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PREFÁCIO

A minha missão é realizar o sonho das pessoas a


tocar o cavaquinho como eles sempre sonharam e
dar-lhes o caminho certo dos estudos.

Por isso, meu intuito com essa apostila é poder


levar esse conhecimento do estudo correto do
instrumento ao maior número de pessoas possível.
É isto que guia a minha jornada, meus sentimentos,
ações e que me inspira a buscar ser um profissional
cada dia melhor.

Minha intenção positiva, com isso, é proporcionar


verdadeiras oportunidades para que, mais pessoas
possam alcançar esse conhecimento para se
tornarem melhores a cada dia e mais próximas de
seus objetivos.

Seja bem vindo a Apostila Prática de Cavaquinho.

Bons estudos,
Qual cavaquinho comprar?
Seja muito bem vindo a apostila gratuita de cavaquinho, onde aqui irei abordar
algumas das principais matérias para você ter uma base sólida e passo a passo do
início dos estudos.

Neste primeiro capítulo iremos abordar toda a base correta que você precisa ter para
iniciar os estudos. Muitos alunos compram um instrumento, sem saber ao certo se a
qualidade do mesmo é boa ou não, e vão para a internet sem ter uma base inicial.
Fatalmente isso o levará a desistência do instrumento em pouco tempo.

Quando desperta a vontade de aprender a tocar cavaquinho, a primeira dúvida que


vem a nossa mente é: Qual cavaquinho devo comprar? Qual o melhor cavaquinho
para iniciante? Devo começar com um barato, intermediário ou um profissional?

Você que está começando a tocar agora, eu


aconselho um instrumento intermediário, que
varie entre 300 a 500 reais. Mas, tudo vai
depender de quanto você dispõe para investir
em seu novo instrumento, que pode variar desde
100,00 (os de nível inferior) até 4 mil reais os
profissionais de Luthier. E até mais que isso.

Os Cavaquinhos mais caros são os de Luthier, ou


seja, aqueles que são fabricados artesanalmente,
sob encomenda, um por um. Onde possuem uma
qualidade muito superior de madeiras utilizadas,
acabamento de primeira linha e sonoridade
superior. (foto)

Os cavaquinhos mais em conta, são os de "marca", aqueles feitos em série,


vendidos em lojas de instrumentos. Exemplo: Rozini, Giannini, Marquês, etc.

O que os diferencia dos Cavacos de Luthier?

Os instrumentos feitos em série, normalmente utilizam madeiras de qualidade inferior


e alguns deles até feitos em máquinas. E como são produzidos em grande escala, eles
não tem toda aquela atenção que um Luthier tem sobre apenas um instrumento.

Mas esses de loja são bons para começar?

Sim, são!
Mas temos que ficar atentos há alguns detalhes antes de comprar. Neste caso, temos
diversas marcas disponíveis e isso acaba confundindo um pouco quem está iniciando e
é ai que surgem as dúvidas de qual o mais indicado. Normalmente, muitos vão
direto pela marca, sem nem ao menos olhar o instrumento.

Então, as dicas que eu dou são as seguintes:

- Observe sempre o braço do instrumento. Braço muito


grosso vai dificultar muito o seu aprendizado; (Procure
comprar o instrumento pessoalmente)

- Se possível, leve alguém que conheça de instrumentos


junto com você na hora de comprar;

- Verifique a altura das cordas em relação a escala. Se estiverem muito altas,


pode causar um desconforto enorme
na hora de tocar e você terá que colocar mais força para fazer os acordes;

- Toque o instrumento ou se você for um iniciante, peça para algum amigo (se for
com você) tocar. Veja se o som lhe agrada, pois dependendo da madeira pode
produzir uma sonoridade diferente para cada instrumento;

- Não compre um Cavaquinho somente pela beleza dele. O mais importante é você
gostar da sonoridade e ele ser confortável;

- Se você for utiliza-lo apenas para seu aprendizado, não precisa comprar um elétrico.
Depois de aprender, com certeza você vai querer trocar de instrumento e comprar um
melhor e já elétrico.

A faixa de preços desses cavacos em série é de acordo com a madeira produzida.


Normalmente, esses instrumentos são de "compensado", para haver uma redução no
custo do instrumento, e esses tipos de madeira não apresentam uma boa sonoridade.
A medida que vão ficando mais caros, podem haver madeiras maciças, em alguns
casos somente o Tampo e até o cavaco inteiro, como faixas e fundo também. Você vai
perceber uma diferença grande no valor para os maciços, que apresentam uma
sonoridade muito mais encorpada em relação aos de compensados.

ok, boas dicas. Mas e as marcas?

