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ADMINISTRAçãO PúBLICA P/ AFRFB - TEORIA E QUESTõES

Prof. Victorio Amoedo

AULA 03

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Teoria e Questões Comentadas
Prof. Victório Amoedo – Aula AULA 3

AULA 03

6. Governabilidade, Governança e Accountability; 7. Governo


eletrônico e Transparência; 8. Qualidade na administração
Pública.

SUMÁRIO PÁGINA
Sumário 01
Informações sobre o curso 02
1. Governabilidade, Governança e Accountability 03
2. Exercícios Propostos 21
3. Exercícios Comentados 29
4. Governo Eletrônico e Transparência 49
5. Exercícios Propostos 55
6. Exercícios Comentados 59

Olá meus amigos!

Nessa aula veremos os tópicos 6 e 7 do Edital: 6. Governabilidade,


Governança e Accountability; 7. Governo eletrônico e transparência.
Por razões didáticas, movi o conteúdo do ponto oito do Edital
(Qualidade na Administração Pública) para a próxima aula, junto com
as novas tecnologias gerenciais e organizacionais.

Hoje estudaremos os importantíssimos conceitos de Governabilidade,


Governança e Accountability, que frequentemente caem em prova,
além dos conceitos de Qualidade e do Governo Eletrônico.

Estudem que o resultado virá!

Professor Victório Amoedo

victorioamoedo@concurseirofiscal.com.br

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Informações sobre o curso

1. Divisão das aulas


Segue o nosso cronograma atualizado:

AULA ASSUNTO DATA

2. Modelos Teóricos de Administração Pública:


Aula 00 ---
Patrimonialismo e Burocracia.

1. Organização do Estado e da administração


Pública; 2. Modelos Teóricos de Administração
Aula 01 17/03
Pública: Gerencial; e 3. Experiências de
Reformas administrativas.

4. O processo de Modernização da Administração


Aula 02 Pública; 5. Evolução dos modelos/paradigmas de 28/03
gestão: A Nova Gestão Pública.

6. Governabilidade, Governança e Accountability;


Aula 03 07/04
7. Governo eletrônico e Transparência;

8. Qualidade na administração Pública. 9. Novas


Aula 04 tecnologias gerenciais e organizacionais e sua 14/04
aplicação na Administração Pública.

11. Ciclo de Gestão do Governo Federal; 14.


Orçamento público e os parâmetros da política
fiscal; 15. Ciclo orçamentário. 16. Orçamento e
gestão das organizações do setor público;
características básicas de sistemas orçamentários
Aula 05 modernos: estrutura programática, econômica e 21/04
organizacional para alocação de recursos
(classificações orçamentárias); mensuração de
desempenho e controle orçamentário. 17.
Elaboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA.
18. Modelo de gestão do PPA.
12. Controle da Administração Pública; 13. Ética
Aula 06 no exercício da Função Pública; e 10. Gestão 30/04
Pública Empreendedora.

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6. Governança, Governabilidade e Accountability; 7. Governo


Eletrônico e Transparência;

1. Governança, Governabilidade e Accountability.

Governança x Governabilidade.

Governar pode ser entendido como a adoção de medidas/decisões


para atender as necessidades públicas. Segue abaixo o conceito de
Motta para o tema:

“governar significa tomar decisões sobre


alternativas de ação para a sociedade. Tais
alternativas têm como base, em princípio, o
interesse público expressado coletivamente, de
acordo com um processo administrativo onde
demandas e apoios são convertidos em normas,
produtos e serviços. Resultando uma distribuição
de direitos e deveres, benefícios e custos,
fundamentados na autoridade.”

Para continuar necessitamos conhecer os conceitos de Eficiência,


Eficácia e Efetividade.
Eficiência: é uma medida normativa (quantitativa) do uso de
recursos no processo administrativo. Está relacionada com a
economicidade, ou seja, a capacidade de realizar uma determinada
tarefa utilizando a menor quantidade de recursos possível. Podemos
tomar como exemplo o procedimento de licitação de cadernos para
uma escola, o administrador será mais eficiente na medida em que
conseguir comprar o mesmo número de cadernos com uma menor
quantidade de recursos financeiros.
Eficácia: é uma medida normativa do alcance de resultados ou
metas. É um conceito estritamente quantitativo. Podemos tomar como
exemplo de eficácia um gestor educacional que tinha como objetivo
reduzir o analfabetismo a 0. Caso tenha conseguido isso atingir essa

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meta formalmente ele terá sido eficaz, pouco importa se os


“alfabetizados” são capazes de ler.
Efetividade: esse conceito está totalmente voltado para o resultado
que uma ação governamental ou política pública produziu no
ambiente em que interveio. Aqui o importante é saber se realmente
os alunos alfabetizados sabem ler ou são analfabetos funcionais. Não
há nada mais ineficiente que se gastar recursos de forma “eficiente”
para no fim se descobrir que não se atingiu o resultado pretendido.
Vejamos uma questão da ESAF sobre o tema:

(ESAF STN 2000) Eficiência, eficácia e


efetividade são algumas das medidas
utilizadas para avaliar o desempenho
gerencial tanto no setor privado como no
setor público. Assinale a opção que define
corretamente cada uma das medidas citadas.
a) Por eficiência se entende a relação entre
objetivos organizacionais planejados e realizados.
A eficácia permite avaliar os gastos realizados na
produção de um bem ou serviço num período de
tempo. A efetividade visa avaliar os impactos de
uma ação organizacional na comunidade.
b) Por eficiência se entende a relação entre
produção e recursos utilizados. A eficácia permite
avaliar os gastos realizados na produção de um
bem ou serviço num período de tempo. A
efetividade visa avaliar se os objetivos foram
alcançados.
c) Por eficiência se entende a relação entre
produção e recursos utilizados. A eficácia permite
avaliar se os objetivos definidos pela organização
para um período de tempo foram alcançados. A
efetividade visa avaliar os impactos de uma ação
organizacional na comunidade.
d) Por eficiência se entende a relação entre
necessidades da comunidade e os resultados

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alcançados pela ação organizacional. A eficácia


permite avaliar se os objetivos definidos pela
organização para um período de tempo foram
alcançados. A efetividade visa avaliar os gastos
com a produção versus resultados alcançados.
e) Por eficiência se entende a relação entre os
gastos realizados e o valor da produção. A eficácia
permite avaliar os impactos de uma ação
organizacional na comunidade. A efetividade visa
avaliar se os objetivos da comunidade foram
alcançados.

Comentários:

A alternativa “A” é falsa, a relação entre os objetivos planejados e


realizados é a eficácia, e não eficiência. A avaliação dos gastos
(medição) se relaciona com a eficiência (conceito meramente
quantitativo). O impacto, de fato, se relaciona com a efetividade.
A “B” começa bem, a medição dos “imputs” x os “outputs”
(entradas x saídas) se relaciona com a eficiência. O conceito de
eficácia está errado, essa avaliação (ou medição) está mais
relacionada com a eficiência. Os resultados são de fato a efetividade.
Falsa, portanto.
A “C” está correta, por eficiência se entende a relação entrada x
saída, perfeito. A eficácia se refere ao atingimento das metas, e a
efetividade aos impactos produzidos no ambiente em que a política
pública interveio. É o gabarito.
A “D” esse não é o conceito de eficiência, está mais para
efetividade. Por fim a questão fica comprometida com a afirmação de
que a efetividade se preocupa com a relação “Custo x Benefício”.
Falsa!
A “E” está incorreta, a eficácia não avalia os resultados
qualitativamente, apenas quantitativamente, ou seja, se as metas
foram alcançadas!

Gabarito – C.

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Antes de adentrarmos no assunto, devemos entender a diferença


básica entre os conceitos estritos de Governo e de Estado. Enquanto o
primeiro é transitório, eleito democraticamente para mandatos de
prazo definido, o segundo é permanente, e nomeado através de
concurso público, prestando serviço de natureza essencialmente
pública.
Quando o PDRAE menciona a expressão Reforma do Aparelho do
Estado, o diz em sentido estrito, ou seja, reforma dos órgãos de
Estado, não inclusos os órgãos políticos. O autor (Bresser Pereira)
afirma em sua obra que o Estado brasileiro não carece de
governabilidade, essa mais afeita ao conceito de Governo, ou seja,
legitimidade para governar com plenitude, contudo, percebe-se que
ele carece de governança. Essa, em sentido estrito, significa
capacidade do governo para implementar políticas públicas.
Por políticas públicas devemos entender o conjunto integrado de
ações governamentais com vistas a solucionar um determinado
problema social, a exemplo de saúde ou educação.
Vejamos as diferenças entre os conceitos, segundo Bresser:

“O governo brasileiro não carece de


“governabilidade”, ou seja, de poder para
governar, dada sua legitimidade democrática e o
apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta,
entretanto, um problema de governança, na
medida em que sua capacidade de implementar as
políticas públicas é limitada pela rigidez e
ineficiência da máquina administrativa.”

Pode-se perceber da leitura que a governabilidade está associada ao


conceito de legitimidade de um governo para exercer o seu papel,
ou seja, governar. Já a governança, essa mais afeita ao aparelho do
Estado, está associada à capacidade desse governo eleito de
implementar políticas públicas.
O termo legitimidade está inicialmente relacionado com o conceito de
governabilidade, veremos mais adiante que ele também pode, em
uma circunstância específica, ser associado ao conceito de
governança. Contudo, em se falando de governabilidade, a
legitimidade significa a obtenção, por parte dos governantes, de um

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grau de “obediência” às suas ordens por parte dos governados, sem


a necessidade de recorrer ao uso da força, a não ser em casos
extraordinários. Vejamos sua definição:

“Um atributo do Estado, que consiste na presença,


em uma parcela significativa da população, de um
grau de consenso capaz de assegurar a obediência
sem a necessidade de recorrer ao uso da força, a
não ser em casos esporádicos.”

Devemos diferenciar a Legitimidade da Legalidade. A


legitimidade tem exigências mais específicas, relacionadas à
justificação do poder legal e os seus valores. Já a legalidade está
associada ao “due process of law”, ou o devido processo legal, que
quando cumprido, garante sua validade. Percebemos que a
legitimidade é mais ampla e se relaciona com os valores que
materializaram o sistema jurídico de um país.
Vejamos a diferença entre os conceitos de Governabilidade e
Governança para Matias Pereira:

“A capacidade política de governar, ou seja, a


governabilidade seria a resultante da relação de
legitimidade do Estado e do seu governo com a
sociedade, e a governança, por sua vez, decorreria
da capacidade financeira e administrativa, em
sentido amplo, do governo de realizar políticas.”

Esses seriam os conceitos básicos e tradicionais de governabilidade e


governança adotados pela ESAF. Entretanto, ela vem ampliando esses
conceitos e adotando a doutrina de outros autores, a exemplo da
definição do Vinicius de Carvalho:

“Em uma definição genérica, podemos dizer que a


governabilidade refere-se às próprias condições
substantivas/materiais para o exercício do poder e
de legitimidade do Estado e de seu governo
derivadas da sua postura diante da sociedade civil
e do mercado (em um regime democrático, claro).
Pode ser concebida como autoridade política do
Estado em si, entendida como a capacidade que
este tem para agregar os múltiplos interesses
dispersos pela sociedade e apresentar-lhes um
objetivo comum para os curto, médio e longo
prazos.”

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“Já a governança pode ser entendida como a


outra face de um mesmo processo, ou seja, como
os aspectos adjetivos/instrumentais da
governabilidade. Em geral, entende-se a
governança como a capacidade que um
determinado governo tem para formular e
implementar as suas políticas. Esta capacidade
pode ser decomposta analiticamente em
financeira, gerencial e técnica, todas importantes
para a consecução das metas coletivas definidas
que compõem o programa de um determinado
governo, legitimado pelas urnas.”

