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Norte-Americana
Material Teórico
Introdução à Literatura Norte-Americana
Revisão Técnica:
Profa. Ms. Silvana Nogueira da Rocha
Revisão Textual:
Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira
Introdução à Literatura Norte-Americana
Para obter um bom desempenho em seus estudos, explore cada seção da unidade.
Na Atividade de Sistematização estão disponibilizados alguns exercícios de autocorreção
que visam colocar em prática tudo o que aprendeu na disciplina. Aproveite para identificar os
pontos em que precisa prestar mais atenção, ou pedir esclarecimentos ao seu tutor.
O Material Complementar traz informações adicionais para que você possa ampliar seus
conhecimentos sobre os tópicos apresentados na unidade.
Não se esqueça de acessar a Apresentação Narrada, que faz um resumo dos principais
tópicos do conteúdo teórico na forma de Power Point e áudio. A Videoaula também deve
ser assistida.
Acesse o Fórum de Discussão e participe das discussões propostas.
Lembre-se da importância de realizar todas as atividades dentro do prazo estabelecido para
cada unidade, para evitar acúmulo de conteúdo e problemas ao final do semestre.
Caso tenha alguma dificuldade no acesso a algum item da disciplina, não hesite em entrar
em contato com seu professor tutor.
Bons estudos!
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Contextualização
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Introdução à Literatura Norte-Americana
É apropriado dizer que a literatura norte-americana é a primeira grande literatura que pode
ser estudada desde seus primórdios. Sua formação foi marcada pela busca de uma voz original,
autenticamente americana.
O início dessa busca antecedeu, até mesmo, a chegada dos europeus ao continente, pois se
trata da tradição da transmissão oral de histórias, lendas e mitos indígenas pré-colombianos.
Infelizmente, pouco disso sobreviveu após o assassinato de milhares de índios.
O século XVII foi marcado pelo início da produção de uma literatura americana em inglês,
primeiramente na chamada literatura de exploração, na forma de relatos de viagens que
revelavam as primeiras impressões dos viajantes europeus.
To contend: argumentar
Aos poucos, as narrativas dos viajantes e exploradores foram substituídas por outras,
escritas pelos próprios colonos. Como a Inglaterra acabou controlando toda a América do
Norte, as narrativas em língua inglesa se impuseram. Porém, já na segunda metade do século
XX, quando a sociedade norte-americana está se tornando explicitamente multicultural, há um
desejo de recobrar essa herança cultural mista (VANSPANCKEREN, 1994, p. 5).
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Uma dessas narrativas, chamada New England’s Annoyances , pode ser considerada a
primeira música folk da América do Norte. É uma paródia dos textos que queriam atrair
colonos para o Novo Mundo. Porém, em vez de celebrar as bondades do clima, do solo e da
abundância da América, em um tom de exagero, apresenta com humor as muitas dificuldades e
desconfortos com que se encontraram os novos colonos. A música foi escrita em 1643, quando
a emigração para a Nova Inglaterra havia estagnado, e os colonos estavam experimentando
uma época de depressão econômica. Ao mesmo tempo, a música era dirigida aos mesmos
colonos da Nova Inglaterra, lembrando-lhes todas as dificuldades atravessadas com sucesso,
revelando que eram, realmente, o povo escolhido por Deus. Parte da piada (que os colonos da
Nova Inglaterra amavam) era que a música se fazia passar por uma literatura que “promovia”
o Novo Mundo.
Leia agora a canção folk New England’s Annoyances (Os Aborrecimentos da Nova
Inglaterra). Algumas palavras estão traduzidas em notas de rodapé para facilitar a sua
compreensão.
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And if there’s a mind for a delicate dish,
We return to the clam-banks, and there we catch fish.
