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Hicurdo Dip” Monies Je Crime e Castig IMBC uel oS i} UEsc o> 96694 ins x TEEN fs nash a8. | | i 1 Juiz do Tribunal de Alcada Criminal de Sito Paulo, titolar da cadeira n. 42 Academia Pave jista de Dirvito © da cadcira “Professor Ale -xanidre Gorréa” na Academia de Cineias Plt {eSeciais Oihos, de Andpolis; é professor ha Exetuldade de Direiso de Alphowille (Uni versidade Paulista) e pmfessor convidado do Curso de doutoramente na Faculdade de Direi- toda Universidade Catélica de Buenos Aires Juiz do Tribunal de Algada Crinvinal de Sao Paulo e confesencista.Paricipou de virios Congressos internacionais © Jemprendeuviigensculturaisa diferen- “es paises. com eapecial destaque vit “gem de estudes ao Japso, conguistad rate apresenticio de tesc em Con a Obras do autor Ricardo Dip A Conslituinte e 0 Registro de Imbxeis ‘io Paulo: Fd. ANOREG, 1987; Registro de Imévets & Notas - Responsabilidade Civil ¢ Disciplinar Em colaboragio, Sao Paulo: RI, 1997 Trilogta do Camponts de Andorra Sao Paulo; Ed. Faculdade de-Direito de Alphaville, 199 Da Bttca Geral a Frica Profissional dos Registradot Porto Alegre: Ed. Séngio Fabris, 1998; iretto Penal: Linguaigem ¢ Crise Campinas: Millennium Editors, 2001, Organizador ¢ co-autor Servigas Notartais ede Registros 580 Palo: Ft ANOREG, 1997, Regios Piblicose Seguranea Jurkdics Porto Alegre: Ed. Sergio Fabris, 1998; A Vida dos Direttos Humanos = Em colaboragio, Porto Alegre: Ed. Sérgio Fabris, 1999; Tradigao, Revolucho ¢ PésModernidade Campinas, Millennium Editors, 2001, 3 Propedética jurica - Uma Porspectiva Jusnawuralisa Campinas: Millennium Faltora, 2001: : Co-atuatizador Da Competéncia em Materia Penal José Frederico Marques, Campinas: Milles Estudos de Direito Processual Pens José Frederico Marques, Campinas: C2 ~~ 20905420683 | | | | { i | Ricardo Dip Volney Corréa Leite de Moraes Jr Crime e Castigo: Reflexes Politicamente Incorvetas BESS 2 Baigdo Campinas? © Gopi by illenntun: flit Lida © coprigt y Rraro Dip Volney Cora ete de Moraes J Projo © Conedenasto Bd Vala Bueno Tessie: Edson de Campos Soca atone: bie de FS Faria 1 Caulogifia eiborads pela Yael de Menecmonis PUC-Canpinas 3B0m5 Dp, Beano pore ‘cme Castaic Dip, oly Cons Let de Morse camps ile, 202 S13p 28 1. Dire — ie, Cami Dien. 3. Cag Dro A oecen Castigo f Morses J Vl Goda Lee dL TL0 ISBN, 858685487 copsssonns cus Tispce nna caarcco ssresico Dinsie-caime 5450035 cone 35.0285 Castge Dien 3450885 DrekoCasigs 315.0355 Todos os deat dest pin reser 2 Mien Panes Uda ‘Ron Nanoel Francie Bends, 540 oso = 12. Trew ~ Campinas SP , Fone 15) 2741874 — 52740879 ov tnlennnirecors com be ssi pina | wi & Dedicado aos que s¢ Ozgue thar da ‘Tradigio Familiar de Bons Prineipios ¢ Bons Coscumes, ainda que essa Acitude paresa “Anacrbnica ¢ Politicamente Incomere Sumario Apresentacio — Risrdo Dip. Puncées da Pena ~ raul fost Costaj Paste Primeira Wolney Comés lite de Mores Je Direitos Humanos Punicio Insuficiente © Asno € © Ovo da Serpente Hitler S6.€ Ninguém Mais 0 Peso ea Réaua.. A.Casa Verde © Cio que nfo ern Andale Iiberdade Moral Coordenadss de Politi Criminal Res fava Clarnat, Res Ips Loguitur Pastel de Feira Anda sobre a Ressocializigho (0s Famosos Tits Pés Auibula6es de um Chinés na China AVirtude do Impossivel Sais de Reanimacio a oS 19 a 2 24 26 a7 28 31 49 97 a1 102 103 n3 us Ficards Dio va A Pedra no Meio do Caminho on 116 © Jardineiro de Auschwte ..... ‘i 118 Aguas de Bacalhau ses 119 Seo Navio € de Papel no Espere pela Carga o 120 Psquizofrenia no é um Privilégio do G8 vw 122 Up Side Down . @ 7 123, Para Além do Cireulo de rina... 7 124 Santo de Paw O60 2.0 sis 125 Menoridade: Licenga para Matar. soon 129 0 Sinal de Caim pec 131 AVida Humana é Sagrada 132 A Sombra da Guilhotina, nem sequer Erva Daninha, 134 Claro como a Luz do Dia « . 136, Tempus Edax Rerum 138 AVVelhaTesoura do Pobre Alfa... - 139 ARnizea Selva uaz O Trapézio Voador € 0 Salto no VACUO TeGACO snes 447 Castigat Ridendlo Mores so 1 184 Parte Segunda Read Dip Do Pato Penal 159 Laxismo € Rigorismo no Direito Penal 185 Sobre o Furto. 199 aca no Pescogo no Intimida 209 A Rungio Axiol6gica do Dircito Penal . 213 A Lei 9.099 € © Direito Penal Mago monn 224 ‘tees Picamonn eae (Que Coisa € a Coist Justa? Jostiga Infinica Apéndice Sezai Cielo Garcia [Na Vereda dos Delitos¢ das Penas, um Bonde na Contramtio da Hist 225 237 2az Apresentagao (Um peeadilho, ou talvez mais até pesacamente, pode encontrarse no fato de que eu, de modo abusivo, haja reclamado a primazia de apresentar este Crime e Castigo ~ Reflexes Politicamente tncorretas. & que, com 's80, privo — todos 08 leitores, inchuido ea préprio - da ocasiio de ler © ue, para apresentar este livro, escreveria, com pena gil e dialética ceuberante, meu amigo ¢ co-autor Volney Corréa Leite de Moraes Jéinior, que € uma das cabecas légieas mais rigorosis do Judiciirio brasileiro afirmo- sem receio de equivocar-me, o mais diligente dialético do Tribu nal de Alcada Criminal de S40 Paulo, Todavia no perderei meu tempo (e ‘menos ainda © dos amiveis leitores) com pedidos de perdio, que se inabilitam, faeil € védo, pela falta de minimo arrependimento, Assim € ‘que, posta a indliscreta confissio de men renitente pecadilho, passo = apresentar 0 que reclamei fazer (© nome do livro, dele francamente seja dito, ando esperangoso de que preserve a mais estritalealdade com o mumen, Manifesto & que este Crime Castigo remonte, proximamente, a Dostoieyski. Mas nio s6 20 Fiédor Dostoicvski de Crimee Castigo, Talvex mais que a evidéncia nominal dessa aproximacio, possam averbar-se unas tanias OULESS FemissOes, 2€150 HO ‘0u mais importantes que aquela: pader-seia pensar nas trigiens visbes da lecadléncia do pensamento como ante-sala dos grandes crimes, em Os Deménios ¢ O Adotescente, Alm mesmo desses catastroficos registros ~ apocalipticos, qualificov-os Alfredo Sienz no imperdivel £I Fin de los Tiempos y Sets Autores Modernos (ed. Gladius, Buenos Aires) -, ha uma episddio histGrico, capital, decisivo, na vids de Dostoievski, que jorra ima ‘earrada imensa de huz no claro-escuro da relagi entre 0 pecado ‘crime €o castigo, obeme o mal, averdade € 0 e170, 0 sere onao-ser. Bra ‘uma noite de Piscoa, Dostoievski estava a receber um velho amigo, ate convicto; no auge da conversagio, subitamente Fiddor, 0 antigo. revolucionatrio, 0 que se pensava entio ateu, exclama, comovido: “Deus existe! Deus existe! Dews extsie!. Sempre imaginei que a Logica sadmirsivel do crime-castigo estaria pujantemente 2 afinmar a realidade de Deus, porque, de nio ser assim, as idéias mesmas de crime ¢ de castigo seriam a mais obvia das absurdidades. Mas nio se trata de uma simples realidade, de uma singela existéncia, esta de Deus, Paulo Ferreira da Cunha contou- a _ Acard Dip ‘pserasso me outro dia o que ouviu de seu pai, tstemanha dos ftos: 0 grande Ieonardo Coimbra, do qual se dizi zteu azraigado, dele se notciava @ suspeita de que, nama daca conferéncia, ra apostatar do credo ats; dirse que ele, nesea solenidade, passa, gigantesco, a frente da platéia€, tem ats vor, proclams: “Deus no existe” ~ © epete.“Dews nao existe!” nfo, Deus no pode exist, prossegue aproximadamente, porque exisir€ proprio de uma flor, de uma pedra, de uma cadeira.. No, remata: ‘Deus Suber-evite!”. 8 isol: € essa superexistinda que garante que nem um Jots, nem tm til passrio sem reecher, tal o merecam, o premio ea pena F que um Bem Pereira nio pode ser menos do que wma Justica Perfeita Mas a tinal Crime Castigo segue a expressto Relies Politicamonte Incorretas. Sea dito, brevemente, ave 0 Direito Penal alguns séculos, dda em marcha e contramarcha lumina, Pouco menos que em ordem Lunia, manabra com uma vags iia de moralidade, romp que se acha com uma axiologia cbjtra © anterior le, Pouco menos qc em ordem ‘nia, instrumentase com uma pandplia de garantias formais, ocas, assépticas,fardadas date tipo de neutraldade intoleramte que a t1d0 tolera desde que previamente conformado’ limitads para de sua egalidade formal Pouco menos que em ordem unica, ignora-ouwfinge desconlecer 2 realidad inteira do cosmos, ¢, esraziado de valoracao objetiva © de uma fundamentagio transcendent, fers o Dircito Penal das subjetiidades ‘mundenizadas,raionalsa, histricisa, posts... Fracasado,frustato, Mais que isso, fustrinco, Pensar diversamente, dizer diferentemente, angumentar variamente €, pois, pensar, dizer, raciocinar de modo oliticamente incorvelo, € romper @ espa uminista. Ete lvzo € Politicamente incorreto, porque constitui sm libelo em prol do restabelecimento da metédien dialética. da racionslidade no discurso Driticojuridico penal, em vez de enflerarse no Diteto Penal pelo metodo Assim, 174 temas — foi Josef Pieper quer