Pessoal, o conceito do Vinicius já caiu diversas vezes em provas da


ESAF, de modo que se torna obrigatório seu estudo. Vejamos uma
questão do concurso da CGU de 2006:

(ESAF – CGU 2006) Assinale se as frases a seguir


são verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão


intimamente relacionados entre si e com a reforma do
Estado.

( ) Os conceitos de governabilidade e governança não


estão relacionados entre si e nem com a reforma do
Estado.

( ) Por governança se entende a capacidade de governar


derivada da legitimidade do Estado e do seu governo com
a sociedade civil.

( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um


determinado governo junto à sociedade para empreender
mudanças.

( ) Por governança se entende a capacidade técnica,


financeira e gerencial de implementar políticas públicas.

( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado


em formular e implementa políticas públicas e atingir
metas.

Escolha a opção correta.

a) F, V, V, V, F, F

b) V, F, V, F, F, V

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c) F, V, F, F, V, V

d) V, F, F, V, V, F

e) F, V, F, V, V, V

Comentários

A afirmativa I é verdadeira, como já comentamos, pois os


conceitos de governabilidade e de governança estão interligados,
sendo diferentes faces do mesmo processo, conforme o trecho acima.
A II, por conseguinte, é falsa, por contradizer a afirmativa I.
A III é falsa, pois apresenta o conceito de governabilidade.
A IV é verdadeira, já vimos que a governabilidade,
tradicionalmente, está associada à legitimidade de um governo para
empreender mudanças.
A V também é correta, sendo paráfrase do Vinicius.
A VI é falsa, pois chama de “accountability” o conceito de
governança.
Outro conceito importante, que também já foi objeto de prova, é o da
Eli Diniz a respeito da governabilidade:

”A governabilidade refere-se às condições


sistêmicas de exercício do poder por parte do
Estado em uma determinada sociedade. Seria uma
somatória dos instrumentos institucionais,
recursos financeiros e meios políticos de execução
das metas definidas.”

Recentemente, na prova da CGU de 2008, a ESAF cobrou um conceito


de governança bem polêmico, que se associa ao termo legitimidade,
podendo gerar muita confusão. Acontece que, se entendermos bem o
seu contexto, fica fácil de responder qualquer questão. Vejamos a
definição de governança (na verdade de legitimidade) do Matias
Pereira:

“Nesse debate fica evidenciado que a principal


diferença entre governabilidade e governança está

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na maneira como a legitimidade das ações dos


governos é entendida. No conceito de
governabilidade, a legitimidade é proveniente da
capacidade do governo de representar os
interesses das próprias instituições. Por sua vez,
no conceito de governança, uma parcela de sua
legitimidade advém do processo como ele se
concretiza, ou seja, quando grupos específicos da
população participam da elaboração e
implementação de uma política pública, ela tem
maior possibilidade de obter sucesso nos seus
objetivos. O ponto de convergência entre as duas
refere-se à defesa da participação
institucionalizada como meio para se atingir a
estabilidade política.”

Vejamos como o assunto foi abordado pela ESAF no referido certame:

“(ESAF – AFC CGU – 2008) Durante a crise do


Estado dos anos 1980 e 1990, palavras e
expressões foram forjadas para possibilitar o
entendimento de suas diferentes dimensões e
propiciar a busca de soluções. Neste contexto,
quando um governo está preocupado em legitimar
decisões e ações se diz que ele está buscando maior
...........

Complete a frase com a opção correta.

a) governabilidade.

b) efetividade.

c) governança.

d) accountability.

e) eficiência.”

Comentários

Ao ler a questão e se deparar com a palavra “legitimidade”


automaticamente respondemos que se trata de governabilidade.
Contudo, ao afirmar que quando um governo procura legitimar

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decisões e ações o examinador está exigindo o conhecimento do


conceito de legitimidade do Matias Pereira.
Esse autor defende que quando um governo está preocupado em
legitimar decisões e ações em busca de um maior apoio popular a
uma determinada política pública há uma maior chance de essa
política dar certo, ampliando a governança desse Estado.
Assim, apesar da anulação da questão por parte da ESAF, devemos
considerar que quando um governo está preocupado em legitimar
decisões e ações ele está buscando ampliar sua governança.
Do ponto de vista político, o Termo Governança significa também a
capacidade de resistência à captura por grupos de interesse por parte
das elites governamentais, e a promoção da accountability.

“Accountability”

“Accountability” é uma daquelas palavras que não possui tradução


perfeita para o português. Para dar um significado ao termo
necessitamos usar três conceitos: Obrigação de prestar contas
(transparência), Punibilidade e Responsividade.
A obrigação de prestar contas é típica da relação agente-principal, na
qual, o agente, a serviço do principal, tem a obrigação de reportar as
informações relevantes nessa relação, derivada da assimetria de
informação existente. A característica “delegativa” da nossa
democracia torna imperiosa essa prestação de contas, devendo o
gestor público mostrar os resultados da sua gestão.
A punibilidade é essencial ao conceito de “accountability”, não há
como existir uma sem a presença da outra. O mais típico instrumento
de punibilidade é o voto, através do qual se torna possível impedir a
recondução de um governante que não se desincumbiu bem de seus
compromissos públicos.
A responsividade está relacionada com a sensibilidade que um
determinado governo tem em receber e considerar as demandas
sociais emanadas das camadas populares. Ou seja, a sensibilidade
que o agente tem em identificar os desejos do principal, buscando
representar seus interesses.

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Vejamos o conceito de “accountability” do Fernando Abrucio e da


Maria Rita Loureuro:

“Construção de mecanismos institucionais por


meio dos quais os governantes são constrangidos
a responder, initerruptamente, por seus atos e
omissões perante os governados.”

Nesse conceito fica clara a necessidade de mecanismos institucionais,


logo formais, de prestação de contas aos principais (sociedade civil).
Outro autor, o Andréas Scheledler, identifica em seu conceito dois
aspectos, diferenciando-se do conceito inicial. O primeiro seria a
capacidade de resposta desse governo, ou “Answerability”, ou ainda,
obrigação dos oficiais públicos em informarem seus atos aos
principais. A segunda seria a capacidade de impor sanções e de limitar
os poderes do agente, ou “enforcement”.
De acordo com as normas de auditoria do TCU (NAT), que merece
destaque pela sua didática, a “accountability” seria:

“Esse conceito de accountability é fundamental


para a compreenção da prática da boa
governança e da auditoria governamental. Ele
envolve, no contexto das relações que se
estabelecem entre os administradores públicos, o
Parlamento e a sociedade, pelo menos três
dimensões – informação, justificação e sanção –
como formas básicas pelas quais se pode prevenir
o abuso de poder.”

Vejamos o conceito de “accountability” do Matias Pereira:

“O termo “accountability” pode ser considerado


o conjunto de mecanismos e procedimentos que
levam os decisores governamentais a prestarem
contas dos resultados de suas ações, garantindo-se
maior transparência e a exposição das políticas
públicas. Quanto maior a possibilidade de os
cidadãos poderem discernir se os governantes
estão agindo em função do interesse da
coletividade e sancioná-los apropriadamente, mais
“accountable” é um governo. O conceito de
“accountable” está relacionado estreitamente ao
universo político-administrativo anglo-saxão.”

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A “accountability”, segundo a classificação tradicional do Guilhermo


O’Donnell, pode ser dividida em Horizontal e Vertical. Segundo o
autor, a primeira está relacionada ao controle institucional derivado
dos mecanismos de “freios e contrapesos” típicos da forma de
governo republicana. O segundo, mais relacionado ao mecanismo
democrático do voto, se caracteriza pela relação desigual existente
entre os governantes e governados, típicos das democracias
semidiretas, ou, ainda, por mecanismos de controle social como os
conselhos de políticas públicas.
O’Donnell define a “accountability” horizontal como:

“A existência de agências estatais que estão


legalmente capacitadas e autorizadas, e realmente
dispostas e aptas, a tomar ações que ultrapassem
da vigilância rotineira a sanção criminal ou
impedimento em relação às ações ou omissões por
outros agentes ou agências do estado que podem
ser qualificadas como ilegais... pois este tipo de
accountability para ser efetivo precisa ter
agências que são autorizadas e dispostas a vigiar,
controlar, corrigir e/ou punir ações ilegais de
outras agências estatais.”

A “Accountability” horizontal é derivada dos mecanismos de “Checks


and balances” típicos dos governos republicanos. Outra característica
importantíssima é que ela deve ser realizada por instâncias
institucionais com poderes de sanção legais, a exemplo dos
Promotores do Ministério Público, Auditores e Ministros do TCU, TCE e
TCM. É relevante informar que, segundo o O’Donnel, não basta ter a
competência para fiscalizar e punir, tais órgão devem tem a
independência necessária e a disposição para enfrentar as práticas
contrárias ao modelo republicano. Nessa classificação a
horizontalidade é associada à relação horizontal entre o fiscal e o
fiscalizado, sendo ambos servidores públicos em sentido amplo, e,
portanto, pares.
A “Accountability” vertical tem como característica principal a
“desigualdade” da relação entre o fiscal e o fiscalizado. Mormente
trata-se de relação eleitoral, formalizada via mecanismo de voto,
permitindo a punição ou premiação do gestor ao se desincumbir da
função pública. Ela pode se dar também através da imprensa ou
organizações da sociedade civil ao cobrar os governantes.

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Em tese, o “controle social” exercido pelas organizações civis estariam


inclusos no conceito de “accountability” vertical. Contudo, alguns
autores defendem que esta o faz apenas no nível do discurso, sem
efetividade alguma, havendo a necessidade de uma nova espécie de
“accountability”, o societal, que pode ser definido como:

“Um mecanismo de controle não eleitoral, que


emprega ferramentas institucionais e não
institucionais (ações legais, participação em
instâncias de monitoramento, denúncias na mídia,
etc.) que se baseia na ação de múltiplas
associações de cidadãos, movimentos, ou mídia,
objetivando expor erros e falhas do governo,
trazer novas questões para a agenda pública ou
influenciar decisões políticas a serem
implementadas pelos órgãos públicos.”

Cabe ressaltar que se trata de mecanismo não eleitoral, já que esse é


típico da vertical, institucional e não institucional, de modo que se
incluem instrumentos que vão desde a ação popular, prevista na
Constituição, às denuncias na mídia e passeatas públicas com o
objetivo de responsabilizar dirigentes políticos. Entram ainda nesse
conceito o trabalho das associações civis e dos conselhos gestores
típicos do controle popular.
Vejamos uma questão da ESAF sobre o tema:

(ESAF - CGU 2008) No debate sobre a


accountability, diversos autores reconhecem a
existência, nas poliarquias contemporâneas, de
mecanismos de controle externos aos poderes
Executivo, Legislativo ou Judiciário. Examine os
enunciados a seguir sobre a accountability
societal e depois marque a resposta correta.

1- A accountability societal é um mecanismo de


controle não eleitoral que emprega ferramentas
institucionais e não institucionais.

2- A accountability societal se baseia na ação de


múltiplas associações de cidadãos, movimentos
sociais ou mídia.

3- O objetivo da accountability societal é expor erros


e falhas dos governos, trazer novas questões para a

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agenda pública e influenciar decisões políticas a


serem implementadas por órgãos públicos.

