria,
12
Um dos argumentos para tornar os ricos ainda mais ricos é que eles
reinvestirão na produção e que isso gerará mais emprego e melhores
padrões de vida para o povo. Mas, desde 1970, eles têm investido
cada vez menos em novas produções. Eles têm investido em
comprar ativos, ações, direitos de propriedade, inclusive intelectual e,
é claro, em propriedade imobiliária [...] assim eles começam a fazer
dinheiro com o crescimento no valor de seus ativos. Com isso, os
preços da propriedade imobiliária aumentam mais e mais, E isso não
torna a cidade melhor, e sim mais cara (HARVEY, 2009, s/n)
De forma paralela e conjugada a esta ingerência do capital privado na
cidade, no final do século XX, surge um novo paradigma para o debate da questão
urbana: a globalização. O mundo globalizado coloca as cidades em um novo
sistema de interação internacional. Se por um lado esta interação articula novas
ideias e possibilidades, por outro, nas palavras de Carlos Vainer: “este projeto de
cidade implica a direta e imediata apropriação de cidades por interesses
empresariais globalizados e depende, em grande medida, do banimento da política e
da eliminação do conflito e das condições de exercício da cidadania” (VAINER,
2007, p.78)
forma irregular por uma população negra, sem acesso a serviços, habitação,
saneamento, etc.
Essas lutas, que não são recentes, se constroem sob o ideário da reforma
urbana e tiveram o próprio Estatuto da Cidade (legislação federal que regulamenta
as políticas e o planejamento urbano) enquanto espaço de disputa e de vitórias.
3
São exemplos o Plano Haussmann implementado em Paris no final do século XIX e a Reforma
Passos no Rio de Janeiro, datada de 1902, ambos caracterizados por intervenções estatais
autoritárias, higienista e segregadoras.
22
Por seu forte caráter social, o projeto do Estatuto da Cidade teve seu processo
de tramitação na Assembléia Legistativa marcado pela resistência do mercado
imobiliário, das empresas, das organizações da construção civil e, até mesmo, dos
proprietários de terras urbanas. Esta resistência resultou em um longo processo
legislativo, que durou mais de onze anos, tendo o Estatuto da Cidade sido aprovado,
através da Lei nº 10.257, apenas em 2001. Embora sua tramitação tenha sido
conflituosa, a aprovação do Estatuto da Cidade foi marcada pelo consenso entre
23
grupos políticos opostos. Houve um acordo entre os diferentes grupos, no qual todos
se satisfizeram com a redação final da Lei.
O resultado do Estatuto da Cidade foi considerado uma vitória popular por ter,
ao menos conceitualmente, caráter progressista. Em seu conjunto de normas
Estatuto considera a função social da propriedade urbana e até mesmo noção de
função social da cidade, conquistada através do acesso da população aos serviços
urbanos, conceitos que relativizam a propriedade privada, em contramão às
tendências neoliberais. Assim, para os setores populares e os movimentos
organizados, a aprovação do Estatuto da Cidade veio para implementar o direito à
cidade, a gestão democrática, obrigar o Estado a efetivar os direitos dos cidadãos e
submeter a propriedade privada à função social. Neste sentido, afirma Bassul que,
na elaboração do Estatuto da Cidade:
44
A votação do PDDU de 2008 tem filmagem intitulada: PDDU Salvador Escândalo da Votação na
Câmara de Vereadores. Disponível em: www.youtube.com
27
Restou, porém, uma grande dúvida: Como o Plano Salvador 500 e o PDDU
se diferenciam e se relacionam? Para responder a esta questão a Prefeitura
apresentou os seguintes quadros:
Insta destacar aqui que o Plano Salvador 500 não dispõe de nenhuma
regulamentação formal; mais se aproxima de um plano de gestão do que
urbanístico. Assim, como pode ser o PDDU um instrumento de execução do Plano
Salvador 500, uma vez que é fruto de um projeto de governo da gestão atual da
Prefeitura? Não existiria aqui uma descaracterização do próprio Plano Diretor?
Essa relação confusa e incerta foi alvo de diversas críticas da sociedade civil,
de técnicos e de membros do MP. Esta incerteza acabou fazendo com que Plano
Salvador 500 tirasse o foco da deixasse de ser a revisão do PDDU. Além disso, no
discurso institucional o Salvador 500 era sempre destacado como grande proposta
de planejamento, diminuindo a importância do PDDU em relação a ele.