disse esta verdade que no se podem spediatscoumentesem.tiacabargeen so nesnoteesadataldade Brmundoenecasoncta bugnand. Ft esr hs, por ceo, oa € 4 Tharie, € acas0 nos primeiros lugares, eircunstincia de que me dei conta escie que Pieperosiliston expressamente ¢ Afonso Hotelho os comfiemou nas paginas de sua sunorizada Teorta... Entre esses temas, vem 20 as0 radamente biblica? Bem. nao percamos tempo com palavras, No lugar de sarrependimento, ponbamos compreenséio, autocritica, retrospecto, quale quer coisa assim. Como quer que se denomine o insighi, a verdade € que ocondenado nio aleangari.a ressocializagio enquanior 2) allo tiver bem claro no espirito que sua conduta dessiendeu as norma de solidariedade comanitaria (compreensiodo erro); >) nao se destizer da inclinagio @ atnibuir a Deus € a0 mundo os seus ‘er705 (admissio da culpa); ¢ 9) no (re)descobrira Regra de Ouro: “Amards 0 teu préximo como a ti mesmo” (aptidao pars 0 convivio social) ) A Casa Verde [im matéria de politica criminal, hd duas atitudes igualmente di vairadas: uma, a daqueles tomados de fiiria bacamartiana que imma nam sanear atmosfera social, paranoicamente confinando para a eter nidade todos os indesejiveis: de assassinos a tabagistas; do lado de fora, no que pode haver de mais ascético e asséptico, somente vestais € querubins; outra, a daqueles possuicos do deménio da soberba, os quais, acima do senso comum ¢ da ordem natural das coisas, impoem a sociedade suas fantasias laxistas € transformam+na em laboratdrio de ‘sua mais insana expeciencia: amalgamar justos e Injustos, vitimas € Ccriminosos, pacificos ¢ violentos, de modo que osmética transfusio de vicios e virudes extinga as diferengas~ um pouco criminosas, as viti _mas serio menos indefesas e, um pouco vitimas, os criminosos serio menos agressivos. O Cao que nao era Andaluz “A-crenca na eficéncia da politica de arreganbar os dentes © rosnar para fo crime tem sido um dos nutrientes mais comuns da ilusio toralitria. Portanto, se no se desejar substituir a lucidez © a racionalidacle por ‘essa ilusio animalesca, ser imperioso ampliar a base de seflexio sobre politica criminal, com a preocupacio de nfo a reduzir a mera questio de Jferocidade canina. De fato, vem qualquer sociedade algumas pesvoas somente obedecerio as leis sob a ameaga de cocreio © puni- (Cosas Se) Mas nenbuma sociedad pode funcionar apenas ‘com base nessa obediéneia formal” @ Dameon), pois, “na sociedade contemporinea, nfo menos que no passado, a fonte de ordem, em tltima analise, sie bs habitos € os eastames ¢ no a coersio."* Contudo, a supasigio contrisia,~ isto €, a ingénua € romintica crenge de que a vida em sociedade pode prescindir de um estatuto repressivo, endo a agressio aos direitos fundamentais evitavel com o simples recur so a campanbas educativas (otoriamente ineficazes) e estratégias de inivelamento social (de complexa ¢ lenta implementagio) ~ acaba dando dlimento a ilusto totatitéria, na medida em que gera, no carto prazo, inse- guranca, deseonfianga no Estado de Direito © condur A anomia, a antectimara do Estado-Policial Por mais que se esforcem, os espectalistas no logram persuadir opinio publica a assimilar seu ceticismo quanto a validade das punig6es. Por uma simples razAor eles nfo apresentam alternativas fatives. Logo, € compreensivel que opiniio publica recorra, supersticiosamente, & ppanacéia do terror punitive + Germann, ctado por Disewioes, A Lef ¢ @ Ordem, Rho de Janeeo: Insite Liberal, 1997 p68 Liberdade Moral {J4 fol propesto por um pensador existencalista que 0 tinieo tema substantive ainda pendente na agenda floséfica seria o da morte vor luntésh, envolvendo o problema metafsico da liberdade de ser e de deixar de ser, territério nogtico-epistemolegico nunca explorado aie os rinedes mais ensombrados, once a vivencia empirica tagicamente se esgota, se oculta se cala em si mesma, sem testemunho, sem ever facao “Logles, RetOnica, Dialetica etc. setam questdesaditinas, ji sufiiente mente esmiugadas e vrtualmente resohvicas ‘Tomando de empréstimo esse ertéri,sem concordar com ou dSCOr Alar ca alia resulante, soa razoivel afinnar ue o intereste Hlowshice os Diretto Penal ou, por ovtto Angulo, o intercase do Duelo Penal para ilosota est focado no problema celular da culpablidade, onde « ques 80 do lvze-arbitio ocupa a posi imanemtsima de nucleo (vale Caer fenomenologicamente indestacavel, alm do quil o propne tema da licitade torna-se algo crrético como um sonda estelar avandia, merger Ihanclo sem umo no espaco infnit De fito, desprezada a condicio primiria da liberdade de comsciéncia (no sentido de lberdade de opyio entre 0 €quo €0 inique.o certo c 6 érraclo), como chegar 2 compreensio do lieito.e do tlictio, seaie tangencialmente, por via ce um relatvtsmo postivista que, quando mat 19, assinala 0 marco do permitida, sem excarccer a raze por que o cons leisio éproibidor Dito de ouira forma: sem penetraro conteido de lise fade daacio,atemstica do crime resvals empobrecedonumente paratners feferéncia sormadva, maquinal sobreposigao descritiva, simples faetualizacto da hipstese legal, todo tm imenso vasio annico, center vento que nao sopra na pulsagem sem vide O sestante - da tipologia i estrarura normative, passando por tudo 0 ‘g3c 0 crime tem deextrinseco cformal~ é questo adjrina de propedcanis, teenologiea, por asim dizer. B questso de eapintaria de engennana de acrumagio de pegs na enggrenagem Para Filosofia do Direito Penal, na abordigem noemétia do crime, 0 due interessa ¢ pensar na vontace ue impulsiona nengeenagern [eo camente, pensar no ind eco que atri pas o apente a conseayicncla pas Chime @ Castigo ‘Quiga também, mas em todo caso secundariamente, em como penser ‘© que primariamente deve ser pensido, qual seja, o que leva a incluso de determinada conduta no universo conceitualdo crime e o que fz do suje to ativo um ente punivel. A partir do conhecimento quase aresanal, digamos assim, do principio a reserva legal, sabe-se que no carece sair mundo afora 4 averiguar As tontas se isto crime ou niio € crime, tropecando em idiossinerssias € divergéncias opinativas. A definicio est na superficie da lei e tudo € sin ples como a consulta a um catilogo telefnico © problema nio € teatual, mas contextual, A guestio no é saber 0 que ¢ crime maspor que é crime Naapreensio noético-epistemolégica do fato punivel, o que importa é saber o que fez nascer 4 definigio tipica, o que esti por barxo dela € em tomo dela Sim, porque 2 detiniczo tipica nio provém ex nihilo, nia cai fortuita mente como gotas esparsas de nuvem passigeita Bla atende « alguma pulsacio ética fnsita em a natureza humana © a ‘uma preméncia qualquer de estabilidade em momento histérico dado, Em poucas palavras, 0 que excitaa jusfilosoliz penal é conhecer € pen: sara eticidade ea bistoricidade do fendmeno definido como crime. Porém, de que vale identificar 0 valor ético (mais freajieatemente de> nominado bent juridtco), que se decid tutelar por via da definicio legal, se niose puder pensar na vontade livre e consciente que anima a conduta ‘ransgressiva? Saber, em (ese, que 0 desvalor € reprovivel nem de Jonge explica con- Ccretamente por que o agente € punidlo. Sem nexo voltivo-subjetivo,amera causalidade objetiva € Ventre estéril De que adianta saber que a ordem nao matards se encontra sob a definigio de homicidio e de que adiants pensar sobre a ratio essendi daquele mandamento (por que ndo matards & um imperative categérico? De onde vem isso?) se no se puder reconhecer no homicica alguem que, nas circunstincias dadas, pode live e conscientemente escolher entre matar € mio matar’ (ainda mesmo aquele que, agindo em legitiona defest, apa- ‘renta ter sido constrangido a matar, pode livre e conscientemente decidie centre repelir ou debsur le repel ainjusta agressio; bem por isso legiti- ‘ma detesa nio € exclidente da culpabilidsde, mas da antjuridicidade ou ilicitude) \Valney Cora Leite de Moraes Jt B~ 0 que filosoficamente € ainda mais relevante - como legitimar 0 crime de privar algaém de sua liberdade sem relacionar 0 castigo a um. Crime livre e conscientemente praticado? Néo pertence & jusfilosofia, mas 0 discurso ficcional kafletano a hipérese de ouvir 0 condenado da boca do verdugo a revelagio do crime Removida a pedra angular (lo livre-arbitri, 0 edifice justilos6fico-pe- inal desabwa por caréncia de objevo, ‘Lim enigma sem metafisica é equiparivel 20 enigma meramente visual de un puzste, cuja configuraco 20 final no surpreende, porque jé vinha cexposta no diageama da tampa da cabs Coordenadas de Politica Criminal (Fecalizadane Roubo ena Extnesio em Sentide Amplo) Criticas a Vertente Lunitico-Permissiva “0 postivismo antropatigico ow soctoldgtcy que, buscan- doa causa da criminalidade, a situa quer na conformasao Conprrea ow pstgutea clo delinglente, quer no ambiente social Gmique ele se localies, uprima autonomia do diretio como itera, etorna-o umia teantca auctliar das comclusoes clei fs da wntropotagia ow da soctologia” (owen, Manuel Cavaleiro de, Ligoee de Diretto Penal. 