4- Os agentes da accountability societal têm o direito


e o poder legal, além da capacidade institucional
para aplicar sanções legais contra as transgressões
dos agentes públicos.

a) Todos os enunciados estão corretos.

b) Todos os enunciados estão incorretos.

c) Somente o enunciado de número 1 está incorreto.

d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.

e) Somente os enunciados 2 e 3 estão incorretos.

Comentários

Vimos que a afirmativa I é verdadeira, já que, de fato, a


“accountability” societal emprega ferramentas tanto institucionais
como não institucionais, além de ser um mecanismo não eleitoral.
Lembrem-se os mecanismos eleitorais são típicos da “accountability”
vertical.
A II também é verdadeira, as associações civis, mídia e os
movimentos sociais em geral são os atores da “accountability”
societal.
A III também é verdadeira, por óbvio que esse é o objetivo do
gênero societal, porque expondo os erros e os problemas a
comunidade consegue pressionar a classe política a agir.
A IV é a única errada, pois ao afirmar que os agentes da
“accountability” societal têm o dever e o poder legal para aplicar
sanções contra as transgressões dos agentes políticos a ESAF
ultrapassou a linha entre societal e horizontal. Vejam que ao tentar
contextualizar a autoridade descrita podemos quase que enxergar um
promotor do MP ou um Auditor do TCU, agentes tipicamente
horizontais.

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Gabarito – D.

Por fim, um tema importante nesse capítulo ainda não abordado é a


Lei de acesso à informação, ou Lei 12.527/2011. Essa Lei regula o
dispositivo constitucional previsto no inciso XXXIII do Art. 5º:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos


públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;

Reparem que essa Lei, apesar de não estar expressa no Edital da


nossa disciplina, está diretamente relacionada com o conceito de
“accountability”, mais especificamente no tocante ao dever de prestar
contas, ou princípio da transparência.
Vimos na definição do “accountability” que a transparência é um
dever do Estado, um dever de prestar contas periodicamente como
forma de controle social sobre o patrimônio público.
Recomendo a Leitura direta da legislação, pois em 2012 a ESAF
abordou o tema, podendo vir a repetir a dose:

(ESAF AFRFB 2012) O acesso à informação de


que trata a Lei n. 12.527, de 18 de novembro
de 2011 (Lei de Acesso à Informação no
Brasil), compreende, entre outros, os direitos
abaixo, exceto:

a) informação pertinente à administração do


patrimônio público, utilização de recursos públicos,
licitação, contratos administrativos.

b) informação sobre atividades exercidas pelos


órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua
política, organização e serviços, mesmo que sigilosa
ou parcialmente sigilosa.

c) informação primária, íntegra, autêntica e


atualizada.

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d) orientação sobre os procedimentos para a


consecução de acesso, bem como sobre o local onde
poderá ser encontrada ou obtida a informação
almejada.

e) informação produzida ou custodiada por pessoa


física ou entidade privada decorrente de qualquer
vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que
esse vínculo já tenha cessado.

Comentários:

Conseguimos responder essa questão pelo bom senso, afinal, se a


informação é sigilosa ela não pode ser divulgada sob pena de prejuízo
aos interesses do Estado. Da próxima vez, pode ser que não seja tão
fácil, daí a necessidade de sua leitura. Gabarito “B”.
A Alternativa “A” está correta, é paráfrase do inciso VI do Art. 7:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta


Lei compreende, entre outros, os direitos de obter:

...

VI - informação pertinente à administração do


patrimônio público, utilização de recursos
públicos, licitação, contratos administrativos; e

A “B” é o gabarito, já que a publicidade é a regra, mas a informação


sigilosa e parcialmente sigilosa devem ser restringidas:

§ 1o O acesso à informação previsto no caput não


compreende as informações referentes a projetos
de pesquisa e desenvolvimento científicos ou
tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à


informação por ser ela parcialmente sigilosa, é
assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio
de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
parte sob sigilo.

A “C” é verdadeira:

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IV - informação primária, íntegra, autêntica e


atualizada;

A “D” é verdadeira:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta


Lei compreende, entre outros, os direitos de
obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a


consecução de acesso, bem como sobre o local
onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada;

A “E” é verdadeira:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta


Lei compreende, entre outros, os direitos de
obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a


consecução de acesso, bem como sobre o local
onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada;

II - informação contida em registros ou


documentos, produzidos ou acumulados por seus
órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
públicos;

III - informação produzida ou custodiada por


pessoa física ou entidade privada decorrente de
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades,
mesmo que esse vínculo já tenha cessado;

Leiam a Lei!
Percebam que essa Lei se aplica a todos os entes da federação
(União, Estados, Municípios e DF), Conforme determina a
Constituição. Aplica-se ainda, aos entes da Administração Direta e
Indireta (Autarquias, SEM, EP e Fundações) e, ainda, às entidades do
terceiro setor que, não tendo finalidade lucrativa, exerçam serviços de
interesse público. Assim, uma OSCIP, por exemplo, estaria obrogada
a prestar informações não protegidas pelo sigilo a qualquer cidadão.
Como diretrizes dessa Lei temos:

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Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei


destinam-se a assegurar o direito fundamental de
acesso à informação e devem ser executados em
conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as seguintes
diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito


geral e do sigilo como exceção;

Notem que o sigilo é exceção, a publicidade é a REGRA!

II - divulgação de informações de interesse


público, independentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação


viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de


transparência na administração pública;

V - desenvolvimento do controle social da


administração pública.

A Lei define ainda alguns conceitos, vamos a eles:

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - informação: dados, processados ou não, que


podem ser utilizados para produção e transmissão
de conhecimento, contidos em qualquer meio,
suporte ou formato;

II - documento: unidade de registro de


informações, qualquer que seja o suporte ou
formato;

III - informação sigilosa: aquela submetida


temporariamente à restrição de acesso público em
razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado;

IV - informação pessoal: aquela relacionada à


pessoa natural identificada ou identificável;

V - tratamento da informação: conjunto de ações


referentes à produção, recepção, classificação,
utilização, acesso, reprodução, transporte,
transmissão, distribuição, arquivamento,
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armazenamento, eliminação, avaliação,


destinação ou controle da informação;

VI - disponibilidade: qualidade da informação que


pode ser conhecida e utilizada por indivíduos,
equipamentos ou sistemas autorizados;

VII - autenticidade: qualidade da informação que


tenha sido produzida, expedida, recebida ou
modificada por determinado indivíduo,
equipamento ou sistema;

VIII - integridade: qualidade da informação não


modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e
destino;

IX - primariedade: qualidade da informação


coletada na fonte, com o máximo de detalhamento
possível, sem modificações.

Notem que esses conceitos estão pedindo para cair em prova!! A


ESAF poderia muito bem misturar primariedade com autenticidade,
por exemplo, numa questão pedindo a alternativa incorreta!! Estudem
isso!
É dever do Estado garantir o acesso à informação de modo objetivo e
em linguagem acessível!

Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de


acesso à informação, que será franqueada,
mediante procedimentos objetivos e ágeis, de
forma transparente, clara e em linguagem de fácil
compreensão.

Costuma cair em prova os prazos de garantia de sigilo e sua


classificação como ultra secreta, secreta e reservada, vamos a eles:

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e


entidades públicas, observado o seu teor e em
razão de sua imprescindibilidade à segurança da
sociedade ou do Estado, poderá ser classificada
como ultrassecreta, secreta ou reservada.

§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à


informação, conforme a classificação prevista
no caput, vigoram a partir da data de sua
produção e são os seguintes:

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I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;

II - secreta: 15 (quinze) anos; e

III - reservada: 5 (cinco) anos.

§ 2o As informações que puderem colocar em


risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente
da República e respectivos cônjuges e filhos(as)
serão classificadas como reservadas e ficarão sob
sigilo até o término do mandato em exercício ou
do último mandato, em caso de reeleição.

§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no §


1o, poderá ser estabelecida como termo final de
restrição de acesso a ocorrência de determinado
evento, desde que este ocorra antes do transcurso
do prazo máximo de classificação.

§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou


consumado o evento que defina o seu termo final,
a informação tornar-se-á, automaticamente, de
acesso público.

§ 5o Para a classificação da informação em


determinado grau de sigilo, deverá ser observado
o interesse público da informação e utilizado o
critério menos restritivo possível, considerados:

I - a gravidade do risco ou dano à segurança da


sociedade e do Estado; e

II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o


evento que defina seu termo final.

Recomendo uma leitura atenta da legislação para a prova!


Vamos às questões:

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Questões propostas

5. Governança, Governabilidade e “Accountability”.

Questão 01 - (ESAF - AFRFB 2009)

Sobre o tema ‘governabilidade, governança e accountability’,


assinale a opção incorreta:

a) A accountability visa a fortalecer o controle social e político, em


detrimento do controle burocrático.
b) Governança pode ser entendida como um modelo horizontal de
relação entre atores públicos e privados no processo de elaboração de
políticas públicas.
c) O conceito de governança possui um caráter mais amplo que o
conceito de governabilidade.
d) As parcerias público-privadas (PPPs) constituem um exemplo de
coordenação de atores estatais e não estatais, típico da governança.
e) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exercício
do poder

Questão 02 - (ESAF - AFT 2009)

Assinale a opção correta.

a) As eleições e o voto são mecanismos de accountability horizontal.


b) Uma alta demanda social por accountability afeta, negativamente,
a capacidade de governança.
c) Sem legitimidade, não há como se falar em governabilidade.
d) Instâncias responsáveis pela fiscalização das prestações de contas
contribuem para o desempenho da accountability vertical.
e) Uma boa governabilidade garante uma boa governança.

Questão 03 – (APO/MPOG 2009)

Assinale a opção correta:

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a) Por determinação constitucional, o orçamento participativo, como


instrumento de soberania popular, visa à ampliação da democracia
direta.
b) O objeto da Administração Pública Gerencial é o desenvolvimento
dos processos participativos de gestão pública.
c) O exercício da Governança Pública, a exemplo do que ocorre no
orçamento participativo, implica o aumento da importância do uso de
critérios técnicos nos processos de decisão.
d) A ascensão de valores neoliberais e o chamado esvaziamento do
Estado são considerados forças propulsoras do movimento da
Governança Pública.
e) Os processos participativos de gestão pública representam uma
completa ruptura em relação ao modelo tradicional burocrático.

Questão 04 – (ESAF – APO/MPOG 2008)

Um dos aspectos que vêm caracterizando a gestão pública nas


sociedades democráticas a partir da década de 1980 é a
adoção de mecanismos e processos destinados a vencer a
distância entre o Estado e os cidadãos e construir modalidades
participativas de gestão pública. Abaixo encontram-se alguns
enunciados sobre processos participativos de gestão pública.
Examine cada um dos enunciados e depois assinale a resposta
correta.
1. O Orçamento Participativo é um processo educativo que, por meio
de um formato institucional que favorece o aprendizado da política
como arena de alianças, negociações, conflitos e barganhas, faz com
que se chegue, a partir de demandas particularistas e locais, a uma
visão mais abrangente dos problemas urbanos e das limitações
governamentais.
2. Considera-se que o maior mérito do Orçamento Participativo
consiste em combinar as características democráticas e progressistas
da participação direta, com a capacidade de competir vantajosamente
com as práticas clientelistas.
3. Embora não chegue a impedir a realização do trabalho das
ouvidorias municipais, estaduais e federais, a falta de uma legislação
federal específica que regulamente a função das ouvidorias no país é
considerada uma das principais falhas do sistema brasileiro de
ouvidorias.
4. O debate sobre a governança interna e externa refere-se a uma
terceira geração de reformas do Estado, na qual o foco recai sobre a
melhoria dos resultados sociais por meio da melhoria na prestação de

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serviços, mediante arranjos envolvendo organizações governamentais


e não-governamentais.

a) Os enunciados 1 e 2 estão incorretos.


b) Os enunciados 3 e 4 estão incorretos.
c) Os enunciados 2, 3 e 4 estão incorretos.
d) Todos os enunciados estão incorretos.
e) Todos os enunciados estão corretos.

