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IntRopugho A GEOGRAFIA DO TURISMO eed 0 Turismo ¢, em esséncia, uma prétiea social, Uma pratica SNR ee ON Ce eS objeto de consumo e, em decorréncia dessa caracteristicaintrinseca, RRO OO RC ue ec Se Se Este livro aborda o fendmeno do turismo, considerando, Meneses Meee Ted Ure ee na DOr ace eee ces PTO ee ee nC eS alunos € professores de cursos de bacharelado em et eon ote See een ten COLON et DUCAO A GEOGRAFIA DO TURISMO Segunda Edigito WIT) DE CASSIA ARIZA DA CRUZ Copyright © 2001, 203 da 2" Big ISON; 8572414558 Nevfuna pare dts pula per ser pds, gas pl sien ‘cro tranmnkis de elgser mod ox por qualquer ou eo ete lence meno de fotos de aa, o tan sem pei avi ‘sit da io ds nnn de algo mag (CP) men Bs dei, 38 en sum “Torlos os drettos pare a Kngua portuguesa sao reservados pela ‘De, Cesério Mota de, 73. (CEP 01221.020 ~ Sao Paulo ~ SP ‘Tek: (11) 3891-4478 — Fa, (11) 3391-8659 ‘ema ecroea@ol com br ~ wiWeditoraroes.com br Impresso no Brasil Printed in Braz Introdugao © interesse da Geografia pelo turismo jé no é Ho recente, ‘sins conto no sie mais escassos como hi poucos anos atrés 05, ‘tidos realizados por ge6grafos em torno do fendmeno do ti iso. Mas de onde vem esse interesse crescente da geografia polo turismo? ‘Ao menos una caracterstica intrinseca da prea socal do turis- tno pode nos ajudar a compreender esse fendmeno: o turismo € ‘tinica pritica social que consome elementarmente espaco. ‘Como poderia,entio, a Geografis, nfo se inteessar pelos es- tuulosrelativos ap turismo? [Emboraexistam décadas entre os primeiros trabalhos cientifi- «os no campo do que se pode chamat de “Geografia do Taismo” ida, esse tempo parece ter sido necessrio para a for= de bases s6lidas, no escopo da geografia, para as andlises Fieas que se fazem hoje do fenomeno do turismo, Nesse prfodo, mio somente erescen o turismo em importincia, no ‘mundo, como também amadureceram essas anslises. ‘A geografia do turismo, entretanto, nose refere apenas abor=| dlagetn cientifica do fendmeno do turismo pela ciéncia geogrdt ‘a. A“geografia do turismo” é uma expressio que se refer & di ensio socioespacial da pritica social do turismo, e isto sim pode. ingeressar is mais diversas dreas do conhecimento. esse tipo de andlise aque se propsiem a reflexdies aqui apr: sontadas, ou seja, uma abordagem socioespacial do fendmne turfstico, que se preste, antes de mais nada, a dewvend “cortinas de fumaca” que ainda persistem em mitifiear os est clos sobre essa prica social sta publicacio tz reflexsies que desenvolvia partir da expe ia em sala de aula, ministrando a diseiplina Geografia do re a compreensio de turismo, do ponto de vista de sua dlimensio socioespacal ‘Agi estio expostas, também, reflexes nascidas de minha ex- perigncla académica, como pesquisadora, como participante ati- va de eventos ientticos, e dos debates que pude travar com co leyas igualmente empenhados em estudar o turismo sob a 6tica dla Geogr 'A primeira pare deste ivr traz uma discussio de ordem te6- rico-metodoldgica, que busca contribuir com estudos Futuros sobre turismo bem como eriar as bases necessérias para a andlise ue se fiz na segunda parte desta obra, tomando 0 Brasil como mia espécie de "estudo de caso” Nio € objetivo deste texto esgotar a temtica passivel de ser hordada no contexto de uma anslise geogrifica do turismo, Ao contririo, como dei claro o nome desta publicacio, tata-se, sim, de utma introducio 3 geografia do turismo. No que se refere& aplicacto das bases teérico-metodol6icas dlesenvolvidas na primeira parte 2 analise do contexto nacional, segunda parte, cabem algumas obsereagbes. ‘Quando & o Brasil que esté em foco, o que se coloea para o| ‘observador é um contexto socivespacial de extrema diversidade, tanto do pontode vista de sua natureza quanto no que tange sua cclgarae38 sts caracteristicassocioeconsmicas. E com esse contexto de absoluta diversidade que vai se depa- rar eurismo no Brasil. Uma realidade natural que incl exten- ‘a dreas preservadas ¢ outras, igualmente extensas, degradads, pela agéo do homem; um contexto urbano que inclii desde ‘nwnicipalidades pequeninas, de 1500 habitanes até a meerdpole sigantesea de So Paulo, que ultrapassou, hé muito, a casa dos, niles de moradores; opulénciae Fiqueza de um lado e pobreza f iniséria de outro, 3s vezes, do ponto de vista espacial, muito Jprxinias uma da ontra Diane