4 el Parte Geral, Eaitocial Verbo.p- 27). 1A faldeia determinista or vezes, uma certa dose de reducionismo, de esquematismo, de sin plificacio € util e conveniente 3 perfeita compreenséo das coisas, idgias ¢ posices, Em matéria de politica criminal, duss grandes vertentes sto iden. ‘ifiedveis, rendo como divisor de Aguas a questio do hivre-arbitrio: 4) tradicional, que faz repousar a impuuibilidade a capacidade de en tendimento do carter ilieito do fato e/ou de determinagfo de acordo comesse entendimenta; para seus adepros, o autor-punivel dos cranes Jefinicios nos artigos 157, 158 e 159 do Cédigo Penal atua livre © cons ‘cientemente no sentida de violar © preceito ético, 0 imperativo categ6- rico subjacente Zquelas normas tipificadoras, qual seja: “nao submete- fis 0 teu semelhante a violéneia ou grave ameaca, para desfalear seu patriménio ou dele obter vantagem”; em poucas palavras: acreditan ho Lierenarbitrio (ama das fagctas da liberdade de eonsciéneia) como ppedra angular da impurabilidade penal, [fe preciso ter a vista muito curta © a mente muito estreita para denunciar na tradiedo ranco de + imobilismo. Nada mais dinémico quea radigao, no seu verdadeiro sentido etimol6gico de ato de en tregeer|! 7 Vejane Coa, Antinio Geraldo da, Dicfonério Etimoligicn Nova Frontetra Tradigao & a corrente de transmissio da cnergia ‘cultural, que os séculos acumulam; é ferramenta arquimediana com a qual se pode moves, sem frau ‘mas nem fssuras, Oque aparentava ser inamovivel — ‘o bloco de conhécimentos sedimentados, € 0 base {io de sabedotia que se vai passando de mao a mio no revezamento das geracSes, para tazer 0 passidlo ap encontro do futuro, b) autodesignada moderna, que supée existente relacio deterministica entre as condigoes socioeconomicas do agente € a infracio;, ~ seus adeptos acredstam que crime € produto de injungdes ma- teriais, excluids, por conseguinte, a inervengio do livre-arbt- 1110; ~ adotam “2 conviesio, numa espécie de culpabilicacio cole~ iva, de que 0 crime € produrn, no do fever trio do indivcluo, mas das injusticas socias, poss 0 omem, no fundo, seria naturalmente bom"* Crime & Castigo: — 3 daclg dos despossuidos resistiu & tentacio de obliterar seus sentimentos de respeito 20 proximo, vontade nada tem a ver com a situagOes concretas em gue ide de néscio asseverar qu situacio concreta em que se plasms € con se exterioriza orem, afirmara existéncia da liberdade de etcolher enire isto ¢ aquilo nem delonge é pretender que a soberania da vontade seja quimicamente Pura e que 2 preponderincia da vontade nao esteja sujeita a tusbulencias gravitacionais, Nio ha tal colsa, Hd, indiseuivelmente, condicionantes (da ‘mais variada natureza) da lberdade volitiva ‘Mas, se € certo que as condigées limitam 2 vontade e conformam o seu exercicio, € no menos verdadeio que de aenhum modo substituem 4 Propria vontade no contetido nuclear da ago. Elas, as condicionantes, xém.o poder de dizer vontade como ela se pode manifestar. mas no én o poder de determinar 0 que ela deve ser] ersidades, condigbos predis 20 Crime ninguém em sz consciencis ha de negae. Mas, obvismente, ¢ desiituida de minima consstencia a 1eor | pial Condicbes materia antagénicas crimes patrimoninis Violentos guar. i ~ haveria algo assim como fécreo, rigido fatalismo por sob a con- dam crusalidic nese i uta criminosa, tal significande que a vontade do rapinante do TEsSE WeGvin VES Toes bas chi, 26 Bssa feoria nao tem base factual, estatistica, porque entre 0s menos textorsionirio, cujas condigdes materiais de existéncia nao foram pee porn ‘osm if especialmente satisfutSrias, seria absolutamente impotcnte di- ‘ante do irresistivel magnetismo exercido pelo proveito ilicita, eles nio teriam liberdade de consciéncia, Ns promiscuidade de um barraco, na angistia da fome, no desepero da orfandade, na escuridio do analfabetismo, na visio de um futuro sem redengio, semethantc ao passado brutal ¢idéatico ao presente astixiante, seria uma idiotice ver condigées adequadas ao pleno florescimento © ao desembaragado exercicio do liveeacbitei. Mas € distorsivo afiemdtlo impossivel, velo natimorto, quando se tem muciGrevidencia estatsticn de que, A200 tendo perdido, a quase total” Atacleridincls estatlaics Ge aie nap send pe 7 "Pan uma Welda distinglo entre conserraidorimo eitétce & conservadorismo ‘eoluctondrio, este como uma das propraades datradigao e aquete cone urna Atinude de rejeigto 2 toda mositicacao, velase Law, Felix Adollo. “Tadicion, iradkiones, Trcionaienoe In Trading Reegads« Roedalecatdaa ech Georges. Op. cit pel fayorecidos apenas insignificante minoria voltase pari 0 roubo ca cx fH torsio. Nem explica por que razio, na mesma prole, somente um entre varios irmios resulta delingiente Allis, a * pesquisa sobre criminalidacte levada a efeito pela ONU reve- Jou nimeros que cabalmente ccsmentem a reoria material-mecanicista no Brasil registrase média 2pual de roubos por 100 mil habitantes muito superior a da Turquia, Azerbaljio, india e Tailandia, paises notoriamente Pobres (0 Fsiado de S. Paulo, 26 de margo de 2.001). Hlouvesse rigid ‘nexo de causalidade entre pobreza e criminalidade patrimonial, os indices seriam equivalentes. Nao sendlo, no hi. Importa destacar, em reforyo, quea Eypanha acusa indice superior a0 do Brasil, nio abstante si prospendade, Informa Fenech + *(.) moséaulo XX, a0 mesmo tempo que o Ociden- teconhece o seu mais fort erescimento econdmieo 4 sua mas fraca taxa de desemprego, no perioclo, de 1960-1975, registra-se um importante aumento da delingdencia ) Voy Corréa Lete de Moraes Jt Em julho de 1977, 0 relatério Peyrefite, encomen- dado pelo presidente Valéry Giscard D'Estaing, po- ‘nba jem evidenciaa ausencia de relagio entre eres cimento econdmico ¢ o nivel da delingliéncia, As: sim, em 1975, em periodo de batxa do desempre- f20, 0 niimero de crimes aumentara consideravel: No estrangeiro, foram realizados estudos similares, designadamemte nos Estados Unidos. James Q. Wil ‘son, no seu trabalho Thinking about Crime (1983), Gemonstrou claramente que nenbum aumento de criminalidade acompanhou 2 Grande Depressio (1929-1936) que langou no desemprego 37% da populacio norte-americana”.* :quacionando © problema em termos simples: a miséria predispoe 20 crime max no 0 engendra mecanieamente. © Lie-athitrio € o fator Tolerminante. Para grande maioria das pessoas, ofator de siBTimacio ‘Zean inguagem pricanalitica) da predisposicio negatva. Para inexpressiva Mnoria,€ 0 fator de rendicio, de submis, de sujeigao as solcitagies negativas do meio socioeeandenico ‘Ademais, essa feoria fuz ta rasa de evidéncia proporcionada pela observagie isenta (quero dizer, livre de distorcées ieolbgicas que arofiam 0 senso critica) da realidade: ni si 3505 de 1a [Tadd BRS Pasa, cm dltima andl, de mal assimilado materialismo clialéico, como observa Eenesio Sabato “nada tiene que ver el marcismo com ese materia- Hismo que reduce la entera actividad del espiritu a las Juersas ecomémicas, pres en ese esquuema el rombre noes bre sino esclavo de esas fuerzas. Tado To contrario de lo afirmado por Marx. En la Critica ide ta fllosofia del dlerecho de Hegel, por ejemplo, “afirma que no es la bistoria ta gue hace sino ol hombre, el bombre real y vivo, que persigue sus proprios fines. Es clerto que muchos marxistas denunciaron esta vulgar tergiversacion posttvista; (perovesas toces, coms la de Antonio Labriola, fueron Op at p10. abogadas por la escoldstica ofictal: 0, como en et ‘caso de Korsch fueron condenados por fa Interna- ‘cionat Comunista, cayendo sobre su pensamiento elsilencio funerario que terminaba imperando s0- bre esos muertos ciefles (..) las materialismos niece ricistas, entre los cuates deben contarse esa clase de marxistasa que bice antes referanc, considera ‘al hombre como ef resultado de un confunto de determinaciones, tal como sucede con un dtomo, tuna piedira 0 wa mesa, regia por la sola y clegat causalidad”|* A margem, calha bem advertir para o fato de que essa teorla, além de gasosa, no € fnocente. Deveras, pressuposta 2 incompatibilidade absoluta e permanente en- re condigées materia hostis liberdade de consciéncia, engendira-se um. paridoxo monsiruoso: tudo bem medido ¢ bem pesado. 