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Asim definido,o narrador figura entie 0s mestes © 0s sibio. [le sabe dar consehos: alo para alguns casos, como o provérbio mas ara muitos e805, como osibio. Pis pode reorrer ao acervo de toda ‘uma vida (uma vida que no incl! apenas a propria experéncia, mas fem grande parte a expertnca alhela.O narrador infunde 2 sua subs- ‘cla mais intima também nagollo que sabe por ouvir dizer). Seu dom 6 poder contar sua vida; sus dignidade & cont-la intra, © narrador {0 homem que podera deixar lz tee de sua narracto consurir completamente mecha de sua vida, Da a atmosfera incomparivel aque crcunda 0 narrador, em Leskov como em Hanif, em Poe como fe Stenvenson, O nrredor a fgura na quel ofsto se encontea con slgo mesmo, 1936 ‘SOBRE 0 CONCEITO DA HISTORIA, FF coninecido que deve ter havido um autémato construido de tal ‘modo qe potia esponders cada lence deur ogador de xadex com um contalance que he seers iran paride Un faoche west atures com um nargulen boca, senav-se date 0 tule, calocado sobee ume gan mess. Un ste de epehon evar ails de quea mes er alent vansparente. Na verde um ando corcunda se exconia nea um mete no adr, qe dla con corder a modo fanocke,Podemos imager ama contrat losin dese mecenismo, O fetoche, que chamamos "materialism istrict dove gunbar sempre. Ele pode enfentarquslqcr dso, dere quetome a seu servizoa teologl, qué oj reconecidamente Dequense fea endo ousa mosis dielanent, 2 “Ente os atebuos mais surpreendentes da alma humana’ dit Lote, "est, a0 lado de tant egosmo no individu, uma auséncs, no ge ral de inveje de cada presente com ago ase future, Ess reflex ‘ond-nos a pensar que a imagem éa flicidade que nutimos é t- talmente tingida pela Epoca que os foi tribuida pelo curso da nossa Dripriaexstncla. A felcidade capaz de susiar noses inveja existe a apenas no ar que respiramos com pessoas com as quais poderiamos ter converssdo, com mulheres que podeiam terse entrogado 16s Bm outraspalavras, a imagem da feiidade est indissoluvelmente li _guda da redengio.O mesmo ocore com a representasio da pasado, ‘que abistéria transforma em seu objeto. passadotraz consigo um in dic secrete, que oimpele&redengie. Pols ndo somos tocades por um soprodo ar que envolvea nossos antepasads? Nao existem, as vores '& que agora damos ouvidos, eco de vozes que emudeceramt No tem se mulheres que cortejamos ime que ela nfo chegaram a conhecer? Seassim é eno exste um encontro seretomarcado entre as graces precedents © a nose, Entio, lguém na terra esteve& nossa espera Se assim é,f-nosconcedida, como a cada geragio anterior & nossa, uma gl forga messdnica para qual passado dil um apelo. Fsse pelo no pode ser reetado impunemente, © materialist histrico sabe diso, 3 © croaiss que nara os acontzcimeatos, em dstingulrente 0s gran- esos pequenos, leva em conta a verdade de qe mada do que um dia aconteceu pode ser considerado perdi para a histra, Sem dvi somente a humanidae redimida obteréo sex pasado completo. Isso «ver dizer somente para a humaniade reid seu passadotornou- -$ecitivel em cada um dos seus momentos. Cada um dos seus momen {0s vildostansforma-se aura cation & Forde du jour — ees dia & Jstamente odo juz ial 4 “Lata primeira pel alimetagio eeo ves, em segulho eae de Deus vir pos mesma eg 1007 ‘Auta de clases, que um historiador educado por Mar jamais pede de vista, € uma lta pels coisas bratase materia, sem as quas nio ‘existe as refinadase espirtuas. Apesir dss, estas étimas nio po- ‘dem ser repreventadas n lta de classes como despojos atibaidos 10 vencedor. las vivem nessa Its soba forma da confiansa da coragem, do humor, asst da freza, eatuam revostvamenteatéos tempos mas remots, Els questionaro sempre cd vitra ds dominadores. ‘Assim como as flores diigem sva coro par oso, 0 passed, gragas ‘um mistriogoheliottopismo, anseia por diigr-s para o sol que s€ Jevanta no cf de hitérta, O materia histzio deve fea atento a ssa tuansformaglo, a mals ipercepivel de todas 3 ‘A. verdadeira