de am quadro com essas caracterstcas, no se pode [alir de wm turism nico no Brasil. Ao contratio,adiversidade, Canicteristica tio intrinseca & reaidade brasileira & um ateibuto, Tannin, do eurisino que se pratica em territério nacional, ‘Do ecoturisiio ao turismo massive que se observa por aqui Inuit histérias a serem desvendadas. Uma geografia do tu focada no territGrio braileito, que dé conta de revelar toda essa, tlverside, ainda est por ser feta. Entretanto, nada impede que Hemos os prin ios passos, Ea iso que nos propomos nas pg indice = A Geografia do turismo - aspectos conceituais; aportes tedricos © metodolégicos luilo 1 ~ Uma breve discussio conceitual. = O turismo no espago~O espaco do turismo 11 —Oturismo e a (re)organizagio dos tertitérios 21 Turismo e meio ambiente = Laver taristico ~ Panorama da Geografia do turismo ino Brasil yitulo @ ~"Turismo e cidade no Brasil ill? "Turismo em fieeas naturais pile 8 ~ Os espagos de deslocamento plo 9 ~"Turism eprvatizago de praas 83 pile 10 ~ Megas uma nova tendéncia 0 turismo brasileiro “Copitulo 11 ~ O turismo e areinvengio da Amazin Capitulo 12 —Pobreza,misériae turismo no Bras Bibliografia.. 7 bem parte A Geografia do turismo — aspectos conceituais; aportes tedricos e metodolégicos ma breve iscussao nceitual Apesar de os conceitos mais utilizados ‘em abordagens sobre a geografia do turis- ‘mo serem de uso comum, ou seja, faze~ trem parte do vocabulirio nao somente de estudiosos do turismo, mas de pessoas em geral, ainda sio motive de debates e polé- micas. Daf a necessidade desta discussio inicial, que se propée a eriar uma base de centendimento conceitual sobre a qual se assentario as andlises empreendidas nos ‘apitulos subseqiientes. Turismo Oconceitode turismoé, nolésicodageografiado turism, sn david, © mais polémico de todos. Desde o aparecimento das primeiras viagens organizads, nos idos do século XIX-o chamado Grand Tour ~até os dias de hoje, ‘muita coisa mudou, E continua mudando, E & justam dlinamicidade das sociedades que fiz essa transformacio no sgn ficado do que se habituow chamar de turismo, ‘O turismo, que, antes de mais nada, é uma pritica socal, ver ‘mudando de sentido a0 longo da historia e cada nova definicao consiste em nova tentativa de se conceituar algo que tem, reco inhecidamente, uma dindmica inquestionsve Enere as intimeras definig6es de turismo, Inf que se destacar aquela adotada por um organismo oficial, de injuncio global, {que é4 Organizacio Mundial de Turismo (OMT), Segundo essa organizacio, o turismo & uma modalidade de desiocamiento es- pacial, que envolve a utilizagio de algum meio de transporte e20 ‘menos um pernoite no destino; esse deslocamento pode ser ‘motivado pelas mais diversas meses, coma lazer, negScios, con- sgressos,saide © outros motives, desde que nio correspondarn 3 formas de remuneracio dircta ‘A.importincia da definigio de turismo adotada pela OMT: reside no fito de esta orientaro trabalho realizado por organismos ‘ficais de turismo em todo 0 mundo e, conseqientemente, tet rebatimentos sobre o planejamento e a gestio da aividade. CConforme se pode abstrar da definigio da OMT, todo tipo de ‘viagem & considerado, hoje, turismo, independentemente da mo- ‘tivagio do deslocamento, Se isso, por um lado, dl origem 3 chama- ddasegmentacio no turismo (turismo de negécios, turismo de even tos, turismo de sade etc), por outro, suscita questionamentos, “Traduzindo em mitidos,o que a OMT sugere com sta defini ‘fo de turismo éque viagem e turismo sio hoje sindnimos. Entio, © cidadio que vai para tratar dest sade, por exemplo, ainda que ‘no tenha qualquer momento de lazer em seu destino, serdabarea- do pels estatsticas de tirsmo da mesma forma que o individio TSC SSIS Seve opera ero : Priloxo que se coloca entre detinicho oficial e seuagbes fue gic que erica organizago dos espagos para Ita do lier Sea definigio ofl desconsiders, sparen com Wsitante se apropria do lugar vital, ‘ue historicamente, as loabidades ersies continua se Ho ex fun da gia do lazer? fap paraese Luo est em um pose pressuposto me= We oientara as defnigbesoftas de trismo, 04S, (6, paraos oganismes ofc de earismo, om tars: il pot pe, como alguém que visa por motivo de | lia tal ous parcilinente das infa-estratanss cals eset no destino. Nao se pode neglgencia oft, ex- ee abarar todo tipo de viagem como triste, a Hig oficial de turismo condi, entre outras cos, 4 