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GREVE DE MASSAS, PARTIDO E SINDICATOS" Rosa Luxemburgo Quase tndosos documentos edecarages do socialism i ‘temacional ue abordam o problema da greve de massasdatarn dla Gpoca amerior 4 Revolugio Russ, onde foi experimentado pela primeira vez na histia, em larga escala, este método de Ita, Assim se explica porque envelheceram estes documentos na sua maioria.Inspram-se nua concepeo idéntica de En- sels que, em 1873, critcando Bakunin ea sua mania defor artificiaimente a revolugio na Espanha, escreva ‘Agreve eral, no programa de Bakunin, oermento que desncadeia 2 revo social. Un bla man operas de todas empress ‘de wm pais ou de edo © mundo abandonam o tablho,ceigande sm, mas ou menos em gusto semanas, a casts podeross ov 3 il, ov a atc os oped, tend ete ditto de defender 5 €20 mesmo tempo de bse innate vel sociedad. Eta sugested lngedeser uma noida: x vacninseancees em Rng deri ise al Lrsi ots nadia seni (es Campin dt ner, uc pede Dae Be Seguin os socialists begs, paride 1868, usaram amie eee cavalo de Latta que orgnarimente, de raainglesa. No caro do Aesenvolvimem poe vigorse do cart no seo dx operdrioe Ingles psa cis de 187, apegonvase desde 190m sant, 2 suspenso do wabulho anil nacional «et dia encontrou a ‘ccoque os opeivios do nrede Inger ear pam pica ‘emjutho de 142. © Congreso do Alincits de Geach, rn 1 de secembro de 1873, colocou igulmente ns aden do dia gree er ‘Simplesmente, tds admit qu, pat it-,era preciso que a class opera etvesse complements organdie indo, de reser. jstremte ag qu esto problema, Os goernos por lm io, emespeil es encorados ea absent polis, jamais eiraro hepa al pom a organinago eo fino os apeiron, rou lado, ox acontecimentos plone aintervengi das chises ominastescomziio a enfaqueimento dos aaliadores ito antes do prleariado anges ongaizaso el eeses igtmeicos undo de reserva: Prout ado posts, tera neces side de ecorergreve gel pr tigi seus ins! [Nesta argumentacio se baseau, nos anos seguintes, a ati- tude da social-democracia imernacionalrelativamente& greve ‘de mass, E dirgida contra a teoria anarquista da greve geral {que opie a greve geral,ftor que desencadeia 2 revolgio so- ial, lua politica cotidiana da classe opera, Assenta neste simples dilema: ou 0 operariado no seu conjunto no possui ainda organizagio nem fandos consideraveis— assim no pode realizar a greve geral ~ ou esti devidamente organizado ~ ¢ lento no hf necessdade de greve. Esta argumentacio verdade, to simples e inatacivel primera vista, que durante tum quarto de século prestou imenso servigos ao movimento operirio moderno, quer combatendo em nome da Kigica as aquimeras anarquistas, quer ajudando a levar a ideia de Inea politica as camadas mais profundas da classe operdria. Os ‘normes progressos do movimento operirio em todos 0 pases ‘modems, no cus dos tlkimos 23 anes, justficam da maneira ‘mais gritantea tcrca de lta politica preconizada por Marx e Engels, em oposicio ao bakunnismo: o atual poder da social ddemocraca,a sua situagio na vanguatda de todo 0 movimento operirio internacional é, na sua maior parte, o produto direto «a apicagdo consequentee rigorosa desta titica Hioje a Revolucio Russa submeteu essa argumentagio a ‘uma revisio fundamental; permit, pela primeira vex na his- téria da lua de clases, grandosarealizaci da ideia da greve de massas,e mesmo ~ expici-lo-emos com mais detalle ~ da reve gral, naugurando assim uma nova época na evolgio do ‘movimento operiri, Nao deve concuir-se que Marce Engels sustentaram erradamente a tictica da lua politica ou que a sua critica ao anarquismo sea filsa. Ao contririo,séo os mesmos argumentos, os mesmos métodos em que se inspira a tictica de Marx e Engels que firndamentam ainda hoje a pritica da social-democraia