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GESTÃO DE CUSTOS

Prof. Rodrigo Otávio das Chagas Lima, MSc.


rodrigo@fesppr.br

UNIDADE 01
INTRODUÇÃO
ADMINSTRAÇÃO E CONTABILIDADE DE CUSTOS

Observar a MP 449/08 e Lei 11.941/09


Ativo Circulante
Ativo Não Circulante – Realizável LP, Investimento, Imobilizado, Intangível

Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido

Não existe mais Ativo Permanente, nem Ativo Diferido

01.01 Conceitos e campo de ação


Custos são medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma
organização, uma pessoa ou um governo, têm de arcar a fim de atingir seus objetivos,
sendo considerados esses ditos objetivos, a utilização de um produto ou serviço
qualquer, utilizados na obtenção de outros bens ou serviços.
Custos Conceitos:

Afim de se aprofundar no assunto se faz necessário ressaltar alguns conceitos, tais


como:

- Custo: É o valor de bens e serviços consumidos na produção de outros bens e serviços.


São os gastos relacionados aos produtos.
- Despesa: É o valor dos bens ou serviços não relacionados diretamente com a produção
de outros bens ou serviços consumidos em um determinado período. Valores gastos
para obter receita
- Gasto: É o valor dos bens ou serviços adquiridos. Pode se converter em custo ou
despesas
- Desembolso: É o pagamento resultante das aquisições de bens ou serviços.
- Perda: É o valor dos bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária.
- Desperdício: É o consumo intencional, e não direcionado à produção de um bem ou
serviço.
- Investimento: bens e direitos registrados no ativo das empresas.

01.02 Classificação e as fases dos custos

Podemos dividir os custos em dois grupos:

1) Custos primários (voluntários).

1.1)”Custo dos Fatores”: pagamento aos fornecedores dos fatores da produção.

1.2)”Custo de Uso”:
a) Utilização de bens adquiridos de outros empresários.
b) Depreciação do capital fixo (equipamentos).

2) Custos suplementares (involuntários).

2.1)”Custo de Obsolescência”: O equipamento com o passar do tempo perde seu valor,


devido ao desgaste natural das máquinas ou á existência de equipamentos mais
modernos. Isso diminui o capital, porém é previsto pelo empresário, o que provoca nas
indústrias um aumento de custos com equipamentos obsoletos. Com isso há um
“desinvestimento”, que é quando a empresa desativa os equipamentos de produção
danificados ou ultrapassados.

2.2)”Custo Fortuito” (involuntário): O capital pode ser reduzido por uma série de
fatores. Por isso deve-se reconhecer a redução do capital e do patrimônio da empresa.
Nossa legislação prevê o acontecimento de tais ocorrências, permitindo a regularização
de seus registros contábeis, para que seja retratada a verdadeira situação econômico-
financeira da empresa.

Custos de Produção

Viabilidade financeira:

A análise financeira inicia-se pela definição do volume de produção que a empresa


pretende fabricar;
Depois, calcula-se o investimento físico;
definem-se e calculam-se os custos fixos;
estimam-se os custos variáveis;
projetam-se os custos totais;
identificam-se os custos de comercialização e a margem de lucro;
calcula-se o preço de venda;
apuram-se as receitas e os resultados operacionais;
projeta-se o investimento inicial;
e, para finalmente, analisar a viabilidade financeira do empreendimento.

Tem por objetivos a análise financeira:

*Identificar o investimento físico e financeiro;


*Estimar o volume de produção;
*Definir os custos dos materiais diretos e da mão-de-obra;
*Calcular os custos fixos e de produção;
*Projetar as receitas operacionais;
*Montar a tabela de resultados operacionais;
*Conhecer o valor do investimento inicial;

Para realizar uma análise é importante

*Conhecer o tamanho do mercado consumidor para projetar o volume de produção;


*Ter noção clara dos preços, prazos de entrega e de pagamento dos insumos a serem
utilizados no processo produtivo, para determinar o custo médio de processamento e
comercialização dos produtos;
*Concepção clara do negócio para determinar e orçar o montante de investimentos
físicos e financeiros;
*Fazer o mapeamento do mercado e quais os preços médios dos concorrentes
potenciais;

Volume de produção e investimento fixo é o ponto de partida do planejamento


financeiro é a definição de quanto irá ser produzido, não sendo uma definição aleatória,

- depende do mercado que se pretende atingir,


- da disponibilidade de matéria-prima
- da concorrência,
- também avaliando com cuidado a disponibilidade de capital próprio e de terceiros,
- calcular, custo de investimento quanto será preciso gastar na montagem da empresa,
ou seja, custo das máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos, móveis, utensílios,
imóveis tudo que compõem o investimento fixo.

O que e quanto produzir Para definir o volume de produção é preciso considerar:

*A capacidade nominal de produção das máquinas, equipamentos e instalações além


dos recursos financeiros;
*Disponibilidade de matérias- primas, materiais secundários e embalagens;
*Mão-de-obra disponível;

Custos diretos estão relacionados com a produção e a venda,

Os custos da empresa envolvem materiais diretos, esses materiais são:

- as matérias-primas,
- materiais secundários,
- embalagens,
- mão- de- obra direta,
- salários e encargos sociais destes ligados diretamente a produção.

Mão- de obra direta são os operários que estão diretamente ligados ao volume de
produção, já que o administrativo não interfere a produtividade se sua jornada de
trabalho for diferente do operário.

Custos Fixos Os custos fixos são aqueles que ocorrem independentemente da produção
ou das vendas.

Os custos fixos anuais da empresa são as despesas de manutenção necessárias para


manter o funcionamento da mesma. Sendo denominados também de custos de
funcionamento ou custos de estrutura. Geralmente estes custos são compostos pelos
salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis, pró-labore dos sócios,
materiais de limpeza e profissionais como contadores, advogados etc. Gastos com
depreciação, seguro e manutenção e seguros são calculados utilizando-se percentuais
definidos em lei que incidem sobre o valor de cada bem.

Custos finais de produção (CP) O custo de produção é, portanto, igual a soma dos
custos dos materiais diretos como o rateio dos custos fixos e dos custos da mão- de
obra. Assim para saber o quanto realmente vai custar produzir basta somar três itens:
materiais diretos (MD), mão–de–obra direta (MO) e custo fixo (CF) e dividir o volume
de produção (VP), ou seja:CP = (MD+ MO+ CF) / VP Os rateios são calculados
proporcionalmente ás quantidades fabricadas de cada produto. O custo anual de
produção ocorre da soma do custo dos materiais diretos para o mesmo produto com o
rateio do custo de mão-de-obra direta e o rateio do custo fixo. E, finalmente, para
calcular o custo unitário de produção, basta dividir o custo anual de produção pela
quantidade fabricada de cada produto, assim o custo unitário de produção é obtido pelo
custo mensal de produção dividido pela quantidade anual de produção.

01.03 Composição dos custos de produção e dos produtos - mercadoria - serviços


vendidos (CPV,CMV e CSV)

APURAÇÃO DO CUSTO DAS VENDAS

SÓ SE APURA OS CUSTOS DOS PRODUTOS EFETIVAMENTE VENDIDOS

1. CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS – CMV


A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos
estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por
vendas realizadas no período.

O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação:

CMV = EI + C - EF

Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)

Exercícios;
1- Calcular o valor de compras, sabendo-se que o Estoque em x1 é R$ 200.000,00
o Estoque final é R$ 170.000,00 e o custo da mercadoria vendida é de R$
86.000,00.
2- Calcular o custo de mercadoria vendida, onde o estoque inicial é R$50.000,00, e
o estoque final é de R$ 60.000,00 e foi efetuado R$ 30.000,00 de compras.
2. CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS – CPV

No caso de produtos (bens produzidos por uma indústria), a fórmula é semelhante ao


CMV:

CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF

Onde:

CPV = Custo dos Produtos Vendidos


EI = Estoque Inicial
In = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais) aplicados
nos produtos vendidos
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de obra
indireta, etc.) aplicada nos produtos vendidos
EF = Estoque Final (inventário final)

COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO


O § 1º do art. 13 do Decreto-Lei 1.598/77 dispõe que o custo de produção dos bens ou
serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:
1) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços
aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo;
2) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção
e guarda das instalações de produção;
3) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens
aplicados na produção;
4) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
5) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

3. CUSTO DOS SERVIÇOS VENDIDOS (CSV)

Numa empresa de serviços, a sistemática será semelhante à anterior, sendo a fórmula:

CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi


Onde:

CSV = Custo dos Serviços Vendidos


Sin = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos
GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados nos
serviços vendidos
GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, etc.)
aplicados nos serviços vendidos
Sfi = Saldo Final dos Serviços em Andamento

Exemplo:

1 - Calcular o Custo dos Produtos Vendidos de 01 de janeiro a 31 de dezembro de


determinada indústria que apurou os seguintes dados:

Estoque Inicial (01 de janeiro) 110.000,00


Compras de Insumos 1.750.000,00
ICMS sobre Compras 210.000,00
Fretes sobre Compras 70.000,00
Mão de Obra Direta 597.000,00
Gastos Gerais de Fabricação 790.000,00
Estoque inventariado (31 de dezembro) 185.000,00

A DEMONSTRAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS ficará como


segue:

Estoque Inicial (01 de janeiro) 110.000,00


+ Compras de Insumos 1.750.000,00
+ Fretes sobre Compras 70.000,00
- ICMS sobre Compras (210.000,00)
+ Mão de Obra Direta 597.000,00
+ Gastos Ferais de Fabricação 790.000,00
- Estoque inventariado (31 de dezembro) (185.000,00)
= Custo dos Produtos Vendidos 2.922.000,00

2 - Calcular o Custo dos Produtos Vendidos de 01 de janeiro a 31 de dezembro de


determinada indústria que apurou os seguintes dados:
Estoque Inicial (01 de janeiro) 220.000,00
Compras de Insumos 2.150.000,00
ICMS sobre Compras 270.000,00
Fretes sobre Compras 90.000,00
Mão de Obra Direta 737.000,00
Gastos Gerais de Fabricação 940.000,00
Estoque inventariado (31 de dezembro) 169.000,00

A DEMONSTRAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS ficará como


segue:
Estoque Inicial (01 de janeiro)
+ Compras de Insumos
+ Fretes sobre Compras
- ICMS sobre Compras
+ Mão de Obra Direta
+ Gastos Ferais de Fabricação
- Estoque inventariado (31 de dezembro)
= Custo dos Produtos Vendidos

01.04 Custos da produção versus despesas do período


Objeto de sistematização por parte da Contabilidade de Custos, freqüentemente
confundido por leigos com o conceito de despesa.