0 sociocco- homicamente inferiorizado vé-se despojado de cid sect .cnuina bberda ‘2) formacio de pensamento proprio, valendo dizer que de nada the servird o direito a livre manifestagio do pensamento (CE, art. 5°, Ms b) opsio: 1) religiosa (CR art. 5°, VIID; 2) filoséfica (bide); 3) politica (bide); 4) profissional (CF, art. 5°, XII; 5) associativa (CF, art. 5°, XVII}: 9) reunifio (CF, art. 5°, XVD), Donde s aqusla desarrazoada teoria empresta justificacts fia aristocritica de governo: reduzida pela pobreza 2 ir entre avesso € direito, Loria € #10, TERO € eras, a massa deve ser posta sob curateln_ A intelligentizia pen Sari, décidird e lalact por ela, 5 Seam Ernesto Ht Eseritor.y sus Fantasma. BarceloeaTalitoral Seis Barra, 1987, p.8l.e 207 Pois bem, o banimenio, a proscricio do live-arbitrio da ordem de consi ANektélano, ¢ Estado de Sio Paulo deve registrar” fe ico de latrocinios. = $6 de jancito a sévembro, segundo dadog da Secretariade Segaranga, pelo merioy 500, pessous foram moras durante |” “feutbos 00 fehfativas ~ um aumento de 26% emi compariqao ag mesino pedolle do ano pasado.” | ‘Soe canis te ie debe BO! “Cabo € morto por ladrées em prédio na alameda Santos. Criminosos obrigaram-no a tirar colete & prova de balas € ‘mataram-no.” (0 Fue de Sik Paulo, eg de 2 de eve de 2050) “Motoristas param em protesto contra morte de cole Motoristas € cobradores ficaram revoltados com a more do colega Narciso Silva Alves, de 40 anos (..) O motorista fot morto com um tiro no peito durante um assalto no énibns que dirigia.” (© Bota de So Palo, edgho de 1 de eer de 2000, crime @ Castigo: o sLadrdes matam garoto de 12 anos para roubar moto.” (0 svt de So Paul, eho de 1" de Fevereiro de 2000, “aposentada é baleada em dnibus.” (otis de Saw Pale ecko de ¥ de ferereo de 201 “Ladrdo assassina vendedor a tiro em semiforo.” (0 Estado de ao Paul, edigio de 31 de ancro de 2000), stadrdes em fuga matam jovem empresatio (22 anos), {0 Bada te Sto Ranke, io de 21 de fei de 200 “Empresirio € morto na Paulista (durante tentativa de as salto).” (olba de Si Panto, so de 19 de janeiro de 2000), -Quadsitha mata 2.PMs em assalto a empresa” (0 Bstado de So Paulo, «io de 18 de janeiro de 2000) “Prentistas (...) sio baleados por assaltantes. (0 tstado de Ste Pn, eigsn de 07 se jneco de 200) “pois policiais sio mortos por assaltantes. De 1° de jancix ro até © dia 20 de novembro, 40 policiais militares morre: ram emp servigo (..) Nesse perfodo, bouve ainda 250 assassi- atos de PMs que estavam de folga.” {0 stad de Si Palo, eg de 29 de derenbro de 1 » sAssaltante mata vitima na frente dos dois filsos.” fo Fnac de to Paulo, tho de 18 de dezembro de 1999) *aposentado é morto durante assalto em daibus.” (© fstab Sao Pant, cso de N6 de deceive de 199) “trio mata idosa € rouba RS £00 da aposentadoria.” (0 tieada de So Poula, de 1999) 0 empresdrio Eduardo Skerlak, de 27 anos, conversava tranqilamente, dentro de sua caminhonete S-10, com a nae mona, Flavia Regina Manzano Soares, de 25. (..) De repen- eo didlogo foi intersompido por um assaltante que, armado sGm um revolver, disse ao motorista: “Vai passando, vai pas+ cand” Antes mesmo de qualquer reagio, ele eferuow um dis: paro que atingiu cm cheio o rosto do empresirio. (.-) Skerlak frorreu ao dar entrada no (Pronto-Socorro),(..) O assaltante fagin sem levar nada.” (@ besa de S00 Pano, eixio 6 02 de marco de 199) 40 feentista Normand Galhau Nery, de 34 anos, fotmorio durante assaito 20 Autopesto GP Nery foi abordado por dois homens, que 0 conduziram a loja de conveniéncia e pegaramo Ginheiro do casa, RS 150,00, Osassaltantes balearam o frentista ras costas € fugiram a pe” (0 saa ce Sto Pal, eho de 1 de arco de 1:9) n Volney Corria Lake de Mereos Jr “Empresirio € mortoa tiros por assaltantes em Moema." (@sato ae Sao Paul, etic 1° de argo de 1999) “Estudante de 24 anos é morta durante assalo.” (0 Fado de St Pala, eehsbo de 30 densi de 1999) “Despachante € morto em caixa eletinico de Osasco.” (0 ftade se Si Pauls, dicho de 8 de jonven de 199%) “Ladrao mata empresirio alemso.” (O tad de Sto Raul, ediho de 18 se novembre de 1988), “Arquiteta € morta a tiros durante assalto.” (© Bxado de So Raat, ciclo de 18 Ge aivembro de 1998) “Acstudante do segundo ano de Engenharia de Alimen- tos Sarah de Magalhaes Videiea, de 21 anos, foi assascinada com um tiro ma cabeca durante uma tenzativa de assalto.” (0 Bsado de Se Raul, eich de 02 de setemine 81298) “Ladroes drogados matam estilista (23 anos) no Morumby.” (© Estado de Si Pant, cag de 4 de agoto de 1999, “Bala perdida (em assalto) mata estudante (21 anos) aa Zona Sol.” (© Sado de Sao alo, ecigio de 22 de jlo de 1898) “Policial reage a assalto € € moxto com cinco tires.” (0 tsado de Sao Paul, e40 Ne 18 de nko de 198). “A contadora Olga de Almeida, de 36 anos, morreu (..) atingida por uma bala perdida durante tiroreio entre poli- ciais € trés assaltantes de hanco.” (0 Btado de Sta Saul, edie 28 de ale de 1998) “Dona de casa € assassinada em tentativa de assalto.” (© Bitado de Se alo, edo 4604 de maio de 1998) ata Soldado da PM € fere cabo em Leme.” ‘Dupla (de ladrdes) mata professor coma tito no pescoge”” (0 toa de Sao tao, eigso de 25 ce abet 1998) “Ladroes fazem maratona de crimes ¢ matam poli (@ tad de sae Pato, ego de 15 cea de 1998) time @ Castigo: _ “Flomem que matou analista espera jiri por outro crime A politia prendets ontem Carlos Eduardo Custédio da Silva, de 22 anos, que confessou ter assassinado 0 analista, Luiz Eduardo Pera de Camargo, de 42, funciondrio da Conse. G) Camargo foi morte na frente das dass filhas, tentando defendé-las de dois assaltantcs que javadiram sua casa. (.-) Silva jd eumpriu pena de 3 anos de peisgo por assalto, eaguar- ‘cava em liberdade o julgamento por outsoassassinato. (..) A vitva do analists, Mayumi Okamoto, de 44 anos, afirma que ‘set: marido ‘icou entre os bandidos © as flhis. As meninas estariam sendo ameacadas porque gritavam, assustacas, te- mendo que o pai fosse levado pelos assaltuntes.” (0 Sstado ce Sao Palo, ego d= 23 de abt ce 1898 “0 comerciante Fernando Moreira de Menezes, de 52 nos seu filho Fernando Eduardo Torres de Menezes, de 17 anos, foram baleados (..) durante unt assalto (..) Oempresicio mor- reu na hora Fernando foi levado para 0 hospital (..) mas no resistiu aps fetimentos.” (@estado de Sto Raut, csio.de 71 de marge de 199), “adres detonam granada € matam 1 10 Rio." (0 Fetado de Sto Pala, eigio de 21 de atc ée 1556. “Qs ladrdes praticaram no ano passado em todo o Estado 152 mil assaltos, 315 mil furtos, Ievaram 136 mil veiculos mataram 450 pessoas para conseguir dinbeiro, joias ¢ car- 0s. Os mimeros divulgados pela Secretaria da Seguranca P- blica eevelam 0 aumento da violéncia na Capital, na Grande ‘So Panlo € no interior, em comparacao a 1996.” (Otado de so Mats, caigo-de 12d rar de 198). “Assaltantes matam advogado e contador.” sad de So Poa, high de 27 de fverivo de 1998) “0 cantor Milton Furigo, 0 Dico, de 47 anos, salvou a fila Citia Cristina Vieira Furigo, de 21, mas foi morto por lidrées (Ciro Popa, echo de 18 de fever de 1998) Vainey Gor *Ladrdes matam auditor do BC em Pinheiros.” {0 Estado de So alo, edigso de OT de eerio de 1998), is no tFinlio, confessoui © theta de Investigagbes Sobre Crimes Putrimoninis: (Dera) "ter atucado mais decem.anulheres desde malo, quando come: | ea gir 8 gente sna para assattar 1 i 1 ue foiam mais de cen’, aden 0 lado an delegate Edson | Soares. cesponsivel pela identifieacio « prislo de Carvalhoe seuscomplces, Robson de Jests Gare, de 23 anos. Sérylo snrique Lopes Haiza, le 21, ¢ Masia Viera da Silva, de 4 © 7.2 des tesponlemca acusagoes-dk assalto.com ferimentos 4 0 halearam mn rapae durante ssalto =; les0es corporis BelS CADInchIME NID: a ates Gas enter, GtenMIO + deoto ao pador - rasgaram as foupss de 42 mulheres, - sdaasmios pelo corpo delas =e 40s ibidingsos. Gare ‘ém foi indiciado:pela prdtica de ues estupros” © W Bnde a ho Pino, cctovte 4 enema de 0). Sorocaba, Pelo menos um em cid 50 sorocabanos jf foi vitima de algum tipo de furto ou assalto no ano passado. Ak ‘gums ocorréncias recentes marcaram a cidade, como o ass 1 ao hipermereado do maior shopping da cidade em dezem- bro, O engenheiro Anciré Pedireira Martins fazia compras, com. utras 15 mil pessoas, quando oite homens armados de me tralhadoras obrigaram a mubtidao adeitarse no chao e limpa- ram 0 caixa Na fuga, dispararam :xjadas contra os seguran- as.” (0 stad de So Pato) “alconista € baleada durante assalto em SP." (0 ssiado de sto Paulo, edicio de 1 de feereo 8 1858, “Professora para em sinal e é morta por assaltantes.” (0 uado de Sto Paulo, edico de 1° de feereo de 1998, “Policial € morta ao tentar evitar assalto na rua.” (0 faut de So Paul, edie de ¥ de eerevo de 1958), crime ¢ Castigo: ‘s FaereesPoteareneromas “A psicOloga ES.C., de 26 anos, sequestrada (..) em Moe, zona sul, reconhecety, no 27° Distrito do Campo Belo, 0s dois Iadrbes que a atacaram para sacar dinheiro