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Adriano da Silva Leppa

SISTEMA DE SEPARAÇÃO DE ÁGUA E ÓLEO EM ATIVIDADES


AUTOMOTIVAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Artigo apresentado na disciplina de


Estágio Supervisionado do curso
técnico em química do Centro de
Educação Profissional Univates,
como exigência para a obtenção
do título de Técnico em Química.

Orientadora: Cátia Viviane


Gonçalves

Lajeado, julho de 2015.


SISTEMA DE SEPARAÇÃO DE ÁGUA E ÓLEO EM ATIVIDADES
AUTOMOTIVAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Adriano da Silva Leppa 1


Cátia Viviane Gonçalves 2

Resumo: Este artigo apresenta um estudo do Sistema de Separação de Água e Óleo, com a
constatação da eficiência no final do processo, analisando as dimensões do projeto. Para desenvolver
o trabalho, foi realizado um estudo dos casos na implantação do Sistema de Separação de Água e
Óleo (SSAO), no qual foi analisado o processo de separação considerando as leis e legislações que
definem os parâmetros de lançamento do efluente em redes pluviais e o destino correto do resíduo
gerado. A lavagem de veículos e/ou troca de óleo, sempre resultam em um despejo que contém
quantidades razoáveis de óleos e graxas. Esse despejo chega através de canaletas que estão ligadas
ao SSAO, que por sua vez, normalmente é ligada na rede de esgoto, podendo causar a obstrução das
redes e danos aos equipamentos e instalações das Estações de Tratamento de Esgoto. Esse óleo, é
considerado resíduo perigoso pela Associação Brasileira de normas técnicas (ABNT).

Palavras chaves: Sistema de separação de água e óleo.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tratará de algumas das atividades desenvolvidas pelas oficinas


mecânicas que podem vir a ser consideradas potencialmente poluidoras, como
exemplo podemos citar a lavagem de veículos, peças e a troca de óleo, que podem
contaminar o solo e as águas, quando não há o devido tratamento da água
contaminada com óleo. Para evitar o descarte de águas contaminadas as empresas
utilizam um sistema de caixa separadora de água e óleo conforme prevê a Resolução
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 362/2005.

1 Aluno do curso técnico em química, Centro de Educação Profissional – UNIVATES, Lajeado, Rio
Grande do Sul. adrianoleppa@hotmail.com
2
Bióloga, professora Centro de Educação Profissional – UNIVATES, Lajeado, Rio Grande do Sul.
biologacatia@univates.br
Nesse contexto, surgiu a seguinte questão-problema: qual a eficiência do
sistema de separação de água e óleo (SSAO) instalados?

É exigido pelo Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que esse tipo de
sistema seja licenciado e implantado em locais com solos impermeáveis sendo
necessária a presença de caixas de areia para a retenção do material mais pesado
gerado pela lavagem dos automóveis e caixas separadoras de água e óleo.

De acordo com os parâmetros de exigência ambiental legais, a consciência


ecológica e social, esse tipo de empreendimento como os demais, precisa estar em
paralelo com a legislação, e procurar se adequar para manter o desenvolvimento de
forma sustentável.

Este estudo tem como objetivo a avaliação da eficiência do (SSAO), utilizado


em atividades de manutenção em veículos automotores, visando o atendimento da
legislação federal e estadual.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para as atividades de manutenção automotivas, que não possuem sistemas de


armazenamento de combustíveis derivados de petróleo, o licenciamento ambiental é
realizado em virtude da interpretação do órgão licenciador competente, podendo este
ser a União, o Estado, ou até mesmo o Município. (SECRON; GANDHI; FILHO, 2010).

Normalmente, é de senso comum, que atividades que lidam com resíduos


oleosos tenham que ser submetidas a processos de licenciamento, devido aos
aspectos de toxicidade destes resíduos que apresentam grande potencial de causar
impactos ao meio ambiente.

A legislação que estabelece os padrões ambientais permitidos para o


lançamento de efluentes oleosos é a Resolução CONAMA n° 430/2011, substituindo
a Resolução CONAMA n° 357/2005 que regulamentava esses padrões anteriormente
(BRASIL, 2011).
Além da União, os Estados e Municípios podem legislar sobre os padrões de
lançamento destes efluentes, porém quanto menor a federação, mais restritivo
deverão ser os parâmetros, ou seja, não podem exceder aos valores máximos
adotados pela União.

