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Administração Pública p/ AFRFB - Teoria e Questões

Prof. Victorio Amoedo

AULA 06

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12. Controle da Administração Pública; 13. Ética no exercício da


Função Pública; e 10. Gestão Pública Empreendedora.

SUMÁRIO PÁGINA
Sumário 01
Informações sobre o curso 02
1. Controle da Administração Pública 03
2. Ética no exercício da Função Pública 11
3. Gestão Pública Empreendedora 20
4. Exercícios Propostos 26
5. Exercícios Comentados 43

Olá meus amigos!

Nessa aula veremos os tópicos 10, 12 e 13 do Edital: 12. Controle da


Administração Pública; 13. Ética no exercício da Função Pública; e 10.
Gestão Pública Empreendedora. Estudem que o resultado virá!

Professor Victório Amoedo

victorioamoedo@concurseirofiscal.com.br

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Informações sobre o curso

1. Divisão das aulas


Segue o nosso cronograma atualizado:

AULA ASSUNTO DATA

2. Modelos Teóricos de Administração Pública:


Aula 00 ---
Patrimonialismo e Burocracia.

1. Organização do Estado e da administração


Pública; 2. Modelos Teóricos de Administração
Aula 01 17/03
Pública: Gerencial; e 3. Experiências de
Reformas administrativas.

4. O processo de Modernização da Administração


Aula 02 Pública; 5. Evolução dos modelos/paradigmas de 28/03
gestão: A Nova Gestão Pública.

6. Governabilidade, Governança e Accountability;


Aula 03 07/04
7. Governo eletrônico e Transparência;

8. Qualidade na administração Pública. 9. Novas


Aula 04 tecnologias gerenciais e organizacionais e sua 14/04
aplicação na Administração Pública.

11. Ciclo de Gestão do Governo Federal; 14.


Orçamento público e os parâmetros da política
fiscal; 15. Ciclo orçamentário. 16. Orçamento e
gestão das organizações do setor público;
características básicas de sistemas orçamentários
Aula 05 modernos: estrutura programática, econômica e 21/04
organizacional para alocação de recursos
(classificações orçamentárias); mensuração de
desempenho e controle orçamentário. 17.
Elaboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA.
18. Modelo de gestão do PPA.
12. Controle da Administração Pública; 13. Ética
Aula 06 no exercício da Função Pública; e 10. Gestão 30/04
Pública Empreendedora.

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12. Controle da Administração Pública; 13. Ética no exercício


da Função Pública; e 10. Gestão Pública Empreendedora.

1. Controle da Administração Pública.

Controle da Administração Pública é um tema comum às Disciplinas


de Administração Pública e Direito Administrativo. O nosso curso não
substitui o de Direito Administrativo, o enfoque será diferente, mais
voltado à abordagem de Gestão da Administração Pública.
O controle, de modo resumido, seria um sinônimo de fiscalizar,
auditar. A Auditoria é um procedimento investigativo que objetiva
verificar de as atividades executadas por uma entidade seguiram o
procedimento correto, ou seja, foram realizadas de acordo com o
regulamento, no caso público, a Lei.
Maria Sylvia Zanela define Controle da Administração Pública como
sendo:

“O Poder de Fiscalização e correção que sob ela


exercem os órgãos do Poder Judiciário, Executivo e
Legislativo, com o objetivo de garantir a conformidade
de sua atuação com os princípios que lhe são impostos
pelo ordenamento jurídico.”

O controle, em função do órgão que o exerce, pode ser classificado


como Interno ou Externo, ou ainda, legislativo, executivo ou judicial.
Ele também pode ser classificado em função do momento quando é
exercido, como prévio, concomitante (Pari Passu) ou posterior.
O controle Interno é aquele que é exercido no âmbito do próprio
Poder, a exemplo de um departamento de auditoria interna do
executivo incumbido de verificar as contas de seu próprio órgão. A
externa é exercida por um órgão de outro Poder, no caso da
Administração Pública, a exemplo do controle exercido pelo TCU sob
os recebedores de dinheiros públicos a qualquer título.
A constituição regula como deverá ser estruturado o sistema de
controle da Administração Pública brasileiro, vejamos os dispositivos:
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Art. 70. A fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa


física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações
de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Podemos perceber que o Controle Externo é de competência do Poder


Legislativo, que o exercerá com auxílio do Tribunal de Contas da
União. Além disso, qualquer pessoa que receba “dinheiro” público, em
sua interpretação mais ampla, está sujeito ao controle externo
exercido pelo poder legislativo.
O Artigo 71 define as competências do TCU:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo


Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais


responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações
e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos


atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas
as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias

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posteriores que não alterem o fundamento legal do ato


concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou
de inquérito, inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas


supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos


repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,
ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo


Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de
auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade


de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
cominações, multa proporcional ao dano causado ao
erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote


as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato


impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre


irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será


adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.

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§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo,


no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a
respeito.

§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação


de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,


trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Vemos que o TCU possui amplos poderes para fiscalizar os atos


administrativos, podendo até sustá-los. Observem que há previsão
para punição pecuniária (débito ou multa), mas não outros tipos de
sanção, há apenas previsão para que o Tribunal decida a respeito
caso suas recomendações não sejam acatadas.
Contudo, a competência para a sustação das despesas não é exclusiva
do TCU, o Congresso Nacional, na forma de uma comissão, poderá
sustar despesa caso entenda que o gasto poderá causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, conforme Art. 72:

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere


o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos
não programados ou de subsídios não aprovados,
poderá solicitar à autoridade governamental
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.

§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou


considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a
matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a


Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Outro dispositivo importante é o Art. 74, que versa sobre controle


interno:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário


manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:

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I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano


plurianual, a execução dos programas de governo e
dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,


quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e


garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua


missão institucional.

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou


sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União.

De início, percebe-se que a Constituição estabeleceu que os três


Poderes deverão instituir seus órgãos de controle interno, devendo
esse ser exercido de forma integrada. Outro ponto importante é que o
controle interno deverá apoiar o controle externo no exercício do seu
mister por determinação constitucional.
Essa estrutura de controle foi adotada por conta do princípio
republicano dos “checks and Balances”, ou freios e contrapesos, que
defendia que a separação dos poderes numa república seria a forma
ideal de controlar os administradores públicos. Esse princípio nada
mais faz que retirar das mãos do executor o poder decisório, e do
tomador de decisão o poder executório.
Outro tema importante é o Poder de Autotutela x o Poder
Jurisdicional. Sabemos que o nosso sistema jurisdicional é baseado no
sistema inglês, de jurisdição única, no qual cabe ao Poder Judiciário a
dizer o direito. As decisões administrativas não fazem coisa julgada,
apesar de legalmente exigíveis. Isso não significa que essas exações
não possam ser questionadas no âmbito judicial.

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Contudo, os órgãos administrativos não estão desobrigados de rever


os seus atos quando eles atentarem claramente contra a legalidade só
por conta da jurisdição única. O administrador público deve anular
seus próprios atos quando eivados de vícios, e pode revê-los quando
os julgar inconvenientes e inoportunos, ressalvado, nesse caso, o
direito adquirido.
Essa é uma lição retirada da Súmula do STF nº 473 que abaixo
transcrevo:

“A Administração pode anular seus próprios atos


quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a
apreciação judicial.”

Existe outro tipo de controle, que foge às classificações tradicionais,


que merece a nossa atenção, é o Controle Social. É o tipo de
controle que é exercido pela sociedade civil.
As eleições, mecanismo de accountability vertical, é uma forma de
controle social. Através dela a sociedade pode premiar que se
desincumbir bem do mandato e punir quem mal o fizer. A participação
popular também é um fenômeno que pode influenciar positivamente a
agenda governamental, direcionando mais eficientemente os esforços
públicos.
O controle social pode ser definido de diversas maneiras, vejamos
algumas:

“Poder legítimo utilizado pela população para


fiscalizar a ação dos governantes, indicar soluções e
criar planos e políticas em todas as áreas de interesse
social.”

“Capacidade que tem a sociedade organizada de


intervir nas políticas públicas, interagindo com o
Estado na definição de prioridades e na elaboração dos
planos de ação do município, estado ou governo
federal.”

Segundo Norberto Bobbio:

“Por controle social se entende o conjunto de meios de


intervenção, quer positivos que negativos, acionados

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por cada sociedade ou grupo social a fim de introduzir


os próprios membros a se conformarem às normas que
caracterizam, de impedir e desestimular os
comportamentos contrários às mencionadas normas,
de restabelecer condições de conformação, também
em relação a uma mudança do sistema normativo.”

O controle Social nada mais é que um conjunto de ferramentas,


institucionais e não institucionais, de controle através das quais a
sociedade organizada exerce o controle, monitoramento e avaliação
das políticas públicas e da ação governamental.
Um governo não pode ser intitulado de participativo se não permitir-
se permear à vontade pública. A transparência é um pressuposto
inafastável para que se configure a participação.
A Constituição previu alguns mecanismos de participação e controle
social, a exemplo do Art. 1º:

“Art. 1º. Parágrafo único. Todo poder emana do povo,


que o exerce por meio de representantes eleitos
diretamente, nos termos desta Constituição.”

O povo é soberano, titular do Poder Constituinte Originário, e como


não poderia deixar de ser, a Constituição é apenas um reflexo da
nossa sociedade, que apesar dos pesares, é uma democracia.
Um desses mecanismos constitucionais que institucionalmente
autoriza o controle social é o Art. 5º, LXXIII, conhecido como Ação
Popular:

“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor


ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;”

Esse dispositivo legitima qualquer cidadão a impetrar ação judicial


contra ato lesivo ao patrimônio público de que tenha ciência. É um
belo exemplo de mecanismo democrático de controle social. Existem
outros dispositivos, como a iniciativa de lei popular e o próprio direito
de petição:

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“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e


ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Constituição.”

“Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados,


independentemente do pagamento de taxas:”

“a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa


de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;”

Há ainda o mecanismo do Mandado de Injunção, que objetiva


garantir, sob as condições de ausência de norma regulamentadora e
impedimento do exercício de direitos constitucionais, o exercício de
um direito constitucional.

“LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre


que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania;”

O STF vem modificando seu posicionamento e adotando cada vez


mais decisões concretistas, que não só declaram a mora do
legislativo, e sim concedem o gozo do direito através de medidas
muitas vezes taxadas de legislação judiciária, a exemplo da afirmativa
abaixo considerada verdadeira pela ESAF que nos serve como
verdadeira lição:

“(ESAF – PFN 2007) A conformação constitucional do


Mandado de Injunção tem recebido novas leituras
interpretativas do STF, motivo pelo qual a decisão nele
proferida não se encontra mais limitada à
possibilidade de declaração da existência da mora
legislativa para edição da norma regulamentadora
específica, sendo atualmente aceitável a possibilidade,
dentro dos limites e das possibilidades do caso
concreto, de uma regulação provisória pelo judiciário.”

A Ação Civil Pública é outro mecanismo de Controle Social. Esse


instrumento jurídico serve tanto aos interesses individuais como aos
coletivos, e impugna não apenas atos da Administração Pública, mas
também atos de particulares que atentem contra o interesse público.

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O ato normativo que regulamentou esse instrumento foi a Lei 7.347


de 1985. Ela é um instrumento processual de defesa dos interesses
relativos ao meio ambiente, bens e direitos de valor histórico,
turístico, artístico, estético, paisagístico, dos portadores de
necessidades especiais, investidores do mercado de capitais e direitos
fundamentais das crianças e dos adolescentes, amparando direitos
coletivos, ou difusos, além dos individuais.

2. Ética no exercício da Função Pública.

A Ética é a parte da filosofia que estuda os valores morais e os


princípios ideais do comportamento humano. A palavra Ética é
derivada do verbete grego “ethos”, e significa “aquilo que pertence ao
caráter”.
Ética e Moral, em sentido latu (amplo), significam a mesma coisa.
Contudo, em sentido estrito, a primeira deve ser definida como
fundamento das ações através da razão, enquanto que a segunda
significa a obediência a costumes e hábitos recebidos.
Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral (entendida como
costume, hábito), buscava, sim, a fundamentação teórica (racional)
para encontrar o melhor modo de viver e conviver, tanto na esfera
privada como pública.
Ética, entretanto, não pode ser confundida com a Lei, embora essa
deva ser baseada naquela não existe essa obrigação. Ao contrário do
que ocorre com a Lei, nenhum cidadão pode ser compelido pelo
Estado a cumprir normas éticas, muito menos sofrer qualquer sanção
pelo seu descumprimento.
Apesar de existirem atos normativos versando sobre a ética, Decreto
1.171 com suas regras deontológicas (Ética normativa de uma
determinada categoria), seu descumprimento culmina em mera
sanção moral, desprovida de conteúdo penal.
A moral, estritamente, segundo o dicionário básico de filosofia,
significa:

“Construção de um conjunto de prescrições destinadas


a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa.”

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Fica claro que ela se preocupa em regular a conduta humana, sendo


específica para cada sociedade ou cultura, relativa, portanto. O que
pode ser considerado moralmente aceitável para uma sociedade pode
não ser para outra, a exemplo da liberdade de expressão religiosa
para determinadas culturas.
Já a ética é um conceito absoluto, comum para todas as sociedades,
em seu sentido estrito, por óbvio. Vejamos o significado de ética para
Aurélio Buarque:

“Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se


referem à conduta humana susceptível de qualificação
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente
à determinada sociedade, seja de modo absoluto.