alems, que na Revoluo Rassa produzinam novos elementos © novas condigSes para a luta de classes. A Revoluigio Rusa, a mesma revolugso que constitu a primeita cexperinciahistica da greve geval, ndo somente nio reabilita ‘ anarquismo como cond liquidago hisrica do anarquismo. Poder-se-ia pensar que oreinada exclusiva do parlament ‘mo, por tum to longo perfodo,talvez explicasse a existéncia ‘vegetativa aque o surta poderoso da socal-democraca aler ‘condenou essa tendéncia. Podia pensar-s, por certo, que © movimento todo orientado para a “ofensiva” ea "acho diets’, aque a "tendéncia revolucionéria’, no sentido mais brutal do levantamento de forquithss, estavasimplesmente adormecida pelo rame-rame da rotina parlamentar, prestes a acordar apis fo retornoa um periodo de uta aherta numa revolugio de rua, a manifestarentio a sua forga interna. A Reissia,sobretudo, parecia particularmente fia para servir de campo de experién. ia. 3s exploragdes anarquistas, Um pats onde o proletariado no tinka qualquer direto politic e possufa uma organiacso cextremamente deficiente, uma mistura incoerente de popu lagbes com interesses muito diversos, entrecruzando-te contrariando-s; obaiw nivel cultural em que vegetavaa grande ‘massa da populao, a extrema brutalidade wsada pelo regime ‘gente, tudo isto concorria para dar ao anarquismo umm poder ripido, conquanto efmero. No fim de cont, no era histo ricamente a Rossa o bergo do anarquismo? Contudo o bergo de Bakunin devia transformar-se no témlo da sa doutrina. [Na Rissa nfo somente os anarquisas nio estiveram a cabeca do movimento de greve de massas, nio somente a diregio politica da ago revolucionsria, como a preve de masas, estio inteiramente nas mos das organizagbes socal-democratas — sdenunciadas encarnicadamente pelos anatquistas como “partido burgues” — ou nas mios de organizagées mais ou ‘menos influenciadas pela social-democracia ou préimas dela como o partido terrorsta dos “Socialitas Revolcionsrios" © anarquismo € absolutamente inexstente na Revolucio Russa, ‘como tendéncia politica séria, Somente em Bialystok, pequen cidade da Litudnia em queasituacio é parscularmente dificil, ‘onde os operios tim as mais diversi nacionalidades, onde a ‘pequen indstra esté completamente dspersa, em que o nivel do proleariado€ buxissimo, e nota entre os 6 047 diferentes grupos revolucondrios um punhado de “anarquistas, ou ditos ‘como tal, que alimentam, com todasas suas forgs,aconfusioe ad 1 desorietaoma case opera, Pode tab cberarse em Morcou ter erm ais dso ts ceads un unto de grit dea copcie Mas parte rues poor Foran, cpl €o papel reamentedesempenhado plo anagusmo na Revohigso Ruse? Trasormonrsenoctecsmo de wulgares Indes rips sob rai social do “anareo-comuninms” Gi comesia ua grande pre dese numeri robo € sera paiclres que rasa nox periods de depres de tflxo momenneo © amar ts Rolie Reno € ateorin do proeariadealtan mas orl ecg do lumperpeceatido contarrevoluonirie, se agtando como tn bdo deeubares nt do nv de guerra da reve, E desta mania acaba caress do naruto or oito ldo, greve de mass posta cm peta na Rn no ma erp desma passer ruse eco, come um ape etal qu permite ecmorizar hap fads cee opera com parteularopalamentrismo, as om ms decir ao proletarndem pimeio hig, 3s cones paras pola ctan c,em prc, pars tarhmentarismo. Na Risa apopulaiotablhaderae cabs (sopra conser aha eooconsa servings te da reve de mates como a arma mis fcr prearnente nn conquiados mesos dco econighes pln ca neces importnca ma ta pelea da case perio densa por Mare Engels que contra Sargus, x denderam com todas 2 sus fogs dno da Iovermacionl Asim, a dae da istra pedra basilar con aque sents wa dourna do soils marist ove cm resultado que osarquisn, 2 ual estar insolvent Iga dea dager de masts efron om coer cor 2 pia reve de mass em compensa, greve de a TEORIA DA ORGANIZAGAO POLITICA sas, recentemente combatida como contrria acto politica do proletrido, aparece hoje como a arma mais poderosa daha politica na conquista dos drctos politicos. Se é verdade que a Revolugso Russa obriga a reverprofundamente o antigo ponea de vista marxista relative & greve de massa, contudo, somente ‘9 marxismo, com seus métodos e perspectivas,obtém neste campo a vitéria sob uma nova forma. “A amada do Mouro x8 pode morrer as mos da Moura’. 