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Correção monetária:

como apresentar um
cálculo completo
ao judiciário
Introdução
Certamente não é fácil apresentar uma planilha
de cálculos precisa ao Judiciário. São muitos
fatores a serem levados em consideração. As
fórmulas, os índices e suas correções, a
necessidade de que estejam muito bem
discriminados, dentre outros fatores,
contribuem para a complexidade desta tarefa.
E não são poucos os indexadores. Existem os
econômicos, os diversos e aqueles que são
determinados pelos tribunais. Cada qual com
suas tabelas exclusivas e com suas datas
próprias de mudança. Um desafio e tanto. Esse
tipo de situação exige muita disciplina com
relação ao acompanhamento dos dados e
muita flexibilidade ao utilizá-los.

Isso não é algo grave e que impeça o progresso


de um escritório contábil ou advocatício, até
porque todos os escritórios instalados no Brasil
devem acompanhar os mesmos dados,
excluindo-se os dados regionais. Porém, é uma
necessidade que pode tornar a rotina muito
improdutiva de quem acompanha essas
modificações. Por isso, é sempre necessário
procurar atalhos que resolvam esses
complicadores.
Introdução
O advento da automação, por exemplo, é um
belo atalho para a resolução de vários
problemas ligados a cálculos que levam muito
tempo para serem realizados.

Fora essas questões, existe a necessidade de


cumprir os prazos, acompanhar os andamentos
de processos, manter os cadastros de clientes
em dia, cuidar da administração financeira,
entre outras situações.

O importante é ter em mente que o cálculo de


correção monetária, mesmo sendo complexo,
pode ser realizado de forma bastante simples
se realizado com as ferramentas corretas,
principalmente aquelas que agilizam os
processos – permitindo que o foco se firme nos
negócios e não em rotinas de cálculo.

Confira neste e-book algumas informações


sobre correção monetária e como apresentar
um cálculo completo ao judiciário.

Boa leitura!
Capítulo 1
O que é correção monetária

A correção monetária, também chamada atualização monetária,


é a atualização do valor do dinheiro considerando-se as perdas
por inflação. Enquanto os juros impactam diretamente na
redução de valor da moeda, a atualização monetária serve para
recuperar o preço justo.

A atualização monetária é uma forma de correção exclusiva do


Brasil, criada em meados dos anos sessenta do século passado.
Portanto, se compararmos à existência dos juros, que existem
desde a Antiguidade, pode-se dizer que é algo relativamente
novo.

Hoje, a correção monetária é determinada pelo Conselho Federal


de Contabilidade e trata-se de um Princípio Fundamental da
Contabilidade. Antes de ser controlada pelo Conselho Federal, a
determinação dos valores ocorria por meio do Governo Federal e
era chamada de Correção Monetária de Balanço. Em 1994, como
medida para conter a inflação que na época era muito alta,
houve a alteração de quem deveria estabelecer os valores dos
índices.
Capítulo 1
O que é correção monetária

Partindo disso, há regras para a utilização da correção


monetária. Elas seguem os princípios para aplicação da
atualização em relação a pessoas físicas e empresas:

• Todos os itens pertencentes a uma empresa ou uma


pessoa deverão ter os valores corrigidos – os parâmetros são os
índices determinados pelas autoridades governamentais
competentes.

• Os cálculos para os valores relativos aos bens fixos de


uma pessoa ou empresa deverão ser feitos de forma separada
dos valores em dinheiro.

• Em se tratando de empresa, o histórico do balanço


patrimonial com os débitos e créditos deverão ser atualizados
segundo os valores atuais estabelecidos pelos índices.

• É interessante que toda empresa possa destinar uma


reserva chamada lucros a realizar para que, com as devidas
correções, parte desse montante seja destinado a provisões e
investimentos futuros.

Como se percebe, tanto para pessoas físicas quanto para


empresas, há uma utilidade contundente em se analisar a forma
como a correção monetária pode influir nos valores de
pagamento de uma determinação judicial, ou ainda, de se
verificar quanto vale um negócio.
Capítulo 2
Correção monetária com juros

A correção monetária com juros pode ser aplicada em diversas


situações, bastando que exista alguma decisão judicial que
precisará da atualização dos valores financeiros. Dessa forma,
seguem os itens relacionados a Justiça Federal, que se aplicam ao
país inteiro:

2.1 Em caso de dívida fiscal


Os juros de mora não incidem sobre a multa de mora. Os
indexadores a serem utilizados na atualização dos valores são a
taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) e TMMCTN
(Taxa Média de Capacitação do Tesouro Nacional). Nesse caso, a
incidência dos juros sobre a correção monetária é vedada.