Vou colocar aqui algumas marcas disponíveis no mercado que são bastante usadas
pelos iniciantes. Procure testar para você poder avaliar melhor qual deles se
encaixa em seu gosto pessoal.

Cavacos de Nível Intermediário:

Rozini - Hoje é uma marca líder em relação


aos instrumentos em série. A grande maioria
dos iniciantes começam com um Rozini.
É um instrumento de nível intermediário e ótimo
para quem está começando. A partir de 400,00
reais dá para adquirir um modelo estudante. A
Rozini também possui modelos mais caros,
como Studio, Presença Brasil, etc.

Marquês - Instrumento também de nível


intermediário, que perde bem pouco para a
Rozini em questão dos instrumentos iniciantes.
Creio que você consiga um bom instrumento
na faixa de uns 400,00 a 500,00 reais.

Giannini - Nível intermediário. Instrumento


também bastante usado por iniciantes, é
outro que recomendo.
Você encontra na faixa de uns 300,00 a
400,00 reais.
A Giannini também fabrica instrumentos mais
caros, vale a pena dar uma conferida.
Del Vecchio - Nível intermediário. Na faixa de
300,00 a 400,00 reais você encontra. A Del
Vecchio é uma loja centenária e de tradição.
Ainda estão na ativa fabricando até hoje. Vale
muito a pena dar uma passada na loja, no
centro de SP, para conhecer um pouco de sua

história e conferir algumas raridades.

Cavacos de Nível Inferior.

Tonante, Toks, Austin, Kashima, etc - São


cavaquinhos baratos e que normalmente
possuem o braço grosso. São feitos com madeiras
de baixa qualidade e podem ter problemas de
afinação
Estão na faixa de 100,00 a 200,00 reais.

Espero poder ter ajudado na sua decisão de compra e tirado algumas dúvidas que
você possa ter. Vamos em frente!

Cordas, Palhetas e Afinador Digital


Muita gente me pergunta:

Qual a melhor corda para Cavaquinho? ou Qual a melhor Palheta para Cavaquinho?
Então, resolvi colocar nessa apostila para responder essas duas perguntas básicas. Não
irei colocar aqui qual a melhor ou pior, pois cada pessoa tem seu gosto. O importante
é você comprar e testar cada uma delas.

Cordas
Deve-se escolher o tipo de encordoamento de acordo com o instrumento: Cordas para
Cavaquinho, violão, etc. Elas são divididas por tensões: Leve, Média e Pesada.

O que diferencia essas tensões?

O que difere é principalmente o timbre e o volume. Com um encordoamento de tensão


leve você obtém um som mais "suave", com mais grave e menos brilho nos agudos. Se
você tiver o braço muito pesado para tocar, esse tipo de encordoamento
não é tão recomendado, ou seja, você não vai conseguir um volume muito alto com
cordas de baixa tensão. As de Tensão Alta você consegue mais brilhos nos agudos.
Você consegue obter um som suave, não tão quanto a de tensão leve. Se você tem a
mão mais pesada, esse tipo de encordoamento é ideal para você.

Dúvidas mais comuns referente as cordas:

Quando trocar as cordas do cavaquinho?

É aconselhável trocar as cordas quando as mesmas oxidarem, ou seja, ficarem


"escuras" ou "mudas", quando já não estão mais omitindo um som desejado.

Quando arrebentar uma corda, devo trocar ela ou todas?

Eu sugiro que troque todas as cordas para que som se iguale. Se você não tiver um
jogo disponível, não há problemas em trocar apenas a corda quebrada. (Nunca
substitua uma corda de uma tonalidade por outra, exemplo: Duas cordas Si no lugar
da Sol).

Dica: Ao terminar de tocar, sempre passe um pano seco nas cordas para remover
o suor e aumentar a vida útil delas.

Abaixo as cordas que uso e recomendo (Os valores variam muito de acordo com a sua
região e podem chegar de 10,00 até 20,00 reais).

Palhetas
A palheta é uma opção muito pessoal, mas podemos dar algumas dicas: A marca que
eu uso e recomendo é a dunlop. Feita de nylon, resistente e
agrada muito o som.