2 Quanto 2 greve de massas, os acontecimentos na Ress obrigam-nos, em primero lugar, a uma revisio da eoncepgio sera do problema, Até agora os partidrios de “tentar a greve ddemassas"na Alemanba, os Bernstein, Finer etc assim com 10s inimigos oozes de tal tentativarepresentados no sindesto, por exemplo, por Boemelburg, concordam no fundo com 3 ‘concepedo anarquista. Os polos opostos no 6 nose excluer aparentemente, como nda se completam, condicionarn mu- ‘tamente. Com efeito, pela concepeo anarquista das coisas especulacio sobre a “grande transformacio”, sobre arevolugio| social nfo & mais do que um aspecto exterior eno essencial © essencial &0 modo absteato antihistorico de considerar a grove de masss, assim como todas as condiges da uta proke- tiria, © anarquista concebe somente das condigdes materi proliminares nas suas especulagies “revolicionsria’: em pri= ‘meiro lugar,“ espaco etéeo", ecm seguida a boa vontadee coragem de salvar a humanidade do vale de ligrimas capitalista em que hoje geme. Neste “espaco etéeo" nasceu, hi mais de {60 anos, oarrazoado de que a greve de masss era 0 caminbo ‘mais curto, mais segura e mais fcil para dar o salto petigoso até um além social melhor. Neste mesmo “espaco etéreo" nas- ‘eu recentemente a idea, sida da especulaio teérica, de que a luta sindical€a dnica e real "ago dreta de massas”e, por ‘onseguinte a nica Intarevolucionsria ~ refo éltimo dos “sindiclistas”franceses italianos, como se sabe. inflicidade para oanarquismo surg, quando os métodos improvisidos de Ia no “espaco eaéreo” se revelaram sempre como puras utopias, além de que na maior parte do tempo, recusando-se a contar coma triste desprezada realdade, deisavam insensivelmente de ser teoriasrevolucionérias, para se tornarem auxiiares pré- ticos da reac. ‘Ora, no mesmo terreno ds consideragio abseratae sem. preocupasio histrica, colocam-e hoje, de um lado, o¢ que proximamente gostariam de ver desencadear na Alemanhs, ‘num dia asinalado no calendrio, por um decreto da direcio 4 Partido, a greve de massa, do outro lado, 0s que, como os delegacos do Congress Sindical de Colinia, querem lquidar definitivamente problema da greve de massa, interceptando «sua “propagandy’, Uma eoutra das tendéncas partem da ideia ‘comum, ¢absolutamenteandrquica, de que a greve de massas uma arma puramente te6rica, que facilmente, de acordo com o que se julgue titi, podera ser fcilmente “decidida" ou, inversamente, “prods”, qual nvalha que se pode er fechada nobolso para qualquer eventualidade ou, 20 contro, abereae pronta a sevit, quando se decidir. Sem divida, os adversirios da greve de massasrevindicam muito justamente o mérito de ter comandado o terreno histbrico e as condigbes materais da stuacio atl na Alemanha, em oposigio as “rominticos dda revolugio® que viajam no espaco imaterial e se recusam terminantemente a langar um olhar 3 dura realidade, suas possbildades eimpossibilidades. “Fatos eniimeros, nimeros ¢ fitor,exclamam como M. Gradgrind em Os tempos dfs de Dickens. Ors adversiros sindicalistas interpretam “terreno histSrico” e condigoes materiis™ como dois elementos dite. rentes: por um lado, a fraqueza do proktariado, por outo, a {orga do mitarismo prussiano A insuficgncia ds organizacies ‘operrias, a situac3o monetira eo poder