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Dina Baptista | www.sebentadigital.

com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2009\2010

| Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |

A MENSAGEM
(1913-1934)
Integra-se na corrente modernista, transmitindo
uma visão épico-lírica do destino português,
nela salientando-se o Sebastianismo,
o Mito do Encoberto e o 5º Império.

“Homem é do tamanho do seu sonho”.

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”

“O verdadeiro cadáver não é o corpo (...), mas aquilo que deixou de viver(...)“

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do
nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos
lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para
sempre, à margem de nós mesmos.” (Frases de Fernando Pessoa) 1
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| Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | A Mensagem: tópicos essenciais

O intenso sofrimento patriótico leva Fernando Pessoa a


antever um império que se encontra para além do material:

um novo império civilizacional, um Império de teor espiritual, que resulta na


construção de uma supra-nação, através da ligação ocidente/oriente.

O assunto de Mensagem a essência de Portugal e a sua missão a cumprir:


não são os factos históricos propriamente ditos sobre os nossos reis que mais
importam; são sim as suas atitudes e o que eles representam. Daí que se
interpretem as figuras dos reis nos poemas de Mensagem como heróis, mas mais
que isso, como símbolos, de diferentes significados.

Os 44 poemas que constituem a Mensagem encontram-se agrupados em três


partes – Estrutura tripartida da obra:
. Primeira Parte – Brasão (os construtores do Império): Nascimento
.Segunda Parte – Mar Português (o sonho marítimo e a obra das
descobertas):Vida
.Terceira Parte – O Encoberto (a imagem do Império moribundo, a fé de que a
morte contenha em si o gérmen da ressurreição, capaz de provocar o nascimento
do império espiritual, moral e civilizacional na diáspora lusíada. A esperança do
Quinto Império): Morte / Renascimento 2
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Portugal erguido pelo


esforço e destinado a
grandes feitos

A missão cumprida dos


Descobrimentos:
Acontecimentos que
exigiram uma luta contra o
desconhecido e os
elementos naturais.

A desintegração, o
sofrimento e a mágoa, pois
falta cumprir-se Portugal. A
regeneração anunciada por
símbolos e avisos 3
Fonte: Acetato | Manual Interacções
12ºano, Texto Editores
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1ª Parte – BRASÃO: o princípio da nacionalidade


(fundadores e antepassados que criaram a pátria)

“Ulisses” – símbolo da renovação dos mitos: Ulisses não existiu, mas bastou a
sua lenda para nos inspirar. É irrelevante que as figuras de quem o poeta se vai
ocupar tenham tido ou não existência histórica! (“Sem existir nos bastou/Por não ter
vindo foi vindo/E nos criou.”). O que importa é o que elas representam. Daí serem
figuras incorpóreas, que servem para ilustrar o ideal de ser português.

“D. Dinis” – símbolo da importância da poesia na construção do Mundo: D.


Dinis é o rei capaz de antever o futuro – ele plantou o pinhal de Leiria, de onde foi
retirada a madeira para as caravelas. A “voz da terra ansiando pelo mar”, reflecte o
desejo de que a aventura ultrapasse a mediocridade.

“D. Sebastião, rei de Portugal” – símbolo da loucura audaciosa e aventureira:


o Homem sem a loucura não é nada; é simplesmente uma besta que nasce, procria
e morre, sem viver! D. Sebastião, apesar de ter falhado o empreendimento épico,
foi em frente, e morreu por uma ideia de grandeza, e essa é a ideia que deve
persistir, mesmo após sua morte (“Ficou meu ser que houve, não o que há./Minha
loucura, outros que a tomem/Com o que nela ia.”)
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2ª Parte – MAR PORTUGUÊS: realização através do mar


(Os heróis investidos da grande missão de descobrir foram construtores do grande
destino da Nação)

“O Infante” – símbolo do Homem universal, que realiza o sonho por vontade


divina: ele reúne todas as qualidades, virtudes e valores para ser o intermediário
entre os homens e Deus (“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”)

“Mar Português” – símbolo do sofrimento por que passaram todos os


portugueses: a construção de uma supra-nação, de uma Nação mítica implica o
sacrifício do povo (“Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal!”)

“O Mostrengo” – símbolo dos obstáculos, dos perigos e dos medos que os


portugueses tiveram que enfrentar para realizar o seu sonho: revoltado por alguém
usurpar os seus domínios, “O Mostrengo” é uma alegoria do medo, que tenta
impedir os Portugueses de completarem o seu destino (“Quem é que ousou entrar/
Nas minhas cavernas que não desvendo,/Meus tectos negros do fim do mundo?”)

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3ª Parte – O ENCOBERTO: a morte ou fim das energias latentes


(Novo ciclo que se anuncia e que trará a regeneração e instaurará um novo tempo)

“O Quinto Império” – símbolo da inquietação necessária ao progresso, assim


como o sonho: não se pode ficar sentado à espera que as coisas aconteçam; há
que ser ousado, curioso, corajoso e aventureiro; há que estar inquieto e
descontente com o que se tem e o que se é! (“Triste de quem vive em
casa/Contente com o seu lar/Sem um sonho, no erguer da asa.../Triste de quem é
feliz!”).

“Nevoeiro” – símbolo da nossa confusão, do estado caótico em que nos


encontramos, a vários níveis:
. Crise política;
. Crise de identidade;
. Crise de valores;
. Crise de unidade.

Embora tenhamos o desejo de voltarmos a ser o que éramos (“(Que ânsia distante
perto chora?)”), não temos os meios (“Nem rei nem lei, nem paz nem guerra...”)

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Actividade Lúdica e de Sistematização

Construa um abecedário da Mensagem, aplicando os seus conhecimentos


sobre a obra e o contexto cultural em que ocorre.

Abstraccionismo
Brasão
Castelos

CONTINUA…

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Fontes sitográficas usadas


http://aulasdeliteratura.googlepages.com/apontamentos9
http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/port/Mensagem.htm

Leituras recomendadas:

Jacinto, Conceição e LANÇA, Gabriela, Análise das obras Os Lusíadas, Luís de


Camões e Mensagem, Fernando Pessoa, Colecção estudar Português, Porto
Editora, s/d.

MOREIRA, Vasco e PIMENTA, Hilário, Preparação para o Exame nacional 2009,


Português 12ºano, Porto Editora, 2009.

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