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5 Entendendo os Demonstrativos Financeiros uitas das informacdes utilizadas em avaliacao e em finangas corporativas M provém dos demonstrativos financeiros. Toma-se, portanto, necessaria ‘uma compreensio dos demonstrativos financeitos basicos e de alguns dos indices financeiros utilizados em andlise, como primeiro passo para qualquer uum dos dois objetivos, Este capitulo oferece um pano de fundo para o desenval- vimento de demonstrativos de resultados, balancos e demonstrativos de fluxos de caixa, bem como para 0s principios contabeis geralmente aceitos que sio subjacentes & sua elaboragdo. Também examina uma gama de indices financeiros amplamente usados e fornece uma estrutura para sua compreensao. Por fim, focaliza as diferengas dos padres contabeis através do mundo e como estas diferencas podem afetar uma andlise, PRINCIPAIS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS Existem tts demonstrativos financeires bisicos: o demonstrative de resul- tados, que mede as receitas ¢ despesas da empresa; o balango, que teflete 0s ativos ce passivos da empresa;eodemonstrativode fluxos decaixa, que examina as fontes e usos do dinheiro. Demonstrativo de Resultados ‘Um demonstrativo de resultados oferece informacOes sobre as atividades 1 operacionais de uma empresa ao longo de um periodo de tempo espectfico, O resultado liquido de uma empresa é igual As receitas menos despesas, onde as a 88 AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS receitas medem os fluxos de entrada de recursos decorrentes da venda de merca- dorias ou servicos e as despesas medem os fluxos de safda de recursos para a geragdo de receitas Glassificagao: Um Demonstrative de Resultados Tipico Como a receita pode ser gerada a partir de diversas fontes, os principios contébeis geralmente aceitos (GAAP*) exigem que os demonstrativos de resulta dos sejam classificados em quatro secdes: resultados de operagées regulares, resultados de operagées descontinuadas, ganhos ou perdas extraordinérias € ajustes devido a mudangas de principios contabeis, Um demonstrativo de resul- tados tipico comega com receitas e ajustes para o custo de mercadorias vendidas, depreciacao de ativos utilizados para gerar receitas e quaisquer despesas de vendas ou administrativas, para chegar ao lucro operacional. Tal hucro, quando reduzidoem despesas dejuros, produz olucrotributavel que, por sua vez, quando deduzido nos impostos pagos, resulta no lucro liquido. Demonstrative de Resultados Receitas —Custo das Mercadorias vendidas — Depreciagéo —Despesas de Vendas —Despesas Administrativas Lucro antes da tributagao e dos juros (EBIT) ~ Despesas de Juros Lucro Tributdvel (Lucro antes dos Impostos) ~Impostos = Lucro Liquido antes dos itens extraordinarios + Ganhos (Perdas) de operacées descontinuadas + Ganhos Extreordinétios (Perdas) + Mudangas no Lucro Liguido decorrentes de mudancas nos métodos contSbeis = Lucto Lquido apés os itens extraordindrios Regime de Competéncia versus Regime de Caixa: Demonstrativos de Resultados As empresas, freqiientemente, despendem recursos na aquisigao de mate- riais ou fabricam mercadorias num periodo, mas nio as vendem até 0 periodo seguinte. Alternativamente, muitas vezes fornecem servigos num perfodo, mas nao sao pagas pelos servigos até o préximo perfodo, Na contabilidade por regime de competéncia, a receita da venda de uma mercadoria ou de um servico é reconhecida no periodo no qual a mereadoria for vendida ou o servigo realizado GAAP, do ing: general eet ceoting pris eNTENE (total despe receit das a sas, ¢ dem GAA ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 88 (total ou substancialmente). Um esforgo correspondente é realizado no lado da despesa, para equiparar' despesas e receitas. Sob um regime contAbil de caixa, as receitas so reconhecidas ao serem recebidas, embora as despesas sejam registra- das ao serem realizadas. Como nio hé qualquer equiparagio de receitas e despe- sas, os GAAP exigem que empresas utilizem o regime de competéncia em seus demonstrativos financeiros. GAAP: Reconhecendo Resultados Os princfpios contabeis geralmente aceitos exigem o reconhecimento de receitas quando o servigo pelo qual a empresa esta sendopaga tenha sido realizado em sua totalidade ou em grande parte, ea empresa tenha recedido um retornoem, dinheiro ouem conta areceber quesejaaomesmo tempo observavel e mensuravel. As despesas diretamente ligadas a geragio de receitas (como mao-de-obra e materiais) so reconhecidas durante o mesmo periodo em que as receitas o sio. Quaisquer despesas nao diretamente ligadas a geragao de receitas so reconheci- das no perfodo em que a empresa consumir os servicos. Embora a contabilizagio sob regime de competéncia seja bastante simples ¢ facil de entender em empresas que produzem bens os vendem, hi casos especiais em que a contabilidade por competéncia pode ser complicada pela natureza do produto ou servigo sendo oferecido, + Contratos de longo prazo: Contratos de longo prazo abrangem varios perfo- dos contabeis, e clientes freqiientemente efetuam pagamentos periddicos a medida que o contrato avanga (por exemplo, na construgao civil resi- dencial ou comercia!). Quando um empreiteiro de longo prazo possui um contrato com um comprador com um prego previamente acordado, @ receita durante 0 periodo da construcéo é reconhecida com base no percentual do contrato jé completado. Como receita é reconhecida como um percentual do que ja foi realizado, uma proporcao correspondente da despesa também o é, Uma alternativa é esperar até que o contrato esteja completo e reconhecer a receita e a despesa totais quando do encerramen- to. Como isso gera atrasos no pagamento de impostos sobre a renda, ndo 6 permitido para fins fiscais pelo Cédigo do Imposto de Renda (Internal Revenue Code, dos EUA). + Incerteza quanto a recebimentos em espécie: Quando ha consideravel incerte- za quanto & capacidade de o comprador de um bem ou servico pagar por eles, a empresa fornecedora do bem ou servico somente podera reconhe- cer a receita quando receber parcelas do prego de venda pelo métado das prestacées. Embora isto seja similar ao reconhecimento de receita sob regime de caixa, no método das prestagées as despesas somente sio reconhecidas quando o dinheiro é recebido, mesmo que realizadas no 20 AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS ENTENDE! perfodo da venda inicial. Uma alternativa para esta abordagem 6 0 At método de recuperagio de custos em primeiro lugar, em que as despesas enao-cc ereceitas em dinheiro sio equiparadas ddlar a ddlar (nao gerando lucros, portanto) até que todas as despesas tenham sido cobertas, apés o que ‘Ativos quaisquer receitas adicionais sao declaradas como lucros. —— Ative C Cais Exemplo 5.1: Exemplos de demonstrativos de resutados: General Motors e The Home Depot Cor Attabelaa seguir resume osdemonstrativas deentrada para oano fiscal de 1993 paraaGeneral - ‘Motors e The Home Depot. imével Propri General Tae Home (Ative: Motors Depot FaGvas Recetas $138.220,00 — $9.238,00 ~Custo das Mercadorias Vendidas $108996,00_—$6.596,00 —Depreciagiio § 948,00 — § 90,00 —Despesas de Vendas $ 613200 $1.624,00 —Despesas Administrativas $ 540000 220,00 _uero antes do pagamento de juros e mpostes (EBIT*) $ 8.25000 $ 708,00 ative. + Rocelta de Juros s o- $6100 1 ~Despesasde Juros S$ 563700 $ 31,00 Pe ca sucto antes do pagamento de impostos S 261300 — $ 738,00 . —Impostos = 110,00 $ 280,00 sejac sucto Liquido antes dos itens extraordindrios $ 2.503,00 $ 458,00 ‘rans + Ganhos (Perdas) decorrentes de operagées descontinuadas $= $ Osat +Ganhos Extraordindris (Perdas) $= $ — ema +Mudangas de receita decorrentes de mudancas ras métodos $ enti de contabilizaciio $ = ative Lucro Liquido apésitens extraordinatios § 250300 © $ 458,00 —Dividendos Preferenciais, $ 35700 § am sucto das Agdes Ordindtias $ 214600 458,00 og NIT HIT do ng arming brite te des} par Balango Anual Ao contrario do demonstrativo de resultados, que mede fluxos ao longo de um periodo de tempo, o balanco anual fornece um resumo daquilo que a empresa possui em termos de ativos e daquilo que deve tanto a seus credores quanto aos investidores em seu patriménio liquido, Obalanco anual édesenvolvido em torno da igualdade Ativos = Passivos + Patriménio Lfquide dos Acionistas ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS a Ativos e passivos podem ser ainda mais decompostos em parcelas correntes e nao-correntes. Ativas Passivos & Patrimdnio Liguisdo Ativo Circulante Bxigfvel a Curto Prazo Caixa e Titulos Contas 2 Pagar Contas a Receber Empréstimos a Curto Prazo Estoques Outros Bxigiveis a Curto Prazo (Outros Ativos Circulantes Divida a Longo Prazo Imdveis Outros Passivos Nao-Circulantes Propriedades, Instalagdese Equipamentos _Patrim@nio Liquide dos Acionistas (Ativos Fixos) Ages Preferenciais Ativos Intangiveis Agdes Ordindrias Luctos Retidos Agies em Tesouraria Ativos Um ativo qualquer recurso que tem 0 potencial de gerar futuros influxos de caixa ou de reduzir os fluxos de saida de caixa futuros. Para que um recurso seja considerado um ativo, portanto, uma empresa tem que o ter adquiride numa transagio anterior e poder quantificar osbeneficios futuros comrazodvel precistio. Os ativos podem ser clasificados em conformidade com diversos pardimetros — em ativos fixos e circulantes, ativos monetérios (como dinheiro ¢ titulos a receber) € ndo-monetirios — e os GAAP relativos a sua avaliagio variam de ativo para ativo. Ativos Fixos, Os princ{pios contabeis geralmente aceitos em quase todos 03 paises ‘exigem uma avaliagio de ativos fixos a custos histéricos, ajustados em relagao as. despesas de depreciagio sobre esses ativos. Oraciocinio freqlientementeoferecida para justificar esta pratica é que (a) O valor contébil é mais facilmente obtide do que o valor de mercado no caso da maioria dos ativos, uma vez que inexiste um mercado secundario ativo na maioria dos casos. (b) O valor contébil pode ser avaliado mais objetivamente do que o valor de mercado, sendo menos provavel que seja manipulado por empresas de acordo com seus interesses. (©) O valor contabil é uma estimativa mais conservadora do valor real do que o valor de mercado. 