dos caixas cle- tronicos e tentaram enforeécla em um matagal de Itapecerica ‘da Serra.” {© Puado de Sa Palo, edsho be 28 de janeiro de 19%, “Santos. A policia ainda nfo conseguiu identificar o assassino do advogado Candido Luiz Ramos Rocha, de 27 anos, morto tha madrugad do réveillon quando tentava auniliar dois ami- gos que corriam atris de um lado. © homem acabara de sssaltar uma mulher, no bairro da Ponta da Praia.” (© Bxado de Sto Reo, edi0-4¢ 08 de ancico de 1998) “adres roubain posto bancario de condominio, PM que ‘passava pelo local foi moro por uum dos ladroes.” {0 tstado de Sto Pano, edisio de 12 de deanbro de 1997) “Aposentado € morto em caixa cletrénico.” (@ Estado de S80 Ful, edi de 31 de oumabro de 1997). ‘Dupla mata policial em tentativa de assalto” (0 Futado de So Pal, edie de 18 e onto ee 1397) “Caminhoneitos (¢rés) so assassinados por assaftantes.” (0 Buco de So Pando, ediso Ue 28 de scembro de 1997) “Assaltante mata a tires empresirio em doceria.” (0 Eaado de S80 Paul, etigo de 19 de seembeo de 1997). Vigilante € garoto (12.anos) morrem em assalto.” (@ ited ce Sdn Panto, edito 6205 de wero de 1997), “tadroes agridem mulher de 77 anos. (0 fstado de Sao Pao, e208 08 de stembo de 1997) adres fazem reféns ¢ atiram em estudante (20 anos).” {0 Btn de Sa0 Paulo, eco de 28 be nono 99 “Assaltante mata gerente de banco cm Sio Carlos. (o Pitado de So Raul, edigho de 27 de agosto de 199°. 76 “0 procutador de Justin apesentado 1us0 Simbes, de 62 anos, ¢ sua fumiliaviveram nent tras mits de quatro asatantes oremente porwr = (© Bite de So Pet, iy de 1 de désaibra de 1977) jardineiro € preso por matar artista. (.) Hermine Toth, 75 (..) fos fenddida com um canivete. Desmaiada, tere o pesco- 40 apertade por uma coleiea de cio € os ouvidos perfurados por um saca-rolhas e por um espeto de churrasco. Por fim, © assassino ateou fogo s0 corpo” (otha de Sio Paulo, eecio de 26 de get0 de 199). ‘Adolescentes matam advogada em assalio.” 4 Piouna, ean de 24 e apc de 1397. “0 empresirio Carlos Francisco Sobreira Guimaraes, de 43 anos, foi baleado por dois motoqueiros em uma tentatira > assako.” (0 funda de Ste Paulo, ediio de 2) deagosto de 1937) ‘Dupla assassina comerciante a tizos a0 Ipiranga (dursnte sentativa de assalto).” (0 bsiado de Sa Rant, eign Ge 15 Je a9080 de 1997) “Um Jadrio disparou pelo menos seis tiros no empresi- rio Joao José Marques de Jesus, 4 Potbe de St Pandy, edo de 08 de agosto de 1997) “Mecanico (19 anos) € assassinado 20 reagir @ assalto (0 ado de Sa9 Pato, cago de 08 de aos de 199 “Assalto ¢ tiroteio causam mortes na Bela Vista.” (0 Esato we 500 Rawlo, ecto 8 63 de ag0H0 Ce 1997. nies, um deles menor de idade, acakaram conlessindo a (0 Estado de Sto Paulo, etie20 620 0 ag080 de 1997) “Mdsico (24 anos) € morto em assalto na Zona Leste.” (0 Bstade le Ste Patio, eign ba 30 jalho de 1957) “0 exadministrador regional da Vila Prudente, Foderio Sconamiglio, de 47 anos, foi baleado no ombro durante ten- tatiea de assalto.” (0 Eada de Sio Pao, edo $026 ce to de 17) PMs sao acusados de seqiieserar ¢ matar Compo de Yves Yoshiaki O12, de 8 anos, fo enconirato, dez {das depois do sequiestro, enterrado embaixo de umberco m4 ‘casa de um vigia, também preso, pai pediu pena de mone _ jou de forma twigica 0 drums da s ue fort seqquesirado. 0 smenino Wes (.), fot encontrao abtecnucn Ani enters do debaixo de um benzo, em uma east na zona leste. Dois ppoliciais militares c um viga acusados do crime foram presos. Durante esse tempo ¢ j-com 4 erianga mora, com doi tos no foto, os sequestradores maniiveram vivis as Esperangas ‘dos pals ¢ negociaram o resgate. (.) Omienino Vues estudzet_ ‘na 2 série na Escola Santa fsibel, na gona leste. Segundo sua {nica ina, Vanessa Jambo Ota, de 11 anos, Yves era alegre & ‘de bem com a vids" Baines muito com rideogame € 10 sala part a na.” ee : (0 bade de Si Pauly le 10 de sted de 1827) “Uma baie serdidla matou (..) a empresixia Neli Sueuki Nakamata, de 41 anos (. ela passava com sea Vectra (..) NO ‘momento em que quatro kidrOes saiam do mercadinho Pra ‘Casa, Os assaltantes deram viries tiros a esmo, Uma das balas acertou Nel (@ fstado de Sto Pout, edo de 27 de po de 197. “Policial morre em tentativa de roubo. (6 Suto de Sto Paulo, elie be 16 de Maho de 197. Viney Corréa Lete de Moraes sr “Administradora € morta por menor em S. Caetano. Ela estava com 0 namorado e levou um tiro na cabega durante tentativa de assalto.” (0 Bwado de Sto Pato, edici de 20 de mio de 1997) “Ricardo Christiano Maciel, 18, 0 Pedriuba, foi preso sob a acusasao de assassinar o cobridor Gérson Rosa Nascimen- to, 16, com quatro tiros & quelma-roupa no rosto a fim de roubarihie 0 boné. Segundo a Divisio de Homicidios, Maciel confessau 0 crime € disse que achara o boné bonito” iba do Sa Po, cstsio de 08 de aco de 1997). [Trata-se, como qualquer cego pode wer, de crime de bagateia. Segun- do 2s diretrizes do Direito Penal Moderno, crime de bagatela ¢ conduta pao punivel. Logo, para no conteariartais diretrizes, devemos entender que latrocinio envolvendo a subtracio de boné € fato penalmente ifrelevante. Quando muito, segundo as diretrizes do Direito Penal Mo- derno, sujeitaria 0 agente (certamente um desvalido a quem a sociedade Cceuel recusa umm bong) a0 pagamento de cesta bisica). “0 comerciante Edson Sardelie, 50, foi morto com um tiro no peito em um assalto a sua loja de calcados.” (Fotha de So Baxdo, echo de 08 de mary de 1997) “O policial militar Sérgio Francisco da Silva foi assassina- do ¢...) ao tentar evitar um assalto a0 posto bancério que fun- ciona no interior do Clube ‘A Hebraica’.” (© Biddle Sto Paul, cgi de 07 de marco 197) “Oito pessoas ficaram feridas, uma gravemente, em uma ‘tentativa de assalto dentro da Fstagio Conceicio do Metro, ‘na zona sul (..) para fugir, os assaltantes comegaram 2 ati- rar contra 0$ passageiros. Segundo @ Policia Militar, eles riraram nas pernas das pessoas para prejudlicar a persegui- ‘cao dos policiais” (© Bude de So Pao, cage de 26 de fevereir Ge 1997. [Em conformidade com as diretrizes do Direito Penal Moderno, 0 ext minoso tem diretio @ fuga. Ora, se os ladrOes estavam exercendo esse direito, a idéia de atirar contra as pernus de passageiras era de todo em todo legitioa, na medida em que € legitimo tudo quamo assegure um. exercicio de um direito] “O pagamento de um resgate acabou em tiroteio (..) entre policitis civs e um dos seqiiestradores de uma menina de 4 meses (..) a crianga é filha de um empresésio da construc civil (..) dais homens savadiram a casa do empresirio (..) para roubisla, Como o empresitio afo tinha dinheiro em casa, 08 assaltantes decidiram levar a menina de 4 meses (..) megocia- ram com a familia e fixaram 0 resgate (..) © empresiio foi eniregar 0 dinheiro sob a protecio de policiais (..) 0 seqitestrador se aproximou e pediu © dinheiro. Como ele nao estava com 4 menina, o pai nZo quis dar (..) 0 seqtiestratlor ‘sacou tim arma € apontou para o empresirio. Os policials in- tervieram © houve troteio (..) Cristiane Goncalves Trevisan, ‘que passava pela nia, foi baleada na niso. oli de Sa0 Paul, obo de 6 de levercv de 1987) “Tomada como refém em um assalto a dnibus, a dona de ‘casa Fatima da Silva Oliveira, de 40 anos, foi baleada no pes- cogo e morreu.” (© Btado de Sao Pale, ego de 31 de posico de 1997) “0 aposentado Jaime Busta Alves, de 62 anos, foi baleado (..) durante tentativa de assalto a um condominio na Zona Leste da cidade (..) 0 assaltante Cicero Ciscate Alves, cle 22 anos, chegou a jogar éleool em Busta Alves © ameacou azcar Togo para obrigi-lo a abrir © cote (..) 0 outro assaltante (..) acerrau trés tiros no aposentado, dois na nuca € um na testa.” (0 Stade de Sto Paude, ego de 31 de nic de 199 “O comerciante Edmir Joaquim de Araijo foi assassinado (.) por ladeses, (© Evade de Sin Plo, ego de 28 de ani Se 1997) “0 padre José Carlos da Silva, de 55 anos, fol assassinado com um tiro no peito (..) em Campinas, durante uma tentati- ‘ya de assalio a sua casa” (0 Buta de Sto Panto, gio de 28 de ano 661997) 'o soldado da Policia Militar Celso Aparecide Pinto de Assuuncio, de 32 anos (...) foi morto por um tiro (..) Ele rea gu a um assalto”. (© bstado de Sta Paulo, edgs0 de 13 de aotembo de 1996) ” ® - Voy Gortba Lote de Moraes wt “0 estudante Henrique Biagi Americano, de 22 anos, fot assassinade (..) com dois titos, por ladrdes.” {6 Ftade de Sto Feo, edido de ° de novembre de 1990; “0 gerente de anslise de sistemas da Companhia de Sa- neamento Bisico do Estado (xnsS?) e professor universiti- rio Alfredo Barbosa Bittencourt, de 42 anos, morreu (..) apes ter sido baleado nium seméfore da Rua da Consolagie, no Centro, por dois adres.” “Santos—0 jovem Gino Barbosa Berretiini, de 19 anos, mor- rev (.) quando tentava livrar a namorida, Ana Paula de Je sus, de dois assaltantes.” {0 ade de Se Ponto, So de 19 deentuvn de 195) “0 constrator Otivio Martins dos Santos, de 70 anos, que ‘morava em Gajamar, foi encontrado moto, ontem de manhi, fem sua chacara, em Campo Limpo Paulista. Ele foi morto por assaltantes que tentaram levar 0 seu Gol sno 88, estacionado ‘na giragem, Os ladrbes deram mais de 20 facadas em Santos «¢, depois, 0 queimaram vivo.” (0 Bou de ie Dando, edisio Se 1 de catsbro de 1956) “0 assaltante Carlos Fduarde Oliveira, de 19 anos,contes- sou ontem, em Sorocaba, ter matado © consultor financciro [Abram Piccioto, de 22 anos, um dos mais jovens lideres da comunidace judaica paulstana, (..) Oliveira, auniliado por ‘outto ladrio, conbecido por Romano, disse ter dado dois tix ros ¢ uma facada no consultor. O compe do rapaz, segundo ele, {1 jogado no Rio Sorocaba.” (© Pade de So Poul, eigsode 1 de ansbeo de 1996) °O seguranca José Pereira Barbosa, 24, levou 2 tiros du- ranve uma tentativa de assalto (0 Bitade de Sto Paulo, edicia de 09 de euro de 1996) “Trés homens armados assaltaram (..) a empresa (..) 