Custos – São gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da


empresa. Ligados a produção

Despesas – Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de


receitas. Gastos ligados a administração

01.05 Objetivos e periodicidade dos custos

Quem elabora ou estrutura um sistema de custos é a contabilidade de custos, e segundo


Marion, uma das finalidades deste ramo de contabilidade é a sua utilidade para o
processo dos gestores na tomada de decisões, como por exemplo: “qual a quantidade
mínima que se deve produzir e vender para não se ter prejuízo? Qual produto é mais
rentável para estimular sua produção? Qual produto devemos cortar para aumentar a
rentabilidade? Certos itens, é melhor produzir ou comprar de terceiros? Qual o preço
adequado para cada produto? Sobre qual item de custos devemos exercer melhor
controle? Como reduzir Custos?” (MARION, 1996, p. 60)

Estes são os questionamentos que a contabilidade de custos, através de um bom sistema


de custos, auxilia a resolver. Levando-se em consideração o perfil do usuário destas
informações para o efetivo entendimento e conseqüente utilização.

Na DRE, as despesas correspondem àquelas incorridas nas divisões de Administração e


de Vendas, durante o exercício.

Já o Custo dos Produtos Vendidos, são aqueles incorridos na divisão fabril,


correspondente à quantidade que foi vendida, isto porque nem toda a produção de um
período pode ter sido vendida, e assim ter sido estocada para venda em outro período

01.06 Integração da Contabilidade de Custos a Contabilidade Gerencial e Geral

A Contabilidade gerencial incorpora conceitos econômicos para fins de elaborar


Relatórios de Custos de uso da Gestão Empresarial.
A contabilidade de custos surgiu junto com a revolução industrial, como tentativa de se
elaborar um inventário disponível em um determinado período operacional para
identificação de valores de produtos fabricados e vendidos. Com o seu
desenvolvimento, a complexidade dos métodos contábeis tornou-se maior, e logo, os
custos de fabricação eram solucionados cada vez mais rápidos. Foram estes métodos
cada vez mais aperfeiçoados que deram origem a contabilidade de custo. Atualmente, a
contabilidade de custos é um grande sistema de informações gerenciais.

Pode-se definir uma classificação para os objetivos da contabilidade de custo:

- Inventariar os produtos fabricados e vendidos.


- Planejar e controlar as atividades empresariais.
- Servir como instrumento para tomada de decisões.

Contabilidade de custos

Na maioria das organizações industriais e prestadoras de serviços, a contabilidade de


custos faz a apuração de custo da produção para se atingir diversos objetivos como:
atendimento de exigências contábeis, atendimento de exigências fiscais, apuração do
custo dos produtos e dos departamentos, controle dos custos de produção, melhoria de
processos e eliminação de desperdícios, auxílio na tomada de decisões gerenciais e
otimização de resultados.

Para se alcançar estes objetivos, Perez Júnior (2001) indica sistemas de custeio, em sua
opinião mais adequados, listados a seguir:

a) Apuração do custo dos produtos e dos departamentos: o sistema de custos fornece


informações que possibilita a identificação dos responsáveis pelo consumo dos gastos
dentro das organizações.
b) Atendimento de exigências contábeis: a lei nº 6.404/76 determina que a escrituração
contábil seja elaborada segundo os princípios contábeis. A metodologia indicada por
este autor para atender os princípios contábeis é o denominado custeio por absorção.
c) Atendimento de exigências fiscais: O único método aceito pela legislação de imposto
de renda é o custeio por absorção.
d) Controle dos custos de produção: para efeito do controle é indicado o custeio-padrão.
e) Custos para melhoria de processos: o método de custeio baseado em atividades, este
método identifica as atividades que não adicionam valor ao custo dos produtos e como
se proceder para a sua eliminação.
f) Auxílio na tomada de decisões gerenciais: neste caso o autor sugere que seja utilizado
o método de custo direto ou variável, por ser capaz de gerar informações de forma mais
rápida.
g) Custos para otimização de resultados: o conceito de Teoria das Restrições que
oferece informações sobre a superação de metas e resultados.

Exercícios - Questões para Discutir

1. O que é uma despesa?


2. O que é um investimento?
3. Quando uma empresa gasta com propaganda, ela incorre em custos?
4. Quando uma empresa compra matéria-prima, ela tem gasto, custo, despesa ou
investimento?Explique.
5. Quando uma empresa compra um equipamento para a divisão de fábrica, ela tem
gasto, custo, despesa ou investimento? Explique.
6. Como os gastos são separados em custos e em despesas?
7. A depreciação é custo ou despesa?
8. Liste 10 contas que representem despesas.
9. Liste 10 contas que representem custos.
10. Como se classificam os custos quanto aos produtos fabricados?
11. Como se classificam os custos quanto ao volume produzido?
12. Explique por que a produção em andamento é considerada estoque para fins de
balanço.
13. O que é custo direto? Dê exemplos.
14. O que é custo indireto? Dê exemplos.
15. O que é custo variável? Dê exemplos.
16. O que é custo fixo? Dê exemplos.
17. O que é custo semivariável? Dê exemplos.
18. O que é custo semifixo? Dê exemplos.
19. Por que o aumento da produção até o limite da capacidade instalada de uma empresa
provoca redução dos custos unitários?
20. Ao implantar a Contabilidade de Custos, quais os objetivos que a empresa pretende
atingir?
21. Cite e explique três tipos de informações geradas na Contabilidade de Custos.
22. Cite e explique dois tipos de problemas que o conhecimento de custos ajuda a
solucionar.
23. O que é a Demonstração de Resultados do Exercício?
24. Porque as despesas não integram o Custo dos Produtos Vendidos?
25. Como se calcula o Custo dos Produtos Vendidos quando a quantidade produzida for
superior à quantidade vendida? Considere que não haja estoque inicial.
26. Qual a diferença entre custos e despesas?
27. Descreva a forma de apuração do CPV e das Despesas constantes da DRE.
28. Quando uma empresa compra matéria-prima, ela incorre em custos mesmo que esta
compra seja feita a prazo?
29. Qual a diferença entre Custos e Preço de Venda? Quando você vai adquirir um bem,
• você pergunta ao vendedor qual o custo desse bem ou qual é o seu preço?
30. Classifique as contas abaixo em Custos de Produção, Despesas Administrativas e
Despesas de Vendas:
- propaganda
- água consumida no resfriamento de peças
- aluguel do galpão da fábrica
- aluguel mensal do ônibus que transporta o pessoal da contabilidade
- prêmios dos vendedores
- refeitório dos funcionários da fábrica
- manutenção do computador do departamento financeiro
- imposto predial da fábrica
- salários dos gerentes da fábrica
- honorários dos diretores administrativo e comercial
- energia elétrica do prédio da administração da empresa
- madeira aplicada na produção de mesas
- salário do supervisor da montagem
31. Ao final de 20x8 havia 20 unidades do produto X no estoque de produtos acabados,
com custo de $ 20.000,00. Em 20x9 foram produzidas 800 unidades desse produto e
vendidas 810 unidades por $1.100,00 cada. Nesse ano de 20x9 os custos totalizaram $
800.000,00 e as despesas, $ 50.000,00.
Pede-se:
O custo dos produtos vendidos.
O saldo do estoque de produtos acabados.
O lucro de 20x9.
32. Uma empresa inicia suas atividades em 01/0l/x9. Neste mês ocorre o seguinte:
Compra de matéria-prima $ 30.000,00
Aluguel da fábrica 10.000,00
Mão-de-obra da fábrica 20.000,00
Despesas administrativas 30.000,00
Despesas de vendas 20.000,00
Custos diversos 15.000,00
Consumo de matéria-prima 25.000,00
Foram fabricadas 100 unidades do produto X e vendidas 80 unidades por $ 1.625,00
cada.
Determine:
a) O custo dos produtos vendidos.
b) O saldo do estoque de produtos acabados.
c) O lucro operacional. Para isso elabore a DRE.

UNIDADE 02
ESTRUTURA DAS EMPRESAS PARA EFEITO DE CUSTO

02.01 Importância do custo nas empresas

Sistema de custos

Dentro de qualquer organização, no processo de tomada de decisões, existem


ferramentas que auxiliam os gestores a tornar as organizações mais competitivas em seu
segmento de atuação. O sistema de custos, no ponto de vista de Perez Júnior (2001), é
uma ferramenta que fornece informações sobre a estrutura de custos das organizações.
Trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada no âmbito interno de uma
organização nos níveis: estratégico, tático e operacional. No nível operacional ocorre a
coleta dos dados, no tático a diferenciação e classificação destes dados, transformando-
os em informações que provavelmente serão utilizadas pelo nível estratégico para a
tomada de decisões estratégicas como: decidir qual o melhor mix de produtos, cortar ou
não um produto, controle ou redução dos custos.
O sistema de custos é um sistema que coleta, classifica e organiza os dados referentes
aos custos dos produtos ou serviços, assim transformando-os em informações.
Confirmando este conceito, Martins comenta que “O sistema representa um conduto
que recolhe dados em diversos pontos, processa-os e emite, com base neles, relatórios
na outra extremidade.” (MARTINS, 2001, p.28).

