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ABSTRACT
This paper results from a graduate work in the Business Administration Course in the
University of Cruz Alta, and was developed at the area of human resources. It aims raising
and analyzing information about the Life Quality level at work at Coinbra S/A, a company
that is characterized by squeezing soy-bean in order to obtain raw material for animal food
production, which is located in the city of Cruz Alta. It is based on the Walton theoretical
model (1973). The research work concerns on evaluating the satisfaction/motivation of the
employees in relation to the work position they hold. According to Walton, the Life
Quality at Work involves attending the human needs and aspirations, based on the idea of
humanization of the work and the social responsibility of the company. A questionnaire
was used as instrument of data gathering. It contained closed questions and was applied on
34 employees. The results allowed us to get to know and analyze the indexes of
satisfaction/insatisfaction concerning the Life Quality at Work categories.
1. INTRODUÇÃO
O mundo vem passando por rápidas e inúmeras mudanças nas últimas décadas,
destacadamente mudanças na forma de produção e na valorização do ser humano dentro
das organizações. As pessoas passaram a constituir um elemento estratégico por
excelência, logo, de seu desempenho depende em grande parte o desempenho da
organização. Dessa forma, “princípios e movimentos na área do comportamento
organizacional no trabalho foram amplamente propagados, tendo todos como preocupação
Para Toledo (1986), uma melhor qualidade de vida no trabalho quer dizer não somente ter
melhores condições materiais, isto é, ter mais, mas também buscar melhores condições de
ser mais, ou seja, ter maior autonomia, participação, condições para o
autodesenvolvimento, enfim, ter condições de maior auto-realização (Rodrigues, 1996).
Vieira (1996) salienta que o movimento pela QVT estendeu-se até 1974, quando a crise
energética e a alta inflação atingiram os países do Ocidente, em particular os Estados
Unidos, gerando uma queda significativa no interesse pelo tema e um deslocamento da
atenção das empresas para uma forma de sobrevivência, passando os interesses pelos
funcionários para segundo plano. Em 1979, ressurge o movimento pela QVT
principalmente nos Estados Unidos, também devido à preocupação com a competitividade
internacional e o grande sucesso dos estilos e técnicas gerenciais dos programas japoneses
de produtividade e qualidade, centrados nos empregados.
Conforme Búrigo (1997), a Década de 80 foi marcada fortemente pela idéia de uma maior
satisfação do trabalhador nas decisões das organizações. Diante deste fato, as organizações
sentiram-se compelidas a realizar suas condutas e a buscar soluções participativas. Nos
anos 90, a QVT tornou-se foco de programas que estudam a saúde na organização,
resgatando valores ambientais e humanísticos negligenciados a favor do avanço
tecnológico. Ressalta-se, porém, a preocupação daqueles que buscam a QVT, de que ela
não seja tratada como mais um modismo administrativo, mas internalizada como processo
necessário e conceitualmente considerado pelos gerentes e trabalhadores da organização.
Werther & Davis (1983) afirmam que os esforços para melhorar a qualidade de vida visam
tornar os cargos mais produtivos e satisfatórios, pois estes representam não apenas uma
fonte de renda para os trabalhadores, mas também um meio de satisfazer suas
necessidades. A QVT é afetada por muitos fatores, porém, é a natureza do cargo que
envolve mais intimamente o trabalhador. Para a maioria das pessoas, uma vida de trabalho
significa um cargo interessante, desafiador e compensador, apesar de que nem toda a
insatisfação do empregado poderá ser resolvida pela reformulação de cargos. A
necessidade mais importante para compreender como o projeto de cargo afeta a QVT,
corresponde ao fato que os cargos são o elo entre as pessoas e a organização. As vagas de
cargos são a razão pela qual as organizações precisam de recursos humanos. QVT pode ser
então considerada como “o desafio central da gerência de recursos humanos face à
evolução da tecnologia e da própria evolução social da classe trabalhadora” (Fernandes,
1988: 8).
3. METODOLOGIA
Foi escolhido como modelo teórico para elaboração deste trabalho à abordagem proposta
por Richard Walton, autoridade reconhecida em assuntos relacionados à administração de
recursos humanos, com estudos direcionados ao levantamento das causas da alienação do
individuo em local de trabalho até a proposições de novas formas de organização do
trabalho.
A partir dessas questões, oito categorias conceituais de QVT foram formuladas pelo autor
com base em observações pessoais, experiências, valores e suposições sobre a natureza
humana, que podem ser visualizadas no Quadro 1.
Para a coleta de dados foi aplicado um questionário contendo questões abertas para uma
amostra de 20 funcionários da empresa (cabe salientar que o total de funcionários é de 38),
a fim de verificar o entendimento sobre o tema QVT e proporcionar subsídios para a
elaboração do questionário com questões fechadas (total de 39 questões aplicadas a 34
funcionários da empresa). Neste questionário, a escala de satisfação para as questões
variou de 1 a 6 (quanto maior, melhor), conforme indicação feita a seguir.
1. Muito insatisfeito
2. Insatisfeito
3. Um pouco insatisfeito
4. Um pouco satisfeito
5. Satisfeito
6. Muito satisfeito.
C a t e g o r ia 8 4 .5 6
C a t e g o r ia 7 5 .0 6
C a t e g o r ia 6 5 .1 4
C a t e g o r ia 5 5 .5 5
C a t e g o r ia 4 4 .2 3
C a t e g o r ia 3 4 .8 8
C a t e g o r ia 2 4 .6 6
C a t e g o r ia 1 4 .5 9
0 1 2 3 4 5 6
Pode-se observar que a empresa não possui nenhum tipo de preconceitos (raça, cor,
religião, estilo de vida, etc). O relacionamento entre colegas, chefes e supervisores, bem
como, a cooperação e ajuda mútua são os principais pontos positivos da QVT na empresa.
2%
24%
2%
3%
49% 6%
14%
A partir dos resultados demonstrados pela Figura 2 é possível constatar que, de um modo
geral, o nível de QVT na empresa Coinbra S/A é satisfatório, de acordo com a opinião dos
funcionários questionados, pois 49% encontram-se satisfeitos; 24% muito satisfeitos; 14%
um pouco satisfeitos; 6% um pouco insatisfeitos; 3% insatisfeitos e apenas 2%
insatisfeitos.
5. CONCLUSÃO
De uma forma geral, as categorias que apresentaram maiores níveis de satisfação foram
‘compensação justa e adequada’ e o ‘uso e desenvolvimento das capacidades’, que apesar
de não corresponderem às expectativas da pesquisa, as mesmas se justificam, considerando
a crise econômica que atravessa o país, onde estar empregado é privilégio de poucos,
devido a excedente demanda de pessoas em relação ao número reduzido de ofertas de
emprego. Quanto à categoria ‘uso e desenvolvimento das capacidades’, observou-se que há
uma autonomia relativa dos funcionários em relação ao trabalho, assim como, o acesso às
informações no exercício da função.
Enfim, o trabalho proporcionou condições para que a empresa conheça de um modo geral
os fatores de satisfação e motivação dos funcionários no trabalho, bem como, fatores que
estão de alguma forma deficientes, frágeis, mas que a partir do levantamento realizado, é
possível obter melhorias e assim buscar continuamente a saúde e o bem estar do
trabalhador em ambiente de trabalho.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TOLEDO, Flávio de. Recursos humanos: crises e mudanças. São Paulo: Atlas, 1986.
WALTON, Richard. Quality of working life: what is it? Slow Management Review. USA,
v.15, n.1, p. 11-21, 1973.