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ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA BRASILEIRA
PROF.: MARCELO TEIXEIRA
2/2017
Adoção de monoblocos;
No caso de dois volumes, hierarquia evidente;
Contraste visual com o entorno;
Horizontalidade;
Caixas portantes, planta genérica;
Grandes vãos;
Destaque para as circulações;
Adoção de concreto armado;
Austeridade e homogeneidade da solução;
Clareza estrutural;
Replicação do edifício;
Pré-fabricação;
Ênfase no caráter experimental
Pós-Modernismo:
Ainda que as críticas aos ideários da arquitetura modernista estejam presentes desde
os estágios iniciais de sua concepção, é a partir da década de 1960 que um
posicionamento crítico em relação a esses ideários repercute com maior intensidade.
Entre 1961 e 1969, todos os atribuídos pais fundadores do Estilo Internacional falecem
(Gropius, Der Rohe, Le Corbusier, Rietveld), implicando em uma revisão crítica do
legado arquitetônico deixado por eles. Além disso, é durante essa década que surgem
importantes livros que continham críticas ao modernismo, como “Morte e Vida das
Grandes Cidades Americanas” (1961) de Jane Jacobs e “Contradição e Complexidade
em Arquitetura” (1966) de Robert Venturi e Denise Scott-Brown. As críticas contidas
nesses livros são:
Uma das críticas que foram feitas a arquitetura do Estilo Internacional foi a sua
indiferença com o contexto na qual era implantada, com o lugar, com as suas
características sociais, históricas, ambientais. O historiador Kenneth Frampton
utilizou o termo “Regionalismo Crítico” em 1983 para falar das obras arquitetônicas
que preocupavam-se com o lugar, em introduzir elementos da arquitetura local na
linguagem universal do modernismo. Desta forma, elementos da arquitetura
vernacular são mesclados com os princípios de universalidade da arquitetura
moderna, visando fornecer identidade local. No Brasil, há uma tendência, observada
desde a Escola Carioca (Lúcio Costa, Oscar Niemeyer) em mesclar elementos ditos
“tradicionais” da arquitetura brasileira com a arquitetura moderna, sem entretanto,
definir essa escola como “regionalista crítica”. Vale ressaltar que o regionalismo
crítico não despreza o legado modernista, tentando equalizar o vernáculo e o
moderno, os empregando conscientemente na intenção de uma hibridização. Já o
regionalismo puro, valoriza mais o regional do que o moderno, conscientemente se
retirando da universalidade contida na linguagem arquitetônica moderna e
confinando-se nos aspectos vernaculares. No Brasil, arquitetos como Severiano
Porto obtiveram consistente produção arquitetônica inspirando-se nos materiais
locais, nas técnicas tradicionais e orientando-se pelas imposições climáticas
regionais. Outros nomes como Zanine Caldas e Gerson Castelo Branco _apesar de
não serem arquitetos diplomados_ são exemplos de mesclagem de elementos
vernáculos com linguagem moderna, caracterizando-os como regionalistas.
A partir dos anos 1990, começa a tomar força na produção brasileira o que podemos
chamar de arquitetura “neo-modernista”. Essa arquitetura, em um âmbito mundial,
surge como reação ao neoecleticismo, complexidades e cenografias do pós-
modernismo, propondo uma volta a simplicidade, austeridade, na ausência do
ornamento, na solução de volumes monolíticos, linhas retas e ao repertório
corbuseriano, como pilotis, terraços jardins, janelas em fita. Atualmente, os nomes
mais relacionados com o neomodernismo brasileiro são Isay Weinfeld, Marcio
Kogan, Gustavo Penna, Arthur de Mattos Casas. As principais características dos
neomodernos são:
Panorama:
Em seu livro de 1977, “Aprendendo com Las Vegas”, Robert Venturi e Denise Scott-
Brown publicam obras de arquitetura kitsch como exemplos de leitura clara ausentes na
arquitetura moderna. Em 1979, o livro “Arquitetura Kitsch, suburbana e rural”, de Dinah
Guimaraens e Lauro Cavalcanti Objeto lançou luz sobre a presença do kitsch em nossa
arquitetura popular, geralmente desconsiderado pelos arquitetos eruditos. O ambíguo
termo “kitsch” tem origem alemã na década de 1860 e é comumente empregado em
referência a estéticas consideradas vulgares, de mau-gosto, sentimentalistas,
caracterizadas pela produção em massa de ícones relacionados a cultura erudita ou
clássica e utilizados pelas classes médias emergentes como símbolos de distinção
social e aproximação com as elites. O kitsch tenta encarnar valores de supostas
tradições culturais eruditas por meio da adoção de repertórios estéticos
descontextualizados, mal reproduzidos e de pastiches. Para Roger Scruton (2014) o
kitsch é uma arte falsa, que expressa emoções falsas mas que leva ao seu consumidor
a entende-las como sérias e profundas. Uma das características do kitsch é o seu apelo
popular, sua oposição à regras de estilo convencionalmente entendidas como
adequadas, seu humor.