exace= ths estatistieas. Se todas as pessoas que visi esto fazer Tuyisino, o fos de erie, sj emteseala mundial ow na- i (omarudoo Brasil como exempla), podem parecer maio- tho que seam se se “separasseo jio do ego, ou sea, se polvlerado a elago doturista conto lugar vstado, ese cone Jie a intinsea relagfo entre vrismo elaer. Tis fungio,eneretant, da frga da detinigio oficial, ato & de ec: le dente na organszasso do setr turismo, de modo flexes ean nese li tomas de como Mbit, exbors xj poco dear caro que o coneito e Pifocei long descarga onanimdade J lickers geen mom to de ase se propia dos ayeys eos e)oreaniea st Bima como outras modalidades de viagerno Gren, aandlse aqui ipreencts fz, sempre que nocstvo,adatiae entre wa PPoirs ioatidads de ving. Dts, entendermoes antes de mas nada, ura pica Hoc se cnvolveodenlsmnonc de peoas plo teioio¢ Ise era goog su principal aero de consume Pbrer wera patessecalosurtno ¢ remem deserted Pals caltrs so frard mais claro ao lor na expen sobre os Peto de aati vai, patagem aren np arto Turismo de massa ‘expresso “turismo de mass” tende a sugerr atarse de yoda de tse que mobi grandes contingents snes squats sacar an wade con W Qual nimero de peor que deve vista uma ocl- sau period de odo qu exta pos serconsierada tim destino de massa? "repost aeons quests nfo xtsno dimensionamento dos fg. Vicramente,€ preciso reconhecer que tarsmo de massa ay fin sarin das mast ps spl fo de que porque asmanas 0 fizom aso? Ngo er eurismo porque no rednem at condiges mate- {hon anctrs neces pra erpreener ua viagom o8 tan tempo lve, ou ainds iio dspGem nem de uma nem de Se cosiderarmos que parte da populgo mundial vive absixo cts de pores equ ou pte, iment sig, ‘fect provi des na, € il conelue que quan- Ulilamos de turismo estamos nos referindo em verdad, auma peqvena parcel opel mond Tuio,o que turismo de massa? Turismo de mass € uma forma de organizgio do urismo qucenvolveoagencamento daatvdade bem como aimterigagio wre agonclamento, transport ehoupedagem, de modo 4 pro- orate don Gain Perm 0 Usgcntemneme que um grande rtmero de pesow vie. Fate ‘cles lembrar, enretnto, que esta quaridade de pesseas Used muito longed otesponder 0 trl da popula ‘Mn c muito longs portant, de coresponder 8 nas da porulaio do planet. Turismo alternativo expresso criada para eateyorizar ‘do ponto de vista de seu objeto de consumo e da sta forma de constime do espago, se contrapoem so chamadl turismo de massa, ‘As modalidades ditas altemativas de turismo (ta como turis~ rio de natuteza, ecol6gico ou ecoturismo) @m nos espagos nati rais seu prineipal objeto de consumo ¢, a0 contrdrio do turismo de massa, requerem uina gama restrita de inffa-estruturas e servigos, embora, mitas vezes, no dispensem a sofistcacio de “ambos. (O que dizer, por exemplo, do turismo ecolbgico que se pratica hoje nos loge! da Amazénia e em alguns hottis-fizenda ddo Pantanal, que oferecem servigos no mesmo nivel de hotéis de laxo urbanos?) "As modalidades de turismo dias aleernativas também reque~ rem infra-estruturas de acesso, hospedagem e restauracio, tal como no turismo de massa, mas hia diferenca de que a pri ras requerem menor densidade tanto de infra-estruturas quanto de servigos, se comparadas 3 segunda. Essas modalidades de turismo nio so altemativas 20 turismo de massa no sentido de poderem substitu-lo, porque se todas as pessoas que vijam dentro do turismo de massa deciirem pr ‘ar algama modalidade altemativa de tarismo, havers, necessa~ riamente, a massifiacio dessas formas alternaivas de turismo, pois maior quanridade de curistasrequer mais infra-eserutura, Lugar turistico “Lugar eurtsticn” € uma expresso utilizada tanto para se refrir a Tugares que jf foram apropriados pela pritca social do turismo ‘com também a lugares considersdes potencialmente toisticos. ‘O lugar eursticojéapropriade pelo tarismo corresponde aquela porcio do espaco geogrifico cuja produto esti sendo determi hada por uma participacio mas signficativa do turismo, relati~ ‘vamente a outras atividades. (Os meios de hospedagem ¢ as infr-estruturas de lazer so) objetos caracteristicos de hugarestuistcos,cabendo ressalar no tentanto, que esses objetos io so suficientes para defiir a pre~ senca da atividade em dado terrcéro, principalmente porque nio sio abjetos de uso exclusivo do turismo. Aliss, cabe aqui a ques- tuo além de linha de sours e de postos de informacio turis- tic, que