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Por que a Wicca não é Celta

por Iain MacAnTsaoir e Dawn O'Laoghaire

O artigo que se segue não pretende ser uma acusação à religião chamada Wicca. A
Wicca realmente é um caminho válido e poderoso para esses que verdadeiramente a
seguem e a entendem. Porém, há um grupo de pessoas que acreditam que Wicca é
descendente dos costumes religiosos dos Gaélicos ou outros povos Célticos (ou ' Celtas'
como uma nomenclatura geral). Este simplesmente não é o caso.

O artigo que se segue é uma breve comparação da religião Wiccana e da religião


Céltica. O propósito deste exercício é desfazer a noção que a Wicca é Céltica, ou derivou
de religião Céltica. Isto não deve ser considerado como uma pesquisa a fundo de qualquer
religião. Há um grande número de perguntas que poderiam ser respondidas às pessoas se
elas visitassem os mais velhos nas áreas rurais dos Países Velhos, ou se pelo menos
lessem livros escritos por sólidos acadêmicos em vez de escritores New Age que
procuram lucro. Nós colocaremos ao fim deste artigo as fontes que podem ser usadas para
substanciar o que é dito aqui. Eu o convido a investigar cada fonte dada, e conferir a
veracidade da declaração por si mesmo.
Quando nós falamos sobre religião Céltica, nós temos que definir sobre o que nós
estamos falando. Colocando precisamente, nós estamos falando sobre convicções
religiosas, práticas e visões do mundo que existiram na Cultura Gaélica e em outras
culturas Célticas, enquanto desenvolvidas como manifestações naturais dentro das
culturas. Enquanto isto incluiria o Cristianismo Céltico, para este artigo nós estamos nos
dirigindo apenas à Teologia Céltica (Pagã) Clássica. A metodologia pagã e compreensão
da espiritualidade Gaélica sobreviveram à vinda do Cristianismo e continua existindo
dentro dos costumes das pessoas que são em geral denominadas Cristãs. Isto é, porém,
onde os Tradicionalistas Gaélicos, pagãos e Cristãos, olham quando estabelecem as suas
convicções e metodologias.
Um exemplo do que existiu no período Clássico, quando comparados com o que
começou posteriormente, é o uso do “Maypole” (N.T. pau-de-fitas, utilizado no Beltane).
Anterior a importação por invasores germânicos, o “Maypole” não era usado em terras
Gaélicas. Os “High Days” que eram festivais de fogos, viam as pessoas se reunirem em
um rio local para fazerem oferendas votivas, como também fogueiras no topo das colinas.
Não era usado até a vinda do Saxão quando o “Maypole” veio para terras Gaélicas, e
ainda assim o uso do Maypole ficou nas áreas onde havia uma população germânica, e
não foi adotado pelos indígenas Gaélicos.
A espiritualidade do vários povos Célticos não mudou. Os povos Gaélicos ainda
reconhecem isso, há espíritos do Céu, do Mar e da Terra (X). É apenas nas suas
metodologias oficiais relativas ao Reino Superior que os conceitos e metodologias
mudaram. A Árvore do Poder ainda pode ser achada em orações e encantamentos como
registrado por Alexander Carmichael no início do Séc. XX. Ainda há muitos que
reivindicam que coisas, que nunca foram uma parte do paradigma Céltico, são Célticas. A
Wicca parece ser uma religião que é particularmente propensa a isto. As pessoas que
declaram que a Wicca é Céltica normalmente são de dois tipos. São as pessoas jovens que
por suas próprias razões realmente acreditam nisto, ou aqueles que caíram nas presas de
algum professor inescrupuloso que usa o fascínio do mundo "Céltico", para atrair novos
estudantes e assegurar seus lucros. Em ambos os casos o problema é exacerbado pelo fato
de que a informação sólida não é facilmente acessível ao público geral. As pessoas que
normalmente caem nas artimanhas do professor sem escrúpulos não têm acesso à
informação que a levaria a refutar a falsidade. Todas as religiões têm estes tipos, e o fato
que estes também existirão dentro da Wicca não deveria servir como uma razão para
condenar aquele caminho.
