O texto discute a multifuncionalidade dos espaços rurais e urbanos. Apresenta como o rural deixou de ser visto apenas como local de produção agrícola para agregar funções sociais, ambientais, culturais e de lazer. Também discute a agricultura urbana como uma nova função das cidades que melhora a qualidade de vida e o meio ambiente.
O texto discute a multifuncionalidade dos espaços rurais e urbanos. Apresenta como o rural deixou de ser visto apenas como local de produção agrícola para agregar funções sociais, ambientais, culturais e de lazer. Também discute a agricultura urbana como uma nova função das cidades que melhora a qualidade de vida e o meio ambiente.
O texto discute a multifuncionalidade dos espaços rurais e urbanos. Apresenta como o rural deixou de ser visto apenas como local de produção agrícola para agregar funções sociais, ambientais, culturais e de lazer. Também discute a agricultura urbana como uma nova função das cidades que melhora a qualidade de vida e o meio ambiente.
Texto 01: Funções e medidas da ruralidade no desenvolvimento
contemporâneo
Embora a visão de que a população do campo está fadada ao fracasso e
que permanecem apenas os que não conseguiriam se desenvolver nas cidades, boa parte dos municípios com maior IDH é na maioria rural. Há também a ideia de vinculação entre o rural com atraso, carência de serviços e falta de cidadania. Existe então a necessidade de se definir o que é rural e onde começa essa transição entre rural e urbano. No Brasil é usada a delimitação administrativa, onde o rural começa onde terminam os serviços públicos vinculando o rural com a carência. Outros países delimitam conforme o peso econômico da agricultura na ocupação da mão de obra, relacionando diretamente a ruralidade com a agricultura; outros relacionam ao patamar populacional, sendo considerado o mais inadequado por impor a classificação do rural ao isolamento. Esse tipo de classificação é relativo pois envolve muitos fatores históricos e culturais de cada localidade. Ruralidade é um conceito de natureza territorial e não-setorial, onde a definição de rural não é dependente da presença da agricultura, sendo a agricultura apenas uma parte do desenvolvimento rural, podendo ser característica do rural a multissetorialidade. Essa multissetorialidade deixa claro as novas funções dos espaços rurais (residencial, recreativa, ambiental, etc), e as funções produtivas clássicas (agrícola, silvícolas e industriais), e ganha força nesse aspecto também as políticas e práticas agrícolas para exploração sustentável dos espaços rurais. Pode ser destacado também as inter-relações entre o rural e o meio urbano que cada vez é maior e a mobilidade espacial nesses ambientes. Outras formas de classificação nos EUA são buscadas como o conceito de áreas metropolitanas e não-metropolitanas, buscando compreender as dinâmicas sociais com base na taxa populacional das zonas rurais e a maneira como elas se relacionam com o urbano. A definição, na França, de espaço periurbano nasceu da necessidade de definir morfologicamente a separação entre o urbano e o rural a mobilidade da população e os seus relacionamentos. O rural periurbano são as áreas rurais com inteira influência das grandes cidades, esse tipo de classificação auxilia no reconhecimento das dinâmicas territoriais entre a cidade e o campo. Enquanto a classificação por território seria uma nova delimitações dessa fronteira, utilizada pela OCDE, que busca organizar as informações estudando a dimensão territorial do desenvolvimento e as consequências territoriais das políticas públicas. A ruralidade passa a ser um valor para as sociedades contemporâneas, que busca as características marcantes do meio rural como: relação com a natureza, regiões não-densamente povoadas e inserção em dinâmicas urbanas. Fica evidente a importância da definição espacial e não setorial de ruralidade, a renovação das áreas rurais, e a dinamização dessas com os centros urbanos e a diversidade dos meios rurais.
Texto 02: Multifuncionalidade dos espaços rural e urbano: reflexões
iniciais
A concepção de que o ambiente rural servia apenas para a agricultura e
que a função dela era apenas a produção de fibras e alimentos passou a ser trocado pela multifuncionalidade, onde o campo agrega outras funções além de produzir alimentos e matérias-primas. Entre as funções destacam: função alimentar e econômica, produção de alimentos e garantia da segurança alimentar; função social, a agricultura familiar gera empregos e renda e diminui o êxodo rural, associadas com conceitos de cultura, tradição e identidades; função ambiental, a agricultura familiar tem melhores condições de ser mais sustentável ambientalmente do que grandes produções de monoculturas; função patrimonial, a conservação de espécies e raças locais e regionais de vegetais e animais, além da manutenção do patrimônio cultural em sua amplitude; função recreativa, os espaços rurais passam da visão de serem apenas o espaço de produção agrícola e incorpora aspectos relacionados ao lazer e ludismo; função estética, com a preservação dos aspectos visuais característicos da vida no campo, a agricultura causa mudanças na paisagem que de forma harmônica cria uma função estética importante para valorização do espaço rural. A urbanização com crescimento desordenado criou uma fronteira obscura entre o rural e o urbano, novas políticas de desenvolvimento visam dissolver essas fronteiras e permitir uma relação entre as múltipla funções rurais e urbanas. Uma das múltiplas funções das áreas urbanas é a agricultura urbana que é são os sistemas agrícolas nos perímetros urbanos, a agricultura que é localizada dentro da cidade é a intraurbana e a que se localiza nas periferias é a peri-urbana. Essa nova função da cidade contribui para a melhoria de vida nas cidade, uma vez que integra valores culturais novos, uma contribuição social além da melhoria da qualidade do ambiente, sendo vista como uma boa parceira das políticas públicas, devendo as cidades se acomodarem ao invés de proibí- las.