A palheta muito fina ou mole demais é mais barulhenta e


não é recomendável para fazer solos. (Exemplo: 0,53mm)
A palheta dura (ou grossa) é melhor tanto para fazer solos
como para acompanhar. (Exemplo: de 0,67 a 0,75 mm).

Enfim, o importante é você se sentir confortável tocando.


Qualquer que seja o tipo de palheta, o importante é que
esteja polida na sua ponta, para evitar ruídos. Recomendo a palheta: Dunlop. A média
de preço dessa palheta é de 3,00 reais.

Afinador Digital
O afinador é um aparelho indispensável para manter o seu instrumento afinado, pois no
início dos estudos ainda não temos capacidade auditiva para afinar de ouvido.

Existem muitas marcas no mercado e não


abordarei sobre elas aqui, mas procure utilizar
aqueles afinadores de "flip", para prender na mão
do instrumento e ficar sempre acessível para
você utilizá-lo.

Se você preferir, existe alguns aplicativos para celular que


simulam o afinador digital e funcionam tão bem quanto
os aparelhos físicos. Mas é sempre bom possuir ambos
para que você não fique na mão e tenha sempre o
afinador por perto.
Um dos principais erros de quem está começando os estudos é estudar com o
cavaquinho desafinado. Confira a afinação sempre!

O que vimos até o momento são os materiais essenciais para um bom começo. Mas e
agora, Professor? Já comprei meu cavaquinho. Já sei quais cordas e palhetas utilizar e
já estou com ele afinado. Para onde devo seguir?

O Que Saber Antes de Começar os Estudos


O primeiro erro de quem começa aprender cavaquinho é: Comprar o cavaquinho e ir
para a internet pegar músicas, não sabendo exatamente por onde começar e qual
caminho seguir, se sentindo totalmente perdido. Mais de 80% das pessoas que
fazem isso desistem nos primeiros 3 meses. E porque elas desistem?

- Porque a mão ainda não está preparada para


fazer os acordes, pois os dedos não obedecem;
- A batida ainda não encaixa no ritmo certo
da música;
- Falta sincronismo entre a batida e a troca
de acordes;

Ai a ansiedade começa aumentar porque não


consegue desenvolver a música, a desistência vem e o
cavaquinho vai para cima do guarda-roupa. E vamos
confessar: isso é muito frustrante, não é?

O que fazer agora, Professor?

Existem aqui 3 situações de pessoas:


1 - Você que está seguindo esse caminho que acabei de citar e procurando músicas e
matérias espalhadas na internet;
2 - Você que passou por esse caminho e desistiu dos estudos;
3 - Você que ainda não começou por esse caminho e procura informações de como
aprender corretamente.

Se você se enquadrar na opção 1, tenho certeza que se identificou muito com o que
citei acima. Mas você pode me falar: Mas professor, eu consegui aprender assim. Sim,
você até pode aprender dessa forma, mas chega um momento que você trava e não
consegue evoluir mais, sentindo a necessidade de aprender coisas novas
para continuar evoluindo.

Se você se enquadrar na opção 2, você precisa buscar forças para retomar os


estudos, e dessa vez, da forma correta. A ansiedade em aprender rapidamente e a
falta de direcionamento nos estudos, são os pontos mais comuns das pessoas que
desistem. Mas se você está aqui lendo essa apostila, isso já mostra que você quer
aprender da maneira correta!

Agora para as pessoas que se enquadram na opção 3, normalmente são aquelas que
evoluem rapidamente, pois ao invés de saírem procurando matérias espalhadas na
internet e sem direcionamento, buscam um método com um bom passo a passo e um
direcionamento de um professor. Então se você está estudando de maneira incorreta
ou já desistiu, dê um passo atrás e não deixe seu sonho de lado. O uso de um bom
método de estudo e com orientação, vai te colocar no caminho certo, mostrando
quais passos você deve seguir, evitando que você dê voltas e voltas sem sair do lugar.

Um segundo erro crucial é o aluno não querer fazer os exercícios básicos do


instrumento (digitação). A grande maioria que está iniciando no cavaquinho, acaba
pulando essa etapa tão importante do estudo e a falta de praticar esses exercícios
acaba atrasando a sua evolução. Por mais que um jogador de futebol seja um craque,
ele precisa passar pelos treinamentos. Sem treinar ele não vai pro jogo! Portanto,
faça os exercícios, e você sentirá uma grande diferença ao longo do tempo.