Questão 05 – (ESAF CGU 2008)

No debate sobre a accountability, diversos autores


reconhecem a existência, nas poliarquias contemporâneas, de
mecanismos de controle externos aos poderes Executivo,
Legislativo ou Judiciário. Examine os enunciados a seguir
sobre a accountability societal e depois marque a resposta
correta.

1- A accountability societal é um mecanismo de controle não eleitoral


que emprega ferramentas institucionais e não institucionais.
2- A accountability societal se baseia na ação de múltiplas associações
de cidadãos, movimentos sociais ou mídia.
3- O objetivo da accountability societal é expor erros e falhas dos
governos, trazer novas questões para a agenda pública e influenciar
decisões políticas a serem implementadas por órgãos públicos.
4- Os agentes da accountability societal têm o direito e o poder legal,
além da capacidade institucional para aplicar sanções legais contra as
transgressões dos agentes públicos.

a) Todos os enunciados estão corretos.


b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 1 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.
e) Somente os enunciados 2 e 3 estão incorretos.

Questão 06 – (ESAF CGU 2006)

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Assinale se as frases a seguir são verdadeiras (V) ou falsas


(F).

( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente


relacionados entre si e com a reforma do Estado.
( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão
relacionados entre si e nem com a reforma do Estado.
( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da
legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade civil.
( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado
governo junto à sociedade para empreender mudanças.
( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e
gerencial de implementar políticas públicas.
( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular
e implementa políticas públicas e atingir metas.

Escolha a opção correta.


a) F, V, V, V, F, F
b) V, F, V, F, F, V
c) F, V, F, F, V, V
d) V, F, F, V, V, F
e) F, V, F, V, V, V

Questão 07 (ESAF MPOG 2003)

Desde a década de 60 a análise política vem mostrando


preocupações com o fato de que, embora tenham legitimidade
eleitoral, muitos governos não conseguem ser eficazes na
tomada de decisões e/ou na sua implementação. No Brasil do
final do século XX problemas como a crise de governabilidade
e as deficiências de governança passaram a ocupar um espaço
central no debate político. Sobre esse tema, examine os
enunciados abaixo e indique qual deles é incorreto.

a) A governabilidade consiste no conjunto de condições sistêmicas de


exercício do poder, que expressa as características do sistema
político, tais como a forma de governo, as relações entre os poderes,
o sistema partidário e o sistema de intermediação de interesses.

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b) Uma das causas da crise de governabilidade é a situação


resultante de uma sobrecarga de problemas que recebe como
resposta a expansão de serviços e da intervenção do Estado.
c) A governança compreende os modos de uso da autoridade e de
exercício do poder na administração dos recursos econômicos e
sociais, expressos mediante arranjos institucionais que coordenam e
regulam as transações dentro e fora do limite da esfera econômica.
d) A crise de governabilidade resulta da incapacidade de a burocracia
governamental atrair grupos privados para o seu interior, oferecendo-
lhes bens e serviços de modo a atender as suas demandas e
representar seus interesses, obtendo em troca apoio para suas
políticas nos âmbitos doméstico e internacional.
e) A crise de governabilidade consiste na combinação da incapacidade
do sistema administrativo de compatibilizar os imperativos de controle
provenientes do sistema econômico com a incapacidade do sistema de
legitimação de mobilizar os níveis necessários de lealdade da
sociedade.

Questão 08 (ESAF AFC CGU 2008)

Durante a crise do Estado dos anos 1980 e 1990, palavras e


expressões foram forjadas para possibilitar o entendimento de
suas diferentes dimensões e propiciar a busca de soluções.
Neste contexto, quando um governo está preocupado em
legitimar decisões e ações se diz que ele está buscando maior
...........

Complete a frase com a opção correta.


a) governabilidade.
b) efetividade.
c) governança.
d) accountability.
e) eficiência.

Questão 09 (ESAF ANA 2009)

Sobre accountability, analise as afirmações que se seguem e


selecione a opção que melhor representa o resultado de sua
análise:
( ) A accountability diz respeito à capacidade que os constituintes têm
de impor sanções aos governantes, notadamente reconduzindo ao

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cargo aqueles que se desincumbem bem de sua missão e destituindo


os que possuem desempenho insatisfatório;
( ) A accountability inclui a prestação de contas dos detentores de
mandato e o veredicto popular sobre essa prestação de contas;
( ) A accountability depende de mecanismos institucionais, sobretudo
da existência de eleições competitivas periódicas.

a) C, C, C
b) C, C, E
c) C, E, E
d) E, E, E
e) E, C, E

Questão 10 (ESAF – STN 2000)

(ESAF STN 2000) Eficiência, eficácia e efetividade são algumas


das medidas utilizadas para avaliar o desempenho gerencial
tanto no setor privado como no setor público. Assinale a opção
que define corretamente cada uma das medidas citadas.

a) Por eficiência se entende a relação entre objetivos organizacionais


planejados e realizados. A eficácia permite avaliar os gastos
realizados na produção de um bem ou serviço num período de
tempo. A efetividade visa avaliar os impactos de uma ação
organizacional na comunidade.
b) Por eficiência se entende a relação entre produção e recursos
utilizados. A eficácia permite avaliar os gastos realizados na produção
de um bem ou serviço num período de tempo. A efetividade visa
avaliar se os objetivos foram alcançados.
c) Por eficiência se entende a relação entre produção e recursos
utilizados. A eficácia permite avaliar se os objetivos definidos pela
organização para um período de tempo foram alcançados. A
efetividade visa avaliar os impactos de uma ação organizacional na
comunidade.
d) Por eficiência se entende a relação entre necessidades da
comunidade e os resultados alcançados pela ação organizacional. A

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eficácia permite avaliar se os objetivos definidos pela organização


para um período de tempo foram alcançados. A efetividade visa
avaliar os gastos com a produção versus resultados alcançados.
e) Por eficiência se entende a relação entre os gastos realizados e o
valor da produção. A eficácia permite avaliar os impactos de uma
ação organizacional na comunidade. A efetividade visa avaliar se os
objetivos da comunidade foram alcançados.

Questão 11 (ESAF AFRFB 2012)

O acesso à informação de que trata a Lei n. 12.527, de 18 de


novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação no Brasil),
compreende, entre outros, os direitos abaixo, exceto:

a) informação pertinente à administração do patrimônio público,


utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos.
b) informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades,
inclusive as relativas à sua política, organização e serviços, mesmo
que sigilosa ou parcialmente sigilosa.
c) informação primária, íntegra, autêntica e atualizada.
d) orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,
bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada.
e) informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade
privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou
entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado.

Questão 12 (ESAF STN 2012)

Considerando que o termo governança em sentido amplo pode


ser definido como um processo complexo de tomada de
decisão que antecipa e ultrapassa o governo, os aspectos
comumente relacionados a este termo são os seguintes,
exceto:

a) legitimidade do espaço público em constituição.


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b) estabelecimento de redes e mecanismos de coordenação.


c) gestão das interações e das interdependências que sempre
produzem sistemas alternativos de regulação.
d) repartição do poder entre aqueles que governam e os que são
governados.
e) descentralização da autoridade e das funções ligadas ao ato de
governar.

Gabarito
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C D E D D D C A C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B

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Questões comentadas

5. Governança, Governabilidade e “Accountability”.

Questão 01 - (ESAF - AFRFB 2009)

Sobre o tema ‘governabilidade, governança e accountability’,


assinale a opção incorreta:

a) A accountability visa a fortalecer o controle social e político, em


detrimento do controle burocrático.
b) Governança pode ser entendida como um modelo horizontal de
relação entre atores públicos e privados no processo de elaboração de
políticas públicas.
c) O conceito de governança possui um caráter mais amplo que o
conceito de governabilidade.
d) As parcerias público-privadas (PPPs) constituem um exemplo de
coordenação de atores estatais e não estatais, típico da governança.
e) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exercício
do poder

Comentários:
Já vimos que o conceito de Accountability se relaciona com a
Punibilidade, ou a capacidade de premiar ou sancionar o bom ou mal
governante; a transparência, ou dever de prestar contas; e a
responsividade, ou capacidade/sensibilidade de um governo em
“ouvir” ou perceber a vontade popular.
O quão “accountable” um governo é não implica o preterimento dos
controles burocráticos. Muitas vezes tais controles podem auxiliar no
accountability, falsa a alternativa “A”.
A “B” é verdadeira, os atores não governamentais, ou o terceiro
setor, podem ampliar o grau de governança de um governo, ou seja,
melhorar sua capacidade de prestar políticas públicas! Um exemplo
seria a criação de uma PPP para construir uma estrada!
A “C” é verdadeira, apesar de ser doutrina minoritária. A regra seria
que o conceito de governabilidade seria mais amplo. Contudo, há
doutrina no sentido oposto, e foi disso que a ESAF se valeu nessa
alternativa.
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A “D” é verdadeira, se relaciona com a “B”.


A “E” foi retirada do Texto do Alcindo Gonçalves: “Conceito de
Governança”:

“A governabilidade refere-se mais à dimensão


estatal do exercício do poder. Diz respeito às
“condições sistêmicas e institucionais sob as quais
se dá o exercício do poder, tais como as
características do sistema político, a forma de
governo, as relações entre os Poderes, o sistema
de intermediação de interesses” (Santos, 1997, p.
342). Ainda segundo Luciano Marins, o termo
governabilidade refere-se à arquitetura
institucional, distinto, portanto, de governança,
basicamente ligada à performance dos atores e
sua capacidade no exercício da autoridade
política. Se observadas as três dimensões
envolvidas no conceito de governabilidade
apresentadas por Diniz: Capacidade do governo
identificar problemas críticos e formular políticas
adequadas para seu enfrentamento; capacidade
governamental de mobilizar meios e recursos
necessários à execução dessas políticas, bem como
à sua implementação; e capacidade de liderança
do Estado sem a qual decisões tornam-se inócuas,
ficam claros dois aspectos: a) A governabilidade
está situada no plano do Estado; b) representa um
conjunto de atributos essencial ao exercício do
governo, sem os quais nenhum poder será
exercido.”

Esse conceito se relaciona com o presidencialismo de coalizão. No


conceito de governabilidade devemos incluir a dinâmica de
relacionamento do poder executivo com o legislativo. Um governo,
para conseguir implementar sua agenda, necessita do apoio de uma
“base” governista para conseguir aprovar suas propostas no
legislativo. Essas condições sistêmicas para o exercício do poder
envolvendo a dinâmica entre os poderes seria o conceito de
governabilidade para o autor:
“condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o
exercício do poder, tais como as características do sistema
político, a forma de governo, as relações entre os Poderes, o
sistema de intermediação de interesses”
Verdadeira a “E”.

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Gabarito – A.

Questão 02 - (ESAF - AFT 2009)

Assinale a opção correta.

a) As eleições e o voto são mecanismos de accountability horizontal.


b) Uma alta demanda social por accountability afeta, negativamente,
a capacidade de governança.
c) Sem legitimidade, não há como se falar em governabilidade.
d) Instâncias responsáveis pela fiscalização das prestações de contas
contribuem para o desempenho da accountability vertical.
e) Uma boa governabilidade garante uma boa governança.

