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Gestão de Equipas
Paulo Nogueira
Gestão de equipas
Acção: EFA-NS
Supervisão e Inspecção de Redes de Gás
Modalidade: EFA
Itenerário: T. Gás
UFCD: 4969 – Gestão de equipas
Duração: 25 horas
Nivel: III
Local: Centro de Formação Profissional de Coimbra.
Formador: Paulo Nuno Brás Roque dos Santos Nogueira
EFA - NS
Gestão de equipas
Conteúdo
Introdução............................................................................................................. 4
1. Introdução à gestão de equipas................................................................ 5
1.1. Conceitos genéricos .............................................................................. 5
1.1.1. Pressupostos da Gestão de Equipas de Trabalho ............................. 6
1.2. Liderança ................................................................................................. 7
1.2.1. Princípios de liderança .......................................................................... 7
1.2.2. Caracteristicas do líder .......................................................................... 9
1.2.3. Estilos de Liderança .............................................................................. 11
1.2.4. As funções do Líder .............................................................................. 13
1.2.5. O Líder "Coach"..................................................................................... 14
1.3. Diferenças de Precepção ................................................................... 16
1.3.1. Diferenças individuais .......................................................................... 16
1.3.2. Sistemas de representação interna ................................................... 21
1.4. Gestão do Conflito ............................................................................... 28
1.4.1. Tipos de Conflitos .................................................................................. 29
1.4.2. Diferentes formas de lidar com o Conflito ........................................ 32
1.4.3. Habilidades para gerir o conflito........................................................ 34
1.4.4. Doze dicas para melhor gerir os conflitos ......................................... 35
1.5. Delegar com eficácia.......................................................................... 37
2. Grupos profissionais ..................................................................................... 39
2.1. Estatuto das Entidades ......................................................................... 39
2.1.1. Grupos profissionais .............................................................................. 39
2.2. Entidades envolvidas ........................................................................... 40
2.3. Legislação .............................................................................................. 43
Anexos.................................................................................................................. 45
Bibliografia ........................................................................................................... 56
Webgrafia............................................................................................................ 56
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Gestão de equipas
Introdução
A tarefa de gerir é uma equipa, muitas veses é uma tarefa solitária para quem a exerce.
Ter de tomar as mais variádas decisões, sabendo que elas se prendem unicamente com os
interesses e objectivo da equipa, mas que, por veses, não são nada simpáticas pera algum
elemento particular, causa tensões que é preciso, também elas, serem geridas.
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O papel do gestor é um papel dificil, pois ele tem de ponderar vários factores, em
particular o factores Humano, com todas as suas particularidades individuais, valores, crenças e
identidades próprias de cada indivíduo por si só.
Conteúdos
Avaliação
A avaliação dos Formandos é efectuada de forma contínua ao longo das sessões, sendo
validade com um trabalho individual final a apresentar até à última sessão do módulo.
Objectivos
No final do módulo os Formandos deverão ter adquirido os conhecimentos básicos
para gerir equipas multidisciplinares.
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Distribuição dos recursos, escassos, disponíveis de forma a melhor
Gestão alcançar e maximizar os objectivos
A equipa, deve trabalhar orientada para um objectivo específico comum, sendo cada membro
responsável pelo resultado final, o que quer dizer que caso haja ou não sucesso, a
responsabilidade é de cada um e de todos.
Contudo, essa responsabilidade só poderá ser imputada a cada um e a todos, se os objectivos
forem claramente definidos e comunicados para que todos tenham perfeita consciência daquilo
que têm de atingir.
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1+1+1>3
Para que uma equipa de trabalho seja bem sucedida, terá que observar algumas
características fundamentais, das quais se destacam:
Liderança;
Estabelecimento de objectivos precisos, clarificados e definição de processos de
acompanhamento;
Processo de tomada de decisão devidamente fundamentado;
Capacidade de agir em funções das decisões tomadas;
Processo de comunicação livre, franco e aberto;
Domínio das capacidades técnicas necessárias para levar a cabo o objectivo proposto;
O equilíbrio entre as pessoas preparadas para trabalhar em conjunto, tendo em vista os
objectivos da equipa;
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1.2. Liderança
Líderar é um acto interinseco à pessoa que pessoa que a exerce. Não há cursos de liderança,
justamente por a liderança não se ensinar, contudo pode ser aprendida. Essa aprendisagem é
fruto da dedicação, prática e racionalidade do indivíduo. É emoção e, sobretudo, capacidade de
relacionamento, primeiro com o próprio e depois com o outro.
Liderar é a capacidade de orientar, controlar, dirigir, analisar e influenciar pessoas em direcção
a um objectivo comum.
Liderar é diferente de chefiar. Enquanto o Chefe precisa de empenhar esforços para conseguir
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ser obedecido e atingir os padrões mínimos, o Líder é capaz de levar as pessoas a empenharem-
se, focando visões grandiosas de forma a fazer as suas equipas atingirem novos níveis de
actuação. Daí o chavão “Ao Chefe obedece-se, o Líder segue-se”
Liderança Gestão
Líderes Gestores
Inovam. Administram.
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Competências do líder
Tipos de
Incluem
Competências
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Para se ser Líder é preciso aprender pela observação, pelo estudo, pelas tentativas, pelas
próprias experiências ou de outros Líderes, como se deve fazer para Liderar. É preciso:
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1.Querer ser Líder
2. Saber Liderar
"A Liderança é a arte de conseguir que um outro faça alguma coisa que
você quer feita porque ele quer fazê-la.”
Visionário
Confiável
Comprometido
Objectivo
Proactivo
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“Se tiveres que ditar a conduta aos outros, fazei com que a tua própria
conduta seja irrepreensível.”
“O Líder que exercita o poder com honra trabalhará de dentro para fora,
começando por si próprio.”
“Nos termos mais simples, um Líder é aquele que sabe para onde quer
ir, que se levanta e vai.”
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“O verdadeiro Líder é aquele que forma novos Líderes para auxiliá-lo a Liderar.”
Dirk Wolter
- da maturidade do grupo;
- do clima;
- do nível de expectativa;
- Autocrática
- Liberal ou Laissez-faire
- Democrática
Autocrática
Na Liderança Autocrática o Líder foca-se unicamente nas tarefas.
Este tipo de Liderança também é chamado de Liderança Autoritária ou Directiva, porque o
Líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados.
