You are on page 1of 25
PARA APRENDER POLITICAS PUBLICAS UNIDADE I AS DIFERENTES CONCEITUACOES DE POLITICAS PUBLICAS 0 iniciar o estudo de Politicas Publicas, a primeira grande questéo a ser enfrentada para 0 entendimento do assunto é: “O que é Politica Publica"? Em busca da resposta, deve-se ter em mente que o conceito éimpreciso, ad- mite muitas definigdes e algumas polémicas, Essas divergéncias revelam discus tedricas inconclusas, com autores importantes defendendo pontos, na maioria das veres, imeconciliveis. Nesse texto adotou-se a posigdo de relatar os lados de cada polémica e, quando couber, indicar como a literatura tem procurado relativizé-las, 1.1 0 Debate Conceitual Evidenciando a impreciséo do conceito, Celina SOUZA (2006) comenta que 4 expressio “politicas piblicas” pode referir-se a diferentes objetos: um campo de atividade governamental, como exemplifica a politica agricola; uma situagdo social desejada, como a politica de igualdade de género; uma proposta de agao specifica, como a politica de ages afirmativas; uma norma quanto ao tratamento de determi- nado problema, como a politica de fontes de energia renovaveis; ou mesmo um con- junto de objetivos ¢ programas que 0 governo possui em um campo de ago, como a politica de combate & pobreza. Para os que estio iniciando seus estudos na matéria, as varias definigdes de politica pablica encontradas na literatura parecem muito semelhantes. Entretanto, ‘essa aparéncia é somente iluséria, pois os elementos nelas presentes e ausentes reve- Jam énfases e entendimentos muito diversos entre os principais autores. [Nos enunciados (a), (b) e (¢) a seguir, a énfase das definigdes recai sobre a fi- nalidade das politicas pablicas e as decisdes nelas envolvidas. Politica pablica seria: a) “Um programa projetado com metas, valores e prdticas” (LASWELL & KAPLAN, 1970, P.71) UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS 3 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE ') “Ui conjunto de decisdes inter-relactonadas referentes a seleg to de obje- tivos e dos metos para atingi-ios” (JENKINS, 1978, p. 15). ©) “Estratégias que apontam para diversos fins, todos eles, de alguma forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo dectsério” (SARAVIA, 2006, p. 28-29). Dos enunciados (d) ¢ (¢) constam explicitamente dois elementos a mais: 0 govemno ea sociedade (ou os cidadios) ©) “A alocagao oficial de valores para toda a sociedade” (EASTON, 1953, p.129) ©) “A soma das atividades dos governos, que agem dtretamente ou por dele- gacdo, e que influenciam a vida dos cidadaos (PETERS, 1986). Janos enunciados (f), (g),(h) ¢ (i), além da declaragdo do cariter ptiblico das decisdes tomadas, 0 foco se transfere para a ideia de que a politica piblica apresenta a natureza de uma intervengio na realidade. Observa-se, ainda, que o enunciado (g) inclui tanto as do governo. E que o enunciado (h) define 0 ‘meio usado: sangdes positivas ou negativas. 1) “Fluxo de decisdes piiblicas, ortentado para maniter 0 equilibrio soctal ou a introduzir desequilibrios destinados a modificar essa realidade” (SARA- VIA, 2006, p. 28). ©) “Sistema de decisaes piiblicas que visa a aces ou omissées', preventivas ou corretivas, destinadas a manter ou modificar a realidade de um ou vé- rios setores da vida social, por meio da definicdo de objetivos e estratégias de atiagdo e da aliocagéo dos recursos necessdrios para atingir os objett- vos estabelectdos” (SARAVIA, 2006, p. 29). h) "Uma regra formulada por alguma autoridade governamental que ex- pressa uma intencao de influenciar, alterar, regular, 0 comportamento in- dividual ou coletivo através do uso de sangdes positivas ou negativas”. (LOWI, 1972, p.299) 4)"Tudo 0 que um governo decide fazer ou deixar de fazer’(DYE, 2005, p. 1) iterate a exbe un sonsenso unto as omisSes, uma ver que & bastante ravel o argumenta de que, se ‘das as ominsbes dos atoresplblicosfossom consideradas politcas publics, absolutamente tudo seria politica piblia. Tend ase mais comum a incespreuo de que as policaspublcasdstinguer-e como ais na medida fem que reinem devises e agGcs. Prim, autores come Celina SOUZA (2006) lembram qu, hs mais de 40 anos, BACHRACH e BARATZ (1962, 1970) mostraram gues imposgdo de obsticulos inserio de uma dean ‘gnda govemumealé uma forma dear polticamente coms tum problema, desde eno cnhecida como “tio decisto 4 UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI ‘Na auséneia de um consenso conceitual, um recurso para entender o que vem a ser“ politica publica” é pensar sobre o contexto no qual elas ocorrem: as sociedades modemas. As sociedades modemas |, como principal caracteristica, a diferenciagdo social, Isso significa que seus membros ndo apenas possuem atributos diferenciados {idade, sexo, religido, estado civil, escolaridade, renda, sctor de atuagao profissional, ete.) como também possuem ideias, valores, interesses ¢ aspiragdes diferentes ¢ desempenham papéis distintos no decorrer da sua existéncia. Isso faz com que a vida em sociedade seja complexa ¢ compreenda diferentes padres de interagdo: coope- ragio, competigio, conflito. Enquanto a cooperagdo e a competigao s4o dindmicas interacionais agregado- ras, 0 conflito desagrega e pode levar & ruptura dos Tagos de coexisténcia coletiva, Isso