Complementando o conceito de sistema de custos, Crepaldi o define como um sistema


capaz de gerenciar os custos e monitorar o desempenho. As empresas mais expressivas
e competitivas do mercado estão utilizando sistemas de custeio para diversas finalidades
como:
• projetar produtos e serviços que correspondam às expectativas dos clientes e possam
ser produzidos e oferecidos com lucro;
• sinalizar onde é necessário realizar aprimoramentos contínuos e descontínuos
(reengenharia) em qualidade, eficiência e rapidez;
• auxiliar os funcionários ligados à produção nas atividades de aprendizado e
aprimoramento contínuo;
• orientar o mix de produtos e decidir sobre investimentos;
• escolher fornecedores;
• negociar preços, características dos produtos, qualidade, entrega e serviço com
clientes;
• estruturar processos eficientes e eficazes de distribuição e serviços para os mercados e
público-alvo. (CREPALDI, 2004, p. 24)

02.02 Organização das empresas para apropriação e apuração de custo

O administrador exerce papel fundamental nas organizações e que é recomendável que


além do sistema de custos, deve utilizar outras ferramentas de gestão em conjunto para
estar em sintonia com o mercado.

02.03 Sistema de informações

Informação
As informações são importantes quanto são úteis, Marion (1996) comenta que os
principais objetivos de um sistema de custos estão relacionados com o auxilio a
administração, pois fornece informações sobre as atividades mais lucrativas, ou com
menor ou maior custo.
A informação no ponto de vista de Beuren (1998) possibilita a elaboração de estratégias
empresariais e tem grande utilidade no controle das diversas operações nas
organizações. No entanto, o maior desafio da informação “é o de habilitar os gestores a
alcançar os objetivos propostos para a organização, por meio de do uso eficiente dos
recursos disponíveis.” (BEUREN, 1998, p. 43)
Normalmente ocorre certa confusão entre a conceituação de dados e informação, estas
se diferenciam quanto ao tratamento que recebem. Beuren (1998) comenta que a coleta
de dados será feita considerando-se o perfil do tomador de decisão e suas necessidades.
Após coletados os dados, são organizados e classificados, transformando-se em
informação.
Neste sentido, a informação mostra-se capaz de auxiliar na definição do tipo de
estratégia que a empresa deseja adotar. Porter (1992) quando se refere à definição da
estratégia que a organização pode adotar, como por exemplo, se ela optou pela liderança
em custos, terá que ter um maior controle de seus custos para oferecer preços menores
que os praticados pela concorrência.
A interface que a informação mantém com o tipo de estratégia que a organização
escolheu, definirá o tipo, quantidade e direcionamento das informações. Numa posição
estratégica de custos menores, obviamente a organização necessitará de informações
mais detalhadas e precisas relativas à sua estrutura de custos.

02.04 Fluxo contábil de produção e distribuição dos custos

Para muitos gestores, a função da Escrituração é o Controle Contábil. Na verdade o


controle contábil, que historicamente originou até uma corrente científica chamada de
Controlismo, é aquele que se baseia nas Contas, ou seja em um Plano de Contas
direcionado para a Análise contábil e no chamado "contas contra contas": Por exemplo,
no período em que há movimentação na conta de "custos sobre produtos vendidos",
deverá haver igual movimentação na conta de "receita de produtos vendidos".

02.05 Departamentalização - centros de custos e centros administrativos

ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão


Empresarial, no Brasil) são sistemas de informação que integram todos os dados e
processos de uma organização em um único sistema (Laudon, Padoveze). A integração
pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de: finanças, contabilidade, recursos
humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica
(sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas
de apoio a decisão, etc).

Os ERPs em termos gerais, são uma plataforma de software desenvolvida para integrar
os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automação e
armazenamento de todas as informações de negócios.

UNIDADE 03

CUSTOS DOS MATERIAIS

03.01 Conceito dos materiais

É o custo de qualquer material diretamente ou indiretamente identificado com o produto


e que se torne parte integrante dele. E seu custo é obtido por meio da seguinte formula;
Custos ou Consumo dos Períodos dos Materiais = Estoque Inicial de Materiais +
Compras do Período – Estoque Final de Materiais
É óbvio, antes de se iniciar o ciclo produtivo, a empresa já deve ter armazenado todo o
material que vai necessitar para a elaboração do produto.
Um dos principais requisitos na instalação de um sistema de contabilidade de custo é o
planejamento de um controle apropriado para materiais e suprimentos desde o momento
da autorização de compras, emitido por qualquer setor das empresas, até o consumo.

No entanto, controles e práticas comuns pertencem a todos os sistemas de controle de


custo. Em geral, a principal função de qualquer sistema de controle de custo é manter os
gastos dentro dos limites de um plano preconcebido. O sistema de controle também
deve encorajar reduções de custos ao eliminar o desperdício e ineficiências
operacionais.

A contabilidade por responsabilidade é uma parte integrante do sistema de controle de


custos, porque focaliza a sua atenção em indivíduos específicos que foram designados
para atingir as metas estabelecidas. Dos três principais objetivos da contabilidade de
custos — controle de custos, custeio do produto e determinação do preço de venda — o
controle de custos é frequentemente o mais difícil de alcançar.

Em geral, o processo relativo aos materiais envolve as seguintes fases principais:


1-Compra; 4- Controle;
2- Estocagem ; 5- Consumo ;
3- Registro ;

03.02 Classificação dos materiais

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Na conta materiais são classificados os materiais utilizados no processo de


produção, e sua composição varia de empresa para empresa. Podemos classificar os
materiais em uma empresa industrial da seguinte maneira;

Diretos
.- Matéria-prima principal
.-Matéria-prima secundaria. - Materiais auxiliares
.-Peças e Componentes. - Material de Embalagem

Indiretos
.- Material de Manutenção
.- Limpeza e Conservação
.- Material de Consumo
.- Combustíveis e Lubrificantes
.- Outros

Classificação e Codificação dos materiais Um sistema de classificação e codificação de


materiais é fundamental para que existam procedimentos de armazenagem adequados,
um controle eficiente dos estoques e uma operacionalização correta do almoxarifado.
Classificar um material significa agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, tipo e
uso. Em outras palavras, classificar um material significa ordená-lo segundo critérios
adotados, agrupando-os de acordo com as suas semelhanças. Classificar os bens dentro
de suas peculiaridades e funções tem como finalidade facilitar o processo de
posteriormente dar-lhes um código que os identifique quanto aos seus tipos, usos,
finalidades, datas de aquisição, propriedades e seqüência de aquisição. Por exemplo,
com a codificação do bem passamos a ter, além das informações acima mencionadas,
um registro que nos informará todo o seu histórico, tais como preço inicial, localização,
vida útil esperada, valor depreciado, valor residual, manutenção realizada e previsão de
sua substituição.
Codificar um material significa representar todas as informações necessárias, suficientes
e desejadas por meio de números e/ou letras, com base na classificação obtida do
material. A tecnologia de computadores está revolucionando a identificação de
materiais e acelerando o seu manuseio. A chave para a rápida identificação do produto,
das quantidades e fornecedor é o código de barras lineares ou código de distribuição.
Esse código pode ser lido com leitores óticos (scanners) . Os fabricantes codificam esse
símbolo em seus produtos e o computador no depósito decodifica a marca, convertendo-
a em informação utilizável para a operação dos sistemas de movimentação interna,
principalmente os automatizados.

03.03 Sistema de controle de material (compra ,armazenagem e saída)

SISTEMA DE CONTROLE DE MATERIAL

Normalmente, exige-se de cada sistema de controle de materiais.

Coordenação apropriada de todos os setores envolvidos: na compra, recebimento, teste,


aprovação e estocagem de materiais, e desembolso de fundos.
Centralização de aquisições em um Setor de Compras sob a direção e responsabilidade
de um especialista.
Uso de impressos padrões para formalização das instruções dadas.
Uso de orçamento para materiais, suprimentos e equipamentos de maneira a possibilitar
a maior economia possível na aquisição e no consumo.
Criar um sistema interno de conferência, de forma que todas as operações envolvendo
aquisição de materiais, suprimentos e equipamentos sejam verificados e aprovados por
um número razoável de pessoas autorizadas.
Estocagem de todos os materiais em locais previamente designados, sujeitos à
supervisão direta.
Estabelecimento de um sistema de inventário possibilitando a qualquer tempo à
determinação do valor de cada item e o montante dos materiais em estoque.
Determinação de uma quantidade mínima para cada item em estoque, abaixo da qual o
estoque não deve baixar e de uma quantidade máxima acima da qual o estoque não deve
ultrapassar.
Elaboração de um sistema de controle de estoque – “entrega –saída”, de maneira que os
fornecimentos se realizem sob requisição dos setores, conforme as quantidades pedidas
e no tempo devido.
Relatórios regulares de materiais comprados entreguem saldos, itens obsoletos,
devoluções a fornecedores e unidades deterioradas e defeituosas.

3.1-Compras
Manter o equilíbrio apropriado de materiais em mãos é um dos objetivos mais
importantes no controle de materiais. Um estoque de tamanho e diversidade suficientes
para uma operação eficiente precisa ser mantido, mas o tamanho não deve ser excessivo
com relação às necessidades programadas de produção. Além disso, níveis de estoque
maiores do que os necessários podem aumentar a possibilidade de perdas por danos,
deterioração e obsolescência. O planejamento e o controle do investimento em estoque
de materiais requer que todos esses fatores sejam cuidadosamente estudados para
determinar;
quando os pedidos devem ser feitos e;
quantas unidades devem ser pedidas.

3.1.2. Requisição de compra


O formulário conhecido como “requisição de compra” é comumente usada como uma
solicitação formal ao Setor de Compras para aquisição de bens e serviços. A “requisição
de compra” serve ao duplo propósito de autorizar ao Setor de Compra fazer aquisições e
prover um documento escrito discriminando quantidade, especificações e a data em que
a compra deve ser entregue.

