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DECISÃO
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aquele que, por imperiosa necessidade de serviço e autorizado pela autoridade competente, cumpre
com sua obrigação funcional.
É o relatório.
A Constituição Federal, ao tratar especificamente dos Servidores Públicos,
estabelece no art. 39, § 3º, que “aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art.
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados quando a natureza do cargo o exigir”.
O art. 7º, caput, da Carta Magna, por sua vez, consigna que “são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...)
XIII- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho”; XV- repouso semanal remunerado, especialmente aos domingos; bem como
“XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal”.
De ser ver, em primeiro plano, que Constituição Federal, nos dispositivos acima
explicitados, garante, a um só tempo, à Administração que exija de seus Servidores Públicos a
contraprestação de serviços, mediante remuneração, de até 44 (quarenta e quatro) horas semanais,
limitando, porém, essa exigência, a 8 (oito) horas diárias.
Assim, pelo Texto Constitucional, a jornada diária normal, a ser cumprida pelo
Servidor Público, corresponde a 8 (oito) horas, cujo total, no curso dos dias considerados úteis, é de 40
(quarenta) horas semanais, podendo a Administração Pública exigir sua extensão até 44 (quarenta e
quatro) horas, cujo remanescente deverá ser cumprida ordinariamente no sábado, considerando-se o
repouso semanal remunerado, regra geral a ser observado no domingo.
A Lei n. 8.112, de 11.12.1990, por sua vez, é clara ao estipular que “somente será
permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o
limite máximo de 2 (duas) horas por jornada”, significando, segundo o Texto Constitucional, que à
Administração Pública é permitido efetuar pagamento de, no máximo, 2 (duas) horas extraordinárias
por jornada, ou seja, por dia de trabalho, que pode ser estabelecida em até 8 (oito) horas diárias e 44
(quarenta e quatro) semanais, como visto acima.
Ocorre, porém, que a exceção contida no art. 7ª, inciso XIII, da Constituição Federal,
não se aplica aos Servidores Públicos do Poder Judiciário da União, vez que mantêm com a
Administração Pública vínculo estatutário, em decorrência do que têm sua jornada de trabalho regrada
por atos normativos emitidos, no caso da Justiça Federal, pelo Conselho Nacional de Justiça, pelo
Conselho da Justiça Federal, pelos Tribunais Regionais Federais e, por delegação quando cabível, pela
Direção do Foro nas Seções Judiciárias.
No caso sob exame, a redução das jornadas diária e semanal se encontra assegurada,
precipuamente, pela Resolução n. 88, de 20.04.2010, do Conselho da Justiça Federal, em cujo art. 1º,
caput, primeira parte, consta que “a jornada de trabalho dos servidores do Poder Judiciário é de 8
horas diárias e 40 (semanais, salvo se houver legislação local ou especial disciplinando a matéria de
modo diverso, facultada a fixação de 7 horas ininterruptas”, enquanto “o pagamento de horas extras,
em qualquer dos casos, somente se dará após a 8ª hora diária, até o limite de 50 horas trabalhadas na
semana, não se admitindo jornada ininterrupta na hipótese de prestação de sobrejornada” (§ 1º).
De se concluir, portanto, o seguinte:
1- a Administração Pública no Poder Judiciário da União/Justiça Federal remunera os
seus Servidores Públicos para o cumprimento de jornada normal de 8 (oito) horas, com algum intervalo
para repouso e refeição, ou 7 (sete) horas ininterruptas, isto é, sem intervalo durante a prestação do
serviço;
2- o pagamento ou compensação pelo cumprimento de horas extraordinárias só é
devido se forem excedidas, no primeiro caso, as 8 (oito) horas de trabalho diário ou, no segundo caso,
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Documento assinado eletronicamente por Rui Costa Gonçalves, Diretor do Foro, em 29/06/2015,
às 18:05 (horário de Brasília), conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Setor de Autarquias Sul, Quadra 2, Bloco G, Lote 8 - CEP 70070-933 - Brasília - DF - http://portal.trf1.jus.br/sjdf
0002282-96.2014.4.01.8005 0834040v7
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