2 AVAUIAGAO DE INVESTIMENTOS Todos esses argumentos podem ser contestados, e fica bem claro que o valor contabil de muitos ativos fixes tem muito pouca semelhanga com 0 valor de mercado. Comoos ativos fixos sioavaliados com baseno valor contébil, esto ajustados pelas provisdes de depreciacao, o valor deum ativo fixo é fortemente influenciado tanto pela sua vida depreciével quanto pelo método de depreciagio utilizado. Como as empresas estimam a vida titil e o aumento da vida deprecidvel pode _ aumentar os lucros; isto oferece uma oportunidade para que as empresas geren- — ciem lucros, As empresas também é oferecida a oportunidade de gerenciar lucros através da escolha de um método de depreciagio, uma vez que os GAAP permi- tem que as empresas utilizem a depreciagio linear (onde a depreciagio é dist bufda ao longo da vida do ativo) ou a depreciacao acelerada (onde é considerada uma maior depreciagéo nos anos iniciais, e menor depreciagao mais adiante). A. maioria das empresas dos EUA utilizam a depreciagio linear para fins de de- monstrativos financeiros e a depreciagio acelerada para fins fiscais, pois podem demonstrar lucros melhores com 0 primeiro método, pelo menos nos anos ime- diatamente subseqiientes & aquisicao do ativo. Em contraste, empresas japonesas ¢ alemas freqiientemente utilizam a depreciagao acelerada tanto para fins de demonstrativos financeiros quanto fiscais, levando a ganhos menores em relagéo a suas contrapartes dos BUA. Estoques. Existem trés abordagens basicas para a avaliagio de estoques permiti- das pelos GAAP: (a) Primeiro a entrar, Primeiro a sair (FIFO — First-In, First-Out): Neste méto- do, 0 custo das mercadorias vendidas se baseia no custo do material comprado mais ao inicio do perfodo, enquanto o custo de estoque se baseia no custo do material comprado mais para o final do ano. Isto resulta numa avaliagao do estoque aproximada do seu custo de reposicao atual, Durante periodos de inflacdo,o uso do FIFO resultard naestimativa de custo de mercadorias vendidas mais baixa entre as trés abordagens, ¢ na receita liquida mais alta, (&) Ultimo a entrar, Primeiro a sair (LIFO ~ Last-tn, First-Out): Através deste método, 0 custo das mercadorias vendidas baseia-se no custo do mate rial comprado mais ao final do perfodo, resultando em custos mais, préximos dos correntes. O estoque, entretanto, é avaliado com base no custo de materiais comprados no inicio do ano. Durante periodos de inflacéo, a utilizacao do LIFO resultaré na estimativa de custo de merca- dozias vendidas mais alta entre as trés abordagens, e a receita liquida mais baixa. ENTENDE « ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS: 93 (0) Média ponderada: Através da abordagem da média ponderada, tanto 0 estoque quanto o custo das mercadorias vendidas se baseiam no custo médio de todas as unidades compradas durante o periodo. Quando 0 giro de estoque for alto, esta abordagem ira se assemelhar mais ao FIFO do que ao LIFO, Asempresasmuitas vezes adotam aabordagem LIFO pelos beneficios fiscais, durante periodos de inflagio alta, e estudos indicam que empresas com as se- guintes caracteristicas tem maior probabilidade de adotar o LIFO: pregos cres- centes de matérias-primas ¢ mao-de-obra, maior volatilidade no crescimento de estoque, auséncia de outros prejufzos fiscais a compensar e grande tamanho. Quando as empresas mudam de FIFO para LIFO na avaliagio de estoques, é provavel que haja uma queda na receita liquida e um aumento correspondente nos fluxes de caixa (devido economia de impostos), O inverso se aplicaré quando empresas mudam de LIFO para FIFO. Dados 0s efeitos sobre receita e fluxos de caixa dos métodos de avaliagio de estoques, & muitas vezes dificil comparar empresas que empregam métodos diferentes. Empresas que optam pela abordagem LIFO para a avaliacio de esto- ques tém que especificar, numa nota de rodapé, a diferenga de avaliacio de estoques existente entre 0 FIFO e 0 LIFO, e esta diferenca é denominada reserva LIFO. Podera ser utilizada para ajustar os estoques iniciais e finais e, conseqiien- temente, 0 custo das mercadorias vendidas, para redemonstrar a receita com base na avaliacao FIFO. Ativos Intangiveis. Os ativos intangiveis incluem uma vasta gama de ativos, que vio desde patentes, marcas comerciais, fundo de comércio, ou seja, o bom relacio- namento com clientes ¢ empregados e a bom conceito nosmeios empresariais. Os GAAP exigem que ativos intangfveis sejam contabilizados como segue: (a) Os custos incorridos no desenvolvimento do ativo intangfvel so reco- nhecidos durante aquele perfodo, mesmo que o tivo tenha uma vida que sedilua por varios perfodos contabeis. Desta forma, despesas de pesquisa e desenvolvimento que criam uma patente (o ativo intangivel) sao conta- ilizadas no perfodo em que foram incorridas. (©) Quando um ativo intangivel é adquirido de um terceiro, a despesa & tratada como ativo, ao contrério do tratamento dado a despesas incorri- das no desenvolvimento interno do mesmo ativo. (6) Ativos intangiveis tém que ser amortizados ao longo de suas vidas esperadas, com um periodo maximo de amottizagiode40anos. A pratica usual é utilizar a depreciacio linear. Para fins fiscais, entretanto, nao é 94 AVALIAGAO DE INVESTINENTOS. permitido s empresas a amottizagio de fundo de comércio ¢ outros ativos intangfveis sem vida titil determinada. Os ativos intangtveis sio freqiientemente derivados de aquisigées. Quando uma empresa adquire outra empresa, o prego de aquisicao é inicialmente alocado a0s ativos tangiveis, e o prego excedente, sobre quaisquer ativos intangiveis tais como patentes ou marcas comerciais. Qualquer valor residual se transforma em fundo de comércio, Embota os prinefpios contabeis sugiram que este tipo de ativo reflete 0 valor de quaisquer intangiveis nio especificamente identificaveis é, na realidade, um reflexo da diferenga entre o valor contabil dos ativos e seu valor de mercado. Passivos Para que uma obrigacao seja reconhecida como passivo, deve atender a trés requisitos: é esperado que leve a um desembolso de caixa futuro ou perda do recebimento de um fluxo de caixa em alguma data futura especificada ou deter- mindvel; a empresa nao poderd evitar a obrigagao; ea transacao que da margem & obrigagio ja terd que ter ocorrido, Grau de Certeza, Passives variam na mesma medida em que criam uma obrigagio futura. Num extremo, uma obrigagdo simples eria a obrigacao de se fazerem Pagamentos em datas fixas e resulta numa obrigacao certa e especifica. No outro extremo, um contrato de opgdo firmado por uma empresa cria uma obrigagio contingente, em que o montante e o momento da obrigagio nao estdo claros. Ao longo desta faixa, os GAAP reconhecem como passives contébeis aquelas obri- gagSes que criam pagamentos futuros que possam ser quantificados e que possuam. momentos certos para serem realizados, mesmo que 0 montante e 0 momento tenham que ser estimados pela empresa. Nao reconhecem como passivos conté- >beis compromissos de compras ou empregaticios, nem contratos contingentes. A medida que empresas se aventuram em estruturas cada vez mais com- plexas de gerirem seus riscos financeiros ¢ operacionais, um série de areas nebu- losas vem emergindo, em que os principios contdbeis geralmente aceitos nao oferecem diretrizes suficientes quanto ao caminho certo a seguir. Um exemplo 6 ©.uso, pelas empresas, de titulos mobilidrios htbridos, que possuem alguras das propriedades de divida e algumas de capital préprio, tornando uma classificacio em passivos e patriménio liquide dos acionistas muito dificil, Outro é 0 uso de financiamento fora de balango, em que um passiva é criado mas nio reconhecido. A atitude atualmente em evolucao em relacio a este fenémeno € que as empresas devem divulgar informagées* sobre o risco fora de balango de quaisquer instru- mentos ou acordos financeiros por elas utilizados ou firmados, ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS: 95 Lidando com Leasing (Arrendamentos). As empresas muitas vezes optam porarren- dar ativos de longo prazo em vex de compré-los, por uma série de raz6es: os beneficios fiscais so maiores para 0 arrendador do que para 0 arrendatirio, e os leasings oferecem mais flexibilidade em termos de ajuste a mudancas em necessi- dades de tecnologia e capacidade. Os pagamentos das parcelas do leasing criam as mesmas obrigagdes criadas por pagamentos de juros sobre endividamento, ¢ tém que ser vistas & mesma luz. Se for permitido a uma empresa arrendar uma parcela significativa de seus ativos e manté-Ja fora de seus demonstrativos finan- ceiros, um exame dos demonstrativos produzira uma imagem significativamente distorcida da satide financeira da empresa. Conseqiientemente, regras contabeis tém sido desenvolvidas para forcar as empresas a revelarem a extensio de suas obrigacdes relativas a leasings em seus registros contabeis. Existem duas maneiras de contabilizar leasings. Num leasing operacional, o arrendador (proprietério) transfere ac arrendatdrio apenas o direito de uso da propriedade. Ao final do prazo do leasing, 0 amendatério devolve a proprie- dade ao arrendador, Como o artendatério nao assume o risco de propriedade, a despesa do leasing tratada como despesa operacional no demonstrativo de resul- tados, e 0 leasing nao afeta o balango. Num leasing financeiro, 0 artendatario assume alguns dos riscos de propriedade e desfruta de alguns dos beneficios. Conseqtientemente, o leasing, a0 ser assinado, é reconhecido tanto como ativo quanto como passivo (pelos pagamentos do lensing) nobalango, Aempresa poder deduzir a depreciagao sobre o ativo e também o componente de despesas com juros sobre o pagamento do leasing, a cada ano. De modo geral, oleasing financeiro teconhece despesas com maior antecedéncia do que os equivatentes leasings operacionais. ‘Como as empresas preferom manter os leasings fora de sous demonstrativos financeires, e por vezes preferem diferir despesas, hd um forteincentivo por parte das empresas de relatar todos os leasings como sendo operacionais. Conseqiitente- mente, a Financial Accounting Standards Board - FASB Junta de Normas de Contabilidade Financeira dos EUA) determinou que um leasing deve ser tratado como financeiro se atender a qualquer urna das seguintes condig&es: (a) Seo prazo do leasing exceder 75% da vida do ativo. (b) Se houver transferéncia de propriedade para o arrendatario no final do prazo do leasing. (€) Se houver opcao de compra do ative a "preco de ocasiao” ao final do prazo do leasing. (d) Se o valor presente das parcelas do leasing, descontadas por uma taxa de desconto apropriada, exceder 90% do justo valor de mercado do ativo. 