das baionetasprus sianas slo 0s “fatos e nimeros” em que os dirigentes sins fundamentam a sua concepsio pritica do problema. Por certo, 28 calassindicas assim como as baionetasprussianas so in- contestiveisfatos mateiais e profimdamente histricos, mas a concepcio politica baseada nestesfitos no €o materalsmo histSrico no sentido de Marx, mas umm mateisismo policial no sentido de Putckammer? Os pr6prios representantes do Estado contam tanto, e mesmo exclasivamente, com o poder cfetivo do proletarado organizado em cada momento, quanto ‘com o poder material das baioneta; do quadro comparativo estes dois niimeros eles no cessam de iar esta tranquilizante conclusio: © movimento opersrio ¢ produaido por mentores « agitadores; ergo temos nas prisbes € nas baionets win meio razoivel de nos tornarmos senhores deste “endmenopassagiro ce desagradivel” ‘Aclasse opeririaconscientecompreende hd muito oridicala ‘esta teorapolcal, segundo qual odo.o movimento opeitio ‘moderno seria resultado artificial earbitriode um punhado de “agizadores e mentoes" sem escripules. ‘Vernos manifestar-se um conceitosemelhante quando dois ‘ots bravs camaradas formam colunas woluntirias de vig lantes noturnos para por a classe operiria ler em seguranga ‘coma as ratociras de meia dia de “romantics darevolugio” contra sa “propaganda favor da greve ce massas" ou ain da, quando do lado adverso se asiste ao langamento de uma ‘ampanhaindignadaelcrimejante pelos que, desikadidos com, a tenativa de uma exploso grevista na Alemanha, se sentern frustrados por nio sei que conhuios “secret” da directo do Partido com a Comissio Geral dos Sindcatos Sea explosio dis sgrevesdependesse da "propagand:"incendiria dos “romainticos a revolucio” ou das dcisdes secrets ox pbieas dos Comité, diredvos, no terfamos tido até aqui nenbuma importante greve ddemasss na Réssi. Nio ha nena pals ~jéassinaeo fito na Gazeta Openiria de Saxe em margo de 1905 ~ onde se pensasse to pouco em “difundie” ov mesmo “discutir” a greve como na Risia. E 0s poucos exemplos de resolugées e acordos da diregao do partido socialistarusso que decretavarn uma com- pleta greve geral ~ como a kina tetativa em agosto de 1905, ap6sa dissolugio da Duma ~fracassarim quase por completo. ‘A Revolugo Russ ensina-nos assim uma coisa: é que a greve ‘de massas nem € “fbricada" atficialmente nem “deciida” ‘ou “difundida” no éter imateral eabstrat, € to somente um fenvomeno historico resultant, num certo momento, de uma siuacio social a partir de urna necessidadehistric Portant, no € por especulagées abstratas sobre a possibi- lidade ou impossibilidade, sobre autilidade ou prigo da greve, mas € peo estud dos fitorese da situa socal que provocam, augreve na tual fase da lara de classes, que o problema eresol= ‘we; problema nio se compreenderé nem poders se dscutido ‘numa perpstina subj da greve eral considerando o que é i écontado una invengocompe- tamene gratia mas om aes hisrias. Comet, basis numa so nasa no perodo calm e “normal” da sociedad burgucsa cm que Ie poles da sci-demorraca parece limitar-se& lta partment. Mis a a patlamenta,parlela ¢ complements d ls sndica colors, como sta sma, to terreno da orem social burgucsa. Ela € por nature um tba de reform pls como ata snail és taal de reforma coon, El represent um abalhopolco 0 dia di, como osndicaos ump ur aba econo Glavamente: Como afta sina el € ua simples fe, om Simple stg ma ta loa dace proltrn, co ovo TEORIA DA ORGANIZAGAO POLITICA final ulrapasa pois, edo mesmo modo a hata parlamentar ¢ a fueasindical A Tata parlamentar esti para a politica do patido social-democrata como parte est para todo exatamente como ‘trabalho sndical, © partido social-democrata€precsamente o ‘ponto de encontro da lta parlamentarcomalutasindical Reine «em sios dois aspects da