imagem do pastado pose voando, O passado a5 ve deixa capturar como imagem que rlampejaievesivelmente no momento de sua conhecibiidade. “A verdade jamais nos escapard" — essa fase ‘de Gottied Keer indies, na imager da histris do historiclsme,exa- ‘amenteo local em que 0 materalismo histrico o esmaga Pis € uma Jimagem irrecuperivel do passado que ameaga desaparecer com cada presente que nto se sint vised por ea, 6 ticular hisericamente 0 pssado nto significa conhect-o “tal como ‘le de ao fo Signicaapropria-se de uma recordagio, como ela re- Tampeje no momento de um pergo. Para o materialism histirico,tr- ta-sede xara imager do passado da maseira come clase apresenta inesperadamente a0 set histreo, no momento do perigo © peeigo ameaga tanto a existincia da tradio como 0s que a recebem, Ele & lim ee mesmo pare amor entrgarse is classes dominants, como seu instrument Em cada época € preciso tetar arencar a tadigio 20 conformismo, ue quer apoderar-se dla. Pois © Mesias nio vem ape- ‘as como redentoe ele vem também como o vencedor do Anticristo. (© dom de despertar no pasado as centelhas da esperanca€priviléio elusiv do historiadosconvencide de que tampouco os mortsestardo fem sogranga seo nimigo vence. Eee inimigo mio tem cessedo de “Pens na eacurido eno grande io esse ale ond eam ements” ec, Opera dost int Fustel de Coulangesrecomenda ao historladorineressado em revver uma époce que eaqueg tudo o que sabe sbrefasespostesiozes da his ‘6ea.Impossivelcaacterizar malbor o método com o qual rompeu © tater bistérica Esse méeodo € 0 da empatia (nfs). Sua ‘origem € a indrela do corazto, acd, que desanima de apropriar se «de auténtica imagem histrica, em seu rlampear fuga. Par 0 teo- soemedievais,aacesia ero primeiro fundamenta da tstza.Haubert, ‘que conhecie,esreven"Pea de gens devineront combien a faliuétre tse pour essusciter Carthage A naturera devs (csteza se tormard sais dara se nos perguntarmes com quem o investigadorhistricita ‘xtabelece propeiamente uma relagto de empatia A resposta¢inequ ‘ca: como vencedor. Or, o8 que num momento dado dominam sio ‘osherdeiros de todas os que venceram ate, A empatia com ovencedor benefice sempre, portato esses dominadores, Iso jf dro sufcente para o materialist histérico Todos os que até agora venceram prti> ‘pam do corto trunfl, que os dominadores de hoje conduzem por sobre 0 corpot dos que hoje esto prostrados no chio. Os dspojos io carregados no cortejo triunal, como de paxe less chamados 4d bens culturais © materiale histérico os observa com dstancla ‘mento, Pisodos ox bens clara que ele vm uma origem sobre a qual ele no pode reer sem horror Devem sua exstnca nto somen- te a0 esforgo dos grandes génios que os craram, mas também & seri dio andnima dos seus contemporineos. Nunca honve um documento da cultura que no fosesimultaneamente um document da barbire, E assim come o propo bem cultural nfo ¢isento de barbie, tmpou- £00€0 proceso de transmissio em que fot passa aint. Pors0,0 rateriaita histrico se desvia dase proceso, na medida do pesivl le considera stare escovarahistria a coteapelo. [A tadigho dos oprimidos nos ensina que o “estado de excesio" (Churamesustand’) em que vivemos € a rept. Precsamos constrit ‘um conceito de hstvia que corresponds sexe ensinament,Peresbe- remos, asim, que nossa trea éorignar um verdadero estado de ex ‘caelore com isso nosss posto ficard melhor a lua conta o fascism. Exe se benefcla da lrcunstincia de que seus adversities 0 enfrentam fem nome do progress, consierado como uma norma histria. — (© assomibro com fato de que os episéios que viveros no skeuos XX. “ainda sejam posi, nao € um astro fas, Ele no gerane- sshum conheciment, «nto sero conhecimento de quea concepsio de historia em que se origina &insustentve. “Mina ase et pron par.o vo prefrrisetoceder pois setambém eu seule cota vivo seria nla” ork Scolm, Sando dosjo ium quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Nelo etédesenbs-

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