Os 3 Pontos Chaves para sua evolução no Cavaquinho


Em meus vídeos no youtube eu sempre cito sobre esses pontos, que são os que
considero fundamentais para decidir o rumo do seu aprendizado. Como professor há
mais de 25 anos eu consegui identifica-los dentre os milhares de alunos que já formei.
Portanto, o que falarei a seguir é com base em mais de
2 décadas ministrando aulas com os mais diversos
tipos de alunos.

1º Ponto Chave: Disciplina!


Eu considero a disciplina um dos mais importantes
pontos para seu aprendizado. Porque é onde o aluno vai
determinar a consistência diária de estudos, pois sem
isso ele não consegue evolução. Não adianta você ficar
5 dias sem pegar no instrumento e depois querer em
um único dia tocar por mais de 8 horas. Isso não vai dar
resultado!
Portanto, defina uma meta de estudos e siga à risca o que foi determinado.

2º Ponto Chave: Paciência!


Não adianta nada você ter disciplina, estudar todos os dias e não ter a paciência para
respeitar os seus próprios limites de aprendizado. Muitos iniciantes se preocupam
com o tempo em que estão em determinada matéria. Não existe tempo certo isso, o
importante é você dominar aquilo que está estudando mesmo que seja durante 1 mês
ou 1 ano. Nunca se compare a outros alunos, pois cada pessoa tem seu próprio ritmo.
Siga o seu caminho, pois você não é igual a ninguém. Com paciência você chegará
longe.

3º Ponto Chave: Dedicação!


Um aluno dedicado é aquele que leva a sério o que está fazendo. Quando está estudando
não se distrai com redes sociais, televisão, whatsapp, etc. Ele Segue à risca a matéria
proposta, tem foco e só muda de lição quando realmente aprende e se sente seguro.
Durante todos esses anos como professor, muitos alunos me questionavam: "Será que eu
vou aprender? Eu não tenho talento para tocar cavaquinho". E a dedicação desses alunos
me mostrou que sim, eles aprenderam a tocar.

Unindo esses 3 pontos e com um bom método, eu tenho certeza que você vai evoluir
no instrumento como jamais imaginou. Você está preparado para isso? Se você tem
um sonho, eu creio que a resposta é SIM.

Quadro Geral de Posturas com o Cavaquinho


Agora vamos ter o contato com o instrumento e aprender sobre as posturas corretas,
e que são pouco faladas, mas são de extrema importância para seu aprendizado. Tocar
com uma má postura pode acarretar em tendinites, dores nas costas, etc. E com essas
dores, fica difícil se concentrar nos estudos, fazendo com que você possa até desistir
do instrumento. Por isso, irei colocar aqui diversas figuras demonstrando os
posicionamentos corretos para você tirar o maior proveito possível dos estudos e
manter sua saúde física.

Lembrando que o que veremos a seguir, são opiniões próprias de acordo com o meu
corpo e com a minha experiência em mais de 25 anos ministrando aulas.
- Como segurar o cavaquinho sentado

Modo correto de segurar o Cavaquinho Modo incorreto de segurar o Cavaquinho

Ao iniciar seus estudos, preste muita atenção na posição que você segura cavaquinho.
O braço do instrumento deverá estar levemente inclinado para cima e apoiado sobre
a coxa, como mostra a primeira imagem.

- Posição do Antebraço esquerdo (ou direito para canhotos)

Modo correto do Antebraço Modo incorreto do Antebraço

O antebraço esquerdo não deve estar junto ao corpo, isso limita um pouco seus
movimentos. O correto é deixá-lo um pouco afastado do corpo, como mostra a
primeira imagem. Isso lhe dará mais liberdade na troca de acordes e correr o braço do
instrumento.
- Posição do Antebraço direito (esquerdo para canhotos)

Maneira correta de posicionar o Antebraço direito

Essa é a posição mais confortável do antebraço direito para poder palhetar com mais
segurança. Pressione o bojo (caixa) do instrumento para prendê-lo junto ao seu corpo.
Ao executar a palhetada, procure movimentar somente a munheca.