40 advogado Carlos Ciola, 57. 0 acvogado é um dos lideres do, | movimento antivioléneis Reage Sdo Paulo e pai da estadance ‘Adriana Ciola, morta em um assalto 20 restaurante Bodega fem 10 de agosto passado.” (0 Estado de Sto Pawo, edsho Ge 09 de o> de 1999) 0 empresirio Kasuto Hirata, de $1.anos, morreu (..) da- ante uma tentativa de assalto & sua empresa.” (0 Bsiado de Si Paulo, eiga0 de 2 Jescmbeo de (996. “Segundo levantamento feito pela Associagio dos Advo- gados Ceiminalistas do Estado de Sao Paulo, de janeiro & ‘agosto, foram registradas 1.942 queixts de assaltos nas dele: ‘gacias; 82 pessoas morreram.” (0 indo de So Baulo,edigio de de stem ce 199) “0 seguranca José Antonio Gongalves Qucirés, de 27 anos, foi morto em plena roa”, quando “perseguia trés ladroes.” (© Beaded So Paste, edcio be 2 de seem é€ 1998) “Dois assaltantes invadiram apartamcato de industrial de 64 anos ( (0 Faun de Sa Paulo, sicko de 18 de setenv de 1998) )eameacaram matar seu neto.” “Adona de casa Luzia Nomoe Ishikawa Suzaki, de $5 anos, foi morta (..) quando saia de um caixa 24 horas (..) atinggida por um tiro no tOrax ao reagir 2 um assalto.” (0 Bitade de eo Ply, ego Be 21 de stereo de 796) “Pesquisa sobre Sioléncia urbana do Instituto Gallup de Opiniao Publica, feita para o Estado, mostra que 1,28 milhao de pessoas adulras sio as- saltadas por ano na regido metropolitan. Portanto, 106 mil pessoas por més, 4,5 mil por dia, sofrem -algam tipo de violencia.” tad de ho Pon, eg 662 de pe de 99) “Ao tentar escapar da prisio, o bandido entron com 0 ‘Tempea (roubsdlo) no jardim de uma praca em Sapopemba “8am advogadi fo! @pancado em €asa € 0s ladrocs des: seam fal em se te ae yom Osseo, ‘Reigtrag aloe fage nas To preaoferlal tmesiacceaie” Volney Cortés Lete de Moraes ut. na Zona Leste, e acabou atropelando ¢ matando a estudante de 24 série Andeéa Thais Costa de Oliveira, de 8 anos.” (© Beta de Si Pl, e680. 02 e sereto de 1996) *.1. 08 eriminosos estio muito mais proximos do que se imaginava. lavadindo 0s lugares onde antes as pessoas cos: ‘tumavam se sentir menos ameagadas, como seu local de trax bbalho, seu bar preferido, seu apartamento. Ladrdes tém tore- rrado, até colocado fogo nas vitimas, para levar quase nada de valor material. Muitas vezes Jevam apenas as vidas (0 tetas de S40 Paul, edcdo de 18 de apps de 1996) “Ladroes mataram 276 no Estado em 6 meses.” (0 Brtado de S80 Paulo, eco de 3 de agosto be 1998) “Sacerdote vitima de assaltantes em Ribeiro Preto~ ten tativa de latrocinio —faeada no pescogo e pauladas na cabeca = traumativmo erdnio-facial ~ contusao cerebral bemor- rdgica, de que resultou lesio geavissima: perda quase total da visio do olbo afreito.” (op L027 854, jogads em 12.9195 — Joke Nogueen Fh, rela, “Assaltantes amcagany colocar foxo en fofatn rorturados por uma hora ¢ meta (.) eles foramamarrs: aim seus compen chehartados com slevel. Ostadres se incendiac 9 spararicn Ot tue a soe 0 )) a vitima foi torturada por quase duas horas, sendo obrigada a ingerirvinagre, se pimenta, a segurar fio elético, recebendo fortes descargas enquanto the arremessavam gua contra o corpo, akimde ser compelida a -espirse ea deitar-se de brugos, para que o agravante e um comparss pingassem Crime ¢ Castigo: wa derretida de uma vela em seu anus, provocando-the quei- ‘maduras.” (asada de oro profeido pel uz Nogues Flo, no ugsmenta do Aga i becca” 1058.1570, Tacos SP, oiapliante ears “yeaa pereeridade tos h ee ee om pp hc eg (Os Nameros da Violéncia no Estado de Sao Paulo T Sequestros Roubos Furte de Vateulos | "2000": 63 ‘2000: 807.997 2000: 108.493 | 001 257 2001; 296271 200 105281 Verapao aopo-on aa | Van eee omieidoe dolosce | Roubode veluios ponent. ae | Vaiagte 200001: -99% | Cchasinas" a0 1519 2000; 102.085 ana: 64 2001 527 2001-08585 200 60 Taraghe 200001 1% | Navaghe 20900 15 | argo 2600087 6% _| Lavocinios Fortes ortes em Chacinas™™ pone: 425, | zovo: «71088 2000. 288 2001498 2001 807017 mon ae Toinghe 00.27% | Vetnglo 200eor «76% | varagho 200001 14.6% r Volney Corba Lote de Moraes J. a ar ‘omunidade juridica no se comover com tho pungente estatistica enaosouber dar resposta punisiva adequada ao banditisino violento, sera bem apropriaclo acoimé-la de insensivel, pusilinime e imi! Escandaliza € revolta ver como falsos humanistas ~ espicagadas por patclgicos sentimentos de culpa oa acorogoados por farisalca c picgas comiseracio por facinoras — se alvorocim € se mobilizam, sempre que. dianic da crescente ousadia ¢ expansiva analgesia moral dos assalantes, surgem propostas de reforco da eficicia intimidativa e cissvaséria da pena Chrando com a mais desfacada improbidade intelectual, os falsos huounistas poem nos defensores de Jusiiea Penal austera tacha de reacionarios, retrgrados, porque, em sua Optica desonesta, estariam em ‘oposisio as senddencias do diretio penal moderno. Ora 1889 € cavilacio, blufi0 que esses indiniciuos refratiries aos sofrimentos da populacao. ordeira consideram tendénctas do dtreito penal moderno nao passa de ‘cereicinas lucubragdes de uns poueos nefelinatas, centstas de gabincte, prisioneiros de delirios quiméricos. Na verdade, 0 ordenamento repressi- vo no chamado primeiro mundo é tendencialmente sempre mais © mais rigorcso. (Ojunsta Albert Silva Franco, conspicuo precorizador de re- ugio nas dimensées do direito punitivo e notGrio aivogaco e Soiugdes mitigativas em sua aplicagio, malgrado lamen: undo que as “novas tendéncias do direito penal desfigurem- no, reconhece que elas se caracterizam "por umaampla polit ca de criminalizacio em areas até entao exchuidas ée sua in- tervencio”, de tl modo que 0 direito penal “ao invés de ser Uuilizado como tltima ratio passa ser adotado como prima ratio ow até mesmo come sola ratio”. — Boletim CCK 1 36, julho.97), A ralidade espethada no Direito Posttivo € bem outra “Nos Estados Unidos, onde ha trés décadas as estatisticas atsibuem acriangas entre 9 ¢ 14 anoy a média de 100 assas- Sinatos por ano, em Estados como 0 Texas menores podem ser condenadios a até quarenta anos de caclela. Ba let federal esti apertando. Lim pacote do governo Clinton contra aviolen- ia manda julgar como adultes oy adolescentes que se metam fem delitos i mio armada. Na Inglaterra (..) Jobn Venable © Robert Thompson, dois meninos que mataram umm bebe quan- dotinkam 10 anos, pegaram quinze anos de prisio.” Comin, Marvos Si Veja, edigio de 21 de ago de 1996. ‘Crime € Gaston: a “Jovem de 15 anos pega prisdo perpétua nos EUA. Una corte da Florida condenou ontem Joshua Phillips, de 15 ano, 4 pnisio perpétua, sem difeito a condicionzl, pela more de ‘sua viinha ~ uma gusora de 8 anos. Joshua bateu em Maddie Clifton com um taco de baseball € a esfiqueou até a monte, escondendo o corpo embixo de sua cama. Amenina foi en ‘contrada pela mae do jovem uma semana depois de ter desa- parecido, (Reuters)” (© Bitade de So Poul, wigio de 21 de agcato de 199%), “As pesquisas mosiram que 0 maior uso da pena de morte sci diretamente vinculado 3 pressio feita pelos eleitores ‘que exigem esse tipo de puni¢io para os chamados erimes hediondos Ha ama concordincia geral de cpue os erimino- sos respouséveis por infracGes leves devem ter oportunidad de reintegrar-se 4 sociedade, merecendo a reeducagio, mas nos uiltimos anos, calu sensivelmente a tolerincia da socke= dade a casos de violencia gratuita.” (O Bsxado deSdo Paulo, ici de 6 de nals de 1997) “0 Estado de Nova York foi uin os £4 entre os 50 dos FUA fem que as leis foram mudadas nos diltimos dois anos part permitir que adolescentes sejam tratados como maiores de idade quando cometem crimes violentos (..) A