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A TENTAÇÃO DO MERCADO
Atos 20.28-35
Tudo indica que a filosofia ou a lógica do mercado é aplicada sobre a religião e, com o
auxílio da técnica, ou do marketing, ou da mídia, atinge-se o resultado esperado. E o
pior é verificar que neste "negócio", a espiritualidade cristã é relegada a plano
secundário.
1 - O MERCADO RELIGIOSO
O mercado religioso tornou-se muito atraente e competitivo, disputando consumidores
evangélicos e de outros credos. Há uma infinidade de produtos que atendem a um
público bastante exigente: desde gravações (discos, cassetes, vídeos, CD-ROM),
Bíblias, livros, camisetas, adesivos, souvenires, bolsas, cadernos etc., até os
congressos, consórcios, viagens internacionais, condomínios etc, elaborados só para
os "crentes".
Os conjuntos musicais e os shows de artistas evangélicos são uma das opções mais
lucrativas. Bons músicos cobram altos cachês e alcançam a fama com "discos de
ouro" que passam a ser o cartão-de-visitas dos evangélicos. Como tudo é legitimado
em nome de um ministério cristão, os crentes compram os produtos para incentivar os
artistas que se dizem "missionários" da obra.
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O título da matéria era "testemunheiros profissionais". São "estrelas" que, para dar o
seu testemunho, cobram milhares de reais, e exigem mais: passagens aéreas,
acompanhante, hotel ("o melhor da cidade"), som profissional etc. Ao que tudo indica,
esta "música" segue as tendências do mercado.
2 - OS BASTIDORES DO MERCADO
Observa o pastor Ricardo Barbosa, que "o Evangelho foi transformado em um produto,
a Igreja num grande supermercado, o homem num consumidor e o pastor num
gerente, administrador e empreendedor. A grande preocupação da Igreja hoje, dentro
dessa cultural neoliberal, é de como vender esse produto".
E, por causa disso, são ministrados cursos de capacitação para obreiros, tais como:
Como melhorar a receita de sua igreja? Como fazer a igreja crescer? Como
desenvolver um ministério eficiente? etc.
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3 - ENFRENTANDO O MERCADO
Infelizmente, tem havido uma profissionalização dos ministérios da Igreja. 0 que era
feito pelo Espírito Santo, nascendo do coração, da experiência profunda com Deus,
torna-se mecânico, vazio, técnico, sem qualquer envolvimento de alma. Alguns
parecem representar papéis, tirando vantagens dessas situações, e explorando a
crença das pessoas mais simples.
A Igreja jamais poderá ser confundida com uma empresa (Mt 21.12,13). Ela possui
uma origem e missão divinas que a distinguem de todos os demais grupos sociais.
Alerta o teólogo Jung Moo Sung, que "a grande diferença entre as empresas e a
Igreja, é que as primeiras não têm princípios ou valores a preservar, existem para
atender os desejos mutantes dos consumidores.
Todo este "esquema" comercial faz parte de um jogo de interesses que comprometem
a genuína espiritualidade descrita nesta revista. 0 nosso compromisso cristão é com o
Senhor, e não com as pessoas; com a Bíblia, e não com o mercado; com a genuína
espiritualidade, e não com a técnica; com a fé, e não com os artifícios.
Ao se levantar esta análise, crítica sim, mas muito sincera, espera-se que o Senhor
abra os olhos de sua Igreja, ajudando-a a combater as forças do Mal. Que esse alerta
nos ajude a servir melhor ao Senhor.
DISCUSSÃO
1. O que você pensa dos pagamentos e cachês que são cobrados pelos artistas
evangélicos?
2. Será que a comercialização da fé está ligada ao consumismo de nossa sociedade?
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