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Considerado um dos mais importantes pensadores da doutrina liberal, John Locke nasceu em 1632, na cidade de

Wrington, Somerset, região sudoeste da Inglaterra. Era filho de um pequeno proprietário de terras que serviu como
capitão da cavalaria do Exército Parlamentar. Mesmo tendo origem humilde, seus pais tiveram a preocupação de dar
ao jovem Locke uma rica formação educacional que o levou ao ingresso na academia científica da Sociedade Real de
Londres.

Locke faleceu em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou ou teve filhos.

Quando começou a se interessar por assuntos políticos, Locke inicialmente defendeu a necessidade de uma estrutura
de governo centralizada que impedisse a desordem no interior da sociedade. Sua visão conservadora e autoritária se
estendia também ao campo da religiosidade, no momento em que ele acreditava que o monarca deveria interferir nas
opções religiosas de seus súditos. Contudo, seu interesse pelo campo da filosofia modificou paulatinamente suas
opiniões.

Um dos pontos fundamentais de seu pensamento político se transformou sensivelmente quando o intelectual passou a
questionar a legitimidade do direito divino dos reis. A obra que essencialmente trata desse assunto é intitulada “Dois
Tratados sobre o Governo” e foi publicada nos finais do século XVII. Em suas concepções, Locke defendia o
estabelecimento de práticas políticas que não fossem contras as leis naturais do mundo

John Locke foi um importante filósofo inglês. É considerado um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como
empirismo e um dos ideólogos do liberalismo e do iluminismo. Nasceu em 29 de agosto de 1632 na cidade inglesa de
Wrington.

Biografia de John Locke

Locke teve uma vida voltada para o pensamento político e desenvolvimento intelectual. Estudou Filosofia, Medicina
e Ciências Naturais na Universidade de Oxford, uma das mais conceituadas instituições de ensino superior da
Inglaterra. Foi também professor desta Universidade, onde lecionou grego, filosofia e retórica.

No ano de 1683, após a Revolução Gloriosa na Inglaterra, foi morar na Holanda, retornando para a Inglaterra
somente em 1688, após o restabelecimento do protestantismo. Com a subida ao poder do rei William III de Orange,
Locke foi nomeado ministro do Comércio, em 1696.Ficou neste cargo até 1700, onde precisou sair por motivo de
doença.

Locke faleceu em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou ou teve filhos.

Empirismo filosófico de Locke

Para John Locke a busca do conhecimento deveria ocorrer através de experiências e não por deduções ou
especulações. Desta forma, as experiências científicas devem ser baseadas na observação do mundo. O empirismo
filosófico descarta também as explicações baseadas na fé.

Locke também afirmava que a mente de uma pessoa ao nascer era uma tábula rasa, ou seja, uma espécie de folha em
branco. As experiências que esta pessoa passa pela vida é que vão formando seus conhecimentos e personalidade.
Defendia também que todos os seres humanos nascem bons, iguais e independentes. Desta forma é a sociedade a
responsável pela formação do indivíduo.
Visão Política de Locke

Locke criticou a teoria do direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes. Para Locke, a soberania
não reside no Estado, mas sim na população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve
respeitar as leis natural e civil.

Locke também defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas idéias forte
oposição da Igreja Católica.

Para Locke, o poder deveria ser dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo com sua visão, o
Poder Legislativo, por representar o povo, era o mais importante.

Embora defendesse que todos os homens fossem iguais, foi um defensor da escravidão. Não relacionava a escravidão
à raça, mas sim aos vencidos na guerra. De acordo com Locke, os inimigos e capturados na guerra poderiam ser
mortos, mas como suas vidas são mantidas, devem trocar a liberdade pela escravidão.