Comentários:

Vimos na aula que o voto seria o melhor exemplo de mecanismo de


“accountability” vertical, uma vez que envolve os dois níveis da
relação Governante x Governado. Alternativa “A” falsa. Já o
”accountability” horizontal envolve apenas o nível do governo, como
exemplo podemos tomar a fiscalização do TCU em relação aos atos
administrativos (contratações) realizados pelos administradores
públicos, a exemplo de um prefeito. Reparem que essa relação se dá
entre pares, ambos são servidores públicos em sentido amplo, daí sua
horizontalidade.
A “B” é incorreta, em tese quanto maior a demanda por
“accountability” maior a capacidade de governança de um governo. A
fiscalização pela sociedade, em tese, ampliaria a capacidade de um
determinado governo implementar políticas públicas que beneficiem a
população.
A “C” está correta, a legitimidade, ou autorização dos governados
para que um governo possa empreender mudanças em seu nome, é
necessária para o exercício da gavernabilidade. Faz parte do conceito
clássico de governabilidade.
A “D” é incorreta, instâncias responsáveis pelo controle são pares
dos governantes, ou seja, a relação se dá entre servidores públicos.

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Desse modo, a fiscalização por parte dos órgãos de controle seria um


exemplo de “accountability” horizontal.
A “E” é incorreta, governabilidade não implica governança. Os
conceitos estão intimamente relacionados, mas uma coisa não
determina a outra, apenas influencia.

Gabarito - C

Questão 03 – (APO/MPOG 2009)

Assinale a opção correta:

a) Por determinação constitucional, o orçamento participativo, como


instrumento de soberania popular, visa à ampliação da democracia
direta.
b) O objeto da Administração Pública Gerencial é o desenvolvimento
dos processos participativos de gestão pública.
c) O exercício da Governança Pública, a exemplo do que ocorre no
orçamento participativo, implica o aumento da importância do uso de
critérios técnicos nos processos de decisão.
d) A ascensão de valores neoliberais e o chamado esvaziamento do
Estado são considerados forças propulsoras do movimento da
Governança Pública.
e) Os processos participativos de gestão pública representam uma
completa ruptura em relação ao modelo tradicional burocrático.

Comentários:

A “A” é falsa, o Orçamento participativo visa uma ampliação da


participação popular, e não a participação direta, na qual as decisões
devem ser submetidas ao veredito popular.
A “B” não é inteiramente falsa, mas não podemos afirmar que a
administração gerencial tem como foco a participação. Ela está mais
voltada à agenda da gestão, com a flexibilização e descentralização da
administração das entidades públicas.
A “C” é falsa, o aumento da participação popular no processo
orçamentário implica uma redução dos critérios técnicos e aumento
dos critérios políticos. Se o orçamento fosse 100% técnico as decisões

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seriam tomadas por burocratas com base estritamente na legislação,


enquanto sabemos que esse processo é muito mais político, ainda
mais quando se traz o diálogo mais próximo do cidadão.
A “D” é o gabarito. O Esvaziamento do Estado, típico da política neo
liberal, foi a mola propulsora do processo de reconstrução do Estado,
possibilitando uma maior capacidade de prestação de políticas
públicas, daí a governança.
A “E” é falsa, vimos que o gerencialismo é compatível com a
burocracia, apenas o flexibilizou e agregou novos valores.

Gabarito – D.

Questão 04 – (ESAF – APO/MPOG 2008)

Um dos aspectos que vêm caracterizando a gestão pública nas


sociedades democráticas a partir da década de 1980 é a
adoção de mecanismos e processos destinados a vencer a
distância entre o Estado e os cidadãos e construir modalidades
participativas de gestão pública. Abaixo encontram-se alguns
enunciados sobre processos participativos de gestão pública.
Examine cada um dos enunciados e depois assinale a resposta
correta.
1. O Orçamento Participativo é um processo educativo que, por meio
de um formato institucional que favorece o aprendizado da política
como arena de alianças, negociações, conflitos e barganhas, faz com
que se chegue, a partir de demandas particularistas e locais, a uma
visão mais abrangente dos problemas urbanos e das limitações
governamentais.
2. Considera-se que o maior mérito do Orçamento Participativo
consiste em combinar as características democráticas e progressistas
da participação direta, com a capacidade de competir vantajosamente
com as práticas clientelistas.
3. Embora não chegue a impedir a realização do trabalho das
ouvidorias municipais, estaduais e federais, a falta de uma legislação
federal específica que regulamente a função das ouvidorias no país é
considerada uma das principais falhas do sistema brasileiro de
ouvidorias.

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4. O debate sobre a governança interna e externa refere-se a uma


terceira geração de reformas do Estado, na qual o foco recai sobre a
melhoria dos resultados sociais por meio da melhoria na prestação de
serviços, mediante arranjos envolvendo organizações governamentais
e não-governamentais.

a) Os enunciados 1 e 2 estão incorretos.


b) Os enunciados 3 e 4 estão incorretos.
c) Os enunciados 2, 3 e 4 estão incorretos.
d) Todos os enunciados estão incorretos.
e) Todos os enunciados estão corretos.

Comentários:

Mais uma questão retirada de texto.


A afirmativa I é correta, ela cita características corretas acerca do
Orçamento Participativo. Ele é um processo educativo porque
convence os participantes em relação às dificuldades desse processo,
ele é um processo político (em contraposição ao técnico), envolvendo
negociação, e consegue convergir de demandas particulares e locais
para uma visão mais abrangente dos diversos problemas que uma
prefeitura, por exemplo, tem que superar no seu dia a dia.
A Afirmativa II é correta, o OP é de fato uma ferramenta democrática
e progressista que ajuda a combater o clientelismo na medida em que
traz diversos participantes ao processo, aumentando o nível de
“accountability”.
A III é verdadeira, até o momento não existe Lei que defina as
normas gerais de organização das ouvidorias, isso realmente
compromete seu funcionamento.
Por fim, a IV é verdadeira, a terceira geração da reforma do Estado
aborda os arranjos não estatais de ampliação da governança. Isso
significa transferir para o setor público não estatal os serviços não
exclusivos, a exemplo das OSCIPs que atuam na área de saúde, que
em tese teriam maior capacidade de prestar serviços públicos.

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Gabarito – E.

Questão 05 – (ESAF CGU 2008)

No debate sobre a accountability, diversos autores


reconhecem a existência, nas poliarquias contemporâneas, de
mecanismos de controle externos aos poderes Executivo,
Legislativo ou Judiciário. Examine os enunciados a seguir
sobre a accountability societal e depois marque a resposta
correta.

1- A accountability societal é um mecanismo de controle não eleitoral


que emprega ferramentas institucionais e não institucionais.
2- A accountability societal se baseia na ação de múltiplas associações
de cidadãos, movimentos sociais ou mídia.
3- O objetivo da accountability societal é expor erros e falhas dos
governos, trazer novas questões para a agenda pública e influenciar
decisões políticas a serem implementadas por órgãos públicos.
4- Os agentes da accountability societal têm o direito e o poder legal,
além da capacidade institucional para aplicar sanções legais contra as
transgressões dos agentes públicos.

a) Todos os enunciados estão corretos.


b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 1 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.
e) Somente os enunciados 2 e 3 estão incorretos.

Comentários:

A afirmativa I é verdadeira, já que, de fato, a “accountability”


societal emprega ferramentas tanto institucionais como não

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institucionais, além de ser um mecanismo não eleitoral. Lembrem-se


os mecanismos eleitorais são típicos da “accountability” vertical.
Segue a definição de “Accountability” Societal de Ana Paula Paes de
Paula:
“Um mecanismo de controle não eleitoral, que emprega
ferramentas institucionais e não institucionais (ações legais,
participação em instâncias de monitoramento, denúncias na
mídia, etc.) que se baseia na ação de múltiplas associações
de cidadãos, movimentos, ou mídia, objetivando expor erros
e falhas do governo, trazer novas questões para a agenda
pública ou influenciar decisões políticas a serem
implementadas pelos órgãos públicos.”
A II também é verdadeira, as associações civis, mídia e os
movimentos sociais em geral são os atores da “accountability”
societal.
A III também é verdadeira, por óbvio que esse é o objetivo do
gênero societal, porque expondo os erros e os problemas a
comunidade consegue pressionar a classe política a agir.
A IV é a única errada, pois ao afirmar que os agentes da
“accountability” societal têm o dever e o poder legal para aplicar
sanções contra as transgressões dos agentes políticos a ESAF
ultrapassou a linha entre societal e horizontal. Vejam que ao tentar
contextualizar a autoridade descrita podemos quase que enxergar um
promotor do MP ou um Auditor do TCU, agentes tipicamente
horizontais.

Gabarito – D.

Questão 06 – (ESAF CGU 2006)

Assinale se as frases a seguir são verdadeiras (V) ou falsas


(F).

( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente


relacionados entre si e com a reforma do Estado.
( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão
relacionados entre si e nem com a reforma do Estado.

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( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da


legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade civil.
( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado
governo junto à sociedade para empreender mudanças.
( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e
gerencial de implementar políticas públicas.
( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular
e implementa políticas públicas e atingir metas.

Escolha a opção correta.


a) F, V, V, V, F, F
b) V, F, V, F, F, V
c) F, V, F, F, V, V
d) V, F, F, V, V, F
e) F, V, F, V, V, V

Comentários:

A afirmativa I é verdadeira, como já comentamos, pois os


conceitos de governabilidade e de governança estão interligados,
sendo diferentes faces do mesmo processo, conforme o trecho acima.
A II, por conseguinte, é falsa, por contradizer a afirmativa I.
A III é falsa, pois apresenta o conceito de governabilidade.
A IV é verdadeira, já vimos que a governabilidade,
tradicionalmente, está associada à legitimidade de um governo para
empreender mudanças.
A V também é correta, sendo paráfrase do Vinicius.
A VI é falsa, pois chama de “accountability” o conceito de
governança.
Outro conceito importante, que também já foi objeto de prova, é o da
Eli Diniz a respeito da governabilidade:

”A governabilidade refere-se às condições sistêmicas


de exercício do poder por parte do Estado em uma
determinada sociedade. Seria uma somatória dos

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instrumentos institucionais, recursos financeiros e


meios políticos de execução das metas definidas.”

Gabarito – D.

Questão 07 (ESAF MPOG 2003)


Desde a década de 60 a análise política vem mostrando
preocupações com o fato de que, embora tenham legitimidade
eleitoral, muitos governos não conseguem ser eficazes na
tomada de decisões e/ou na sua implementação. No Brasil do
final do século XX problemas como a crise de governabilidade
e as deficiências de governança passaram a ocupar um espaço
central no debate político. Sobre esse tema, examine os
enunciados abaixo e indique qual deles é incorreto.

a) A governabilidade consiste no conjunto de condições sistêmicas de


exercício do poder, que expressa as características do sistema
político, tais como a forma de governo, as relações entre os poderes,
o sistema partidário e o sistema de intermediação de interesses.
b) Uma das causas da crise de governabilidade é a situação
resultante de uma sobrecarga de problemas que recebe como
resposta a expansão de serviços e da intervenção do Estado.
c) A governança compreende os modos de uso da autoridade e de
exercício do poder na administração dos recursos econômicos e
sociais, expressos mediante arranjos institucionais que coordenam e
regulam as transações dentro e fora do limite da esfera econômica.
d) A crise de governabilidade resulta da incapacidade de a burocracia
governamental atrair grupos privados para o seu interior, oferecendo-
lhes bens e serviços de modo a atender as suas demandas e
representar seus interesses, obtendo em troca apoio para suas
políticas nos âmbitos doméstico e internacional.
e) A crise de governabilidade consiste na combinação da incapacidade
do sistema administrativo de compatibilizar os imperativos de controle
provenientes do sistema econômico com a incapacidade do sistema de
legitimação de mobilizar os níveis necessários de lealdade da
sociedade.