- Postura da mão esquerda (direita para canhotos)

Modo correto da mão esquerda Modo incorreto da mão esquerda

Ao posicionar a mão esquerda no braço do instrumento, nunca apóie a palma da


mão atrás do braço, isso faz com que você não forme os acordes corretamente
prejudicando a sonoridade. Perceba nas imagens a posição do dedão em ambos os
casos. Fique sempre atento a esse posicionamento. Esse é um erro muito comum dos
alunos que estão iniciando.
- Posição dos dedos para formar os acordes

Modo correto dos dedos Modo incorreto dos dedos

A maneira correta de fazer os acordes é com a ponta dos dedos e nunca com a digital.
Repare na primeira imagem que os dedos estão pressionando as cordas encaixando
perfeitamente em cada casa, diferentemente da segunda imagem, onde vemos os dedos
"deitados" sobre as cordas, abafando o som e deixando os acordes "mascados".

- Postura da mão esquerda (direita para canhotos) na parte de trás

Posição para Acordes de Pestana Posição para outros Acordes

O polegar tem parte fundamental no posicionamento, pois ele se movimenta de


acordo com cada acorde. Veja na primeira imagem a posição do polegar para acordes
de pestana, onde fazemos uma espécie de "pregador" para poder firmar as cordas e
assim melhorar a sonoridade. Na segunda imagem, para outros acordes, o polegar fica
voltado para cima. Dependendo do acorde, ele pode ficar em outras posições
também. Isso não é uma regra, o importante é você se sentir confortável e tirar o som
do acorde. Sempre fique atento a não encostar a palma da mão, conforme expliquei
nas imagens anteriores.
- Maneiras de segurar a palheta

Segurar a palheta com 2 dedos Segurar a palheta com 3 dedos

Existem diversas formas de segurar a palheta. Aqui não vou entrar no mérito de
maneiras certas ou erradas, mas a maneira mais correta de você segura-la é aquela
que você se sente mais confortável. Nas imagens eu demonstro 2 formas bem comuns,
que são: Com 2 e com 3 dedos. Particularmente eu seguro com 3 dedos, pois para
mim, com 2 dedos a palheta tende a escapar um pouco e com 3 eu a deixo mais segura
e me sinto totalmente confortável para executar qualquer tipo de palhetada. Faça seus
testes e procure a melhor maneira para você tocar!

- Modos de palhetar no cavaquinho

Palhetar na boca do instrumento Palhetar no braço do instrumento

Não é errado palhetar no braço do instrumento, mas eu não recomendo, pois além da
palheta raspar um pouco na escala (madeira), você não tira a sonoridade ideal do seu
cavaquinho, além de atrapalhar no momento de você solar ou praticar exercícios.
Palhetar na boca do instrumento dará mais volume, liberdade nos solos e exercícios
além de extrair uma sonoridade muito melhor. Se você tem esse vício, procure corrigi-
lo.
- Maneiras de executar solos e exercícios

Mão com apoio no tampo Mão sem apoio no tampo

Ao solar ou praticar exercícios no cavaquinho, você precisa analisar qual é a maneira


mais confortável para executá-los. Sendo que, com apoio você terá uma maior
segurança, mas também limita a sua velocidade. E sem apoio, como os grandes
mestres do choro fazem, te deixa com maior liberdade para execução. No começo
eu recomendo que use com apoio e com o passar do tempo e experiência, você
pode ir deixando a mão mais livre.

Espero que nesse capítulo eu tenha colaborado com o seu início no instrumento e
nos próximos capítulos vamos entrar na parte prática. E como eu sempre digo: Um
bom direcionamento e um passo a passo te levam a alcançar seus objetivos e realizar
seu sonho de tocar cavaquinho.

Nos vemos no capítulo 2. Vamos em frente!


Lição 1
(Introdução e Afinação do Instrumento)

A) Apresentação do Cavaco:

B) Nomenclatura dos Dedos:

Representação numérica para a


mão que fará os acordes. No caso,
mão esquerda para destros e mão
direita para canhotos.

Mão Esquerda:
Mão direita:
1 – Indicador
É a mão da palheta. Devemos desde
2 – Médio
o inicio alterná-la, para baixo e para cima.
3 – Anular
4 - Mínimo

Obs.: Novamente lembrando que estamos explicando para alunos destros.


C) Notas Musicais:

Do – Ré – Mi – Fá – Sol– lá – Si

D) Cifra:

É a representação gráfica das notas musicais através das letras:

A = Lá B = Si C = Do D = Ré E = Mi F = Fá G = Sol

As cordas soltas do cavaco são contadas de baixo para cima a partir da corda Ré (fina).
Como na figura a seguir:

Corda 1 = Ré Corda 2 = Si Corda 3 = Sol Corda 4 = Ré

E) Afinação:

Procure sempre afinar seu cavaquinho por um Afinador Eletrônico. Vai acostumar seu
ouvido mais rápido e é muito mais preciso do que afinar Manualmente.