ocorre, porque a0 conflito esti intrinsecamente associada & possibilidade de uso a violéncia, Por isso, para que a vida em sociedade permanega vidvel, 0 conffito deve ser mantido dentro de limites administraveis: os individuos podem divergir, po- dem competir e podem até se confrontar (e com frequéncia, 0 fazem), porém, devem obedecer a algumas regras ¢a alguns limites necessérios ao bem-estar coletivo. Isso ni acontet c naturalmente. Para que suceda, hd apenas dois meios: a c simples, de um lado; ¢ a politica, de outro. Aplicada a fim de administrar o conflito, a coergdo refere-se ao conjunto de atividades de repressdo e de punigdo das transgressdes as normas, mediante a aplica- ‘do, potencial ou efetiva, da violéncia fisica. Do ponto de vista estratégico, a coergo € uma altemativa de utilizagao restrita, jé que, quanto mais utilizada, menor a sua efetividade e mais elevado resulta 0 seu custo. purae Resta, entdo, a politica, A politica envolve coergdo em potencial, mas nao se limita a ela, Ao contririo: admite varios outros mecanismos, destinados a tomar desnecessaria a propria coergao. Cabe indagar, afinal, © que é politica. Phillippe SCHMITTER (1979, p. 38) oferece uma definigo para o preceito, ressaltando sua fungdo: “a flingao da politica €a de resolver confltos entre individuos e grupos, sem que este conflito destrua um dos partidos em conflito”. Em palavras bastante simples, para o autor, politica & a resolugdo pacifica de conflitos. Esse conceito, no entanto, € demasiado amplo, discrimina pouco. E possivel detimitar um pouco mais ¢ estabelecer que a politica consiste no conjunto de proce- dimentos formais e informais que expressam relagdes de poder e que se destinam resolugdo pacifica dos conflitos quanto a bens piiblicos. Nio se deve perder de vista, contudo, que “politica” no € a mesma coisa que “politica piblica”. Como distinguir politica de politica publica? Por que ¢ que a UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS 3 discuss4o chegou ao conceito de “politica”, sem chegar ao de “politica publica”? Em parte, isso se deve ao fato dea lingua portuguesa utilizar a mesma palavra para se referira duas coisas distintas: politica e politica piblica. Quando recorremos a lingua inglesa fica mais facil perceber as diferencas. Segundo Klaus FREY (1999, p. 4): MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE “A literatura sobre ‘policy analysis’ diferencia trés dimensdes da politica. Para a ilustragdo dessas dimensdes tem se adotado na ciéncia politica o emprego dos conceitos em inglés de ‘polity’ para denominar as instituigSes politicas, ‘polt- tics para os processos politicos e, por fim, ‘policy para os contetidos da politica, + a dimensaio material ‘policy’ refere-se aos contetidos concretos, isto é, d configuracdo dos programas politicos, aos problemas técnicos e ao conte- tido matertal das decisées politicas, + no quadro da dimensdo processual ‘politics’ tem-se em vista 0 proceso politico, frequentemente de cardter conflituoso, no que diz respeito d im- ‘bosigdo de objetivos, aos contertdos e as decisdes de distrib do, + a dimensdo institucional ‘polity’ se refere @ ordem do sistema politico, deltneada pelo sistema juridico, e @ estrutura tnstituctonal do sistema po- Iitico-administrativo”. Também SOUZA (2006) busca a lingua inglesa para estabelecer distingdes conceituais, embora se diferencie de FREY por inserir as “instituigdes” uma quarta dimensio, Consoante a autora (p. 40), sio quatro os elementos no estudo das politi- cas publicas: “a prépria politica publica (policy), a politica (politics), a sociedade politica (polity) ¢ as instituigdes onde as politicas puiblicas sao decididas, desenha- das ¢ implementadas”. Com acepgdes um tanto distintas daquelas consagradas na literatura da érea?, como se pode verificar abaixo, Carlos T. A. PINHO (2011, slide 8) menciona os seguintes termos: + “Politica (Politics) — caracteriza as ages ¢ negociagdes dos representantes da sociedade nos diferentes fruns, nas diferentes esferas € Poderes. + Politica (Policy) — curso de agdo deliberado que guia as decisdes na diregao de resultados racionais. Ciéncia da organizagao, diregdo e administracao de nages ou Estados; aplicagao desta ciéncia aos negécios intemos (poli- tica interna) ou extemos (politica externa) (wat caracteizn pois nto como um procsto marcado por intrages diversas, entre as quis se destacam competiio eo conlito, ma como “ages e noociagdes, alm dso, etabelece que tai inaragBes se daiam ene os "representantes da sociedad” eno ene interesses especticos efapmentados presents na sociedad; ‘trata os Poderes como se fossem apenas Joct das “ages enogoviges” €n30 coma se fess também a dotados de iteresss propos. Quanto ao vonecito de Policy, PINHO enftizao sou carte “racional” erelatvo “cineia’, Finalmente, atrbui ao temo “pli” ou "PuBle™ 0 significado de coletivo, esvaiando a dimensio do poder impecaivo do Estado 6 UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI + Pablica (Public) — aquilo que pertence ou afeta ndo apenas uma pessoa (fisica ou juridica) especifica, mas toda a sociedade”. Para avangar na compreensio desses conceitos, é itil esclarecer as diferencas entre politica publica e decisdo politica. Uma politica piblica geralmente envolve ‘mais do que uma decisio isolada, além de requerer diversas agdes estrategicamente selecionadas para implementar as decisdes tomadas. A titulo de exemplos, a privati- zagao de estatais, a reforma agriria, o Sistema Unico de Saiide (SUS), ou os progra- ‘mas de transferéncia de renda, relacionam-se a politicas puiblicas. ‘A decisio politica, por sua vez, corresponde a uma escolha entre varias alter- nativas, segundo a hierarquia das preferéncias dos atores envolvidos, expressando —em maior ou menor grau — certa adequagdo entre os fins pretendidos e os meios disponiveis num contexto de relagdes de poder e conflito. Exemplos de decisbes politicas que ndo representam politica piiblica seriam: uma reforma ministerial, uma ‘emenda constitucional para reeleigo presidencial ou a criagdo de um fundo para uma finalidade qualquer. Trata-se de decisdo, mas nao de politica piblica Portanto, embora toda politica piiblica implique deciséo politica, nem toda decisio politica chega a constituir uma politica publica 1.2 O que faz com que uma politica (policy) seja “publica”? A essa altura, faz-se necessario perguntar por que nos referimos as politicas qualificando-as como “publicas”. Ou seja: o que & que toma uma politica, politica piiblica (poitey)? Esse & um ponto polémico existente nesse campo de estudo, no qual se con- trapdem a abordagem “Estatocéntrica” e a “Policéntrica”, também chamada “Mul- ticéntrica”. De acordo com a abordagem Estatocéntrica, a dimensao “piblica” de uma politica (policy) é dada pelo fato de ela consistir em decisdes e ages revestidas do poder extroverso ¢ da autoridade soberana do Estado Segundo essa concepgao, a dimensio “piblica” de uma politica advém nao do tamanho do agregado social (grandes ou pequenos grupos) sobre o qual ela incide, nem do tipo de problema ao qual pretende oferecer resposta, mas sim do seu carater juridico “imperativo”. Isso quer dizer que uma das caracteristicas centrais que tor- ‘nam uma politica “piblica” & o fato de que as decisdes e agdes que a compen sdo amparadas na lei, logo, fundamentadas na autoridade do Poder Piblico. Pretende-se frisar, na vertente Estatocéntrica, que a politica piblica, em ltima instincia, depen- de de uma estrutura legal de procedimentos e de processos institucionais governa- mentais, UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS 7 Esse aspecto néo € proprio das entidades privadas, sem embargo de elas, por vvezes, agirem visando 0 beneficio piblico ou agregarem a participacdo de amplas coletividades. Atores diversos podem estar envolvidos, em maior ou menor grat, nas diversas fases ¢ atividades da politica publica, embora até o seu envolvimento dependa de decisdes imperativas do Estado. De certa forma, esse cardter imperativo se expressa muito claramente nos pré- prios instrumentos de politicas péblicas: legislagao, recursos financeiros e humanos, servigos, linhas de crédito, tributos’, subsidios, incentivos diversos e, por ultimo, ‘mas no menos importante, a coerso, Os principais instrumentos de politicas piibli- cas, conforme pondera PINHO (2011, slide 21), sio: + “Legislagdo: instrumento que cria obrigagdes e molda agées e comporta- -mentos. + Fornecimento de Produtos e Servicos: provisao direta ou indireta de pro- dutos (estradas, delegacias, postos de saiide, pracas de esporte etc.) ou servicos (controle de tréfego aéreo, policiamento, fiscalizacao etc). + Recursos financeiros: transferéncias de dinheiro a entidades, instituigies ou mesmo pessoas (Bolsa Familia, beneficios de prestacdo continuada, convénios para qualificagdo profissional etc.) + Impostos ¢ Taxas: incentivam ou constrangem a atividade econdmica como, por exempio, a elevaro ou deduugdo de impostos sobre bebidas, cigarros, importagées, etc + Outros: subsidios para manutengio de atividades de interesse coletivo, concessao de crédito educativo”. MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE As politicas piblicas scriam a mesma coisa que atividades coletivas? Nao. Elas nao se confundem com atividades coletivas. Existem varias coletividades de natureza privada, como clubes ¢ associagdes civis, que oferecem beneficios por deci- sio propria, com exclusividade pata seus associados, ou no. Coletivo nao & 0 oposto de privado ¢ nao & mesmo que pubblico. A abordagem Policéntrica ou Multicéntrica percebe a politica piblica como no condicionada, nem subordinada ao poder do Estado. Em vez de focalizar no pro- tagonismo do Estado na produgao das politicas piblicas, ela enfatiza a capacidade de atuagdo pluralista dos atores sociais: como “policy networks” (redes de politicas piiblicas, que serdo estudadas adiante), organizagdes no-governamentais (ONGs) € organismos internacionais, ete. Esses seriam protagonistas das politicas piblicas tanto quanto os atores estatais. (0s tibutos compresndem os imposos, ex, contbuigdes eempréstimos compulsris, que formam a reesita a Unido, ds estas e dos municipios. Eles podem ser dreos ou indiretos. No primero cas, os eontibuintes cam com os tbutos vo pagi-os, como ocome como Imposto de Renda, 0 IPVA, o IPTU, o TTR as taxas de Tixo de iuninagio pia, et. 0 tributes indies inidem sobre o prego das meradorias eserves, como © IPI, o1CMS, 0185, a CIDE, ene outos. 