Pedido de compras
Ponto de Pedido. Um nível mínimo de estoque deve ser determinado para cada artigo
de matéria-prima, e os registros de estoque devem indicar quanto de cada artigo está
em mãos. O cálculo do ponto de pedido é baseado nos seguintes dados:

Uso – a taxa prevista que dirá quanto de material será usado.

Prazo de entrega — o intervalo estimado, em tempo, entre a colocação de um pedido e


o recebimento, do material.

Estoque de segurança — o nível mínimo estimado de estoque necessário para proteger


contra faltas de estoque (esgotamento de estoque) As faltas de estoque pode ocorrer
devido às estimativas imprecisas de uso ou de prazo de entrega, ou várias outros
eventos não previstos, como o recebimento de materiais danificados ou materiais
inferiores de um fornecedor.

Quantidade Econômica de Pedido


Modelos quantitativos, ou fórmulas, foram desenvolvidas para calcular a Quantidade
Econômica de Pedido (EOQ). Uma fórmula que pode ser usada é a seguinte:
onde
EOQ = Raiz ²2CN
K
EOQ= quantidade econômica do pedido
C = custo de pedir
N = número de unidades necessárias anualmente
K = custo de manter estoque por unidade

Para ilustrar essa fórmula, suponha que os seguintes dados tenham sido determinados
ao analisar os 5(cinco) fatores relevantes para o estoque de materiais:

Número de unidades de material necessárias anualmente 10.000


Custo de pedir$10,00
Custo anual de manter por unidade de estoque $ 0,80

Usando a fórmula EOQ:


EOQ = Raiz² (2 (custo de pedir) x (número de unidades necessárias
anualmente))
(custo unitário de manter)

EOQ = Raiz² 2($10).(10.000)


$0,80
EOQ = Raiz² $200.000 = Raiz² = 250.000 = 500 unidades
$ 0,80

3.1.3. Recebimento de Materiais


O setor de recebimento desempenha a função de desembalar os bens recebidos, verificar
as quantidades e condições, e emitir um relatório de recebimento de materiais.
O “relatório do recebimento ”é, pois, uma descrição dos materiais recebidos, suas
quantidades, fornecedor, o número de “pedido de compra”, grau e condições dos
materiais e outras informações julgadas importante. O “relatório de inspeção e teste de
materiais” pode, em alguns casos, ser feito no mesmo impresso do “relatório de
recebimento”.

3.1.4. Inspeção e Teste de Materiais


Em algumas empresas industriais há necessidade de verificação completa e precisa dos
materiais por ela usados no processo produtivo. Para tanto organizando-se os serviços
de Inspeção e Testes de Materiais (subordinando ao Setor de Controle de Qualidade),
cuja principal atribuição é verificar se os bens recebidos estão de acordos com as
especificações técnicas, desenhos e outras informações passadas aos fornecedores.
Muitas vezes, essa conferência exige testes de laboratório feitos em amostras do
material recebido.
3.1.5. Processo de Conferência e Pagamento
As notas fiscais e faturas dos fornecedores devem ser recebidas diretamente pelo Setor
de Contas a Pagar da Contadoria.

3.1.6. Ajustamento de Faturas.


Quando um recebimento é devolvido ao fornecedor, em todo ou em parte, o Setor de
Compras providenciará a sua devolução. Isso é feito através de uma cópia da nota fiscal
de devolução, a ser enviada ao setor de Contas a Pagar para o ajustamento da fatura e
devida contabilização.

3.1.7. Aprovação das faturas e elaboração do controle de contas a pagar.


Ao terminar o processo de entrada dos materiais, o setor de Contas a Pagar terá em suas
mãos os seguintes documentos, relativos às diversas fases desse processo:
Pedido de compra;
Relatório de recebimento e inspeção;
Nota fiscal de devolução (se houver)
Por outro lado, terão recebido dos fornecedores as notas fiscais e fatura correspondentes
aos seus suprimentos, estando, portanto, em condições de proceder à verificação da
exatidão e cálculos da fatura do fornecedor, além dos preços e condições de pagamento.
Verificada a obrigação da empresa, o Setor de Contas a Pagar deve preparar um
documento que será utilizado como reconhecimento da obrigação aprovada,
contabilização e controle de vencimentos.

3.1.8. Registros para materiais


Os registros geralmente usados para manter um sistema de inventário contínuo e de
controle apropriado das entregas de materiais, consistem de: ficha especifica (registro
físico) e/ou sistema integrado (contabilidade de custos) através de programas
espeficificos.
Os almoxarifes usualmente controlam os materiais em estoque através de fichas. Estas
fichas são mantidas em arquivos especiais em ordem numérica ou alfabética. Também
são usados cartões de materiais/fichas de prateleira dos respectivos materiais pelo
sistema manual. Quando o sistema de materiais é feito por programa de computadores,
normalmente são dispensados muitos destes documentos.
As fichas de registros de materiais (manual e computadorizado) são também, mantidas
para cada item ou tipo de material, e devem localizar-se na Contabilidade de Custos
para fins de controle dos itens em estoque (físico e financeiro).
Os lançamentos são feitos através das notas fiscais, relatório de recebimento e inspeção
de materiais, requisições (consumo) e devoluções de requisições.

3.2 - SAÍDA DE MATERIAIS

3.2.1. PROCEDIMENTO PARA A ENTREGA E REGISTRO DE MATERIAL


Em algumas empresas as “requisições de materiais” são autorizadas e preparadas pelo
Setor de Planejamento, enquanto que, em outras, pelo Setor de Produção através do
chefe ou supervisor ou pelo próprio departamento requisitante.
O procedimento completo é o seguinte:
*as duas vias da “requisição de material” são entregues ao Almoxarifado, que entrega o
material e dá baixa nos seus controles (fichas ou outro sistema de controle) pela
quantidade saída;
*Uma das vias da requisição é enviada à Contabilidade de Custos para apresamento e
lançamento na “ficha de registro de materiais”. Em várias
empresas industriais já existe o sistema de controle em on-line ou off-line de materiais,
eliminando o fluxo de papeis.

3.2.2. Materiais devolvidos ao Almoxarifado


Os materiais requisitados que, por qualquer razão, deixaram de ser utilizados no
processo de produção, devem ser devolvidos ao estoque. Para esse fim é usado o
impresso “devolução de materiais ao Almoxarifado” que é emitido pelo estoquista no
momento do recebimento do material em devolução.

3.3. Apropriação dos materiais - armazenagem

Todos os materiais usados na produção são entregues com base em requisições.


Naturalmente, as requisições devem ser planejadas de forma a fornecerem todas as
informações necessárias para correta apropriação do custo dos materiais, como: setor
requisitante, conta que irá absorver os custos, ordem de produção ou centro de custo,
quantidades requisitadas e fornecidas, identificações do material, custo unitário e total,
assinaturas etc.
A apropriação dos custos dos materiais se processa pela leitura, classificação e
acumulação das requisições, em conformidade com os fins para os quais os materiais
foram utilizados.

Histórico dos Almoxarifados Primitivos O almoxarifado se constituía em um depósito,


quase sempre o pior e mais inadequado local da empresa, onde os materiais eram
acumulados de qualquer forma, utilizando mão-de-obra desqualificada. Com o tempo
surgiram sistemas de manuseio e de armazenagem bastante sofisticados, o que acarretou
aumento da produtividade, maior segurança nas operações de controle e rapidez na
obtenção das informações. O termo Almoxarifado é derivado de um vocábulo árabe que
significa " depositar".
Conceituação Almoxarifado é o local destinado à guarda e conservação de materiais, em
recinto coberto ou não, adequado à sua natureza, tendo a função de destinar espaços
onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua
localização, equipamentos e disposição interna acondicionados à política geral de
estoques da empresa.
O almoxarifado deverá: 1.assegurar que o material adequado esteja, na quantidade
devida, no local certo, quando necessário;
2.impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
3.preservar a qualidade e as quantidades exatas;
4.possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e distribuição suficientes a
um atendimento rápido e eficiente;

Depositar materiais em um almoxarifado é o mesmo que depositar dinheiro em um


banco Portanto pode-se comparar o esquema de funcionamento do almoxarifado ao de
um banco, conforme esquema abaixo :
BANCO ALMOXARIFADO Entrada para estoque Ficha de depósito bancário Nota
fiscal de compra Saída do estoque Cheque Requisição de material
Eficiência do Almoxarifado
A eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente :
1.da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do conseqüente aumento
do número das viagens de ida e volta;
2.do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas; 3.da melhor utilização de
sua capacidade volumétrica;

Organização do Almoxarifado

Podemos resumir as suas principais atribuições

1.Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela empresa;


2.Entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos usuários da empresa;
3.Manter atualizados os registros necessários;

Vamos analisar os setores componentes da estrutura funcional do almoxarifado

CONTROLE : Embora não haja menção na estrutura organizacional do almoxarifado, o


controle deve fazer parte do conjunto de atribuições de cada setor envolvido, qual seja,
recebimento, armazenagem e distribuição. O controle deve fornecer a qualquer
momento as quantidades que se encontram à disposição em processo de recebimento, as
devoluções ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas.
RECEBIMENTO As atividades de recebimento abrangem desde a recepção do material
na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. A função de recebimento de
materiais é módulo de um sistema global integrado com as áreas de contabilidade,
compras e transportes e é caracterizada como uma interface entre o atendimento do
pedido pelo fornecedor e os estoques físico e contábil.
O recebimento compreende quatro fases :
a)1a fase : Entrada de materiais;
b)2a fase : Conferência quantitativa;
c)3a fase : Conferência qualitativa;
d)4a fase : Regularização
ARMAZENAGEM
A guarda dos materiais no Almoxarifado obedece a cuidados especiais, que devem ser
definidos no sistema de instalação e no layout adotado, proporcionando condições
físicas que preservem a qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do
edifício e a ordenação da arrumação.
FASES DESCRIÇÃO 1A FASE Verificação das condições de recebimento do material;
2A FASE Identificação do material; 3A FASE Guarda na localização adotada; 4A
FASE Informação da localização física de guarda ao controle; 5A FASE Verificação
periódica das condições de proteção e armazenamento; 6A FASE Separação para
distribuição;
DISTRIBUIÇÃO Os materiais devem ser distribuídos aos interessados mediante
programação de pleno conhecimento entre as partes envolvidas.