Podemos concluir que, pelo conceito apresentado, a ética nada mais


seria que o estudo da moral, ou seja, o estudo das regras de conduta,
visando a obtenção de conceitos universalmente válidos.
José Mathias-Pereira descreve as diferenças entre ética e moral do
seguinte modo:
• Ética é princípio, Moral são aspectos de condutas
específicas;
• Ética é permanente, Moral é temporal;
• Ética é universal, Moral é cultural;
• Ética é a regra, Moral é a conduta da regra;
• Ética é teoria, Moral é prática;

Podemos perceber que, de modo geral, ambos os conceitos têm o


significado da moral em sentido estrito. Porém, em estrictu sensu
os significados se modificam, sendo a Ética o estudo da Moral, e a
Moral a conduta socialmente aceita de uma determinada cultura.
Outro tema do Edital é o Decreto 1.171 de 1994. Recomenda-se uma
leitura atenta desse ato normativo, dada a sua recorrência em provas,
com um foco na literalidade.
Vimos que as normas éticas, a rigor, não se confundem com a Lei.
Entretanto, a conduta ética deve nortear as ações de todos os
servidores públicos, tanto no exercício do cargo como fora dele,
conforme o referido ato normativo:

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I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a


consciência dos princípios morais são primados
maiores que devem nortear o servidor público, seja no
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
refletirá o exercício da vocação do próprio poder
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da
tradição dos serviços públicos.

Até mesmo quando diante da aplicação do poder discricionário o


elemento ético jamais deverá ser esquecido. O próprio princípio
constitucional da Moralidade, art. 37 da Constituição Federal de 1988,
impõe o exercício da Ética/Moralidade (sentido amplo) como requisito
de validade do ato administrativo.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o


elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e
o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
caput, e § 4°, da Constituição Federal.

Outros princípios também foram incluídos no Código de Ética do


servidor público federal, vejamos (grifos não originais):

III - A moralidade da Administração Pública não se


limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,
na conduta do servidor público, é que poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada


pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos,
até por ele próprio, e por isso se exige, como
contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
conseqüência, em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público


perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior
patrimônio.

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VI - A função pública deve ser tida como exercício


profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional,


investigações policiais ou interesse superior do Estado
e da Administração Pública, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
constitui requisito de eficácia e moralidade,
ensejando sua omissão comprometimento ético
contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor


não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
aos interesses da própria pessoa interessada ou da
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto
mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo


dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer
bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-
o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas
uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao
Estado, mas a todos os homens de boa vontade que
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera


de solução que compete ao setor em que exerça suas
funções, permitindo a formação de longas filas, ou
qualquer outra espécie de atraso na prestação do
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave
dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às


ordens legais de seus superiores, velando atentamente
por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e

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caracterizam até mesmo imprudência no desempenho


da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu


local de trabalho é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas
relações humanas.

XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a


estrutura organizacional, respeitando seus colegas e
cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento
da Nação.

Em seguida, na sua seção II, o Código de Ética enumera os Deveres


dos servidores. Em seguida vêm as vedações. Essas seções são
constantemente objeto de prova, por isso recomenda-se uma leitura
atenta desses dispositivos. Abaixo seguem na íntegra:

Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,


função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e


rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar
dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a


integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas,


condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços


aperfeiçoando o processo de comunicação e contato
com o público;

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f) ter consciência de que seu trabalho é regido por


princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e


atenção, respeitando a capacidade e as limitações
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de
causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor


de representar contra qualquer comprometimento
indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores


hierárquicos, de contratantes, interessados e outros
que visem obter quaisquer favores, benesses ou
vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas


exigências específicas da defesa da vida e da
segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que


sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e


qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de


trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se


relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem
comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas


adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas


de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções;

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r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as


instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
função, tanto quanto possível, com critério, segurança
e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por


quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas


funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,


poder ou autoridade com finalidade estranha ao
interesse público, mesmo que observando as
formalidades legais e não cometendo qualquer
violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua


classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,


tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros


servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,


conivente com erro ou infração a este Código de Ética
ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o


exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos


ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;

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f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,


caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os
jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber


qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para
o cumprimento da sua missão ou para influenciar
outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva


encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite


do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a


interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente


autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no


âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele


habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que


atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu


nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

Por fim, o Capitulo II aborda o tema das comissões de Ética,


estabelecendo que em todos os órgãos e entidades da Administração
Federal, da forma mais ampla possível, deverá ser criada uma
comissão de ética encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética
profissional do servidor, competindo-lhe, concretamente, conhecer de
imputação e instaurar procedimento com penalidade de censura.

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CAPÍTULO II

DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração


Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
exerça atribuições delegadas pelo poder público,
deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada
de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do
servidor, no tratamento com as pessoas e com o
patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento
susceptível de censura.

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos


organismos encarregados da execução do quadro de
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta
ética, para o efeito de instruir e fundamentar
promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público.

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela


Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação
constará do respectivo parecer, assinado por todos os
seus integrantes, com ciência do faltoso.

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento


ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
órgão do poder estatal, como as autarquias, as
fundações públicas, as entidades paraestatais, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista,
ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do
Estado.

Também costuma ser cobrado em prova o Código de Ética da Alta


Administração Federal, que estabelece as normas éticas para as
seguintes autoridades:

Art. 2o As normas deste Código aplicam-se às


seguintes autoridades públicas:

I - Ministros e Secretários de Estado;

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II - titulares de cargos de natureza especial,


secretários-executivos, secretários ou autoridades
equivalentes ocupantes de cargo do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, nível seis;

III - presidentes e diretores de agências nacionais,


autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas
pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de
economia mista.

3. Gestão Pública Empreendedora.

Esse tópico do Edital é baseado na obra “Reinventando o Governo:


Como o espírito empreendedor está transformando o setor público”
dos Autores David Osborne e Ted Gaebler. Como o título indica, a
obra tem como objeto de análise a gestão pública, defendendo que,
com a devida adaptação, é possível “privatizar” a forma de gerir a
coisa pública, aplicando ferramentas e tecnologias, além de
paradigmas, típicos do setor privado na gestão governamental.
Faremos uma breve análise da obra, contudo, veremos que a ESAF
costuma cobrar, basicamente, os princípios da gestão pública
empreendedora propostos pelos autores na referida obra. Vejamos:

1. Preferência às alternativas de produção externa de


bens e serviços: terceirização, parcerias governo-
sociedade civil, voluntarismo etc.;
2. Gestão participativa de programas e projetos com
clientes;
3. Estímulo à competição interna e externa;
4. Desregulamentação interna, simplificação
organizacional e clarificação de papeis e missões;
5. Avaliação e financiamentos baseados em resultados;
6. Imagem do cliente como consumidor: com direito a
escolhas, pesquisas de preferências e atitudes,
treinamento de atendimento e formulários de
sugestões;
7. Criação de centros de resultados financeiros,
promovendo ação pública rentável;

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8. Antevisão estratégica de serviços;


9. Descentralização e desconcentração: controle
hierárquico versus autoridade, desenvolvimento de
equipes (team building), gestão participativa,
cooperação trabalhadores-gerentes, círculos de
controle de qualidade e programas de
desenvolvimento gerencial; e
10. Atingimento das finalidades governamentais
através da reestruturação do mercado.

I. Governo Catalisador: Navegando em vez de remar

O conceito de catalisar vem da química, significando aceleração de


uma determinada reação. Esse é o significado que os autores
buscaram para a expressão, o governo não deve atuar diretamente, e
sim catalisar a atuação da sociedade (Setor privado e Sociedade
Civil), apoiando e fomentando o que for de interesse público.
Sabe-se que o governo não é bom administrador, possui suas
limitações. Desse modo, ao deixar a execução para outrem, pode
ampliar sua área de atuação, abrangendo mais atividades, e, por
consequência, mais pessoas.
A função reguladora, além da catalisadora, é muito importante. Ao
“terceirizar” determinadas atividades de interesse público, que muitas
vezes por limitações econômicas são objeto de monopólio, o papel
regulador do Estado torna-se indispensável.
Apesar de “parecer” que os autores seriam defensores do
“Managerialism”, eles não defendiam o “Rolling back the state”, e sim
um reposicionamento do papel estatal, voltando-se para a
reconstrução do Estado. Conforme trecho abaixo:

“Nosso problema fundamental é o fato de termos o


tipo inadequado de governo. Não necessitamos de
mais ou menos governo: precisamos de melhor
governo. Para sermos mais precisos, precisamos de
uma melhor atividade governamental.”

Os autores, conforme se pode perceber, não defendiam o Estado


mínimo, mas sim um redirecionamento estratégico da atividade

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governamental. Como eles mesmos diziam: “A privatização é uma


resposta, e não a resposta”.

II. O governo pertence à comunidade: dando responsabilidade


ao cidadão, em vez de servi-lo

“A transferência de responsabilidades da burocracia


para as comunidades deve ser incentivada, pois estas
são mais próximas dos problemas.”

Como vimos no estudo do “accountability”, a descentralização


potencializa a prestação de contas e a fiscalização da comunidade, e
assim, os resultados da gestão pública.
A ideia é responsabilizar o cidadão pela gestão dos órgãos públicos da
comunidade em que ele está inserido. Somente dessa forma a gestão
pública alcançara os níveis de qualidade necessários.

III. Governo Competitivo: competição na prestação de serviços

Essa competitividade típica dos gestores empreendedores deve ser


interpretada da forma mais ampla possível. Tanto entre organizações
públicas quanto publicas com privadas.
Pesquisadores afirmam que o serviço público, em geral, custa mais
caro que o setor privado de 30% a 95%. Isso ocorre porque,
tradicionalmente, não existe competição nos órgãos públicos e eles
não são premiados caso poupem recursos ou atendam mais pessoas,
seus recursos, haja o que houver, estão garantidos no orçamento e
independem da qualidade do serviço que prestam ao público.
A competição pode sim mudar ideias retrogradas que imperam em
entidades públicas caso sejam bem aplicadas. Tratamos de
competição construtiva, e não destrutiva.

IV. Governo orientado por missões

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“Nunca diga as pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes


apenas o que elas façam e ficará surpreso com sua
engenhosidade.”

Esse princípio visa mudar o foco do procedimento para o resultado,


liberando o gestor, e o servidor, das amarras burocráticas. A ideia é
dar liberdade para o administrador buscar os resultados, controlando-
os.

V. Governo de Resultados: financiando resultados, e não


recursos

A ideia é premiar com mais recursos os gestores que se


desincumbiram bem do seu dever, oferecendo-lhe mais recursos.
Muitos defendem que se a segurança vai mal devemos dar-lhes mais
recursos para que consigam melhorar seu desempenho, premiando os
mais ineficientes. A ideia agora é outra, se foi mal melhore para poder
ganhar mais recursos, se foi bem, receba mais dinheiro para ampliar
sua cobertura.

VI. Governos e seus clientes: atendendo às necessidades do


cliente e não da burocracia

Os gestores públicos devem parar de olhar para dentro do órgão e


começar a olhar para os cidadãos. A crítica é que os servidores
públicos, em regra, não estão preocupados com o que pensam os
cidadãos, enquanto que a GM e a Ford gastam fortunas tentando
compreender seus clientes.

VII. Governo empreendedor: gerando receitas ao invés de


despesas

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Um governo não é criado para gerar lucro. Esse é o objetivo das


empresas. Contudo, quem disse que o setor público não pode gerar
receitas?
A ideia é penalizar atividades e atitudes nocivas ao bem comum e ao
interesse público. Exemplo, em Londres, para trafegar no centro da
cidade, os motoristas devem pagar um pedágio. O objetivo é
incentivar o transporte público em detrimento do uso dos carros.
Quem se der ao luxo de ir de carro deve pagar por isso, e essa receita
deve ser revertida em favor da sociedade em geral.
Contudo, a atuação empreendedora não deve se dar apenas na ponta
da receita, economizar no custeio também deve ser incentivado.
Todos os gastos públicos devem ser avaliados em uma perspectiva de
investimento, verificando o custo x beneficio da ação especificamente.
Uma política pública, para ser custeada, deve passar por uma analise
de retorno. Se não “valer a pena”, não deverá ser custeada pelo
erário.

VIII. Governo preventivo: a prevenção em lugar da cura

A palavra chave é proatividade, antecipação. Se o problema pode ser


previsto e evitado não é justificável custear o remédio. Sabemos que
políticas de saneamento e educação podem economizar gastos na
área de saúde. Esses problemas devem ser atacados na raiz, evitando
esses custos desnecessários.

IX. Governo descentralizado: da hierarquia à participação e ao


trabalho de equipe

Com o avanço dos recursos tecnológicos novas formas de trabalho


surgiram. A interação entre grupos e funcionários que trabalham em
diferentes localidades não é mais limitada pela distancia geográfica.
Ferramentas como a Internet e a videoconferência permitem
participação interativa sem os custos com deslocamento.

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X. Governo orientado para o mercado: induzindo mudanças


através do mercado

Nos EUA, os governos costumam usar, em algumas medidas, os


mecanismos do mercado para alcançar seus objetivos, como, por
exemplo, ações de fomento setoriais ou subsídios a determinados
setores industriais ou agrícolas.
Entretanto, ao serem confrontados com um problema, os funcionários
governamentais reagem, instintivamente, procurando um programa
administrativo. Acreditam que sua função é administrar e não
estruturar o mercado.
Os governos precisam aprender a navegar, e estruturar o mercado
talvez seja o melhor método de navegação, criando incentivos para
que, com suas próprias decisões, as pessoas se movimentem na
direção escolhida pela comunidade.
Os governos não têm a capacidade de resolver todos os problemas
sozinhos, nem mesmo uma significativa parcela deles. Por isso,
devem utilizar as decisões dos agentes privados como uma forma de
alavancagem na prestação de serviços, de modo a alcançar metas
coletivas. Trata-se de um método clássico de atividade governamental
empreendedora: implica um governo ativo, mas não burocrático.
Isso não significa que os mecanismos de mercado sempre funcionem.
Muitos bens coletivos fornecidos pelo governo – de parques à
segurança pública – não são negociados no mercado. E há muitos
mercados com falhas fundamentais.
Entretanto, os mecanismos de mercado têm muitas vantagens com
relação aos sistemas administrativos: os mercados são
descentralizados, normalmente competitivos, delegam a escolha aos
interessados, e vinculam os recursos diretamente aos resultados. Os
mercados também reagem com velocidade às mudanças rápidas e sua
reestruturação permite aos governos alcançar a escala necessária
para resolver os problemas mais sérios.