Características Efeitos
• O líder fixa as directivas sem participação • Desmotivação;
da equipa; • Tenção e Conflitos;
• O líder determina as proveniências e as • Imaturidade;
técnicas para a execução das tarefas, à • Não há satisfação face à tarefa,
medida que são necessárias; • Agressividade secreta;
• O líder determina qual a tarefa que cada • Ausência de espontaneidade e iniciativa;
um deve executar; • Perda de recursos;
• O líder exerce coerção; • Dependência face ao líder;
• O líder exige submissão. • Comunicações superficiais e
estereotipadas.
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Liberal ou Laissez-faire
Neste tipo de Liderança o grupo atingiu a maturidade e não precisa de supervisão extrema do
seu Líder. Os liderados ficam livres para pôr os seus projectos em prática sendo delegado pelo
Líder liberal.
Características Efeitos
• O grupo tem liberdade completa para • Baixa produtividade;
decidir; • Experiências insatisfatórias;
• A participação do líder é limitada, • Anarquia;
esclarecendo apenas quem pode fornecer • Afastamento das tarefas e objectivos
informação ao grupo; propostos;
• O grupo decide sobre a divisão de tarefas • Rivalidade; 12
sem a participação do líder; • Agressividade;
• O líder não regulamenta, nem avalia o que • Luta pelo poder;
sucede no grupo. • Risco de desagregação do grupo;
• • Revolta contra o líder
Democrática
Também denominada de Liderança Participativa ou Consultiva, este tipo de Liderança é
dirigido para as pessoas onde existe participação dos liderados no processo de decisão.
Características Efeitos
• Os objectivos são apresentados pelo líder • Responsabilização;
e discutidos pelo grupo; • Integração do líder,
• As directrizes são fixadas pelo grupo, • Aproveitamento de recursos;
tendo o líder por função estimular e • Comunicações mais profundas;
assistir; • Criatividade;
• O grupo determina as providências e as • Motivação e satisfação face à tarefa;
técnicas para atingir os objectivos, sob • Diminuição de conflitos;
orientação e aconselhamento do líder; • Coesão do grupo.
• O grupo decide sobra a divisão de tarefas;
• O grupo decide, debate e estabelece
consensos, sob orientação do líder;
• O líder é um elemento do grupo: participa
e faz participar.
O Líder tem de adaptar o seu estilo de liderança à equipa que lidera, sendo o seu papel, cada
vês mais, não o de “saber tudo” para ser “saber utilizar o conhecimento”.
É atravez da utilização do conhecimento que o Líder proporcionará a melhoria contínua da
equipa, actuando sobre as áreas críticas da acção, ou seja sobre o desenvolvimento de
competências.
O desenvolvimento de competências, pasa pelas áreas do conecimento – ele tem de saber do
“assunto” – das habilidades – ele tem de saber e fazer – e pelos comportamentos – como ele age
é exemplo para a equipa.
Em conclusão, o desenvolvimento de competências envolve “saber saber” e “saber fazer”, ao
que se pode juntar o saber estar.
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Ao desenvolver a sua equipa, ele deverá comunicar para que os membros contribuam de
forma positiva para a obtençao dos objectivos, de acordo com as politicas da organização,
exercendo o seu “poder” de influênciador. Tem ainda por obrigação, exercer o controlo de toda a
actividade, conferindo se cada elemento está a contribuir da forma como foi planeado para que
possam ser corrigidos eventuais desvios e aferir da eventual necessidade de alterar os planos.
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O Líder de hoje já não pode ser apenas um simples Líder, ele tem dir ir mais além. Esse além
pode ser um programa de coaching.
Enquanto Coach, para alem de Líder, ele é um professor - na perspectiva de que “ensina” a
raciocinar – um transformador – porque contribui e estimula a mudança de comportamentos – e
um motivador – incentiva permanentemente a melhoria contínua.
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Ser Coach é saber dar as ferramentas necessárias para que a sua equipa chegue às suas
próprias soluções. É levar “à letra” o ditado “em vez de dares um peixe, ensina a pescar”.
O processo de coaching assenta em cinco pilares, sendo que o requisito essencial para
garantir a sua execução, e obter resultados, é o compromisso dos colaboradores.
Esses cinco pilares são:
1. Foco
2. Envolvimento
3. Desenvolvimento
4. Gratidão
6. Responsabilização
1. Foco
Os colaboradores sabem o que fazer no seu trabalho, sabem o que é esperado deles e
estão conscientes dos valores e normas da equipa e da organização. Sabem para onde vai a
equipa e quais são as prioridades.
Embora os planos da equipa possam mudar, o caos e a insegurança raramente estão
presentes.
2. Envolvimento
Os colaboradores sentem que têm algo a dizer sobre os assuntos que tem impacto neles,
no dia-a-dia profissional. Dão o seu contributo para a planificação, resolução de problemas e
tomadas de decisão que afectam o seu nível de responsabilidade. Sentem-se incluídos.
3. Desenvolvimento
As oportunidades para aprender e crescer são apoiadas e incentivadas.
Ajudar as pessoas a fortalecer constantemente os seus conhecimentos, competências e
experiências é uma prática comum.
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4. Gratidão
Os bons desempenhos são notados e reconhecidos.
5. Responsabilização
Os colaboradores recebem responsabilidades e a autoridade para as poderem
desempenhar, o que lhes cria o desejo de produzir resultados de excelência.
Desempenhos fracos ou o deixa andar não são tolerados, enquanto que avaliar o
progresso e dar conta dos resultados, são prática comum.
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“ A diferença entre o estilo eficaz e ineficaz não depende unicamente do
comportamento do Líder, mas da adequação desses comportamentos ao
ambiente onde ele desempenha as suas funções.”
Fachada, 1998
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Mas, porque cada indivíduo interpreta a realidade de uma forma diferente? Essa interpretação
diferente da realidade deve-se ao facto de cada pessoa percebe o mundo de forma diferente! Mas,
porque é que cada pessoa percebe o mundo de forma diferente? Porque a interpretação das
experiências sensoriais varia de indivíduo para indivíduo, sendo influenciada por factores internos,
tais como:
- Fisiológicos
- Emocionais
- Cognitivos
- De personalidade
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Abraham Maslow foi um psicólogo americano, conhecido pela proposta hierarquia de necessidades de Maslow.
Trabalhou no MIT, fundando o centro de pesquisa National Laboratories for Group Dynamics.