Pessoas que, com convicção absoluta, declaram que a Wicca é um caminho
Céltico tiram esta idéia de um dos dois argumentos comuns (como garantia de que não
foram mal informadas). O primeiro é conduzido pela pessoa que declara algo para o
efeito de que “... fulano (normalmente Gardner é nomeado) utilizou a doutrina Céltica
quando reunindo isto...”. A segunda declaração usada é, “... isto *é* Céltico, sempre foi
Céltico, sempre esteve em lugares como a Irlanda e Escócia”. Ambos estes argumentos
são contestados facilmente. O que se segue tem esta finalidade.
As Religiões Célticas tradicionais, como é o caso com todas as religiões, são
manifestações culturais. Em culturas tribais a espiritualidade das pessoas é parte da sua
identidade e da sua forma de ver o mundo. Por exemplo, o Tradicionalismo Gaélico se
mantém dentro da cultura Gaélica. Isto da mesma maneira que um Lakota Tradicionalista
permaneceria fiel à sua cultura.
Entretanto na experiência Gaélica, haveria variantes regionais do nome que
existiria, a Mãe dos Deuses é Danu, e o companheiro dela é Bile. Daquela união vieram
Dagda e Bride os quais são descritos em alguns artigos de doutrina como companheiros.
De textos e folclore vemos que os Deuses nasceram daquela união. Os Deuses são os
Primeiros Antepassados das pessoas, e são individuais. Estudiosos notaram que quando a
cultura Céltica entrou em uma área, os deuses Célticos do Reino Superior entraram com
eles. Estes casaram dentro da família então com as deusas locais da terra (as deusas de
soberania). Textos de genealogia existentes mostram como o Gaélico antigo acreditou que
eles se originaram com essas uniões. Conseqüentemente, os mesmos Deuses das pessoas
são os seus Primeiros Antepassados.
As várias idéias que cercam os antepassados manifestos em um monte de hábitos,
como o Banquete do Morto. Assim, como o conceito de reencarnação na linhagem de
sangue, junto com os costumes do povo Gaélico, dão uma sensação de continuidade e
identidade que não podem ser perdidas.
Da mesma maneira que os Tradicionalistas se prendem em sua própria cultura, a
Wicca tende a pincelar várias culturas e ideologias. O que permite para os praticantes da
Wicca reunir elementos de várias religiões, é a ideologia modernista enraizada no
conceito Jungiano de arquétipos. Wiccanos tendem a trabalhar pesadamente na idéia de
arquétipos-- “Todas as deusas são a face da Deusa”. Eles enfocam as características que
várias deidades compartilham, muito parecido como o modo que um Jungiano enfocaria
as características compartilhadas de heróis em uma análise Jungiana. Wiccanos também
falam constantemente sobre dualidades masculinas e femininas (anima e animus), que são
centrais nas teorias Jungianas de personalidade. Alguns Wiccanos enfocam a sustentação
do lado da sombra, ou "lado escuro" dos indivíduos, que é uma carona direta da teoria
Jungiana.
Os conceitos que são tradicionalmente parte de religiões Célticas rejeitam este tipo
de análise e estado que os Deuses são individuais. Além disso, como declarado, a crença
Céltica tradicional diz que os Deuses são atados às pessoas através de vínculos de família.
Como um exemplo, um Tradicionalista Gaélico poderia concordar que sua mãe e a mãe
dela (ou a Deusa Mãe de sua tribo e a Deusa Mãe da tribo dela) dividem algumas
características em virtude de ambas as pessoas serem mães. Porém, é um engano dizer
que só porque ambas as pessoas são as mães, que elas são intercambiáveis. Para a
perspectiva de um Galês, a fraudulência básica de estender uma análise Jungiana muito
longe é isto - sua mãe não é mãe dela, não importa quão parecidas as mães sejam. É
desnecessário dizer, que ninguém pode manter uma relação arquetípica ao mesmo tempo
com o Deus ou a Deusa e uma relação pessoal direta e íntima para os deuses de suas
pessoas. As duas idéias se contradizem uma à outra.
Outros dos sinais que contam a fundação Jungiana na Wicca, constantemente é a
propensão de ‘emprestar’ conceitos, ícones e relíquias sagradas de outras culturas e suas
religiões. Isto gera muito atrito para a convivência de pessoas de outras culturas e
Wiccanos. Este atrito se manifesta em coisas passivas como povos tradicionais se
separando e estabelecendo comunidades aparte do geral pagão. Também se manifesta em
tais coisas como a literal Declaração de Guerra Lakota contra esses que “roubam”
(palavras usadas pelos seus líderes espirituais) a espiritualidade daquela cultura. A
opinião unânime das pessoas nas várias formas tradicionais de espiritualidade é de que a
Wicca e os Wiccanos passam muito tempo "obtendo emprestado" tudo sob o sol e
lançando tudo junto. Ainda, que para ser justo, do ponto de vista arquetípico baseado na
Wicca, ambos são certos e lógicos.