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Questões propostas

12. Controle da Administração Pública; 13. Ética no exercício


da Função Pública; e 10. Gestão Pública Empreendedora.

Questão 01 - (ESAF – EPPGG 2009)

Ao avaliar um programa de governo, é necessário lançar mão


de critérios cuja observação confirmará, ou não, a obtenção de
resultados. Assim, quando se deseja verificar se um programa
qualquer produziu efeitos (positivos ou negativos) no
ambiente externo em que interveio, em termos econômicos,
técnicos, socioculturais, institucionais ou ambientais, deve-se
usar o seguinte critério:

a) eficiência.
b) eficácia.
c) sustentabilidade.
d) efetividade.
e) satisfação do beneficiário.

Questão 02 - (FCC – ISS-SP)

No exercício do controle interno, o gestor público:

a) pode rever seus próprios atos quando ilegais, inoportunos ou


inconvenientes.
b) pode anular seus atos apenas quanto ao mérito, isto é, quando
não houver harmonia entre os objetivos pretendidos e o resultado do
ato.
c) não pode declarar a nulidade de seus próprios atos porque deles se
originam direitos.
d) pode revogar seus atos por motivo de conveniência ou
oportunidade, independentemente de quaisquer direitos adquiridos.

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e) deve alterar seus procedimentos sempre que houver ilegalidade,


mas não seus efeitos.

Questão 03 - (ESAF - APO/MPOG 2009)

Os sistemas de controle interno e de controle externo da


administração pública federal se caracterizam por:

a) constituírem um mecanismo de retroalimentação de uso


obrigatório pelos sistemas de Planejamento e Orçamento.
b) no caso do controle interno, integrar o Poder Executivo; no caso do
controle externo, integrar o Poder Judiciário.
c) serem instâncias julgadoras das contas prestadas por gestores e
demais responsáveis pelo uso de recursos públicos.
d) não poderem atuar ou se manifestar no caso de transferências
voluntárias da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
e) serem autônomos entre si, não havendo subordinação hierárquica
entre um e outro.

Questão 04 - (ESAF - AFRFB 2009)

O controle externo da administração pública federal é


exercido:

a) pelo Senado Federal.


b) pela Câmara dos Deputados.
c) pelo Tribunal de Contas da União.
d) pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da
União.
e) pelo Tribunal de Contas da União, com o auxílio do sistema de
controle interno de cada Poder.

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Questão 05 - (ESAF – AFT 2009)

O estudo do tema “controle da administração pública” nos


revela que:

a) submetem-se a julgamento todas as contas prestadas por


responsáveis por bens ou valores públicos, aí incluído o Presidente da
República.
b) no exercício do poder de autotutela, a administração pública pode
rever seus atos, mas não pode declará-los nulos.
c) em respeito ao princípio da separação dos poderes, é vedado o
controle transversal de um Poder sobre os outros.
d) o controle interno é exercido pelo Congresso Nacional, com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.
e) o Poder Judiciário exerce apenas controle jurisdicional sobre seus
atos administrativo.

Questão 06 - (ESAF/TCE-RN/2000)

Os sistemas de controle externo, próprios para o exercício das


funções de fiscalização contábil, financeira e orçamentária, nas
áreas federais e estaduais, estão compreendidos na
organização estrutural.

a) do Poder Legislativo
b) do Poder Executivo
c) do Poder Judiciário
d) de cada um dos Poderes Públicos
e) dos Poderes Legislativo e Executivo

Questão 07 - (ESAF – AFRF 2005)

Não inclui na finalidade do sistema de controle interno federal,


constitucionalmente previsto, a atividade de:

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a) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade, da


gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades
da Administração.
b) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias da
União.
c) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado.
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
e) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

Questão 08 - (ESAF – EPPGG 2008)

Marque a opção incorreta quanto às atribuições dos órgãos de


controle externo.

a) Compreende a realização de inspeções e auditorias de natureza


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
b) Fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.
c) Acompanha o movimento dos Cartões de Pagamento do Governo
Federal mediante realização periódica do diagnóstico do sistema de
pagamentos de varejo no Brasil.
d) Analisa as contas das autarquias e fundações instituídas e
mantidas pela União.
e) Apura denúncias apresentadas por qualquer cidadão, sobre
irregularidades ou ilegalidades.

Questão 09 - (ESAF/CGU/2008)

Sobre o tema ‘controle externo’, nos termos da Constituição


Federal, é correto afirmar que:

a) é exercido, no âmbito federal, pelo Congresso Nacional com o


auxílio do Tribunal de Contas da União.

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b) é exercido, no âmbito federal, pelo Senado Federal com o auxílio


do sistema de controle interno dos demais Poderes.
c) é exercido, no âmbito estadual, pelo Congresso Nacional com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.
d) é exercido, no âmbito federal, pelo Congresso Nacional e pelo
Tribunal de Contas da União e, no âmbito estadual e municipal,
exclusivamente pelas respectivas Assembléias Legislativas e Câmaras
de Vereadores.
e) é exercido, no âmbito federal, exclusivamente pelo Tribunal de
Contas da União e, no âmbito estadual e municipal, exclusivamente
pelos Tribunais de Contas Estaduais e Municipais.

Questão 10 - (ESAF APO/MPOG 2009)

Em decorrência do que dispõe o Decreto n. 1.171/94 (Código


de Ética), aos servidores públicos civis do Poder Executivo
Federal, é vedado:

a) embriagar-se.
b) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno
do serviço, em benefício de suas funções.
c) participar de grupos anti-semitas.
d) posicionar-se contrariamente ao sistema de cotas.
e) exercer outra atividade profissional.

Questão 11 - (ESAF - AFRFB 2009)

Para ser eficaz, uma política de promoção da ética no serviço


público deve enfocar as seguintes ações, exceto:

a) identificação pormenorizada de padrões éticos a serem observados


por detentores de cargos de confiança.
b) criação de regras de quarentena extremamente rígidas.

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c) criação de instrumentos institucionais pedagógicos de


esclarecimento sobre o conteúdo de normas éticas.
d) acompanhamento sistemático, por meio de instrumentos próprios
de auditoria e da observância de regras de conduta.
e) estabelecimento de regras flexíveis para o trato de transgressões
de menor potencial.

Questão 12 - (ESAF – EPPGG/MPOG 2009)

No exercício da função, o servidor público civil do Poder


Executivo Federal afronta o Código de Ética Profissional
quando:

a) diante de duas opções, escolhe sempre a melhor e a mais


vantajosa para o bem comum.
b) exige de seus superiores as providências cabíveis contra ato ou
fato contrário ao interesse público de que lhes tenha dado ciência.
c) representa contra superior hierárquico, no caso de
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder
Estatal.
d) apresenta-se ao trabalho com vestimentas inadequadas.
e) facilita a fiscalização, por quem de direito, de seus atos ou
serviços.

Questão 13 - (ESAF/ANEEL/2006)

Assinale a opção correta.

a) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas.


Referem-se aos valores que regem a conduta humana, tendo caráter
normativo ou prescritivo.
b) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas.
Referem-se ao estudo dos princípios que explicam regras de conduta
consideradas como universalmente válidas.

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c) A ética, num sentido restrito, está preocupada na construção de


um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em
comum justa e harmoniosa.
d) A ética, num sentido restrito, diz respeito aos costumes, valores e
normas de conduta específicas de uma sociedade ou cultura.
e) A moral, num sentido restrito, está preocupada em detectar os
princípios que regem a conduta humana.

Questão 14 - (ESAF/EPPGG/2008)

De acordo com a literatura, mais importante do que novas


iniciativas de natureza legislativa, a promoção da ética no
serviço público brasileiro requer medidas de cunho prático e
ações efetivas — tanto de prevenção quanto de repressão. O
trabalho de prevenção pressupõe todas as medidas a seguir,
exceto:

a) a fixação de regras claras de conduta geral, a serem observadas


em toda a administração.
b) a identificação pormenorizada, por setor, órgão e função, de quais
são os padrões éticos a serem observados pelos detentores de cargos
de confiança e pelo corpo funcional de cada órgão de governo.
c) o acompanhamento sistemático, por meio de instrumentos próprios
de auditoria, da observância dessas regras de conduta.
d) o estabelecimento de regras flexíveis para correção de desvios
verificados, principalmente quando se tratar de transgressões de
menor potencial.
e) a criação de canais de denúncia, facilitando a célere identificação e
punição das transgressões, reduzindo a convicção da impunidade.

Questão 15 - (ESAF/AFT/2006)

Ética no Setor Público pode ser qualificada como:

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I. agir de acordo com o que está estabelecido em lei e, também, com


os valores de justiça e honestidade.
II. responsabilidade do servidor público por aquilo que fez e, também,
por aquilo que não fez mas que deveria ter feito.
III. equilíbrio entre a legalidade e finalidade do ato administrativo,
visando à consolidação da moralidade administrativa.
IV. não omitir a verdade, ainda que contrária aos interesses da
Administração.
V. respeito ao cidadão, não protelando o reconhecimento dos seus
direitos nem criando exigências além das estritamente necessárias.

Estão corretas:
a) apenas as afirmativas I e V.
b) apenas as afirmativas I, III e V.
c) apenas as afirmativas III e V.
d) apenas as afirmativas II e V.
e) as afirmativas I, II, III, IV e V.

Questão 16 - (ESAF/CGU/2004)

Para os fins do Código de Conduta do Servidor Público Civil do


Poder Executivo Federal, entende-se por servidor público:
I. os servidores públicos titulares de cargo efetivo.
II. os titulares de cargo em comissão.
III. os empregados de sociedades de economia mista.
IV. os que, temporariamente, prestam serviços à Administração
Pública Federal, desde que mediante retribuição financeira.

Estão corretos os itens:


a) I, II, III e IV
b) II, III e IV
c) I, III e IV

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d) I, II e IV
e) I, II e III

Questão 17 - (ESAF/EPPGG-MPOG/2005)

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal:
I. a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de
eficácia e moralidade, salvo nos casos em que a lei estabelecer o
sigilo.
II. atenta contra a ética o administrador que não adota as medidas
necessárias a evitar a formação de longas filas na repartição pública.
III. todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
jurídico, preste serviços de natureza temporária, ainda que sem
retribuição financeira, mas desde que ligado direta ou indiretamente a
qualquer órgão do poder estatal, é considerado servidor público.
IV. o servidor não deve deixar que simpatias ou antipatias influenciem
os seus atos funcionais.
V. incide em infração de natureza ética o servidor que deixar de
utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance.

Estão corretas:
a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
b) apenas as afirmativas I, III, IV e V.
c) apenas as afirmativas I, II, III e IV.
d) apenas as afirmativas III, IV e V.
e) apenas as afirmativas I, III e IV.

Questão 18 - (ESAF/CGU/2004)

São autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta


Administração Federal:
I. Ministros de Estado e Secretários Executivos do governo federal.

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II. Presidentes e diretores de empresas públicas e de sociedades de


economia mista.
III. Titulares de cargo de Secretário das secretarias de governo nos
Estados.
IV. Presidentes e diretores de autarquias federais.

Estão corretos os itens:


a) I, II e III
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II e IV
e) I, II, III e IV

Questão 19 - (ESAF/EPPGG/2005)

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor
público:
I. prometer influenciar a decisão de outro servidor se o interessado
nessa decisão conseguir a requisição do seu filho para trabalhar na
Câmara dos Deputados.
II. ser sócio de empresa que explore jogos de azar não autorizados.
III. efetuar determinado investimento que, em face de informação
obtida em razão do cargo e ainda não divulgada publicamente, sabe
que será altamente lucrativo.
IV. participar de organização que divulgue, pela internet, fotografias
pornográficas.
V. determinar a um outro servidor, que lhe seja subordinado, que vá
a um banco pagar suas contas pessoais (contas dele, mandante),
salvo se o mandante ocupar cargo de elevada posição na hierarquia
funcional.

Estão corretas:

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a) as afirmativas I, II, III, IV e V.


b) apenas as afirmativas II, III, IV e V.
c) apenas as afirmativas I, II, III e IV.
d) apenas as afirmativas III, IV e V.
e) apenas as afirmativas II e IV.

Questão 20 - (ESAF STN 2013)

A respeito do papel das instituições de controle externo da


Administração Pública, assinale 1 para as funções exercidas
isoladamente pelo Congresso Nacional, 2 para as funções
exercidas isoladamente pelo TCU e 3 para as funções exercidas
em conjunto pelo Congresso Nacional e pelo TCU e marque a
opção correta.
( ) Julgamento anual das contas prestadas pelo Presidente da
República.
( ) Sustação de despesas não autorizadas.
( ) Apreciação, mediante parecer prévio, das contas do Presidente da
República.

a) 3, 1, 2
b) 2, 1, 3
c) 1, 2, 3
d) 2, 3, 1
e) 1, 3, 2

Questão 21 - (ESAF- AFRFB 2009)

No âmbito da administração pública, o empreendedorismo


pressupõe a incorporação dos seguintes comportamentos,
exceto:

a) participação dos cidadãos nos momentos de tomada de decisão.