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Período Colonial
Nouvelle-
Canada Ecosse
Gran New Hampshire
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La New York Massachusetts
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Rhode Island
Connecticut
Pennsylvanie
Maryland
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Caroline du
lac
Louisiane Nord
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Caroline du
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Georgie
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Atlantique
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Golfe
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Mexique
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Os Puritanos
Fonte: cardcow.com
Enquanto isso, os puritanos instalados em New England, ao norte, desde 1620, estavam
formando uma sociedade baseada em crenças cristãs, por meio da união e do propósito de
compartilhar, o que facilitou o desenvolvimento da cultura e da literatura. O estilo dos textos
iniciais era simples e seus temas principais eram religiosos ou relatos das dificuldades e alegrias
na nova terra.
Os puritanos eram disciplinados e intolerantes em
relação à diversão e aos prazeres. No entanto, obtiveram
grande êxito econômico devido a essa postura. As relações
entre puritanismo e capitalismo são evidentes, visto que
ambos se fundamentam na repressão dos instintos, no
trabalho árduo e na busca incessante do sucesso.
A literatura colonial floresceu principalmente em New
England, onde os puritanos fundadores dos primeiros
assentamentos na nova terra escreveram diários, cartas,
relatos históricos e poesias. No entanto, os sermões
eram suas principais composições literárias. Os maiores
destaques do período são William Bradford (1590–1657),
governador de Plymouth, e a poeta Anne Bradstreet
(1612–1672).
Fonte: ibrvn.com
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Importante!
Entre os escritores do Puritanismo, cabe destacar a obra da primeira poetisa norte-americana, Anne
Bradstreet (c. 1612–1672), publicada na Inglaterra, onde Bradstreet foi criada e educada, imigrando
para a América aos 18 anos. Seus poemas eram sobre temas religiosos, a vida cotidiana, a família
(marido e filhos) e também relacionados à natureza. Seus mestres eram os poetas metafísicos
ingleses. Sua estratégia retórica principal eram os “conceitos”, a superposição de temas ou objetos
díspares e o tom sempre piedoso. Sua poesia nos mostra o coração da mulher puritana no século
XVII, como podemos perceber no poema abaixo:
Of Plymouth Plantation, de William Bradford, considerada uma das obras puritanas mais
importantes do século XVII, foi escrita entre 1620 e 1650 e relata os primeiros anos dos
pilgrims na América. Há passagens interessantes nas quais o autor descreve as conflituosas
relações dos puritanos com os índios e as dificuldades durante o primeiro inverno, quando
metade dos habitantes da colônia morreu. O trecho abaixo relata as primeiras impressões dos
puritanos após o desembarque em Plymouth Rock, em 1620:
Anne Bradstreet, a primeira escritora de New England, escreveu poemas que, embora
marcados pela religião, apresentam ao leitor os sentimentos da mulher americana do século
XVII. Sua obra Tenth Muse Lately Sprung up in America (1650) traz os primeiros poemas
do Novo Mundo.
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Seu poema Contemplations é composto por trinta e três estrofes que exploram vários
aspectos religiosos e naturais e reflete sobre seu significado espiritual. O título sugere que o
poema seja um conjunto de reflexões isoladas, mas há uma coerência interna. Apresentamos
abaixo a vigésima estrofe deste poema na qual a poeta declara que a imortalidade da alma
humana é superior à beleza e à força da natureza:
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Outro puritano que se destacou foi o pastor Cotton Mather (1663-1728), neto do grande
pastor John Cotton, e filho de Increase Mather, presidente de Harvard, e também grande líder
religioso. Mather escreveu mais de 450 obras, inclusive Magnalia Christi America (1702),
cuja parte mais interessante é a descrição dos julgamentos de bruxaria em Salém. O pastor
também aparece como personagem em vários romances que retratam as punições puritanas,
simbolizando a intolerância dos primeiros colonizadores.
Importante!
Os puritanos favoreciam a literatura religiosa, cujo objetivo era louvar a Deus e
tornar a Bíblia familiar. Eles transitaram por todos os gêneros: sermões religiosos,
poesia metafísica, relatos religiosos, diários etc. Os temas dessas narrativas
estavam relacionados ao seu dia a dia, mas sempre a partir de uma perspectiva
moral e religiosa. A vida era vista como uma prova constante: o fracasso levava
à condenação enquanto o sucesso era recompensado com a graça de Deus,
manifestada no bem-estar econômico. É por isso que o Puritanismo sempre está
associado ao capitalismo americano.