Considerando que o Salvador 500 não tem regulamentação formal e apresenta
grandes diretrizes abstratas, este discurso transferia para o nível da abstração a
formalidade inerente a um Plano Diretor. Assim, para maior compreensão dos
instrumentos urbanos do PDDU 2016, objetos de análise dessa monografia, será
preciso entender o contexto no qual eles foram elaborados e suas implicações
31
5
Autarquia com regimento formalizado pelo Decreto Municipal n. 19.402/2009A
33
A atuação do grupo também foi dividida em duas etapas, cuja transição entre
elas foi marcada pela mudança na coordenação do Fórum “A Cidade Também é
Nossa”, bem como do quadro de técnicos e colaboradores da equipe. Em um
momento inicial, a equipe adotou uma postura de cunho político, com promoção de
atividades junto à sociedade civil, seja através da realização de oficinas em parceria
com o MP ou pelas atividades denominadas “Swing e Prosa”, realizadas dentro de
comunidades de bairro, com o intuito de debater e fomentar a participação nos
espaços propostos pela Prefeitura, atuando assim no sentido de garantir a
participação popular.
8
Dados extraídos da dissertação: “Quem participa: Participação Popular e o Direito à Cidade” de
Raquel Cerqueira Santos, 2016
37
Smarcevski, todos conhecidos pelo trabalho com o capital imobiliário. Neste mesmo
diapasão, a ADEMI e a SINDUSCON, embora longe dos espaços de participação e,
portanto, dos olhos do público, atuaram de forma intensa e propositiva no processo
legislativo, fato este que analisaremos mais adiante.
Destaca-se ainda a atenção que o Professor Luiz Antônio Souza chamou para a
estruturação viária que a cidade passa a ter. O professor apontou a previsão de
construção da Linha Viva, um projeto de via expressa pedagiada, que ficará paralela
à av. Luiz Viana, bem como a previsão de construção de uma estrutura superficial
40
Outro ponto criticado foi o fato dos estudos básicos10 já possuírem indicações e
proposições antes das suas conclusões, a exemplo das indicações de verticalização
da orla e da necessidade de adensamento populacional na região da Ribeira. Cabe
o questionamento: Como estudos básicos de caracterização da cidade poderiam já
conter conclusões indicativas de políticas tão impactantes na dinâmica urbana, antes
da realização de amplos debates com a população e da realização dos estudos
analíticos11? A verticalização da orla, por exemplo, tem sido motivo de amplas
discussões desde o PDDU 2008, e sempre motivou críticas da população e da
academia de Salvador. Apesar disso, o tema sempre esteve na pauta dos setores
ligados à construção civil e à especulação imobiliária. A ADEMI-BA, por exemplo,
durante a elaboração do PDDU 2016, chegou a apresentar à Prefeitura um vasto
estudo nomeado: “Estudos Sobre Formas de Ocupação Urbana nas áreas da Orla
Marítima, Horto Florestal e Caminho das Árvores em Salvador, como contribuição
institucional da ADEMI-BA à revisão do PDDU 2016”. (grifo nosso).
Por fim, embora 79% da população de Salvador seja negra, segundo o senso
do IBGE do ano de 2010, os estudos técnicos não consideraram a variável
Cor/Raça. Em resposta, os movimentos sociais organizados editaram o documento:
10
“A etapa dos Estudos Básicos corresponde ao diagnóstico e prognóstico da situação presente de
Salvador que resultarão em dois cenários referenciais: o cenário atual (Salvador é) e o cenário
projetado a partir das tendências observadas (Salvador será)” (SALVADOR, Plano de Mobilização,
2014)
Outra lacuna deixada pelo Plano frente à resolução do Conselho das Cidades
consiste na falta de previsão de elaboração de orçamento para a implementação do
Plano Salvador 500, lacuna esta permanente mesmo após a vigência do PDDU
2016. Ora, o art. 6º da resolução afirma que um processo participativo de
elaboração de um Plano Diretor deve ser articulado e integrado a um processo
participativo de elaboração do orçamento. Sendo assim, um plano que pretende
12
O Conselho das Cidades trata-se de órgão colegiado de natureza deliberativa e consultiva,
constituído nos termos do Decreto Federal n. 5.031 no ano de 2004 a partir da Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano. É Competência do Conselho emitir orientações e recomendações sobre a
aplicação do Estatuto da Cidade bem como de outros atos normativos a cerca do desenvolvimento
urbano. A resolução nº 25/2005 do Conselho busca regulamentar o processo participativo para o
desenvolvimento dos Planos Diretores municipais a fim de efetivar, do art .2º do Estatuto da Cidade,
que estabelece como diretriz a gestão democrática da cidade por meio da participação popular.