96 AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS O arrendador utiliza os mesmos critérios para determinar se o leasing ¢ financeiro ou operacional, ¢ o contabiliza de acordo. Se for um leasing financeiro, o arrendador registra 0 valor presente dos fluxos de caixa futuros como receita e reconhece as despesas. A conta a receber relativa ao leasing também ¢ langada como ativo no balango, e a receita de juros é reconhecida como paga ao longo do prazo do leasing. Do ponto de vista fiscal, o arrendador somente poderd se beneficiar de dedugiio em se tratando de leasing operacional, embora 0 cédigo tributério utilize critérios ligeiramente diferentes! para determinar se um leasing éoperacional Beneficios a Empragados, Empregadores oferecer beneficios de previdéncia pri- vada e de planos de saiide a seus empregados. Em muitos casos, as obrigagdes getadas por esses beneficios sto extensas, e a falha da empresa em financiar estas, obrigacdes de forma adequada precisa ser refletida nos seus demonstrativos financeiros. Planos de Pravidéncia Privada: Num plano de previdéncia privada,a empresa concorda em proporcionar determinados beneficios a seus empregados, quet especificando uma “contribuicao definida” (em que uma contribuicdo fixa é feita para o plano pelo empregador, sem quaisquer promessas quanto aos beneficios que sero oferecidos pelo plano) quer através de um “beneficio definido” (em que oempregador se compromete a pagar um determinado beneficio ao empregado).. Sob esta iiltima modalidade, o empregador tem que contribuir com recursos suficientes para permitir que os montantes acrescidos de reinvestimento sejam suficientes para atender aos beneficios determinados. Sob um regime de contribuigdes definido, a empresa atende a sua obrigagio uma vez que tenha efetuado uma contribuicao pré-especificada ao plano, Sob um. plano de beneficios especificados, as obrigagées da empresa sio muito mais, dificeis de estimar, uma vez que sero determinadas por uma série de varidveis, incluindo os beneficios aos quais os empregados tém direito, que mudarao a medida que seus salarios e cargos mudarem; contribuicdes anteriores realizadas, pelo empregador e os retornos por elas gerados; ¢ a taxa de retorno que o empregador espera obter sobre as contribuigdes atuais. A medida que estas variéveis mudam, o valor dos ativos do fundo de pensio podem ser superiores, inferiores, ou iguais ao passivo do fundo de pensio (que incluem o valor presente dos beneficios prometidos). Um fundo de pensio cujos ativos excedam seu passivo é um plano superfinanciado, enquanto que um em que os passives superam os ativos é um plano subfinanciado, ¢ informagbes a esse respeito tm. que ser inclusdas nos demonstrativos financeiros, geralmente através das notas de rodapé. ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS @ ‘Quando um fundo de pensdo for superfinanciado, a empresa tem diversas opsdes: pode retirar 0 ative excedente do fundo, ou interromper as contribuicdes ao plano, ou entiio continuar a realizar suas contribuic6es no pressuposto de que © excesso de financiamento é um fenémeno transitétio que poderd muito bem desaparecer no perfodo seguinte. Quando um fundo é subfinanciado, a empresa passa a ter um passivo,embora a regra da FASB exija que as empresas divulguem apenaso excesso do passive acumulado® sobre os ativos dos fundos de pensio em seus balangos. Beneticios de Assisténcia a Satide: Uma empresa pode oferecer beneficios de assisténcia a satide por uma das duas maneiras: fazendo uma coniributigio fixa a um plano de assisténcia & satide, sem se comprometer com o oferecimento de beneficios especificos (andlogo a um plano de contribuicdo definida); ou se comprometendo a fornecet beneficios de assisténcia A satide especificos e consti- tuindo uma reserva para o fornecimento desses beneficios (andlogo a um plano de beneficios definidos). A contabilizagdo de beneficios de assisténcia & satide é bastante semelhante & utilizada para obrigagées decorrentes de pensoes. A dife renca fundamental entre as duas 6 que empresas nfio sao obrigadas a divulgar o excedente de suas obrigagdes sobre os ativos do fundo de assisténcia a satide como Passivo em seus balangos, embora uma nota de rodapé relativa ao assunto tenha de ser adicionada ao demonstrativo financeiro. imposto de Renda. Empresas freqiientemente utilizam métodos contabeis dife- rentes para fins de contabilizagio financeira e tributaria, levando a questdo de comoasexigibilidades tributarias devam ser lancadas. Como ouso dedepreciacio acelerada e de métodos favordveis de avaliagao de estoques para fins de contabi- lizagao tributatia leva ao diferimento de impostos, a incidéncia tributaria sobre a renda langada nos demonstrativos financeiros ser muito maior do que 0 imposto efetivamente pago. Os mesmos prinefpios de equiparagao de despesas a receita subjacentes 4 apropriagio contabil sugerem que o “imposto de renda diferido” seja reconhecido nos demonstrativos financeiros, Desta forma, uma empresa que paga $ 55.000,00 sobre sua receita tributdvel baseada em sua contabilidade tribu- taria, e que teria sido obrigada a pagar $ 75,000,00 sobre a receita apresentada em seus demonstrativos financeiros, ser obrigada a reconhecer a diferenca ($ 20.000,00) como impostos diferidos, Como os impostos diferidos ter%o que ser Pagos nos anos subseqiientes, serdo reconhecidos como pagos. Adquestio dese a exigibilidade referente aos impostos diferidos ¢, realmente, um passivo éinteressante. Asempresasnaodevemomontante categorizado como impostos diferidos a entidade alguma, e 0 seu tratamento como passivo faz com que a empresa parega ter um maior grau de risco do que realmente tem. 92 AVALIAGAO DE INVESTINENTOS Reservas em Demonstrativos Financeiros. Reservas podem aparecer em demons- trativos financeiros como dedugées de um ativo, como passivo ou como redugao do patriménio liquido dos acionistas. Embora nos EUA reservas tenham que ter finalidades especificas, As empresas na Alemanha eno Japao ¢ permitida a criagao de reservas gerais para equiparar a receita a0 longo de perfodos de tempo. Contas, de reserva sio criadas por diversos motivos: (a) Para equiparar despesas a beneficios. Uma empresa pode criar uma reserva parauma despesa queespera venhaa surgir deumaatividadenoperfodo atual e zeduzir a receita do perfodo atual no valor da despesa. Quandoa despesa é efetivamente realizada, a reserva é reduzida naquele valor, ea receita Iiquida do periodo futuro nao é afetada pela despesa. Assim, um banco que espera que 1%de seus empréstimosniio seja pago, poder criar uma reserva para devedores duvidososno perfodoem queo empréstimo 6 concedido, e debitar & receita daquele periodo com um montante equivalente aos fundos transferidos para a reserva, Quaisquer inadim- plencias futuras serdo debitadas & reserva, (b) Para manter despesas fora dos demonstrativos de resultados, Empresas podem manter algumas despesas fora do demonstrativo de resultados através da reducao direta do patriménio liquido dos acionistas, pelo estabeleci- mento de uma reserva criada para cobrir a despesa. Embora 0 efeito Iquido final sobre o patriménio liquido dos acionistas seja o mesmo que seria decorrente de se ter lancado a despesa no demonstrative de resul- tados, a aco resulta numa superavaliacao do resultado liquido para perfodo. Os diversos usos dados as reservas, e a grande diversidade de normas contabeis relativasa reservas em diversos paises, sugerem que os analistas devem. ter cuidaco quando incluem o fator reservas ao compararem a lucratividade de empresas em diferentes pafses utilizando normas contabeis diversas. Demonstrativos de Fluxos de Caixa demonstrativo de fluxes de caixa é baseado numa reformulagao da equa- do basica que relaciona ativos a passivos: Ativos = Passives + Patriménio Liquid dos Acionistas A Ativos = 4 Passives + A Patriménio Liquido dos Acionistas ACaixa +A Ativos Nao Caixa = A Passivos + A PatrimOnio Liquido dos Acionistas A Caixa = A Passivos + A Patriménio Liquido dos Acionistas ~ A Ativos Nao Caixa ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS: 99 Um demonstrative de mudangas de fluxos de caixa classifica todas as mu- dangas em uma de trés categorias: atividades operacionais, de investimento ou de financiamento, O passo final na pteparacao de um demonstrativo de fluxos de caixa a classificagao das mudangas em passivos, patriménio liquide e ativos no caixa em uma dessas trés categorias, embora alguns itens nao se encaixem facil- mente em ama ou outra. Uma vez categorizado, o demonstrativo de fluxos de caixa fornece um desdobramento das mudangas no equilibrio de caixa ao longo do periodo. Exemplo 5,2: Demonstrative de flcxos de caixa: General Motors e The Home Depot A tabela a seguir resume o demonstrative de fluxos de caiva da The Home Depot em 1993. Caixa Proveniente de Operacdes Lucro Liguido $ 457.401,00 Reconcliagio de Lucro Liguido em Relagio a Caixa Operactanal Lipide Depreciacioe Amortizacio $ 89.899,00 