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Comentários:
A “A” está correta, paráfrase do Eli Diniz:

”A governabilidade refere-se às condições sistêmicas


de exercício do poder por parte do Estado em uma
determinada sociedade. Seria uma somatória dos
instrumentos institucionais, recursos financeiros e
meios políticos de execução das metas definidas.”

A “B” é correta, e foi a razão da criação do gerencialismo. Quando o


Estado resolve atender a todas as demandas sociais de maneira
universal ele tende a entrar em uma crise fiscal.
A “C” é correta, paráfrase da Eli Diniz:

“A governança compreende os modos de uso da


autoridade e de exercício do poder na administração
dos recursos econômicos e sociais, expressos mediante
arranjos institucionais que coordenam e regulam as
transações dentro e fora do limite da esfera
econômica.”

A “D” está incorreta e é o gabarito, trazer grupos de interesse para


o interior da burocracia quebra o princípio da impessoalidade!
A “E” está correta, a crise de governabilidade significa a
imcapacidade do Estado reagir corretamente às demandas sociais!

Gabarito – C.

Questão 08 (ESAF AFC CGU 2008)

Durante a crise do Estado dos anos 1980 e 1990, palavras e


expressões foram forjadas para possibilitar o entendimento de
suas diferentes dimensões e propiciar a busca de soluções.
Neste contexto, quando um governo está preocupado em
legitimar decisões e ações se diz que ele está buscando maior
...........

Complete a frase com a opção correta.


a) governabilidade.
b) efetividade.

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c) governança.
d) accountability.
e) eficiência.

Comentários:

Ao ler a questão e se deparar com a palavra “legitimidade”


automaticamente respondemos que se trata de governabilidade.
Contudo, ao afirmar que quando um governo procura legitimar
decisões e ações o examinador está exigindo o conhecimento do
conceito de legitimidade do Matias Pereira.

“Nesse debate fica evidenciado que a principal


diferença entre governabilidade e governança está
na maneira como a legitimidade das ações dos
governos é entendida. No conceito de
governabilidade, a legitimidade é proveniente da
capacidade do governo de representar os
interesses das próprias instituições. Por sua vez,
no conceito de governança, uma parcela de sua
legitimidade advém do processo como ele se
concretiza, ou seja, quando grupos específicos da
população participam da elaboração e
implementação de uma política pública, ela tem
maior possibilidade de obter sucesso nos seus
objetivos. O ponto de convergência entre as duas
refere-se à defesa da participação
institucionalizada como meio para se atingir a
estabilidade política.”

Esse autor defende que quando um governo está preocupado em


legitimar decisões e ações em busca de um maior apoio popular a
uma determinada política pública há uma maior chance de essa
política dar certo, ampliando a governança desse Estado.
Assim, apesar da anulação da questão por parte da ESAF, devemos
considerar que quando um governo está preocupado em legitimar
decisões e ações ele está buscando ampliar sua governança.
Do ponto de vista político, o Termo Governança significa também a
capacidade de resistência à captura por grupos de interesse por parte
das elites governamentais, e a promoção da accountability.

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Gabarito – C (posteriormente anulada).

Questão 09 (ESAF ANA 2009)

Sobre accountability, analise as afirmações que se seguem e


selecione a opção que melhor representa o resultado de sua
análise:
( ) A accountability diz respeito à capacidade que os constituintes têm
de impor sanções aos governantes, notadamente reconduzindo ao
cargo aqueles que se desincumbem bem de sua missão e destituindo
os que possuem desempenho insatisfatório;
( ) A accountability inclui a prestação de contas dos detentores de
mandato e o veredicto popular sobre essa prestação de contas;
( ) A accountability depende de mecanismos institucionais, sobretudo
da existência de eleições competitivas periódicas.

a) C, C, C
b) C, C, E
c) C, E, E
d) E, E, E
e) E, C, E

Comentários:
A I é verdadeira, a punibilidade faz parte do conceito de
Accountability, tanto para premiar como para punir.
A II foi considerada verdadeira, o dever de prestar contas é típico
do accountability, mas o veredito popular foi forçado! No máximo
indiretamente, via Congresso Nacional!
A III é correta, eleições periódicas são necessárias para que haja
“accountability”, faz parte do conceito de punibilidade (premiar ou
punir).

Gabarito - A

Questão 10 (ESAF – STN 2000)

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(ESAF STN 2000) Eficiência, eficácia e efetividade são algumas


das medidas utilizadas para avaliar o desempenho gerencial
tanto no setor privado como no setor público. Assinale a opção
que define corretamente cada uma das medidas citadas.

a) Por eficiência se entende a relação entre objetivos organizacionais


planejados e realizados. A eficácia permite avaliar os gastos
realizados na produção de um bem ou serviço num período de
tempo. A efetividade visa avaliar os impactos de uma ação
organizacional na comunidade.
b) Por eficiência se entende a relação entre produção e recursos
utilizados. A eficácia permite avaliar os gastos realizados na produção
de um bem ou serviço num período de tempo. A efetividade visa
avaliar se os objetivos foram alcançados.
c) Por eficiência se entende a relação entre produção e recursos
utilizados. A eficácia permite avaliar se os objetivos definidos pela
organização para um período de tempo foram alcançados. A
efetividade visa avaliar os impactos de uma ação organizacional na
comunidade.
d) Por eficiência se entende a relação entre necessidades da
comunidade e os resultados alcançados pela ação organizacional. A
eficácia permite avaliar se os objetivos definidos pela organização
para um período de tempo foram alcançados. A efetividade visa
avaliar os gastos com a produção versus resultados alcançados.
e) Por eficiência se entende a relação entre os gastos realizados e o
valor da produção. A eficácia permite avaliar os impactos de uma
ação organizacional na comunidade. A efetividade visa avaliar se os
objetivos da comunidade foram alcançados.

Comentários:

A alternativa “A” é falsa, a relação entre os objetivos planejados e


realizados é a eficácia, e não eficiência. A avaliação dos gastos
(medição) se relaciona com a eficiência (conceito meramente
quantitativo). O impacto, de fato, se relaciona com a efetividade.

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A “B” começa bem, a medição dos “imputs” x os “outputs”


(entradas x saídas) se relaciona com a eficiência. O conceito de
eficácia está errado, essa avaliação (ou medição) está mais
relacionada com a eficiência. Os resultados são de fato a efetividade.
Falsa, portanto.
A “C” está correta, por eficiência se entende a relação entrada x
saída, perfeito. A eficácia se refere ao atingimento das metas, e a
efetividade aos impactos produzidos no ambiente em que a política
pública interveio. É o gabarito.
A “D” esse não é o conceito de eficiência, está mais para
efetividade. Por fim a questão fica comprometida com a afirmação de
que a efetividade se preocupa com a relação “Custo x Benefício”.
Falsa!
A “E” está incorreta, a eficácia não avalia os resultados
qualitativamente, apenas quantitativamente, ou seja, se as metas
foram alcançadas!

Gabarito – C.

Questão 11 (ESAF AFRFB 2012)

O acesso à informação de que trata a Lei n. 12.527, de 18 de


novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação no Brasil),
compreende, entre outros, os direitos abaixo, exceto:

a) informação pertinente à administração do patrimônio público,


utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos.
b) informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades,
inclusive as relativas à sua política, organização e serviços, mesmo
que sigilosa ou parcialmente sigilosa.
c) informação primária, íntegra, autêntica e atualizada.
d) orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,
bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada.

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e) informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade


privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou
entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado.

Comentários:

Conseguimos responder essa questão pelo bom senso, afinal, se a


informação é sigilosa ela não pode ser divulgada sob pena de prejuízo
aos interesses do Estado. Da próxima vez, pode ser que não seja tão
fácil, daí a necessidade de sua leitura. Gabarito “B”.
A Alternativa “A” está correta, é paráfrase do inciso VI do Art. 7:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta


Lei compreende, entre outros, os direitos de obter:

...

VI - informação pertinente à administração do


patrimônio público, utilização de recursos
públicos, licitação, contratos administrativos; e

A “B” é o gabarito, já que a publicidade é a regra, mas a informação


sigilosa e parcialmente sigilosa devem ser restringidas:

§ 1o O acesso à informação previsto no caput não


compreende as informações referentes a projetos
de pesquisa e desenvolvimento científicos ou
tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à


informação por ser ela parcialmente sigilosa, é
assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio
de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
parte sob sigilo.

A “C” é verdadeira:

IV - informação primária, íntegra, autêntica e


atualizada;

A “D” é verdadeira:

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Art. 7o O acesso à informação de que trata esta


Lei compreende, entre outros, os direitos de
obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a


consecução de acesso, bem como sobre o local
onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada;

A “E” é verdadeira:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta


Lei compreende, entre outros, os direitos de
obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a


consecução de acesso, bem como sobre o local
onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada;

II - informação contida em registros ou


documentos, produzidos ou acumulados por seus
órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
públicos;

III - informação produzida ou custodiada por


pessoa física ou entidade privada decorrente de
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades,
mesmo que esse vínculo já tenha cessado;

Questão 12 (ESAF STN 2012)

Considerando que o termo governança em sentido amplo pode


ser definido como um processo complexo de tomada de
decisão que antecipa e ultrapassa o governo, os aspectos
comumente relacionados a este termo são os seguintes,
exceto:

a) legitimidade do espaço público em constituição.


b) estabelecimento de redes e mecanismos de coordenação.
c) gestão das interações e das interdependências que sempre
produzem sistemas alternativos de regulação.

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d) repartição do poder entre aqueles que governam e os que são


governados.
e) descentralização da autoridade e das funções ligadas ao ato de
governar.

Comentários:

Essa questão foi muito cruel, ela segue a lógica da cópia literal de
trechos de um artigo. Tais trechos, fora do contexto geral, tornam a
questão de difícil resolução.
O Artigo utilizado foi o “Democracia e Governança Mundial: Que
regulações par ao século XXI”, do Carlos Milani, Carlos Arturi e
Germán Solínis.

“No final dos anos 80, o


vocábulo governance ressurgiu no seio do Banco
Mundial. O que estava em jogo era de monta para
os economistas neoliberais do Banco que, no
início dos anos 80, tinham nitidamente suplantado
os economistas keynesianos. Tratava-se de
responsabilizar a incompetência institucional dos
Estados em desenvolvimento pelos fracassos
constatados na implementação dos programas de
ajuste estrutural (PAS), ou seja, um conjunto de
reformas macroeconômicas e setoriais julgadas
indispensáveis para a abertura generalizada dos
mercados. O conjunto seria legitimado pelo
objetivo renovado da luta contra a pobreza
(OSMONT, 1998). Assim, o apelo a um vocábulo
dado como novo seria explicado pela necessidade
de intervir no campo político, mas de fazê-lo por
intermédio de uma excessiva "tecnicização dos
modelos" e pelo caráter imperioso e uniforme da
reforma do Estado. Segundo a interpretação
presente, por exemplo, no relatório do Banco
Mundial de 1994, a razão dos diversos fracassos
dos PAS, sobretudo em suas dimensões
sociopolíticas, estaria assim ligada não à natureza
das relações entre as agências do sistema de
Bretton Woods e as administrações dos países do
Sul, ou à maneira como se desenvolvem as
liberalizações do comércio e das finanças em
escala mundial, mas sobretudo a "má governança"
reinante nos países em vias de desenvolvimento.

