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Personagens na palma da mão

Bonecos de pano e papel ganham vida nas mãos dos alunos, que
criam e contam histórias desenvolvendo a imaginação

PAULO ARAÚJO (novaescola@fvc.org.br)

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Aluna se encanta ao manipular os fantoches: magia e aprendizado. Foto: Eduardo Queiroga

Era uma vez, num reino muito distante... Ou melhor, era uma vez, na EM Professor Solano
Magalhães, no Recife, uma professora chamada Giselle Carvalho. Fã de teatro de
bonecos, ela levou a turma de 22 alunos a também se encantar com essa forma de
expressão artística. Para o trabalho, ela usou dois suportes e 22 fantoches de pano. "Foi
um dia de festa quando o material chegou", lembra ela. "Nem bem identificamos todos os
personagens e a imaginação da garotada já estava a mil. Todos queriam contar histórias."
Com o auxílio da coordenação pedagógica, Giselle montou um projeto aliando o estudo
das características artísticas do teatro de fantoches e o desenvolvimento da oralidade. Os
alunos aprenderam a sincronizar as falas com as expressões faciais dos bonecos,
montaram pequenos enredos baseados no cotidiano e prepararam apresentações
divertidas uns para os outros. A atividade rendeu tanto que os fantoches disponíveis não
eram mais suficientes para contar tantas histórias diferentes. O grupo aprendeu, então, a
fazer outro tipo de boneco: os dedoches, confeccionados em papel. No fim da história, dois
meses depois... Ah, a história não teve fim, pois todo dia aparecia um fio de meada novo
nessa sala de aula pernambucana.
Sequência de atividades

1. CRIAÇÃO COLETIVA DE HISTÓRIAS

Trabalhar com fantoches favorece a produção de textos orais. Para que os alunos se
familiarizem com a proposta, é interessante que você, professor mostre como criar e
encenar as histórias, indo para trás do palco. Giselle fez isso no primeiro dia, explicando
que é preciso haver sincronia entre a fala e os movimentos do corpo do fantoche e suas
emoções. Se ele é malvado, precisa ser agitado bruscamente e a fala dele é mais alta.

2. ORGANIZAÇÃO DAS APRESENTAÇÕES

O silêncio e a atenção são importantes da atividade teatral: é impossível todos contarem


histórias ao mesmo tempo. Para organizar a apresentação, Giselle fez um sorteio. Os
estudantes podiam manipular os bonecos sozinhos ou em duplas. Escolher um pano bem
colorido, ou fazer um de retalhos, ajuda a separar os manipuladores do público.

3. FABRICAÇÃO DE DEDOCHES

Os personagens podem ser fabricados de acordo com o enredo. Giselle e os alunos


fabricaram dedoches de papel, recortando de revistas pequenas figuras, e as colaram em
saquinhos de 4 por 8 centímetros feitos de papel.

4. APRESENTAÇÃO

Uma das qualidades do teatro de fantoche é aliar a técnica de manipulação do boneco


com a capacidade de decorar e representar textos. Depois da leitura coletiva de trechos do
livro Lendas do Folclore Popular, Giselle fez um desafio à garotada: escolher alguns
personagens e contar a história deles com auxílio dos fantoches. Foi um festival cênico
para crítico nenhum botar defeito.

Outra proposta

TEATRO DE SOMBRAS

Criado na China por volta de 5000 anos antes de Cristo (veja o pôster com a linha do
tempo), esse tipo de encenação pode ser feito na classe afixando uma corda entre as duas
paredes ou estantes. Bole uma história com seqüência lógica e desenhe os personagens
numa cartolina preta. Faça alguns detalhes vazados e preencha-os com papel celofane
colorido. Cole apenas uma parte dos personagens em folhas de papel seda ou vegetal e
pendure no varal, deixando o corpo solto. Apague a luz, acenda uma lanterna ou vela e
está feita a magia.
CONSULTORIA: MARIA CECÍLIA SUGUIYAMA, PROFESSORA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA ESCOLA
MÓBILE, EM SÃO PAULO

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