8 UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI De acordo com Francisco HEIDEMANN e José Francisco SALM (2008, p. 31): “A perspectiva de politica piblica vat além da perspectiva de politicas go- vernamentais, na medida em que 0 governo, com sua estrutura administrative, néio 6 a tinica mstitugdo a servir 4 comuntdade politica tsto é, a promover ‘politicas piiblicas’” Para Leonardo SECCHI (2010, p. 4), a esséneia conceitual das politicas piibli- cas € 0 problema piblico, Nesse sentido, o que determina se uma politica é piblica, ‘ou no, & a sua intengdo de responder a um problema “pablico” (nio um problema politico), independentemente de o tomador de decisio ter personalidade juridica e tatal ou nio estatal Nota-se, assim, que na abordagem Multicéntrica o conceito de politicas pu- blicas passa a ter como foco o “problema publico”, em lugar do ator responsivel por elas. E-0 que seria um problema “piblico”? Segundo SECCHI (2010, p. 7), um problema expressa a diferenga entre a situago atual (um status quo “inadequado’) ‘© uma situagdo ideal possivel. Um problema piblico seria “a diérenca entre a situ- ago atual e wma situaeao ideal possivel para a reaitdade piiblica” (Ibidem, p. 7). Soma-se que “para nm problema ser constderado jpiibitco’este deve ter tmpitcagdes para uma quantidade ou qualidade notavel de pessoas” (Ibidem, p. 7). Consoante ‘autor (Ibidem, p. 3), “a interpretagio do que seja um problema puiblico (..) aflora nos atores envolvidos com o tema (...)". Jé a abordagem Estatocéntrica refere-se a problema “politico”, definindo-o ‘como uma situagio & qual os governos se vem constrangidos a dar algum tipo de resposta, vale dizer: a indicar & sociedade o que pretendem fazer a respeito. Isso ‘corre, porque, mesmo que sua resposta seja puramente simbilica, o custo politico de se omitir frente ao problema pode ser demasiado elevado para os governantes (perda de legitimidade, fragilizagao frente as forgas de oposigdo, etc.) A proposig&o de Leonardo SECCHI distingue-se do que foi proposto por Jani- ce MERIGO ¢ Marlene M. de ANDRADE (2010, ndo paginado), cujo eritério para definigdo de politicas piblicas baseia-se, nomeadamente, na personalidade juridica dos formuladores e executores: “Podem existir politicas publicas no-governamentais. (..) Sao politicas que atendem ao interesse piiblico, tendem a responder a necessidades soctats, séio sub- metidas ao debate e participagéo popular, mas que sdo propostas, formuladas e executadas por organizacdes ndo pertencentes ao aparelho de Estado. Ex. as virias politicas de protecdo ao ambiente, em sua maior parte coordenadas por Orga ‘ges Nao-Governamentais (ONGs)”. UUNIDADE 1 ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PURLICAS 9 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE Aparentemente, a posigdo das autoras ampara-se no conceito do “puiblico no statal”, caracterizado por BRESSER PEREIRA e Nuria Cunill GRAU (1999, p. 16-17) nos seguintes termos: “O setor produtivo piiblico ndo-estatal & também conhecido por ‘terceiro setor’, ‘setor ndo-governamental’, ow ‘setor sem fins lucrativos’. Por outro lado, 0 esparo piiblico ndio-estatal é também o esparo da democracia participativa ou direta, ou seja, é relativo & participacdo cidada nos assuntos ptiblicos. (..) @ ex pressio ‘piiblico ndo-estatal’ que define com maior preciso do que se trata: sto ongantzardes ou formas de controle ‘piiblicas’ porque estéo voitadas ao tnteresse gerall: so ‘ndo-estatats’ porque nd fecem parte do aparato do Estado, seja porque nnd utitzaon servidores piiblicos ou porque néio cotncidem com os agentes politicos tradicionais. (..) O que é estatal é, em principio, piiblico. O que é piiblico pode néio ser estatal, se nao faz parte do aparato do Estado”. A despeito do reconhecimento do papel crucial dos atores néo estatais nas po- liticas pablicas, é possivel sustentar que predomin: sdo de que o fator decisivo para uma politica ser “publica” esta em seu respaldo pela autoridade do Estado — no a personalidade juridica dos que nela atuam, tampouco a natureza do problema em que se circunscreve. Essa & a posigdo assumida por En- Tique SARAVIA (2006, p. 31) quando nomeia os componentes comuns das politicas pliblicas, colocando a autoridade publica em primeiro lugar: “a) Institucional: a politica ¢ elaborada ou decidida por autoridade formal legalmente constituida no dmbito da sua competéncia e é coletivamente vinculante: 1 Ciéncia Politica, a compreen- b) Decisério: a politica é um conjunto de decisdes, relativo d escotha de fins e/ou meios, de longo ou curto aleance, numa situagdo especifica e como resposta a problemas e necessidades ) Comportamental: implica ago ou inagdo, fazer ou nito fazer nada; mas uma politica é, actmade tudo, wm curso de aréo e néo apenas wma deciso singular d) Causal; sdo os produtos de agdes que tém efeitos no sistema politico € social”. Compartitham a énfase no papel crucial da autoridade do Estado para a defini- ‘do do carter piblico de uma policy, entre outros, David EASTON (1970), ao definir politica piblica como “a alocacdo imperativa de valores”; Guillermo ©°DONNELL (1989), a0 propor que a politica piblica permite observar “o Estado em agio”; ¢ 10 UUNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCETTUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI Celina SOUZA* (2006, p. 36), a0 sustentar que a politica publica “permite distmguir entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato, faz A excessiva énfase no protagonismo dos atores sociais como critério de con- ceituagao do carater piiblico de uma policy contou com grande receptividade na década de 1990, quando as andlises da interdependéncia econdmica dos paises no sistema intemacional/global previam ¢ propunham a redugdo do papel do Estado, a0 ‘mesmo tempo que ressaltavam a fungdo dos investidores globais, das corporagdes transnacionais ou simplesmente da ago autdnoma dos atores organizados da socie- dade, Na segunda década do terceiro milénio, porém, novas geragdes de teorias no somente desafiam as concepgdes da diluigio e da negacdo do Estado, como reafir- ‘mam a sua especificidade e a centralidade do seu papel nas politicas piiblicas. Seja qual for a abordagem adotada, ¢ preciso ter em mente as caracteristicas do que se entende como policy’, ou seja, politica piblica, Para Celina SOUZA (2006, p. 36), toda politica piblica apresenta as seguintes caracteristicas: + “E.acao intencional, com objetivos a serem alcancados. + Permite distinguir entre 0 que 0 governo pretende fazer e 0 que, de fato, fa. + Ewvoive processos subsequentes apos sta dectsdo e proposigdo, ou seja implica também implementacio, execucao e avaliagao, + Ewvoive varios atores e niveis de decistio, embora seja material vés dos governos. + Nao se restringe aos participantes formats, jd que os tnformats siio tam- bém importantes, + Eabrangente e néo se limita a leis e regras (envolve procedimentos, recur- sos, etc). + Ocorre no longo prazo, embora possa ter impactos no curto prazo”. icada atra- Renato D’AGNINO (2009, p. 134) propde o seguinte decélogo para entender 0 que é policy ou politica publica i) A distingdo entre politica e decisao: a politica é gerada por uma série de interagdes entre decisGes mais on menos conscientes de diversos atores sociais (e ndo somente dos tomadores de decisdo); © SOUZA 2005, p15) sustentasinda gue “Apesar do reconhecimento de que outas segmentos que no os gover nes 1 envohen na formu Ao de plc piblicas, ais como os gnpos de ouerese, 0: movimento: soci: € 14 ageias mulaterais, por exemple, com diferentes graus de inluncia segundo o tipo de politica formalada 1 as coalites que agra 0 governa,¢ apes de ia certaHteranracpouenter que o pepe dbs govermD: tem sido encthido por fendmenos como a globalizagdo, a diminuio da capacidade das governs deiner formularpoiticaspiblicase govemar nie esti empricamentecomprovada. Visées menos ideologizadas defer dem que apesr de iniog dese consirnginents,acoparidade das ntingBes overnamentats ce goverar a sociedude nao esd inibida ou logueada (PETERS, 1998, p 409) UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS i MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE ii) A distincdo entre politica e administracao: iti) Que politica envolve tanto intengdes quanto comportamentos; iv) Tanto acdo como néo-acdo, podendo assumir, inclusive, 0 carter de po- litica simbélica: isto é, que wna politica cujo objetivo é mais gerar ton impacto politico faworével para quem a formula do que ser tmplementacia de fato v) Que a politica pode determinar impactos ndo esperados; vi) Que seus propdsitos podem ser definidos ex post: racionalizacao; vii) Que ela é um processo que se estabelece ao longo do tempo: viii) Que envolve relagées intra e inter-organizacées; ix) Que é estabelecida no dmbito governamental, mas envolve miltiplos ato~ res x) Que é definida subjetivamente segundo as visdes conceituais adotadas”. Antes de prosseguir, cumpre enfatizar a complexidade do campo de estudo das politicas piblicas. Como foi dito no inicio desse texto, diferentes autores de- fendem perspectivas analiticas diversas, algumas das quais se distinguem apenas ‘marginalmente, enquanto outras se contrapdem de forma radical. Muitas abordagens tém sido recombinadas, a fim de ganhar poder explicativo sobre as politicas pibli- cas. A fim de facilitar 0 acompanhamento da discusstio que se segue, vale mapear rapidamente algumas das principais vertentes analiticas aqui exploradas. Com base em Peter JOHN (1998) pode-se listar as seguintes abordagens: 12 + “as que atribuem aos fatores socioecondmicos 0 poder de determinar as dectsdes dos atores e os resultados das politicas piiblicas; + as que enfatizam a racionalidade, especialmente a teoria da escolha racio~ nal + as que tém como joco as institulgSes formats e mformais na determinago das decisies e dos resultados nas politicas priblicas. + as que se centram nos grupos e redes e nas interarSes dos atores nos pro- cessos das politicas piibitcas; + as que destacam o papel das tdetas e crengas como fatores independentes capazes de influenciar decisivamente os processos das politicas ptiblicas.”” UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALA-HARIA, Marjukka; HELGASON, Sigurdur. Em Diregao As Melhores Prati- cas de Avaliagao. Revista do Servico Piblico, Brasilia, v. $1, n. 4, p. 5-59, outidez. 