Dicas:

Procure decorar a afinação, para melhor entendimento.


Estude sempre com o cavaco afinado, para acostumar o ouvido.
Se a princípio você sentir dificuldades na afinação, procure ajuda de
um profissional. Ou quem possa auxiliar na afinação.
Lição 2
(Explicação do Braço e Exercícios de Articulação)

A) Exercícios de articulação.

Mão direita e mão esquerda juntas.

Devemos treinar, começando pela corda 4 (Ré). Sempre ida e volta.

Os números 1, 2, 3 e 4 equivalem
às cordas do cavaquinho, sempre
contando de baixo para cima. Os
números 1 e 2 equivalem aos
dedos indicador e médio.

Este exercício é chamado de Exercício de Articulações. Serve para dar maior


mobilidade à mão que faz os acordes no braço do instrumento. É de
fundamental importância!

Cada dedo da mão esquerda corresponde com a casa do cavaco.

B) Outros exercícios de articulações:

Nesse estágio faremos seis exercícios básicos de articulação usando apenas


dois dedos. Para que o aluno desenvolva devagar as articulações.

1-2 e 2-1 – (Dedo 1, Casa 1, Corda 1 – Dedo 2, Casa 2, Corda 1) (Dedo 2, Casa 2, Corda
2 – Dedo 1, Casa 1, Corda 2) Repete subindo e descendo.

1-3 e 3-1 – (Dedo 1, Casa 1, Corda 1 – Dedo 3, Casa 3, Corda 1) (Dedo 3, Casa 3, Corda
2 – Dedo 1, Casa 1, Corda 2) Repete subindo e descendo.

1-4 e 4-1 – (Dedo 1, Casa 1, Corda 1 – Dedo 4, Casa 4, Corda 1) (Dedo 4, Casa 4, Corda
2 – Dedo 1, Casa 1, Corda 2) Repete subindo e descendo.

1 2

Figura1. Postura correta para fazer exercício de articulações.


Figura 2. Postura errada para fazer exercício de articulações.

Dicas:

Faça estes exercícios diariamente procurando marcar um tempo


determinado, para todas as notas. Assim você começa a ter noção de
divisão rítmica.
Use sempre a palheta alternada.

Lição 3
(Tablatura e Solo)

A) Tablatura:

A Tablatura do cavaquinho é desenhada deste modo.

Esses números significam o seguinte: O primeiro simboliza a corda e o segundo a


casa a ser apertada (0 = corda solta).

Exemplo:

10 1 = primeira corda = D; 0 = nenhuma casa, corda solta) indica a corda Ré solta


20 2 = segunda corda = B; 0 = nenhuma casa, corda solta) indica a corda Si solta
30 3 = terceira corda = G; 0 = nenhuma casa, corda solta) indica a corda Sol solta
40 4 = quarta corda = D; 0 = nenhuma casa, corda solta) indica a corda Ré solta

Outros Exemplos:

12 indica a primeira corda apertando o dedo na segunda casa.


24 indica a segunda corda apertando o dedo na quarta casa.
36 indica a terceira corda apertando o dedo na sexta casa.
48 indica a quarta corda apertando o dedo na oitava casa.
B) Solos Usando a Tablatura:

Chegou a hora de treinarmos um pouco mais os solos em forma de Tablatura.

É você (Exaltasamba)
40 42 44 30 20 12 10 40 42 44 30 20 12 14 10
40 42 44 30 20 12 10 14 12 10 20 33 32

O show tem que continuar (Fundo de Quintal)


21 23 12 15 13 12 21 12 (2x)
21 23 12 15 13 12 12 21

Lição 4
(Ritmos e Batidas)

As batidas vão determinar o ritmo que você está tocando. Irei mostrar a batida de
partido alto da forma mais simples e objetiva possível.
A) Batida de Partido Alto.

Essa é a tradicional batida na maioria das músicas do Zeca Pagodinho, Almir Guineto,
Fundo de Quintal, etc.
Baixo – Cima – Baixo – Baixo – Baixo – Baixo – Cima – Baixo – Baixo (Repetindo sempre
a mesma sequência).