tradigio nos BUA tem sido, desde 1899, de julgar menores em cortes espe- ciais e garantie penas mais leves que as dos adultes. Além. disso, nessas cortes os processos s10 mantidos em segredo. Mas a pritica tem se slterado, Na maioria des Bstados, a par tir dos 16 anos, o acusado € trataco como adulto. Em Ore- ‘gon, Costa Oeste, @ limite € 14 anos; em Wisconsin, Melo- Oeste, 10; no Tenessee, sul do pais, nao ha limite de idace.” Wott de So Paulo, edigio ée27 de mato de 1997. lids, a populacio earceriia tem experimentado acentuada expansio nos Estados Unidos por conta de leis sempre tiais rigorosas: *Néimero de presos aos BUA € de 1,7 milhio. A populagio carceriria dos Estados Unidos teve um aumento de cerca de 100 mil derentos entre junho de 1996 ¢ juno de 1997, anun ciou ontem o Departamento de Justiga, De acorclo com a Seo, de esatistica do departamento, 0 numero de deter*os esti ‘em torno de 1,7 milliio em todo o pais. As cidades que tém 86 Let mais pessoas presas sio Los Angeles (cerea de 21,9 mil detentos), Nova York (17,5 mil) € Chicago (9,1 mil). Desde 1990, © nimero de detentos aumentou em quase 600 mil Seguado o departamento, esse total vem aumentando desde 1980 e as eazées principals para iso so maior miimero de prises de graficantes de drogas e leis mais rigidas. (Reuters)” (© Bade le Sto Pau, edo de 19 de janeiro de 1998). “Crimes graves cairam 4% nos BUA em 97. Os registros de crimes graves diminuiram em todo territério americano em 1997 —0 sexto ano consecutive de babxas anuais no pais. (..) Os crimes violentas diminuiram 5%, Entre esses crimes, hou ve reducio de 9% no niimero de assassinatos € roU908. (.) Ente os fitores que contribuem para a queda da violencia estio 0 envelhecimento da populagio, a adocio de leis penais, mais Figidas © 0 aumento de pesscas na prisio.” *O adolescente britinico Brian Smith foi condenado a ficar detido por tempo indefinido pelo assassinato (..) de uma estucante de 9 anos, Jade Matthews, numa linka frrea da cidade de Bootle (noroeste da Inglaterra) (0 bade de Sao taut, 08 de eveteeo de 197), ae°Na Franga, a legislagao foi endurecida por causa de um crime sidico. Em 1995, um estuprador de crianeasreincidente, Patrick Tessier, canfesson ter assassinacio uma de suas vitinas, Karine, de 8 anos. O c(sdigo penal foi revista por eaus: dele. Para crimes dessa gravidade, passou a ser prevista pena minima de 30 anos, sem redugoes. Paria morte de menores de 15 anos, acome panhada por estupro ou tortura, a pena € prisio perpétua.” de ago de 196). (0 sxe de Sao Paste, igo de “Garoto pega 111 anos por assassinatos nos EUS.” Vornado Tare, edie de 11 de norembwo be 1999) “BUA julgam réu de 13 anos como se fosse adulto. Acusie do de ter cometido assassinato aos L1 anos pode receber pena perpétua.” (0 Bstado de Sao Paso, aio de 17 be nexembno de 1999) TExcerto de matéria assinacla por John Cushman Jr no The Wet Yor: Fame, trad ida reproduida na ediio de 25 de maia de 1998 de O Evtado ce S40 Pando Crime © Cast: No Reino Unido, a pena para roubo com emprego de arma produ efei- tos por toda a vida do condenado. Usualmente aplici-se pena de 25 anos, mas, na verdade, tratase de questio discricionsria e 0 juiz determina o tempo minim que 0 criminoso Callonamente, es pregadores do laxismo penal tém grande considerse iP bao gue © Fove pensa, quando @ Povo pensa.o que eles quetem ane cle pense. No e: 12 Cestizo Penal vigente na llis prevé que a pena reclusiva aplicivel a Ghins quuliicada pode atingir 20 (vinte) anos (are. 628), sem praca das pevas cominadas aos Recta tote: © tOubo € punido com reclusio perpdiua (ar 311.10) Escheve nexposigio de mortvos do novo eédigo penal fancts que “une écheliedes eines plu cobirentes été tnerodaite Pour les vols conrmtis avec violence Le legislator, ‘eof prewe une progression conan des petnon encourtes qu, saidf dans cenames hypotheses routs ten repression pus séverequaujouard! buat Kealmente, 0 cécigo revogsdo previa penas de 10 (de2) € 20 (inte) seams 9 citados casos, que. hoje, levam 4 perpetuidack do Green, ceramento, EI Gobierno britdrtico ba opiado por endlurecer la ‘egistacton sobre poseston de armas de fuego eon eb 0 sido de Sao Paulo, 24 te marca de 1999 Sime € Castigo: ——_________» FiteatesPotearers oarwa Reino Untdo anie el clamor popular desatado por fa matanza de Dunblane em marzo, cuando tn indvicivo mato a sangre fria a 16 niitos y a st rofetora.(.) lanuevs legistacton presentada ante Ja Gémara de ios Comunes,.y que pretender ina. mitadaen esta legislatura, esusta le lasinids deve en materia de control de armas que exisien em ol mundo. Desde 1994, ademés, la pena por posesion egal de armas es de 10 anos de céree éxico reforma leis para conter crime ¢ violencia. O presidente do México, Ernesto Zedillo, anunciou (...) uma série de reformnas na Conace fuicio ¢ no Codigo Penal para criar leis mais rigidas para conver 4 criminalidade (dos jornais) E1Puts,ediao de 21 de outbro de 1996 § Na bistorta da socsedade bd um ponte de fala enfran uecimento doentios em que cla até tomsa partido pelo gue projudica, pelo erimanose.€ 0 faz a sto ¢ bonastaente." (ies, Freerico, Pans até de ben ¢ mal, 6. ed. Lisbon: (Guimardes Editores. p. 108) ‘Todos 0s séculos registram sustos espasmédicos de contracultura antichilizagio. Neste fim de século, a reviveseéncia cinica em voga € a bancidolatria. Cegos’ dramatica situacio da populagao atormentada por assaltantes ¢ surdos aos gemidos das vitimas, insensatos hi que se pro- poem a identificar no ladrio-assaltante uma auréola robin-boodiana: ele, 2 seu modo € em ultima instincia, estaria a promover redistribuicio de Fenda... Seria c6mico, nfo fosse trigico. Humanismo sadio é 9 que se volta para o srubalhador pacato: para a faxincira e para lavadeira (que néo delingiem); para o balconista e para oascensorista (que nio delingtiem); para 0 metroviatio e para o bancario (que nio delingiiem); para o ruricola, cujo tinico crime é suplicar um pe. dago de terra; para o funileiro, 0 carpinteiro, 0 operirio em construcio, (que ado delingiiem); para todos quantos se veem submetidos a formas espoliativas de trabalho, abeigam-se em sub-habitacdes, alimentam-se pre- Gariamente, vestem-se mal, alligem-se em corredares de hospitais cefici- tes (¢ nao delingilem, nao delinqiem, aio delingtiem, porque mansos de espitito, puros, dotados de boa indole) Falso € hipdcrita bumanismo € © que prodigaliza benesses aos que estupram, seqiiestram, roubam € matam. Tergiversando reprovavelmente, esses que esto sempre de prontidao quando se trata de acobertar rapinantes, x todo transe ~ mas estio sempre imersos em letargia, quando as viimas e/ou suas familias clamam por justica — construiram estipida (porque simplista) teoria, para justficar ‘sua atonia, suas fraquezas de cardter: haveria férreo determinismo entre adversas condig6es materiais de vida (como causa) e conduta transgressiva (como efeito). A questo da criminalidade seria, singclamente, redutivel a cestacquaeio: s¢ 6 criminoso proveio de camadas inferiores de estraifieasio social, deve ser considerado impunivel (na pior hipstese, passivel de reprimenda brandissima) porque passou ao crime sob injuncao, sem a Crime © Castigo: —— a minima possibilidade de reagir a0 fatalismo insito na indigéneia. Custa a crer, mas ha quem sustente, em desvario mecanicista, que a situacio de inferioridade econdmica é imanentemente geradora de banditisano. Este seria efeito necessério daquela. A idéia € ullrajante € derriséria: fodos os pobres, sem excecao possivel, seriam potencialmente bandidos. ‘Ora, é patente, axiomética, a monstruosidade dessa teoria, desse re- tardatirio fombrosianismo socioccondmico. Basta olhar a0 redor: 0s la- droes sio minora, conquanto os pobres sejam maioria. Tanto mais cestapafirdia se afiguira essa proposigio quanto se considere que a maioria das vitimas de assaltantes localiza-se no Ambito dos menos favorecidos pela sorte *..quanto mais pobre o edadio, maior a sua chance de ser vitima de uma violEneia. Tanto que os ind ces de criminalidade sio matsassustadores nas per fesias pobres das metrépoles, nos bairtos miser veis onde © poder publico nao se faz presente, won de a polfcia nfo chega: Suposto que houvesse inexorivel nexo de causalidade entre miséria © delingiéncia, todos os pobres ¢ desvalidos seriam, mais dia, menos dia, tangidos para o crime, porque, presentes ax mesinas condighes, era de ‘esperar que se produzissem anslogos efeitos, Contudo, niio éassim que se passam as coisas. MilhOes vém da miséria ow ainda nela vivem ¢, sem embargo, nao delinguem, “As pessoas tém a nocio errada de que um sujcito {que emir parao crime faz isso porque nio teve opor- tuinidades na vida ou nao achow empeego honesto. Pode ser que existam alguns criminosos por necessi- dade, mas estes sio ladroes de pequenos crimes, que roubam para sobreviver no diaa-dia.A verdade € que 2. maioria dos bandos perigosos opta pela atvidade ceiminosa porque sabe que ela € muito rentével, no ‘page impostos, em uma série de vantagens. Ou seja, € uma questio econdmica em que os siscas do negs- cio Slo menores que 0s Iueros, em que eriminose pode ganar mais do que sendo honesto.”