Nem todos os parâmetros de lançamento são estabelecidos pela Resolução


CONAMA n° 430/2011, a mesma, considera que Estados e Municípios devem possuir
parâmetros próprios de lançamento, independentemente destes estarem inclusos ou
não na Resolução, seja através de norma específica ou por licenciamento da
atividade. A avaliação da capacidade suporte do corpo hídrico para empreendimentos
de significativo impacto também é prevista nessa Resolução e deve ser empregada
pelos Estados e Municípios para fins de licenciamento (BRASIL, 2011).

No Estado do Rio Grande do Sul a Resolução do Conselho Estadual do Meio


Ambiente (CONSEMA) nº 128/2006, dispõe sobre a fixação de padrões de emissão
de efluentes líquidos em águas superficiais.

De acordo com a Resolução CONSEMA 128/2006 os efluentes líquidos


oriundos postos e oficinas, Classe I, somente poderão ser lançados, direta ou
indiretamente, desde que obedeçam as seguintes condições descritas no Quadro 1.

Quadro 1 – Parâmetros físico-químicos necessários para atendimento da resolução


Portaria FEPAM N° 043/2009 e padrões de lançamento da Resolução CONSEMA
128/2006.
pH Entre 6,0 e 9
Temperatura do ar <40 ºC
Temperatura do efluente <40 ºC
Demanda Química de Oxigênio – DQO 400 mg O2/L
Óleos e Graxas  30 mg/l
Fenóis Total 0,1 mg/L
Sólidos Sedimentáveis  1,0 ml/l em teste de 1 (uma) hora em
“Cone Imhoff”
Vazão Q <20 m3/d
Fonte: FEPAM e CONSEMA
Segundo a Resolução CONAMA nº 430/2011, em seu artigo 16, o padrão de
lançamento deve ser no máximo de até 20 mg/L para óleos minerais e até 50 mg/L
para óleos vegetais e gorduras animais no país. Sendo que para o Estado do Rio
Grande do Sul, a Resolução CONSEMA nº 128/2006 define que os efluentes líquidos
de fontes poluidoras somente podem ser lançados em corpos d’água superficiais,
direta ou indiretamente, atendendo aos padrões de emissão para óleos minerais de
≤10mg/L e ≤30 mg/L para óleos vegetais e gorduras animais respectivamente.

No Quadro 2, encontram-se exemplificados os parâmetros adotados para óleos


minerais, vegetais e animais em alguns estados do país.

Quadro 2- Padrões de lançamento de óleo em diferentes estados.


Estado Valor de Lançamento Referência
10 mg/L (óleo mineral), 30 mg/L Resolução CONSEMA nº
Rio Grande do Sul
(óleo vegetal, animal) 128/2006
20 mg/L (óleo mineral), 50 mg/L Deliberação Normativa nº
Minas Gerais (óleo vegetal, animal) 10/86
20 mg/L (óleo mineral), 30 mg/L
Rio de Janeiro (óleo vegetal, animal) NT – 202 R. 10
Fonte: (SECRON; GANDHI; FILHO, 2010).

O SSAO é um conjunto de equipamentos aplicáveis para a remoção de óleo


em estado livre. O princípio de funcionamento é baseado na separação da fase oleosa
e aquosa em virtude da diferença de densidade existente entre elas. (SECRON;
GANDHI; FILHO, 2010).

A utilização do SSAO ocorre em estabelecimentos industriais ou comerciais


que apresentam efluentes com características oleosas, como, por exemplo, as
refinarias de petróleo e as atividades automotivas.

O equipamento consiste basicamente em uma câmara de sedimentação, onde


é retida a borra oleosa, seguida de uma ou mais câmaras providas de dispositivos de
regulação de fluxo, no intuito de manter o escoamento em condições de controle, além
de dispositivos para coletar o óleo retido. O efluente oleoso escoa através das
câmaras, onde ocorre a separação, a remoção do óleo livre e possíveis sólidos
sedimentáveis da fase líquida. As gotículas de óleo coalescem formando gotículas
maiores que ascendem até a superfície, enquanto que os sólidos em conjunto com o
óleo adsorvido sedimentam e depositam-se no fundo. Os sólidos sedimentados (borra
oleosa) e camada de óleo (óleo livre) são removidos no processo de limpeza do
sistema. (SECRON; GANDHI; FILHO, 2010).

O sistema como referência para as atividades automotivas, é composto em


linhas gerais das seguintes etapas:

I - Caixa retentora de areia

A caixa de areia serve para reter os sólidos grosseiros e materiais


sedimentáveis (areia e lodo), provenientes dos chassis, rodas dos veículos e lavagem
de piso, que são conduzidos pela água. Essa caixa deve ter dimensões que
proporcionem velocidade baixa de fluxo, que produzam a deposição de areia e outras
partículas no fundo da caixa.