DOCUMENTOS UTILIZADOS Os seguintes documentos são utilizados no


Almoxarifado para atendimento das diversas rotinas de trabalho :
a)Ficha de controle de estoque (para empresas ainda não informatizadas) : documento
destinado a controlar manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de
entradas e saídas, visando o seu ressuprimento;
b)Ficha de Localização (também para empresas ainda não informatizadas) : documento
utilizado para indicar as localizações, através de códigos, onde o material está guardado;
c)Comunicação de Irregularidades : documento utilizado para esclarecer ao fornecedor
os motivos da devolução, quanto os aspectos qualitativo e quantitativo;
d)Relatório técnico de inspeção : documento utilizado para definir, sob o aspecto
qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado do fornecedor;
e)Requisição de material : documento utilizado para a retirada de materiais do
almoxarifado;
f)Devolução de material : documento utilizado para devolver ao estoque do
almoxarifado as quantidades de material porventura requisitadas além do necessário;

PERFIL DO ALMOXARIFE
O material humano escolhido deve possuir alto grau de sentimento de honestidade,
lealdade, confiança e disciplina.

RECEBIMENTO
Conceituação Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de compra e
pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade a conferência dos materiais
destinados à empresa. As atribuições básicas do Recebimento são :
1.coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
2.analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada;
3.controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os
volumes a serem efetivamente recebidos;
4.proceder a conferência visual, verificando as condições de embalagem quanto a
possíveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de praxe
nos respectivos documentos;
5.proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos;
6.decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
7.providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao
fornecedor;
8.liberar o material desembaraçado para estoque no almoxarifado;

A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir a função em quatro


fases :
1a fase - entrada de materiais ;
2a fase - conferência quantitativa;
3a fase - conferência qualitativa;
4a fase - regularização;

1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos veículos transportadores efetuada na


portaria da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem os seguintes
objetivos : a recepção dos veículos transportadores; a triagem da documentação suporte
do recebimento; constatação se a compra, objeto da Nota Fiscal em análise, está
autorizada pela empresa; constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
contratual; constatação se o número do documento de compra consta na Nota Fiscal;
cadastramento no sistema das informações referentes a compras autorizadas, para as
quais se inicia o processo de recebimento; o encaminhamento desses veículos para a
descarga;
As compras não autorizadas ou em desacordo com a programação de entrega devem ser
recusadas, transcrevendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que
serve para as operações de análise de avarias e conferência de volumes é o
"Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga", que é emitido quando do
recebimento da mercadoria a ser transportada. As divergências e irregularidades
insanáveis constatadas em relação às condições de contrato devem motivar a recusa do
recebimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circunstâncias que
motivaram a recusa, bem como nos documentos do transportador. O exame para
constatação das avarias é feito através da análise da disposição das cargas, da
observação das embalagens, quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser encaminhados ao
Almoxarifado. Para efeito de descarga do material no Almoxarifado, a recepção é
voltada para a conferência de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os
respectivos registros e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador é
necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam : paleteiras, talhas,
empilhadeiras e pontes rolantes.
O cadastramento dos dados necessários ao registro do recebimento do material
compreende a atualização dos seguintes sistemas : Sistema de Administração de
Materiais e gestão de estoques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque,
visando ao seu controle; Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da posição de
fornecedores; Sistema de Compras : dados necessários à atualização de saldos e baixa
dos processos de compras;
2a fase - Conferência Quantitativa; É a atividade que verifica se a quantidade declarada
pelo fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A conferência por
acusação também conhecida como " contagem cega " é aquela no qual o conferente
aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A
confrontação do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do
Regularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem.
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando
os seguintes métodos : Manual : para o caso de pequenas quantidades; Por meio de
cálculos : para o caso que envolvem embalagens padronizadas com grandes
quantidades; Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que envolvem
grande quantidade de pequenas peças como parafusos , porcas, arruelas; Pesagem : para
materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita através de balanças
rodoviárias ou ferroviárias; Medição : em geral as medições são feitas por meio de
trenas;
CONFERÊNCIA QUALITATIVA Visa garantir a adequação do material ao fim que se
destina. A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da
confrontação das condições contratadas na Autorização de Fornecimento com as
consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do
material contratado pelo exame dos seguintes itens:
a)Características dimensionais;
b)Características específicas;
c)Restrições de especificação;
MODALIDADES DE INSPEÇÃO DE MATERIAIS São selecionadas a depender do
tipo de material que se está adquirindo, quais sejam :
1.Acompanhamento durante a fabricação : torna-se conveniente acompanhar in loco
todas as fases de produção, por questão de segurança operacional;
2.Inspeção do produto acabado no fornecedor : por interesse do comprador, a inspeção
do P. A. será feita em cada fornecedor;
3.Inspeção por ocasião do fornecimento : a inspeção será feita pôr ocasião dos
respectivos recebimentos.
DOCUMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSO DE INSPEÇÃO :
a)especificação de compra do material e alternativas aprovadas;
b)desenhos e catálogos técnicos;
c)padrão de inspeção, instrumento que norteia os parâmetros que o inspetor deve seguir
para auxiliá-lo a decidir pela recusa ou aceitação do material.

SELEÇÃO DO TIPO DE INSPEÇÃO A depender da quantidade, a inspeção pode ser


total ou por amostragem, utilizando-se de conceitos estatísticos. A análise visual tem
por finalidade verificar o acabamento do material, possíveis defeitos, danos à pintura,
amassamentos. A análise dimensional tem por objetivo verificar as dimensões dos
materiais, tais como largura, comprimento, altura, espessura, diâmetros. Os ensaios
específicos para materiais mecânicos e elétricos comprovam a qualidade, a resistência
mecânica, o balanceamento e o desempenho de materiais e/ou equipamentos. Testes não
destrutivos de ultra-som, radiografia, líquido penetrante, dureza, rugosidade,
hidráulicos, pneumáticos também podem ser realizados a depender do tipo de material.
REGULARIZAÇÃO Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela
confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, respectivamente por meio do
laudo de inspeção técnica e pela confrontação das quantidades conferidas versus
faturadas. O processo de Regularização poderá dar origem a uma das seguintes
situações :
a)liberação de pagamento ao fornecedor ( material recebido sem ressalvas);
b)liberação parcial de pagamento ao fornecedor;
c)devolução de material ao fornecedor;
d)reclamação de falta ao fornecedor; e)entrada do material no estoque;

Documentos envolvidos na Regularização : Os procedimentos de Regularização,


visando à confrontação dos dados, objetivando recontagem e aceite ou não de
quantidades remetidas em excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes
documentos :
1.nota Fiscal;
2.conhecimento de transporte rodoviário de carga;
3.documento de contagem efetuada;
4.relatório técnico da inspeção inspeção;
5.especificação de compra; 6.catálogos técnicos; 7.desenhos; Devolução ao Fornecedor
O material em excesso ou com defeito será devolvido ao Fornecedor, dentro de um
prazo de 10 dias a contar da data do recebimento, acompanhado da Nota Fiscal de
Devolução, emitida pela empresa compradora.
INTERFACES DO SISTEMA DE RECEBIMENTO DE MATERIAIS
ARMAZENAGEM
A correta utilização do espaço disponível demanda estudo exaustivo das cargas a
armazenar, dos níveis de armazenamento, das estruturas para armazenagem e dos meios
mecânicos a utilizar.
Indica-se a real ocupação do espaço por meio do indicador " taxa de ocupação
volumétrica", que leva em consideração o espaço disponível versus o espaço ocupado.
Para entendermos plenamente a utilização do espaço vertical, há que se analisar a
utilidade de paletes para a movimentação, manuseio e armazenagem de materiais. A
paletização vem sendo utilizada em empresas que demandam manipulação rápida e
armazenagem racional, envolvendo grandes quantidades. A paletização tem como
objetivo realizar, de uma só vez, a movimentação de um número maior de unidades. Ao
pallet é atribuído o aumento da capacidade de estocagem, economia de mão-de-obra,
tempo e redução de custos. O emprego de empilhadeiras e pallets já proporcionou a
muitas empresas economia de até 80 % do capital despendido com o sistema de
transporte interno. Inicialmente os pallets eram empregados na manipulação interna de
armazéns e depósitos e hoje acompanham a carga, da linha de produção à estocagem,
embarque e distribuição. Em razão da padronização das medidas do pallet pelos países
como Estados Unidos e Inglaterra, eles passaram a ser utilizados através dos continentes
em caminhões, vagões ferroviários e embarcações marítimas.
E o que é um palete ? Trata-se de uma plataforma disposta horizontalmente para
carregamento, constituída de vigas, blocos ou uma simples face sobre os apoios, cuja
altura é compatível com a introdução dos garfos da emplilhadeira, e que permite o
agrupamento de materiais, possibilitando o manuseio, a estocagem, a movimentação e o
transporte num único carregamento.
Os pallets são plataformas, nas quais as mercadorias são empilhadas, servindo para
unitizar, ou seja, transformar a carga numa única unidade de movimentação.
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras taxativas que regulem o
modo como os materiais devem ser dispostos no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se
analisar, em conjunto, os parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo
tipo de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que melhor atenda ao
fluxo de materiais:
1.armazenagem por tamanho : esse critério permite bom aproveitamento do espaço;
2.armazenamento por freqüência : esse critério implica armazenar próximo da saída do
almoxarifado os materiais que tenham maior freqüência de movimento;
3.armazenagem especial, onde destacam-se :
a)os ambientes climatizados;
b)os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas normas de segurança; c)os
produtos perecíveis ( método FIFO)
4.Armazenagem em área externa : devido à sua natureza, muitos materiais podem ser
armazenados em áreas externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno para
materiais que necessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos pátios
externos os materiais a granel, tambores e “containers” , peças fundidas e chapas
metálicas.
5.Coberturas alternativas : não sendo possível a expansão do almoxarifado, a solução é
a utilização de galpões plásticos, que dispensam fundações, permitindo a armazenagem
a um menor custo. Independentemente do critério ou método de armazenamento
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embalagens em geral,