Como aponta VanSpanckeren (1994, p. 5), “ambos fundamentam-se na ambição,
no trabalho árduo e na busca permanente do sucesso [...]. Riqueza e status não
eram almejados por si só, mas como reafirmação de saúde espiritual e promessa
de vida eterna”.
Para os puritanos, não havia diferença entre o mundo secular e o mundo religioso.
Tudo o que acontecia na vida era um sinal da vontade divina.
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Iluminismo Americano (American Enlightenment)
Sob influência do Iluminismo Europeu, no século XVIII, a Idade da Razão Americana foi
um momento de questionamento racional e oposição às preocupações religiosas dos séculos
anteriores, quando vários autores produziram notáveis escritos políticos, nos quais conceitos
como razão, justiça, liberdade e igualdade eram defendidos em nome da “excepcionalidade
americana”, ou seja, o país deveria ser um exemplo democrático universal.
Fonte: larousse.fr
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Período da Independência
Fonte: playbuzz.com
Durante o século XVIII, no entanto, essas relações começaram a ficar tensas, pois a Inglaterra
aumentou os impostos, proibiu os americanos de venderem seus produtos agrícolas a outros
países, além de não admitir que as colônias fizessem seus próprios produtos manufaturados.
Tal postura aumentou o conflito entre metrópole e colônia e fortaleceu o movimento pela
independência americana.
Em 1775, todas as colônias se reuniram num Congresso Nacional, decidindo iniciar, então,
uma luta armada entre os americanos e os soldados ingleses. No ano seguinte, o Congresso
declarou que as colônias iriam constituir um grupo de estados unidos para lutar por sua
independência.
A Declaração de Independência Americana foi assinada pelos membros do Congresso em 4
de julho de 1776 e marcou o início dos Estados Unidos da América. A Declaração foi redigida
por Thomas Jefferson, um dos líderes do Congresso. No entanto, não bastava declarar a
independência; era necessário conquistá-la por meio do embate direto com os ingleses. A
Guerra de Independência durou até 1783, quando os americanos, com a ajuda dos franceses,
finalmente conquistaram a vitória.
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Fonte: John Trumbull (1756–1843)
Importante!
A Declaração da Independência dos Estados Unidos mostra como as treze colônias
americanas, fundadas pelos emigrantes europeus que foram para a América se
imaginaram como uma nação justa e soberana.
“We hold these truths to be self-evident, that all men
are created equal, that they are endowed by their
Creator with certain unalienable Rights, that among
these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness”.
(ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 1776).
A Declaração de Independência, graças ao seu belo estilo, é considerada também um
grande trabalho literário. Apesar de ter sido escrita durante um período de guerra,
o documento é livre de apelos emocionais, apresentando de forma lógica e clara as
razões pelas quais as colônias americanas queriam sua independência.
Portanto, as verdades expressas na Declaração de Independência têm a ver com
os valores do Iluminismo: o direito à vida, à liberdade e, em particular, à busca pela
felicidade. Por um lado, esse documento justificava a separação das colônias norte-
americanas da Grã-Bretanha, por outro, como revela a expressão “a busca pela
felicidade”, expressava um sonho, pois muitos desses colonos tinham deixado a Europa
devido às perseguições políticas, sociais e religiosas, e a América se apresentava como
um lugar ideal, associado com as grandes narrativas europeias.
Esse sonho sobre a nação americana imaginada foi reafirmado na Constituição dos
Estados Unidos da América (1776), cujo preâmbulo reza: We, the People of the United
States, in order to form a more perfect Union, establish Justice, insure domestic
Tranquility, provide for the common defence, promote the general Welfare, and
secure the Blessings of Liberty to ourselves and our Posterity, do ordain and
establish this Constitution for the United States of America (ESTADOS UNIDOS
DA AMÉRICA, 1776).
