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3.

A LÓGICA DOS JUÍZOS


Lógica é instrumento para conduzir a razão, como arte (procura melhorar) e ciência (segue uma
estrutura). Assim, utiliza o método reflexivo.
a) Juízo
Para Régis Jolivet, juízo é uma afirmação de uma relação de conveniência ou de não conveniência
entre dois conceitos (1969, p. 75). Todo o juízo contém necessariamente 3 termos: sujeito (o ser
que se afirma ou se nega alguma coisa); atributo ou predicado (a coisa que se afirma ou nega do
sujeito); afirmação ou negação (expressa pelo verbo cópula, ou seja, verbo “ser”).
Para Ives Gandra o juízo (ou proposição) é a “operação da mente pela qual se compõem conceitos,
atribuindo uma propriedade a um sujeito mediante o verbo “ser” (GANDRA, 2006, p. 169).
Gandra afirma que os juízos compõem ou separam os conceitos, na qual o verbo “ser” está presente
em todos os juízos, pois enquanto o conceito vai formular uma ideia, o juízo vai afirmar ou negar
sua existência. Tanto para Jolivet quanto para Gandra, o juízo é formado dos seguintes elementos:
um sujeito e um atributo (ou predicado), unidos por uma cópula afirmando ou negando.

b) Espécies de juízo

Os juízos são classificados de acordo com a apresentação deles, podendo ser pela: amplitude,
qualidade, quantidade, existência, predicado e essência/acidente.
Outro tipo de juízo, são os juízos modais, nos quais o verbo afeta o sujeito de distintas
formas (o modo de ser):

 Necessários – enunciam algo que não pode não ser;


 Contingente – enunciam algo que pode ser ou não ser;
 Possíveis – enunciam algo que não é, mas pode vir a ser;
 Impossíveis – enunciam o que não pode ser.

c) Regras de verificação da veracidade dos juízos

Para se verificar a veracidade dos juízos faz-se necessário estabelecerem certas regras para a sua
formação. Para isso recorreremos ao quadro lógico das oposições:
Para verificar um juízo é necessário a relação de oposição. Essa oposição pode ser:
- Qualitativas e quantitativas,

(A) universal afirmativa;


(E) é uma universal negativa;
(I) é uma particular afirmativa e
(O) é uma particular negativa.

- Juízos modais:

(A) necessário,
(E) impossível,
(I) possível e
(O) contingente.

Dessa forma, quanto às regras de oposição, podemos defini-las assim:


 Contraditórias: quando uma é verdadeira a outra é necessariamente falsa, sem
admitirem graus intermediários.
 Contrárias: as proposições não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo; e como
admitem graus intermediários pode ocorrer que sejam falsas ao mesmo tempo.
 Subcontrárias: não é possível que sejam falsas ao mesmo tempo, mas
podem simultaneamente serem verdadeiras.
 Subalternas: se a universal é verdadeira, também a particular é verdadeira, mas não
vice e versa; se a particular é falsa, também universal falsa, mas não ao contrário.

4. A LÓGICA DO RACIOCÍNIO

a) O raciocínio

O raciocínio é uma operação da mente que pela comparação de diferentes juízos


(premissa) propicia a formulação de um novo juízo. Tal fenômeno amplia o universo dos
conhecimentos adquiridos, a partir da extração de todas as implicações que um juízo pode
conter em relação a outro. Essa operação segundo Gandra pode ser denominada de
argumentação ou discurso lógico.
Dentro dessa perspectiva, pode haver verdades conhecidas por verdades imediata,
quer dizer, aquilo que se pode conhecer imediatamente pelos sentidos em contato com a
realidade. E depois se tem as verdades que só podem ser conhecidas através do raciocínio,
através da comparação de juízos, estas são as verdades mediatas.
Chama-se raciocínio a operação pela qual a inteligência, de duas ou mais relações
conhecidas. O raciocínio é uma expressão dos juízos tirado de outro juízo contido logicamente
nos primeiros. O argumento é a expressão verbal do raciocínio.

