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Demografia: Conceitos e Taxas, Teorias Demográficas,

Transição Demográfica, Estrutura Econômica e Etária da


População
Conceitos básicos e taxas

1. População absoluta (populoso): A população absoluta é a população total de um lugar. Um país ou


região que apresenta um grande número de habitantes vai ser considerado um país muito populoso.
A população mundial é de atualmente cerca de 6,2 bilhões de habitantes, sendo que a China e a
Índia – os dois mais populosos – possuem mais de 1/3 da população mundial.

Países mais Populosos – 2005 e 2050 (projeção)


(Em milhões de habitantes)
País Habitantes País Habitantes
(2005) (2050–proj.)
1. China 1.304 1. Índia 1.628
2. Índia 1.104 2. China 1.437
3. EUA 296 3. EUA 420
4. Indonésia 222 4. Indonésia 308
5. Brasil 184 5. Paquistão 295
6. Paquistão 162 6. Brasil 260
7. Bangladesh 144 7. Nigéria 258
8. Rússia 143 8. Bangladesh 231
9. Japão 132 9. Congo 183
10. Nigéria 128 10. Etiópia 170
Fonte: Population Reference Bureau, 2005 World Population Data Sheet

Continentes – dados sobre população


Continente População Absoluta Área (km2) Densid. Demográfica
(milhões hab) (hab/km2)
Ásia 3.990,4 44.579.000 89,51
América 907,5 42.293.000 21,46
África 944,4 30.065.000 31,41
Europa (incl. Rússia 741,6 9.938.000 74,62
Ocid.)
Oceania 33,0 8.490.000 3,88

2. População Relativa (densidade demográfica/ Maiores Taxas de Natalidade – 2000


povoado): É o número de habitantes por Km2. (Nascimentos por mil habitantes)
Também é chamada de densidade demográfica. País Nascimentos País Nascimentos
A região que apresenta uma alta densidade Níger 51 Burkina Fasso 44
demográfica, vai ser considerada uma região
Somália 51 Etiópia 44
muito povoada.
3. Taxa de Natalidade: É determinada pela Afeganistão 48 Libéria 44
relação percentual entre o número de Angola 48 Ruanda 44
nascimentos em um ano e a população absoluta. Malauí 46 Serra Leoa 44
No caso do Brasil e dos demais países
Mali 46 Congo 43
subdesenvolvidos, as taxas de natalidade são
bastante altas, ainda que tenham apresentado Rep. Dem Congo 46 Guiné-Bissau 42
sensível diminuição nos últimos anos, que pode Chade 45 Mauritânia 42
Fonte: Banco Mundial
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ser explicado pelo aumento da população urbana e a difusão do controle de natalidade. Além disso o
custo social da manutenção e educação dos filhos é bastante elevado, sobretudo no meio urbano.

4. Fecundidade: A taxa de fecundidade é o número de filhos por mulher. É calculado a partir das
crianças com até 5 anos sobre o número de mulheres em idade reprodutiva (dos 15 aos 49 anos). A taxa
de fecundidade é diretamente proporcional à taxa de natalidade.
5. Fertilidade: É o número de mulheres em idade reprodutiva. Em países com alto desenvolvimento
humano, o número de mulheres adultas é bastante significativo, o que faz com que a taxa de fertilidade
seja bastante alta, mas a taxa de fecundidade é baixa, pois de uma maneira geral essas mulheres
decidem por ter menos filhos. Em outras palavras, podemos dizer que a taxa de fertilidade é
inversamente proporcional à taxa de fecundidade e de natalidade.
6. Taxa de Mortalidade: É o índice obtido pela
relação percentual entre o número de óbitos Maiores Taxas de Mortalidade – 2000
em um ano e a população absoluta de uma (Mortes por mil habitantes)
País Mortes País Mortes
unidade territorial. A maior taxa de
mortalidade ocorre hoje na África Subsaariana Malauí 24 Moçambique 20
(15%o). Serra Leoa 23 Rep. Centro-Africana 20
Entretanto, algumas regiões Afeganistão 22 Angola 19
subdesenvolvidas, tais como a América Latina
Ruanda 22 Burkina Fasso 19
e o Norte da África, apresentam taxas de
mortalidade menores que as vigentes no Zâmbia 21 Níger 19
continente europeu. Isso acontece devido à Botsuana 20 Uganda 19
grande porcentagem de idosos, que Burundi 20 Djibuti 18
caracteriza a estrutura etária da maioria dos
Etiópia 20 Zimbábue 18
países europeus. Os países que apresentam as
menores taxas de mortalidade, inferiores a Guiné-Bissau 20 Costa do Marfim 17
5%o , não são os mais ricos, mas os que Mali 20 Guiné 17
possuem uma população predominantemente Fonte: Banco Mundial
jovem e dispõem de um serviço sanitário e
médico com alguma qualidade, como é o caso
da Costa Rica. Por outro lado, na Alemanha, onde cerca de 16% da população tem 65 anos ou mais, as
taxas de mortalidade nunca foram inferiores a 10%o e ultrapassam a média mundial.