luta de classes que visu a destruc cia order social burguess. ‘A teoria da *igualdade de direitos" entre os sindicatos € 0 partido socials io éportanto umn simples mal-entendido, ma ‘para confusioterica: exprimeatendéncia bem conecida da ala ‘oportunista do Partido que eftivamente pretende reduzir ha politica da cass operria ua parlamentare pens ransformar ‘carter revoluciondrio da social-democraca para dele fazer urn partido reformista pequeno-burgués Se 0 partido socialista ‘lcs co sm feces» Dr ia apc ‘Solu er lus Canon qo Fr Sood Demers canes ‘cies somone naman tos us (Ecko gua rei unos popes tarot ‘Stents Parador Moen earl ema ete ‘Anse ma coms ed tice some snitch ata dh Porro pape cnc os np [EE noice ce Sea ema pepe cn patna oi gue desc So Pu carp es proton ‘Ree rine Spm lee dee moda charmeuse ie aspirin erat sanenin ademas neater ag SERS ap go ig re al acetasse a teoria da “igualdade de direitos” aceitaia assim i diretae implictamente essa transformagio do seu caster, que ‘hj tanto tempo esperam os representantes da inka oportunista. ‘Contudo, uma tal mudanga nas relagies de orga interior cdomovimento operiro alemia é menos concebivel do que em. qualquer outro pas. situacio teéica que faz dos sindicatos| ‘uma simples parte da socal-democraci encontra ta Alemanha ‘uma ilustrago clissca nos tos, na pric viva, e manifesta-se a de trés modos: 1. Ossindicatos si o produto direto do partido socialist: cle que esti na origem do movimento sindical alemo, oi cle que velou pelo seu desenvolvimento, é ele que ainda hoje the fomnece os seus drigentese militantes mais aivos, 2. Os sindicatos alemies so ainda um produto do partido socal-democrata no sentido de que ¢ a doutrina socialista que anima a pritica sindial; © que imprime 30s sindicatos uma superioridade em relago a todos os sindicatos burgucsesecon- fessionais€ideia da uta de classes; os seus sucesos materia, ‘seu pode sio devidos ao fo de sua pita ser escarecida pela teoria do socialism cientfco, elevando-se assim acima de wm cempirismo mesquinko e limitado. A forga da “politica pritca”| dos sndicatos alemies reside na sua inteligéncia das causa pro- funds, das condigdes soci econtmicas do regime capitalist; ‘ora essa imteligencia € devia unicamente&teoia do soiaismo cemtfico na qual a sua pric se baseia, Neste sentido, quando ‘ossindicatos procuram emancipate da teoriasocil-democrita, ‘amos replies ema spd ronda me sf lan ‘tame es st vi rags va eens ‘mules muons an ue faassen dene meee ‘tes pei sal ups Pg sa ai et ‘Stlonanpope colitis peta tme eens ‘dpi conti done ecu sen ra ‘quando buscar uma nova “tora sindial” oposta da social ‘democracia, cntregar-se a uma verdadeiratentativa de suicio, Destacar a pritica sindcal da tworia do socialismo cientifico cequivaleri, para os sindiatosalemies, perder imediatamente 2 superioridade em relago a todos 0s sindicats bangueses, ea ddescer a0 nivel de um empirismo vulgare titubeante 3, Enfim, mesmo que os seus dirigentestivessem perdido ppouco a pouica a conscincia disso, sio ainda os sindicatos, ‘quanto 20 seu poder numérica, um produto do movimento e da propaganda socialists. Nao hi dvida que a propaganda sindical precede em muitos campos a propaganda do partido, © por toda 4 parte o trabalho sindial prepara eaminho 20 trabalho do partido, Do ponto de vista da ago sobre as massas, os sindictos ‘co partido trabalham de mos dadas. Mas se considerarmos 2 Ica de classes da Alemanha no seu conjunto enas suas relagdes| ‘mais profundas, s coisas mudam. Muitos dirigents sindicas ‘onternplam do ako do sews milhdo ¢ urn quarto de aderentes, ‘io sem um certo sentimento de triunfo, os 300 mil aderentes nscrtos no Partido, divertem-se a lembrarthes © tempo, hi ddez ou doze anos, em que nas filers do Partido se vishumbrava sombriamenteofturo