46
Embora não tenha existido divulgação oficial desses atores, alguns técnicos e
professores foram entrevistados pela coordenação geral do plano. São eles:
Amando Avena, Antônio Caramelo, Ana Fernandes, Antônio Heliodório, André
Lemos, Luiz Antônio Souza e Luiz Roberto Moares. Ocorre, porém, que, incialmente,
a declaração da Prefeitura era de que estes seriam atores de segmentos da
sociedade, e de instituições que atuam na cidade. Em uma das audiências públicas,
chegou a ser declarado por representante do poder público que alguns dos
possíveis atores seriam a Feira de São Joaquim e a Arena Itaipava - Fonte Nova
48
(que hoje é um dos grandes exemplos da apropriação pela iniciativa privada dos
instrumentos públicos e culturais da cidade). Não está claro, portanto, se as
entrevistas com atores estratégicos de fato ocorreram e quais foram os atores
entrevistados.
É necessário ter em perspectiva também que o Plano Salvador 500 foi lançado
em uma gestão municipal conhecida pelas políticas de privatização e de acordos
com a iniciativa privada, principalmente com setores ligados à construção civil. São
exemplos desta politica privatista a desafetação de 59 terrenos públicos, que foram
a pregão no mesmo período da elaboração do PDDU, da proposta de criação de um
Centro Administrativo Municipal através de Parceria Público-Privada (PPP) e de
acordos fechados com cervejarias para patrocínio das festas de largo e do carnaval,
o que é, possivelmente, uma das mais simbólicas práticas privatistas da cidade.
Também devemos levar em conta o histórico de planejamento estatal, em todas as
suas esferas, que demonstraram que a participação popular é colocada como
retórica para legitimar os interesses de grupos políticos dominantes e da iniciativa
privada na utilização dos espaços e instrumentos públicos. Desta forma, o “Plano
Salvador 500” já surge com diversos impasses e questionamentos acerca de sua
legitimidade e dos interesses que pretende atender.
Nas oficinas da Pituba e da Barra, por exemplo, foram juntadas as regiões com
dois dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano da cidade (Itaigara e Barra),
caracterizadas pela concentração de riquezas e de uma população branca, com
bairros populares, que concentram uma população de baixa renda e negra, como
Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Calabar e Engenho Velho da Federação. Na
prática, isso dificultou a representatividade de bairros mais populares, principalmente
daqueles que sempre “incomodaram” por serem vizinhos a regiões mais ricas da
cidade. No primeiro ciclo de oficinas, por exemplo, realizado na região da Pituba,
uma moradora do Nordeste de Amaralina se retirou do espaço, após ter sua fala
constantemente interrompida e até mesmo negada por membros da Associação de
Moradores do Itaigara.
14
Sistema implementado pela gestão de ACM Neto em substituição ao Sistema Integrado de
Atendimento Regional. Trata-se da divisão do perímetro urbano, em áreas administrativas. Cada
prefeitura bairro possuí um prefeito bairro, responsável pelo diálogo com a administração pública,
nomeado por indicação do Prefeito Municipal, bem como um Conselho Comunitário, eleito entre
representantes das associações de bairros.
15
Os conselhos bairros são órgãos integrantes das prefeituras bairros, composto por moradores
membro de associações e comunidades da região.
50
16
População: Fonte IBGE 2010
17
Dados extraídos do Relatório I - Oficinas de Bairros: 1º Ciclo - Prefeitura Municipal do Salvador
18
População: Fonte IBGE 2010
19
Dados Extraídos do Relatório III – 2º ciclo das oficinas de bairro.
51
20
Para ter acesso a todas as proposições feitas para o Subúrbio Ferroviário no 2º Ciclo das Oficinas
de Bairro, conferir o Anexo A
54
Muito embora tenha sido o espaço menos plural entre os que foram propostos
para participação, acabou sendo este o principal espaço de debate concreto sobre
as expectativas futuras para a cidade de Salvador. Enquanto as oficinas de bairro
seguiam com a premissa de que não era necessário consenso e que o debate
violaria a fala de outros participantes, os fóruns seguiam com ampla participação do
público.
55
Por fim, é importante considerar que a o tema Habitação foi destacado durante
as oficinas de bairro como central para o Subúrbio Ferroviário. Neste sentido,
ressalta-se para este estudo o 4º Fórum, realizado com a temática “Habitar em
Salvador”. A PMS convidou para compor a mesa deste Fórum o presidente da
Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário – ADEMI, Luciano
Muricy Fontes, ao lado das urbanistas Paula Santoro e Ângela Gordilho. Esse
espaço refletiu o interesse declarado do Mercado Imobiliário pela região do Subúrbio
Ferroviário. Durante o fórum, o urbanista e coordenador geral do Participa Salvador,
Carl Von Hauenschild , questionou a precariedade dos espaços na região da Baía
de Todos os Santos e a necessidade de tornar estes espaços mais democráticos.