2000. ALFORD, Robert & FRIEDLAND, Roger. Powers of Theory:Capitalism, the State and Democracy. Cabridge: Cambridge University Press, 1985. ALLISON, Graham T, Conceptual Models and the Cuban Missile Crisis. Americart Political Science Review, v. 63, n. 3, p. 689-718, set. 1969. ARRETCHE, Marta, Dossié Agenda de Pesquisa em Politicas Pablicas. Revista Bra- sileira de Ciéncias Sociais, Si Paulo, v. 18, n. 51, p. 7-9, fev. 2008. ARBIX, Glauco. A dinastia corporatista. Tempo Social. Revista de Sociologia. USP, S. Paulo, 8(1): 127-159, maio de 1996. BACHRACH, Peter; BARAT# litical Science Review, v. 56, n. 4, p. 947-952, dez. 1962. Morton S. The Two Faces of Power. American Po- BACHRACH, Peter; BARATZ, Morton S. Power and Poverty: theory and practice. ‘Oxford University Press, 1970. BADIE, Bertrand; BERG-SCHLOSSER, Dirk; MORLINO, Leonardo. Internation- al Encyclopedia of Political Science. Volume 1. SAGE, 2011 BARDACH, Eugene. The Implementation Game: what happens after a bill becomes a law. 2. ed. Cambridge: Mit. Press, 1977. BAUMGARTNER, Frank; JONES, Bryan. Agendas and Instability in American Politics. Chicago: University of Chicago Press, 1993 BAYER, Vick, E.; MARCH, James G.; SAETREN, Harald, Implementation and Ambiguity. In: MARCH, James G. Decisions and Organizations. New York: Basil Blackwell Inc.,1989, BOZZI, Sonia O. Evaluacién de la Gestién Publica: conceptos y aplicaciones en el caso latinoamericano. Revista do Servico Piblico, Brasilia, v. 52,n. 1, p.25-55, jan ‘mar. 2001. UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS 13 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos; GRAU, Nuria Cunill. Entre 0 Estado ¢ 0 Mer- cado: © piblico nao-estatal. In: Bresser-Pereira, Luiz Carlos; GRAU, Nuria Cunill (Orgs.). O Piiblico Ndo-Estatal na Reforma do Estado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999, p. 15-48, BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Cinco Modelos de Capitalismo. Textos para Discussdo, No. 280, maio de 2011 Escola de Economia de Sio Paulo da Fundagdo Getulio Vargas FGV-EESP BUENO, Luciano. Politicas Pablicas do Esporte no Brasil: razdes para o predominio do alto rendimento. Tese de doutorado em Administracao Piiblica e Governo. Sio Paulo, FGV, 2008. BURDGE. Rabel J. (Org.). A Conceptual Approach to Social Impact Assessment collection of writings by Rabel J. Burdge and colleagues. Middleton, Wisconsin: Social Ecology Press, 1998. CAPELLA, Ana C, Perspectivas Teéricas sobre 0 Processo de Formulacao de Poli- ticas Pablicas. In: HOCHMAN, Gilberto; ARRETCHE, Marta; MARQUES, Eduar~ do, Politicas Piblicas no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007. COHEN, Emesto; FRANC( RE: Vozes, 1993. , Rolando, Avaliagdo de Projetos Sociais. Petropolis, COHEN, Michael D.; MARCH, James G.; OLSEN, Johan P. A Garbage Can Model of Organizational Choice. Administrative Science Quarterly, v. 17, n.1, p. 1-25, mar 1972, COTTA, Tereza C, Metodologias de Avaliagdo de Programas e Projetos Sociais: anilise de resultados e impacto. Revista do Servico Piiblico, Brasilia, v. 49, n. 2, p 103-124, abr.jjun. 1998, D’AGNINO, Renato; GOMES, Erasmo; COSTA, Greiner; STEFANUTO, Giancar- lo, MENEGHEL, Stcla; SCALCO, Tatiana. Gestito Estratégica da Inovacao: meto- dologias para andlise e tmplementagdo. Taubaté, Editora Cabral Universitaria, 2002 Consultar http:/iwww.oei.es/salactsi/rdagnino! htm#a2 D'AGNINO, Renato (Coord). Curso de Gestio Estratégica Piblica. UNICAMP, ‘mar, 2009, Disponivel em: e . Acesso em: 28 mai 2013. JOHN, Peter, Analysing Public Policy. Londres: Pinter, 1998, UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS 17 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE JOPPERT, Marcia P. Novas Institucionalidades em Avaliago de Politicas Pablicas: © papel da sociedade civil. XIV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administracién Publica, Salvador, Bahia, 27 a 30 out, 2009, KISER, Larry L.; OSTROM, Elinor. The Three Worlds of Action: a metatheoreti- cal synthesis of institutional approaches. In: OSTROM, Elinor (Ed,). Strategies of Political Inquiry. Beverly Hills, CA: SAGE, 1982. p. 179-222. KINGDON, John W. Agendas, Alternatives, and Public Policies. 2. ed. Boston: Litt- le, Brown, 1984. KINGDON, John W. Como Chega a Hora de uma Ideia? In: SARAVIA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Politicas Piiblicas: coletinea. Volume 1. Brasilia’ ENAP, 2006. p. 219-224, KINGDON, John W. Juntando as Coisas. In: SARAVIA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Politicas Piblicas: coletinea. Volume 1. Brasilia: ENAP, 2006. p. 225-246, KLIKSBERG, Bemardo. Gerenciamento Social: dilemas gerenciais e experiéncias inovadoras, In: KLIKSBERG, Bernardo, (Org.). Pobreza’ uma questéo inadiavel novas respostas a nivel mundial Brasilia: ENAP, 1994, p. 127-146. KRASNER, Stephen D. (Org.). International Regimes. Comell, NY: Cornell Uni- versity Press, 1983 LASSWELL, Harold D. The Policy Orientation, In: LERNER, Daniel; LASSWELL, Harold D. (Fds.). The Policy Sciences: recent developments in scope and method, Stanford: Stanford University Press, 1951. LERNER, Daniel; LASSWELL, Harold D. (Bds.). The Policy Sciences: recent deve- lopments in scope and method. Stanford: Stanford University Press, 1951 LINDBLOM, Charles E. The Science of ‘Muddling Through’. Public Administra- tion Review, ¥. 19, 1. 