ESTRUTURA DO RACIOCÍNIO

As próprias proposições formam a matéria do argumento. Essas preposições são:


 Premissas (Verdades conhecidas com anterioridade, sejam imediatos ou tirados de
outros raciocínios, que servem de base para a obtenção de novos conhecimentos).
 Conclusões: é quando as proposições chegam ao raciocínio. Verdades inferidas das
premissas, que constituem verdades novas obtidas como fruto do raciocínio

Obs.: Inferência como Gandra coloca, é a passagem das premissas à conclusão,


isto é, o novo conhecimento obtido pela comparação de determinados conhecimentos.

O encadeamento lógico das proposições que compõem o argumento se


chama forma ou conseqüência do argumento. Silogismo: Vínculo que une as proposições do
discurso lógico (premissas e conclusões)

b) Silogismo

Os silogismos serão as formas que a inferência lógica assumirá para a obtenção


de conhecimento. O silogismo é um argumento pelo qual, de um antecedente que une dois
termos a um terceiro, tira-se um conseqüente que une estes dois termos entre si.

ESTRUTURA DO SILOGISMO

O silogismo é composto por 3 termos, que são classificados segundo a sua extensão e
compreensão: o termo maior (P) que é o predicado que possui maior extensão e o termo
menor (S) que é o predicado que possui menor extensão; e termo médio (M) que é
o intermediário entre o termo maior e o menor, ou seja, a relação entre as premissas anteriores.

Evidentemente existem certas regras para esta composição silogística.

1º O termo médio deve ser tomado sempre no mesmo sentido;


2º O termo médio deve ser usado, pelo menos uma vez, em toda a sua universalidade;
3º Os termos maior e menor não podem possuir maior universalidade na conclusão do
que nas premissas;
4º A conclusão deve sempre seguir a premissa mais
fraca; 5º Nada se conclui de duas premissas
particulares;
6º Nada se conclui de duas premissas negativas;
7º A dupla negação numa premissa equivale a uma afirmação.

c) A Indução / Dedução

Raciocinamos ou argumentamos, portanto, quando colocamos premissas que


contenham evidências em uma ordem tal que, necessariamente, nos levam a uma conclusão.
Basicamente, há dois processos segundo os quais organizamos os nossos raciocínios: a
dedução e a indução.

A dedução é extração de conclusões particulares ou novos princípios gerais a partir de


premissas universais (passagem do geral ao particular), é também um movimento do
pensamento pelo qual estabelece uma verdade de uma proposição enquanto contida numa
verdade universal da qual ela deriva. No raciocínio dedutivo a conclusão está contida nas
premissas como as partes para o todo: raciocínio

A indução é a extração de princípios universais a partir de verdades particulares


(passagem do sensível ao inteligível), é também a conclusão de dados suficientemente enumerados,
infere numa verdade universal. No raciocínio indutivo a conclusão está nas premissas como o todo
para as partes: abstração.

O metal conduz a eletricidade.


Dedução: Ora, o ferro é metal.
Logo, o ferro conduz a eletricidade.

O ferro, o cobre, o zinco... conduzem a eletricidade


Indução: Ora, o ferro, o cobre, o zinco... são metais.
Logo, o metal conduz a eletricidade

d) O sofisma

Termo que se referente aos filósofos da Grécia Antiga, os sofistas. O sofisma ou também
chamado de paralogismo, é um raciocínio errado, com aparência de verdade. Seus
elementos básicos são, quando uma verdade aparente, quer dizer, possui certa capacidade de
convencimento ou quando um erro oculto, isto é, uma conclusão falsa.

Os tipos fundamentais de sofismas são:

 Sofisma verbal quando é produzido por uma deficiência do vocabulário, quer dizer,
palavras que possuem uma multiplicidade de significados.
 Sofisma de conceito, que procede de uma confusão de conceitos.

REFERÊNCIAS
FILHO, Ives Gandra Martins. Manual Esquemático de Filosofia. 3ª ed. São Paulo: LTr, 2006.

JOLIVET, Régis. Tratado de Filosofia: Introdução Geral Lógica-cosmologia. Vol. 1. Rio de


Janeiro: Livraria Agir Editora, 1969.

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