A pesquisa mais famosa foi realizada em 1946, em Connecticut, numa área de conflitos entre as comunidades negra e
judaica. Aqui, ele concluiu que reunir grupos de pessoas era uma das melhores formas de expor as áreas de conflito. Estes
grupos, denominados T-groups (o «T» significa training, ou seja, formação), tinham como teoria subjacente o facto de os
padrões comportamentais terem que ser «descongelados» antes de serem alterados e depois «congelados» novamente —
os T-groups eram uma forma de fazer com que isto acontecesse. (Wikipédia)
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“Embora a teoria de Maslow tenha sido considerada uma melhoria em face das anteriores
teorias da personalidade e da motivação, ela tem seus detratores. A principal delas é que é
possivel uma pessoa estar auto-realizada, contudo não conseguir uma total satisfação de suas
necessidade fisiológicas.
Em sua extensa revisão das pesquisas que são dependentes da teoria de Maslow, Wahba e
Bridgewell acharam pouca evidência desta hierarquia de necessidades, ou mesmo da existência
de alguma hierarquia.
O economista e filósofo chileno Manfred Max Neef tem argumentado que as necessidades
humanas fundamentais são não-hierárquicas e são ontologicamente universais e invariáveis em
sua natureza - parte da condição de ser humano. A pobreza, argumenta, é o resultado de uma
destas necessidade ter sido frustrada, negada ou não plenamente realizada.” (Wikipédia)
“Com a evolução das sociedades, as realidades são bastante diferentes das de 1968,
contudo, permanece inalterável a necessidade das satisfações humanas como as de alimentação,
saúde, educação, segurança e protecção, quer dos elementos naturais quer do trabalho, de dar e
receber afectos enquanto seres sociais, ….
Uma das evoluções foi o papel social do estado, que por via de legislação instituiu que muitas
das necessidades primárias sejam supridas, através de subsídios para a sobrevivência das
famílias, tais como subsídio de desemprego, de reinserção e outros.
Devido a esta evolução das sociedades, foi lançada a discussão da actualidade da Pirâmide
de Maslow que, no entender de vários autores, com os quais concordo, continua perfeitamente
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actual. Apenas, e por força de vivermos em sociedades mais ricas, acrescentámos novos meios
para satisfazer as necessidades. Por exemplo, não vejo que a posse de um automóvel possa ser
uma necessidade a satisfazer! Contudo, a sua utilização enquanto meio de trabalho pode ajudar a
suprir a necessidade de alimentação (necessidade fisiológica), ou enquanto meio de deslocação
pode suprir a necessidade de segurança, e dependendo da marca ou modelo, pode suprir uma
necessidade social.
A proliferação de novas religiões e os cursos e livros de auto-ajuda são indicadores de que as
pessoas estão cada vez mais voltadas para a satisfação de necessidades secundárias – auto-
estima e auto-realização. Se mais pessoas procuram auto-realização, significa que há menos
pessoas com necessidades básicas?! 19
Então, é importante perceber o que nos motiva actualmente?
Sim! e a resposta normal é o “dinheiro”.
Nas empresas é comum estabelecer prémios monetários. É perfeitamente normal e aceitável,
afinal o Prémio Nobel também o é! Mas quando recordamos um galardoado com esse prémio
fazemo-lo pelos milhões de euros que recebe ou pelo reconhecimento do seu contributo para a
sociedade?
Sem dúvida, o dinheiro é um meio de satisfação e motivação importante, mas se o Prémio
Nobel fosse apenas a Medalha e o Diploma entregue a cada galardoado, o seu prestígio diminuía?
Normalmente associamos “bons” salários, mais regalias, planos de carreira bem estruturados,
entre outros factores, à forma de atrair os profissionais com o nível de competências desejado.
Concordo que estes factores podem ser um sinal positivo imediato que predispõe para a
motivação. Mas até quando é que é esses factores são válidos? Até quando esse salário é
considerado “bom”? E a carreira? Até onde pode ir? Estes incentivos são pequenos contributos
para a motivação enquanto forem sendo ajustados de acordo com o desempenho e ao longo da
carreira. Mas quando pensarem que podem encontrar melhores recompensas pelo seu trabalho, a
onde vai cair a motivação?
Por vezes, as empresas gastam somas avultadas de dinheiro em prémios e comissões para
“motivar” os seus colaboradores, quando a verdadeira motivação é o que eles podem comprar
com esse dinheiro, ou seja a melhoria da sua qualidade de vida. Se assim é, já pensou se fosse a
empresa a proporcionar directamente a satisfação do desejo do colaborador? Retirava-lhe
preocupações de procura, escolhas, reservas, marcações, etc. Ele ficaria menos motivado? E para
a empresa, o custo seria assim tão mais elevado? (…)
(…) O que verdadeiramente o motiva? Quais são os seus sonhos e objectivos de vida? Que
necessidades quer satisfazer? E quais as razões para as satisfazer?
A verdadeira motivação depende das razões porque queremos atingir determinados
objectivos. Por muitos e bons objectivos que tenha expresso, se eles não forem suportados por
uma verdadeira e forte razão para que faça tudo o que for necessário para o atingir, esses
objectivos não passarão de meras intenções.
Aquilo que verdadeiramente nos motiva depende de factores internos, daquilo que somos, do
que nos tornamos, da nossa atitude, de como nos desenvolvemos por iniciativa própria.
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Dois factores importantes para que, internamente, nos motivemos verdadeiramente são o
profissionalismo e a auto-renovação constante.
Pelo menos um terço da nossa vida, enquanto activos, é passada a trabalhar. Fazê-lo de
acordo com os procedimentos correctos, entregando um serviço completo, com qualidade e de
acordo com um compromisso, é um factor motivador positivo que conduz ao desenvolvimento
profissional e pessoal, que será reconhecido pela organização ou eventualmente, também pela
sociedade.
Por outro lado, ao estimular a auto-renovação constante, ou se preferir a auto-aprendizagem,
permitimo-nos uma melhor preparação para que, a partir de pequenas coisas perfeitamente
alcançáveis, enfrentemos novos desafios, provocando verdadeiras transformações, quer a nível 20
profissional, quer pessoal.
Por fim, acrescentaria ainda um terceiro factor: a capacidade de assumir as responsabilidades.