• Em caso de contribuição previdenciária. A situação atual


passou a valer a partir de fevereiro de 1992. A aplicação diz
respeito a aposentados e pensionistas, por isso a incidência é de
juros simples e não compostos.

• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Nesse


caso, há indexadores específicos determinados pela Caixa que
devem ser aplicados para a realização dos cálculos. A indexação é
baseada conforme a Taxa de Referência (TR), criada pela Súmula
459 do STJ. Os juros de mora a serem aplicados serão os simples,
por se tratar de pessoa física, de 0,5% ao mês.

• Em se tratando de correções relacionadas ao INCRA.


Aplicam-se juros simples sobre o valor do débito. O índice de
referência é a taxa Selic, com um 1% ao mês.
Capítulo 1
Correção monetária com juros

2.2 Liquidação de sentença


Seguem as formas de aplicação dos cálculos judiciais em se
tratando de juros de mora:

• Ações condenatórias em geral. A capitalização deve ser


realizada de forma simplificada. É vedada a incidência
acumulada de juros e correção monetária. A indexação para esse
tipo de aplicação deve ser baseada na caderneta de poupança.

• Benefícios previdenciários. O indexador é também a taxa


de rendimento da caderneta de poupança.

• Repetições de indébito. Nesse caso o índice base é a taxa


Selic. Ela deve ser capitalizada em juros simples, não sendo
permitida a incidência de juros de mora e correção monetária.

• Desapropriações diretas. Os juros moratórios devem ser


aplicados de forma simples de 6% ao ano, tendo como referência
a TR.

• Desapropriações indiretas. Há duas modalidades de juros


nesse caso. Os moratórios são de 6% ao ano, aplicados de forma
simples. Os compensatórios são compensáveis com os anteriores
e ficam em 12% ao ano.

• Ações trabalhistas. Quando o devedor é a Fazenda, os


juros são de 0,5%. Quando se tratam de empresas públicas e
prestadores de serviço, são de 1%.
Capítulo 1
Correção monetária com juros

• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Nesse


caso o indexador é a Taxa de Referência e há dois tipos de juros
a serem aplicados. Juros remuneratórios: quando a aplicação é
da Lei 5705/71 e artigo 13º da Lei 8036 de 1990, o valor
estabelecido é de 3% ao ano. Para casos enquadrados no
primeiro artigo da Lei 8678/73, o valor fixado é de 6% ao ano.
Juros de Mora: o indexador base é a taxa Selic, que deve ser
aplicada de forma simples – e está vedada a sua aplicação
cumulada com correção monetária.

• Caderneta de Poupança. Nesse caso, há também mais de


uma forma de aplicação dos juros. Juros remuneratórios: são
capitalizados mensalmente. A taxa é de 0,5%. Juros de mora: a
forma de indexação estabelecida é baseada na Selic, sendo
vedada a aplicação cumulada com juros de mora e correção
monetária. Os juros de mora e remuneratórios incidem
concomitantemente. A Selic incidirá sobre o juro principal
(moratório), havendo acréscimo dos remuneratórios.
Capítulo 3
Correção monetária aplicada a multas

Multa é uma pena que se aplica a alguém quando este


descumpre uma obrigação contratual. Confira algumas formas
de aplicação:

3.1 Multa compensatória


É chama da cláusula penal. Consta nos artigos 408 a 416 do
Código Civil. O objetivo é garantir que as partes que assinam um
contrato venham a cumpri-lo.

3.2 Multa moratória


Parte da necessidade coercitiva para que se cumpra um
comando legal.

3.3 Multa penitencial


Essa multa serve como substituição pela indenização de
descumprimento de contrato, também conhecida como arras.

3.4 Multa cominatória


É uma multa que dura enquanto permanecer uma inadimplência.

3.5 Multa processual


As multas processuais são aplicadas visando o cumprimento dos
atos relacionados a processos em andamento. Aplicam-se, por
exemplo, em casos de atrasos.
Capítulo 3
Correção monetária aplicada a multas

3.6 Multa em valor fixo


As multas judiciais assumem basicamente duas modalidades: em
valor fixo e em percentual sobre débito.