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
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George Washington (1732–1799)
Outro nome importante foi George Washington, uma das figuras americanas mais distintas
e admiradas.
O Congresso Nacional, formado em 1775, o indicou para organizar e conduzir o exército
americano durante a Guerra de Independência. Foi eleito o primeiro presidente dos Estados
Unidos e governou de 1789 a 1797.
Thomas Jefferson exerceu um papel fundamental na luta pela independência das colônias
e na formação de uma nova república. Foi o principal autor da Declaração de Independência,
juntamente com Benjamin Franklin e John Adams.
Em 1801, tornou-se o terceiro presidente dos EUA, governando até 1809. Além disso, exerceu
os principais cargos políticos americanos, tais como congressista, governador e embaixador.
Jefferson é considerado um dos mais influentes Founding Fathers (Pais Fundadores da
nação), conhecido pela promoção dos ideais do republicanismo nos Estados Unidos.
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Cooper fez dos conflitos entre brancos e índios um tema constante em seu trabalho,
descrevendo batalhas e apresentando o índio, ora como herói, explorando o mito do bom
selvagem, ora como selvagem nada confiável. Seus romances traziam cenários pitorescos
e faziam leitores de várias partes do mundo vibrar com as aventuras narradas, pois foram
publicados, simultaneamente, na América, na Europa e, até mesmo, no Oriente.
Escreveu The Spy (1821), The Pioneers (1823), The Deerslayer (1841), entre outros
romances. The Last of the Mohicans (1826), uma de suas obras mais conhecidas, narra
as lutas entre franceses e ingleses, ocorridas em 1757, pelas terras da América do Norte,
utilizando índios nativos como soldados. Cooper relata não apenas conflitos armados,
mas também conflitos culturais. Por exemplo, no segundo capítulo, a personagem Cora
questiona “Nós devemos desconfiar do homem porque seus costumes não são nossos
costumes, e sua pele é escura?”
Should we distrust the man because his manners are not our
manners, and that his skin is dark?
Glossário
Você pode ler a obra The Last of the Mohicans na íntegra acessando o link:
http://www.online-literature.com/cooperj/mohicans/
Importante!
Os escritores da colônia se depararam com um mundo novo, uma nova concepção de
homem e de sociedade, que pedia novas narrativas. Essa ideia da diferença da cultura
norte-americana e, por extensão, da sua literatura foi registrada desde as primeiras
décadas do século XIX.
Allen (1972, p. 103) cita Fenimore Cooper como o primeiro romancista norte-americano
que, em seu livro Notions of the Americans (Noções dos Americanos), aponta o seguinte:
“Praticamente nada há aqui, nada que contribua para o enriquecimento do autor, como
se encontra em veios tão ricos como os da Europa. Não existem anais para o historiador;
nenhuma loucura para o sátiro; nem costumes para o dramaturgo; nem ficções obscuras
para o escritor de romances; nem ofensas graves ou pesadas contra o decoro para o
moralista; nem quaisquer dos ricos auxílios artificiais da poesia”.
Por isso, os escritores norte-americanos vão apontar o seu olhar não para a Europa,
mas para o centro de seu continente, desenvolvendo uma nova tradição literária que vai
se diferenciar da europeia tanto nos seus temas como na sua forma.
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Transcendentalismo
of sleet over a wide sheet of water, and over plains; the waving
Chuva com neve
rye field […] the reflection of trees and flowers in glassy lakes;
the musical steaming odorous south wind, which converts all Campo de centeio
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Importante!
O Movimento Transcendentalista, que foi uma reação ao racionalismo do
século XVIII, está associado ao Romantismo americano. Os transcendentalistas
acreditavam na unidade entre Deus e o mundo, que se expressava a partir de
uma “grande alma” (oversoul). Por sua vez, a alma de cada homem era parte
dessa grande alma, manifestada, por exemplo, no contato com a natureza.