ontros objetos tém tum uso tao tipicamente turstico? Milhares de localidades no mundo contam com alguma infra-eseratura de hospedagem e de lazer, isso, 1s dei reat, no como lcalidades arses, © principal elemento que ria lug eariico €o ars, Todo lugar em quchouer engado tris anda que sliriocon aventurcio pode et “etsiderado um gir propriad pla pit socal do turismo. sea forma,poe-se conclu quo que diereniao lugar wulsice da tucked de outros gare (iclosiveaquele consi {lerados potencaentetursico),€ presen: do turistae no, Simplestent, a exit de infa-estutarn pias de um uso tunico como mos de hospedagem nfaestruras de lazet. Por our ad, hi que considera os dveroe nfs de spro- pigio dos hares pelo turismo. No se pode compare ta Ieealdadeeventsimenevstada por tists comm unt load Asem que o trio de masa to constmado. IAs diferencas entre esas lcalades esto nfo somente no tamanho dos fixos nas tbén na densidae ds infant tur insoles pra stender 3 demands tarisia, entre outs specs pushes de sere compas Porfim,cabe dizer nena gar trsdeo tom sentido por si mesmo, ot se fora do context culal que promo su valo~ zag, cm dado momento hiro so significa reconece, por exemplo, qu x praas topics, coloeadashajecnte os mais ImportantesFecurso triton, asin oo porque as sciedades Consrlram cultralmente sua valorizago, Sem esa dimensfo ultra tsps seria pars otutsmo um recurso (ou um Tuga) tal como qualquer ontr recutso natura Atrativo turistico Considerando que o turismo é, antes de mais nada, uma priti- casociale que, portant tem forte determinacio cultural, faz-se nnecessirio reconhecer que os lugarcs turisticos sio inventados cculturalmence (Knafou, 1996) © que, da atativos turisticose as paisagens sursticas. (O que € considerado atrativo hoje pelo turismo ngo era no pasado. talvez nfo seja no futuro. Como a culeuravariano tem poe eambem no espaco, 0 que é atrativo para alguns grupos de pessoas pode mio ser para outros ( que dizer, por exemplo, de visitas que turstas estrangeiros, principalmente, tém feito 3 fivela da Rocinha (Rio de Jancito)? (Quem poder imaginar hi alguns anos que a fivela da Rosinha poderia fazer parte dos atrativos turitic da capital earioca? ‘Uma das principais motivacbes das viagens turitieas é a bus- ‘edo exstico, daquilo que, de alguma forma, se diferencia do ‘otidiano do turista. Como cada um de nés vive em uma porcio bastante restrita do espago geogrtico~ se comparada totalidade do espago do planeta ~ pode-se concluir que a maior parte do planets seri sempre exétiea para os individuos, ou do ponto devise ‘a de suas caracterstcas natursis ou socioecondmicss e cultura, ara um visitante suico, por exemplo, a favela da Rocinha Eabsolutamente exstica, totalmente diferente de todo tipo de hnabitacio que ele conhece em seu pats e mesmo na Europa. Data, atratividade da favela para certos grupos de viajantes eo posvel, interes de vistantes estrangeiros em conhecer 2s submoradias brasileira, Neste momento hist6rico, temos a valorizagio de determina dos recursos naturais e euleuras, Como vivemos hoje em um ‘mundo globalizado (ainda que nio sob tedos os aspectos) © de sgostos tendencialmente massificados, alguns recursos naturals © ‘outros culturas, mais valorizados pela pritica social do turismo, do que outros, so tidos, de forma até estereotipads, como atrat- ‘05 turisticos. sma forma, 0 40 08 Paisagem turistica De forma bastante simplifcada, podemos dizer que paisagens visivel do espaco geogrifico e, por isso, desempe- j0 dos lugares turisticos e eas maa mais So, eamabm, que invenbes, “onforme Luchiari (1998), as paisagens ‘a pio, como tum dado da natureza, Els isio cultural “Aleumas paisagens sio mais valorzadas pelo turismo hoje que ‘outras, mas estas no sio as mesmas do passado e, possivelment Info serio as mesmas no futuro. AS palsagens consideradas mais, atativas pelo turismo na aualidade so criagSes culturis que muito aver com o que se habituou chamar de clare de masa e, portano, com o papel da midia na homogeneizacio de gostos & ra dsseminacio de padres de consumo homogencizados. O turismo no espago — O espacgo do turismo Diferentesfatores concorrem, com inten sidades © ritmos temporal e espacialmente diferenciados, para a produgio do espaco. Mais ainda, esses fatores jé no so apenas de order local, mas, também, em grande parte deflagrados em espacos muito distantes ddaqueles sobre os quais exercem alguma in fluéncia: tempos de mundializacao! Desa forma, toda anilise ~ que se pre= tenda consistente ~ sobre a participasio do {Go de terrtio sariston, deve conser o conju del {Besem que se desenvole aad, er como sts dimen Ses global local, O turismo representa pens una pare dea Imenso ogo de lagen. ‘Oturomoy al como outs tvdads~ concorrendo com clases no apa betas dfnios pla posidade de petro desennttncat da stad Al io oe pre= Ttentesem dad cepago poder ser gulmentesboortidos plo pun turismo, tendo seu sgnfadoaltsrado para stoner a tuna nova demand de iso, demands de so este. Tstoc oq contre poresemplo, com nr sapere cados hanes de ora iets ene otros obs ree tesa parecimento do trio ci determina ees A rica Soul do turism apropriasedeses objets, confrindo thes ovoe sigue "ini d pron de errisrios artios (oa, da apropriago dos espages pela rte socal do rrxo) compe te coma incorporaco de novo espagosoabandono part ot toa de oton poset o atone eterna ua val tat, desta se os modiston, prides el ago determi Te do meting Considerar que o spgoe io dtr pelos sociedad em fonso das posblidader tecnica ie Ucernimm sun lzaios de fore polico, economics tamibem, cults odo espago do panes (e mesmo de tos planets) pore ser consider spao do rime. ‘Aimeneticagio do wsotursico de dads porgo do spasogeo- eraco fou ainosio, maipleaio ee ger, concent Elo cspacal de objets cj angio data pelo deseavlsim=nto aatwiade me eses oben destacaae os meio de spe Sagem, on capamentes de rent de prstag de ser tov et infenumaa de ler Nese proce de apropriagio eer egpagor pels pita soci do ro ea nese dos ter ‘orice articon mente valorizados rcados no tervtsrio”aleat, ,acompanados por infia-estratu- nrg, telefonia e acess, Esse conju to de “objeto cuisticos” e “objetos-suporte™, quando somado & presenca do eurisa, configura, materaliza o lugar turistico, Via de regra, porém, o eritério eurstico ni se resume a esse conjumto de elementos. Hi, ainds, em sua composigio, outros ‘bjetos no condicionados a0 uso tuistico do espago bem como, ‘outros tipos de relacées, ditadas nao pelo uso efmero do lugar — \ipico do turismo ~ mas permeadas pela cotidianeidade de quem, vive nesse lugar: os residents. Do uso determinante de dado terrtério pelo turismo decor- rem tipos (¢ intensidades) diferentes de Huxos (de eapitas, de mmagbes, de pessoas etc) que passam a existr nesse loca Fsses fluxos'sio, tendencialmente, determinados fora do Iigar, pbs pontes esabelecidas entre o local eo global Essas pontes traduizem-se no teritério turstico na forma de hotés multinacionais, pela presenca de instituigdes financeiras ‘mundiais, pela parciipacio do Banco Mundial no financiamento tle projetos eursticos, pelo marketing turistico, pelos fixes de taristas ete ois ftores principais condicionam a eleigio de determinado ‘spugo para 0 uso turstico: sua valorizagio (cultural pela prtica sovial do turismo ea dvisio sociale territorial do trabalho. ‘Como 2 valorizacio dos espacos pelo turismo é dada em fiungdo de valores cultura e a cultura é propria de cada grupo ‘social e mutivel no tempo, territérieseleitos pelo turismo hoje no ‘orrespondem, necessriabente, aos ervtéros turstias de amank ‘A histéria do turismo no mundo mostra que montanhas ¢ praias, campos e éreas densamente povoadas, entre outros, tém Se altemado como preferéncia nos fluxos tnrfsticos dominantes Alem disso, ocorre também em fungio daquela diversidade cultural, com a valorizacie concomitante no tempo de diferen- {es terrt6rios pelo turismo, do trabalho no mondo capitals, apenas na pate dos inv dls dasa soiedade (on grupos J indvs) em condiges de prota trism on paar do mredotrsico vended Fong de eabulo. Gutra parcel sic da populgso mu Gato etarisino,niparace itso ndnesmente date dade erga (incindo-se agua rend aura por melo daat- Sid) es mts vere sega sabe o gue asin ‘Contliosexistetcs nos lates spropriados pelo exo, pont Knafou (1996), so reslants dat diferengas de erito™ Thidades que eractriam o uso dest eretrios, quer dizer, Chure a testorlidade nome dos tars e a tetorilidade ‘Sent dos resident : ‘As Tigjas ue mover a spropriaso dos espagos por um ¢ cute at cht eect Coeur redeem ne rezas mult diferentes e por io, mits vers confines Sep um lado 9 apepragi dos hgaes plo arise a pur de rele por dems ages coo ogres que is tum, por our os reidentesdess Ingres mt elagbs mas dhradouras com seu quite de terriio. Em se watando de tnitios arsicos, fo