3.6.1 Valor fixo

Caso seja necessário atualizar o valor da multa, deverão ser


indicados os seguintes itens:

• O valor estipulado da multa


• Índice estipulado
• Data inicial e final da correção monetária
• A cláusula contratual na qual ficou prevista a multa
• Valor da correção monetária

3.6.2 Em percentual sobre o débito

Essa multa incide sobre o valor final do débito estipulado. Por


exemplo, em se tratando de uma multa de 20% e o valor total
estabelecido no contrato seja de R$ 10.000,00, o valor da multa
será de R$ 2000,00.
Capítulo 4
Correção monetária por
índices de correção

Uma tabela de correção monetária tem a finalidade de


apresentar índices de correção automática, que consideram a
inflação ocorrida, bem como a conversão devida às várias
mudanças de moeda.

A tabela de correção serve para atualizar valores diante de um


valor antigo. Diante dos cálculos feitos antigamente, hoje, com
os fatores multiplicadores, podemos dizer que houve uma
grande evolução com a simplificação do processo por meio de
indexação.

Porém, mesmo com a simplificação dos processos, é fato que


existem muitos índices e há a necessidade de saber qual deles se
aplica em cada caso em particular, o que pode ser um
complicador na hora de realizar os cálculos. Isso ocorre porque
diferentes esferas jurídicas criam seus próprios indexadores
(Estadual, Federal e Trabalhista).
Capítulo
Correção monetária por índices de correção

Aproveite para conferir alguns dos índices existentes:

4.1 Econômicos
• Taxa de Referência (TR). Trata-se de um índice para
realizar as atualizações de ganhos com a poupança. Ela foi
criada no Plano Collor II e não reflete os juros do mês anterior, já
que, quando foi criada, o Brasil passava por uma situação de
hiperinflação.

• IGP – DI. Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna.


É medido pela Fundação Getúlio Vargas e é uma versão do IGP.
Ele é faz medições do dia 1 até último dia do mês.

• IGM – PM. Índice Geral de Preços do Mercado. É uma das


modificações do IGP. Mede bens de consumo e bens de
produção e vários outros insumos.

• INCC. Índice Nacional da Construção Civil. Ele varia todo


mês e também é medido pela Fundação Getúlio Vargas.
Capítulo
Correção monetária por índices de correção

4.2 Índices Diversos


• ORTN. Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional. Já foi
bastante utilizado como indexador a nível nacional. Foi
substituído pelo BTN.

• BTN. Bônus do Tesouro Nacional. Extinto em 1991.

• OTN. Título emitido entre os anos de 1986 e 1989 em


substituição ao índice Obrigação do Tesouro Nacional (OTN).

• INPC. Índice Nacional de Preços ao Consumidor. É


calculado pelo IBGE. Tem como base as famílias entre 1 a 5
salários mínimos e residentes em regiões metropolitanas.

4.3 Índice Judicial


• CJF. Conselho de Justiça Federal. Este órgão possui um
índice próprio para realização de cálculos.
Capítulo 4
Apresentação de cálculos ao juiz

Como se percebe, são muitos os fatores a serem levados em


consideração no momento de se realizar a correção monetária. E
o fato de que após proferida a sentença não se possa entrar com
um recurso para reconsiderar algum erro ou omissão de valores,
faz com que o rigor com que os cálculos são feitos seja
fundamental.

Para que não se cometam erros ao longo dos cálculos, é preciso


também ficar atento às minúcias técnicas relacionadas aos
indexadores. Isso é importante inclusive para que se evite o
retrabalho, o que tornaria os procedimentos bastantes
improdutivos.

Além disso, é importantíssimo que os cálculos, que serão


apresentados ao juiz na forma de laudo ou parecer, estejam
impecavelmente organizados e que sejam entregues dentro do
prazo estipulado. Por esse motivo, dispositivos que automatizam
os processos podem ser de grande utilidade. Eles evitam que se
cometam erros de cálculo e agilizam o processo; em outras
palavras, otimizam a tarefa.
Conclusão

Cálculo com correção monetária é algo


bastante complexo e que precisa de
uma profunda atenção com relação
aos procedimentos realizados. Por
isso, é sempre importante se atualizar
com as novidades técnicas que o
mercado oferece, permitindo que a
realização dos trabalhos seja feita da
forma mais correta possível. Manter-se
atualizado e adaptar-se às novas
tecnologias é algo que, além de
permitir uma facilitação dos
procedimentos, torna-os mais
simplificados e ágeis.
Sobre a Debit

A Debit é uma empresa pioneira em soluções


financeiras, com expertise na realização de
cálculos trabalhistas e correção monetária. É uma
referência nacional para advogados, contadores e
profissionais de RH, com uma cartela de mais de
100 mil usuários por todo Brasil.

Aproveite para conferir o Debit Atualiza, solução


de cadastro gratuito que realiza cálculos
relacionados aos índices de correção monetária
descritos nesse texto de forma bastante simples e
agilizada.

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