De um ponto de vista Gaélico tradicional, e os tradicionalistas de outras culturas
dizem as mesmas coisas, estas práticas desonram as antepassadas, distorce a verdade
fundamental (“sua mãe não é minha mãe”), e interfere com o dever que as pessoas
tradicionais geralmente sentem em preservar e restabelecer culturas tradicionais. Isto é
porque, para eles, a Wicca cria uma distração que desvia as pessoas que procuram os
modos tradicionais, como também suga o tempo, interesse e energia das pessoas que
poderiam estar ajudando a achar modos para preservar a sua cultura, do caso contrário.
Wiccanos também freqüentemente apresentam-se como a “verdadeira” religião Céltica,
evitando assim que algumas pessoas achem seu caminho de volta aos ancestrais, e que
iria, na visão de uma pessoa tradicional, honrar os deuses corretamente (significando,
como indivíduos e como os ‘Primeiros Antepassados’). O que a maioria dos
tradicionalistas acham deplorável é aqueles muitos Wiccanos que de fato abraçam a
desinformação se e recusam lidar com idéias contraditórias ou visões quando
confrontadas com fatos.
Tendo estabelecido a fundação Jungiana que permite a desinformação permanecer
sem verificação na comunidade Wiccana, comecemos esclarecendo algumas das noções
enganadoras que existem. A primeira noção a ser esclarecida é, que a 'Wicca é o que os
Celtas de antigamente praticaram.' Para dispersar esta idéia, declaremos algumas coisas
que são estabelecidas razoavelmente bem como fato por causa da preponderância de
evidência.
O primeiro é que o neopaganismo moderno é altamente influenciado e reflexivo
da Wicca Gardneriana e seus derivados. O segundo é que, quando Gardner estava
reunindo a criação dele ele utilizou filosofias Orientais, ideologias egípcias e
ceremonialismo do Judaísmo, além de doutrina Céltica.
Isto se torna facilmente confuso, mas quando algo é feito de componentes, o
mecanismo inteiro não é de nenhum desses componentes. Declarar isto revela um
argumento severamente defeituoso. Deixe-me demonstrar isto. Por muitos anos a
American Motors Corporation (AMC) fabrica uma linha inteira de automóveis. Estes
automóveis tiveram muito freqüentemente motores da Chrysler, transmissões da Ford,
freios Chrysler, bancos Ford e, eu acredito que em algum momento, até mesmo
instrumentos da General Motors. Todos esses componentes, motores, transmissões,
assentos, etc, eram fixados em um corpo feito pela AMC. Ainda assim o carro completo
não era um Ford porque tinha um motor Ford, nem era um Chrysler porque tinha a
transmissão Chrysler. Era um AMC, uma criatura por si própria. O mesmo é verdade
sobre a Wicca. Tem uma máquina hindu, um conversor de torque egípcio e uma
transmissão Céltica. Estas coisas eram fixas em um corpo cerimonial que, enquanto
refletivo dos corpos usados pelas Ordens Herméticas, é só Wiccana. É uma criatura em si
mesma.
Relativo ao segundo argumento, que eles usam, eu dirijo sua atenção a duas áreas.
Estas duas áreas bastarão dispersando bem a falsa noção de que Wicca *É * apenas
Céltica. A primeira área é a teologia dos dois sistemas.
Os dois sistemas, Wicca e Céltico, e em particular Gaélico, contradizem um ao
outro em vários pontos. Estas contradições são bastante, como um todo, para formar uma
grande dissonância entre as duas religiões. Na religião Céltica, há três esferas básicas.
Estas são o Céu, o Mar e a Terra. Cada uma destas tem um corpo governante. Para o Céu,
o Sol, para o Mar, a Lua e para a Terra, a Terra.