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b) substituição do foco no controle dos inputs pelo controle dos


outputs e seus impactos.
c) criação de mecanismos de competição dentro das organizações
públicas e entre organizações públicas e privadas.
d) adoção de uma postura reativa, em detrimento da proativa, e
elaboração de planejamento estratégico, de modo a antever
problemas potenciais.
e) aumento de ganhos por meio de aplicações financeiras e ampliação
da prestação de serviços remunerados.

Questão 22 - (ESAF – AFT 2009)

A aplicação do empreendedorismo, no âmbito da


Administração Pública, implica saber que:
a) normas rígidas e exaustivas são o melhor suporte para a tomada
de decisão em ambientes complexos sob constante mudança.
b) não se deve estimular a competição entre entidades prestadoras
de serviços públicos semelhantes.
c) a administração por resultados perde espaço para a supervisão
hierárquica e para a realização de auditorias de gestão.
d) quanto maior a autonomia conferida a servidores públicos, novas
formas de controle ou responsabilização devem ser adotadas.
e) tal como ocorre na iniciativa privada, incentivos econômicos são o
principal fator motivacional de gerentes e chefes.

Questão 23 - (ESAF – AFRF 1996)

São muitos os teóricos da administração e os administradores


públicos que defendem a necessidade de se proceder a uma
"reinvenção" dos governos. Para eles, as atuais estruturas
governamentais estão fortemente abaladas pelas inovações
tecnológicas, pelo ritmo intenso das mudanças pelo
surgimento de uma economia global "pós-industrial" e de uma
sociedade baseada no conhecimento e na informação. Neste
novo contexto, a máquina administrativa rígida e
hierarquizada, estruturada por setores e assentada em

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burocracias complexas e extensivas, passa a enfrentar grandes


e incontornáveis dificuldades. A saída estaria, então, na
adoção, pelos governos, da perspectiva do empreendedorismo
governamental, capaz de promover a sintonia entre os
governos e as novas condições socioeconômicas, políticas e
culturais. Indique a opção que apresenta com maior clareza e
precisão a ideia de governo empreendedor.

a) O governo empreendedor define-se por buscar a incorporação de


práticas e posturas empresariais, utilizando-se do poder de
alavancagem das obras públicas, sobretudo no terreno da construção
civil e da infraestrutura urbana.
b) O governo empreendedor caracteriza-se pela adoção de novas
formas de utilização de seus recursos, de modo a maximizar a
produtividade e a eficiência, buscando, ao mesmo tempo, organizar
sistemas participativos descentralizados com base na mobilização de
setores comunitários.
c) O governo empreendedor caracteriza-se pela determinação com
que torna suas decisões, concentra-se na administração criteriosa do
dinheiro público e busca opor, às demandas e pressões da sociedade,
um conjunto de políticas e programas racionalmente concebidos.
d) O governo empreendedor distingue-se por não temer assumir
riscos, busca a maximização dos recursos públicos a qualquer preço e
apoia-se firmemente na geração de receitas financeiras.
e) O governo empreendedor caracteriza-se pela preocupação em
responder com rapidez às demandas da sociedade, mas procura
sempre moderar suas iniciativas de investimento, para não colidir a
dinâmica e os interesses do mundo dos negócios privados.

Questão 24 - (ESAF/CGU/2008)

O movimento que incorporou à gestão pública características


como a competição na prestação de serviços, a perspectiva
empreendedora, a descentralização, o foco em resultados e a
orientação para o mercado é denominado:

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a) Patrimonialista.
b) Governança Corporativa.
c) Reinventando o Governo.
d) Administração Pública Societal.
e) Pós-Burocrático.

Questão 25 - (ESAF ISS RJ 2010)

Em um contexto de gestão empreendedora, é incorreto afirmar


que a administração fiscal deve:

a) coletar tributos visando atender, com maior eficácia, o bem


comum.
b) adotar princípios de gestão de negócios, como a proatividade e o
controle por objetivos e metas.
c) ser gerenciada como uma empresa que visa maximizar o lucro,
aqui medido sob a forma de arrecadação.
d) submeter seus resultados a avaliações feitas pela sociedade.
e) incorporar novas tecnologias, facilitando e estimulando a troca de
informações com o cidadão-cliente.

Questão 26 - (CESPE DIVERSAS)

A respeito da gestão pública empreendedora, marque com (V)


a assertiva verdadeira e com (F) a assertiva falsa e ao final
assinale a opção correta.
( ) A noção de empreendedorismo público denota uma postura
estratégica proativa de organizações públicas e do próprio Estado
como um empreendedor seletivo.
( ) Governo catalisador é aquele que rema em vez de pilotar, o que,
em outras palavras, significa um governo que é forte porque não
deixa a execução para outrem.
( ) Um governo empreendedor caracteriza-se, entre outros aspectos,
por executar atividades que venham a gerar receitas com os serviços

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oferecidos, podendo até cobrar taxas como penalidades para cidadãos


que cometeram pequenas infrações que envolvem o bem-estar da
comunidade.
( ) Os clientes de órgãos públicos que possuem uma gestão
tradicional não são vistos com a mesma atenção que é dada a eles no
setor privado, pois caracteristicamente tais órgãos não obtêm seus
recursos diretamente de seus clientes e a quantidade desses recursos
independe do nível de satisfação desses clientes.
( ) Na falta de informação referente aos resultados das atividades da
administração pública, uma das formas encontradas atualmente pelos
governos ditos empreendedores para recompensar seus funcionários é
premiá-los com base nos seguintes critérios: tempo de serviço,
volume de recursos e de pessoal que administram, além da própria
hierarquia da administração pública.

a) V, F, V, F, V
b) F, V, V, V, F
c) V, F, V, V, F
d) V, F, F, V, V
e) V, V, F, F, V

Questão 27 - (CESPE DIVERSAS)

Qual dos itens abaixo não representa adequadamente um dos


princípios do movimento Reinventando o Governo.

a) Caracterizado pela busca pró-ativa de resultados, pela eficiência e


pela eficácia da gestão pública, o modelo do governo empreendedor
se contrapõe ao modelo do governo burocrático, voltado para o
controle interno e para a mera conformidade com os custos orçados.
b) O governo caracteristicamente empreendedor fomenta a
transferência do poder decisório da burocracia para as comunidades,
possibilitando a efetiva participação da população de modo a ser
eficiente na resolução dos problemas e no alcance dos objetivos
consensualmente determinados por cada comunidade.

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c) O governo orientado por missões surge em associação às


organizações públicas rigidamente dirigidas por normas e
regulamentos. As organizações orientadas por missões são menos
racionais, eficazes, criativas, embora possuam maior flexibilidade
operativa e moral mais elevado.
d) O princípio da competição nos serviços públicos tem como meta a
competição não apenas entre os setores público e privado, mas
dentro de cada um desses dois setores que operam na jurisdição de
um dado governo.
e) O princípio do governo de resultados privilegia os resultados a
atingir e não simplesmente os recursos. Isso significa dispor de um
efetivo sistema de avaliação das ações do governo, que considere não
apenas a concretização física e financeira dos projetos, mas também o
seu sucesso no cumprimento dos objetivos socialmente colimados.

Questão 28 - (CESPE DIVERSAS)

David Osborne e Ted Gaebler publicaram o livro “Reinventando


o Governo: Como o espírito empreendedor está transformando
o setor público”, que é a base da teoria da gestão pública
empreendedora. Uma série de afirmações a respeito dessa
teoria são feitas a seguir:

I. A gestão empreendedora preocupa-se com o cidadão como cliente,


mas não tem como premissa básica o gerenciamento eficaz dos
recursos tributários coletados.
II. A administração, quando voltada para o interesse dos usuários de
seus serviços, deve buscar sempre alcançar a eficiência e, ao priorizá-
la, deverá atender a demanda por seus produtos e serviços, ainda que
os custos incorridos possam superar os benefícios proporcionados.
III. O conceito de empreendedorismo público implica uma relação de
risco e recompensa análoga à de empreendedorismo privado.
Em relação a essas afirmações pode-se dizer que:

a) estão todas corretas.

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b) apenas a I está correta.


c) apenas a II está correta.
d) apenas a III está correta.
e) estão todas incorretas.

Gabarito
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D A E D A A A C A C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B D A E E E A D C E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
D D B C C C C E

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Questões comentadas

11. Ciclo de Gestão do Governo Federal; 14. Orçamento público


e os parâmetros da política fiscal; 15. Ciclo orçamentário. 16.
Orçamento e gestão das organizações do setor público;
características básicas de sistemas orçamentários modernos:
estrutura programática, econômica e organizacional para
alocação de recursos (classificações orçamentárias);
mensuração de desempenho e controle orçamentário. 17.
Elaboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA. 18. Modelo de
gestão do PPA.

Questão 01 - (ESAF – EPPGG 2009)

Ao avaliar um programa de governo, é necessário lançar mão


de critérios cuja observação confirmará, ou não, a obtenção de
resultados. Assim, quando se deseja verificar se um programa
qualquer produziu efeitos (positivos ou negativos) no
ambiente externo em que interveio, em termos econômicos,
técnicos, socioculturais, institucionais ou ambientais, deve-se
usar o seguinte critério:

a) eficiência.
b) eficácia.
c) sustentabilidade.
d) efetividade.
e) satisfação do beneficiário.

Comentários:

Antes de respondermos a questão vamos revisar os conceitos de


eficiência, eficácia e efetividade.
Eficiência: é uma medida normativa (quantitativa) do uso de
recursos no processo administrativo. Está relacionada com a

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economicidade, ou seja, a capacidade de realizar uma determinada


tarefa utilizando a menor quantidade de recursos possível. Podemos
tomar como exemplo o procedimento de licitação de cadernos para
uma escola, o administrador será mais eficiente na medida em que
conseguir comprar o mesmo número de cadernos com uma menor
quantidade de recursos financeiros.
Eficácia: é uma medida normativa do alcance de resultados ou
metas. É um conceito estritamente quantitativo. Podemos tomar como
exemplo de eficácia um gestor educacional que tinha como objetivo
reduzir o analfabetismo a 0. Caso tenha conseguido isso atingir essa
meta formalmente ele terá sido eficaz, pouco importa se os
“alfabetizados” são capazes de ler.
Efetividade: esse conceito está totalmente voltado para o resultado
que uma ação governamental ou política pública produziu no
ambiente em que interveio. Aqui o importante é saber se realmente
os alunos alfabetizados sabem ler ou são analfabetos funcionais. Não
há nada mais ineficiente que se gastar recursos de forma “eficiente”
para no fim se descobrir que não se atingiu o resultado pretendido.
Um excelente exemplo desses conceitos é o elaborado pela Ana Paula
Paes de Paula. Numa campanha de vacinação é importante comprar
bem as Vacinas. Quanto mais baratas elas forem mais eficiente a
campanha será, pois esse conceito é meramente quantitativo,
medindo a relação custo/benefício, ou seja, quantas vacinas foram
compradas com um determinado montante de dinheiro.
Além da eficiência, a campanha deve se preocupar com a eficácia, ou
seja, em atingir as metas de vacinação pactuadas no momento da
elaboração da política pública. Digamos que 100.000 crianças devem
ser vacinadas na campanha, ela será mais eficaz na medida em que
conseguir atingir esse objetivo. Reparem que novamente estamos
tratando de um conceito meramente quantitativo, pouco importa a
qualidade da vacina.
Além dessas variáveis, um controle mais atento se preocupará com a
efetividade desse programa, ou seja, verificar se as crianças estão de
fato imunizadas. Nada mais ineficiente ou ineficaz que uma política
inefetiva. Não adianta economizar na compra da vacina e adquirir um
medicamento de baixa qualidade que não imuniza os pacientes.

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Voltando à questão, podemos perceber facilmente que a definição de


EFETIVIDADE seria os impactos (positivos ou negativos) produzidos
no ambiente externo em que interveio, em termos econômicos,
técnicos, socioculturais, institucionais ou ambientais, uma
determinada política pública.

Gabarito - D

Questão 02 - (FCC – ISS-SP)

No exercício do controle interno, o gestor público:

a) pode rever seus próprios atos quando ilegais, inoportunos ou


inconvenientes.
b) pode anular seus atos apenas quanto ao mérito, isto é, quando
não houver harmonia entre os objetivos pretendidos e o resultado do
ato.
c) não pode declarar a nulidade de seus próprios atos porque deles se
originam direitos.
d) pode revogar seus atos por motivo de conveniência ou
oportunidade, independentemente de quaisquer direitos adquiridos.
e) deve alterar seus procedimentos sempre que houver ilegalidade,
mas não seus efeitos.

Comentários:

Essa questão trata de um tema importante, o Poder de Autotutela x o


Poder Jurisdicional. Sabemos que o nosso sistema jurisdicional é
baseado no modelo inglês, de jurisdição única, no qual cabe ao Poder
Judiciário a dizer o direito. As decisões administrativas não fazem
coisa julgada, apesar de legalmente exigíveis. O que não implica
impossibilidade de apreciação no âmbito judicial, por conta do
princípio da inafastabilidade da jurisdição.

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Contudo, os órgãos administrativos não estão desobrigados de rever


os seus atos quando eles atentarem claramente contra a legalidade só
por conta da jurisdição única. O administrador público deve anular
seus próprios atos quando eivados de vícios, e pode revê-los quando
os julgar inconvenientes e inoportunos, ressalvado, nesse caso, o
direito adquirido.
Essa é uma lição retirada da Súmula do STF nº 473 que abaixo
transcrevo: Entenda-se como DEVE!

“A Administração pode anular seus próprios atos


quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a
apreciação judicial.”

A questão apenas parafraseou a súmula afirmando que a


administração pode rever (não especificou se era caso de anulação
ou revogação) seus atos quando ilegais, inoportunos ou
inconvenientes, sem abordar as consequências disso, o que é
perfeitamente possível.