sndical, Mas no veem que entre estes dois fatos, 0 nGimero elevado de sindicalizados e © mGimero, inferior de membros inscritos no partido socialist, existe uma telgo dite de casa eto. Millarese mlhares de opersrios nio aderem as organizagbes do Partido precisamente porque estio nos sindicatos. Em teoria, todos os operivios deveriam estar dduplamente organizados:asitr 3s reunises das duas organi- ages, pagar dias quotas, ler dois jornais operrios, etc. Mas tal atividade implica wm grau de inceligénciae um ideaismo «ve, consciente dos deveres para com 0 movimento operiro, info recuasse ante qualquer sacrificio cotidiano de tempo ot dinheiro: implica enfim um interesse spaixonado pela vida do Partido propriamente dita, que s6 pode siisfizer-se com a adesio 3 sua organizacio. Tudo isto encontramos it minoria mais esclarecida e mais inteligente dos opersrios socialistas das _randescidades onde a vida do Parti 6 rca eatraete, onde o nivel de vida dos operirios € muito elevado, Mas nas camadas _mais vastas da populagdo opersria das grandes cidades, etam- bbém ma provincia, em localidades de modesta importincia, em ‘quea politica local, longe deserindependente, nfo faz mais que refletir os acontecimentos da capital, onde a vida do Partido & pobre e monston, onde o nivel de existéncia dos operirios € geralmente miserivel, € muito dificil encontrar-se essa dupla fliagio na organizagio sinlial e no Partido, Para a massa dos operirios que possuem conviges socia- lists, o problema ests resolvido por si: aderem ao seu sindicato, Para satisfazer os interessesimediatos da lta reivindicativa nio ng outra solucio, pela propria nanureea da lita, seno aderr a ‘uma organizacio profissional. A quota paga pelo opertio, ge ralimente com pesados sarificos, traz-Ihevantagens iments, Quanto suas conviegSes socialist, pode exprimi-ls mesmo sem pertencer a uma organizagio especifica do Partido: pelo seu voto, asistindo is reunies pablicas do partido socialist, segundo as noticias dos discursos socialistas no Parlamento, Jendo a imprensa do Partido — basta comparar o mimero de eleitores socialstase 0 dos assinantes do Voruins com o mt ‘mero dos membros inscritos no Partido em Berlim. E, ponto decisive: 0 operirio médio que possi peferéncias socialista, ‘que, como homem simples, nada compreende das complicadas «suits teorias das duasalmas, tem o sentimento de pertencer a Juma organiragio sala estando inserito no sindicato, Mes- mo que as federagbes sindicais no arvorem a insignia oficial do Partido, o operirio médio de todas as cidades, grandes ou pequenas, ve 2 cabeca do seu sindicato como dirigentes mals thivos precisamente of mesmos colegas que ele sabe na vida pblicaerem membros do partido socal-democrata, seam eles ‘eputados do Reiditeg ou do Landia, on cletos rmunicipals, om scm ainda homens da confianse do Partido, presidents dos ‘omits eletorais,redatores de jornais,secretsrios das organi- ‘agBes do Partido, ou simplesmente oradores e propagandists da Partido. Encontra nos temas de propaganda evocados no seu sindicato as mesmas eis familiares que Ihe io queridas sobre aexplorago capitalistae a relagbes de classe; além disso, “maior parte dos mais poplars oradores que wsam da plavra pas reuides sindicas io conbecidos soial-democratas ‘Assim, cudo concorre pata tansmitir 1o opersrio médio consciente 0 sentimento de que a0 aderir a uma organizasio sindieal dere igualmente a0 seu partido operirio, a organiza social-democrata.