Como vimos, esta é uma região conhecida por sua beleza natural, tanto quanto pela
concentração de pobreza. Frente ao questionamento, Luciano Muricy Fontes
respondeu que este é um interesse também dele e da ADEMI – que vê a
necessidade de democratizar a Baía de Todos os Santos “para todas as classes”.
Ora, não estaria ele, com esta afirmativa, classificando como democratização o que
na verdade representa a entrada do capital em uma região pobre? Não é segredo
em Salvador o interesse do mercado imobiliário pela Baía de Todos os Santos, onde
a exuberante beleza natural representa um grande atrativo, inclusive para o
desenvolvimento do turismo.
21
Relação das audiências públicas do executivo Anexo B
56
Sobre o conteúdo das audiências, salienta-se que o produto P4.1, que é parte
dos estudos técnicos referentes a legislação urbanística e aos instrumentos da
política urbana, não chegou a ser apresentado ou discutido em audiência. Embora
tenha sido convocada audiência para o dia 12 de setembro de 2015, com o objetivo
de apresentar e debater o P4.1, esta audiência, que seria a 8ª do plano, foi
cancelada, e não chegou a ser remarcada pela Prefeitura. Assim, percebe-se que os
instrumentos urbanísticos, objetos de análise desta monografia, não foram
discutidos com a população em nenhum momento anterior à elaboração da minuta
do PDDU e nem de forma específica, nas audiências posteriores.
resistência ao projeto proposto, ao invés de realizar uma efetiva escuta dos anseios
da população e a fiscalização das atividades do Executivo.
22
A relação das audiências realizadas pela câmara de vereadores encontra-se no Anexo C
61
23
A relação completa, por sujeito, consta no Anexos F e G
62
Outro dado relevante é que nem mesmo as entidades técnicas, como o IAB-
Ba e o Participa Salvador tiveram o mesmo êxito obtido pelo mercado imobiliário. De
um modo geral, o setor técnico apresentou apenas 12,46% do total das propostas
(40 formulações), sendo que 67,50% do que foi apresentado foi considerado viável
(27 propostas). Situação semelhante ocorreu com os setores político e estatal,
representados pelos próprios vereadores (independentemente de serem de situação
ou oposição) e por entidades como a Faculdade de Arquitetura da UFBA e a
Secretaria de Saúde do Município. Este setor teve pouco menos de 1/3 das
propostas consideradas “viáveis” (20 de 64).
Vale ressaltar que nenhuma das propostas relatadas pela CMS foi elaborada
por movimentos sociais. Embora a Articulação de Movimentos e Comunidades do
Centro Antigo de Salvador tenha encaminhado tanto à Coordenação do Plano
Salvador 500, quanto à CMS, o documento “Propostas Para um PDDU Popular”
(Anexo H), com 16 proposições sobre o Projeto de Lei do PDDU, a Câmara não
computou estas propostas na relatoria e nem respondeu a elas. Em uma das
audiências, o vereador relator disse que levaria as propostas em consideração no
seu relatório. Porém, no final, elas foram desconsideradas e sequer foram tabuladas.
64
2.3.2 A votação
24
Para maiores informações sobre a dinâmica de desemprego olhar o mapa: Taxas de Desemprego por área da
população de Salvador (anexo I)
25
Para maiores informações sobre a renda média per capita em Salvador olhar mapa: Distribuição da Renda
Domiciliar per Capita, por área de Ponder (Anexo J)
66
26
Mapa elaborado com dados extraídos do senso demográfico, 2000, IBGE
68
27
O Ministério Público Federal, através do Procurador responsável pelo 1º Ofício Criminal
Especializado, no dia 25 de maio de 2012 denunciou quatro empresas e nove pessoas, entre elas a
Fundação Baía Viva e membros da família Suarez, por diversos crimes praticados contra o meio
ambiente e a União, e pela degradação de área de proteção ambiental na Ilha dos Frades, segundo a
página virtual do próprio Ministério Público: “Todas as intervenções feitas na Ilha dos Frades foram
realizadas sem autorização dos órgãos estaduais e federais competentes, parte delas em área da
União e algumas, inclusive, privatizando o uso de áreas públicas. [...] os relatórios de vistoria
confirmam os crimes ambientais cometidos, além de descreverem e ilustrarem a degradação
ambiental causada pelas intervenções. [...] o MPF pede a condenação dos integrantes da quadrilha
por: causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação (art. 40 da Lei 9.605/98); realizar
intervenções potencialmente poluidoras (art. 60 da Lei 9.605/98); desmatar e degradar floresta em
terras de domínio público (art. 50 da Lei 9.605/98) e alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou
local especialmente protegido (art. 63 da Lei 9.605/98) – todos sem autorização do órgão
competente. São denunciados, ainda, por invadirem terrenos da União (art. 20 da Lei 4.947/66) e por
formação de quadrilha (art. 288 do Código Penal)” (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, 2012). A
Denúncia ainda alega o envolvimento de servidores da SUCOM em favorecimento a ação dos
denunciados. (Matéria sobre a Denúncia está disponível em: http://www.prba.mpf.mp.br/)
28
Entende-se por ocupação urbana de movimentos sociais os assentamentos dos movimentos de luta
urbana.