Gabarito - A

Questão 03 - (ESAF - APO/MPOG 2009)

Os sistemas de controle interno e de controle externo da


administração pública federal se caracterizam por:

a) constituírem um mecanismo de retroalimentação de uso


obrigatório pelos sistemas de Planejamento e Orçamento.
b) no caso do controle interno, integrar o Poder Executivo; no caso do
controle externo, integrar o Poder Judiciário.
c) serem instâncias julgadoras das contas prestadas por gestores e
demais responsáveis pelo uso de recursos públicos.
d) não poderem atuar ou se manifestar no caso de transferências
voluntárias da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

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e) serem autônomos entre si, não havendo subordinação hierárquica


entre um e outro.

Comentários:

Amigos, o nosso gabarito é a alternativa “E”, pois não há na


Constituição dispositivo que subordine o controle interno ao Externo,
há apenas menção ao dever do controle interno de apoiar o externo
no exercício do seu mister:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário


manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano


plurianual, a execução dos programas de governo e
dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,


quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e


garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua


missão institucional.

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou


sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União.

A alternativa “A” não encontra respaldo na Constituição.


A “B” é incorreta porque todos os Poderes devem ter órgãos de
controle interno. Apenas o Externo que é de competência do TCU e do
Congresso Nacional.

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A “C” é incorreta, o controle interno não é instância julgadora de


contas, essa é uma competência do controle externo.
A “D” é incorreta, pois o TCU e o CN são os responsáveis pelo
controle dos bens e valores públicos.

Gabarito – E.

Questão 04 - (ESAF - AFRFB 2009)

O controle externo da administração pública federal é


exercido:

a) pelo Senado Federal.


b) pela Câmara dos Deputados.
c) pelo Tribunal de Contas da União.
d) pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da
União.
e) pelo Tribunal de Contas da União, com o auxílio do sistema de
controle interno de cada Poder.

Comentários:

Amigos,
Reparem que a ESAF costuma cobrar muito texto de lei nesse tópico
do Edital. Recomendo uma boa leitura da Constituição, nesse caso
Art. 70 a 75, para uma boa memorização dos dispositivos.
Vamos à questão:
Essa foi bem fácil, basta uma leitura do Art. 71 para respondê-la:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

Gabarito – D

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Questão 05 - (ESAF – AFT 2009)

O estudo do tema “controle da administração pública” nos


revela que:

a) submetem-se a julgamento todas as contas prestadas por


responsáveis por bens ou valores públicos, aí incluído o Presidente da
República.
b) no exercício do poder de autotutela, a administração pública pode
rever seus atos, mas não pode declará-los nulos.
c) em respeito ao princípio da separação dos poderes, é vedado o
controle transversal de um Poder sobre os outros.
d) o controle interno é exercido pelo Congresso Nacional, com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.
e) o Poder Judiciário exerce apenas controle jurisdicional sobre seus
atos administrativo.

Comentários:

A alternativa “A” é correta, pois as contas de todos os


responsáveis por bens e dinheiros públicos devem ser julgadas, sendo
as do Presidente pelo Congresso Nacional e as demais pelo TCU.
A “B” é incorreta, pois a Administração pode rever seus atos
quando nulos e pode revoga-los por motivo de conveniência e
oportunidade, ressalvado o direito adquirido.
A “C” é incorreta, o poder Legislativo, além de Legislar, têm a
competência constitucional de fiscalizar os demais poderes. Isso faz
parte do princípio dos freios e contrapesos republicano.
A “D” é incorreta, é o externo.
A “E” é incorreta, ele pode exercer o controle interno e jurisdicional.
Contudo, o primeiro só poderá ser exercido no âmbito do próprio
poder judiciário.

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Gabarito – A.

Questão 06 - (ESAF/TCE-RN/2000)

Os sistemas de controle externo, próprios para o exercício das


funções de fiscalização contábil, financeira e orçamentária, nas
áreas federais e estaduais, estão compreendidos na
organização estrutural.

a) do Poder Legislativo
b) do Poder Executivo
c) do Poder Judiciário
d) de cada um dos Poderes Públicos
e) dos Poderes Legislativo e Executivo

Comentários:

Os sistemas de controle externo estão compreendidos na organização


estrutural do poder legislativo:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.

Gabarito – A

Questão 07 - (ESAF – AFRF 2005)

Não inclui na finalidade do sistema de controle interno federal,


constitucionalmente previsto, a atividade de:

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a) avaliar os resultados, quanto à eficácia, eficiência e efetividade, da


gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades
da Administração.
b) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias da
União.
c) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado.
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
e) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

Comentários:

Questão extremamente maldosa, todas as alternativas constam do


Art. 74 da Constituição. Contudo, uma leitura atenta do inciso II
constatará que o verbete “efetividade”, citado na alternativa “A”, não
consta no texto original, tornando-a o gabarito.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário


manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no


plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,


quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais


e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua


missão institucional.

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou

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ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas


da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou


sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União.

Gabarito – A.

Questão 08 - (ESAF – EPPGG 2008)

Marque a opção incorreta quanto às atribuições dos órgãos de


controle externo.

a) Compreende a realização de inspeções e auditorias de natureza


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
b) Fiscaliza a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.
c) Acompanha o movimento dos Cartões de Pagamento do Governo
Federal mediante realização periódica do diagnóstico do sistema de
pagamentos de varejo no Brasil.
d) Analisa as contas das autarquias e fundações instituídas e
mantidas pela União.
e) Apura denúncias apresentadas por qualquer cidadão, sobre
irregularidades ou ilegalidades.

Comentários:

A alternativa “A” é correta:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle

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externo, e pelo sistema de controle interno de cada


Poder.

A “B” é correta:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

...

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos


repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,
ao Distrito Federal ou a Município;

A “C” é absurda, sendo o nosso gabarito, pois não há nem menção ao


controle dos “cartões corporativos” na CF.
A “D” é Correta:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.

A “E” também é correta:

Art. 74, § 2º - Qualquer cidadão, partido político,


associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Gabarito - C

Questão 09 - (ESAF/CGU/2008)

Sobre o tema ‘controle externo’, nos termos da Constituição


Federal, é correto afirmar que:

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a) é exercido, no âmbito federal, pelo Congresso Nacional com o


auxílio do Tribunal de Contas da União.
b) é exercido, no âmbito federal, pelo Senado Federal com o auxílio
do sistema de controle interno dos demais Poderes.
c) é exercido, no âmbito estadual, pelo Congresso Nacional com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.
d) é exercido, no âmbito federal, pelo Congresso Nacional e pelo
Tribunal de Contas da União e, no âmbito estadual e municipal,
exclusivamente pelas respectivas Assembléias Legislativas e Câmaras
de Vereadores.
e) é exercido, no âmbito federal, exclusivamente pelo Tribunal de
Contas da União e, no âmbito estadual e municipal, exclusivamente
pelos Tribunais de Contas Estaduais e Municipais.

Comentários:

Outra vez a ESAF vem com a mesma pergunta:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

Gabarito – A

Questão 10 - (ESAF APO/MPOG 2009)

Em decorrência do que dispõe o Decreto n. 1.171/94 (Código


de Ética), aos servidores públicos civis do Poder Executivo
Federal, é vedado:

a) embriagar-se.
b) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno
do serviço, em benefício de suas funções.
c) participar de grupos anti-semitas.

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d) posicionar-se contrariamente ao sistema de cotas.


e) exercer outra atividade profissional.

Comentários:

Agora entraremos no tópico do Edital referente à Ética no serviço


público.
Esse é um tema bem tranquilo, que à exceção de uma pequena
doutrina que veremos a seguir, se resume a uma bela leitura do
Decreto 1.171/94. A ESAF adora utilizar o texto frio da lei em suas
questões!
Vamos à análise das alternativas:

A alternativa “A” está incorreta, já pensou se fosse proibido se


embriagar para se tornar servidor, muita gente não ia aguentar!
Brincadeiras à parte, o que o código proíbe é a embriaguez
habitualmente, tanto em serviço como fora dele! Lembrem-se disso!
A “B” é incorreta, a vedação se dirige para a utilização em benefício
para si ou outrem, para o bem do cargo de do serviço é , em verdade,
um dever.
A “C” é correta, pois associar-se a empreendimentos de cunho
duvidoso é vedado pelo código de ética, e o antissemitismo
(preconceito com judeus) é vedado.

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu


nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

A “D” é incorreta, pois, enquanto cidadão, todos têm direito de


manifestar sua opinião, sendo vedado o anonimato.
A “E” é incorreta, pois a constituição permite a acumulação de
cargos, em sua forma.
Segue abaixo a Seção das vedações:

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

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XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,


tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros


servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,


conivente com erro ou infração a este Código de Ética
ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o


exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos


ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,


caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os
jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber


qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para
o cumprimento da sua missão ou para influenciar
outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva


encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite


do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a


interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente


autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no


âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
de parentes, de amigos ou de terceiros;

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n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele


habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que


atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu


nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

Gabarito - C

Questão 11 - (ESAF - AFRFB 2009)

Para ser eficaz, uma política de promoção da ética no serviço


público deve enfocar as seguintes ações, exceto:

a) identificação pormenorizada de padrões éticos a serem observados


por detentores de cargos de confiança.
b) criação de regras de quarentena extremamente rígidas.
c) criação de instrumentos institucionais pedagógicos de
esclarecimento sobre o conteúdo de normas éticas.
d) acompanhamento sistemático, por meio de instrumentos próprios
de auditoria e da observância de regras de conduta.
e) estabelecimento de regras flexíveis para o trato de transgressões
de menor potencial.

Comentários:

Questão retirada do texto de autoria de um membro da Comissão de


Ética Pública Federal, João Piquet Carneiro, de título: “O
aprimoramento da conduta ética no Serviço público Federal”.
Um trecho dele, em especial, já foi objeto de prova por diversas
vezes, vejamos:

“Parece-me claro que qualquer nova política de


promoção da ética no serviço público deve enfocar,

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antes e com maior ênfase, medidas de cunho prático e


ações efetivas — tanto de prevenção quanto de
repressão — do que novas iniciativas de natureza
legislativa. Isto porque: primeiro, do ponto de vista do
servidor, há uma certa fadiga e mesmo irritação do
funcionalismo, em países desenvolvidos, com o excesso
de normas que lhe são impostas. A percepção é de que
não somente se exige do servidor que ele trabalhe com
maior eficiência, menores recursos e remuneração
insuficiente, mas também que o faça sob o manto da
suspeita permanente de transgressões éticas. Segundo,
no caso específico do Brasil, como já dito, generalizou-
se a percepção de que a lei não é cumprida.

Portanto, tudo aponta para a conveniência de se


buscar caminhos que conduzam à maior difusão dos
preceitos vigentes e a um maior rigor na sua
observância, do que o agravamento das penalidades
— uma síndrome muito atual — pela via de novas
iniciativas de leis repressoras.

Assim sendo, o foco do trabalho de restauração da


ética do governo deve iniciar-se pela prevenção das
infrações. O trabalho de prevenção pressupõe:

a) a fixação de regras claras de conduta geral, a


serem observadas em toda a administração;

b) a identificação pormenorizada, por setor, órgão e


função, de quais são os padrões éticos a serem
observados pelos detentores de cargos de confiança e
pelo corpo funcional de cada órgão de governo;

c) o acompanhamento sistemático, através de


instrumentos próprios de auditoria, da observância
dessas regras de conduta;

d) a criação de instrumentos institucionais


pedagógicos de esclarecimento sobre o conteúdo de
normas éticas;

e) o estabelecimento de regras flexíveis para correção


de desvios verificados, principalmente quando se
tratar de transgressões de menor potencial;

f) a transparência desses instrumentos, de tal forma


que a opinião pública possa acompanhar a evolução
dos trabalhos realizados.”

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Da leitura do trecho se percebe que apenas a alternativa “B”, regras


de quarentena extremamente rígidas, não encontra respaldo no texto,
sendo o gabarito.
É lamentável a utilização desse tipo de questão que não mede
conhecimento. Contudo, agora que ela não é mais novidade, em
verdade já foi objeto de prova duas vezes, temos a obrigação de
decorar.

Gabarito – B.

Questão 12 - (ESAF – EPPGG/MPOG 2009)

No exercício da função, o servidor público civil do Poder


Executivo Federal afronta o Código de Ética Profissional
quando:

a) diante de duas opções, escolhe sempre a melhor e a mais


vantajosa para o bem comum.
b) exige de seus superiores as providências cabíveis contra ato ou
fato contrário ao interesse público de que lhes tenha dado ciência.
c) representa contra superior hierárquico, no caso de
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder
Estatal.
d) apresenta-se ao trabalho com vestimentas inadequadas.
e) facilita a fiscalização, por quem de direito, de seus atos ou
serviços.

Comentários:

Da leitura do Decreto 1.171 facilmente identificamos a alternativa “D”


como o gabarito, já que apresentar-se com vestimentas adequadas é
um dever:

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas


adequadas ao exercício da função;

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Seguem os demais deveres do Servidor:

Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,


função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e


rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar
dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a


integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas,


condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços


aperfeiçoando o processo de comunicação e contato
com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por


princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e


atenção, respeitando a capacidade e as limitações
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de
causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor


de representar contra qualquer comprometimento
indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores


hierárquicos, de contratantes, interessados e outros

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que visem obter quaisquer favores, benesses ou


vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas


exigências específicas da defesa da vida e da
segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que


sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e


qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de


trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se


relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem
comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas


adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas


de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as


instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
função, tanto quanto possível, com critério, segurança
e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por


quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas


funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,


poder ou autoridade com finalidade estranha ao
interesse público, mesmo que observando as

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formalidades legais e não cometendo qualquer


violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua


classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

Gabarito - D

Questão 13 - (ESAF/ANEEL/2006)

Assinale a opção correta.

a) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas.