Veja passo a passo nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=z9UyzP2lfu4


Lição 5
(Sequência de Dó Maior)
A) Sequência de Dó Maior quadrada:

Vamos começar a montar nossos primeiros acordes. A primeira sequência que irei
passar é a de Dó Maior Quadrada. Nós chamamos essa sequência de Quadrada, pois
ela consiste em quatro acordes.

Nós temos também outra variação muito usada para o acorde G7 (Sol com Sétima).
Veja na figura abaixo:

G7
B) Sequência de Dó Maior com Subida:

Esta é uma sequência que possui uma variação dentro do Quadrado de Dó Maior, que
na gíria musical chamamos de Subida.

Fm
Lição 6
(Repertório)

Chegou o momento de tocar pra valer! Irei disponibilizar para vocês uma música com
os acordes já estudados. Sugiro que você treine bastante todos os tópicos dessa
Apostila para chegar neste ponto já com assimilação das batidas apresentadas e
facilidade na troca de acordes.

Música – Tristeza (Beth Carvalho):

Nessa música vamos usar a Batida de Partido Alto.

Tom: C (Dó Maior)


Batida: Partido Alto

C Dm
Tristeza por favor, vai embora.
Em G7 C C7
Minha alma que chora está vendo o meu fim
F Fm
Fez do meu coração a sua moradia
C A7
Já é demais o meu penar
Dm G7
Quero voltar àquela vida de alegria
C C7
Quero de novo cantar
F Fm
Lá laia lá
C A7
Laia laia laia lá
Dm G7
Laia laia laia lá
C
Quero de novo cantar

Dica: Antes de tocar e cantar, treine bem a troca de acordes que contém na música.
Assim, você terá mais desenvoltura para sincronizar a voz com a batida. Estude com
calma, não queira aprender a música em um único dia. Paciência e dedicação são
pontos chaves em seu aprendizado. Bons estudos!
Lição 1
(Exercícios de Articulação)

Como já havia dito, os exercícios de articulação são de fundamental importância para o


desenvolvimento dos dedos da mão que faz os acordes e os solos.

Estaremos trabalhando este exercício com a combinação de três dedos da mão do


braço do cavaco. Vamos tocar lentamente até total assimilação e depois acelerar um
pouco.

Toque:

(1 2 3) (1 3 2) (1 2 4) (1 4 2) (1 3 4) (1 4 3)

Obs. fazer exercícios diariamente, sempre subindo e descendo no braço do


Cavaquinho.

Lição 2
(Sequências de Mi e Fá Maiores Quadradas)

No capítulo anterior nós aprendemos como se faz a batida de Partido Alto. Usaremos
esta batida como exemplo para todas as sequências deste capítulo.

Sequência de Mi Maior Quadrada


Sequência de Fá Maior Quadrada

Lição 3
(Sequências de Mi e Fá Maiores com Subida)

Agora vamos aprender as Seqüências Maiores com variações, ou subidas.

Sequência de Mi Maior com Subida

Dificuldade na montagem de acordes menores:

Na sequência de Mi Maior com Subida teremos o acorde de Am, que possui uma fôrma
um pouco complicada para quem está iniciando os estudos. Abaixo eu darei uma
alternativa para montar esse acorde de um jeito mais simples. As duas maneiras estão
corretas.

Exemplo: Na figura abaixo temos o acorde de Lá Menor. No primeiro desenho você


possa ter alguma dificuldade para encaixar os dedos, por isso estou dando uma
segunda opção que também é muito usada no cavaquinho, onde x é o dedão abafando
a corda Nº 4 (Ré).
Lição 4
(Sequências de Dó e Ré Menores Quadradas)
Agora vamos dar início as Sequências Menores Quadradas. Iremos começar por Dó e
Ré maior.

Sequência de Dó Menor Quadrada


Sequência de Ré Menor Quadrada

Lição 5
(Repertório)
Vamos agora tocar a música "Deixa a Vida me Levar" seguindo a sequência quadrada
maior com subida que treinamos anteriormente.

Deixa a Vida me Levar (Zeca Pagodinho)

Tom: E (Mi Maior)

Intro: A B7 E C#7 F#m B7 E (B7)

E B7 E
Eu já passei por quase tudo nessa vida
C#7 F#m B7 E B7
Em matéria de guarida espero ainda a minha vez
E B7 E
Confesso que sou de origem pobre
C#7 F#m B7 E
Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez...