us os agentes de sua rising" 1 oc plinjiotes epromotreserstoras ‘Divetsos fuga forum ends so nventados como gues urcon em fungio da prtcaespontinea de certs tarts, ot Soja sem a meding dvca do mereado, Neses eos, io eses ‘blames poneios que esto na bse da ransformagao de dete tina lal em ag sto. {O mereado, por sua vez, representado pela inca prvada, pelos empreendedores do setorsuratico, hoje a principal one Ae ersieago dos lugares Neatuniade, © motedo & cape de iar produostitcos nde atraleit, les jamal poeram estar Exemplo da com pest dese agente ds rstifeaio dos gues so os Center Parks europeus, que reprodu Ieiilica do tipo “boll”, o ambiente de uma praia tropical ‘Osplanejadorese promototes terttorias, por fim, si os agentes «le uristfcagio dos hugaresque tm uma liga mais prima com. © lugar. Tatas, nesses casos, de iniiativas locais,regionais ou esino nacionais, ssumidas pelos respectivos poderes piblics. "Mas nem todos os recantos do planeta jé foram apropriados, ddealguma forma, pelo turismo. Existem, ainda, territrios sem ‘turismo, ou se, porgbes do espago geogrifico das quais o uris- mo ainda no se apropriou (Knafou, 1996). (Os Center Parks europeus, citados hd pouco, por sia ver, sia um espécie de turismo sem territério. Ou sea, sioempreen- ddimentos quase completamente indiferentes 3 regio em que se ctem, Tas equipamentos turistico eriam, com recursos tecn0~ 0s, et proprio ambiente. Nesse sentido, eles independer dle seu entomo. Daf, Knafou consideri-los uma espécie de taris- imo “fora do solo”. cb una egantesea estreura Turismo e cidade Excetuando-se algumas modalidades de turismo (turismo de aventura, turismo ecoldgico, turismo rural, entre outras), cuja base territorial constitui-se de espacos pouco ou nada urbanizados, 6 turismo urbano representa 2 quase-totaidade dos fxos tar ticos mundiais Isso significa reconhecer que as cidades mio sio apenas impor- {antes nécleos emissores de turistas. Na verdade, os grandes polos, lurbanos emissores de turistastém se destacado, eambém, nas es ‘atsticas de rarismo, como importantes ples receptores de fkixos. Isto se deve a dois fitores,basicamente. Um deles 60 fato dea cidade concentra, espacialmente, 0s equipamentos necessirios 10 desenvolvimento do chamado turismo de massa, ou se, infa-estruturas de acesso, de hospedagem, de apoio 2 atividade (atendimento médico, sistema baneitio ete.) ede lazer. O grat, dle urbanizacio de dada localidade tem relacio direta, pois, com, as possbilidades de desenvolvimento da modalidade de turismo predominante no mundo — turismo de massa ~em seu teritoro, Contulo a atratividade das cidades no se resume 20 Fito de cesta concentrarem tasinffa-estruturas As cidades,inclindo-se as frandes mett6poles, com todos asseus problemasurbanos, ocupam. ‘um lugar imporeante no espaco cognitivo das pessoas (Henriques, 1996), Ela so, também, atrativas para o turismo, por tudo aquilo {que representam, como “obras de arte” das sociedades humans, ‘como lugares de enconero,doir e vir, do acontecer de modo geral Do ponto de vista metodolégico, na relacio entre turismo € «cidade hi que se considerar tés possibilidades: a urbanizacio de ‘dado lugar € precedente 20 aparecimento do turismo; € conco- ‘mitante on posterior a este ‘A maior parte das localdades turisticas consolidadas do mun do enquadram-se no primeiro caso, ou sea, exstatn como cida- dds, antes do aparecimento do turismo em Seu territ6rio. Iso se texplica pelo fato de o fenimeno urbano ser muito anterior 20 advent do turismo, como atividade econdmica organizada, 0 que avontece somente no século XIX. ‘Uma ver apropriidos pelo turismo, os miicleos urbanos sio ssubmetidos a duas situagdes distints: 2) Eles podem ser incorporados,espontaneamente, a0 circuit das localidades tursticas, em fungio de terem suas caracte- risticasvalorizadas pela atividade [Em decorréncia de uma incorporacio espontinea, essas cidades podem investr na aividade em busca da manuten~ ‘gio da ampliagio desses fluxos turisticos espontineos ou igmorar a presengs do turismo, deixando que este se apro- pre de seu espaco, de forma aleatéria nao planejads. by Eles podem induizr o desenvolvimento do turismo, caso essa incorporagio esponinea no ocorra, mediante polfticas € planejamento da atvidade, direcionando os equipamentos “urbatos jf construdos e aqueles a construir, em fungio de ‘uma urbanizagio curistica do Tuga Ha ainda, 05 casos