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Conquistar a
felicidade — sem
dúvida alguma, este
é o ideal de todas as
pessoas. E por
associar a felicidade
à realização de
sonhos é que as
pessoas lançam
diversos objetivos no
início do ano. Porém,
em meio ao corre-
corre dos 365 dias,
acabam perdendo de vista o que objetivaram. O Budismo de Nitiren Daishonin
expõe o princípio de consistência do início ao fim. Ou seja, não viver apenas de
decisão, mas concretizar os objetivos efetivamente, mantendo a fé até o fim
com base em uma firme e resoluta oração, com a certeza de que a vida está
sendo conduzida para o melhor caminho.
Além desse supremo estado de Buda, todas possuem também os outros nove:
Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade, Alegria, Erudição, Absorção e
Bodhisattva. O ambiente de uma pessoa é reflexo do estado de vida em que
ela se encontra, e esse estado as conduz para a felicidade ou infelicidade, pois
é com base nele que ela pensa, fala e age.
Sobre esse ponto, no escrito “Ouvindo pela primeira vez sobre o supremo
veículo” consta: “Quando se examina as causas dos sofrimentos físico e
espiritual, vemos que tais sofrimentos nascem dos três venenos da avareza, ira
e estupidez. Esses sentimentos mundanos e os sofrimentos que eles geram
estão ligados ao carma que prende as pessoas ao mundo dos sofrimentos.”4
A questão é: o que fazer com esses desejos que acompanham a vida das
pessoas desde que nascem?
Portanto, eles não precisam ser eliminados, uma vez que fazem parte da vida e
podem ser transformados.
Pessoas que vivem em função de uma outra, que fazem dela o centro ou a
razão de sua existência, no momento em que, por algum motivo, não mais a
tem ao seu lado, vêem-se totalmente perdidas, incapacitadas e
desencorajadas. Outras que vivem presas a acontecimentos passados,
simplesmente não conseguem enxergar as oportunidades de avanço que se
apresentam no presente. Há aquelas que vivem presas a mágoas e
ressentimentos por uma outra pessoa devido, por exemplo, a algum comentário
que esta tenha feito sobre elas. Essas pessoas não conseguem seguir o
caminho do auto-aprimoramento ou desenvolver o seu “eu”, pois só vivem a
pensar no que a outra diz. Apego ao status, ou mais especificamente, à
posição que ocupa na organização é um outro grilhão na vida de uma pessoa.
Ao ver-se numa posição em que não mais exerce a liderança, tende a perder
totalmente o ânimo e o espírito de desafio. As que vivem apegadas aos bens
materiais, principalmente ao dinheiro, tendem a sofrer por isso, pois não
conseguem enxergar as maravilhas do mundo, como o calor de uma
verdadeira amizade. Estes e diversos outros tipos de apegos, todos originados
dos três venenos, necessitam ser redirecionados ao bem e elevados a
propósitos nobres. Torna-se fundamental, portanto, as pessoas se
perguntarem: por que e para quê desejo viver com fulano? Por que e para quê
encontro-me na liderança desta organização? Por que e para quê desejo este
emprego ou então ganhar mais dinheiro? Saber reconhecer e direcionar os
apegos é o que torna a vida significativa. O budismo ensina que o importante é
fazer pleno uso dos apegos em vez de se permitir ser controlado por eles.
“A fé implica que nós próprios devemos criar uma ‘montanha’, escalá-la e então
começar novamente. Nesse processo, evoluímos de um estado de vida em que
nos encontramos presos às nossas pequenas preocupações para uma
condição em que podemos desafiar progressivamente preocupações maiores
— pelo bem de um amigo, de muitas outras pessoas e de toda a humanidade.
“Este princípio nos oferece uma visão extremamente preciosa para vivermos na
sociedade moderna, em que as pessoas são constantemente dominadas pelas
necessidades mais variadas e pelos desejos mais intensos.”6
Sobre esse aspecto, Daisaku Ikeda comenta: “À medida que o foco de nossas
orações se expande, incluindo não apenas nossos próprios desejos como
também a felicidade de nossos amigos, de nossa família, de nossos colegas de
classe, da sociedade e de toda a humanidade, nossos horizontes também irão
se expandir, bem como nossa grandeza como seres humanos.”7
Quando pensamentos do tipo “Por que devo orar por outras pessoas? Por que
preciso incentivá-las se os meus problemas são maiores que os dela?” deixam
de ocupar a mente de uma pessoa é um sinal de que ela está evoluindo em
sua prática budista e está expandindo seu ser como um verdadeiro
bodhisattva, condição de vida embasada em uma grande benevolência.
Quando um praticante atinge essa condição, quando suas orações e ações
baseiam-se na benevolência por todos os seres, sua vida passa a ser regida
pelo mesmo ritmo da Lei do Universo, o Nam-myoho-rengue-kyo, e é
direcionada por ela para a construção, o bem, o avanço e, conseqüentemente,
para a consecução de grandes benefícios.
Benefícios imperceptíveis
TERCEIRA CIVILIZAÇÃO, EDIÇÃO Nº 436, PÁG. 15, DEZEMBRO DE 2004.
Segundo Daisaku Ikeda, “os benefícios nos Últimos Dias da Lei são
fundamentalmente imperceptíveis por natureza. Uma árvore nova cresce a
cada ano e, então, quando encontra certas condições, floresce — não um ou
dois ramos, mas totalmente. Similarmente, continuando a empenhar assíduos
esforços, seremos campeões de eternas vitórias cuja vida é repleta de
benefícios e boa sorte. É para esse fim que nos esforçamos em nossa prática
budista diária. Aqueles que empenham tenazes esforços avançam a passos
largos em sua revolução humana.” 11
Além disso, uma árvore, para se tornar frondosa, passa boa parte de sua
“juventude” fincando profundas raízes e fortificando as bases essenciais para a
sua sobrevivência. Sem dar os suculentos frutos, nem as belas flores, a
pequena planta suporta sol, chuva, vento e pragas, persistindo por longos anos
para, então, apresentar o aspecto do benefício. Assim, a chave para “construir”
os preciosos benefícios imperceptíveis é a persistência, os esforços contínuos,
empenhar-se até o fim.
Portanto, ao fazer o balanço dos objetivos do ano que chega ao fim, não
lamente. Sinta os benefícios imperceptíveis que enriquecem sua vida e que,
em breve, no momento certo, manifestarão o aspecto perceptível desde que se
mantenha uma forte convicção e desempenhe contínuos esforços sem
nenhuma dúvida no coração. Encha-se de alegria pelo simples fato de estar
vivo e poder renovar a decisão, tendo mais um ano à frente, mais uma chance
para alcançar ou perceber vários benefícios.