03.04 Sistema de avaliação dos estoques (Peps, Ueps e MMP)

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES (PEPS, UEPS E MMP)

Um método de determinação de custos reais é a identificação específica de materiais em


estoque com os preços efetivamente pagos por eles. Estes custos constam na Nota Fiscal
ou na fatura do fornecedor, ou qualquer registro de custo. A determinação do custo
correto de bens é um problema complexo. A menos que todos tenham sido adquiridos
sob contrato de longa duração a preço fixo, os preços de mercado estão sujeitos a
flutuações constantes e, em vista disso, cada fatura recebida pode ter um preço mais alto
ou mais baixo (quase sempre mais alto) por unidade de material que a precede.

Como a empresa compra várias unidades em períodos diferentes com diferentes valores,
e nem sempre consome na mesma proporção, elas acabam misturando-se no
almoxarifado. Para atribuir custo as unidades consumidas, são usadas os critérios do
sistema de Inventários-Periódico ou Permanente.

Periódico - quando não existe o controle de estoque. O consumo será determinado


através da contagem física dos materiais, assim o consumo de materiais é determinado
através da fórmula:
Consumo =Inventario Inicial + Compras do Período – Inventario Final.

Permanente – quando existe um controle continuo dos materiais por meio de fichas de
estoques. O consumo e os custos são calculados a qualquer momento pela
contabilidade. A contagem física é feita freqüentemente pelos controles internos da
Contabilidade de Custos e conferida pela Auditoria Interna. Para que possamos calcular
os valores de materiais em estoque e seus custos e consumo, são usados três sistemas
básicos de avaliação.
Para isto usamos Métodos de Avaliação de Estoque;
FIFO ou PEPS – “first-in, first-out” (primeiro a entrar, primeiro a sair);
M.M.P. – “media móvel ponderada”.
LIFO ou UEPS– “last-in, first-out” (último a entrar, primeiro a sair).

MÉTODO “FIFO OU PEPS“


Nesse sistema, as saídas do estoque obedecem ao critério de que as primeiras
unidades a sair receberão o custo correspondente às primeiras entradas no estoque e
assim sucessivamente.

Método da Média Móvel Ponderada – M.M.P.


É o critério mais utilizado no Brasil para avaliação dos estoques. Assim chamado de
média ponderada, como controle constante de seus estoques e por atualizar os seus
custos após cada aquisição. A média ponderada é calculada pela divisão do saldo em
valor (R$) pelo saldo em quantidades.

Método “LIFO ou UEPS”


Também é conhecido como método do “custo de substituição” e baseia-se na
argumentação que os lotes são consumidos na ordem inversa ao recebimento, isto é, o
último é consumido primeiro, em seguida o penúltimo, posteriormente o antepenúltimo
e assim por diante.
Na realidade esta prática não é inteiramente observada, isto é não há a distinção do lotes
de conformidade com a sua idade (tempo em estoque), mas sim, uma distinção nos
registros contábeis para fins de avaliação.

03.05 Fluxo contábil

FLUXO CONTÁBIL

Há dois problemas principais em contabilidade de custos com relação a materiais;


como deve ser contabilizado seu custo de aquisição;
como devem ser avaliadas as saídas de materiais para produção

O custo de aquisição compreende todos os gastos efetivamente incorridos para


colocação da matéria-prima em condições de uso, ou seja:
a) o valor de aquisição de matérias; neste valor devem ser incluídos todos os impostos
incidentes sobre as compras e excluídos os recuperáveis.
b)as despesas/custos com fretes seguros, se cobrados em separados do valor de
materiais e arcadas pelo comprador.
Devem ser deduzidos do custo de aquisição, os descontos incondicionais obtidos a
abatimentos sobre compras concedidos pelos fornecedores e as devoluções de compras
(liquidas dos impostos recuperáveis).
as despesas financeiras com aquisição de materiais (matéria-prima, embalagens e
outros) e os descontos financeiros eventualmente obtidos neste tipo de operação nunca
são considerados como custos ou deduções de custos e sim como despesas financeiras e
receitas financeiras (contabilizadas diretamente no demonstrativo de resultado).
o custo de armazenagem dos materiais e os valores gastos com departamento de
compras, almoxarifado e outros deveriam ser apropriados como custos de materiais,
mas geralmente na prática são tratados como Custos Indiretos de Fabricação.

COMPOSIÇÃO DO CUSTO DE MATERIAL


Conforme Eliseu Martins, a regra é “Todos os gastos incorridos para a colocação do
ativo em condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc.) ou em
condições de venda (mercadorias etc.) incorporam o valor desse mesmo ativo.”.
Assim, o valor de um material pode ser obtido mediante a aplicação da seguinte
seqüência de cálculo:

Valor total da Nota Fiscal


(-) IPI (se houver recuperação)
(-) ICMs (se houver recuperação)
(+) Frete (se houver)
(+) Seguro (se houver)
(+) Armazenagem e outros gastos (?)
(=) Valor do material de entrada no estoque
* Nota
a) se forem materiais integrantes da política de estoques da empresa, esse resultado
será ativado para posterior consumo.
b) se o material for adquirido para aplicação especifica em um produto, será este o
valor de material a ser apropriado ao produto.

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
Compras Debita – Estoque de Matéria-prima
Debita – Impostos a Recuperar (IPI e ICMs.)
Credita – Fornecedores / Caixa
Credita – Fretes a pagar

Saída - Debita – Custos da Matéria-prima (Produtos em Processo)


Credita – Estoque de Matéria-prima.

UNIDADE 04

CUSTO DE MÃO DE OBRA

04.01 Conceito da Mão de Obra

O conceito de custo de mão-de-obra e os elementos componentes desse custo são os


mais diversos possíveis.

O custo de mão-de-obra se traduz na soma dos seguintes itens:


- Taxa básica estabelecida em negociação individual ou coletiva (horária, diária etc);
- Ajuda de custo;
- Bônus de incentivo (abonos);
- Gratificação por mérito;

04.02 Classificação

2. Classificação

Identificam-se quatro fases da Administração de Pessoal ou da Mão-de-obra, a saber:

1) Fase da Procura
Nesta fase, a tarefa a ser executada é contratar gente para preencher as vagas atuais e
futuras. Para que isto ocorra e necessário verificar:
• os requisitos dos cargos a preencher
• que espécie e quanto de pessoal devem ser procurados
• em que fonte se deve procurar
• os procedimentos que devem ser usados para fazer a triagem dos candidatos
• o uso de instrumentos como entrevistas e testes
• o lugar das transferências e promoção na função de procura
Etc.
2) Fase de Desenvolvimento
Esta é a fase de Treinamento e Educação de Pessoal. Assim as aptidões, perícias e
capacidades dos empregados na execução dos trabalhos específicos devem ser
aumentados através do processo de Treinamento. Por outro lado, a melhoria do
conhecimento, compreensão ou atitude dos empregados com relação a seu ambiente de
trabalho, de modo que fiquem mais bem ajustados, é realizada com a Educação.
3) Fase de Manutenção
Nesta fase identificam-se os seguintes itens para manter a mão-de-obra:
• Remuneração
• Benefícios extras. São exemplos os programas de seguros, direitos de pensão, férias e
licença remunerada por motivo de doença, e indenizações por demissão.
• Outros benefícios e participação dos empregados, como por exemplo os programas
recreativos, sociais e esportivos, programas de participação através de publicações da
empresa, serviços de conveniência, como instalações de restaurantes, lojas de empresas,
cooperativas de crédito etc.
• Segurança Física, ou seja, a sensação que cerca o trabalhador, sendo particularmente
importantes as condições de trabalho.
4) Fase da utilização
Nesta fase procura-se criar maior cooperação, reduzir conflitos e proporcionar
adaptação a mudanças, ou seja, procura-se a utilização de uma força de trabalho eficaz.
A pesquisa de pessoal e sua avaliação são os instrumentos de que a administração se
utiliza para atingir este objetivo.

Os custos de mão-de-obra são classificados sob os seguintes enfoques:


a) Quanto à função orgânica principal:
- produção
- vendas
- administração geral
b) Quanto à atividade departamental
- solda
- cozinha
- compras
- etc.
c) Quanto ao tipo de trabalho
- supervisão
- mão-de-obra direta
- manuseio de materiais
- etc.
d) Quanto a relação com os produtos elaborados
- direta
- indireta

“Quando o tempo de trabalho do operário pode ser identificado com o produto, lote de
produtos, processo fabril ou centro de custos, o salário correspondente é considerado
como mão-de obra direta. Para efeitos práticos, então, considera-se como mão-de-obra
direta, ou simplesmente MCD, o salário do operário cuja ocupação estiver diretamente
relacionada ao produto que está sendo fabricado. Os demais operários (. . .) embora
imprescindíveis à tarefa de produzir, não se encontram diretamente identificados com
um determinado produto ou centro de custos. Nesse caso, serão considerados como
mãode-obra indireta (MOI)”.