em que © processo de urbanizacio é, a0 mesmo tempo, um processo de urbanizacio turfstica do lugar. Fstes sfo os casos em que a *simbiose” entre turismo e fendme- no arbano se manifests de forma mais evident 'Nesses easos podem ser enquadradas as localidades tursticas criada a partir de projetos urbano-turisticos planejados, como & an Cnc (Meso de as sss Unido, porercrp orf hos assem que urbanizaio posterior 0 dia pel ao rps por deste caso so alguns pequenos povados con do Nordeste do Bra tal como Fert Seguro: Eses Jovoae sunem como destinos procs “slgens com 9 mento dos axon si sbmctidog a um acl process de ibaniacosdecorrente ds demands por ina-estars bas Ins deseneadcada pelo so masiv dog pel urano, (Otipo debantzagio que se procesa meses cass plana ni depen, em princi insti da romada de posto open pablic oa so qual~no cxobrasero= per dha dein pa pero dee et pate Ss pg pdr tong fel Ivete deri ds pete ones mre quel perdi Inlsma, pero derivado della allnacién.”(p.33) a Aosta dere apts Camarg (19), i edn ts, ron er Ht de gn te arn compen on iba alpnnexforgo poo pala vida foci ova determine cultura, soca, polices cond tos, esi alvidades rent de wa excl pessoa orm, quis ss possilkadesconcrets deo tabalnador (x ban) desta de sew temp ie plenaente?E gua a als Dporanaades de er que Ie softest ‘A resposta pra esta queries pasa, necessariamente, pelo Bod, por is rade engin tp na atulgtes com O sisteraninundo, ple poss ue oferce ase ia thio: Passa ebm poling Acide penn men on gra tlofreceopormnidades diferentes de to do tempo tr. (Em hina metdpole, por esemplo, prdese hors do tmp ve no ito, nas fils de bancos ou super savelmente— pela cultura. Nao existe ado.) Ey psa, ad as de ut indi Tizagio do tempo livre, Cada sociedade valoriza diferentemente 0 seu tempo de trabalho ¢ de nio-trabalho, assim como suas ath ‘dudes de lazer. Enquanto ir a0 shopping center pode ser um grande dlivertimento para jovens adolescentes de cidades grandes © iméalas brasileirase norte-americanas, para uma porgio de jovens Adolescentes quenianos sso pode nio ter nenhiin sentido. ‘O processo de globalizacio trouxe ~e continua trazendo—no- vvos componentes para a dstribuicio ea qualidade dos tempos de {rabalho ¢ de nio-trabalho, bem come para o 6cio eas atvidades de haze. ‘A globalizagdo das técnicas tem permitido que, simulta~ nneamente, nos mais diversos recantos do planeta, 0 processo de industralizagio acompanhe ~ a0 menos segundo esse aspecto— ‘desenvolvimento aleancado pelos pases de Primeiro Mundo. "A modemnizacio de diversos setores da producio nos paises pobres, decorrente do processo de lobalizacio de técnicas emerea- Jos reflete, diretamente, no modo de vida das populagbes desses paises. Aim disso, chanados a participar ~ mesmo que respon- {endo com tuma misera parte —desse desenvolvimento mundial, fests pases so levados a se adaptar 3 nova realidade que se Thes presenta, até porque nao Tes resta qualquer outra alternativa Por outro lado, as conguistas mundiais de reducio da jornada de trabalho tém repercassées desiguais nos virios lugares. Primeiramente, essis onquistas nfo se dio do mesmo modo ‘em todos os lugares, Se a jornada de trabalho em alguns patses dlesenvolvidos se encontra em média de 30 horas semanais, em ‘muitas nagdes subdesenvolvidas chega a 44 horas, sem contar © trabalho infntil, trabalho em regime de semicescravidio outras snormalidades, comiins em paises mais pobres. ‘Em segundo lugar, a tilizagéo do tempo que sobra fora do trabalho depende ds condigio em que se encontra 0 tabalhador (fisiea, soctoccondmica psicol6gica) e ~conforme anteriormente colocado ~ das oportunidades que the sio oferecicas. ‘Sea técnica se globalizou, o acesso a esta, por parte dos ini duos, ainda restrto, (Quantos filhos de operirios tém videogame ‘e computador em eas?) Se o mercida se globalizou, a participacio dos individuos neste mercado globalzado ainda € restringida por impeditivos, luis como alissima concentragio de renda nas maos de poucos © ppanperizacio de parcela significativa da populagao mundial. ‘O tempo livre eo tempo de lazer ainda constituem, portanto, para grange pate dessa pepolago, um tempo de atendimento de feces bases, tas como desrtas por Friedman (1983), neces eonbtnias, soca aires, Aidaes fetes. tase calturas~outradav nocessidades humans pontads pelo nor so forementeinitads pels necessidades econ, ‘oct familar. ss, natralment, tem