Por estudo cuidadoso dos textos antigos, como também do próprio idioma, nós
vemos que o Sol e a Lua são femininos. São as irmãs uma da outra. Embora, em alguma
tradição, há rastros de evidência que algumas pessoas acreditavam que, enquanto o Sol
era feminino, a Lua era masculina. Em Gaidhlig os nomes de ambos os corpos luminosos
eram femininos, e em preces e feitiços ambos são colocados como seres femininos. Ainda
que eles possam mudar de gênero de acordo com os atributos que são trazidos à tona. O
nutridor, Sol morno que promove crescimento é feminino, a luz, como personificada por
Lugh, é masculino, e o Sol abrasador logo antes da Colheita é representada por Balor. Isto
contrasta nitidamente com a Wicca que é completamente baseada em uma Lua Feminina
e um Sol Masculino.
Wicca é uma religião cuja fundação filosófica é dualismo Neo-Platônico com uma
Deusa e um Deus como arquétipos. Não só é religião Céltica imensamente diferente nisso
verdadeiramente é politeísta, totemística, animista, e zoomorfica, mas são fundados os
mesmos processos de razão na qual o todo do modo de ver o mundo Céltico é baseado em
uma cosmologia tripartida. Entendendo, o mundo Céltico tem três esferas independentes e
livres, Céu, Terra e Mar. Os três reinos são ambos as pernas do caldeirão do mundo,
como também as três partes da Árvore do Mundo.
A próxima área de diferenças refere-se à ética. A declaração ética básica de Wicca
é chamada 'a Rede.' A Rede Wiccana declara, "Faz o que tu queres, contanto que não
prejudique ninguém". A natureza da Rede é insustentável para os Celtas. Toda a moral da
Wicca é "dano zero". Enquanto declaração teórica, tem pouca prática na vida real. Isto,
porque é uma regra que só deve ser quebrada para sobreviver e, como resultado, deixa
margem para interpretação e aplicação para o indivíduo, e para o bom senso.
Tais declarações como é típico da Rede não são partes do paradigma Célticas no
qual nós achamos uma moralidade heróica. Na vida real, o termo “dano nenhum” é
simbolizado pelas moralidades de Wicca, Cristianismo, e outros onde o imperativo
primário é não ferir outros. O heróico é simbolizado principalmente pelas religiões
Célticas e escandinavas, entretanto existem outros exemplos. O heróico é enriquecido
pelo herói Gaélico Caelte como, "verdade em nossos corações, força em nossos braços e
realização em nossas línguas". A Moralidade Heróica está arraigada em conceitos de
honra pessoal, responsabilidade e realização de dever. Estas são todas as características da
moralidade Heróica, mas como o Tao, é um conceito intangível que verdadeiramente não
pode ser definido adequadamente.
Porque a Wicca e a espiritualidade Gaélica tradicional surgem fora de perspectivas
analíticas diferentes, suas moralidades --as "escrituras" que eles criam para os partidários
--são radicalmente diferentes. Wicca é uma religião que está baseada em uma extensão
lógica de análise Jungiana (e sim, Jung era grande na religião)--assim sua única ética "faz
o que tu queres contanto que não prejudique ninguém" tende a refletir uma prática
pessoal, individualista. Para os Celtas tradicionalistas que vivem a “heróica” moralidade
focada no heroísmo, honra pessoal, honra tribal e dever para a tribo, o "Faz o que tu
queres" é a última coisa em mente. Aquele que segue a exigência da honra e do dever está
no lado oposto do espectro no qual o individualista versado na Wicca chamaria.
A visão concebida e retratada pela Wicca, do que vem após esta vida, é limitada e
vaga. Por outro lado, a religião Céltica tem um conceito complexo do outro mundo. De
fato, a interação do outro mundo neste mundo é, em muitas formas, o ponto pivô da
religião Céltica.
A Wicca é principalmente uma religião invocatória/absorta que gira em torno de
rituais especiais. Os 'formulários' usados pela Wicca podem ser localizados na magia
cerimonial, e especialmente no trabalho de Aleister Crowley. Na religião Céltica, as
doutrinas são de natureza votiva e ênfase ética e moral, é colocada importância secundária
no ritual. Para os Celtas a vida em si mesma é um ritual, com cada pensamento, palavra e
ação tendo significado espiritual e mágico.
A mesma fundação da cultura Gaélica foi a casa. O coração era a base da
espiritualidade das pessoas. Em religiões Gaélicas é colocada grande ênfase na santidade
da casa, e força da família. Famílias, para povos Célticos tradicionais, incluem as pessoas
que se adotaram umas às outras. Os indivíduos são encorajados a seguir com força e
cumprir suas responsabilidades para com suas famílias. Estes componentes não são
achados em Wicca.