70
3.2.1 O Macrozoneamento
MAPA 4: Macroáreas
Fonte: Salvador, 2016 (PDDU)
1º, 2016). O Art 145 do PDDU 2016 define a Macroárea em questão como
estratégica para o desenvolvimento urbano de Salvador, tanto pela sua posição
geográfica entre as duas baías da cidade (a Baía de Todos os Santos e a Baía de
Aratu), quanto pela necessidade do resgate urbanístico, econômico e social dos
bairros que a integram e que formam conjuntamente um extenso bolsão de pobreza.
73
Para maior compreensão da proposta trazida pelo novo Plano Diretor para o
Subúrbio Ferroviário, devemos voltar nossa atenção ao Art. 147 do mesmo, no qual
estão elencadas as estratégias de planejamento que estes instrumentos buscarão
efetivar. Entre elas, chamam atenção as contidas nos incisos V e XVI:
24 de Outubro de 2015:
30 de Setembro de 2016
Aqui, precisamos considerar que, embora seja uma das formas de geração de
emprego, o fomento do turismo historicamente acompanha a aplicação de políticas
higienistas, a exemplo das constantes intervenções no centro histórico da cidade. A
lógica da garantia da segurança para o estrangeiro, que aparece com o
desenvolvimento do turismo e da revitalização de espaços, na verdade, expulsa a
população pobre e negra de suas moradias, bem como apropria-se da cultura dessa
75
ZEIS, estas áreas passam a ser foco da promoção da regularização fundiária, bem
como de projetos habitacionais.
29
Os perímetros das ZEIS também foram alterados, de forma que não foi possível constatar o aumento da área
destinada à ZEIS, apenas em números absolutos de demarcações
78
Apesar disso, em toda a cidade, apenas 20, das 216 ZEIS são do tipo 3, das
quais apenas duas estão na região do subúrbio, uma em Tubarão e outra na R.
Santa Filomena. Ocorre que a ZEIS 3 ou ZEIS de vazios urbanos, impõe ao privado
o cumprimento do princípio constitucional da função social da propriedade,
principalmente através da produção de HIS.
81
Podemos citar como exemplo dos avanços sociais alcançados com a demarcação
de ZEIS vazias a experiência do plano diretor de 1994 da cidade de Diadema. Em
Diadema, este instrumento foi aplicado com o nome de: Áreas Especiais de
Interesse Social (AEIS) e foi dividido em duas categorias: AEIS-1, que demarcavam
áreas particulares vazias e AEIS- 2 que demarcavam a totalidade das favelas na
cidade. Com o tempo, “efetivamente 80% das áreas demarcadas como AEIS-1
foram utilizadas para produzir habitação de interesse social, reduzindo a produção
da cidade informal” (MOURAD e BALTRUSIS 2004, p.1). Laila Mourad e Nelso
Baltrusis ainda colocam que:
Ocorre, porém, que apesar do EIV ter sido previsto para Salvador no PDDU
de 2008, por falta de regulamentação ele não foi implementado de forma ampla.