mito ver com l= “eran (Camargo, 199) com aceso das populace est {0 “muno do turismo” que ests em dkcsaso nests Pins, 6 um mundo, portnto,rativamente resto, nlo no qe se fefere is posibiiaes que tem a pica soil do eirismo de tpropriarse dos espagos& de eongnizar a socedades para que tia pose aconecer mas, sem dvi, no que se refee aon stores Ge tomar parte aia nesta hist Definchamente, 0 lager trsco no et dispontve a todas as psoas Panorama da Geografia do turismo no Brasil — OBrasilé umn patsde dimenssescontinentais (511.5963 kan), ‘ea diversidae dle ecossistemas & uma caractristica sua. S50 forestas (Anazénica ea Maca Atlantica), formagGes arbustivas (cerrado c cating) extensas eas de vegetaco rasteita (campos do Sub, formagSes complexas (Pantanal), slém dos ecossistemas t- ste litorineos (mangues, dunas restngas) ses ecossistemas estdo na base das priticas de turismo de natureza que estio crescendo no pais de forma significatva Maso Brasil também € um pais de populacio majoriariamente ‘urbana’, embora se deva ressaltar que 0 terrtorio brasileiro no ranizado na mesma proporcie que sua populacio, Ou seja,0 Brasil € um pats urbano no que se refere 4 sua popula, mas nono que se refere a seu territério, que tem, ainda hoje, extensis as de varios demogrificos que no cheggam, por vezes,ater um hhabitante por quil6metro quadrado. Como €0.aso, por exemplo, de diversas porgdes da Amazdnia, Por outro lado, temos uma dis, Imaiores cidades do mundo ~ So Paulo ~com uma populacio de cerca de 10.400.000 habitantes" A forte concentracio da populacio brasileira em uma estreita faixa préxima ao litoral € um resultado histrico da colonizagio portuguesa ede sua fixacd0, durante seulos, em teas proximns 20 mar. E no litoral que se concentram as mais antigas cidades brasileiras salvo rarasexcecdes, como Sio Paulo) conde se con- ‘centram, portanto, inéra-estruturas urbanas e de acesso, Nio por acaso o turismo de massa no Brasil esti concentrada, também, na faa litorinea. Naturalmente, nio apenas porque ‘exister af infra-eseruturas rbanas, mas em fungio de uma con- _juncio de fatores: 0 suporte material para is priticas de turismo ‘de massa, de um lado, eos atrativos naturas (principalmente sol ce prias), de outro, ‘Som2"sea esse uadro territorial uma populacio de 169.544.443 hhabitances®, resultante de uma imensa mistura de etnias, A geo- srafia do turismo no Brasil, pelo que acaba de ser colocado, ¢ de ‘uma complexidade dif de se apreendida ‘© que se pretend por meio da exposigio que se Esa sy apresentar um panorama do turismo que se desenvolve 0 ‘rio brasileiro, fornecendo substdios para outrasandlises que se proponham mais especificas ou mais particulates, Turismo e | cidade no | Brasil [A abordagem sobre a partcipagio do tu _mo na produgio doespaco urbano brasileiro re- mee, primeiramente,sseguintespondragbs: * emborao setorde viagens e turismo seja responsivel por 35% da receitagerada por exportcées no mundo", o Brasil participa apenas de forma marginal dese mercado (0.5% do total de viagens in~ ternacionais em 1998)" + apesar de ter cerea de 82%! de sua populagio vivendo em Cidade, apenas uma pea milhoesde kin? do terrtsrio brasileiro ¢ urbanizada, Bsses mais de V4 da populacio brasileira estio concentrados fem uma estreitafaisa (Comparativamente 4 extensio total do, territrio do pals) préxima a0 mar, além de em algumas outras pores do esti em que ta plomerae foram hoc 44 modalidade de turismo predominante no Brasil é litors- rea e, portanto, “coincidente” com a porgio do territsrio ‘mais urbanizada do pats. Cabe ressitar que nio constiui esse fato uma mera eoine!- déncia, que o turismo de massa ~ modalidade de turismo pre- ddomninanse no mundo ~ requceinfra-estruturas urbanas. Dafa énfase sobre as cidades litorineas, onde o turismo ocorre de forma mais intensa e, conseqtientemente, mais significativa, no que se refere a0 processo de producio dos espacos urbanos. Do uso turstico do espacolitorineo brasileiro tém decorrido cespecificidades no processo de urbanizacio desses terrtSrios. 'O Brasil possi cereade 7.600 km de ltoral, 0 longo dos quais ‘9 surgimento e a consolidagio de nécleos trbanos dew-se de forma bastante diversa, conforme a interveniéncia de fitores interios (nas excaas nacional, regional e local) c externos. ‘Da construgio histrica dos lugares ltorineos resultou uma

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