£ af preamente que reside a vordadia fra de revutamento des sndicatsalemées. Nao € a aparéncia de nevtra- Tidade,€ 0 seu carter verdadeiramente scialista que permitin 1s federaghes sindcaisatingir 0 seu poder atual. Este fato & simplesmenteconfirmado pela prpriaexisténciade diferentes sindicato burgueses, de dependéncia politica ou confessional findicatos catslicos,sindicatos de Hirsch-Duncker et, pela (qual se pretende provara necessidade dessa pretensa “neutral “ade” politica, Quando o aperirio alemio livre de aderir 3 un sindiato cristo, calico ou evangélico, ou mesmo liberal, no ‘scolhe nenhiuma destas organizagées e opta pelo “sindicato livre™,oa abandona um dos primsiros para adeir este ikimo, porque vé nas federagGessindicas as organizagdes da lua de asses moderna, oto que ver dar no mesmo, os sindicatos Socialists, Numa palavra, a aparente “neural” que existe para muitos drgenes sind no exit para a massa dos reanizaos sindcalmece. Ess grande oportunidad do movimento indica. Sess aparente neutraliade sess dse tanciatomads em reas 8 scialdemocracia se raise, © sobre tudo sexe tomase elas oor da massa role, os sinicatos pederam imeditamente todas 3s vantgens em ice ds organizagesconcorenes da brguess poo meso, perderiam o seu poder de atragdo, a chama que os anima. due acabumosde dizer édemonstrivel por for oniveslmente conhecidos. A aparncia de “neralidae” plc ds sindtos pesderia exec com fiona cee fra trains patsem aquea socal-democracia no posse rei junto 3s mass, cm qe 3s iropoplaridade prejuicase mais una ogani= zacio operiria do que servsse ua orgaizago opera, em ‘qe, nnn palais os sinc reac de ecru ox sous ‘rents no sio de uma maseaabsoitamente deseducada, cj smpatis fer pra a bargin ‘No imo séul, eer crta medida ainda hoje, modelo expla dum al pas lng Mana Aleman, snag do partido ¢ completamente otra, Num patsem que o partido seciaitta¢o mais poderoo, cm que sma frp de ago tad por uma flange de mais de rs miles de proletiio, € fideo flr de uma immpoparidade que deri ox aass da social-democraia, eda necesidade, para una organiza de combate da ease opera, de mane uim carter neste Basta compara onimero deeletores soca 0 nmero de oreanizaies sins na Aleman para comvencer té una rianga de que os sncatos sles no recrtarr om ss aderents, como na Inger, nas massa desedcidas com =impatiseborguess, mas no seo de um proletariat ec- recto pelasocildemoeraciac congistido para ida daca nna massa dos eletores socialists. Muitos drigentes sindicas repudiam com indignacio ~corolirio ebrigatsrio da teoria da “eutalidade” a idea de que os sindicatos seriam escolas de recrutamiento para o socialism. De fat, est hipétese que Ihes parece to insultuosa e que, na realidade, seria extremamente agradivel,é puramente imaginiria, porque a situacio €inver- sano ger: €2social-democracia que na Alemanha constitu ‘ura escola de reerutamento para os sindicatos.O trabalho de ‘organiza sindicalé ainda df epenoso. Para que acolheita| sgjt abundant, 6 preciso nfo s6~ salvo em certos casos € em certa regides que o terreno tena sido avrado anteriormente pela sociahdemocracia, mas € necessirio ainda que a semente sindical eos semeadores seam socialists, seam "vermelbos" ‘Secomparatmios portantoo ntimero de sindicalizados, no com (0 dos miltantessocialistas, mas com o dos eleitores socialists = iniea comparacio correta~chega-se a uma conelusio muito diferente da geralmente propagada. Nota-se com efito que os “sindicatos livres" sé repeesentam atualmente na Alemana uma ‘minoria da classe operiria conscient, visto que 0 eu milhio umn quarto de aderentes no atinge sequer metade da massa abrangida pela socal-democracia. A mais importante concli- io que dos fatos aqui expostos podemos tar € a seguinte: a completa unidade do movimento operitio sindcal e socialist, indispensivelsfutura tase massasna Alemanhsa, est desde |i realizada; esti concretamente encarnada na enorme massa {que constitu ao mesmo tempo a base do partido socialistae dos sindicatos; os dois aspectos do movimento operitio estio

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