Empirismo. Considerado o pai do empirismo inglês, desenvolveu uma teoria do conhecimento que irá inspirar outros filósofos
desta corrente.Para esta corrente filosófica a experiência é a fonte de todo o conhecimento. Ideias básicas sobre o empirismo
de J. Locke: 1. Não existem ideias inatas; 2.Nada existe no intelecto que já não exista nos sentidos. O espírito humano está por
natureza vazio, é uma tábua rasa, uma folha em branco onde a experiência escreve; 3.Todo o conhecimento depende da
experiência, mas também está por ela limitado; 4. As ideias complexas são o resultado de uma combinação de ideias simples,
apreendidas através dos sentidos. 5.Embora todos os conteúdos do conhecimento procedam da experiência, Locke admite que
há verdades com validade universal que são dela independentes, como a matemática. O fundamento da sua validade reside no
pensamento e não na experiência.
Separação de Poderes. Locke advoga a separação de poderes, nomeadamente entre o legislativo e o executivo. O poder
supremo é o legislativo, mas este está limitado pelos direitos naturais dos cidadãos. A ele compete publicar as leis que
protegem a vida, os direitos dos cidadãos. O poder executivo está limitado pelo poder legislativo, mas acima de ambos estão
os direitos naturais dos cidadãos. No caso destes serem violados, estes tem toda a legitimidade para resistirem ao poder
constituído.
Ideias Políticas. Locke parte da suposição que os homens no princípio dos tempos (estado de natureza) viviam em plena
liberdade e igualdade entre si. Os homens, por conseguinte, nasciam livres, independentes e eram apenas governados pela
sua própria razão. O único direito que reconhecem ( o direito natural) é o que os proibe de roubar ou destruir a vida, a liberdade
e a propriedade de outros. Vendo a vantagem em se associarem para resolverem os seus conflitos de interesses e protegerem
os seus direitos, estabelecerem um contrato social criando assim uma comunidade (sociedade organizada). Estes homens não
eram nem maus (como afirmava Hobbes), nem bons (como defenderá depois Rousseau), mas apenas seres susceptíveis de
serem aperfeiçoados. A função do governo, neste quadro, limitava-se a garantir o respeito pelos direitos naturais (a vida, a
liberdade e os bens) dos cidadãos.
O bem público deve servir às realizações individuais e não a fins colectivos indefiniveis. Locke é apontado como o principal
fundador do liberalismo.
Estas ideias políticas estão, neste ponto, em consonância com as suas teses empiristas. Assim como não existem ideias inatas
na mente, também não existe poder que se possa considerar inato e de origem divina, como defendiam os teóricos do
absolutismo.
A filosofia de Locke está intimamente ligada à necessidade política de encontrar uma resposta para os graves conflitos políticos
e religiosos que devastavam a Inglaterra no século XVII, respondendo à questão: Como devemos viver? Que podemos
conhecer e quais os limites do nosso conhecimento?
Não é pois de estranhar que a sua filosofia seja pouco sistemática, revelando mesmo falta de unidade.
..
Locke é um filósofo de transição entre as concepções medievais e as ideias modernas.
Em termos científicos segue as ideias mais avançadas do seu tempo, admitindo a hipótese mecânica e corpuscular. Participa
com os seus amigos e colegas na Royal Society, onde se reúnem os filósofos experimentais.
Em termos morais, políticos e na religião, acredita numa lei natural divina. As suas concepções apoiam-se neste campo, na
Biblia, em S.Tomás de Aquino e nos teóricos do direito natural.
Há contudo, um aspecto a que sempre se manteve fiel na sua filosofia: a exigência de uma autonomia radical dos
indivíduos. Estes são livres de pensar, julgar e agir por si mesmos. A autonomia do individuo é a sua liberdade e esta nunca
deve ser alienada em circunstância alguma, sob pena de se negar aquilo que de mais essencial existe nos seres humanos. A
sociedade foi constituida para garantir a garantir. Trata-se de um direito natural inalienável.

Em sua obra, afirmou que a organização das leis e do Estado deve ser feita com o objetivo de garantir o respeito aos direitos
naturais. A garantia dos direitos naturais do povo - a proteção da vida, da liberdade e da propriedade de todos - é definida por
ele como a única razão de ser de um governo. Se o governante não respeita esses direitos, os governados podem derrubá-lo e
substituí-lo por outro mais competente.

Locke exerceu enorme influência sobre todos os pensadores de seu tempo e foi uma das principais referências
teóricas para os líderes das revoluções que, a partir do final do século 18, transformaram a sociedade ocidental.

«Promessas, compromissos, e juramentos, que são as ligações da sociedade humana, nunca podem ser
assumidos por um ateu. O afastamento de Deus, mesmo que só em pensamento, descompromete o ateu. Para
além disso, aqueles que por sua acção ateísta minam e destroem todas as religiões, não podem querer ter a
pretensão de reclamar para si o privilégio da tolerância que dizem negar às religiões.»

John Locke, “Ensaio sobre a Tolerância”, 1689

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