A capacidade de assumir responsabilidades, de alguma forma complementa os dois anteriores. De
facto, ao ser profissional e promover a sua auto-renovação contínua, adquire uma maior auto-
confiança, não só pelo decurso da sua vida profissional mas também pela aquisição de novas
competências. Essa auto-confiança, só por si já é factor de motivação, resultando num maior auto-
domínio que facilitará, quando necessário, a tomada de decisões. Ao fazê-lo e ao assumir os seus
actos, de forma responsável e não levianamente, defendendo as razões das suas decisões ou ter
a capacidade de assumir o erro, porque ele estará sempre presente, será visto pelos demais como
um líder, mas um líder consequente das suas verdadeiras responsabilidades e não um chefe que
assume as responsabilidades inerentes ao seu cargo.
Ao conseguir conciliar estes factores geradores de motivação, os efeitos serão visíveis e a sua
ascensão será mais provável. Profissionalmente, a probabilidade de promoções é maior e
pessoalmente será reconhecido frequentes vezes. E isso não é motivador?
Resumindo esta abordagem, aquilo que nos motiva, antes de tudo, somos nós próprios ao
levar de forma séria o nosso trabalho, nós enquanto indivíduos, e a desenvolvermo-nos para
estarmos à altura das solicitações quotidianas.”2
Concluindo:
O factor humano tem um peso determinante dentro da equipa.
Para uma boa gestão de equipas é fundamental ter consciência das características
particulares de cada elemento da equipa.
Só será possível aproveitar ao máximo as potencialidades de cada elemento e/ou
colmatar as suas dificuldades se integrar-mos as duas anteriores conclusões.
2
Paulo Nogueira, in defineaccao.blogspot.com
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Gestão de equipas
Como vimos, no início do ponto anterior, as nossas diferenças individuais estão cimentadas
naquelas que são as nossas interpretação das experiências sensoriais, que varia de indivíduo
para indivíduo por influenciada de factores internos.
As maneita que temos de adquirir as informações externas, da realidade, é atravez dos cinco 21
sentidos - visão, audição, tato (sensação), olfato e paladar – denominados Sistemas de
representação. Internamente, vamos processar essa informação adquirida, através do nosso
sistema de representação, e fazer a nossa própria representação interna, que são padrões de
informação que criamos e armazenamos na nossa mente através de combinações de imagens,
sons, sentimentos, odores e sabores. É esta a forma como armazena e codificamos nossas
lembranças.
Mas o que acontece com toda essa outra informação? Ela é filtrada da sua percepção
consciente pela omissão (isto é, como você sente cada momento), pela distorção (isto é, pela
simplificação) ou pela generalização. O que cada um realmente omite, distorce e generaliza
depende das suas crenças, linguagem, decisões, valores, memórias, meta programas, etc., ou
seja dos seus filtros perceptivos (idéias, experiências, crenças e linguagem que dão forma ao
nosso modelo de mundo).
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Gestão de equipas
"Acho que nos vamos defrontar com um problema difícil de carregar nos ombros.
É hora de manter os pés bem firmes no chão e ficarmos juntos."
"Preciso discutir esse negócio consigo. Embora haja risco, o que ele promete
soa-me bem. Gostaria que você me desse a sua opinião".
"Se você examinar com atenção a nossa proposta, verá que tentamos conciliar o
seu ponto de vista e o nosso. Não consigo perceber o que o preocupa nesta
proposta."
Os predicados são palavras que repousam sobre uma base sensorial. Aquele que lhe diz estar
vendo claramente o cerne da questão indica que naquele momento está a construir a sua
experiência interna de maneira visual. O que alega não ter contato consigo indica que ele está a
avaliar a experiência que possui do relacionamento consigo de modo cinestésico.
Por mais surpreendente que pareça, os nossos interlocutores dizem-nos a cada instante
o que estão a fazer interiormente. Além disso, fazem-no também de forma não verbal, através dos
gestos e movimentos oculares.
Abaixo descrevem-se algus exemplos de palavras de base sensorial.
Visual (V) Auditivo (A) Cinestésico (K ou C) Inespecíficos
ver, olhar ouvir, falar sentir, tocar percebe
mostrar, perspectiva dizer, escutar em contato com experimenta
imagem perguntar, dialogar conectado, relaxado entende
claro, esclarecer acordo, desacordo concreto, pressão pensa
luminoso, sombrio soar, ruído sensível, insensível aprende
brilhante, colorido ritmo, melodioso sensitivo, delicado processa
visualizar, iluminar musical sólido, firme, imobilizado decide
vago, impreciso, nítido harmonioso mole, ferido, ligado motiva
brumoso, uma cena tonalidade, discortante caloroso, frio considera
horizonte, clarão sinfonia, cacofonia tensão, duro, excitado muda
fotográfico gritar, urrar carregado, descarregado tem em mente
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Certos predicados não são precisos do ponto de vista sensorial, e é esta a razão por que uma
frase não lhe dará indicação nesse domínio. Caso de palavras como: compreender, pensar,
recordar-se, saber, crer etc. Nesse caso, perguntas simples, do tipo "Como é que você sabe
isso?" ou "Como é que você faz para aprender isso/recordar-se etc.?", permitem obter a
informação. Seu interlocutor o informará do processo interno que utiliza. É provável que você
receba respostas como: "Bem, vejo que...” ou "Digo a mim mesmo que...", ou ainda "Sinto que..."
Às vezes, ao contrário, você descobrirá vários sistemas utilizados na mesma frase.
Mesmo nesse caso, o sistema dominante fica facilmente referenciável. A primeira pessoa é
provavelmente visual. A sua estratégia consiste em traduzir o que você diz (A) em imagem (V).
Seja A V. É assim que as suas palavras podem tomar um sentido para ela.
A segunda é de dominante auditiva. Ela traduz o vivido cinestésico do parceiro em termos
auditivos. É utilizando tal registro que ela dá sentido às suas palavras.
Para ilustrar uma combinação diferente, em circunstâncias semelhantes, um cinestésico
teria podido dizer: "Sinto muito bem o que você me está a dizer." É a frequência de emprego
desses termos que permite determinar a dominante sensorial.
Ao escutar cada uma dessas frases, temos condições de saber como o indivíduo constrói
instante a instante sua experiência da realidade. Numa situação de tomada de decisão, por
exemplo, para o visual, ver é crer; já o auditivo precisa de algo que lhe fale; o cinestésico terá
necessidade de senti-lo.