Assim, quando o poeta estava em uma paisagem sublime, como a americana,
por meio de sua “imaginação” (a ferramenta de conhecimento dos românticos),
ele transcendia o plano material e entrava no plano espiritual. Nesse momento,
sua alma e essa “grande alma” tornavam-se uma só: Deus e o homem se uniam.
Como explica VanSpanckeren (1994, p. 27) “a doutrina da autoconfiança e do
individualismo norte-americano desenvolveu-se a partir da crença na identificação
da alma individual com Deus”.
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Considerações finais
Como você pôde acompanhar ao longo desta unidade, a Literatura norte-americana foi
marcada, num primeiro momento, pela presença dos colonizadores ingleses, principalmente
pelos puritanos com relatos históricos, diários e severos sermões. Posteriormente, observamos a
influência do Iluminismo europeu no Novo Mundo, promovendo um período de questionamento
racional conhecido como Iluminismo Americano, quando se destacam importantes figuras
como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson e tem início a Revolução Americana.
Importante!
O século XIX é de grande importância na formação da tradição literária norte-
americana, já que é o momento em que as narrativas do novo continente, mesmo
sendo escritas em língua inglesa, já não são mais associadas à tradição literária
da Inglaterra.
A língua inglesa falada na América já havia adquirido a cadência e o vocabulário do
novo continente, evidenciando a formação de uma nova cultura e, por extensão,
de uma nova tradição nacional e literária.
Como apontam Ashcroft et al. (1989), a literatura dos Estados Unidos é a
primeira literatura pós-colonial a se formar a partir da diferença cultural entre
a Europa, cujo mundo era conhecido e estava relacionado a todas as narrativas
levadas pelos imigrantes ao novo continente, e as que, ao se afastarem das costas
europeias, iam adquirindo novos significados.
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Material Complementar
Dear student!
Caso você queira conhecer um pouco mais a respeito dos assuntos tratados nesta unidade,
seguem algumas sugestões de filmes e leituras:
Filmes:
O Novo Mundo (The New World) é um filme norte-americano de 2005, que narra a
aventura histórica da fundação da colônia de Jamestown, Virgínia.
Pocahontas (uma jovem mulher nativa americana) e outros de sua tribo presenciam a
chegada dos três navios, que fazem parte da Expedição Jamestown, enviada pelos ingleses.
A bordo de um dos navios há um homem, mais tarde identificado como capitão John
Smith. Inicialmente sentenciado à morte por enforcamento, devido a insinuações de motim,
uma vez em terra é perdoado pelo capitão Christopher Newport, o líder da expedição.
Enquanto as perspectivas de colonização são inicialmente boas, doenças, má disciplina,
poucos suprimentos e tensões com os nativos colocam a expedição em perigo. Smith
leva então um pequeno grupo de homens pelo rio à procura de oportunidades de troca,
enquanto Newport retorna à Inglaterra para pegar suprimentos. Enquanto estava na
missão, Smith é capturado por nativos e levado até seu chefe, Powhatan. Depois de ser
interrogado, o capitão é quase executado, mas é poupado quando uma das filhas do chefe
(Pocahontas) intervém e salva sua vida. Vivendo entre os nativos como prisioneiro por
um longo período, Smith é bem tratado e ganha a amizade e respeito do resto da tribo.
Admirando seu novo modo de vida, ele se apaixona perdidamente por Pocahontas, que
fica intrigada pelo inglês e seus costumes.
Finalmente, Smith retorna a Jamestown e encontra a colônia em turbilhão. Pressionado
a aceitar o governo, ele percebe que a paz que ele tinha com os nativos havia sido
substituída por privação, morte e as difíceis responsabilidades de seu novo cargo.
O número de colonizadores diminui no inverno brutal, e o resto é apenas salvo quando
Pocahontas e um grupo de socorro chegam com comida, roupas e suprimentos. Quando
chega a primavera, Powhatan percebe que os ingleses não planejam mais sair, ordenando,
portanto, um ataque a Jamestown.