II - Caixa separadora de óleo

A caixa separadora de óleo tem a função de reduzir a velocidade do fluxo e


reter a maior parte do óleo livre proveniente da área de geração de efluentes, além de
pequena parcela de óleo emulsionado, especialmente as emulsões instáveis. O
efluente final é drenando para a caixa separadora de óleo B por gravidade.

III - Caixa coletora de óleo

A caixa coletora de óleo serve para receber o óleo que vem da caixa
separadora. É um depósito que deve ser esvaziado periodicamente. O óleo deve ser,
então, encaminhado para a reciclagem.

IV - Caixa de inspeção

A caixa de inspeção é onde a eficiência da remoção do óleo pode ser verificada,


e assim, finalmente, seguir para o sistema de drenagem urbana. O fundo da caixa de
inspeção deve ser feito com um enchimento de concreto e uma declividade mínima
de 1% (1 cm por metro) de modo a garantir um rápido escoamento e evitar a formação
de depósito.

Figura 1 - Croqui esquemático do SSAO.

Fonte: Construtora DRM.

Os critérios de dimensionamento, obtidos através de dados de Jesus (1985),


seguem relacionados no Quadro 3.

Quadro 3 – Dimensionamento de caixas separadoras de óleo.


Vazão Máxima (L/h) Diâmetro(m) Comprimento (m) Largura(m)

1426 0,60 0,75 0,38

2036 0,70 0,87 0,44

3351 0,90 1,13 0,56

4140 1,00 1,25 0,62

5976 1,10 1,50 0,75

9324 1,50 1,86 0,93


Fonte: JESUS, 1985.

Após a construção da caixa separadora de água e óleo, recomenda-se o seu


enchimento com água limpa para verificar possíveis rompimentos, vazamentos e,
além disso, para garantir que, quando ocorrer a chegada da água oleosa, o óleo não
seja carregado diretamente para a caixa de inspeção, certificando assim a eficiência
da separação do óleo. (ZEPPINI, 2013).
Periodicamente, os resíduos sólidos retidos que se acumulam nas caixas de
areia e no SSAO deverão ser retirados manualmente ou através de sistemas à vácuo.
Esta operação visa manter a eficiência do sistema e a não poluição do meio ambiente.

As tampas das caixas de visitas e sistemas de tratamento, principalmente no


caso de câmaras subterrâneas, deverão permanecer desobstruídas de forma que
possam ser inspecionadas para recebimento de manutenção periódica.

A frequência da limpeza deverá ser estimada em função da quantidade de


veículos lavados e material retido, acondicionando os resíduos em tambores ou
reservatórios apropriados, devidamente cobertos e protegidos das intempéries,
principalmente para evitar a proliferação de vetores.

Segundo a Agencia Nacional do Petróleo, os óleos retirados dos sistemas


separadores água e óleo devem ser encaminhados para empresas que realizam
refino. O refino de óleo consiste em um processo industrial onde os óleos lubrificantes
usados ou contaminados são submetidos à remoção de contaminantes dos produtos
de degradação e de aditivos. Ao final do processo, o produto obtido apresenta as
mesmas características do óleo lubrificante básico.

A distância máxima entre as caixas de areia e de inspeção deve ser de 20 m.


As tubulações de ligação deverão ter declividade mínima de 3 % (3 cm por metro).
Quando construídas em alvenaria, as caixas terão paredes mínimas de 20 cm, e a
dimensão mínima de 60 cm sendo revestidas de argamassa de cimento e fundo em
concreto. (JESUS, 1985).

As caixas separadoras de óleo serão construídas de modo a terem uma lâmina


líquida mínima de 40 cm e fecho hídrico mínimo de 35 cm. As caixas de inspeção
terão dimensões mínimas de 60 cm, com profundidade máxima de 87 cm. (JESUS,
1985).

Devem ser realizadas limpezas periódicas das caixas de areia e caixas


coletoras de óleo, cuja frequência depende do volume de serviços, ou seja, do número
de lavagens e trocas de óleo diário, podendo ser semanais ou quinzenais.
O material retido no fundo da caixa retentora de areia deve ser retirado e
encaminhado ao aterro industrial. O óleo retirado das caixas coletoras deve ser
acondicionado em recipiente próprio e encaminhado para reciclagem.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo foi desenvolvido com base em visitas técnicas no período


de fevereiro a maio de 2015 em uma empresa construtora e um posto de
abastecimento de automóveis que se utilizam de sistemas de separação de água e
óleo para tratamento da água utilizada na lavagem de seus veículos e peças, no caso
da construtora, como também nas trocas de óleo no posto de abastecimento.