Despesas de Imposto de Renda Diferido $ 1257800 ‘Aumento em Contas a Receber § (36.658,00} ‘Aumento em Estoques de Mercadorias '$(253.653,00) ‘Aumento em Contas a Pagar e Deepeaas Apropriadas $ 200.977,00 Aumento de Imposto de Renda a Pagar $ 36.143,00 Outros $ (10.120,00) Total $ (60.984,00) Cita Operacionel Liquide $_396.507,00 Fluxos de Caixa de Investimentos Desembolsos de Capital $(864.158,00) Resultados Monetéios da Venda de Propriedades & Equipamentos $ 35.070,00 Venda de Investimentos de Curto Prazo 3 14.903,00 ‘Compra de investimentos de Longe Prazo $4840.361,00) Resultados Monetézios do Vencimento de Investimentos de Longo Prazo $ 269.988,00 Resultados Monetétios da Venda de Investimentos de Longo Prazo § 935,279.00 Caixa Liquid Utitizndo em Aticidades de Investimentos $(449.279,00) Fluxos de Caixa de Financiamento Resultados Monetisios de Empréstimos a Longo Prazo $ - Reembolso de Obrigagdes a Pagar de ESOP $ 6.58500 Reembolso de Principal de Divida de Longo Prazo $ (2.00600) Resultado Monetirio da Venda de Agdes Ordinazias 8 76.769,00 Dividendos em Espécie Pagos a Acionistas $ (50.543,00) Caixa Liquids Proventente de Atividndes de Financiamento §_31,025,00 Aumento (Diminuigio) de Caixa e Equivalentes, '§ (21,747.00) Caixa e Equivalentes do Inicio do Ano $121,744.00 Caixa e Equivalentesn Final do Ane $ 99.997,00 100 AVALIAQAO DE INVESTIMENTOS. INDICES FINANCEIROS Indices financeiros s4o urn subproduto ctil dos demonstrativos financeiros ¢ oferecem medidas padronizadas da lucratividade e grau de tisco de uma empresa, Nesta seco, serfio considerados os diversos indices financeiros e forne- cida uma estrutura para categorizé-los e compreendé-los, indices de Lucratividade Existem diversas maneiras de medir a lucratividade de um empreendimento. Uma delas é examinar a lucratividade em relacao 0 capital empregado na obtencio do retorno sobre o investimento. Isto pode ser feito quer do ponto de vista apenas dos investidores em patriménio liquido, quer focalizando a empresa como um todo. Outra, é examinar a lucratividade relativa a vendas, estimando-se uma margem de lucro. Retorno sobre Ativos (ROA) © retorno sobre ativos de uma empresa mede sua eficiéncia operacional em gerar lucros a partir de seus ativos, antes de considerar os efeitos dos finan- ciamentos. ROA = Luctos antes de impostos e juros(1 - aliquota de impostos) /Ative Total Altemativamente, o ROA pode ser expresso como ROA = [Resultado Liquido + Despesas de Juros(1 — aliquota de impostos)]/Ativo Total Separando-se 0 efeitos dos financiamentos dos efeitos operacionais, esta forma oferece uma medida mais clara do valor real desses ativos. Esta medida também pode ser computada em bases antes do pagamento dos impostos sem perda de abrangéncia, utilizando-se os lucros antes do pagamento de juros e impostos, sem os ajustes fiscais: ROA antes de tributagio = Lucros antes do pagamento de juros e impostos/ Ativo Total Esta medida é titil se a empresa ou divisto estiver sendo avaliada com vistas A sua aquisiclo por um comprador sujeito a uma alfquota de impostos diferente, i Exempl mibutas imposte para 15 ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 101 Exemplo §.3; Estimando o ROA antes e depois do pagamento de impostos: General Electric Em 1993, a General Electric (excluindo-se a GE Capital Services} declarou um Isicro, antes de tributagto e juros, de § 13.564 mithdes sobre um ativo total de $ 251.506 milhses. A aliquota de impostos aplicavel em 1993 era de 36%, A tabela a seguir resume o ROA pré e pds-impostos da GE para 1992 @ 1993. 1983 1992 EDT $3927 $4258 + Despesas de Jures $525 $768 EBIT $ 4452 $ 5.006 Aliquots de Impostes 26% 36% EBIT(1-1) § 2849 § A208 Ativo Total $134 48.075 ROA antes do pagamento des impostos 871% 104t% ROA 857% 6.66% Comparagdes de ROA. O retomo sobre ativos, uma vez computado, pode ser utilizado de diversas maneiras, como para comparar diferentes empresas do mesmo ramo de negécios, com o intuito de avaliar a eficiéncia operacional. Ao se fazer essas comparacées, deve-se tomar cuidado para que sejam levadas em conta Giferengas significativas em normas contabeis de empresa para empresa. O ROA também pode ser comparado ao custo de capital da empresa, para que se obtenha uma medida dos retornos realizados sobre os projetos. Embora o ROA seja baseado no valor contabil dos ativos, a empresa que escolher bons projetos (com valores liquidos presentes positivos) deverd ter um ROA que exceda seu custo de capital. Observe que tanto o ROA quanto o custo de capital sao conceitos que medem retoros para empresa, endo apenas para os investidores no patriménio liquide. Determinantes do ROA, Oxetorno sobte o ative de uma empresa pode ser expresso como fungdo de sua margem de lucro operacional sobre suas vendas e seu coeficiente de giro do ativo. ROA = EBIT(1—t)/Ativo Total EBIT(1 ~t)/Vendas x Vendas/Ativo Total = Margem Operacional antes dos Impostos(1 — t) x Coeficiente de Giro do Ativo ‘Margem Operacional Antes des Impostos = EBIT/Vendas 102, AVALIAQAO DE INVESTIMENTOS Assim, uma empresa pode chegar a um ROA alto aumentando sua margem de Incro ou através do uso mais eficiente de seus ativos para aumentar as vendas. E provavel que haja limitacdes tecnolégicas sobre este tiltimo, ¢ limitacées com- petitivas sobre a empresa, mas as empresas ainda possuem algum grau de berdade dentro dessas limitacbes para escolherem o mix de margem de lucro e rotatividade de ativos que maximize seus ROA. A vantagem desta decomposigio do ROA é ajudar a explicar por que alguns nogécios possuem um ROA elevado, enquanto outros tém um ROA baixo, e a relacionar o ROA com decisdes estratégicas que a empresa toma em relagéoa ser um produtor de margem pequena e alto volume ou um competidor de alta margem de lucro e baixo volume de produgao. Exemplo 5.4: Decomposigao do ROA: General Electric ‘A General Electric tinka receitas de § 29,533 milhdes em 1593, Associando isso aos niimeros fornecidos no Exemplo 51, para lucros ¢ ativos totais, o ROA antes da tributacio em 1993 pode ser decomposto em seus componentes de margemn de lucro e rotatividade de ativos: Margem deLucres = Lucrosantes do pagamento de juros e impostos /Receitas $ 4452/5 29.533 150% Rotatividade de Ativos = Receitas/Ative Total =§29.533/851.134 357,76 ROA antes de tributagao = 0,1507 x0,576 = 00871 ou 871% ROA apéstributagao = 0,0871(1 ~0,26) = 5,57% Gomparando ROA entre Setores, O retomo sobte investimentos varia bastante en- tre empresas de setores diferentes, em grande parte como conseqiiéncia de dife- rengas entre margens de lucro e coeficientes de giro deativos. A Tabela 5.1 fornece 98 retomos sobre ativos para os principais setores industriais em 1994. Observe que as diferengas em ROA entre setores existem por dois motivos: diferencas em risco, que sio provaveis de persistirem ao longo do tempo, € diferengas em pressées competitivas, que poderio levar ao ingresso de novas empresas no setor, com altas margens de lucro e ROA, e a empresas ja existentes, com baixas margens de lucro e ROA, deixando o setor. Mudangas em ROA ao Longo do Tempo. O retorno sobre ativos de uma empresa pode mudar por uma série de razies. Como é, em grande parte, uma fungao do lucro operacional, quaisquer fatores que afetem o Iucro operacional, positiva ou negativamente, também afetarioo ROA. ENTEND TABEL (Madia Seer Prod Moores Produca Const Goria Presse Bebidas Forme Tee eves Produ Piast: Eton uti Ferma ens atom Fos equ come au tet ours Dura Trans seni Enve Giron Soni aise ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 103 TABELA 5.1 Retomo sobre Ativos por Setor Industrial (Médias Seterlais, final de 1994) ‘nace de ROE ROA Pagemento. Enaivcemento ceDep Worry Sater (porcentua) (parcantwal) (pereentval) (pereriual) Beta (percents) (percentsal Froduos Agricole 1828 117a «a8. mor Om NRO inorsgto ‘107 803s 4021064 a si09 ProtuydeBRefnade Poviloc 15,98 © 10.08 a.gt wes ose et a8 CCorstnesa Gil & Aras Coronas mst 1009 sa20 mcd 03a Produgdo de Alimantos 73113930 S67 oss teat 0 Bebidas 1755 eo wae a 085 28 aa. Fume 9265 1922 t,00 09982 ‘Tet & Vestwato 14S tas 2742 ops tarts seals 147382 ase st 093 tesa Produgao de Papel & de Pustoos 1843 tag 429603153. tral W704 1348 aa shet0g8 1020.10 Ouinien 16s 1383 ag4 me 1k aa Fermactutco edo bose ag e318 zee Tht Bens de Coneuma eet eso ag 478105 t97 2800 Aulomobiisico&Coreletos §— 1812 tegt a5 3569092 was Fabris Divereae 1842 e726 oer 107139 a8 Equlpamertos 1908140) age maT 102488 a0.70 Computedores & EqupamenesdeEserhdelo 14,841.14 078 mde er tes ae lortricee de Coraume 15001260 e304 2565128 25s Outros Bens de Consume Duras sr tats rae IS 108] ‘Transpenes 1279 ost a0 oo 1018 Senvgos Teleténcos 1619 88 5105 470120 tz 38.96 Enveterimert (Televiia ‘Cinoma 200 twee m8 4920128 198 ana Soviges do Eleticidade&Gas 11,81 825 70,77, S895 O88 tra 1672, Aazadista 165012822884 01108 tag Varopiesa 1408 ngage mre eee Rostaurantes & Simlaces st 183 age Suh 20 aes 888 Banciro& Financeto 17081388 aaa war 423 ts) a5 a7 ‘Seguros 2og2 122 ae sags 0gs tos ze05 abi 1969 443g see 068 te 59 wos Sonigos teat 3383435 9908 arr Sotware & Senvigas Coreatos| wes ist a0 918 1g3 155g Serigos de Saude 1493 eget are gets 2a EDA 15461163 aGOS 4035.08 16s? 108 AVALIAGAO DE INVESTINENTOS Mudangas nas Vendas; A medida que as vendas crescam ou decrescam, em resposta a ciclos econdmicos e as agdes da propria empresa, 0 lucro operacional pés-impostos sera passivel de mudanga, levandoa mudangas no ROA. A alavan- cagem operaciona! mede a sensibilidade do lucro operacional as mudancas nas vendas: ‘Alavaneagem Operacional = mudanga percentual no Lucro Operacional/mudanga ‘percentual nas Vendas A alavancagem operacional de uma empresa sera determinada, em grande parte, pela sua estrutura de custos. A receita operacional de empresas com custos fixos elevados e custos varidveis baixos por unidade provavelmente sera muito mais sensfvel as mudancas nas vendas. Por outro lado, uma empresa com custos vatiaveis elevados por unidade ¢ custas fixos reduzidos tero uma receita opera- cional menos sensivel a mudangas em vendas. Exemplo 5.5: Alavancagem operacional: The Home Depot e Toys ‘R Us, ‘A The Home Depot publicou um aumento de 28,6% em seu resultado operacional de 1992 a 1993, a0 passo que as receitas azmentaram em 29,2% no mesmo periodo. A alavancagem eperacion ral, baseada em dados de 1992-1993, & Alavancagem Operacionalyzsme Depot = 28,5%/ 29.2% = 0,98 ‘Em contrapartida, Toys‘R Us publicou um aumento de 27,15% em sex zesultado operacional, cembora as receitas crescesser apenas 17,06% de 1992. 