2, p. 79-88, 1959. LINDBLOM, Charles E. Politica e Mercados: os sistemas politicos ¢ econdmicos do mundo. Rio de janeiro: Zahar Editores, 1979. LINDBLOM, Charles E. 0 Processo de Decisdo Politica. Brasilia: Editora Univer- sidade de Brasilia, 1981 LINDBLOM, Charles E. Todavia Tratando de Salir del Paso. In: SARAVIA, En rique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Politicas Piiblicas: coleténea, Volume 1 Brasilia: ENAP, 2006, p. 99-122. 13 UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI LIPSKY, Michael. Sireet-level Bureaucracy: dilemmas of the individual in public services. New York: Russell Sage Foundation, 1980. LOWI, Theodore J. American Business, Public Policy, Case-Studies, and Political Theory, World Politics, v. 16, n. 4, p. 677-715, 1964. LOWI, Theodore J. Four Systems of Policy, Politi tration Review, v. 32, n. 4, p. 298-310, jul/ago. 1972. and Choice. Public Adminis- LOWI, Theodore J. The State in Politics: the relation between policy and admin- istration. In: NOLL, Roger G. (Ed.). Regulatory Policy and the Social Sciences. University of California Press, 1985. p. 67-105, LYNN Laurence E.; HEINRICH, Carolyn J; HILL, Carolyn J. Improving Gover- nace: a new logic for empirical research. Georgetown University Press, 2002. MACKEY, Emil R. Sireet-Level Bureaucrats and the Shaping of University Housing Policy. Fayetteville, Arkansas: University of Arkansas Press, 2008 MARCH, James G. Explorations in Organizations. Stanford, CA: Stanford Univer- sity Press, 2008. MARQUES, Eduardo C. Redes sociais e institu sua permeabilidade. Revista Brasileira de Ciéncias Sociais, v.14, nl, p.45-67, out, 1999. na construgdo do Estado ¢ da MARQUES, Eduardo C. Notas criticas a literatura sobre Estado, politicas © atores politicos. Revista Brasileira de Informacao Bibliogréfica em Ciéncias So- clas, Rio de Janeiro, n.43, 1997. tatais MARTINS, Humberto F. Uma Teoria da Fragmentagdo de Politicas Pablicas: desen- volvimento ¢ aplicagdo na andlise de trés casos de politicas de ge: de Doutorado em Administragao. Rio de Janeiro: FGV, 2003. 0 piblica, Tese MAYNARD-MOODY, Steve; MUSHENO, Michael. Cops, Teachers, Counselors stories from the front lines of public service. University of Michigan Press, 2003, MATUS, Carlos. Politica, planejamento e governo. Brasilia: Editora IPEA, 1993. MATUS, Carlos. Adeus, senhor presidente: governantes governados. Sao Paulo: Ed- itora FUNDAP, 1996 MERIGO, Janice; ANDRADE, Marlene Muniz de. Questdes Iniciais para a Discus- so do Monitoramento Avaliagao de Politicas Piblicas. Slides. Curso de Pés-Gra- UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PURLICAS 19 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE duago em Gestio Social de Politicas Puiblicas, 2010. Disciplina: Monitoramento, informacao e avaliagdo de politicas sociais. Nao paginado. Disponivel em: Acesso em: 23 abr. 2013, MCCONNELL, Grant. Private Power and American Democracy. New York: Ran- dom House, 1966. MCCUBBINS, Mathew D.; SCHWARTZ, Thomas. Congressional Oversight Over- looked: police patrols versus fire alarms. American Journal of Political Science, ¥. 28, n. 1, p. 165-179, fev. 1984. MOKATE, Karen M. Convirtiendo el “Monstruo” en Aliado: la evaluacién como herramienta de la gerencia social. Revista do Servico Publico, Brasilia, v. 53, n. 1, p. 89-134, jan/mar, 2002 NORDLINGER, Mass., Harvard University Pri Eric A., On the Autonomy of the Democratic State, Cambridge, 1981 O'DONNELL, Guillermo. Reflexes Comparativas sobre Politicas Piblicas e Con- solidagao Democratica. In; MOURA, Alexandrina Sobreira. O Estado e as Politicas Piiblicas na Transigéo Democrética, Fundagio Joaquim Nabuco, Recife: Editora Massangana, 1989. p. 390-391 OLIVIERI,Cecilia. Politica, Burocracia e Redes Sociais: As NomeagGes para o Alto Escaldo do Banco Central do Brasil. Revista Sociologia Politica, Cunitiba, 29, p. 147-168, nov. 2007 OLSON, Maneur. A Logica da Agdo Coletiva, Sao Paulo: EDUSP, 1999. OSTROM, Elinor. Governing the Commons: the evolution of institutions for collec- tive action, Cambridge: Cambridge University Press, 2003. PAGE, Edward C. & JENKINS, Bill. Policy Bureaucracy: Government with a Cast of Thousands. Oxford: Oxford university Press, 2006. PARSONS, Wayne, Public Policy: an introduction to the theory and practice of poli- cy analysis. Northampton, MA, USA: Edward Elgar Publishing Ltd, 1996, PETERS, B. G.. Politicians and bureaucrats in the politics of policymaking. In: LANE, J.-E. (ed.) Bureaucracy and public choice. London: Sage, 1987. PETERS, B. G.. The problem of bureaucratic government. Journal of Politics, v. 43, n. 1, fev., 1981 20 UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS PINHO, Carlos T. Assumpga0. O Desafio da Informagio para Formulagdo, Moni- toramento e Avaliagio de Politicas Pablicas. Oficina 12. VII Semana de Adminis tracdo Orcamentaria, Financeira e de Contratagées Piiblicas. Brasilia: ESAF, mar, 2011 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI PRESSMAN, Jeffrey L; WILDAVSKY, Aaron B. Implementation: how great ex- pectations in Washington are dashed in Oakland: or, why it’s amazing that Federal programs work at all, this being a saga of the Economic Development Administra- tion as told by two sympathetic observers who seek to build morals on a foundation of ruined hopes. 1. ed. Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1973, PRZEWORSKI, Adam, Estado e economia no capitalismo, Rio de Janeiro: Relume- Dumara, 1995. PUENTES-MARKIDES, Cristina, Policy Analysis and Decision Making. Bridge- town, Barbados, out. 2007. Nao paginado. Disponivel em: . Acesso em: 10/05/2013. PULZL, Helga; TREIB, Oliver. In: FISCHER, Frank; MILLER, Gerald J.; SIDNEY Mara S. (Eds.). Handbook of Public Policy Analysis: theory, politics, and methods. Boca Raton, FL: Taylor & Francis Group, 2007, QUINN, James B. Strategic Change: logical incrementalism. Sloan Management Review, v, 30, n. 4, p. 16-45, 1989. RAPOPORT, Anatol. Lutas, Jogos e Debates. Brasilia: Editora Universidade de Bra- silia, 1980, REIS, Bruno P. W. Politicas Publicas. In; Diciondrio “Trabalho, Profissda e Con- digo Docente”. Belo Horizonte: Grupo de Estudos sobre Politica Educacional e Trabalho Docente da Faculdade de Educagao da Universidade Federal de Minas Gerais (GESTRADO/UFMG), 2010. Disponivel em: . Acesso em: 16 mai, 2013, REIS, Leonardo S. Politicas Pablicas sob a Otica do Novo Gestor: o public policy cycle de Howlett e Ramesh como estratégia para atuagdo do Estado. Portal Juridico Investidura, Floriandpolis, SC, 21 set. 2010. Disponivel em: . Acesso em: 16 mai, 2013. RIPLEY, Randall; FRANKLIN, Grace. Bureaucracy and Policy Implementation. Homewood: Dorsey Press, 1982. UUNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PURLICAS a MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE ROCHA, Carlos ¥. Neoinstitucionalismo como modelo de anise para as Politicas Pi- blicas:Algumas observagées Civitas, Porto Alegre, v. 5.1 jan.. Acesso em: 17 mai. 2013. SIMAN, Angela M. Concepgdes Tedricas Sobre as Politicas Pablicas. In: SIMAN, Angela Maria, Politicas Pablicas: a implementago como objeto de reflexao tedrica e como desafio pritico. Tese de Doutorado em Ciéncia Politica. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciéncias Humanas. Belo Horizonte, 2005, Capitulo 1, p. 28-38 SIMON, Herbert A. Administrative Behavior: a study of decision-making processes in administrative organization. 1. ed. New York: Macmillan, 1947. Reeditado em 1976 SIMON, Herbert A. A Behavioral Model of Rational Choice. Quarterly Journal of Economics, v. 69,n. 1, p. 99-118, 1955 SOUZA, Celina, Politicas Piblicas: questées temdticas ¢ de pesquisa, Caderno CRI, Salvador, n. 39, p. 11-24, jul/dez. 2003. UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS 23 MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINE SOUZA, Celina, Politicas Prblicas: uma revisio da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n. 16, p. 20-45, jul/dez. 2006. SUBIRATS, Joan, Definicién del Problema ~ Relevancia Pablica y formacién de la agenda de actuacién de los poderes piblicos. In: SARAVIA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Politicas Piiblicas: coletdnea. Volume 1. Brasilia: ENAP, 2006. p. 199-218, TEIXEIRA, Elenaldo C. O Papel das Politicas Piblicas no Desenvolvimento Local ena Transformagdo da Realidade. Salvador: Bahia, 2002, THOENIG, Jean-Claude, A Avaliago Como Conhecimento Utilizivel Para Refor- mas de Gestéo Publica, Revista do Servico Piblico, Brasilia, v. 51, n. 2, p. 54-70, abrijun, 2000. THORNDIKE, Edward L.; BARHNART, Clarence L. Thorndike-Barnhart Handy Pocket Dictionary. New York: Permabooks, 1951. ‘TSEBELIS, George. Nested Games. Berkeley: University of California Press, 1990. TSEBELIS, George. Atores com Poder de Veto: como funcionam as instituigdes po- liticas. Séo Paulo: FG, 2009. VAITSMAN; Jeni; RODRIGUES, Roberto W. S.; PAES-SOUSA, Romulo. © Siste- ‘ma de Avaliagdo e Monitoramento das Politicas ¢ Programas Sociais: a experiéncia do Ministério do Desenvolvimento Social ¢ Combate 4 Fome do Brasil. Policy Pa- pers 17. Brasilia: UNESCO, 2006. VAN METER, D Donald S.; VAN HORN, Carl E. The Policy Implementation Pro- ‘cess: a conceptual framework. Administration & Society, v. 6, n. 4, p. 445-488, fev. 1975. VIANA, A. L. Abordagens Metodolégicas em Politicas Piiblica, Revista de Adminis- tragao Pidblica, v. 30, n. 2, p. 5-43, marlabr. 1996. WALKER, Robert K. Impacting Social Problems — writing and evaluating interna- tional development projects. Brasilia: EMAD, 2000. WEBER, Max. Ciéncia e Politica: duas vocagdes. A politica como vocagao, S40 Paulo: Cultrix, 1970. WEBER, Max . Economia ¢ sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasilia, DF: Editora Universidade de Brasilia: So Paulo: Imprensa Oficial do Es- tado de So Paulo, 1999. 24 UNIDADE I ~AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS PUBLICAS WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979, MARIA DAS GRAGAS RUA COM ROBERTA ROMANINI WEISS, Carol H. Evaluation: methods for studying programs and policies. New Jersey: Prentice Hall, 1998, Reedigo da versio de 1972. WHOLEY, J. S. Evaluability Assessment. In: RUTMAN, L. (Ed.). Evaluation Re search Methods: a base guide. Beverly Hills, California: SAGE, 1977. p. 41-56. WILSON, James Q. Political Organizations. New York: Basic Books. 1973. WINDHOFF-HERITIER, Adrienne. Policy-Analyse: eine Main/New York: Campus, 1987. {infithrung. Frankfurt am WORTHEN, Blaine R.; FITZPATRICK, Jody L.; SANDERS, James R. Avaliapéo de Programas: concepgses e priticas. So Paulo: Editora Gente, 2004, UNIDADE I -AS DIFERENTES CONCEITUAGOES DE POLITICAS POBLICAS 25

You might also like