Em cada estabelecimento foram verificados o funcionamento e a manutenção


do SSAO implantados, através de entrevistas não estruturadas com os proprietários
e responsáveis técnicos.

3.1. Construtora

A construtora civil está situada no município de Teutônia, a empresa possui


estrutura própria para manutenção, troca de óleo, além de serviços de manutenção,
lavagem e lubrificação, de seus veículos.

Estes veículos permanecem em constante movimentação pelo Estado e possui


licença de operação, além de bom sistema organizacional.

Em relação ao foco de avaliação do presente estudo, avaliado o SSAO onde


são realizados serviços de lavagens de carroceria e chassis de carros caminhões e
máquinas pesadas, além de operações de manutenção, limpeza e lubrificação de
peças.

As figuras 2 e 3 apresentam um aspecto geral das empresas avaliadas.


Figura 2- Panorama geral da Construtora.
Fonte: Do autor.

3.2. Posto de Abastecimento

O posto de abastecimento em questão está situado no município de Teutônia,


e apresenta serviços de abastecimento de gasolina e álcool. (Figura 3). A empresa
possui licença de operação, de acordo com previsto na Resolução CONAMA
319/2002, além de bom sistema organizacional, com gerência central e unidade da
rede.

Figura 3 - Aspecto geral do Posto de Abastecimento.


Fonte: Do autor.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Quando da visita a empresa construtora e ao posto de abastecimento foi


observado que ambos possuem o SSAO a fim de preservar o meio ambiente com
visão à proteção do nosso planeta em si.

No SSAO da construtora existem implantados três tanques, respectivamente


com volume de 500, 250 e 250 litros, onde a entrada e saída da água ficam em altura
média nos tanques sendo que a borra menos densa flota, estabelecendo-se na parte
superior e as areias ainda contidas sedimentam no fundo dos tanques, enquanto que
a saída na altura média leva somente a água por ter uma densidade intermediária
entre a fase oleosa e a areia. Na parte superficial onde ocorre a acumulação da borra
oleosa foram instaladas saídas por onde a borra oleosa é removida. Quando as saídas
instaladas para remoção da borra oleosa não forem eficientes suficientemente deverá
ocorrer a remoção manualmente. A borra oleosa removida é acondicionada
provisoriamente em um tonel de lata de 200 litros, e após a destinação final é realizada
por empresas devidamente habilitadas. As areias retidas também são removidas,
desidratadas e acondicionadas junto com as demais areias retiradas anteriormente.

No posto de abastecimento o SSAO é composto por 4 módulos: Gradeador


(que elimina sólidos como pedras, folhas, plásticos de balas, entre outras), Caixa
Separadora com capacidade de 320 litros (onde é realizada a separação entre água
e óleo), Módulo de Coleta Óleo (onde ficará armazenado o óleo após a separação),
Módulo medidor de vazão/coleta de amostras (que serve para verificar se a vazão do
sistema está de acordo com o dimensionado, e também coletar amostras que serão
enviadas ao laboratório para verificar se o tratamento está sendo feito
adequadamente. O sistema atua em quatro etapas, passando pelos módulos citados
acima que irão garantir a melhor qualidade do efluente. Ao final do processo a borra
oleosa é armazenada provisoriamente em um tonel de lata de 200 litros provisório até
que haja a geração de uma certa quantidade de resíduos contaminados com óleo,
para que viabilize o transporte.

A licença de operação prevê a realização da limpeza adequada do SSAO por


funcionário treinado por um responsável técnico, coletar e analisar semestralmente os
parâmetros físico-químicos determinados segundo a portaria 043/2009-FEPAM, além
de anualmente apresentar dois laudos de análise de cada caixa separadora da
atividade acompanhado com o laudo de coleta de efluentes líquidos corretamente
preenchidos e assinado pelo responsável pela coleta, responsável técnico da empresa
e empreendedor.

Quanto a manutenção dos sistemas separadores de água e óleo, foram


observados primeiramente, que os funcionários dos estabelecimentos possuem a boa
prática de observar com frequência os separadores, inclusive conhecem seus
princípios básicos, porém, preferem delegar a manutenção e vistoria dos separadores
a terceiros que executam a retirada do óleo para processos de rerrefino. Fenômenos
de obstrução de tubulações, danos físicos, mau posicionamento dos elementos
coalescentes, além de outros podem ser evitados com a realização dos
procedimentos mais simples.

Para saber a real eficiência destes SSAO foi estudado os resultados dos laudos
de cada empresa, conforme descritos nos Quadros 4 e 5.