No entender de Eliseu Martins , a mão-de-obra direta é definida como “aquela relativa


ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, sendo possível a
averiguação de qual o tempo despendido e de quem executou o trabalho, sem
necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio”

No que tange à mão-de-obra indireta, Eliseu Martins comenta que esta só é apropriada
por meio de fatores de rateio, com alto grau de arbitrariedade, e que pode, com menor
grau de erro e arbitrariedade, ser alocada ao produto.
Outra classificação possível dos custos de mão-de-obra é quanto à sua variabilidade em
relação à produção.

“a mão-de-obra direta e teoricamente considerada como um custo variável. Todavia,


isso somente se verifica quando os operários recebem por unidade produzida. Uma vez
que a força de trabalho é difícil de ser reduzida ou aumentada como decorrência de
reduções ou aumentos ligeiros na produção, o custo de mão-de-obra direta permanece
sempre o mesmo, salvo quando houver alterações drásticas ou prolongadas no ritmo de
funcionamento da atividade fabril. Mesmo assim, o custo será considerado fixo, embora
variando por degraus”.

Porém, segundo Eliseu Martins, “Mão-de-obra Direta não se confunde com o total pago
a produção, mesmo aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada
diretamente sobre o produto. Portanto, a Mão-de-obra Direta varia com a produção,
enquanto a Folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa”.

Eliseu Martins acrescenta porém: “Uma exceção pode existir, entretanto, e podemos ter
Mão-de-obra Direta Fixa. Tal ocorre quando existe um equipamento que tem o seu
volume de produção ditado por regulagem. Aumenta ou diminui o volume da produção,
mas continua o mesmo número de homens diretos trabalhando, pelo menos dentro de
certos limites. Neste caso , assume a Mão-de-obra Direta o comportamento de custo
fixo”.
Do exposto concluímos que os custos de mão-de-obra podem ser classificados sob os
seguintes
aspectos:
• quanto ao ciclo de vida
• quanto à relação com os produtos elaborados
• quanto à variabilidade em relação à produção
Quanto ao Ciclo de Vida
a) Gastos para atrair (contratar) mão-de-obra
• Recrutamento
• Entrevistas de admissão
• Procedimentos de teste e seleção
• Exames médicos admissionais
• Contratação
• Etc.
b) Gastos para adaptar a mão-de-obra
• Integração
• Aprendizagem e Treinamento
• Etc.
c) Gastos para reter (manter) mão-de-obra
• Remuneração Básica
• Remuneração Suplementar
• Gastos com bem-estar dos empregados (remuneração indireta)
• Gastos com Desenvolvimento
Contribuições Sociais
• Etc.
d) Gastos para desligar (demitir) mão-de-obra
• Entrevista de desligamento
• Aviso-prévio
• Indenizações
• Cálculo/Pagamento/Homologação da rescisão
• Etc.

04.03 Composição da Mão de Obra (salários, encargos e outros)

Acreditamos que o conceito de “custo de mão-de-obra” compreende todos os gastos


relacionados ao “ciclo de vida da mão-de-obra”:
ADMISSÃO---------------> MANUTENÇAO----------------> DESLIGAMENTO
Seus elementos componentes são:

Gastos com admissão;


- Gastos com aprendizagem, treinamento, desenvolvimento e formação profissional.
- Remuneração indireta (benefícios adicionais);
- Contribuições sociais;
- Gastos com desligamento.

Custo de Mão-De-Obra e Encargos Sociais


- Pagamentos por horas extras;
• Feriados pagos
• Pensões por aposentadoria
• Pagamento de faltas por doença
• Participação nos lucros
• Participação societária
• Serviços subsidiados em restaurantes, recreação etc.
- Seguro contra acidentes do trabalho;
- Contribuições sociais sobre salários.

Também se acrescenta ao custo da mãode-obra alguns gastos, a saber:


- Creches;
- Transporte;
- Assistência médica, hospitalar e dentária;
- Escola;
- Formação profissional.

Definição de custo de mão-de-obra como sendo o custo de manter um empregado no


trabalho por uma hora ou dia. Se amplia ainda mais os elementos do custo da mão-de-
obra, acrescentando:
- Bônus por não acidente;
- Férias;
- Pagamento por serviço em júri;
- Gastos com treinamento;
- Gastos com desligamento na demissão;
- Compensação para desempenho;
- Benefícios aos idosos;
- Seguro de vida;
- Seguro-saúde;
- Etc.

04.04 Sistema de controle dos custos de mão de obra

Remuneração Básica
É todo e qualquer pagamento efetuado aos empregados em retribuição aos serviços
prestados, por
força de lei, negociação individual ou coletiva, ou ainda por liberdade do empregador.
Compõe-se de três
parcelas:
-Remuneração do tempo a disposição do empregador;
-Remuneração complementar
-Ausências remuneradas
a) Remuneração do tempo á disposição do empregador
É todo pagamento e efetuado aos empregados em retribuição aos serviços efetivamente
prestados ou ao
período em que o empregado
permaneceu à disposição do empregador. Pode ser estipulada:
1) Com base no tempo
• Hora
• Dia
• Semana
• Quinzena
• Mês
• Etc.
2) Com base na produção efetiva ou na tarefa executada:
• Peças produzidas
• Metros fabricados
• Unidades vendidas
• Aulas ministradas
• Valores de vendas
• Etc.
3) Mista.
É aquela baseada parte no tempo, parte na produção.
b) Remuneração Complementar
Custo de Mão-De-Obra e Encargos Sociais
É todo e qualquer pagamento efetuado aos empregados, porém não em contraprestação
a serviços prestados, e sim por força da lei, negociação individual ou coletiva, ou por
liberdade do empregador, como complementação da remuneração do tempo a
disposição do empregador.
Pertencem a este grupo:
1) Prêmios:
• Assiduidade
• Pontualidade
• Produção e produtividade
• Por não ocorrência de acidentes
• Etc.
2) Adicionais
• Horas extras
• Noturno
• Periculosidade
• Insalubridade
• Por tempo de serviço: anuênios, qüinqüênios, etc.
• Etc.
3) Ajuda de custo
4) Diárias para viagens
5) Outras Gratificações
6) Bonificações de turno (penosidade)
7) Etc.
c) Ausências Remuneradas
São obrigações devidas pelos empregadores relativamente a períodos em que os
empregados não
tenham permanecido à sua disposição. São as seguintes:
1) Repouso semanal remunerado
2) Feriados
3) Ausências por motivos pessoais
4) Ausências por motivos cívicos: para votar, para satisfazer às exigências do serviço
militar etc.
5) Auxilio-doença (15 primeiros dias)
6) Auxilio-acidente (15 primeiros dias)
7) Etc.
Remuneração Suplementar
É todo e qualquer pagamento efetuado aos empregados, porém não em contraprestação
a serviços
prestados, e sim por força de lei, negociação individual ou coletiva, ou por liberdade do
empregador, como
ampliação da remuneração básica. Exemplos:
- Décimo-terceiro salário
- Férias
- Adicional constitucional de férias
- Etc.
Custo de Mão-De-Obra e Encargos Sociais

Remuneração Indireta (benefícios adicionais)


São gastos efetuados pelas entidades, seja por força da lei, de negociação individual ou
coletiva, ou ainda por liberdade do empregador, com o objetivo de constituir fundos ou
custear necessidades vitais ou atividades sociais para os empregados e seus
dependentes. São os seguintes, entre outros:
Cessão de uso de automóvel
Serviços médicos, cirúrgicos, hospitalares e odontológicos
Serviços de alimentação: refeições gratuitas ou subsidiadas
Creches
Seguro de vida
Seguro-saúde
Auxilio –desemprego
Auxílio-velhice
Serviço no júri e depoimento em juízo
Planos de aposentadoria complementar
Transporte gratuito ou subsidiado
Cesta básica
Serviços sociais e recreacionais
Educação (pré-escola, lº e 2º graus etc.) gratuita ou subsidiada.
Empréstimos subsidiados
Viagens
Complementação de auxílio-doença e de auxilio-acidente
Etc.
Contribuições Sociais
São ônus impostos pelo governo ás entidades em geral, com base nas suas folhas de
salários, com o
objetivo de constituir fundos destinados ao financiamento de atividades sociais estatais
ou paraestatais.
Exemplos:
- Contribuições à Previdência Social
- Depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
- Seguro contra acidentes de trabalho
- Programa de Integração Social - PIS sobre a folha de salários
- Etc.
Com base nesses elementos, podemos definir custo de mão-de-obra como sendo:
O sacrifício de ativos da entidade para contratar, treinar, manter, remunerar e desligar a
contribuição humana ao processo de produção de bens e serviços.
Em outras palavras, entendemos que o custo de mão-de-obra compreende todos os
gastos realizados, direta ou indiretamente, a titulo de remuneração por contribuições
fornecidas pelos empregados

Entendemos que as contribuições sociais que têm como fato gerador outros eventos que
não a folha de salários (PIS sobre faturamento, FINSOCIAL, Contribuição Social sobre
o Lucro etc) não fazem parte do custo da mão-de-obra, por não estarem diretamente
relacionados à força de trabalho.

Custo de Mão-De-Obra e Encargos Sociais entidade ao processo de produção de bens e


serviços, incluindo todos os tributos dela decorrentes, bem como os benefícios
adicionais a eles concedidos e ainda todos os gastos necessários para atrair, contratar,
manter e desligar os empregados.