1992, A alavancagem operacional, com base em dados de 1992-1933, € Alavancager Operacionalyy yc 27,15%6/ 17,0610 = 1.59 Com base apenas em dados de 1992-1993, pode-se argumnentar que Toys "R Us tem uma alavancagem operacional muito mais elevada do que a Home Depot. Reestruturagao @ ROA: Um dos objetivos de se reestruturar uma empresa é0 de aumentar sua eficiéncia operacional, aumentando, assim, a margem de lucros ow a rotatividade de atives, ou ambos, levando a um retomo sobre atives mais, saudavel. Algumas dessas mudancas acontecem imediatamente apés a reestru- furacao, mas outras Ievam muito mais tempo pata que se reflitam no lucro operacional. Conseqiientemente, mesmo numa reestruturagio bem-sucedida, o aumento em ROA acontece ac longo de um perfodo de tempo mais longo. ExemploS.6: Reestuturacdo e ROA: ARCO ‘A Adantic Richfield se submeteu a uma grande reestruturagso em 1985, mudando seus mix tanto de ativos quanto de passives. Todas as operacdes derefino ¢ de comercializagto da empresa aleste do rio Mississipi forain vendidas. Uma redugio de desembolsos de capital da ordlem de $800 ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 105 rmilhdes em dreas onde 0 retomo era balxo também foi plancjada, Todas as operagées minerais que rio as de petréleo também foram vendidas. Esperava-se, com isso, aumentar a mazgem de luerae ogizo de ativos. ‘Mazgem de Lucro ROA Antes dos Antesdos Impostos Giro de Ativos Impestos “Antes da Reestruturagio 20.20% 1675433231 Be Apés e Reestruturagio 26.20% 1,934795699 50.65% Decisdes estratégicas: A decomposigao do ROA em margem de lucro e coe ficiente de giro de ativos fornece uma estrutura simples para a avaliagao de mudangas de estratégias corporativas. Se uma empresa mudar de margens de lucto elevadas para margens mais baixas, esperando gerar mais vendas (maior B10 de ativos), os efeitos sobre o ROA podem ser estimados. De modo geral, o Coeficiente de giro de ativos terd que aumentar proporcionalmenteao decréscimo nas margens de lucro para que a empresa mantenha seu ROA. Exemplo §.7: Estratégia de precificagdo e ROA: Procter and Gamble AProcterand Gamble decidiu reduzit os pregos de suas fraldas descartéveis etn abril de 1998, pasamelhor competir commarces mais baratas de etiquetas particulares, Esperava-se queamargem de lucto antes do pagamento de juros ¢ apés o pagamento de impostos cafsse de 7,43% para 7%, como uma conseqiléncia, eque ocaeticiente de girodeativoscrescessede 1,6851 para 1,20. Aseguinte tabela fornece projegdes de mazgens de lucro, giro de ativos c taxas de crescimento apdsa mudanga de estratégia corporativa: 1992 Apds Mudanga de Estratéia EBIT(I ~aliquota de impostos) $281 Vendlas §29.362 Margem de lucro antes do pagamentodejurose apésimpostos 743% 700% Ativos Totais 517.424 Giro de Ativos 1,6851 180 ROA 12.52% 12,60% ROA de uma Empresa versus ROA de uma Divisdo, O retorno sobre ativos de uma empresa pode ser ainda mais decomposto por divisio, e 0 ROA de cada divisio pode ser estimado separadamente. ROA Divisional = EBIT da Divisdo(1 —t)/Ativos Totais da Divisio 108 AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS ITED Se os lucros e 08 ativos de cada divisio forem claramente delineados, esta estatistica serd facil de ser estimada, Se 0s ativos forem utilizados por mais de uma divisto (despesas da matriz), ¢ os luctos forem gerados por divisées multiplas, o analista ter de alocar 0s ativos e lucros as divis6es antes de calcular o ROA. ‘A vantagem de se calcular 0 ROA por divisio ¢ que poderd entio ser comparado ao custo do capital daquela divisio (0 custo de capital pode ser diferente em divisdes diversas, devido as diferencas do imix de risco e financia- mento), para se chegar a uma conclusia sobre ondea empresaesté criandoriqueza (naquelas divisdes em que oROA excede o custo de capital) e onde estd perdendo riqueza (naquelas divisées onde o ROA ¢ menor do que o custo de capital). ‘Também pode fornecer uma base para a reestruturagao da empresa, focalizando atengdo nas divisdes mais necessitadas de mudanga. Exemplo 5.8: ROA por divisio: General Electric, 1993 Em 1993, a General Electric divulgou um lucro operacional por segmento, para suas diversas operagies, A tabela a seguir oferece estimativas® de ROA para os diferentes segmentos: Segmento Operacional ResulindoOperacional _Ativos Totais ROA “Motores deaexonaves $798 98.294 962% Eletrodomésticos 372 7.062 531% Radiodifusio 264 3.910 675% Industria! 782 9.201 Balt Materinis 34 6.355 132% Sistemas de energia 1143 8435 13,55% Produtos técnicos 706 5.261 132% Retorno Sobre Patriménio Liquido (ROE) Enquanto o retomno sobre ativos mede a lucratividade da empresa como um. todo, o retomo sobre o patriménio Kquido examina a lucratividade do ponto de vista do investidor em patriménio liquido, relacionando os lucros do investidor em patrimdnio liquido (lucro liquide apés tributagao ejuros), ao valor contabil do investimento em patriménio liquido. Retorno sobre o Patrimonio Liquido = Resultado Liguido/Valor Contébil do Patriménio Liquido + Noa ROE: do ingles Retwrnon Equi. Cc ferente eimin: resulta dor e ¢ ENTENDENDO 0S DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 107 Como os acionistas preferenciais possuem direitos sobre a empresa di- ferentes dos acionistas ordinérios, 0 retorno sobre 0 patriménio liquide deve climinar os efeitos das agdes preferenciais, Isto pode ser obtido através do uso do resultado liquido apés o pagamento dos dividendos preferenciais como numera- dor ¢ o valor contabil do patriménio iquido ordindrio no denominadoz. ComparagGes de ROE. Como o retorno sobre o patriménio liquido é computado do ponto de vista dos acionistas ordinarios, a comparagio, quando feita, deve ser a0 custo a partir do mesmo ponto de vista de custo; isto é, 0 custo do patrimdnio Uquido. De modo geral, uma empresa que tern bons projetos deve ter um ROE que excede seu custo do patriménio liquido. Entretanto, tal fato se baseia na premissa de que o valor contébil do patri- ménio liquido é uma aproximacio bastante razodvel do valor de mercado do patrimGnio liquido referente aos ativos existentes” e que os retornos realizados durante o period sob exame sio uma boa medida dos retornos que os projetos iro gerar ao longo de suas vidas. Como o ROE pode variar bastante de um. ano para outro, of analistas freqiientemente consideram um ROE ao longo de um periodo de tempo maior e comparam sua média ao custo do patriménio lquido. Determinantes do ROE, Como o retorno sobre o pairiménio liquido se baseia em lucros apés 0 pagamento de juros, ele é afetado pelo mix de financiamento utilizado pela empresa para financiat seus projetos. De modo geral, uma empresa que toma dinheiro emprestado para financiar projetos e realiza um ROA sobre aqueles projetos, que excede a taxa de juros livre de impostos que ela paga sobre sua divida, poder4 aumentar seu ROE através da contratacho de empréstimo. O ROE pode ser expresso como segue:* ROE = ROA + D/E(ROA - if -¢]) onde ROA = EBIT(1 - t)/(BV da Divida + BV do Patriménio Liquide) D/E = BV da Divida/BV do Patriménio Liquido i =Juros sobre a Divida/BY da Divida t = aliquota de impostos sobre renda das aces ordindrias BY = Valor Contabil O segundo termo inclui o beneficio da alavancagem financeira, Comoa alavancagem aumentada também faz crescer® o custo do patriménio liquido, o ROE teré que aumentar em mais do que o custo do patriménio liquide para que uma maior alavancagem seja do interesse da empresa. 108 AVALIAGAG DE INVESTIMENTOS ENTEN Exemplo 5.9: ROE ealavancagem: Boeing piace ‘Em 1993, a Boeing possufa um patriménio liquide cujo valor contdbil era de $ 8.983 milhoes { ce uma divida com valor cont6bil de § 2.630 milhes. Tinha despesas com jusos de § 140 mithoes. A. finan empresa suportava tuma aliquota de impostos de 31,65%. A Boeing publicou lucros antes do cas agamento de furos e impostos de § 1.821 milhes, Com base nestes nuimeros Foci ROA =$1.821(1 ~0,3169}/(5 5.983-+ § 2.680) = 10717 atray Coeficiente Divida /Patrisnénio Liquide = § 2.620 /$ 8983 = 29,28% giro Taxa de juaros sobre a divids = $ 140/§ 2.690 = 532% para ROE =10,71% + 02928(10,71% ~ 53251 - 0.3169) = 12,78% com Isto pode ser confirmado dividindo-se o resultado liquide ($1.148milhdes) pelo valor contébil do patriménio liquide: Indic ROE =$ 1148/8 8.963 = 12.78% (cab ven Variabitidade de Lucros, indices de Lucratividade e Risco Uma das limitagées dos indices de lucratividade é que medem a lucrativi- dade com base nos hucros de um perfodo. Come os lucros podem variar signifi- cativamente de um perfodo para outro, onivel deum indice delucratividade pode serum indicador enganoso de lucratividade futura. Além do mais,acompensacio risco/retorno iria sugerir que seria titil conhecer tanto 0 nivel quanto a variancia dos indices de lucratividade (ROA e ROE). Se duas empresas possuem omesmo ROE, mas uma tem uma variabilidade de ROE muito mais baixa do que a outra, a empresa com ROE de varifincia mais baixa seria considerada a mais lucrativa. Antes que analistas comecem a utilizar a variabilidade de ROA e ROE como medida de risco, deve-se enfatizar que esta variabilidade decorre de fontes espe- cfficas tanto da empresa quanto do mercado. Apenas estas tiltimas sio recompen- sadas, na maioria dos modelos de risco e retorno, embora exista algum grau de correlagao entre o risco total ¢0 risco de mercado, ou seja, empresas que possuem umrisco total elevado também tendema estar expostas aumaltoriscodemercado. Estudos indicam que existe uma correlagio estatisticamente significativa entre o ROE e as taxas de retorno de mercado, embora o ROE explique apenas uma pequena porcdo do retorno. indices Financeiros Medidores de Risco Empresas enfrentam riscos significativos em suas operac6es, decorrentes de uma variedade de fontes, algumas especificas do setor em que operam e algumas domercado como um todo. Uma série de indices financeitos mede a exposicioda empresa ao risco, oriundas tanto de pressdes de liquidez a curto prazo quanto de necessidades de solvéncia de longo prazo. ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 108 Risco de Liquidez a Curto Prazo O risco de liquidez a curto prazo surge principalmente da necessidade de financiamento de operagdes correntes. Até o ponto em que a empresa necesita efetuar pagamentos a seus fornecedores antes de receber pelos servigos e merca- dorias que oferece, hd uma defasagem de caixa que precisa ser coberta, geralmente através de empréstimos de curto prazo, Embora este financiamento de capital de giro seja rotina na maioria das empresas, indices financeiros foram desenvolvidos Para acompanhar 0 grau de exposigio ao risco de nao conseguir atender a seus compromissos de curto prazo. indice de Liquidez Corrente. O indice corrente € 0 coeficiente do ativo circulante (caixa, estoques e contas a receber) em relacio ao passivo circulante (obrigagées a vencer no préximo periodo). Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante | Uma liquidez corrente menor do que 1, por exemplo, indicaria que aempresa tem mais obrigacdes vencendo durante 0 préximo periodo do que ativos que possam ser transformados em dinheiro. Isto seria uma indicacio de risco de liquidez. Embora a anélise tradicional sugira que empresas mantenham um indice de liquidez corrente de 2 ou mais, hd um dilema aqui, entre a minimizagio do risco de liquidez e a imobilizagio de mais dinheiro em capital de giro. (Capital de Giro = Ativo Circulante —Passivo Circulante), Na realidade, pode-se argumentar com certa razdo que uma liquidez corrente extremamente alta indica uma empresa pouco saudével, que estd enfrentando problemas em reduzir seus estoques. Nos anos mais recentes, as empresas tém se esforcado em reduzir seus indices de liquidez e em melhor gerir seu capital de giro. A utilizacao de indices de liquidez corrente tem que ser temperada por uma série de fatores. Primeiro, o indice pode ser facilmente manipulado pelas empre- sas, no que diz respeito as datas de publicagao de relatérios financeitos, para dar ailusdo de seguranca, Segundo, oativo eo passivo circulantes podem se modificar emniveis iguais, mas o efeito sobre o indice corrente dependeré do nivel”anterior Amudanga. indice de Liquidez Imediata. O indice ou quociente de liquidez imediata é uma variante do indice de liquidez corrente, que diferencia os ativos cizculantes que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro (caixa, titulos mobilisrios nego- ciaveis) dos quenao sio passiveis de conversdorapida (estoques, contasaeceber). 110 AVALIAQAO DE INVESTIMENTOS 1 Indice de Liquidez Imediata = (Caixa + Titulos Negociaveis) Passive Circulante | A exclusio de contas a receber e de estoques nao constitui uma regra rigida ¢ inflexivel. Se houver evidéncia de que um dos dois possa ser rapidamente convertido em dinheiro, pode ser incluido como parte do indice de liquidez imediata indices de Rotatividade de Capital de Giro. A gestdo do capital de giro é freqiiente- mente 0 componente-chave do gerenciamento do risco de caixa e liquidez. Uma medida da eficiéncia do capital de giro é a magnitude de estoques e contas a receber, relativa ao custo anual de mercadorias vendidas e de vendas: Giro de Contas a Pagar = Vendas/Média de Contas a Receber Giro de Estoque = Custo de Mercadorias Vendidas/Estoque Médio Estas estatfsticas podem ser interpretadas como medidas da velocidade com quea empresa transforma contas a receber em. caixa ou estoques em vendas. Estes indices so freqiientemente expressos em termos de ntimero de dias a decozrer: Dias a Decorrer de Contas a Receber = 365/Giro de Contas a Receber ‘Dias de Retensio de Estoques = 365/Giro de Estoque Um par de estatisticas similares pode ser calculado para contas a pagar, com relagdo a compras: Gito de Contas a Pagar = Compras/Média das Contas a Pagar Dias de Contas a Pagar Perdentes = 365/Giro de Contas a Pagar Como contas a receber e estoques so ativos e contas a pagar é passivo, estas trés estatisticas (padronizadas em termos de dias de pendéncia) podem ser combinadas para se obter uma estimativa do volume de financiamento de que a empresa necesita para levantar os recursos necessérios de capital de giro. [Perfodo para o qual o Financiamento é Necessiiio = Dias de Pendéndia de Contas a Receber + Dias de Retengio de Estoques Dies de Fendéncia de Contas a Pagar ENTER praz Exen _. ee ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS. im Quanto mais longo o perfodo financiado, maior o risco de liquidez a curte prazo da empresa. Exemplo 6.10: Indices de rotatividade de capital de giro: General Electric Atabela a seguir oferece um efleulo deindlices de capital de giro para z General Electric epara a Home Depot: Tom GE Home Depot tivo circulante 913.921 $1.96 Passivedtrculante 314.358 $972 indice de liquider corrente 097 2,02 Caixa etitulos negociaveis 91.536 100 Passivecirculante s14.359 $972 Indice de liquide imediata oan 90 Verdas $29,533, $9.238 Contes areceber $8561 $198 Giro de contas a recober 35 46,66 Dias de pendéncia de contas a receber 105,81 782 (Custo de mereadorias vendidas 822.630 $6,685 Estoque médio $3,826 1.293 Giro de estoque 592 5a7 Dias de retencao de estoque 6168 70,60 Asdiferencasentreasduas empresasrefletemos diferentes ramos de negéciosetn queoperam, (O The Home Depot vende paucos itens a crédito e partanto tem rnenos contas a receber, em relagio AGE. Solvéncia de Longo Prazo ¢ Risco de Inadimpléncia Medidas de solvéncia de longo prazo procuram identificat a capacidade de a empresa atender aos pagamentos de juros e principal no longo prazo. E claro que os indices de lucratividade discutidos anteriormente nesta secio stio um componente critico desta andlise. Os indices especificamente desenvolvidos para medir solvéncia a longo prazo procuram relacionar a lucratividade ao nivel de pagamentos da divida, para determinar o grau de folga quea empresa posstii para honrar esses compromissos. 412 AVALIAGAO DE INVESTINENTOS Indice de Cobertura de Encargos Fixos. O indice de cobertura de juros mede a capa- cidade de a empresa atender aos pagamentos de juros com os Iucros antes do pagamento de jures e impostos, Indice de Cobertura de Juros = Lucros antes do pagamento de juros e impostos/despesas com juros Quanto maior este indice de cobertura mais segura é a capacidade da empresa de pagar os juros com seus lucros. Este argumento, entretanto, deve ser analisado pelo reconhecimento de que o lucro antes dos juros ¢ impostos é veloz. e, pode cair de forma significativa se a economia ficar recessiva. Por conseqiiéncia duas empresas podem ter o mesmo indice de cobertura de juros mas devem ser analisadas de forma diferente em termos de risco. O denominador do indice de cobertura de juros pode ser facilmente estendido para cobrir outras obrigagdes. fixas. Se tal decisdo é tomada 0 indice é chamado indice de cobertura de encargos fixos. fndice de Cobertura de Juros = Lucros antes do pagamento de juros, encargos fixos ¢ impostos/Encargos Fixos Finalmente, este indice, embora expresso em termos de lucros, pode ser expresso também em termos de fiuxos de caixa, utilizando-se lucros antes do pagamento dejuros, impostos e deducao de depreciacéo (EBITDA) nonumerador e encargos fixos de caixa no denominador. Indice de Cobertura de Encargos Fixos de Caixa = EBITDA/Encargos Fixos de Caixa ‘Tanto os indices de cobertura de juros quanto de encargos fixos esto abertos acritica de quendoconsideram desembolsos de capital, fluxosde caixa que podem ser discricionérios a prazo curtissimo mas nao a longo prazo, sea empresa deseja manter o crescimento, Uma maneira de se determinar a extensao desse fluxo de caixa, com relagao aos fluxos de caixa operacionais,é calcular um coeficiente entre 08 dois: Fluxo de Caixa Operacional /Indice de Desembolsos de Capital = Fluxos de Caixa Provenientes de Operagbes /Desembolsos de Capital Indices de ac capaci damer 20 pat zados deriv dess em’ ena ea ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS. 113 Embora existam vérias definigdes de fluxos de caixa provenientes de ope- ragées, a maneira mais razodvel de definitas é medir os fluxos de caixa decor- rentes de operagies continuadas, antes do pagamento de juros mas apds a dedugio de impostos e apés o atendimento das necessidades de capital de giro. Fluxo de Caixa Proveniente de Operagées = EBIT(I - aliquota de impostos) =A Capital de Giro Indices de Endividamento. Os indices de cobertura de juros medem a capacidade de a empresa atender a pagamentos de juros, mas néo determinam se tém capacidade de saldar o principal de uma divida pendente. Os indices de endivi- damento procuram fazer isso, relacionando 0 endividamento ao capital total ow ao patriménio liquido, Os dois indices de endividamento mais comumente utili- zados sio: Indice de Endividamento/Capital = Divida /(Divida + Patrimonio Liquido) if | Indice de Endividamento/Patriménio Liquido = Divida/Patriménio Liquido O primeiro indice mede o endividamento como proporgao de capital total daemptesa, endo podera exceder 100%. O segundo mede o endividamento como proporgae do valor contabil do patrimOnio liquido na empresa, e & facilmente derivado do primeiro, j4 que indice de Endividamento/Patriménio Liquido = (Indice de Endividamento/ Capital) /(1- indice de Endividamento /Capital) Vaniantes de indices de Endividamento: Ha duas variantes bem préximas desses indices, Na primeira, apenaso endividamentoa longo prazo€considerado, em vez da divida total, 0 raciocinio sendo. que a divida a curto prazo é transitéria endo afetard a solvéncia da empresa a longo prazo. Indice de Endividamento a Longo Prazo/Capital = Divida/(Divida + Patriménio Liquido) Indice de Endividamento a Longo Prazo/Patriménio Liquido = Divida/Patriménio Liquido Dadaa facilidade com que empresas podem rolar suas dividas a curto prazo ea predisposicao de muitas empresas em utilizar financiamento a curto prazo Bee 4 AVALIAQAO DE INVESTIMENTOS ENTEND para financiar projetos de longo prazo, essas variantes podem oferecer um quadro enganoso do risco de alavancagem financeira da empresa. A segunda variante desses indices utiliza o valor demercado em vez do valor contabil, primariamente para refletir o fato de que algumas empresas possuem uma capacidade de tomar dinhefro significativamente maior do que seus valores contabeisindicam. r 4 Valor de Mercado (CMV): Indice de Endividamento/Capital = MV da Divida/ (MV da Divida + MV do Patriménio Liquido) indice MV da Divida/Pairiménio Liquid = MV da Divida/MV do Patriménio Liquido Muitos analistas repudiam o uso do valor de mercado em seus cilculos, argumentando que valores de mercado, além de serem dificeis de ser obtidos em relagdo a endividamento, sao volateis, e portanto nao-confidveis. Esses argumen- tos podem ser debatidos. E verdade que o valor de mercado do endividamento € dificil de ser determinado para empresas que nao tém titulos negociados em boisa, mas 0 valor de mercado do patriménio liquide nao s6 é de facil obtencao, como é constantemente atualizado de forma a refletir mudangas de mercadoe especificas da empresa. Além do mais, usar o valor contabil da divida como substituto do valor de mercado, nos casos em que titulos no sio negociados, nfo muda, significativamente," a maioria dos indices de endividamento baseados em valor de mercado. Exemplo 5.11: Indices de endividarnent e variantes: Bosing Em 1993, a Boting informou um valor contabil de patriménio liquide de $ 6,983 milhdes eis valor contibil de dévida de $ 2.630 milhdes (todo a longo prazo). O valor de mercado por acio, a0 final de 1993, era de § 42,60, e havia 349 milhbes de ages em circulagio. O valor de mercado da divida pendente era de $ 2.750 milhses. Valor de Mercado do Patriménio Liquide = 349 milhdes de agtes x § 42,00 = $ 18.148 milntes, Valor Contébil do Patsiménio liquide = § 8.983 mithoes Valor Contabil da Divida = $ 2.630 milhées Valor de Mercado da Divida = § 2.750 milhbes Valor Contébil - indice de Endividamento/Capital = (S 2.630/(5 8.983 + $ 2.630) = 22,65% Valor de Mercado- indice de Endividamento/Cay $2.750/(S 18.148 + $2.750} = 13,16% Valor Contébil indice de Endividamento/Patriménio Liquido = § 2.630/$ 8983 =29,28% ‘Valor de Mercado ~ indice de Endividarento/Patriménio Liquide =$2.750/$18.143=15,15% Oquei financ inclusc ENTENDENDO 0S DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 15 O que inctuir no endividamento: H4 uma série de tendéncias recentes na area de financiamento que vem tornando muito mais difici! a estimativa da divida a ser incluida no endividamento, (a) Titulos kibridos. A primeira é0 uso de t{tulos hibridos, parte dividae parte patriménio liquido, como bonus conversiveis e agdes preferenci: pratica padronizada no cilculo de indices de endividamento tem sido tudo ou nada — um titulo ¢ classificado como divida se possuir maior nuimero de caracteristicas de divida do que de patriménio Iiquido o que, em si, constitui um julgamento subjetivo. O problema com esta abor- dagem é que leva a grandes desvios nos indices de endividamento, dependendo do titulo set ou nao inchuido na divida, e de mudangas repentinas nos anos em que o titulo for convertido em patriménio It quido, Uma maneira mais sensata de lidar com titulos hibridos seria estimar os componentes de divida e de patriménio liquid separada- mente, e adicionar estes componentes aos seus lados respectivos da equacao. (b) Compromissos fora do balango. A segunda area controversa é a da classifi- cago de compromissos que nio aparecem no balango, como passives contingentes. A regra geral a ser seguida é ignorar as obrigagSes contin- gentes que protegem contra o risco, uma vez que as exigibilidades referentes ao direito contingente serio compensadas" por outros benefi- cios. (6) Leasings. A terceira dea de discussio 6 tratamento a ser dado ao leasing, Embora os leasings financeiros sejam hoje relacionados com parte do endividamento, os leasings operacionais no o sio. Como apenas uma linha muito ténue separa os dois, a abordagem conservadora \estimativa de indices de endividamento capitalizard os leasings operacionais os relacionard como parte da divida. (d) Fundos de pensio. As empresas geralmente incluem, em suas dividas, 0s excedentes das obrigagdes de beneficios acumulados em relagdo aos ativos dos fundos de pensio, Aqui, mais uma vez, uma estimativa conseryadora do indice de endividamento ira considerar as obrigagies de beneficios projetadas em relacio aos ativos de fundos de pensio. (0) Endividamento de entidades ndo-consolidadas. Empresas geralmente nio precisam relacionar dividas de suas subsidiérias naio-consolidadas como passivo, muito embora possam té-las garantido e sejam responsaveis por aquelesempréstimos. A abordagem conservadoraaestimativadeindices de endividamento acrescer4 esta divida ao endividamento total da em- presa e calculard o indice de endividamento naquela base. 118 AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS: Uma Nota de Adverténcia sobre indices Financeiros Indices financeiros sito faceis de ser calculados e freqiientemente se mostram titeis na avaliagao da satide e da lucratividade de uma empresa € na comparagio de empresas no mesmo ramo de negécios. Indices financeiros também séo ba- stante utilizados como estatisticas intermediarias para o célculo de outras medi- das, como a pontuagio Altman Z, e para estimar betas alavancados. Como todas as estatfsticas financeiras, tém que ser utilizados com cuidado, uma vez que as empresas podem manipulé-los, e realmente o fazem, de acordo com suas neces- sidades. Sao, também, freqiientemente baseados nos demonstrativos financeiros de um perfodo, e nao refletem a variabilidade dos mimeros subjacentes. OUTRAS QUESTGES NA ANALISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS ‘Ha ainda duas questdes adicionais que merecem consideragio antes de concluirmos esta segio sobre demonstrativos financeiros. A primeira diz respeito &sdiferengas denormas epraticas contabeise como essas diferencas podem colorir comparagées entre empresas, ¢ a segunda se relaciona A contabilizacio de aqui- sig6es e como isto pode afetar tanto o método quanto a custo da aquisicao. Diferengas entre Normas e Praticas Contébeis Existem diferencas de normas e praticas contabeis entre pafses que afetam a medicao de lucros, Essas diferencas, entretanto, nao sio to grandes quanto se pensa e ndo podem ser usadas para justificar desvios radicais dos prinefpios fundamentais de avaliacdo™. Choi e Levich (1990), numa pesquisa de normas contabeis entre diversos mercados desenvolvidos, observaram que a maioria dos paises subscrevem as nogGes contabeis basicas de consisténcia, realizagio e de principios de custo histéricona preparagéo de demonstrativos contabeis.O Apén- dice 1 resume as normas contabeis em seis dos principais mercados financeiros demonstra que os elementos comuns esto em esmagadora maioria com relagio As dreas em que existem diferengas. (Os dois pafses que oferecem o maior contraste em relagio aos EUA sio a Alemariha ¢ Japio. As ptincipais diferencas e suas implicagbes sao as seguintes: Primeiro, as empresas nos EUA geralmente mantém registros financeirose fiscais separados que, por sua vez, geram itens como impostos diferidos para cobrir diferencas entre os dois registros ¢ levam a métodos diferenciados de depreciagio — linear nos demonstrativos financeiros e acelerada nos demonstrativos fiscais. Empresas na Alemanha e no Japio nao mantém registros separados. Conseqiien- ENTENDE tement sio mu rado.S como F sho gel balang graud as em amotti muito demor especi gerais ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS "7 temente, os métodos de depreciagao utilizados nos demonstrativos financeiros sao muito mais provaveis de serem acelerados e assim reduzir o resultado decla- rado. Segundo, a exigéncia de que os leasings sejam capitalizados e demonstrados como passivo é muito mais rigidamente controlada nos BUA. No Japio, leasings sao geralmente tratados como operacionais e nao aparecem como passivo no balanco. Na Alemanha, empresas podem capitalizar leasings, mas tém um maior gran de folga na classificagao de leasings como operacionais ou financeitos do que as empresas nos EUA. Terceiro, o fundo de comércio, uma ver. criado, pode set amortizado ao longo de 40 anos nos EUA, em comparacio aos perfodos de tempo muito mais exfguosna Alemanha enoJapao, mais uma vez reduzindo oresultado demonstrado, Quarto, reservas, nos EUA, podem ser criadas apenas para fins especificos, enquanto que empresas alemas ¢ japonesas podem utilizar reservas gerais para equilibrar resultados de um perfodo para outro, levando a resultados -ienos expressivos nos anos bons ¢ mais expressivos nos anos ruins. A maior parte dessas diferencas pode ser contabilizada e ajustada para fins de comparacio entre as empresas nos EUA e as que operam em outros mercados financeitos, Estatfsticas como indices preco /Iucro, que empregam lucros declara- dos @ no-ajustados, podem ser enganosas quando normas contébeis variam grandemente entre as empresas sendo comparadas. Contabilizagao de Aquisigbes Existem duas abordagens bésicas para a contabilizacio de aquisicoes. No método de compra, a empresa aquisidora registra os ativos ¢ os passivos da empresa adquirida pelo valor de mercado, com o fundo de comércio englobando a diferenca entre o valor de mercado e o valor dos ativos adquiridos. Este fundo de comércio é entao amortizado, embora tal amortizagéo nao possa constituir deducao fiscal. Se uma empresa desembolsar dinheiontima aquisicao, éobrigada autilizar o método de compra para registrar a transagdo. Numa abordagem que adote um poo! de interesses, os valozes contabeis dos ativos e dos passivos das empresas que estio se fundindo sio somados para se chegaz aos valores combinados das diias empresas. Como o valor de mercado da transagao ndo é reconhecido, nao h4 qualquer fundo de comércio criado ou amortizado, Esta abordagem é permitida apenas se a empzesa aquisidora trocar suas ages ordinérias por agbes ordinarias da empresa adquirida. Como os lucros. niio 840 afetados pela amoztizacdo do fundo de comércio, 0s lucros demonstrados Por ago sero maiores, sob esta abordagem, do que os lucros por ado divulgados através da abordagem de compra. 