7. Taxa de Mortalidade Infantil: É o índice que expressa o número de crianças que morrem antes de
completar um ano de idade em cada mil
nascimentos.Comparando-se as taxas dos países Maiores Taxas de Mortalidade Infantil – 2000–2005
desenvolvidos e subdesenvolvidos, verifica-se que (Mortes por mil nascidos vivos)
a mortalidade infantil nestes últimos é muito País Mortes País Mortes
superior a encontrada nos países desenvolvidos. Afeganistão 161,3 Djibuti 117,1
Dessa forma, as taxas de mortalidade infantil são
um importante fator para indicar o grau de Serra Leoa 146,3 Chade 116,1
desenvolvimento sócio-econômico de um país. Malauí 130,1 Gâmbia 115,0
Além disso, as causas das mortes também variam Moçambique 127,7 Guiné 114,4
bastante: nos países ricos, o maior risco de morte Níger 125,7 Somália 112,7
ocorre até os 28 dias de vida, devido à fatores
endógenos (com origem no interior do organismo), Guiné-Bissau 121,2 Lesoto 111,2
ao contrário dos países pobres, onde existe maior Timor Leste 121,0 Burundi 111,0
incidência de fatores exógenos (que refletem a Mali 120,0 Etiópia 106,1
qualidade de vida da população). Destacam-se, Ruanda 119,2 Guiné Equatorial 98,8
entre esses fatores, as doenças infecciosas e a
desnutrição. Portanto, pode-se falar de mortalidade Angola 117,7 Mauritânia 96,7
tardia nos países subdesenvolvidos e mortalidade Fonte: FNUAP
precoce nos desenvolvidos.

8. Expectativa de Vida e Média de Vida: a expectativa de vida, também conhecida como esperança de
vida ao nascer, é obtida a partir da análise compartimentada da população, com pesos diferentes para
as diversas faixas etárias, ou seja, não é apenas uma média de vida, que é obtida a partir da soma das
idades das pessoas mortas dividida pelo número de mortes no ano. Desta forma, a expectativa de vida

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sempre vai ser superior à média de via. Logicamente, as nações mais desenvolvidas do ponto de vista
econômico e social, apresentam as maiores expectativas de vida.

9. Ecúmeno e Anecúmeno: As regiões mais favoráveis à ocupação humana são denominadas ecúmenas,
e as regiões desfavoráveis à ocupação humana são denominadas anecúmenas.
Como exemplos de regiões ecúmenas, podemos citar: as regiões de clima temperado, os planaltos
tropicais, as planícies, os vales, os deltas e vales fluviais, os litorais e as regiões de solo e subsolo ricos.
Como exemplo de regiões anecúmenas, podemos citar: elevadas latitudes (regiões polares), as elevadas
altitudes (altas montanhas), os desertos e as florestas equatoriais.

10. Crescimento Vegetativo e Crescimento Populacional: O crescimento vegetativo é o saldo natural


obtido entre o número de nascimentos e óbitos em uma população. O crescimento vegetativo também é
chamado de crescimento natural;
O crescimento populacional é calculado a partir do crescimento vegetativo mais o saldo migratório. O
crescimento populacional é mais completo, e também é conhecido como crescimento global ou
demográfico.

Teorias Demográficas

1. Malthusiana: O surto demográfico sem precedentes históricos que se iniciou na Europa com a era
industrial espantou muitos estudiosos no assunto. Em 1798, Thomas Robert Malthus, formulou uma
teoria bastante catastrofista a esse respeito: a capacidade da produção de alimentos cresceria em
progressão aritmética enquanto a população cresceria em progressão geométrica. Esse descompasso
seria a razão básica da existência da miséria e das enfermidades.

2. Neomalthusiana: Na década de 60, auge do crescimento da população mundial, as velhas profecias


malthusianas foram ressuscitadas: o neomalthusianismo ganhava adeptos. Segundo eles, o alto
crescimento demográfico é uma das principais causas da generalização da pobreza em várias regiões
subdesenvolvidas. O aumento descontrolado do número dce pessoas atrapalharia o desenvolvimento
dos Estados pobres, desviando recursos para investimentos não-produtivos (creches, escolas) e criando
uma relação desfavorável entre o número de pessoas em idade de trabalhar e o total de habitantes. O
controle de natalidade seria o passaporte para o desenvolvimento.

3. Reformista (Marxista): Contemporâneos aos neomalthusianos, os reformistas possuem um raciocínio


oposto aos neomalthisianos, ou seja, eles consideram que, na verdade, é a qualidade de vida que vai
interferir na taxa de natalidade, ou seja, famílias pobres possuem a tendência de terem mais filhos.
Desta forma, a solução estaria é possibilitar reais condições das famílias virem a ter uma qualidade de
vida satisfatória, com um acesso maior à educação (de qualidade), serviços médicos (de qualidade), mais
trabalhos, redução das distorções salariais, etc.

Transição Demográfica

O conceito de transição demográfica se refere à transição entre duas situações de crescimento


demográfico relativamente reduzido. O período pré-transicional, conhecido como regime demográfico
tradicional, se define por uma alta taxa de mortalidade (causada por crises periódicas de fome e por
grandes epidemias) e por uma taxa de natalidade também elevada. O período pós-transicional,
conhecido como regime demográfico moderno, se define por baixas taxas de mortalidade e de
natalidade. Como a queda das taxas de mortalidade antecede as taxas de natalidade, registra-se,
durante a fase de transição, um elevado crescimento vegetativo da população.
Na Europa, o auge da transição demográfica ocorreu no século XIX, enquanto que nos países
subdesenvolvidos ocorreu após a II Guerra Mundial.

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