Quadro 4 - Resultados da análise de água da empresa construtora.


Parâmetros Unidades Resultado
Demanda Química de Oxigênio mg O2/l 50,0
pH -- 7,04
Sólidos Sedimentáveis ml/l <0,1
Óleos e Graxas Totais mg/l 9,1
Fenol ** mg/l 0,036
** Análise de terceirizada no Laboratório Quimioambiental
Fonte: Laboratório L’ACQUA Tecnologia Ambiental Ltda.

Quadro 5 - Resultados da análise de água do posto de abastecimento.


Parâmetros Unidades Resultado
Demanda Química de Oxigênio mg O2/L 12,0
pH -- 6,0
Sólidos Sedimentáveis ml/L <0,1
Óleos e Graxas Totais mg/L <10
Fenol mg/L <0,003
Fonte: Laboratório ECONSULTING Gestão Ambiental e Higiene Ocupacional.
Conforme a Resolução CONSEMA 128/2006, o lançamento de efluente dos
SSAO dos dois locais de estudo atende aos parâmetros exigidos por lei.

Comparando os resultados das análises dos Quadros 4 e 5, o parâmetro que


mais varia é a DQO em 38,0 mg O2/L a menos no posto de abastecimento do que na
construtora, isso ocorre em função da vazão de cada estabelecimento.

Para atividades já implantadas o mínimo é de 160 mg/L, para vazões superiores


a 10.000 m3/dia, e máximo de 450 mg/L para vazões inferiores a 20 m 3/dia. Para
atividades a serem implantadas o mínimo é de 100 mg/L, para vazões superiores a
10.000 m3/dia, e máximo de 360 mg/L, para vazões inferiores a 20 m3/dia. (SECRON;
GANDHI; FILHO, 2010).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo constatou-se que a eficiência desse sistema está


diretamente ligada à quantidade de sólidos presente no afluente, à quantidade de
material oleoso presente no efluente a ser tratado sendo que quanto maior a
quantidade de sólidos e partículas oleosas presentes no efluente, existe uma
necessidade maior de tempo de detenção hidráulica, menores necessidades de
intervalos para realização da limpeza da caixa e a necessidade de diminuir a vazão
do efluente para não comprometer a eficiência do sistema.

Os órgãos ambientais do município precisam realizar visitas técnicas periódicas


aos estabelecimentos para avaliar os SSAO, se tornando conhecedores da realidade
encontrada nos empreendimentos.

Observou-se que os efluentes das atividades automotivas analisadas, em seus


respectivos sistemas separadores água e óleo, atendem e se encontram em
conformidade com os limites de lançamento de efluentes estabelecidos pela
legislação ambiental do estado do Rio Grande do Sul, para os parâmetros propostos
no protocolo de monitoramento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sistema Estadual de Proteção Ambiental, a elaboração, implementação e controle da
política ambiental do Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em:
<http://www.legislacao.sefaz.rs.gov.br/Site/Document.aspx?inpKey=97432&inpCodD
ispositive=&inpDsKeywords=> Acesso em: 12 de fevereiro de 2015.

CENTRO TECNOLÓGICO DE SANEAMENTO BÁSICO. Gerenciamento de riscos.


Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/gerenciamento-de-riscos/vazamento-
de-oleo/232-impactos-ambientais> Acesso em: 13 de fevereiro de 2015.

COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL. Instruções


para instalação do sistema separador de areia e óleo. Brasília, DF, 2010, 15p.

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 128, de 07 de


dezembro de 2006. Diário Oficial do Estado, Rio Grande do Sul, RS, 07 de dezembro
de 2006, p. 9. Disponível em:
<http://www.sema.rs.gov.br/conteudo.asp?cod_menu=216&cod_conteudo=7206>
Acesso em: 09 de março de 2015.

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 129, de 07 de


dezembro de 2006. Diário Oficial do Estado, Rio Grande do Sul, RS, 07 de dezembro
de 2006, p. 6. Disponível em:
<http://www.sema.rs.gov.br/conteudo.asp?cod_menu=216&cod_conteudo=7207>
Acesso em: 09 de março de 2015.

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 276, de 14 de maio de


2013. Diário Oficial do Estado, Rio Grande do Sul, RS, 14 maio de 2013, p. 1.
Disponível em:
<http://www.sema.rs.gov.br/conteudo.asp?cod_menu=216&cod_conteudo=8153>
Acesso em: 09 de março de 2015.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 450, de 06 de março
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CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 430, de 13 de maio de


2011. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 maio de 2011. Seção 2, p. 89.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>
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CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 357, de 17 de março


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