B7 E C#7 F#m
Deixa a vida me levar (Vida leva eu)
B7 E
Deixa a vida me levar (Vida leva eu)
B7 E E7 A
Deixa a vida me levar (Vida leva eu)
B7 E B7 E B7
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
E B7 E
Só posso levantar as mãos pro céu
B7 E C#7 F#m C#7
Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu
F#m
Se não tenho tudo que preciso com o que tenho, vivo
B7 E B7
De mansinho lá vou eu

E B7 E
A coisa não sai do jeito que eu quero
E7 A C#7
Também não me desespero, o negócio é deixar rolar
F#m B7 E
E aos trancos e barrancos lá vou eu
C#7 F#m B7 E
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
Lição 1
(Exercícios de Articulação)

Agora iremos trabalhar com os 4 dedos:

(1 2 3 4) (1 2 4 3) (1 3 2 4) (1 3 4 2) (1 4 2 3) (1 4 3 2)

Observação: Estude diariamente estas articulações, pois terá um resultado muito


satisfatório.

Aumente a velocidade assim que estiver com prática.

Lição 2
(Escalas)
As escalas são a matemática da música, é a partir delas que criamos os solos e os
acordes para acompanhamento.

Ela serve para o aluno treinar os ouvidos, criar independência na percepção, melhorar
a técnica e também melhorar a velocidade na hora da execução.

Escala de Dó Maior

Dedos sugeridos pelo Professor na execução da escala de Dó maior

(1 3) (1 2) (1 2 3 4) (4 3 2 1) (2 1) (3 1)

Toque bem devagar no início, fazendo uma contagem de uma nota por tempo, você
poderá marcar este tempo no pé, ok? E depois tocar duas notas por tempo.

Estude bem devagar e depois aumente a velocidade.


Observação: todos os solos que ouvimos estão dentro de alguma escala, por isso
eu aconselho que dê uma importância para elas, e logo você estará tirando e
criando solos no cavaquinho.

Asa Branca (Luis Gonzaga e Humberto Martins)


Essa música é um exemplo de um solo que está dentro da escala de Dó maior.

Lição 3
(Sequências de Ré Menor com Subida)
Agora vamos aprender a Sequência Menore com Variações, ou Subidas.

A partir de agora, teremos alguns acordes com este símbolo o Eles são chamados
de acordes meio diminuto, que também podem ser lidos de outra forma, como
mostra a figura exemplo abaixo. Um Dó meio Diminuto é igual a um Dó com a
Quinta menor e Sétima.
Sequência de Ré Menor com Subida

Lição 4
(Repertório)
Agora vamos tocar a música "Retrato Cantado de um Amor" que possue uma
modulação em seus acordes de Menor para Maior e vice-versa.

Retrato Cantado de um Amor (Reinaldo)

Tom: Dm (Ré Menor)

Introdução: Dm - Gm - C7 - F7+ - A7 - Dm - A#7 - A7

Dm Gm
Veja bem nosso amor é perfeito
A7 D A7
Pois até nos defeitos sabemos nos superar
Dm Gm
Lembro sim, bons momentos passamos
A7 D - D7
Mesmo assim suplantamos por confiar
Gm C7 F A7 Dm
Toda vez que converso com meu coração vejo a luz
A#7 A7 D - D7
Me sinto como um pecador aos pés da cruz a confessar
Gm C7 A7 Dm A7 Dm
Este amor frutifica a cada instante em mim
A#7 A7 D A7
Me dando a certeza constante que não vai chegar ao fim
D F#m Am
É que o teu calor tem grande fulgor
D7 G7+G6
E excita o meu corpo
Gm C7 Dm
Tem lampejos de inspiração

A#7 A7
Me conduz ao espaço, seduzindo a razão
D F#m Am
E além do mais me sinto incapaz
D7 G7+
De viver um desamor

G#o Em5-7 F#m C7 B7


Pra finalizar resumindo esta história
Gm
Este é um retrato cantado que vem
A7 D D5+D6 D7
Ratificar um grande amor, um grande amor êh
G7+ G#o D C7 B7
Pra finalizar resumindo esta história
Gm
Este é um retrato cantado que vem
A7 D A7
Ratificar um grande amor

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PROFESSOR DAMIRO

Músico e Professor de Cavaquinho


há mais de 25 anos, Professor
Damiro é o criador do Curso de
Cavaquinho 2.0, programa que já
realizou o sonho de mais de 3.000
pessoas, que aprenderam a tocar o
instrumento de forma correta e
passo a passo.

www.aprendatocarcavaquinho.com.br

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