Referem-se aos valores que regem a conduta humana, tendo caráter
normativo ou prescritivo.
b) Ética e moral, num sentido amplo, são palavras sinônimas.
Referem-se ao estudo dos princípios que explicam regras de conduta
consideradas como universalmente válidas.
c) A ética, num sentido restrito, está preocupada na construção de
um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em
comum justa e harmoniosa.
d) A ética, num sentido restrito, diz respeito aos costumes, valores e
normas de conduta específicas de uma sociedade ou cultura.
e) A moral, num sentido restrito, está preocupada em detectar os
princípios que regem a conduta humana.

Comentários:

Antes de responder a questão, vamos estudar a doutrina que havia


mencionado anteriormente.
A Ética é a parte da filosofia que estuda os valores morais e os
princípios ideais do comportamento humano. A palavra Ética é
derivada do verbete grego “ethos”, e significa “aquilo que pertence ao
caráter”.

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Ética e Moral, em sentido latu (amplo), significam a mesma coisa.


Contudo, em sentido estrito, a primeira deve ser definida como
fundamento das ações através da razão, enquanto que a segunda
significa a obediência a costumes e hábitos recebidos.
Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral (entendida como
costume, hábito), buscava, sim, a fundamentação teórica (racional)
para encontrar o melhor modo de viver e conviver, tanto na esfera
privada como pública.
Ética, entretanto, não pode ser confundida com a Lei, embora essa
deva ser baseada naquela não existe essa obrigação. Ao contrário do
que ocorre com a Lei, nenhum cidadão pode ser compelido pelo
Estado a cumprir normas éticas, muito menos sofrer qualquer sanção
pelo seu descumprimento.
Apesar de existirem atos normativos versando sobre a ética, Decreto
1.171 com suas regras deontológicas (Ética normativa de uma
determinada categoria), seu descumprimento culmina em mera
sanção moral, desprovida de conteúdo penal.
A moral, estritamente, segundo o dicionário básico de filosofia,
significa:

“Construção de um conjunto de prescrições destinadas


a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa.”

Fica claro que ela se preocupa em regular a conduta humana, sendo


específica para cada sociedade ou cultura, relativa, portanto. O que
pode ser considerado moralmente aceitável para uma sociedade pode
não ser para outra, a exemplo da liberdade de expressão religiosa
para determinadas culturas.
Já a ética é um conceito absoluto, comum para todas as
sociedades, em seu sentido estrito, por óbvio. Vejamos o significado
de ética para Aurélio Buarque:

“Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se


referem à conduta humana susceptível de qualificação
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente
à determinada sociedade, seja de modo absoluto.

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Podemos concluir que, pelo conceito apresentado, a ética nada


mais seria que o estudo da moral, ou seja, o estudo das regras de
conduta, visando a obtenção de conceitos universalmente válidos.
José Mathias-Pereira descreve as diferenças entre ética e moral do
seguinte modo:
• Ética é princípio, Moral são aspectos de condutas
específicas;
• Ética é permanente, Moral é temporal;
• Ética é universal, Moral é cultural;
• Ética é a regra, Moral é a conduta da regra;
• Ética é teoria, Moral é prática;

Podemos perceber que, de modo geral, ambos os conceitos


têm o significado da moral em sentido estrito. Porém, em
estrictu sensu, os significados se modificam, sendo a Ética o estudo
da Moral, e a Moral a conduta socialmente aceita de uma determinada
cultura.
Vamos à análise das alternativas:
Apesar de não ser corriqueiro a ESAF cobrar esse tipo de conteúdo, já
que a maioria das questões se limita à cobrança do Decreto 1.171,
vamos estudar esses conceitos.
Vimos que Moral e Ética, em sentido amplo, significam a mesma
coisa, e que nesse caso, devemos considerar o sentido estrito de
Moral, ou seja, regra de conduta.
Desse modo, ao afirmar que, em sentido amplo, Ética e Moral
são sinônimos, e que elas se referem aos valores que regem a
conduta humana, a alternativa “A” deve ser considerada
correta, sendo nosso gabarito.
A “B” é errada porque Ética e Moral, em sentido amplo, têm o
significado estrito de Moral, e não de Ética, que é, em resumo, o
estudo da moral ou das regras de conduta.
A “C” é errada porque o conjunto de prescrições que objetivam
assegurar a vida em sociedade de forma justa e harmoniosa é o
conceito de Moral, e não de Ética, conforme o Dicionário de Filosofia.
A “D” também é errada, o objeto de estuda da Ética não é o
costume de uma sociedade.
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Quem busca estudar as regras de conduta é a Ética, e não a moral,


alternativa “E” errada.

Gabarito – A.

Questão 14 - (ESAF/EPPGG/2008)

De acordo com a literatura, mais importante do que novas


iniciativas de natureza legislativa, a promoção da ética no
serviço público brasileiro requer medidas de cunho prático e
ações efetivas — tanto de prevenção quanto de repressão. O
trabalho de prevenção pressupõe todas as medidas a seguir,
exceto:

a) a fixação de regras claras de conduta geral, a serem observadas


em toda a administração.
b) a identificação pormenorizada, por setor, órgão e função, de quais
são os padrões éticos a serem observados pelos detentores de cargos
de confiança e pelo corpo funcional de cada órgão de governo.
c) o acompanhamento sistemático, por meio de instrumentos próprios
de auditoria, da observância dessas regras de conduta.
d) o estabelecimento de regras flexíveis para correção de desvios
verificados, principalmente quando se tratar de transgressões de
menor potencial.
e) a criação de canais de denúncia, facilitando a célere identificação e
punição das transgressões, reduzindo a convicção da impunidade.

Comentários:

Mais uma vez a ESAF cobra o Texto do Piquet Carneiro:

“Parece-me claro que qualquer nova política de


promoção da ética no serviço público deve enfocar,
antes e com maior ênfase, medidas de cunho prático e
ações efetivas — tanto de prevenção quanto de
repressão — do que novas iniciativas de natureza

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legislativa. Isto porque: primeiro, do ponto de vista do


servidor, há uma certa fadiga e mesmo irritação do
funcionalismo, em países desenvolvidos, com o excesso
de normas que lhe são impostas. A percepção é de que
não somente se exige do servidor que ele trabalhe com
maior eficiência, menores recursos e remuneração
insuficiente, mas também que o faça sob o manto da
suspeita permanente de transgressões éticas. Segundo,
no caso específico do Brasil, como já dito, generalizou-
se a percepção de que a lei não é cumprida.

Portanto, tudo aponta para a conveniência de se


buscar caminhos que conduzam à maior difusão dos
preceitos vigentes e a um maior rigor na sua
observância, do que o agravamento das penalidades
— uma síndrome muito atual — pela via de novas
iniciativas de leis repressoras.

Assim sendo, o foco do trabalho de restauração da


ética do governo deve iniciar-se pela prevenção das
infrações. O trabalho de prevenção pressupõe:

a) a fixação de regras claras de conduta geral, a


serem observadas em toda a administração;

b) a identificação pormenorizada, por setor, órgão e


função, de quais são os padrões éticos a serem
observados pelos detentores de cargos de confiança e
pelo corpo funcional de cada órgão de governo;

c) o acompanhamento sistemático, através de


instrumentos próprios de auditoria, da observância
dessas regras de conduta;

d) a criação de instrumentos institucionais


pedagógicos de esclarecimento sobre o conteúdo de
normas éticas;

e) o estabelecimento de regras flexíveis para correção


de desvios verificados, principalmente quando se
tratar de transgressões de menor potencial;

f) a transparência desses instrumentos, de tal forma


que a opinião pública possa acompanhar a evolução
dos trabalhos realizados.”

Apenas a alternativa “E” não encontra respaldo no texto.


Não podemos deixar de fazer a crítica, já que o examinador elaborou
uma alternativa que, numa análise de senso comum, seria verdadeira.

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Gabarito - E

Questão 15 - (ESAF/AFT/2006)

Ética no Setor Público pode ser qualificada como:

I. agir de acordo com o que está estabelecido em lei e, também, com


os valores de justiça e honestidade.
II. responsabilidade do servidor público por aquilo que fez e, também,
por aquilo que não fez mas que deveria ter feito.
III. equilíbrio entre a legalidade e finalidade do ato administrativo,
visando à consolidação da moralidade administrativa.
IV. não omitir a verdade, ainda que contrária aos interesses da
Administração.
V. respeito ao cidadão, não protelando o reconhecimento dos seus
direitos nem criando exigências além das estritamente necessárias.

Estão corretas:
a) apenas as afirmativas I e V.
b) apenas as afirmativas I, III e V.
c) apenas as afirmativas III e V.
d) apenas as afirmativas II e V.
e) as afirmativas I, II, III, IV e V.

Comentários:

A I é correta:

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o


elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e
o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o

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desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,


caput, e § 4°, da Constituição Federal.

A II é correta:

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera


de solução que compete ao setor em que exerça suas
funções, permitindo a formação de longas filas, ou
qualquer outra espécie de atraso na prestação do
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave
dano moral aos usuários dos serviços públicos.

A III é verdadeira:

III - A moralidade da Administração Pública não se


limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,
na conduta do servidor público, é que poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.

A IV é verdadeira:

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor


não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
aos interesses da própria pessoa interessada ou da
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto
mais a de uma Nação.

A V é correta, pois é vedado:

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o


exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;

Gabarito - E

Questão 16 - (ESAF/CGU/2004)

Para os fins do Código de Conduta do Servidor Público Civil do


Poder Executivo Federal, entende-se por servidor público:

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I. os servidores públicos titulares de cargo efetivo.


II. os titulares de cargo em comissão.
III. os empregados de sociedades de economia mista.
IV. os que, temporariamente, prestam serviços à Administração
Pública Federal, desde que mediante retribuição financeira.

Estão corretos os itens:


a) I, II, III e IV
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II e IV
e) I, II e III

Comentários:

O D 1.171, além da Lei de Improbidade administrativa, definem como


servidor público:

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento


ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
órgão do poder estatal, como as autarquias, as
fundações públicas, as entidades paraestatais, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista,
ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do
Estado.

Apenas a IV está incorreta, pois o Decreto determina que entende-se


como servidor público todos que tenham contato com o serviço
público, independentemente de retribuição financeira.

Gabarito - E

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Questão 17 - (ESAF/EPPGG-MPOG/2005)

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal:
I. a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de
eficácia e moralidade, salvo nos casos em que a lei estabelecer o
sigilo.
II. atenta contra a ética o administrador que não adota as medidas
necessárias a evitar a formação de longas filas na repartição pública.
III. todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
jurídico, preste serviços de natureza temporária, ainda que sem
retribuição financeira, mas desde que ligado direta ou indiretamente a
qualquer órgão do poder estatal, é considerado servidor público.
IV. o servidor não deve deixar que simpatias ou antipatias influenciem
os seus atos funcionais.
V. incide em infração de natureza ética o servidor que deixar de
utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance.

Estão corretas:
a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
b) apenas as afirmativas I, III, IV e V.
c) apenas as afirmativas I, II, III e IV.
d) apenas as afirmativas III, IV e V.
e) apenas as afirmativas I, III e IV.

Comentários:

A afirmativa I foi retirada do inciso VII, conforme podemos verificar


abaixo, portanto verdadeira:

VII - Salvo os casos de segurança nacional,


investigações policiais ou interesse superior do Estado
e da Administração Pública, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo

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constitui requisito de eficácia e moralidade,


ensejando sua omissão comprometimento ético contra
o bem comum, imputável a quem a negar.

A II também é verdadeira, o servidor deve agir com velocidade e


presteza, evitando filas e dano moral ao cidadão:

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera


de solução que compete ao setor em que exerça suas
funções, permitindo a formação de longas filas, ou
qualquer outra espécie de atraso na prestação do
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave
dano moral aos usuários dos serviços públicos.

A afirmativa III é correta e encontra respaldo na Lei de Improbidade


Administrativa, conforme transcrição:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer


agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de
empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às


penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de órgão público bem como daquelas para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta


lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

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A IV e V são verdadeiras, e também são transcrições do Decreto


1.171/94, conforme abaixo:

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,


caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os
jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;

V. incide em infração de natureza ética o servidor


que deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos
ao seu alcance.

Gabarito - A.

Questão 18 - (ESAF/CGU/2004)

São autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta


Administração Federal:
I. Ministros de Estado e Secretários Executivos do governo federal.
II. Presidentes e diretores de empresas públicas e de sociedades de
economia mista.
III. Titulares de cargo de Secretário das secretarias de governo nos
Estados.
IV. Presidentes e diretores de autarquias federais.

Estão corretos os itens:


a) I, II e III
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II e IV
e) I, II, III e IV

Comentários:

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A ESAF também costuma cobrar em prova o Código de Ética da Alta


Administração Federal, que estabelece as normas éticas para as
seguintes autoridades:

Art. 2o As normas deste Código aplicam-se às


seguintes autoridades públicas:

I - Ministros e Secretários de Estado;

II - titulares de cargos de natureza especial,


secretários-executivos, secretários ou autoridades
equivalentes ocupantes de cargo do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, nível seis;

III - presidentes e diretores de agências nacionais,


autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas
pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de
economia mista.

Apenas os secretários de Estado não fazem parte da alta


administração federal, pois fazem parte da administração estadual.