Em Wicca, o espaço sagrado é criado ritualísticamente. ' Para a sensibilidade
Céltica tradicional, abençoar o sal ou não, são argumentos supérfluos. Isto é porque, para
a mente Céltica, a humanidade não pode tornar nem os Deuses, nem Suas Criações, mais
perfeitos do que já são.
Em religiões Célticas, tradicionalmente baseadas, todo o espaço é sagrado. A
Terra é a Deusa de Soberania, a Mãe dos povos que vivem lá, e sagrada em si mesma. O
espaço sagrado é onipresente, é a história de um lugar ou alguma outra coisa distintiva
que geram com que certos lugares tenham usos religiosos diferentes. O que é realizado
em um local depende da predisposição natural de uma área ou sua história. Que os
antepassados viram as coisas deste modo é estabelecido por evidência literária como o
Dindsenchas (um livro de histórias de lugares).
Relacionado aos conceitos da terra é que, os Deuses que os Celtas levaram com
eles para uma terra nova (Deuses do Céu/Deuses do Povo), se fundiram com os Deuses
daquela Terra. Foram dessas uniões que vieram as famílias Gaélicas mais velhas, das
quais vieram as outras famílias Gaélicas. O que isto significa é que os Celtas viam os
Deuses como seus parentes. Conseqüentemente nós vemos uma de várias manifestações
de reverência aos antepassados. A Wicca não tem nenhum componente para venerar ou
desenvolver uma relação com os antepassados, ou a Deusa da terra ou outro espírito da
terra das terras nas quais as pessoas vivem. Estes são itens importantes nas religiões
Célticas tradicionais.
Wicca é uma religião iniciatória misteriosa. Os Gaélicos e outras religiões Célticas
tradicionais são inclusivos, com muito poucos elementos iniciatórios. Dentro de Wicca há
vários graus e níveis, cada um tendo seu próprio mistério, cada mistério é revelado por
alguma autoridade. Enquanto o âmbito deste artigo não é projetado explorar as funções
religiosas em culturas Célticas pré-cristãs, na religião Céltica, as declarações dos Deuses
são achadas Ordem da Natureza. As revelações são dos próprios Deuses, e em geral, cada
pessoa, com sinceridade, busca entender o mundo natural (que inclui o “mundo
sobrenatural”) ao redor deles e o seu lugar nele. Também há o conceito de interagir com o
mundo natural como co-habitantes do mundo.
Como brevemente mencionado antes, a Wicca usa os elementos clássicos como
um conceito fundamental. Religiões Célticas não usam os elementos clássicos
tradicionalmente (ar, fogo, água e terra) de forma alguma. Alguns apontam à inclusão das
quatro cidades míticas do Tuatha De Danaan, como recontado no Lebhar Gebhala Erenn
como prova ou um modelo do, uso dos elementos dos mais recentes elementos gregos.
Estas pessoas atribuem os quatro tesouros que vieram dessas cidades como símbolos para
esses elementos. Porém, os estudiosos tendem a pensar que estes podem ter sido incluídos
como eram por monges Cristãos para trazer as coisas mais na linha dos conceitos
romanos como simbolizado pelo Vulgate Romano.
Alguns discutirão que as plantas de locais sagrados apóiam o conceito do uso das
direções junto com os quatro elementos. Primeiro tais associações só seriam especulação.
Segundo, estas plantas são dos templos quadrados que são achados principalmente no
continente. Estas plantas foram levadas para as ilhas com os romanos, e é achada como
uma parte da cultura Romano-céltica. A maioria dos templos insulares eram redondas.
Típico deste gênero está a importante estrutura ritual em Emain Macha. Escavações
arqueológicas mostram que o local estava baseado em cinco anéis concêntricos (talvez
associados com os mesmos cinco círculos colocados ao redor de um recém-nascido) de
postes de carvalho, com uma abertura para o oeste. Tais locais circulares não são
infestados com tal preocupação com que lado está para que direção. Realmente, o arranjo
dos assentos dos cinco reis em Tara, indica uma associação com as direções, mas estas
precisam ser analisadas dentro do quadro cultural. Este quadro seria os ventos, ou ' airts',
não os quatro elementos gregos. Os airts hoje em dia ainda são associado com as
direções, como mostrado por alguns dos encantamentos registrados nas Highlands por
Carmichael. Os elementos gregos só eram associados com os Quatro Tesouros no final de
1800, pelo trabalho da Golden Dawn, do qual Yeats era membro.