* Veja, Cara a0 Leitr,edigio de 21 de agosto de 1996, > Whoo, James. Economists ¢ cspecilista em seguranca. Veja, ediedo de 17 de novembro de 1999. \alney Cortéa Leite de Merane i. A esdrixuli teoria faz tabua rasa do livee-arbitnio, amula 0 vigor ético. do ser humano, duvida de sua eapacidade de sublimagio, de supetacdo das contrariedades materiais, de transeendéncia, Admitindo-se, para angumentar, que exista correlago absoluta entre Pobreza ¢ banditismo, de qualayuer maneiea a ica solugio pritica pars 0 problema da criminalidade violcata esi em segregar 0 delinguente. por tempo “necessirio ¢ suficiente para a reprovacio e prevencio do crime: (Cédigo Penal, art, 59), enquanto nao for erradicada a miséria, Ou haveri uem, em perfeito juizo e <4 consciéneia, postale que o crlininoso volen to deva sofrer punicio insuficiente, enquanto nao forem elimainados to. dosos fatores socioeconémices que, de acordo com a malsinada teoria 0 teriam predisposto ao banditismo? [Operadores do direito hi que voluptuossmente se ‘comprazem no carttativismo:iuma propensio com. pulsiva para abundantemente derramar sobre 4 cx. ‘beca do infrator o balsamico Gleo de mercés impre- Vistas ou desarrazoadas. Fazem vista grossa a trage sia bumana subjacente aos processos ~ 2 wagécia dds vitimas: [ares viokidos; humithagées incaqucc ‘eis; Lesdes fisicas © psiquicas (estas nao raro lnceparaveis); vidas brutalmente interrompidas. E eetendem-ce altnustas..) Repugna ao bom senso que o juiz se recuse a punie aclequadementc © criminosoviolento, por condescendénciailosofica. Nio es: 0 juiz no muncio para condenar sempre — impulsionado por sana primtiva. Tampouco. para absoWversistematicamente - movide por uma expécie de iereprimivel voldpia pedosa. Esta para julgar serena ¢ despreconceituosamente, acolhendo a pretensio punitiva ¢ aplicando Feprimenca necessicia © sulicienie para ‘reprovacio e prevencan do on. me” (CR art. 59), quando as provas indicarem essa solugio (ainda que isso Ihe cause, © necessariamente causari, desconforto emocional). © adotando a formula inversa, quando nto se constelarem no processo eri. déncias razoavels 10 € licito a0 juz fazer cla Leitara das provas um exercicio de transfor- Maco alquimica, neks descobrindo © qe elas niio waduzem, Nio the € consemido substituir a verciade do processo pelas verdades integranies de sua concepsio do universo e da existénca. Nio poxte € nao deve. sob o dominio de opressivas exigéncias confessionsis, entregarse 4 tolerinels excessiva para com 0 banditismo viokem, il a wg ate Poems crs A tolerincia, como tudo 0 mais, deixa de ser vireude positiva, no mox ‘mento mesmo em que se converte em comucGpia de benelicios indevidos Nao s¢ relegue 10 oblivio esta verdade hisiGrica: todos os sistemas cosmogonicos, coldgicos ¢ (mais destacalamente} escatoligicos sem cexcetuar os que tém a tolerincia um de scus mals sagrados postulados, ‘como © Cristianismo — trabalham com a idia de que os transgressores impenitentes serie danados ¢ para aeternidacle! Ora, se asceligidesanun, Pastel de Feira ‘Com muita frequéncia, pée-se a questio: A pena resolve? Depende de saber 0 que se pretende que ela resolve, se resolver vai ai por conta de ressocializat 6 criminoso, o problema ‘do € da pena, mas da contrita determinacio lo condenado, se cle guiser, do fundo do coragio, reencantrar os pressupostes bisicos da solidariedade, a pena servira como veicule que 0 iransportara a reinte. sracio no meio social, do qual, por sua vontade, ele se afastarn, se ‘ua vontade livre e consciente levou-o 4 prisio, essamesma vontade hi de scr aplicada no caminho de volta ~ dai ser puramente retorica a afirmacio de que a qualidade do Presidio € 0 tinico e decisive fator sa ressocialzacao; se 0 conde. nado ndo quiser, do fundo de seu coragio, recuperar 08 valores Primirios de conviréncia que renegara, a mais confortivel insti, {uigdo prisional seri incapaz de supriea sua vontade, ix resolver diz com osinteresses da sociedade ordeins, a segregacio do bandido até que resolve, por que nig? Enquanto ele esta fora de circulagia, no atormenta os bons cida- dies, de modo que estes véem resolvido 0 seu probleme de tranquilidade. Quem sustenta que a ressocializagio nada ou pouco tem a ver com 2 sesolucio incima do sentenciado, mas exclusivamente com as condi S6es carceririas, deve coerentemente admit que o condentado jamais oderd sair de cadeta ruinn, onde a reechcagéo ¢ inatingive. Trocando por mitidos: sea penitencidria esté zo nivel de masmorra, 0 condenado esté condenado a nfo se reeducar e, por eonseqiéneia, sondenado a neta ficar para a eternidade. Tropeyando nos fios soltos de sua prépria ldgica descabelada, © Penalista modemo acaba por sugeric a conveniénda da prisio pes. Pols quem, em sd conscigncia e perfeito juiro, devolveria & sociedade aquele que presumivelmente nio se ressocializo? Levando-se a0 paroxismo a premissa da irecuperabitidade em nosso sistema prisional, € rizoavel concluir que o laxismo penal ~ quem diria? — sugere a inevitabilidade prética dla pena capital. oe Yoiney Corba Lote de Moraes J: [Demonstragio gritfica: | Pena de Piso J rr esiifaora Siuaea orca + Taco eepae ste tema jé fot abordado pela Sétima Cimara do ‘Tribunal de Al Griminal de So Paulo, ocasido em que foram desenvolvidas as seguintes consideracdes: No panorama de desordlem conceitual,irracionalidade de principios € incoeréncia de concluses, que serve de pano-de-fundo av laxismo penal, indo causa espécie verificar que a Escola Permissiva advoga a pris tua. Eferivamente, faz parte de seu repertério dogmatico 0 seguinte racio- ‘inio: prisio nao ressocializa; malgrado Isso, casos his nos quaisa segrega (Glose impoe 4 falta de melhor solucio: logo, tratsese de prisko perpérua, posgue nao se hé de imaginar possa ser liertaclo quem, por certezt a _prior!, nig se ressocializou. 8) 0 discurso politicamente eorreto, ~ insuflado pelos ventos da moda © ‘propagado irrefletidamente pelo esnobismo académico ~ le quea pri Mio nio recupera ¢, por conseguinte, deve ser abolida, esse discurso, Em que pese A imponencia retdricade que se atavia, & auréntico pastel Crime ¢ Castigo: Fads Felicaran corms ~ % de feira: é grande e parece suculento, mas, 4 primeira mordida, revela ‘io conter mais que um bafo quente e um naclinha de carne sebacea; >) se adotada como premissa maior, a idéia mutilada ¢ aética de que 2 pena se destina dnica ¢ exclusivamente 4 ressociatizacao, com ad tica supresséo das virtades reprovatina e preventiva (com 0 que se manda as uctigas © preceito axiol6gico subjacente a norma penal); — seadotado, como premissa menor, o dogma inculeado por Maria ‘Licia Karam, pelo qual hé absolura incompatibilidade entre ressocializacao © segregacao, verbis: ‘Aidéia de ressocializagio, com seu objetivo decla- ado de evitar que o apenado volte a dling, € ahsolutamente incompativel como fato da segrega- {o. Um minimo de raciocinio légico repuudia aida dese pretender relntegraralguém a sociedad, alas tando-a dela™ — orga sera conctuir que a prisio ago é instrumento acequado & finalidade ressocializadora da pena, nada justificando, pois, sua preservacio; © sconteve que a realidade ~ essa incémoda peda no sapato da utopia, esse espinho na carne da fantasia, esa areia no olf do vision ~ scontece que a realidad contrap6e um problema pritico: fazer 0 que com 0 conilenado por latocinio,estupro, tortura etc? &) ai, muito pesarosas, a utopia € a fantasia veem-se obrigadas uma concessio: clrcere somente para os casos emt que ndo howe, no momento, outra solucaos 0 pastel de feira comeca a exibir sun vacuidlade Hogica: se hé casos cm que a segregagdo € inevitivel, nfo obstame trait a finalidade ressocializadora da pena, nesses casos cise por suposto que a segre ‘gaedo prepondera sobre a ressoclalizacao mérabile dicin para um visiondrio! ~ © temse, em certos casos, uma vez abandonada a pretensio ressocializadora, que a sexregacdo € um imperativo para a eternidade! — aqui, uma parairase caricatural de Moliéze: o laxista transmuda-se em draconiano, malgré lui... ~ sim, porque sendo pressupostamente irressacializavel 0 condenado, em certos casos, ele everd permanccer segregado até que se encontre outra solucdo (). ‘De crimes, penas ¢ fantasias. Neer: ed, Luar, 1994. p.177

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