Gabarito – D

Questão 19 - (ESAF/EPPGG/2005)

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor
público:
I. prometer influenciar a decisão de outro servidor se o interessado
nessa decisão conseguir a requisição do seu filho para trabalhar na
Câmara dos Deputados.
II. ser sócio de empresa que explore jogos de azar não autorizados.
III. efetuar determinado investimento que, em face de informação
obtida em razão do cargo e ainda não divulgada publicamente, sabe
que será altamente lucrativo.
IV. participar de organização que divulgue, pela internet, fotografias
pornográficas.
V. determinar a um outro servidor, que lhe seja subordinado, que vá
a um banco pagar suas contas pessoais (contas dele, mandante),

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salvo se o mandante ocupar cargo de elevada posição na hierarquia


funcional.

Estão corretas:
a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
b) apenas as afirmativas II, III, IV e V.
c) apenas as afirmativas I, II, III e IV.
d) apenas as afirmativas III, IV e V.
e) apenas as afirmativas II e IV.

Comentários:

A I é correta, é vedado usar o cargo para interesse próprio ou de


outrem:

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,


tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;

a II é correta, pois é vedado associar-se a empreendimentos de


cunho duvidoso:

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que


atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu


nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

A III é correta:

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no


âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
de parentes, de amigos ou de terceiros;

A IV é correta:

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que


atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;

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p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu


nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

A V é incorreta, independente de qualquer circunstância é vedado


utilizar servidor para interesse particular:

j) desviar servidor público para atendimento a


interesse particular;

Gabarito - C

Questão 20 - (ESAF STN 2013)

A respeito do papel das instituições de controle externo da


Administração Pública, assinale 1 para as funções exercidas
isoladamente pelo Congresso Nacional, 2 para as funções
exercidas isoladamente pelo TCU e 3 para as funções exercidas
em conjunto pelo Congresso Nacional e pelo TCU e marque a
opção correta.
( ) Julgamento anual das contas prestadas pelo Presidente da
República.
( ) Sustação de despesas não autorizadas.
( ) Apreciação, mediante parecer prévio, das contas do Presidente da
República.

a) 3, 1, 2
b) 2, 1, 3
c) 1, 2, 3
d) 2, 3, 1
e) 1, 3, 2

Comentários:

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Excelente questão acerca do tema Controle da Administração Pública.


Ela aborda o tema controle Externo, diferenciando as competências
exclusivas do TCU e do CN das concorrentes.
Vamos à análise da questão:
A Afirmativa I trata do JULGAMENTO das contas prestadas pelo
Presidente da República, tal competência está definida no Art. 71 da
Constituição, a saber:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo


Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento;

Ora, se compete apenas a apreciação e a elaboração do parecer


prévio ao TCU, o julgamento competirá apenas ao Congresso
Nacional. Além disso, o inciso II define que é competência do TCU o
julgamento das contas (salvo o Presidente) dos demais
administradores de bens e dinheiros públicos, a saber:

II - julgar as contas dos administradores e demais


responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações
e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público;

Desse modo, a Afirmativa I deve ser relacionada com uma


competência exclusiva do CN, logo Nº 1.
A Afirmativa II versa sobre a sustação de despesas não autorizadas.
Amigos, sabemos que compete ao TCU a sustação de atos
administrativos (despesas ou contratações) quando o contratado não
atenda às exigências estabelecidas pelo TCU em sede de controle
externo.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
Ou seja, compete
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ao TCU! de 93
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...

X - sustar, se não atendido, a execução do ato


impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;

Contudo, o Art. 72 complementa e define:

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere


o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos
não programados ou de subsídios não aprovados,
poderá solicitar à autoridade governamental
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.

§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou


considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a
matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a


Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Desse modo, a afirmativa II se relaciona com uma competência


concorrente do TCU e do CN, logo Nº 3.
A Afirmativa III versa sobre a apreciação, mediante parecer prévio,
das contas do PR. Considerando que a Constituição atribui
expressamente ao TCU a competência de apreciar as contas do PR ,
mediante parecer prévio, a questão se relaciona com uma
competência exclusiva do TCU, logo Nº 2.

Sequencia correta: 1, 3 e 2.

Gabarito - E

Questão 21 - (ESAF- AFRFB 2009)

No âmbito da administração pública, o empreendedorismo


pressupõe a incorporação dos seguintes comportamentos,
exceto:
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a) participação dos cidadãos nos momentos de tomada de decisão.


b) substituição do foco no controle dos inputs pelo controle dos
outputs e seus impactos.
c) criação de mecanismos de competição dentro das organizações
públicas e entre organizações públicas e privadas.
d) adoção de uma postura reativa, em detrimento da proativa, e
elaboração de planejamento estratégico, de modo a antever
problemas potenciais.
e) aumento de ganhos por meio de aplicações financeiras e ampliação
da prestação de serviços remunerados.

Comentários:

Bom, antes de começarmos a responder a questão vamos revisar o


Assunto Gestão Pública Empreendedora.
Esse tópico do Edital é baseado na obra “Reinventando o Governo:
Como o espírito empreendedor está transformando o setor público”
dos Autores David Osborne e Ted Gaebler. Como o título indica, a
obra tem como objeto de análise a gestão pública, defendendo que,
com a devida adaptação, é possível “privatizar” a forma de gerir a
coisa pública, aplicando ferramentas e tecnologias, além de
paradigmas, típicos do setor privado na gestão governamental.
Faremos uma breve análise da obra, contudo, veremos que a ESAF
costuma cobrar, basicamente, os princípios da gestão pública
empreendedora propostos pelos autores na referida obra. Vejamos:

I. Governo Catalisador: Navegando em vez de remar

O conceito de catalisar vem da química, significando aceleração de


uma determinada reação. Esse é o significado que os autores
buscaram para a expressão, o governo não deve atuar diretamente, e
sim catalisar a atuação da sociedade (Setor privado e Sociedade
Civil), apoiando e fomentando o que for de interesse público.

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Sabe-se que o governo não é bom administrador, possui suas


limitações. Desse modo, ao deixar a execução para outrem, pode
ampliar sua área de atuação, abrangendo mais atividades, e, por
consequência, mais pessoas.
A função reguladora, além da catalisadora, é muito importante. Ao
“terceirizar” determinadas atividades de interesse público, que muitas
vezes por limitações econômicas são objeto de monopólio, o papel
regulador do Estado torna-se indispensável.
Apesar de “parecer” que os autores seriam defensores do
“Managerialism”, eles não defendiam o “Rolling back the state”, e sim
um reposicionamento do papel estatal, voltando-se para a
reconstrução do Estado. Conforme trecho abaixo:
“Nosso problema fundamental é o fato de termos o tipo
inadequado de governo. Não necessitamos de mais ou
menos governo: precisamos de melhor governo. Para
sermos mais precisos, precisamos de uma melhor atividade
governamental.”

Os autores, conforme se pode perceber, não defendiam o Estado


mínimo, mas sim um redirecionamento estratégico da atividade
governamental. Como eles mesmos diziam: “A privatização é uma
resposta, e não a resposta”.

II. O governo pertence à comunidade: dando responsabilidade


ao cidadão, em vez de servi-lo
“A transferência de responsabilidades da burocracia para
as comunidades deve ser incentivada, pois estas são mais
próximas dos problemas.”

Como vimos no estudo do “accountability”, a descentralização


potencializa a prestação de contas e a fiscalização da comunidade, e
assim, os resultados da gestão pública.
A ideia é responsabilizar o cidadão pela gestão dos órgãos públicos da
comunidade em que ele está inserido. Somente dessa forma a gestão
pública alcançara os níveis de qualidade necessários.

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III. Governo Competitivo: competição na prestação de serviços

Essa competitividade típica dos gestores empreendedores deve ser


interpretada da forma mais ampla possível. Tanto entre organizações
públicas quanto públicas com privadas.
Pesquisadores afirmam que o serviço público, em geral, custa mais
caro que o setor privado de 30% a 95%. Isso ocorre porque,
tradicionalmente, não existe competição nos órgãos públicos e eles
não são premiados caso poupem recursos ou atendam mais pessoas,
seus recursos, haja o que houver, estão garantidos no orçamento e
independem da qualidade do serviço que prestam ao público.
A competição pode sim mudar ideias retrógradas que imperam em
entidades públicas caso sejam bem aplicadas. Tratamos de
competição construtiva, e não destrutiva.

IV. Governo orientado por missões


“Nunca diga as pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes
apenas o que elas façam e ficará surpreso com sua
engenhosidade.”

Esse princípio visa mudar o foco do procedimento para o resultado,


liberando o gestor, e o servidor, das amarras burocráticas. A ideia é
dar liberdade para o administrador buscar os resultados, controlando-
os.

V. Governo de Resultados: financiando resultados, e não


recursos

A ideia é premiar com mais recursos os gestores que se


desincumbiram bem do seu dever, oferecendo-lhe mais recursos.
Muitos defendem que se a segurança vai mal devemos dar-lhes mais
recursos para que consigam melhorar seu desempenho, premiando os
mais ineficientes. A ideia agora é outra, se foi mal melhore para poder
ganhar mais recursos, se foi bem, receba mais dinheiro para ampliar
sua cobertura.

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VI. Governos e seus clientes: atendendo às necessidades do


cliente e não da burocracia

Os gestores públicos devem parar de olhar para dentro do órgão e


começar a olhar para os cidadãos. A crítica é que os servidores
públicos, em regra, não estão preocupados com o que pensam os
cidadãos, enquanto que a GM e a Ford gastam fortunas tentando
compreender seus clientes.

VII. Governo empreendedor: gerando receitas ao invés de


despesas

Um governo não é criado para gerar lucro. Esse é o objetivo das


empresas. Contudo, quem disse que o setor público não pode gerar
receitas?
A ideia é penalizar atividades e atitudes nocivas ao bem comum e ao
interesse público. Exemplo, em Londres, para trafegar no centro da
cidade, os motoristas devem pagar um pedágio. O objetivo é
incentivar o transporte público em detrimento do uso dos carros.
Quem se der ao luxo de ir de carro deve pagar por isso, e essa receita
deve ser revertida em favor da sociedade em geral.
Contudo, a atuação empreendedora não deve se dar apenas na ponta
da receita, economizar no custeio também deve ser incentivado.
Todos os gastos públicos devem ser avaliados em uma perspectiva de
investimento, verificando o custo x beneficio da ação especificamente.
Uma política pública, para ser custeada, deve passar por uma analise
de retorno. Se não “valer a pena”, não deverá ser custeada pelo
erário.

VIII. Governo preventivo: a prevenção em lugar da cura

A palavra chave é proatividade, antecipação. Se o problema pode ser


previsto e evitado não é justificável custear o remédio. Sabemos que
políticas de saneamento e educação podem economizar gastos na
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área de saúde. Esses problemas devem ser atacados na raiz, evitando


esses custos desnecessários.

IX. Governo descentralizado: da hierarquia à participação e ao


trabalho de equipe

Com o avanço dos recursos tecnológicos novas formas de trabalho


surgiram. A interação entre grupos e funcionários que trabalham em
diferentes localidades não é mais limitada pela distancia geográfica.
Ferramentas como a Internet e a videoconferência permitem
participação interativa sem os custos com deslocamento.

X. Governo orientado para o mercado: induzindo mudanças


através do mercado

Nos EUA, os governos costumam usar, em algumas medidas, os


mecanismos do mercado para alcançar seus objetivos, como, por
exemplo, ações de fomento setoriais ou subsídios a determinados
setores industriais ou agrícolas.
Entretanto, ao serem confrontados com um problema, os funcionários
governamentais reagem, instintivamente, procurando um programa
administrativo. Acreditam que sua função é administrar e não
estruturar o mercado.
Os governos precisam aprender a navegar, e estruturar o mercado
talvez seja o melhor método de navegação, criando incentivos para
que, com suas próprias decisões, as pessoas se movimentem na
direção escolhida pela comunidade.
Os governos não têm a capacidade de resolver todos os problemas
sozinhos, nem mesmo uma significativa parcela deles. Por isso,
devem utilizar as decisões dos agentes privados como uma forma de
alavancagem na prestação de serviços, de modo a alcançar metas
coletivas. Trata-se de um método clássico de atividade governamental
empreendedora: implica um governo ativo, mas não burocrático.
Isso não significa que os mecanismos de mercado sempre funcionem.
Muitos bens coletivos fornecidos pelo governo – de parques à

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segurança pública – não são negociados no mercado. E há muitos


mercados com falhas fundamentais.
Entretanto, os mecanismos de mercado têm muitas vantagens com
relação aos sistemas administrativos: os mercados são
descentralizados, normalmente competitivos, delegam a escolha aos
interessados, e vinculam os recursos diretamente aos resultados. Os
mercados também reagem com velocidade às mudanças rápidas e sua
reestruturação permite aos governos alcançar a escala necessária
para resolver os problemas mais sérios.
Vamos à análise das alternativas:
A “A” está correta, a participação popular na gestão faz parte do
princípio do governo participativo.
A “B” está correta, se relaciona com o governo orientado por
missões. O foco da ação governamental deve ser o resultado para o
cidadão, e não os processos internos. Os “inputs” são as entradas e os
“outputs” as saídas, desse modo, o primeiro estaria relacionado com
os processos, enquanto que o segundo os resultados.
A “C” é correta, trata-se do princípio do governo competitivo. A
competição é uma maneira interessante de incentivar a melhoria dos
resultados. Não se pode perpetuar a ideia de que as organizações
públicas possuem um atendimento inferior ao das privadas, isso tem
que mudar. A competição deve ser estimulada, tanto entre
organizações públicas x públicas, como públicas x privadas.
A “D” é o gabarito, o erro está em afirmar que o governo deve ser
reativo, ou seja, deve sempre adotar uma postura passiva. Sabemos
que o princípio do governo proativo defende que os gestores, sempre
que possível, antecipem os problemas e ajam de forma a impedi-los.
Porque esperar que crianças fiquem doentes com a falta de
saneamento quando todos essas doenças podem ser evitadas com
facilidade, evitando altos custos com o tratamento das comunidades
carentes.
A “E” é correta, porque não cobrar taxas de comportamentos
indesejáveis, como pessoas que ouvem música num volume muito
alto, ou insistem em consumir muita energia em prol do resto da
comunidade. Trata-se do princípio do governo empreendedor,
gerando receitas as invés de despesas. Sabemos que o objetivo do

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governo não é gerar lucro, mas sempre que possível deve-se


“espremer o limão e fazer uma limonada”.