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Esse foi o discurso da cooperação internacional


em geral. Na prática, as administrações dos países
do Sul deveriam ser reformadas para melhor
responder às exigências da eficácia e da
rentabilidade economicistas inerentes aos PAS.
Foi assim que toda uma série de programas
nacionais de reforma do Estado (programas
nacionais de "boa governança") surgiram na
África, na Ásia e na América Latina (8). Esses
programas foam (e são) freqüentemente
acompanhados de políticas de descentralização e
de formação às técnicas do "New Public
Management".

Já a literatura acadêmica sobre a governança


define-a grosso modo como um processo
complexo de tomada de decisão que antecipa e
ultrapassa o governo. Os aspectos freqüentemente
evidenciados nessa literatura sobre a governança
(ver quadro) estão relacionados: à legitimidade
do espaço público em constituição; à repartição
do poder entre aqueles que governam e aqueles
que são governados; aos processos de negociação
entre os atores sociais (os procedimentos e as
práticas, a gestão das interações e das
interdependências que desembocam ou não em
sistemas alternativos de regulação, o
estabelecimento de redes e os mecanismos de
coordenação); e à descentralização da autoridade
e das funções ligadas ao ato de governar.”

Não se preocupem com esse tipo de questão, a maioria dos


candidatos preparados a errará!
A Alternativa “A” está correta, a “A legimitimade do espaço
público e constituição” está relacionado com o conceito de
Governança.
A “B” é correta, “o estabelecimento de redes e mecanismos de
coordenação” também está relacionado com o conceito de
governança.
A “C” é o nosso gabarito, o examinador trocou o “desembocam ou
não em sistemas alternativos de regulação” por “sempre produzem
sistemas alternativos de regulação”. Lamentável esse tipo de questão
que não mede conhecimento algum.

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A “D” é verdadeira, “repartição do poder entre os que governam e


os que são governados” está no texto!
Por fim, a “E” também é paráfrase, “descentralização da
autoridade e das funções ligadas ao ato de governar”.
Recomendo que memorizem esses conceitos, nada impede que o
examinador o utilize novamente. Caso isso ocorra vocês não poderão
errar, pois seus concorrentes seguramente a acertarão!

Gabarito – C.

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2. Governo Eletrônico e Transparência.

Governo Eletrônico e Transparência.

Quando falamos em governo eletrônico devemos pensar em como o


governo se utiliza das tecnologias de informação e comunicação como
recurso estratégico para aumento da eficiência, eficácia e efetividade
das políticas públicas, além do fator transparência que seu uso pode
proporcionar na sua relação governo x sociedade.
Apesar de aparentar referir-se apenas à relação governo sociedade, o
governo eletrônico também inclui as relações Governo x Governo,
Governo x Negócio e Governo x Cidadão.
Na primeira relação, a tecnologia pode ser utilizada como meio
integrador e coordenador de políticas públicas entre as esferas da
federação, bem como entre os três poderes.
Na segunda, a tecnologia entra como fator de ampliação da eficiência
na aplicação dos recursos públicos, a exemplo dos pregões
eletrônicos, do compras-net e dos leilões on line.
Na última, com a sociedade, a tecnologia deve ser usada como meio
de informação e de transparência, universalizando a informação. Além
disso, a tecnologia pode ser utilizada como meio de comunicação
entre a sociedade e o governo, estabelecendo canais de reclamações
e sugestões, ouvidorias e canais de atendimento.

Governo Eletrônico no Brasil

No caso brasileiro, a primeira iniciativa dessa natureza se deu em


1999, com a criação do programa “sociedade da informação”. Esse
programa tinha como objetivo “viabilizar a nova geração da internet e
suas aplicações em benefício da sociedade brasileira”.
Daí em diante, inúmeros programas foram criados com o objetivo de
ampliar o uso das ferramentas de TI e comunicação propostos pelo
governo. Sabemos que atualmente é imperioso acompanhar os

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avanços tecnológicos, sob pena de perda de competitividade


internacional.
O governo Eletrônico deve ser implementado tendo em vista alguns
princípios basilares, são eles:
1 - Promoção da cidadania como prioridade: Significa que o
governo deve respeitar o cidadão como sendo possuidor de direitos e
de obrigações, permitindo que ele possa exercer tais prerrogativas.
Desse modo, o controle social e a participação no processo de gestão
devem ser bandeiras do governo, utilizando a tecnologia como meio,
e não simplesmente o fim.
2 - Universalização do governo eletrônico: O e-gov (governo
eletrônico) deve ser disponibilizado a toda a população, e não
somente a determinados grupos sociais. As tecnologias devem ser
inclusivas, a fim de garantir acesso a todos, inclusive as minorias e os
portadores de necessidades especiais.
3 - Os sítios e os serviços on-line do governo federal devem
ser estruturados de acordo com os assuntos de interesse e do
perfil do seu público alvo: Os portais devem ser desenvolvidos de
forma intuitiva, para permitir que a maioria das pessoas consiga
encontrar os assuntos e serviços de seu interesse.
4 - Tornar a informação de domínio público, de modo acessível
e compreensível: Os órgãos públicos devem esquematizar seus
conteúdos de forma inteligente e organizada, de modo a facilitar a
pesquisa e a informação do público em geral. Além disso, a linguagem
utilizada deve ser a mais simples possível, permitindo à maioria o
entendimento da mensagem.
5 - Utilizar a internet como um canal de comunicação entre
governo e sociedade em uma via de mão dupla, permitindo a
participação popular e a interatividade: A internet deve ser mais
do que um mero meio de informação da sociedade, através dela o
governo deve ser capaz de receber as demandas populares
(responsividade) e permitir a participação no processo decisório.
A despeito da importância desse princípio, cumpre informar que ainda
não existem meios para se executar uma eleição ou um plebiscito on-
line, de modo que, até o momento, a ESAF vem considerando falsa as
alternativas que afirmem qualquer coisa dessa natureza.

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6 - Os sites públicos devem assegurar a qualidade e a


segurança da informação: o governo deve prezar pela segurança
da informação, evitando o seu vazamento para terceiros, bem como
prestá-la com qualidade.
7 - O governo eletrônico deve ser um meio de inclusão social e
digital: As informações devem ser prestadas a todos, independente
de classe social ou grau de educação, servindo como um meio de
integração e compartilhamento de informações.
8 - Utilização do software livre como recurso estratégico: O
governo deve, preferencialmente, utilizar softwares livres em suas
plataformas de comunicação, permitindo que todos possam acessá-la.
Um exemplo é o uso do BR Office, em contraposição aos softwares da
Apple, como o IOS, que são mais restritos.
9 - Utilização da TI como meio de racionalização de custos: O
governo deve se utilizar da TI como meio de ganho de eficiência. Um
exemplo seria o pregão eletrônico, que permite que as compras
públicas possam ser realizadas com ganhos de custo relevantes, já
que necessitam de menos pessoal e estrutura física.
10 - Padronização das normas e protocolos: Os sistemas
governamentais devem ser desenvolvidos sob uma plataforma
comum, que possa garantir a interoperabilidade e a comunicação
plena entre diferentes sistemas.
11 - Integração entre os três níveis de governo e entre os três
poderes: Os sistemas governamentais devem ser capazes de se
comunicar, permitindo o compartilhamento de informações. Um
exemplo seria a comunicação entre os fiscos estaduais e o federal,
com o objetivo de verificar divergências entre as declarações.
Em regra, as questões sobre esse assunto costumam ser fáceis,
exigindo apenas o conhecimento dos princípios do e-gov. Vejamos um
exemplo:

(ESAF – AFT 2006) A unificação da


informática com a comunicação
oportunizou o uso de internet no setor
público. Indique se as frases a seguir
são falsas (F) ou verdadeiras (V) e
assinale a opção correta.

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I. Através da internet, a administração


pública disponibiliza da dos e relatórios,
dando possibilidade aos cidadãos de
decidirem sobre ações do governo.

II. A internet possibilita a divulgação de


informações para os cidadãos sobre
campanhas, procedimentos administrativos,
entre outros.

III. O uso eficiente da internet possibilita a


modernização dos órgãos públicos,
promovendo maior profissionalismo.

IV. Através da internet, o setor público


pode ofertar serviços ao cidadão e
disponibilizar dados que permitem o
controle externo.

Selecione a opção correta.

a) Somente I e II são falsas.

b) Somente II e IV são verdadeiras.

c) Somente a IV é verdadeira.

d) Somente a I é falsa.

e) Somente a III e IV são falsas.

Comentários:

A afirmativa I é Falsa, ainda não existe plebiscito on-line, conforme


comentamos acima.
A II é verdadeira, essa é uma das finalidades do e-gov, informar o
público em geral.
A III é falsa, o uso da internet não implica maior profissionalismo, já
que esse é um atributo dos profissionais.
A IV é verdade, o uso da internet pode gerar mais transparência nas
ações do governo.

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GAB - B.

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Questões Propostas

6. Governo Eletrônico e Transparência.

Questão 01 - (ESAF - AFRFB 2009)

Sob o ponto de vista do cidadão, podemos afirmar que os


seguintes mecanismos, todos acessíveis pela Internet, são
mantidos pelo governo federal como instrumentos de
transparência, exceto:

a) ComprasNet.
b) SIAFI.
c) Portal Brasil.
d) Portal da Transparência.
e) Portal de Convênios.

Questão 02 - (ESAF - AFT 2009)

Sobre o tema ‘governo eletrônico e transparência’, é correto


afirmar:

a) para uma maior transparência dos governos, é necessário que as


informações estejam disponíveis em linguagem acessível, para
entendimento do público em geral.
b) em regiões com altos índices de exclusão digital, é justificável a
pouca transparência dos governos locais.
c) como instrumento efetivo para uma melhor governança, a simples
implementação do governo eletrônico garante maior eficiência e
transparência.
d) quanto maior é a oferta de serviços on-line disponibilizados ao
cidadão, maior é a transparência dos atos públicos.
e) a dimensão tecnológica é mais importante que a político-
institucional para definir em que medida um governo eletrônico pode
ser mais ou menos transparente.

Questão 03 - (ESAF – AFRF 2002)

Julgue os itens relativos às implementações do governo


eletrônico.
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I. Utilização intensiva de tecnologia de comunicações e informação na


administração pública.
II. Estabelecimento de canais de acesso com o público em geral e
segmentos beneficiários específicos.
III. Apoio e fomento à indústria na área de tecnologia de
comunicações e informação.
IV. Programas de redução da exclusão digital, popularização de
equipamentos e do acesso.
V. Disponibilização de informações e prestação de serviços por meio
da internet.

A quantidade de itens corretos é igual a


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Questão 04 - (ESAF – AFT 2006)

A unificação da informática com a comunicação oportunizou o


uso de internet no setor público. Indique se as frases a seguir
são falsas (F) ou verdadeiras (V) e assinale a opção correta.
I. Através da internet, a administração pública disponibiliza dados e
relatórios, dando possibilidade aos cidadãos de decidirem sobre ações
do governo.
II. A internet possibilita a divulgação de informações para os cidadãos
sobre campanhas, procedimentos administrativos, entre outros.
III. O uso eficiente da internet possibilita a modernização dos órgãos
públicos, promovendo maior profissionalismo.
IV. Através da internet, o setor público pode ofertar serviços ao
cidadão e disponibilizar dados que permitem o controle externo.

Selecione a opção correta.


a) Somente I e II são falsas.
b) Somente II e IV são verdadeiras.
c) Somente a IV é verdadeira.

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d) Somente a I é falsa.
e) Somente a III e IV são falsas.