118 AVALIAQAO DE INVESTIMENTOS CONCLUSAO Os demonstratives financeiros continuam sendo a fonte primdria de infor magGes para a maioria dos investidores e analistas, Embora uma compreensio de cada detalhe e regra FASB possa ser desnecessétia, 6 importante que os aspectos sicos sejam entendidos. Este capftulo procura explicar as bases dos demonstra- tivos financeiros ¢ os princfpios contabeis geralmente aceitos subjacentes aqueles demonstrativos, e os diversos indices financeiros que freqiientemente acom- panham as anilises financeiras. Desde que haja um reconhecimento de que demonstrativos ¢ indices financeiros sao meios de se atingir um objetivo — a compreensio e avaliagio de uma empresa — serio titeis. PERGUNTAS E PROBLEMAS Seguem os demonstrativos financeiros da Eaton Corporation em 1993 ¢ 1994, Demonstrativas Financeiras Balangos Vendias 19931954 Atioos 19981994 —Custo de Mercad 4300 $4900 Ativo Fixo —Depreciagio $3578 $4063 AtivoCirculante 11141340, = Luctos Antes do Pagamento Estoques 499450 de Juros ¢ Impostos $155 $200 ~Despenas de Juros $537 $637 ContasaReceber 599630 = Lucros Antes do Pagamento Outros 43 420 de Impostos 87 $72 ~Impostos $467 $565 Passivo = Luero Liquide $177 $215 PassivoCirculante 732780 Dividendos Pagos $290 $350 iivida 788 820 Proso por Asko $60 $84 PatrimnioLiquido 1075 140 $51 $60 Havia 71 milhées de acdes em circulagio a cada ano. A divida era negociada a 95% do valor contabil. 1. Prepare um demonstrative de fluxos de caixa para 1994, da Eaton Corp. 2, Estime as seguintes medidas de lucratividade da Eaton Corp. para 1994: FASB: Financial Accounting Standares Boars (Conselho de Normas de Contabllidade Financeira-EUA). Py > opr a in neo FOU eT ENTENDENDO OS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 18 a. Retorno sobre ativos antes e depois do pagarnento de impostos. b. Retorno sobre o patriménio liquide. ¢. Margem operacional antes ¢ apés 0 pagamento de impostos. 4. Margem de hucro liquida 3, Combase nas receitas enos lucros de 1994, estime a alavancagem operacional da Eaton Corp. 4, Estime as seguintes medidas de alavancagem para a Baton Corp.: a. Indice de endividamento /patriménio liquide a valor contabil, . indice de endividamento/pattiménio liquido a valor de mercado. c. Indice de endividamento/ capital a valor contabil. . Indice de endividamento/capital a valor de mercado, 5, Estime as seguintes medidas de capital de giro para a Eaton Corp. a, Capital de giro em délares em 1993 ¢ 1994, b. Indice de liquidez. c. Indices de giro de ativos. d. Niimero de dias de vendas em estoque. NOTAS. 1. Se um custo (como custos administrativos) no pode ser facilmente relacionado com uma determinada receita, geralmente éreconhecido como urna despesa durante periodono qual foi consumido. 2. Temo efeito oposto sobze fluxos de caixa, uma ver que aumentat a vida dtl a ser depreciada reduz o valor da depreciagdo ¢ aumenta tanto 0 lucro tributivel quanto os impostos. 3, A norma FASB (105) exige a divulgagdo do seguinte: 0 valor de face ot valor do nacional principal, os prazos do instrumento e 0s riscos crediticios ¢ de mercado envolvides ¢o prejuizo contébil que a empresa suportaria caso alguma das partes do acordo deixasse de cumpri-lo, 4, Asexigtneine para umn leasing operacional, om conformidade com o cédigo fiscal siocomosegue: (@) que a propriedade possa ser utilizada por outrem que nio o arrendatatio 20 final do pzazo do leasing; (b) que 0 arrendatirio nao possa comprar 0 ativo através de uma opsao de compra ‘por preco de ocasiSo; (c) que o arvendador tena pelo menos 20% de seu capital em sisco;(d) que ‘oarrendador possua um fluxo de caixa positive proveniente do easing, independentemente de Deneficios fiscais;¢(c) que 0 arrendatério nfo tenha um investimento no leasing. 5. O passive acumulade referente ao fundo de pensio nfo leva em consideracio a obrigacio projetada para os bencficios, em que sio feitas estimativas atuariais de berteficios futuros, ‘Conseqtientemente, é muito menor do que o passive total do fundo de pensio. 6 Entbora a General Electric ndo tena fornecido uma decomposicéo de ativos por divisio, 0 pressuposto era de que os ativos seriam proporcionais is receitas des divisdes. 7, Ovalor demezcadodo patriménio liquido inclu tanto o valor de mercado do patrimSnio liquida representado por ativos existentes quanto 0 valor de mercado do patriménio Liquide relativo a crescimento futuro previsto. Q valor contébi! do patriménio liquide reflete 0 valoz contabil do 120 AVALIACAO DE INVESTIMENTOS patriménto liquido representado pelos ativos existentes, e o ROE mede o xetomo sobre aqueles, ativos. 8, ROA+D/B(ROA -i[1 -¢]) = (NI + Int(1 -t])/(D +E} + D/E{NI + Int[1 - t)/ (D+) Ini. -)/D) = (NT + Int{ ~ t))/(D + E)}(1 + D/E) - Int{ -H/E, = NI/E + Int(l —t)/E - Int{1 -t}/E = NI/E = ROE, 9. Orelacionamento entre a alavancagem financeira ¢ os betas ¢ abordado no capitulo sobre risco e retorno. A medida que 0 risco aumenta, o beta também aumenta, levando a um custo de patrim6nio iquido mais elevado. 10, Se 0 ativo circulante e 0 passivo circulante aumentam em igual valor, o indice de liquidez decrescer desde que tenha sido maior do que 1 antes do aumento ¢ aumentard se tiver side menordo que 1. 1, Desvios no valor de mercado do patrimdnio Ifquido, em relagio a seu valor contébil, provavel- mente serio muito maiores do que os desvios relativosaos endividamento,¢ tenderioadominar ra maiotia dos célculos de indices de endividamento. 12, Isto pressup8e que hedge teria sido elaborado competentemente. perfeitamente possivel que ‘um hedge, se mal-estrutirado, acabe por custar dinheiro A empresa, 13, No pico do mercado japonés, havia muitos investidores que explicavam os indices prego /iuero malores de 60, existentes no mercado, obseryando que empresas japonesas so conservadoras na medig’o de lucros. Mesmo apés considerar as provisdes gerais e a depreciagio a maioz utilizadas pormuitas dessas empresas pata reduziros lucros correntes, os miiltiplos preso /lucro permaneciam acima de 50 para muitas empresas, sugerindo um crescimento esperade extraor- dindrio no futuro on uma supetavaliagio. ENTENT nan racdo de Principios Contabeis: a a} - — - - = “esendwo ep sonocutu us ISIS US orn wis us WIS ‘SonpegsuoWAp Sop Sopinjoxa OBsuad ap sopuny op SieIMI SOMSSEd 8 SORRY “OL -sowainip souawous WS CEN CEN WIS ON Wg Ig Ig wo woSimsjonRnqA RYDEN 8 FILOD RUEDAL epUO ‘SopICa\LODA! SoRLED SOIOdu “SL wis WS UIs ws ON ws gg “ous win en op sojeu ezerd wes soq2B99) nut ezeld oe PEPIN “FL Woods odd WOW WH OW ‘Qala we sopeoseq sanbeise op seisng “CL ws ws ws ws Sg wag aS “owe op wt 9p anboysa oe sepeaoe cpdeouRe; op HEB eesedseg ” wis wig ws ws SS ws “opzovou ep steno eno ane Jouaul aja anbersa ap Se—KeA “ wis wis ws ws ws wg Swag “epesiu op acten 9 oisno anus s0vau oad ezeid Cuno sp slonero6aU somrL “OL om su ws ON ONO USS, ‘opeayeyes exeauewy 6urs207 °6 ws an ws ws wg sty “opmewvoure 1519W09 2p opuny “2 "mysoay © epsuRap 9 extonEAee ep ten cu upbacea optetoendap e ‘ceo v osseors a e1ue}ueu od 'SoaUrSN etRn9 Sp S| oon or ung SOR wg OPN HS soNTENSuOWp wo “sopEIEIONp OBS SoxY SoAite epuENb—cEdeyEAGOI — Soxm SORRY “LZ @ a rau soyesaq © epoUNUNolap ‘oye w osseaK9 to BURIUOULJod SopELRI9aP 2 CEN OFN dd =U OEN WIS OBN HY O78 oxy Sonne ‘SoOLEISI Sons op sonTERSUOMIOp We — oBSelfEAza: — sOxy sonny “9 i “Jousiue ouR ou Saisnie @p SpAene sepeayysn! OS SeUEIsUNIH9 Seu o ON GN dU d#¥ US ON ws RaUpNU WH8S SIBqRTUOD sopoyaU! 9 SoIdioULId Ure SeduEpMU — sIONEIUDD SEOMOR “S 8 g -sopoSinnp 2 ws dy WIS wig wis iS SUS O83 SOOMPISIY SO}SND ap OBIUaAUCD EP soInsep — SooUNsIY SoISN ap GESUBAUOD ~~ §| ws wis wis wg ngs wg “volvo 9 onsoveuy onpensucuep op went ondowissoxte yp é epeinbosce B] ws 4a we we wg ugg ug oqwourencores 9 optezqea! e opuené pppouosa! 9 mnses —oxbezieey Z 2 -epayindwopayed 8] wis da dd sss ugg op soseg seusew seu sopecttie ops sleqmuoo sopmigU Soldouud—WAUOEREUED “L Z| onder wins eons someg eyvewory eluey v3 opin mpeg odious g soated ouoes 2 ~ ~ _ - 7 E stoagiuo9 sordjound ep opSexedwoy | 301GNgd¥ AVALIAGAO DE INVESTIMENTOS 122 ‘opexuogue ogu no opexuoaus etoweres— 3s sy pela — uncut comes at ewemuepstd Held — ad WS Wig WE ws wig wg ung WIS -Souaudane Sop apepyaRvaD opMby oMOUIER op EAINNS BURUOUW SeEGDHNeG OE wig wig wg ws ugg “epepiosv00 eye081 ep epInjxe BURHOUIU OBREDINEN “Gz wis ws dd ws WSIS dd ‘idhuoo 9p oxsno ep opstous ied eperigEnuco oxSynby “ke wis dW ws SW SWISS “sepmpyosuoe soyape9 ou a seoasgwoP SeuDE wig wis wig gg wg ww condepiosus ‘aonune op 2205 9p SINT ws Wg WS ON WS ws WS ‘opoi9ws — a0 @ 402 nue ep ejoutuca ws ws lS ON WS ws WS WS ‘sojsn9 ap eporstl —afetuoo op 02 ap Sousks ap oZaUayep (E> :28)d oBuo| op So|eUNtsonu) op ogBEATGeILED “92 ‘ORN CEN SIN oRN oRN dW “sopeysni soueouBuy SonjesuOWOp op osnle —sUOWedns OEENU] “Sz -{eobaud op seam ws WIS US wo wis WIS WAS RIS: 9p aisnle was) oouorsiy oySno Jod oBSeyexe BUN WuAyayeu SOS! 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