Gabarito - D

Questão 22 - (ESAF – AFT 2009)

A aplicação do empreendedorismo, no âmbito da


Administração Pública, implica saber que:
a) normas rígidas e exaustivas são o melhor suporte para a tomada
de decisão em ambientes complexos sob constante mudança.
b) não se deve estimular a competição entre entidades prestadoras
de serviços públicos semelhantes.
c) a administração por resultados perde espaço para a supervisão
hierárquica e para a realização de auditorias de gestão.
d) quanto maior a autonomia conferida a servidores públicos, novas
formas de controle ou responsabilização devem ser adotadas.
e) tal como ocorre na iniciativa privada, incentivos econômicos são o
principal fator motivacional de gerentes e chefes.

Comentários:

Alternativa “A” falsa, em tese, regras rígidas são indicadas para


ambientes estáveis. Para ambientes em constante mudança é
recomendável o uso de regras flexíveis, mais valtadas ao controle dos
resultados.
A “B” é falsa, o princípio do governo competitivo defende a
competição dentro da administração pública, além da competição do
público x privado.
A “C” é falsa, o foco do empreendedorismo governamental é o
resultado, e não o processo. Lembrem-se do financiando resultados, e
não recursos.
A “D” é correta, sendo o gabarito. Os controles devem mudar do
procedimentos para os resultados.

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A “E” é incorreta, exitem diversos fatores motivacionais além da


remuneração. Reconhecimento e autorrealização também contam!

Gabartio – D

Questão 23 - (ESAF – AFRF 1996)

São muitos os teóricos da administração e os administradores


públicos que defendem a necessidade de se proceder a uma
"reinvenção" dos governos. Para eles, as atuais estruturas
governamentais estão fortemente abaladas pelas inovações
tecnológicas, pelo ritmo intenso das mudanças pelo
surgimento de uma economia global "pós-industrial" e de uma
sociedade baseada no conhecimento e na informação. Neste
novo contexto, a máquina administrativa rígida e
hierarquizada, estruturada por setores e assentada em
burocracias complexas e extensivas, passa a enfrentar grandes
e incontornáveis dificuldades. A saída estaria, então, na
adoção, pelos governos, da perspectiva do empreendedorismo
governamental, capaz de promover a sintonia entre os
governos e as novas condições socioeconômicas, políticas e
culturais. Indique a opção que apresenta com maior clareza e
precisão a ideia de governo empreendedor.

a) O governo empreendedor define-se por buscar a incorporação de


práticas e posturas empresariais, utilizando-se do poder de
alavancagem das obras públicas, sobretudo no terreno da construção
civil e da infraestrutura urbana.
b) O governo empreendedor caracteriza-se pela adoção de novas
formas de utilização de seus recursos, de modo a maximizar a
produtividade e a eficiência, buscando, ao mesmo tempo, organizar
sistemas participativos descentralizados com base na mobilização de
setores comunitários.
c) O governo empreendedor caracteriza-se pela determinação com
que torna suas decisões, concentra-se na administração criteriosa do
dinheiro público e busca opor, às demandas e pressões da sociedade,
um conjunto de políticas e programas racionalmente concebidos.

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d) O governo empreendedor distingue-se por não temer assumir


riscos, busca a maximização dos recursos públicos a qualquer preço e
apoia-se firmemente na geração de receitas financeiras.
e) O governo empreendedor caracteriza-se pela preocupação em
responder com rapidez às demandas da sociedade, mas procura
sempre moderar suas iniciativas de investimento, para não colidir a
dinâmica e os interesses do mundo dos negócios privados.

Comentários:

A alternativa “A” está incorreta, obras públicas indica um governo


que rema ao invés de governar, como sugere o princípio governo
catalisador.
A “B” é correta, a eficiência deve ser buscada, além da participação
popular, como sugere o princípio do governo participativo.
A “C” é incorreta, governo que busca se opor às demandas sociais?!
Fere o princípio do governo participativo.
A “D” é incorreta, a alternativa sugere um governo que assume
demasiadamente os riscos e age como uma empresa. Sabemos que
esse não é o papel do governo defendido na obra. O governo
empreendedor busca receitas quando isso é possível, mas não atua
diretamente com esse objetivo, esse é a meta das organizações
privadas.
A “E” é incorreta, o governo não deve colidir com o setor privado,
pois os dois atuam em segmentos distintos. Os investimentos do
governo devem ser seletivos, buscando sempre o interesse público, e
não atuar no segmento de interesse do setor privado.

Gabarito - B

Questão 24 - (ESAF/CGU/2008)

O movimento que incorporou à gestão pública características


como a competição na prestação de serviços, a perspectiva

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empreendedora, a descentralização, o foco em resultados e a


orientação para o mercado é denominado:

a) Patrimonialista.
b) Governança Corporativa.
c) Reinventando o Governo.
d) Administração Pública Societal.
e) Pós-Burocrático.

Comentários:

A questão indica um governo empreendedor, focado em resultados. A


alternativa que responde a questão é o título da obra de Osborne e
Gaebler: Reinventando o governo.

Gabarito - C

Questão 25 - (ESAF ISS RJ 2010)

Em um contexto de gestão empreendedora, é incorreto afirmar


que a administração fiscal deve:

a) coletar tributos visando atender, com maior eficácia, o bem


comum.
b) adotar princípios de gestão de negócios, como a proatividade e o
controle por objetivos e metas.
c) ser gerenciada como uma empresa que visa maximizar o lucro,
aqui medido sob a forma de arrecadação.
d) submeter seus resultados a avaliações feitas pela sociedade.
e) incorporar novas tecnologias, facilitando e estimulando a troca de
informações com o cidadão-cliente.

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Comentários:

Claramente a nossa resposta é a alternativa “C”! O governo não


pode ter como objetivo o lucro, seu objetivo é o bem comum.
A “A” está correta, o objetivo é o bem comum.
A “B” está correta, a proatividade e a gestão por metas, apesar de
serem de inspiração privada, se aplicam ao setor público.
A “D” é correta, se relaciona com o “accountability”.
A “E” é correta, governo eletrônico focado no cidadão.

Gabarito – C.

Questão 26 - (CESPE DIVERSAS)

A respeito da gestão pública empreendedora, marque com (V)


a assertiva verdadeira e com (F) a assertiva falsa e ao final
assinale a opção correta.
( ) A noção de empreendedorismo público denota uma postura
estratégica proativa de organizações públicas e do próprio Estado
como um empreendedor seletivo.
( ) Governo catalisador é aquele que rema em vez de pilotar, o que,
em outras palavras, significa um governo que é forte porque não
deixa a execução para outrem.
( ) Um governo empreendedor caracteriza-se, entre outros aspectos,
por executar atividades que venham a gerar receitas com os serviços
oferecidos, podendo até cobrar taxas como penalidades para cidadãos
que cometeram pequenas infrações que envolvem o bem-estar da
comunidade.
( ) Os clientes de órgãos públicos que possuem uma gestão
tradicional não são vistos com a mesma atenção que é dada a eles no
setor privado, pois caracteristicamente tais órgãos não obtêm seus
recursos diretamente de seus clientes e a quantidade desses recursos
independe do nível de satisfação desses clientes.

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( ) Na falta de informação referente aos resultados das atividades da


administração pública, uma das formas encontradas atualmente pelos
governos ditos empreendedores para recompensar seus funcionários é
premiá-los com base nos seguintes critérios: tempo de serviço,
volume de recursos e de pessoal que administram, além da própria
hierarquia da administração pública.

a) V, F, V, F, V
b) F, V, V, V, F
c) V, F, V, V, F
d) V, F, F, V, V
e) V, V, F, F, V

Comentários:

Afirmativa I verdadeira, empreendedor seletivo e proativo,


antecipando os problemas e atuando onde é realmente necessário!
A II é incorreta, o governo deve pilotar e não remar! A execução
não deve ser do governo, pois sabe-se que o governo não é um bom
executor.
A III é correta, as pessoas que agem de forma contrária ao
interesse público devem ser penalizadas em favor dos demais
cidadãos. Um exemplo seria uma industria poluidora pagando multas
por essa atuação.
A IV é correta, de fato a gestão tradicional acaba não dando a
atenção devida aos cidadãos, uma das causas disso é a desvinculação
de suas receitas de indicadores de satisfação dos usuários do serviço
público.
A V é incorreta, esses critérios como tempo de serviço indicam uma
gestão tradicional. A gestão empreendedora busca recompensar
resultados.

Gabarito - C

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Questão 27 - (CESPE DIVERSAS)

Qual dos itens abaixo não representa adequadamente um dos


princípios do movimento Reinventando o Governo.

a) Caracterizado pela busca pró-ativa de resultados, pela eficiência e


pela eficácia da gestão pública, o modelo do governo empreendedor
se contrapõe ao modelo do governo burocrático, voltado para o
controle interno e para a mera conformidade com os custos orçados.
b) O governo caracteristicamente empreendedor fomenta a
transferência do poder decisório da burocracia para as comunidades,
possibilitando a efetiva participação da população de modo a ser
eficiente na resolução dos problemas e no alcance dos objetivos
consensualmente determinados por cada comunidade.
c) O governo orientado por missões surge em associação às
organizações públicas rigidamente dirigidas por normas e
regulamentos. As organizações orientadas por missões são menos
racionais, eficazes, criativas, embora possuam maior flexibilidade
operativa e moral mais elevado.
d) O princípio da competição nos serviços públicos tem como meta a
competição não apenas entre os setores público e privado, mas
dentro de cada um desses dois setores que operam na jurisdição de
um dado governo.
e) O princípio do governo de resultados privilegia os resultados a
atingir e não simplesmente os recursos. Isso significa dispor de um
efetivo sistema de avaliação das ações do governo, que considere não
apenas a concretização física e financeira dos projetos, mas também o
seu sucesso no cumprimento dos objetivos socialmente colimados.
Comentários:

Viram como as questões se repetem! Vamos à análise das


alternativas:
A “A” é correta, de fato o contraponto do governo empreendedor é o
governo burocrático.

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A “B” é correta, a participação popular é um princípio do governo


empreendedor.
A “C” é o nosso gabarito, as organizações orientadas para missões
são mais criativas, lembrem-se: “diga o que deve ser feito e se
surpreenderá com a engenhosidade das pessoas.”
A “D” é correta, a competição deve ser entendida da forma mais
ampla possível.
A “E” é correta, é o princípio do financiar resultados e não recursos.

Gabarito – C

Questão 28 - (CESPE DIVERSAS)

David Osborne e Ted Gaebler publicaram o livro “Reinventando


o Governo: Como o espírito empreendedor está transformando
o setor público”, que é a base da teoria da gestão pública
empreendedora. Uma série de afirmações a respeito dessa
teoria são feitas a seguir:

I. A gestão empreendedora preocupa-se com o cidadão como cliente,


mas não tem como premissa básica o gerenciamento eficaz dos
recursos tributários coletados.
II. A administração, quando voltada para o interesse dos usuários de
seus serviços, deve buscar sempre alcançar a eficiência e, ao priorizá-
la, deverá atender a demanda por seus produtos e serviços, ainda que
os custos incorridos possam superar os benefícios proporcionados.
III. O conceito de empreendedorismo público implica uma relação de
risco e recompensa análoga à de empreendedorismo privado.
Em relação a essas afirmações pode-se dizer que:

a) estão todas corretas.


b) apenas a I está correta.
c) apenas a II está correta.
d) apenas a III está correta.
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e) estão todas incorretas.

Comentários:

Falsa a I, o governo empreendedor se preocupa com a eficiência uma


vez que foca nos resultados. Não é possível conseguir bons resultados
com disperdícios.
A II é incorreta, o governo deve sempre analisar a relação
custo/benefício antes de atuar, caso uma ação não seja justificável ela
deverá ser abandonada.
A III é incorreta, a relação de risco do setor privado é muito maior
que a do setor público. Basta comparar os Riscos que o Eike Batista
assume e os compare com os do governo.

Gabarito - E

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Caro aluno,

Com isso chegamos ao final do nosso curso.


Espero que tenham gostado do material, e espero, acima de tudo, que
você tenha sucesso no dia da prova.
Quero que você fique de olho nos artigos que eu publicar, ainda
postarei no site meus palpites para a prova, além de algumas dicas de
estratégia para o dia “D”!
É importante que na reta final da prova, principalmente nos últimos
15 dias, você mude sua estratégia de estudo. Durante esse período
seu estudo deverá se basear na resolução de questões comentadas e
na leitura da Constituição e legislações contidas no EDITAL. Uma boa
lida nos textos legais antes da prova garantirá acertos importantes
para a sua aprovação! Pode acreditar nisso, funciona mesmo!
É importante tentar manter a calma, sei que é fácil falar, mas o
nervosismo não te ajudará em nada! Vá com calma, o trabalho já foi
feito, agora é só executá-lo com cautela.
No dia “D” esteja sereno, não responda afobadamente as questões,
caso o faça certamente encontrará a armadilha deixada pelo
examinador. A calma e frieza, típica dos vencedores, é a chave para o
sucesso!

Acredite em você!

Um grande abraço e conte comigo!

Victório Amoedo

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