Estas informações têm repercussões importantes em matéria de comunicação e podem
mostrar-se decisivas no campo profissional.
Certamente já ouviu a expressão “os olhos são o espelho da alma”. Os seus movimentos
esrão relacionados com os nossos modos de pensar. Eles são indicadores não do conteúdo dos
nossos pensamentos, mas do "como pensamos".
Os movimentos dos nossos olhos dependem dos processos neurológicos activos quando da
construção das nossas representações. Trata-se realmente de "movimentos" observáveis para
cima, ao centro ou dirigidos para baixo, e não das interpretações que cada qual pode alimentar a
propósito deles: "Ele tem o olhar triste", "alegre", "sombrio", "límpido" etc.
Tais movimentos, frequentemente são rápidos (menos de um segundo) e sucedem-se um ao
outro. Assim, prestando atenção às relações que existem entre a linguagem sensorial de uma
pessoa e os seus movimentos oculares, poderá observar que, do ponto de vista do observador:
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Gestão de equipas
Os movimentos dos olhos precedem a expressão verbal do pensamento. Assim, a forma como
determinada pessoa, repetidamente, movimenta os olhos, denominada pistas de acesso ocular,
pode ser um indicador de qual o sistema privilegiado de representação utilizado por essa pessoa.
Assim, por exemplo, se, por ocasião de uma série de perguntas que faz a um de seus
interlocutores, prestar atenção aos movimentos oculares dele no momento em que prepara a
resposta que vai dar, poderá observar que ele tem tendência a ergue-los ou baixá-los. Poderá
então deduzir o sistema de representação a que ele recorre para responder. Será suficiente então
verificar a sua hipótese, colocando-a em relação com os predicados empregados quando da
resposta verbal.
O movimento dos olhos é, portanto, um outro meio de acesso aos processos internos de
representação do seu interlocutor.
Frequentemente, os movimentos dos olhos e predicados trabalham em uníssono. Aquele que
sente utiliza o vocabulário cinestésico enquanto seus olhos dirigem-se para baixo à esquerda.
Aquele que usa termos auditivos conserva os olhos horizontalmente, e aquele que emprega
termos visuais desloca os olhos para cima. Quantas vezes, em resposta a um pedido de
informação, você já observou o interlocutor responder "vejamos", enquanto deslocava os olhos e a
cabeça para cima, como se quisesse procurar a resposta no tecto.
Em outros momentos, predicados e movimentos dos olhos diferem: "Sinto-me bem nesta
situação" (predicado C), acompanhado de um movimento dos olhos para cima à direita (V).
Quando predicados e movimentos dos olhos diferem, os predicados indicam o sistema com o
qual a pessoa dá um sentido à situação que está a viver. É o sistema de representação
propriamente dito. Os movimentos dos olhos indicam o sistema condutor que esta pessoa toma
emprestado para chegar a essa representação. No exemplo anterior, a pessoa viu interiormente
alguma coisa (Vi). Foi a visão desta imagem que o conduziu ao sentimento. Daí o nome de
sistema condutor.
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Gestão de equipas
Auditivo
Auditivo recordado
construído
Auditivo Digital
Cinestésico diálogo interior
Do livro
Neurolinguística nos Negócios - Técnicas de PNL para desenvolver suas habilidades gerenciais
David Molden - Editora Campus
Para cada uma das perguntas abaixo existem três respostas. Escolha aquela que lhe parece
mais natural. Faça isso rapidamente, e gaste poucos segundos com cada pergunta.
a) Ver a imagem?
b) Falar sobre o assunto consigo mesmo e com outras pessoas?
c) Sentir como ele pode evoluir?
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Programação Neurolinguística
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a) Conjecturar ideias?
b) Imaginar diferentes perspectivas?
c) Falar sobre as opções?
a) Anunciar a novidade?
b) Projectar uma imagem clara, para que todos vejam?
c) Dar uma “palmada” nas costas de cada um?
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Gestão de equipas
Pontuação:
Para calcular as suas respostas, escreva o número 1 na coluna próxima a cada resposta
escolhida. Deixe as outras duas colunas em branco.
Quadro de pontuação
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 27
1 a b c
2 b c a
3 b a c
4 b a c
5 c b a
6 a b c
7 a c b
8 b c a
9 b a c
10 c a b
11 a b c
12 c b a
Totais
Visual
1. Olhar à sua volta, fechar os olhos e visualizar o que estava a ver antes.
2. Jogo da memória, caça-palavras, jogo das 7 diferenças.
3. Perceber o maior número de cores à sua volta.
4. Quando andar na rua preste atenção aos prédios, árvores e edifícios à sua volta.
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Auditivo
1. Ficar algum tempo de olhos fechados e prestar atenção ao maior número de sons à sua
volta.
2. Ouvir música de olhos fechados e perceber os sons dos diferentes instrumentos.
3. Experimentar falar em diferentes tons e velocidades (mais agudo/grave; mais rápido/lento).
4. Quando estiver a falar, preste atenção ao som de sua voz.
Cinestésico
1. Ao tomar banho prestando atenção às sensações corporais (experimente faze-lo às
escuras). 28
2. Prestar atenção às diferentes texturas dos objetos (roupas, almofadas, papel).
3. Sentir o cheiro da comida antes de começar a comer.
4. Antes de dormir, ir relaxando uma parte do corpo de cada vez, prestando atenção às
sensações.
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Conflitos Intrapessoais
Conflitos Interpessoais
Conflitos Organizacionai
Conflitos Intrapessoais
São os que ocorrem no interior do indivíduo quando este tem necessidade de dar uma só
resposta entre duas, que se excluem mutuamente. Corre-se o risco de ficar imobilizado entre as
duas respostas, dada a dificuldade da escolha.
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a) Atracção - Atracção
A pessoa encontra-se perante dois objectivos ou situações atraentes e ao escolher uma, terá
que renunciar a outra, uma vez que as duas alternativas não podem ser realizadas
simultaneamente (por exemplo: Concursos televisivos, quando o concorrente tem que escolher
uma das duas portas misteriosas que contêm um prémio). 30
b) Repulsão – Repulsão
A pessoa está colocada entre duas alternativas desagradáveis e tem dificuldade em escapar,
simultaneamente, das duas.