Se nós queremos usar os Quatro Tesouros, nós temos que reconhecer o que está
sendo declarado nos textos exatamente. Desses tesouros, um era a Espada de Nuadh e o
outro a Lança de Lugh. Lugh não veio com o Tuatha De Danann quando Eles entraram na
Irlanda. Lugh apareceu mais tarde, só antes da segunda batalha de Maig Tuired. De
acordo com a tradição, a Lança de Lugh foi forjada por Goibiu. Naquela batalha Nuadh
foi morto, e isto foi após a batalha que levou Lugh a monarquia. Conseqüentemente,
vendo que Nuadh havia morrido, e Lugh ascendeu, o símbolo solar de Nuadh (a espada)
foi substituído pelo símbolo solar de Lugh (a lança). Isto nos ajuda a ver que o número
significante envolvido é 'três'.
Também como declarado, na cultura Céltica existem as esferas básicas do Céu,
Mar e Terra. Estes três reinos são três partes da cosmologia da maioria dos povos indo-
europeu, e não é o equivalente de " terra, ar, fogo e água " do mundo grego helenístico
filtrado até a era moderna pelas tradições mágicas cerimoniais.
O Céu que é relacionado ao fogo é o reino dos deuses da cultura,
luz/esclarecimento, ordem, permanência, pureza, e as habilidades (O Tuatha De Danann).
O Mar que é o reino do Submundo aquoso é associado com caos, decadência, e morte por
onde vem a renovação e o renascimento (o Fomorri). Relativo a água realmente, é através
dos poços sagrados (canais diretos para Outro Mundo), das Águas de Céu (que mantém
durante o reino do verdadeiro rei), que a água que cerca a Terra, sustenta e mantém as
pessoas da Terra. É aqui na Terra onde os humanos existem fisicamente e se mantêm
vivos contidos na 'planície de sofrimento', pego entre o que está em cima e o que está em
baixo.
A coisa mais íntima para um sistema elementar entre os Celtas Gaélicos é o
chamado dhuile, como tal é definido como ‘elementos’ em Gaidhlig. Estes estão em
qualquer lugar de sete a onze, normalmente nove, artigos. Estes variam do sol ao raio à
pedra. Os dhuile são um modo de compreensão da relação da pessoa para o cosmo, com
cada artigo achado no cosmo relativo a uma parte da pessoa. A Wicca não tem nada ao
longo destas linhas. Além do mais, a natureza de fertilidade da Wicca direciona aos
Deuses da terra quase que exclusivamente. Quando são nomeados Deuses dos outros
reinos, eles normalmente estão deslocados de seu lugar reservado em seus panteões
originais. Em teologia Céltica, cada um é mantido e venerado em sua habilidade
tradicional. Até onde as direções dizem respeito, a esmagadoras evidências demonstram
que na religião Céltica tradicional, as direções sempre foram associadas com os ventos.
Não só é evidência achada em textos que registram folclore e costume, como o Carmina
Gadelica, mas também em textos mais antigo como o Senchus Mor, o Saltair Na Ran, e o
Hibernica Minora. (X)
A Wicca coloca pouca ênfase em mitologia. Ainda em religião Céltica, histórias
mitológicas são uma característica central. De fato, estes formam o núcleo da prática e
ensinamento mágico e em qual o ritual existe (manifestado comumente em ‘jogos de
paixão’). Em Wicca não há nenhum ensinamento claro do que é necessário para quebrar
os ciclos de renascimento. Já em religião Céltica, a exigência pode ser claramente e
concisamente declarada. Para cumprir o seu dever, sempre ser honrado e representar a
verdade frente o que quer que venha, ao compreender * porque * o que é honorável é
considerado assim.
Wicca é uma adição relativamente recente aos caminhos religiosos da
humanidade. Há muita desinformação e boataria ao se considerar isto. É triste que um
grande número de seus seguidores têm que fazer de tal religião um desserviço,
reivindicando uma linhagem que não existe. Eu contaria aqui a velha piada sobre as
grandes mães Wiccanas. Os Celtas tendem a descontar a iniciação, ou qualquer outro
dispositivo pelo qual é ganha validade por alguma pessoa ou grupo. Para um celta, a
existência de alguém é prova suficiente de sua validade. As únicas iniciações
reconhecidas geralmente são aquelas suportadas pelo processo da própria vida, com os
dois mais importantes sendo o nascimento e a morte, com o matrimônio, paternidade e o
nascimento dos netos que entram em um segundo lugar.