Além disso, posteriormente, muito embora a lei que o regulamentou tenha sido
objeto da ADIN º 0303489-40.2012.8.05.0000, já abordada, a modulação dos efeitos
da regulamentação do EIV foi deferida pelo Tribunal; ou seja, foi reconhecida tanto
pelo Poder Executivo, quanto pelo MP e pelo Judiciário, a importância da aplicação
do EIV para o crescimento da cidade. Era de se esperar, portanto, que o PDDU
2016 criasse todos os mecanismos necessários para a sua implementação, dando-
lhe auto aplicabilidade. Porém, o plano deixa a cargo da LOUOS a determinação dos
objetivos e a definição dos seus parâmetros, procedimentos, prazos de análise,
competência, conteúdos e formas de gestão a serem adotados na elaboração,
análise e avaliação (PDDU 2016) do EIV, determinando apenas seu conteúdo
mínimo. Além disso, o plano não estabelece quais os empreendimentos, atividades
e intervenções que estão sujeitos à exigência do estudo. Este quesito, mais uma vez
fica a cargo da LOUOS, sem sequer se delimitar os parâmetros para a definição dos
mesmos. Assim, nos limites da análise do PDDU 2016, o EIV ainda é um
instrumento sem aplicabilidade garantida.
84
30
O Coeficiente de aproveitamento define o potencial construtivo de um terreno. O CAB o percentual
padrão de edificação nos terrenos urbanos, enquanto o CAM definirá o percentual máximo que
poderá se chegar através do uso de instrumentos urbanísticos que aumentem o potencial construtivo
do terreno.
90
Por fim, o ponto mais importante para essa análise é a retirada de limitações
para a utilização de TRANSCON em ZEIS. Vejamos:
31
O instrumento permite à Prefeitura outorgar de forma onerosa o direito de construir correspondente
ao potencial construtivo adicional, mediante contrapartida financeira a ser prestada pelos
beneficiários, nos termos dos artigos 28 a 31 e seguintes do Estatuto da Cidade (SALVADOR, PDDU
2016)
91
Outro ponto a ser considerado é que o PDDU 2016 apenas cria o instrumento,
mas não o regulamenta, deixando a regulamentação a cargo de uma lei específica.
Vejamos:
Art. 339. Toda concessão urbanística deve ser autorizada por lei
específica, que estabelecerá os parâmetros urbanísticos aplicáveis e
só pode ter por objeto uma área contínua destinada a intervenção
urbana com base na Lei do PDDU, mesmo que não haja
necessidade de alteração de parâmetros urbanísticos e demais
disposições legais aplicáveis. (SALVADOR, 2016)
É preciso considerar dois aspectos do artigo supracitado. O primeiro é a
legalização da possibilidade de alteração dos parâmetros urbanísticos do próprio
PDDU. Ou seja, de forma parecida com o que ocorre nas Operações Urbanas
Consorciadas, os espaços para concessão urbanística poderão criar outro regime
jurídico, com outros parâmetros de parcelamento, edificação, etc. O segundo
aspecto a ser observado é que não existe nenhum limite no próprio PDDU aos
parâmetros a serem estabelecidos por lei específica.
Por fim, vale salientar que a concessão urbanística está destinada à realização
de urbanização ou de reurbanização de parte do território municipal a ser objeto de
requalificação da infraestrutura urbana e de reordenamento do espaço urbano com
base em projeto urbanístico específico (SALVADOR, PDDU 2016). É preciso
atenção, porém, para o fato de que, em Salvador, os projetos públicos baseados no
discurso da revitalização de espaços, historicamente, não proporcionam melhorias à
93
Além disso, a previsão das OUC’s na minuta do PDDU 2016, como visto, foi
criticada por Movimentos Sociais. Ocorre, porém, que o PDDU aprovado não
modificou a minuta no tocante às Operações Urbanas Consorciadas. Desta forma,
prevê três grandes regiões para as OUC´s. São elas: Ribeira (destacada em roxo no
mapa abaixo), Centro Histórico (destacada em amarelo) e Orla Atlântica (em verde),
atingindo, no total, 31 bairros e cerca de 400 mil habitantes. “Trata-se de uma escala
inadequada de delimitação da OUC, já que diz respeito a um tipo de gestão
modulada em grande medida por interesses empresariais mercadológicos”
(Figueiredo, 2015)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
turismo vem sendo utilizado como retórica para a elitização dos espaços urbanos e a
submissão dos setores públicos à lógica de venda da cidade de Salvador
internacionalmente. É esta noção de cidade turística, corporativa e mercadológica
que fundamenta a promoção do Plano Salvador 500. É marcante como, no caso do
Subúrbio Ferroviário o fomento ao turismo passou a ser diretriz de uma região que
nunca foi turística e sim ocupada para moradia pela população negra e pobre de
Salvador. É ainda mais marcante constatar a propositura de projetos turísticos de
grande porte (como o Complexo Turístico Marina de Todos os Santo) a menos de
um mês de aprovação do Plano Diretor, sem apontamento da sociedade civil neste
sentido ou discussão com ela.