Questão 05 - (ESAF - AFT 2006)

Selecione a opção incorreta.

a) Um dos objetivos da Tecnologia da Informação é dar maior


transparência às ações do Estado por meio da divulgação de dados.
b) A Tecnologia da Informação é uma ferramenta de modernização da
gestão tanto pública como privada.
c) A Tecnologia da Informação conta hoje com os avanços das
tecnologias de comunicação, possibilitando o desenvolvimento de
ferramentas conjuntas.
d) A Tecnologia da Informação conta com mainframes cada vez mais
potentes que permitem o acesso direto ao usuário-cidadão.
e) Internet, intranet, infovias, correio eletrônico, educação online, são
algumas Tecnologias de Informação usadas pela administração.

Questão 06 - (ESAF - STN 2012)

A respeito dos sistemas de informação no governo, analise as


assertivas abaixo e classifique-as em (V) para verdadeiro e (F)
para falso. Ao final, assinale a opção que contenha a sequencia
correta.
( ) A automação de processos para a prestação de serviços on line ao
cidadão deve ocorrer independentemente do nível tecnológico da
organização e do processo de maturidade dos sistemas corporativos.
( ) Na era do conhecimento e da informação, a sociedade e as
organizações precisam se ajustar às rápidas mudanças tecnológicas e
compartilhar o conhecimento por meio da tecnologia.
( ) O processo de dimensionamento dos sistemas de informação deve
procurar desprender-se das características sociais e culturais das
organizações a que irão servir.
( ) As organizações públicas precisam projetar sistemas que possam
prover serviços à sociedade e no ambiente interno proporcionar aos

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gestores públicos informações necessárias para a gestão dos


processos e tomada de decisão baseadas em análises e fatos.
a) F, F, V, F.
b) V, F, F, F.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, V.
e) F, V, F, V.

Gabarito
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B A E B D E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

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Questões Comentadas

6. Governo Eletrônico e Transparência.

Questão 01 - (ESAF - AFRFB 2009)

Sob o ponto de vista do cidadão, podemos afirmar que os


seguintes mecanismos, todos acessíveis pela Internet, são
mantidos pelo governo federal como instrumentos de
transparência, exceto:

a) ComprasNet.
b) SIAFI.
c) Portal Brasil.
d) Portal da Transparência.
e) Portal de Convênios.

Comentários:

Amigos,

Todos os portais, salvo o SIAFI, que é de uso exclusivo da


Administração Pública Federal, são abertos ao público.
O O Portal da Transparência, Convênios, Brasil e ComprasNet são
abertos ao público em geral, seja para fins de controle social
(Accountability), seja para participar de licitações, na relação Governo
x Empresas.
O SIAFI significa Sistema Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal, ele é um sistema contábil que tem por finalidade
realizar todo o processamento, controle e execução financeira,
patrimonial e contábil do governo federal brasileiro.
O sistema foi desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de
Dados - (SERPRO). Foi implantado oficialmente no ano de 1987. Até o
ano de 1986 o governo federal convivia com uma série de problemas
de natureza administrativa inviabilizando a correta aplicação dos
recursos públicos.
Assim, amigos, esse sistema é o único dos listados que não é aberto
ao púbico. Contudo, seus dados são utilizados para montar as

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demonstrações contábeis disponibilizadas nos portais de


transparência.

Gabarito – B.

Questão 02 - (ESAF - AFT 2009)

Sobre o tema ‘governo eletrônico e transparência’, é correto


afirmar:

a) para uma maior transparência dos governos, é necessário que as


informações estejam disponíveis em linguagem acessível, para
entendimento do público em geral.
b) em regiões com altos índices de exclusão digital, é justificável a
pouca transparência dos governos locais.
c) como instrumento efetivo para uma melhor governança, a simples
implementação do governo eletrônico garante maior eficiência e
transparência.
d) quanto maior é a oferta de serviços on-line disponibilizados ao
cidadão, maior é a transparência dos atos públicos.
e) a dimensão tecnológica é mais importante que a político-
institucional para definir em que medida um governo eletrônico pode
ser mais ou menos transparente.

Comentários:

A Alternativa “A” versa sobre a acessibilidade da informação. Vimos


que o princípio da acessibilidade visa garantir que a informação seja
prestada numa linguagem acessível ao público em geral, como forma
de incluir e desenvolver a cidadania. Verdadeira!
A “B” é incorreta, a transparência é uma questão relacionada a
vontade política, e não aos meios disponíveis para tal. A falta da
internet não é justificativa para a pouca transparência de alguns
governos. Não importa o meio, e sim o FIM!
A “C” aborda o mesmo ponto da “B”, a simples implementação do
governo eletrônico (meio) não é capaz de garantir a transparência
(Fim). Falsa!
A “D” aborda os serviços via internet. Um dos objetivos da TI e TC
(Tecnologias da Informação e Comunicação) é aumentar a eficiência e
governança do serviço público, ampliando a velocidade de
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atendimento ao cidadão com essas inovações. Entretanto, uma coisa


é ter muitos serviços ágeis e disponíveis pela internet, outra é ser
transparente! De modo que muitos serviços não garantem muita
transparência.
A “E” é incorreta, novamente a ESAF mistura os meios com os fins.
Sabemos que a dimensão política (Fim) é o que conta para termos
efetiva transparência. O gestor tem que querer apresentar suas
contas, a internet é só um meio facilitador desse processo! De nada
adiantará a internet se o gestor não apresentar suas contas com
qualidade.

Gabarito – A.

Questão 03 - (ESAF – AFRF 2002)

Julgue os itens relativos às implementações do governo


eletrônico.

I. Utilização intensiva de tecnologia de comunicações e informação na


administração pública.
II. Estabelecimento de canais de acesso com o público em geral e
segmentos beneficiários específicos.
III. Apoio e fomento à indústria na área de tecnologia de
comunicações e informação.
IV. Programas de redução da exclusão digital, popularização de
equipamentos e do acesso.
V. Disponibilização de informações e prestação de serviços por meio
da internet.

A quantidade de itens corretos é igual a


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Comentários:

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A I é verdadeira, o governo eletrônico tem como objetivo a


utilização intensiva de TI e TC como meio para melhorar sua
governança, participação social e transparência.
A II é verdadeira, o princípio da acessibilidade defende a adequação
da linguagem para o público, com o fim de atender a todos
(universalidade).
A III é verdadeira, o governo deve sim fomentar (via incentivos
fiscais e empréstimos subsidiados) esse setor econômico, com o fim
de universalizar essa tecnologia. Isso não significa que ele deve
diretamente passar a explorar essa atividade econômica, esse
segmento é típico do setor privado.
A IV é verdadeira, faz parte da universalização do acesso!
A V também é verdadeira, a internet deve ser utilizada como meio
para prestar informações e serviços, o objetivo é ampliar a
governança e a eficiência na prestação dos serviços públicos.

Gabarito – E.

Questão 04 - (ESAF – AFT 2006)

A unificação da informática com a comunicação oportunizou o


uso de internet no setor público. Indique se as frases a seguir
são falsas (F) ou verdadeiras (V) e assinale a opção correta.

I. Através da internet, a administração pública disponibiliza dados e


relatórios, dando possibilidade aos cidadãos de decidirem sobre ações
do governo.
II. A internet possibilita a divulgação de informações para os cidadãos
sobre campanhas, procedimentos administrativos, entre outros.
III. O uso eficiente da internet possibilita a modernização dos órgãos
públicos, promovendo maior profissionalismo.
IV. Através da internet, o setor público pode ofertar serviços ao
cidadão e disponibilizar dados que permitem o controle externo.

Selecione a opção correta.


a) Somente I e II são falsas.
b) Somente II e IV são verdadeiras.
c) Somente a IV é verdadeira.

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d) Somente a I é falsa.
e) Somente a III e IV são falsas.

Comentários:

A Afirmativa I é incorreta, apesar de toda a evolução da TI, os


cidadãos ainda não podem decidir sobre as ações do governo
diretamente, ainda dependemos dos nossos representantes.
A Afirmativa II é correta, como meio, a internet possibilita a
divulgação de informações em geral!
A Afirmativa III é falsa, profissionalismo é um atributo do
profissional, e não do órgão público e da internet. A internet não vai
deixar nada nem ninguém mais profissional, concorda?!
A IV é correta, de fato a internet é um meio que possibilita a
divulgação de informações que permitem o controle externo, seja por
órgãos públicos, seja pela sociedade em geral.

Gabarito – B.

Questão 05 - (ESAF - AFT 2006)

Selecione a opção incorreta.

a) Um dos objetivos da Tecnologia da Informação é dar maior


transparência às ações do Estado por meio da divulgação de dados.
b) A Tecnologia da Informação é uma ferramenta de modernização da
gestão tanto pública como privada.
c) A Tecnologia da Informação conta hoje com os avanços das
tecnologias de comunicação, possibilitando o desenvolvimento de
ferramentas conjuntas.
d) A Tecnologia da Informação conta com mainframes cada vez mais
potentes que permitem o acesso direto ao usuário-cidadão.
e) Internet, intranet, infovias, correio eletrônico, educação online, são
algumas Tecnologias de Informação usadas pela administração.

Comentários:

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A “A” é verdadeira, um dos objetivos da TI e TC, no âmbito


governamental, é ser um meio para a divulgação de dados e
informações para garantir uma maior transparência na gestão pública.
A Alternativa “B” é verdadeira, a TI é uma ferramenta de
modernização da gestão pública e privada!
A “C” é correta, a TI e TC conjuntamente revolucionaram a gestão.
A “D” é incorreta, ainda não é possível que o cidadão decida
diretamente sobre as decisões do governo! A ESAF já cobrou isso
diversas vezes! Lembrem-se, ainda não é possível decidir
diretamente, via internet, as questões públicas.
A “E” é correta, todas as ferramentas citadas são utilizadas pelo
governo.

Gabarito – D.

Questão 06 - (ESAF - STN 2012)

A respeito dos sistemas de informação no governo, analise as


assertivas abaixo e classifique-as em (V) para verdadeiro e (F)
para falso. Ao final, assinale a opção que contenha a sequencia
correta.
( ) A automação de processos para a prestação de serviços on line ao
cidadão deve ocorrer independentemente do nível tecnológico da
organização e do processo de maturidade dos sistemas corporativos.
( ) Na era do conhecimento e da informação, a sociedade e as
organizações precisam se ajustar às rápidas mudanças tecnológicas e
compartilhar o conhecimento por meio da tecnologia.
( ) O processo de dimensionamento dos sistemas de informação deve
procurar desprender-se das características sociais e culturais das
organizações a que irão servir.
( ) As organizações públicas precisam projetar sistemas que possam
prover serviços à sociedade e no ambiente interno proporcionar aos
gestores públicos informações necessárias para a gestão dos
processos e tomada de decisão baseadas em análises e fatos.
a) F, F, V, F.

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b) V, F, F, F.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, V.
e) F, V, F, V.

Comentários:

Questão bem intuitiva:


A I é incorreta por causa do “independentemente”.
A II é correta.
A III é incorreta por causa do “desprender-se”, quando deveria ser
considerar.
A IV é correta.

Gabarito – E

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Caro aluno,

Com isso chegamos ao final da nossa aula 03.


Na próxima aula veremos os seguinte tópicos do EDITAL: 8.
Qualidade na administração Pública. 9; Novas tecnologias gerenciais e
organizacionais e sua aplicação na Administração Pública.
Espero que o curso esteja ajudando na sua preparação! Estou
disponível para clarificar os pontos que vocês não tenham entendido!
Não hesitem em perguntar!
Força, falta pouco para a tão sonhada aprovação, e não se esqueçam
de me convidar para a Festa!!

Um grande abraço e bons estudos!

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