Este tipo de conflito está relacionado com os valores pessoais e com os comportamentos que
o indivíduo exige e teme de si mesmo, porque envolvem toda a problemática de clarificação de
valores pessoais (por exemplo: Tendo sido sentenciado a morte, tem o direito de escolher entre a
cadeira eléctrica e o enforcamento).
c) Atracção – Repulsão
A pessoa encontra-se perante dois aspectos da mesma situação e qualquer decisão tem
vantagens e desvantagens (por exemplo: O sujeito, por um lado deseja a comida mas, por outro,
rejeita-a porque que emagrecer.
Conflitos Interpessoais
São os que ocorre entre duas pessoas (ou grupos) e, geralmente, surgem por:
a) Diferenças Individuais
b) Limitação dos Recursos
c) Diferenciação de Papéis
a) Diferenças Individuais
Idades, sexos, atitudes, crenças, valores e experiências contribuem para que as pessoas
vejam e interpretem as situações de múltiplas maneiras. As diferenças individuais demarcam as
situações de conflito, que são inevitáveis. (Conflitos geracionais, fanatismo religioso,
homofobismo, racismo, …)
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todos os indivíduos é difícil originando competição, muitas das vezes nada saudável, porque
haverá sempre alguém que se considere prejudicada.
Quem tem o poder de decisão necessita de as tomar em concreto:
• Quem ocupa este espaço?
• Quem ocupa este trabalho?
• Quem obtém este equipamento?
• Quem será informado?
• Quem tem o poder para?
• Etc.
31
c) Diferenciação de Papéis
Os conflitos podem também surgir da dificuldade em determinar quem pode dar ordem a
outro. Se a autoridade de uma pessoa não é aceite pelo outro, surge o conflito.
Conflitos Organizacionai
A própria estrutura da organização é que constituí a fonte potencial de conflito.
Numa organização, o poder está distribuído em proporções desiguais. Responsabilidade e
autoridade são diferentes consoante as funções desempenhadas. Existe sensibilidade à forma
como se é tratado, sobretudo pelas pessoas de nível superior.
Os principais focos de conflito na organização devem-se a:
Recursos limitados (tempo do uso do computador; utilização de verbas para aquisição de
equipamentos. espaço físico limitado, …)
Possibilidades de progressão na carreira (pessoas em níveis diferentes, consoante os
seus desempenhos)
Falta de partilha de informação;
Privilégios e outras recompensas que possam ser proporcionadas pela empresa.
Perspectivas individuais;
Visão que cada um tem acerca da empresa;
Aspectos negativos:
Energia desviada para fora da consecução dos propósitos organizacionais.
Fluxo de comunicação e de informações distorcidos. (As pessoas passam a falar apenas
com aqueles que gostam).
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“Os grupos nos quais os participantes têm interesses diversos e expressam idéias
diferentes, submetendo-as às críticas dos outros, criam sempre mais soluções e, de 32
melhor qualidade”.
Ainda que o conflito possa parecer perigoso, pode, na sua consequência, trazer frutos para a
organização, impedindo a estagnação, estimulando novas ideias e novos métodos. Permitem que
as pessoas envolvidas mudem e se ajustem.
1. Evitá-lo
As pessoas evitam, frequentemente, os conflitos e tudo o que é potencialmente conflituoso na
esperança que a situação de conflito desapareça.
Há várias formas de evitar o conflito:
2. Desactivá-lo
Utiliza-se quando uma pessoa implicada no conflito decide parar ou suspender o conflito para
que “as coisas” se acalmem. É uma forma de ganhar tempo.
As pessoas tentam encontrar alguns acordos nos pontos menores do conflito, evitando os
problemas de fundo, muitas vezes para obter mais informações e ter uma oportunidade de ver a
situação numa outra perspectiva.
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3. Enfrentá-lo
Ao enfrentar o conflito pode estabelecer-se três tipos de relação diferentes:
1. GANHAR - PERDER
Tem como fundamento uma relação, em que uma das partes, sendo mais forte que a outra,
exerce a sua autoridade para remover o conflito.
O grupo, em situação de inferioridade aceita as condições do outro grupo porque este é mais
forte e poderoso.
Esta é, infelizmente, a mais corrente na resolução de conflitos. É abusivamente utilizada a
autoridade.
33
2. PERDER - PERDER
Não satisfaz objectivamente nenhuma das partes envolvidas no conflito, simplesmente
nenhuma delas dá a vitória ao outro.
Se duas pessoas insistem ir, cada uma, a um restaurante diferente, pode optar-se por um
terceiro, não satisfazendo nenhuma deles.
3. GANHAR - GANHAR
Implica:
Que o conflito seja um problema que urge resolver e não propriamente, uma batalha a
ganhar,
Exista disponibilidade das partes para resolver as suas diferenças
Exige que as pessoas se coloquem frente a frente, sejam frontais e comunguem da
mesma necessidade de resolver o problema
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2. envolver-se no conflito
Encontrar o momento mais adequado para se encontrarem, ou seja, o momento propício em
que existir disponibilidade de parte a parte e vontade para se empenharem na resolução do
conflito.
A origem do conflito deve ser aborda de uma forma clara por ambas as partes, para se obter
uma solução satisfatória para ambas.
De forma sintetizada, ao envolver-se no confronto:
Devem encontrar-se e estar disponíveis, momento e local certo, clarificar;
É preciso dizer o que o outro fez que o afectou e propor alternativas de
comportamento.
3. Escutar
A escuta activa é uma das formas mais indicadas para negociar um conflito – implica deixar de
pensar no seu ponto de vista e compreender o ponto de vista do outro.
A necessidade de encontrar uma solução ajustada para o conflito leva a que todos o seus
intervenientes tenham de ser ouvidos, expressando os seus valores e sentimentos.
Os pontos de vista devem ficar completamente esclarecidos, perguntando mesmo ao outro se
o que ele quis dizer foi o que “percebi” – repetindo o que entendeu do discurso do outro. Assim,
ele terá a hipotese de certificar o seu ponto de vista, ou clarificar se o que ele quis dizer não foi o
que se entendeu.
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4. Resolver o problema
Para a resolução do problema que gerou o conflito, todas as soluções devem ser ponderadas
e consideradas como possíveis. Todos os intervenientes do conflito devem sentir-se livres de
poder apresentar as suas soluções, mesmo estas sendo as mais estranhas e inaceitáveis.
É necessário apresentar argumentos justificativos, das soluções para poderem ser analisadas
pormenorizadamente. As partes devem demonstrar uma atitude activa, devendo encorajar-se
mutuamente a expor todas as críticas e dúvidas relativas às várias soluções.