Alguns escritores bem conhecidos reivindicaram uma grande Antigüidade para a
Wicca. Ainda, se tem alguma origem antiga, então foi através do Wicce que era de
origem saxônica e patriarcal desde o começo. Acredita-se que eles foram membros dos
“Lodges of Cunning Men”. Eles não têm nada a ver com os Druidas mitológicos (um
produto do esforço do revival britânico do Século XVII). O Wicce têm ainda menos há
ver com o Draoi histórico. Tais histórias, como conectaram os dois grupos das pessoas,
são de fato pseudo-histórias, ou como Margot Adler chama tais idéias no seu livro
Drawing Down The Moon, mitos.
Estes mesmos escritores constataram que a palavra Wicca deriva da palavra saxã,
Witan. Porém, o Witan era o proto-parlamento de velha Inglaterra saxã. Se alguém deseja
analisar a etimologia deste modo, seria mais correto seguir a palavra witch(bruxa),
voltando para a palavra ' wicga' que é o antigo inglês para o inseto conhecido como a
tesourinha (lacrainha), e o qual literalmente significa "Creepy-crawly"(?).
Estes mesmos escritores constataram que a Wicca foi praticada nas terras Célticas,
e especificamente nomeiam terras Gaélicas, onde estas práticas foram supostamente
chamadas "Witta". Contudo, do próprio idioma Gaélico nós podemos ver a verdade que
Wicca não é descendente do Celta Gaélico, nem, por causa das semelhanças em idioma,
até mesmo o Cymru (aqueles conhecidos para a língua Angla como o galês). A
simplicidade deste fato é vista em que nem mesmo há um ' W ' no idioma Gaélico, nem
Wicca nem Witta, como derivação, poderiam ser Gaélicos. Com relação ao idioma
Gaélico, o som [w] existe, ou pelo menos em irlandês Velho, como um /m / ou /b /
suavizado, como o [w] na pronúncia atual de Samhain [sawhIn - isso é um I maiúsculo].
Mas isso nunca acontece no começo de uma palavra.
Em linguagem técnica o ' w' não existe no idioma, nem é [w] sempre seu próprio
fonema, só um alofone de /m / ou /b / (dependendo da palavra). Entretanto, considerando
que a suavização é rara no começo de uma palavra, é extraordinariamente improvável que
qualquer palavra Gaélica nativa teria um [w] no princípio, e assim a palavra 'Wicca' é
praticamente impossível em Gaélico mesmo transliterada no alfabeto romano.
A verdade é que a Wicca moderna, como é praticada comumente, é uma
construção bastante moderna e data do meio deste século. Isto foi resumido melhor pela
Dra. Marilyn Wells, PhD, do Anthropology Department, da Middle Tennessee State
University, que se referiu a Wiccanos modernos como Neo-Wiccanos. Em outras
palavras, há pouca ou nenhuma conexão entre a criação de Gardner e o Wicce da idade
média, e nenhuma conexão com os Celtas; com a exceção daquilo que Wiccanos
modernos pegaram emprestado e incorporaram. De fato, se a veracidade dOs Documentos
de Pickengill está completa, como muitos Gardnerianos atestaram, então os Lodges of
Saxon Cunning Men estiveram no lugar de adversário às Celtic Wise Women, que
também vão apoiar esta composição.
Mais evidência que apóia isto pode ser achada em um corpo de leis religiosas
chamado a "Lei da Arte". Enquanto há um grande número de grupos que operam que não
usam o jogo de leis que Gardner escreveu, estes, porém, normalmente fazem uso de
alguma derivação. "A Lei da Arte" como foi criada por Gardner, e passada adiante por
muitas pessoas que receberam isto de seus avós (um pouco de humor), ao menos mostra a
atitude presente nos criadores desta religião. Os sussurros ainda reverberam. Há cópias
impressas deste corpo para ser achado no domínio público, tais como Lady Sheba's
Grimoire (Grimório de Lady Sheba) e The King of the Witches (O Rei das Bruxas) por
June Johns. Há também o que ser achado na Internet, um trabalho que compara várias
versões daquele grupo de leis. Há três artigos de nota onde aquela lei diz respeito. Elas
são:
#1 o título uniforme dado a Wicca moderna, como uma "fraternidade".
#2 a citação, “... como um homem ama uma mulher dominando-a...”.