A partir deste processo disputado sem “pé de igualdade” pelo capital, surge o
novo PDDU de Salvador e os instrumentos urbanos previstos por ele para o
Subúrbio Ferroviário. Através da análise destes instrumentos, destacamos três
pontos passíveis de preocupação. Primeiramente, embora os instrumentos
consagrados enquanto socialmente favoráveis figurem entre os prioritários à para
aplicação no Subúrbio, precisamos ressaltar que, historicamente, eles vêm se
demonstrando insuficientes para atender as demandas da sociedade. Assim,
embora muitos técnicos apostem nestes instrumentos urbanos como grandes
soluções para a segregação e desigualdade, estes nem sempre conseguem sair da
letra da lei para a realidade, uma vez que esta segregação e desigualdade não são
produzidas pela lei (embora muitas vezes sejam reforçadas por ela), mas sim por
uma cultura capitalista, exploratória, que nega à população o acesso a terra urbana,
a habitação e a politicas e serviços públicos de qualidade.
106
Devemos considerar, porém, que, embora aponte para um maior diálogo com o
capital imobiliário, a mera previsão legal de instrumentos urbanos não desenha a
formação da cidade. Como visto anteriormente, mesmo instrumentos como a
TRANSCON, a OUC ou até mesmo a Concessão Urbanística, favoráveis à iniciativa
privada, surgem sob argumentos de possibilitar a melhoria na qualidade de vida da
população e se descaracterizam a partir de sua aplicação. Da mesma forma, os
instrumentos considerados favoráveis à população, como as ZEIS ou o EIV, só
possuem potencial de impactos positivos se devidamente aplicados pelo poder
público. Não são os instrumentos por si só produtores de segregação, mas sim as
suas aplicações que, historicamente, favorecem ao capital, e consagram os
privilégios da classe dominante. Dentro das metrópoles, marcadas pela ilegalidade
urbanística e exclusão social, estas aplicações arbitrárias das leis proporcionam: “lei
107
para alguns, modernidade para alguns, mercado para alguns, cidade e cidadania
para alguns” (MARICATO, 2000,p.218)
Por fim, reafirma-se que as cidades e o planejamento urbano são palcos das
disputas dos movimentos sociais. Esta disputa não se se limita ao normativismo,
embora as leis também sejam parte das pautas de luta. Na contramão dessa nova
perspectiva do capitalismo neoliberal, reivindica-se a cidade enquanto espaço
pertencente ao povo, aos pobres, às negras e aos negros. É necessário e urgente
reinventar o modelo de planejamento urbano propulsor do PDDU 2016, para
reafirmar o planejamento enquanto mecanismo de garantia do direito à cidade. Só
assim, avançaremos na direção de uma cidade mais justa e igualitária, capaz de
oferecer condições dignas de vida a todos os seus habitantes, sem exceção. É esta
a Salvador que queremos.
109
NOTA PÓS-ESCRITA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAHIA NOTÍCIA. Cerimonial Loreto: Ilha dos Frades ganha novo espaço de
eventos. Salvador 2014. Disponível em: http://www.bahianoticias.com.br/. Acesso
em 19 de agosto de 2016
BOULOS, Guilherme. Por Que Ocupamos? Uma Introdução à Luta dos Sem-
Teto. 2ª ed. São Paulo: Scortecci, 2014
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; PEREIRA, Gilberto Corso (org.). Como anda
Salvador?. Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatóriodas Metrópoles, 2009.
_________________________________________________________. As
“cidades” de Salvador. Salvador: EDUFBA, 2008.
LEITE, Carlos e FONSECA, Joelva A. L.. Orlas Marítimas: Estudo de Caso. São
Paulo. Julho 2015
__________________________________. Desenvolvimento Urbano Sustentável
e Cidades Compactas: Desafios e Oportunidades para Salvador. Sem data.
__________________________________. Desenvolvimento Urbano Sustentável
e Cidades Compactas: Desafios e Oportunidades para Salvador: Análise
Preliminar. Sem data.
SCHVARSBERG. Benny, Quem Disse que ia Ser Fácil? Dez anos de Estatuto da
Cidade, avanços dilemas e menos cidades: pontos para um agenda da política
urbana comprometida com o direito à cidade. In: RIBEIRO, Ana Clara Torres;
VAZ, Lilian Fessler; SILVA, Maria Pereira da Silva (org). Leituras da cidade. Rio de
Janeiro, Letra Capital, ANPUR, 2012.
SAMPAIO, Antônio Heliodório Lima. Formas Urbanas- Cidade Real e Cidade Ideal.
Contribuições ao Estudo Urbanístico de Salvador. Salvador: Quarteto
Editora/PPGAU, Faculdade de Arquitetura da Ufba, 1999.