Resolver o problema:
Sugerir soluções, alternativas, analisar e argumentar,
35
Plena abertura, escolher a solução que satisfaça todos.
Se é apropriada e viável;
Recuar se necessário e avançar quando for possível.
analise a situação
Identifique a origem do problema e procure alternativas para resolver o conflito. Escolha a
melhor com base nas informações de que dispõe e implemente-a imediatamente.
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Seja específico. Da mesma forma, quando alguém lhe dirigir críticas vagas, solicite
esclarecimentos.
limite-se a escutar
Ouça os argumentos da outra parte e depois experimente persuadi-la através duma
argumentação lógica.
evite os preconceitos
Um preconceito enraizado não nos deixa analisar as situações com objectividade, pois todos
os canais de comunicação estão bloqueados pela verdade interior preestabelecida. Uma das
melhores armas contra os preconceitos é consciencializar-se de que cada caso é um caso e cada
pessoa é uma pessoa.
mantenha a calma
Não reaja mal às más notícias e, sobretudo, não se irrite se alguém discordar do seu ponto de
vista. Gerir conflitos significa também saber dominar-se.
Mantenha a cabeça fria e as mãos no leme, sem perder o controlo da situação, demonstrando
tranquilidade e confiança.
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Há uma velha máxima que diz “dividir para reinar”. A delegação é exemplo dessa máxima, não
numa perspectiva de “reinar” como poder soberano, mas de mais fácilmente atingir objectivos.
Uma delegação eficaz é uma técnica empresarial essencial, pois é desta forma que se
alcançam os melhores resultados, mas tem de se estar consciente dos seus benefícios e
reconhecer os obstáculos que podem dificultar o seu sucesso.
Delegar é autorizar o desempenho de tarefas específicas a outros, sob uma supervisão geral,
permitindo ao delegador mais disponibilidade para aumentar a sua produtividade, criatividade e
organização.
Um gestor eficaz deve vigiar um projecto delegado, assumindo responsabilidades ao mesmo
tempo que permite autonomia.
Delegar é diferente de abdicar! Como foi dito, delegar presupõem responsabilidade e controlo
por parte do delegador.
Mas o que delegar? Tem de decidir quais as tarefas que podem ser delegadas. Muitas vezes
encontro gestores que, no processo de delagação, decidem que as tarefas a delegar são aquelas
em que não estão tão à vontade ou têm menos conhecimentos. Mas se não têm conhecimentos
suficientes como vão exercer o controlo da tarefa? Essas serão as tarefas que um gestor, logo à
partida, não deverá delegar, assim como não podem ser delegadas tarefas que incluem áreas
chave e assuntos confidenciais.
Delegar tarefas menos importantes permite concentrar a atenção naquelas tarefas que apenas
ele pode fazer, e naquelas em que ele é mais rentável. Por exemplo, não faz sentido delegar
tarefas de limpeza ao inspector de redes, pois ele é mais rentável a inspeccionar do que a limpar!
Quando delegar tarefas precisará de ter uma ideia bastante precisa do tempo que cada tarefa
demorará a ser realizada (controlo), para que possa incentivar os seus delegados a melhorarem a
sua própria gestão do tempo.
Lembre-se que delegar funções não é simplesmente distribuir o excesso de trabalho quando
está demasiado ocupado. exporádicamente poderá acontecer, mas não pode ser a regra sob risco
de os seus delegados perceberem que são apenas uns “tapa buracos” e que não são
verdadeiramente parte da equipa, enquanto grupo com objectivos comuns e individuais.
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Faça planos para que possa delegar com antecedência. Ao faze-lo, vai ter o tempo suficiente
para preparar instruções pormenorizadas, discutir todos os pontos com o seu delegado e
providenciar toda a formação, caso esta se revele necessária – lembre-se de que delegar não é
abdicar e que a responsabilidade dos resultados é do delegador.
Definidas as funções e tarefas a delegar, é chegada a altura para escolher os seus delegados.
Considere cuidadosamente as qualidades de todos os membros da sua equipa e pense que
funções se adequarão a cada indivíduo, tendo em consideração os seus pontos fortes e os seus
pontos fracos. Escolha delegados honestos, com iniciativa e autoconfiança.
Uma vez escolhido o seu delegado, dê-lhe o apoio necessário, mas estabeleça também
normas e responsabilidades para o seu delegado - Defina com clareza os objectivos. 38
Ajude a criar confiança concentrando-se no bom trabalho desempenhado e elogiando por isso.
Se for cometido um erro, mostre como este pode ser evitado, mas não o valorize em demasia –
Apoio no risco.
Lembre-se que uma forte intervenção na qual a pessoa que delega toma todas as decisões,
vai frustar o delegado e negar-lhe a oportunidade de ganhar experiência. Também não poupará
muito o seu tempo.
Etapas da Delegação
1. Analisar - escolher as tarefas a delegar;
2. Nomear - indicar o nome do delegado;
3. Instruir - definir a tarefa;
4. Controlar - vigiar e incentivar;
5. Avaliar - examinar e rever.
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2. Grupos profissionais
2.1. Estatuto das Entidades
O Estatuto das Entidades Instaladoras e Montadoras e definição dos grupos profissionais
associados à Indústria dos gases combustíveis está regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 263/89,
de 17 de Agosto de 1989, o qual se junta em Anexos.
Deste Decreto-lei, deverá reter: 39
Diferenciação entre entidade Instaladora e Montadora (Artº 2º);
Reconhecimento das entidades para o exercício da actividade (Art.º 3º e 4º);
Grupos profissionais (Art.º 6º a Art.º 11º);
Contra-ordenações e Sanções acessórias (Art.º 13º e 12º)
Projectista
“O projectista deve projectar e calcular as redes de gás, em conformidade com as disposições
regulamentares, e assumir a responsabilidade técnica da execução dos projectos” e reunir os
seguintes requisitos:
Ser licenciado ou bacharel em Engenharia;
Fazer parte dos departamentos de engenharia do gás das empresas distribuidoras há
mais de seis meses ou declarar, por escrito e sob compromisso de honra, conhecer e dar
integral comprimento ao conteúdo de legislação, normas e documentos técnicos
aplicáveis.