#3 a citação, “deixe ela (a alta sacerdotisa) sempre ter em mente que todo poder é
emprestado... Dele (o sacerdote)... (O poder dela apenas é absoluto no círculo, e mesmo
assim emprestado Dele (o sacerdote))...”.

-parênteses adicionados pelo autor -

Todos este três artigos mostram como as mulheres eram vistas por povos Gaélicos
pré-romanos. Nosso povo via as mulheres como iguais aos homens e isto pelas Leis da
Bretanha que governaram a sociedade. As mulheres tinham o direito de possuir e
distribuir propriedade. Elas possuíam o direito a herança. Elas possuíam ascendência ao
trono, em muitos lugares, acima do direito dos homens. Elas possuíam o direito para ter e
carregar armas, e deixaram claro que subjugar uma população armada realmente é uma
coisa difícil de se fazer. Somente quando o Cristianismo foi implantado firmemente que
as mulheres perderam estes direitos, e a igualdade da lei relativa às mulheres foi
questionada.
Outra evidência de conclusão vem de declarações de Wiccanos sobre eles
mesmos. Dos Druidas, tudo aquilo que se pode concordar, baseado em evidência, era que
eles eram intimamente envolvidos em sacrifícios. Ainda, muitos Wiccanos constatam que
eles “... são os clérigos dos povos pagãos...". Eles estão até mesmo “criando clérigos”.
Contudo, dentro da cultura Gaélica/Céltica todas as pessoas eram consideradas capazes, e
responsáveis pela mediação dos Deuses por si mesmas. A Consideração Céltica para a
responsabilidade pessoal é amplamente abundante. Isto é particularmente verdade em
matéria de mediar os Deuses por si mesmo, e é tão óbvio e bem conhecido que mesmo
livros de cultura popular como A Tradição Céltica de Caitlin Matthews conta esta
verdade. Isto foi comentado até mesmo através de respeitados “celtófilos” como Peter
Berresford-Ellis como sendo uma parte do pensamento Galês até este dia.
Mesmo as Tríades (N.T. As Leis Tradicionais, Costumes, e Sabedorias Dos Povos
Célticos Pré-cristãos Do que É Agora Conhecido Como a Escócia, Gales, E Irlanda) de
nossos povos mostram onde as mãos do redator deslizaram pela ocasião, e deixaram ir
expressões do sentimento entre nossos antepassados, que mantiveram os padres que eram
uma abominação. A idéia era, evidentemente, que em primeiro lugar nós deixemos nosso
poder pessoal sobre nossas vidas para o sacerdócio. Daí em diante, é um pedaço de
nossas vidas de cada vez, até que nos tornemos verdadeiros escravos. Escravidão não é
uma posição aceita com muita facilidade por nosso povo.
Isto não pretende negar o fato que certamente depois da vinda do Cristianismo, e
provavelmente antes, de que havia ordens de Monges dedicadas ao serviço de uma ou
várias deidades. Isto só quer dizer que da mesma maneira que não haviam templos do tipo
grego e romano, também não haviam sacerdotes ou “clérigos” cujas funções eram mediar
e/ou interceder com os Deuses em nome de outras pessoas. Os sacrifícios que eles
executavam não visavam satisfazer deidades iradas. Sacrifícios indo-europeus eram para
a renovação do mundo que de acordo com pensamento indo-europeu foi criado do
sacrifício primordial de uma deidade.
De fato, a religião Céltica tradicional era votiva/sacrificatória por natureza.
Conceitos de oferendas votivas e sacrifícios de renovação do mundo, apesar de central na
religião Céltica, não tem nenhuma posição na Wicca.
Quando me pediram que escrevesse esta composição, também me pediram que a
mantivesse o menor possível, contudo sem negligenciar a eficácia. Entretanto isto deve
ser o bastante, para estabelecer a premissa com firmeza suficiente, de que a Wicca não é
descendente de nenhuma forma de nossos antepassados Gaélicos/Célticos.
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The Pickengill Papers, W.E. Liddell
The Celtic TraditionCaitlin Matthews, Element Books
The Celtic World, Miranda Green
Merlin : Priest of Nature, Jean Markale

Algumas partes deste texto foram baseadas em um artigo por Lughaid


MacRoberts, que encorajou o autor deste artigo a utilizá-lo, e que tem direito autoral de
1998.
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Preparado por Ian MacAnTsaoir

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