Rechaçando o ataque, os colonizadores descobrem o banimento de Pocahontas e se
organizam para fazer com que a garota seja usada como garantia para que nenhum novo
ataque ocorra.
Quando Smith se opõe ao plano, é removido do cargo de governador. Depois de
Pocahontas ser trazida a Jamestown, ela e Smith renovam sua relação, mas o retorno do
Capitão Newport cria complicações, dizendo a Smith que o rei havia oferecido a ele o
comando de uma expedição para tentar encontrar uma nova rota para as Índias Orientais.
Dividido entre seu amor e uma promissora carreira, ele decide voltar à Inglaterra, mas
antes de ir embora, deixa uma carta com instruções para um colonizador de confiança,
que mais tarde diz a Pocahontas que Smith havia morrido na travessia.
Pocahontas acaba por se casar com John Rolfe, um novo colonizador, que a ajuda a se
adaptar ao estilo de vida inglês. Porém, mais tarde descobre que Smith ainda está vivo.
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Filmes:
A obra O Último dos Moicanos (The Last of the Mohicans) foi adaptada para
o cinema em 1992. A produção tem como protagonista o ator Daniel Day-Lewis e
é bastante fiel à obra de James Fenimore Cooper. Assista a essa versão e observe as
diferenças existentes entre a versão cinematográfica e o texto literário.
As Bruxas de Salém (The Crucible) é um filme norte-americano de 1996, do gênero
drama, dirigido por Nicholas Hytner. É baseado na peça de mesmo nome de Arthur Miller
sobre os fatos históricos envolvendo o julgamento das Bruxas de Salém.
Sites:
Anne Bradstreet – Contemplations.
http://www.poemhunter.com/poem/contemplations/ Acesso em 30 de jul. 2011.
Benjamin Franklin – Autobiography.
http://www.gutenberg.org/cache/epub/148/pg148.html Acesso em 20 de mar. 2015.
Declaração de Independência.
http://www.infopedia.pt/$declaracao-da-independencia-dos-eua Acesso em 30 de jul. 2011.
Declaration of Independence.
http://www.ushistory.org/declaration/document/ Acesso em 30 de jul. 2011.
Henry David Thoreau – Walden.
http://www.online-literature.com/thoreau/walden/ Acesso em 20 de mar. 2015.
James Fenimore Cooper – The Last of the Mohicans.
http://www.online-literature.com/cooperj/mohicans/ Acesso em 20 de mar. 2015.
John Smith – Description of New England.
http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1003&context=etas&sei-redir=1
Acesso em 25 de mar. 2015.
Thomas Paine – Common Sense.
http://www.earlyamerica.com/milestone-events/thomas-paines-common-sense/ Acesso em 23 de mar. 2015.
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Battle of Yorktown
A Batalha de Yorktown se desenvolveu durante a Guerra de
Independência dos Estados Unidos da América entre 26 de
setembro e 19 de outubro de 1781. Enfrentaram-se os rebeldes
americanos e os aliados franceses do Marquês de La Fayette contra
os britânicos a mando de Lord Cornwallis. A batalha teve lugar
em Yorktown, colônia de Virginia, assediada por várias semanas.
De um lado, havia 8.000 britânicos sob o comando de Lord
Cornwallis, e de outro, 9.000 rebeldes americanos, voluntários de
La Fayette, sob o comando do coronel Armand Tuffin, marquês
de La Rouerie e George Washington, assim como 5.000 homens
do corpo expedicionário francês do conde Jean Marie Donatien de
Vimeur de Rochambeau (11.000 franceses no total). Saiu vitoriosa
a tropa norte-americana e a guerra culminou com a rendição
incondicional dos britânicos.
Disp. em: http://www.seuhistory.com/etiquetas/batalha-de-yorktown Acesso em 27 de mar. 2015.
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Referências
CUNLIFFE, M. The Literature of the United States. 4.ed. Middlesex: Penguin, 1986.
NABUCO, C. Retrato dos Estados Unidos a Luz da sua Literatura. 2.ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
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Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana
Anotações
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