SINGER, Paul; Economia política da urbanização. 11a ed. São Paulo: Brasiliense,
1987.
SILVA. José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. 4 ed. São Paulo, SP:
Malheiros, 2000. 455 p.
REGISTROS EM VÍDEO
ANEXO A
Proposições do Segundo Ciclo de Oficinas de Bairro para o Subúrbio Ferroviário
123
ANEXO B
Audiências Públicas do Executivo
ANEXO C
Audiências Públicas do Legislativo
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Audiência pública Tema principal
1ª Fundamentos, Princípios, Objetivos e Diretrizes da
16.12.2016 Política Urbana.
2ª Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura.
19.02.2016
3ª Macrozoneamento/Vetores de
23.02.2016 Expansão/Instrumentos de Política Urbana.
4ª DEVOLUTIVAS - PROPOSTAS E SUGESTÕES
25.02.2016
5ª Zoneamento e Diretrizes para o Ordenamento do
27.02.2016 Uso e Ocupação do Solo
6ª Mobilidade e Centralidades Urbanas
29.02.2016
7ª Meio Ambiente/SAVAM
01.03.2016
8ª DEVOLUTIVAS - PROPOSTAS E SUGESTÕES
03.03.2016
9ª DEVOLUTIVAS - PROPOSTAS E SUGESTÕES
07.03.2016
10ª Infraestrutura, equipamentos e serviços urbanos
08.03.2016
11ª Saúde
15.03.2016
12ª EDUCAÇÃO
21.03.2016
13ª HABITAÇÃO
28.03.2016
14ª DEVOLUTIVAS - PROPOSTAS E SUGESTÕES
07.04.2016
15ª DESENVOLVIMENTO POLÍTICO-INSTITUCIONAL
14.04.2016
16ª DEVOLUTIVAS - PROPOSTAS E SUGESTÕES
25.04.2016
7ª Apresentação do Relatório Final Parte I e II
23.05.2016
18ª Apresentação do Relatório Final Parte I e II
23.05.2016
19ª Apresentação ao conselho municipal* /
30.05.2016 DEVOLUTIVA
* A apresentação ao conselho acabou não acontecendo, pois o conselho não foi convocado
ANEXO D
127
128
129
ANEXO E
130
131
ANEXO F
Propostas Apresentadas à Câmara por Viabilidade
Instituições Técnicas
IAB-BA - INSIT. DE ARQUITETOS DO
BRASIL 23 20 3 86,96%
OAB-BA 4 3 1 75,00%
PARTICIPA SALVADOR 12 4 8 33,33%
CAU-BA - CONSELHO DE ARQ. E
URBANISMO 1 0 1 0,00%
Sub-Totais 40 27 13 67,50%
Comunidade e População
CONDOMINIO MONSENHOR AYRES 4 3 1 75,00%
ASS. COMUNITÁRIA POR DO SOL 3 2 1 66,67%
132
CASSANGE
ASS. DE MORADORES DO ITAIGARA 1 0 1 0,00%
ASS. DE MORADORES DE ITAPUÃ 2 0 2 0,00%
GRUPO AMBIENTALISTA JEQUITIBÁ 9 0 9 0,00%
MOBICIDADE SALVADOR 17 3 14 17,65%
GRUPO ETINICIDADES –UFBA 1 0 1 00,00%
INDEPENDENTES 25 6 19 24,00%
SEM IDENTIFICAÇÃO 5 2 3 40,00%
Sub-Totais 67 14 53 20.89%
ANEXO G
Propostas Apresentadas à Câmara por Modalidade
Instituições Técnicas
IAB-BA - INSIT. DE ARQUITETOS DO BRASIL 4 19
OAB-BA 3 1
PARTICIPA SALVADOR 11 1
CAU-BA - CONSELHO DE ARQ. E URBANISMO 1 0
Sub-Totais 19 21
Comunidade e População
CONDOMINIO MONSENHOR AYRES 4 0
ASS. COMUNITÁRIA POR DO SOL CASSANGE 3 0
ASS. DE MORADORES DO ITAIGARA 1 0
GRUPO AMBIENTALISTA JEQUITIBÁ 8 1
MOBICIDADE SALVADOR 3 14
ASS. DE MORADORES DE ITAPUÃ 0 2
GRUPO ETINICIDADES- UFBA 0 1
134
INDEPENDENTES 14 11
SEM IDENTIFICAÇÃO DE AUTOR 3 2
Sub-Totais 36 31
ANEXO H
136
137
138
139
140
141
142
143
144
ANEXO I
ANEXO J