Técnico de gás
“O técnico de gás deve assegurar, com rigor, o cumprimento do projecto, acompanhar e
controlar a sua execução material, assim como verificar os materiais utilizados, de acordo com as
normas regulamentares e reunir os seguintes requisitos:
Ter mais de 18 anos;
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40
Mecânico de aparelhos de gás
“Ao mecânico de aparelhos de gás compete executar as montagens e as reparações de
aparelhos de gás”, e deverá reunir os seguintes requisitos:
Ter mais de 18 anos;
Possuir a escolaridade básica obrigatória;
Ter frequentado, com aproveitamento, cursos de formação adequados à especialidade.
Soldador
“Ao soldador compete executar trabalhos de soldadura relativos à actividade das redes de
gás”, e deverá reunir os seguintes requisitos:
Ter mais de 18 anos;
Possuir a escolaridade básica obrigatória;
Ter frequentado, com aproveitamento, cursos de formação adequados à especialidade.
Entidade Reguladora
“A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos 4 é a entidade responsável pela regulação
dos sectores do gás natural e da electricidade.
A ERSE é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e
financeira e de património próprio, regendo-se pelos seus Estatutos aprovados pelo Decreto-Lei
n.º 97/2002, de 12 de Abril.
A ERSE é independente no exercício das suas funções, no quadro da lei, sem prejuízo dos
princípios orientadores da política energética fixados pelo Governo, nos termos constitucionais e
legais, e dos actos sujeitos a tutela ministerial nos termos da lei e dos seus Estatutos.
No exercício da sua actividade tem por missão proteger adequadamente os interesses dos
consumidores em relação a preços, qualidade de serviço, acesso à informação e segurança de
abastecimento, fomentar a concorrência eficiente, nomeadamente no quadro da construção do
mercado interno da energia, garantindo às empresas reguladas o equilíbrio económico-financeiro
4
ERSE
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Entidade Instaladora
DL n.º 263/89, n.º 1 do Art.º 2º: “Considera-se entidade instaladora a empresa que se encontre
legalmente constituída e se dedique à instalação de redes de gás.”
Entidade Montadora
DL n.º 263/89, n.º 2 do Art.º 2º: “Considerase entidade montadora a empresa legalmente 41
constituída que se dedique à montagem ou reparação de aparelhos de gás.”
Entidade inspectora
De acordo com o Anexo II da Portaria n.º 362/2000, de 20 de Junho de 2000, Art.º 2º, é
«Entidade inspectora» igualmente designada «organismo de inspecção de acordo com a norma
NP EN 45 004» as pessoas colectivas que procedem:
I) À apreciação dos projectos das instalações de gás;
II) À inspecção das redes e ramais de distribuição e instalações de gás;
III) À inspecção de equipamentos e outros sistemas de utilização de gases combustíveis em
redes e ramais de distribuição e em instalações de gás;
IV) À verificação das condições de funcionamento dos aparelhos de gás e das condições de
ventilação e evacuação dos produtos de combustão.
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Gestão de equipas
A entidade inspectora deverá ter nos sues quadros, no mínimo um Director Técnico, licenciado
ou bacharel em Engenharia, a quem compete dirigir as acções de inspecção e credenciado como
projectista ou técnico de gás.
Entidade Concessionária
As entidades concessionárias estão tipificadas pelo Decreto-Lei n.º 30/2006, de 15 de
Fevereiro, e são:
Operador de terminal
Operador de armazenamento subterrâneo
Operador de rede de transporte
Estas entidades têm por função principal gerir o terminal, armazenamento ou rede de
transporte, estando-lhes vedada a possibilidade de aquisição de gás natural para
comercialização.
Entidade Distribuidora
De acordo com o Anexo II da Portaria n.º 362/2000, de 20 de Junho de 2000, Art.º 2º, é
“«Entidade distribuidora» as entidades concessionárias, as entidades exploradoras ou quaisquer
outras que estejam legalmente autorizadas a comercializar gases combustíveis;
Entidade Exploradoras
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Entidade Comercializadora
O exercício da actividade de comercialização de gás natural é livre, ficando sujeito a licença e
consiste na compra e venda de gás natural, para comercialização a clientes finais ou outros
agentes, através da celebração de contratos bilaterais ou da participação em outros mercados.
A comercialização de gás natural pode ser exercida pelos seguintes tipos de
comercializadores:
Comercializador do SNGN.
Comercializador de último recurso grossista.
Comercializadores de último recurso retalhistas.
Comercializadores. 43
Entidade Formadora
Existem vários organismos de formação, reconhecidos pela Direcção-Geral de Energia e
Geologia, cujo objectivo é o de formar profissionais, dentro daquelas que são os grupos
profissionais reconhecidos para o exercício da actividade.
2.3. Legislação
De seguida indica-se alguma legislação importante que regulamenta o sector. Além desta,
poderá encontrar toda a legislação produzida para a actividade nos sitios indicados na webgrafia.
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Regulamentos do SNGN5
Decreto-Lei nº 30/2006
Diploma que estabelece os princípios gerais relativos à organização e ao funcionamento do
Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN).
Decreto-Lei nº 140/2006
Diploma que estabelece os princípios gerais relativos à organização e ao funcionamento do
Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN).
5
Sistema Nacional de Gás Natural
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Anexos
Legislação:
45
Decreto-Lei 263/89, de 17 de Agosto
Este diploma aprova e regula a actividade das entidades instaladoras e montadoras
bem como define os grupos profissionais associados à indústria de gases combustíveis.
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Bibliografia
Covey, Stephen R., “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, FranklinCovey, 30ª
Edição;
Lencioni, Patrick, “Os cinco desafios de uma equipa”, Smartbook;
56
Blanchard, Ken, Bowles, Sheldon, “Gung Ho!”, Gestão Plus;
Blanchard, Ken, Zigarmi, Patricia, Zigarmi, Drea, “O líder um minuto”, Editorial Presença;
O’Conor, Carol A., “A Liderança com sucesso”, Editorial Presença;
Afonso, Paulo Lourenço, “Liderança, elementos-chave do processo”, Escolar editora;
Holmes, Chet, “A verdadeira máquina de fazer dinheiro”, Caleidoscópio, 2ª Edição;
Maxwell, John C., “As 21 irrefutáveis Leis da Liderança”, Smartbook;
Webgrafia
http://www.dre.pt
http://www.dgge.pt
http://www.erse.pt
http://www.iapmei.pt
http://www.edpgas.pt
http://www.wikipedia.com
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