04.05 Fluxo contábil


UNIDADE 05 - Trabalho em Grupo
CUSTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

05.01 Conceito dos Custos Indiretos de Fabricação

05.02 Classificação e os Componentes dos Custos Indiretos

05.03 Processo de distribuição dos Custos Indiretos por centro / departamento e por
produtos (rateios)

05.04 Controle dos Custos Indiretos de Fabricação

05.05 Tratamento das Despesas Operacionais no processo de produção

05.06 Tratamento contábil dos custos indiretos e despesas operacionais


UNIDADE 06
SISTEMA DE CUSTOS E DE CUSTEAMENTOS

06.01 Conceito e Tipos de Sistemas - por Processo e Ordem de Produção

06.02 Sistema de Custeamento - Conceitos e tipos (Absorção, Direto e ABC)

Custeio Direto (ou Variável): É um método de custeio usado para alocação apenas dos
custos variáveis ao produto. Segundo Leoni "o sistema de custeio variável ou direto é
um método que considera apenas os custos variáveis de apropriação direta como custo
do produto ou serviço". Segundo Lopes de Sá (1990, p. 108) diz que o custeio variável é
"o processo de apuração de custo que exclui os custos fixos". Segundo Meglioni
"enquanto no custeio por absorção eles são rateados aos produtos, no custeio variável,
são tratados como custos do período, indo diretamente para o resultado igualmente as
despesas". A diminuição da necessidade de rateio deve-se ao fato de que no sistema de
custeio variável, são alocados aos produtos e/ou serviços, somente os custos variáveis e,
como na maioria dos casos, os custos variáveis também são diretos, não alocando os
rateios dos custos indiretos. Ele é usado para eliminar qualquer distorção na apuração
dos custos oriundos de problemas com rateios pois os custos fixos são tratados como
despesas.

Custeio por absorção (ou integral): O sistema de custeio por absorção é o sistema que
apura o valor dos custos dos bens ou serviços, tomando como base todos os custos da
produção incluindo os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. Segundo Meglioni, "o
custeio por absorção é o método que consiste em atribuir aos produtos fabricados todos
os custos de produção, quer de forma direta ou indireta. Assim todos os custos, sejam
eles fixos ou variáveis, são absorvidos pelos produtos."

Custo-padrão: são custos predeterminados, porém, diferentemente dos custos estimados,


são calculados com base em parâmetros operacionais, e utilizados em operações
repetitivas de produção, onde não compensaria calcular o custo individual de cada
repetição.

Sistema de Custo Padrão


O termo padrão possui inúmeros significados e várias implicações. Todos os custos
padrões são oriundos de uma pré determinação, porém nem todos os custos pré orçados
podem ser classificados como tal. Os custos padrões são estabelecidos segundo estudos
de engenharia e são cuidadosamente apurados, levando-se em conta o presente e o
passado. Para determinação dos custos padrões, há necessidade de seguir alguns
critérios:
- Seleção minuciosa do material utilizado na produção;
- Estudos de tempo e desempenho das operações produtivas;
- Estudos de engenharia sobre equipamentos e operações fabris.
Custos históricos obtidos através de gastos médios ou que não levem em conta uma
base científica do método de produção, não podem ser classificados como custos
estimados. O custo padrão sintetiza em seu valor o custo para se produzir um bem ou
serviço. A seguir são colocadas algumas definições que servirão para um melhor
entendimento do assunto.
- Padrão: Medida de quantidade, peso, valor e qualidade, estabelecida por uma
autoridade.
- Custo padrão: Valor do material, mão de obra ou gastos gerais de fabricação
cuidadosamente apurados, necessários a elaboração de um produto ou serviço.
- Método do custo padrão: No ramo contábil, compara os custos atuais com o custo
padrão, testando as justificativas possíveis para as variações ocorridas.
Dentre as vantagens deste sistema, considerou-se apenas as mais importantes:
- Controle e redução de custos;
- Promover e medir a eficiência do sistema produtivo;
- Simplificação dos processos de custo;
- Avaliação dos inventários.

Esta área científica é muito polêmica, por não se tratar, em geral de discussões e
controvérsias sobre critérios empíricos e não científicos, tendo assim uma elevada
margem de contestação. Os problemas econômicos se assemelham mais a medicina,
onde paralelamente ao empirismo consciente e experiente, são utilizadas técnicas
científicas.

Custeio ABC: A alocação dos custos indiretos são baseadas nas atividades relacionadas.

Sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC)


ABC é um sistema de custos que visa quantificar as atividades realizadas por uma
empresa, utilizando vetores (direcionadores), para alocar as despesas de uma forma
mais realista aos produtos e serviços. O princípio básico do ABC é que as atividades são
as causas dos custos, e os produtos incorrem nestes mesmos custos através das
atividades que eles exigem. O ABC, na prática, leva a um rastreamento de dados que
habitualmente não são considerados nos sistemas de custeio tradicionais, por extensão,
ele ajuda a redimensionar a mentalidade gerencial das empresas onde é aplicado. Este
método de custeio visa basicamente detectar os custos "ocultos" existentes para produzir
bens e serviços, porém auxilia no descobrimento de custos reais dos produtos e
processos, na análise mais precisa dos custos de administração e na aferição de
propostas mais competitivas em relação aos concorrentes.
Os sistemas convencionais de gerenciamento de custeio não permitem análises mais
consistentes quanto a problemas graves das empresas como retrabalhos de produtos
defeituosos ou gargalos de produção. Medir passo a passo o processo produtivo permite
a gerentes e supervisores a quantificação econômica de atrasos e ineficiências do
processo produtivo.

GECON: GECON ou modelo Gestão Econômica é um modelo de mensuração de custos


baseado em gestão por resultados econômicos. Também conhecido por Grid Economics
and Business Models Work.

Custo-meta: O custo-meta, também conhecido como Target Costing, é uma estratégia


de gestão de custos que, a partir do preço de mercado e de uma margem de lucro
desejada, estabelece um teto de custo para os produtos ou serviços.

06.03 Sistema de Custo Por Processo

06.03.01 Forma de apropriação dos custos

Sistema de Custo por Processo

O sistema de custeio por processo, adapta-se a empresas que possuam um sistema de


produção contínua, com processos consecutivos para produção de produtos
padronizados. Pode-se citar como exemplos, as empresas do ramo de eletrodomésticos,
produtos químicos, hospitais, etc.
Este processo difere muito do Sistema de Custo Por Ordem de Produção no que tange a
acumulação de custos. No Sistema de Custo Por Ordem de Produção, os custos são
acumulados previamente em ordens de produção, para posteriormente serem
aglutinados em seus departamentos produtivos. No sistema de custeio por processo, a
metodologia é inversa, pois primeiramente chega-se aos custos por processo ou
departamento, para posteriormente distribuí-los aos produtos que passam por estes
processos. Com isto, o cerne deste sistema passa a ser os centros de custo e não o
produto elaborado através de uma ordem de produção.

06.03.02 Tipo de atividade


06.03.03 Caracteristica,vantagens e desvantagens do Sistema

Características do Sistema

A seguir, apresenta-se as características mais relevantes deste sistema de custeio.


- Aplicação: São aplicados em empresas que possuam produção contínua e seriada, com
lotes de produtos padronizados.
- Acumulação: Os custos com material de consumo, mão de obra direta e custos
indiretos de fabricação são acumulados durante o processo produtivo nos departamentos
ou centros de custo.
- Custo de produção: Originam-se na acumulação dos custos dos diversos processos
produtivos, através de cinco etapas seqüenciais: fluxo físico (produtivo), unidades
equivalentes, fluxo monetário, custo total dos procedimentos e custo médio unitário. O
custo total de cada centro de custo ou departamento, dividido pela sua respectiva
produção, dará o custo médio unitário.
- Transferência de custos: Cada unidade produzida que passa de um processo anterior
para um seguinte ou para o estoque de unidades acabadas, leva consigo uma parcela do
custo total dos processos precedentes.
- Freqüência das apurações: Estas podem ser mensais, bimestrais ou trimestrais,
porém recomenda-se serem o mais freqüentes possíveis, pois proporcionam um perfil
atualizado da estrutura de custos, e permite uma tomada de decisão a nível gerencial
mais rápida e segura.
- Custo operacional do sistema: É um sistema de custeio menos burocrático do o que
apresentado anteriormente, devido ao menor número de detalhamentos e registros. Com
isto, ganha-se em tempo e economia de custos.

06.03.04 Fluxo Contábil

06.04 Sistema de Custo Por Ordem de Produção

Sistema de Custeio por Ordem de Produção


Este sistema, é característico de empresas que produzem sob encomenda, sejam estas
unitárias ou em lotes. Podemos citar como exemplos as empresas de construção civil,
tipografias, setor imobiliário, estaleiros e produtoras de filmes.

06.04.01 Forma de apropriação dos custos


Existem duas filosofias que norteiam os sistemas de custeio, que são:

A) Custear a produção por absorção;

O custo por absorção parte do princípio de que os custos e as despesas indiretas fixas
são adicionadas aos estoques e ao custo dos produtos vendidos.

B) Considerar somente os custos diretos.

Por sua vez, os princípios que norteiam a metodologia do custo direto não consideram
os custos indiretos como custos de produção. Estes custos são lançados nas planilhas de
produção como custos inaplicáveis ao processo produtivo, qualquer que seja o volume.

06.04.02 Tipo de atividade

Na verdade as duas filosofias utilizam-se de princípios diferentes para fazer os custos


indiretos chegarem ao produto. Uma agrega-os ao custo de produção, enquanto a outra
debita da receita de vendas estes custos, obviamente apresentando resultados distintos
nos balancetes de receitas e despesas.

06.04.03 Característica, vantagens e desvantagens do Sistema

Os sistemas de custeio podem ser classificados:


A) Quanto a natureza do processo produtivo
- Ordens específicas de produção: baseia-se na agregação dos custos
específicos de cada produto fabricado.
- Por série de produção : Tipo de produção baseada na fabricação de vários
produtos.
B) Quanto ao tipo de custo escolhido
- Históricos: tem como pressuposto principal a simplificação e contabilização
dos valores tais como ocorreram.
- Pré Determinados: Estes custos são estabelecidos antes de realizar a
produção, através de estudos de engenharia ou valores escolhidos como
amostra de um período.

06.04.04 Fluxo Contábil


Os custos acumulados de matérias-primas, mão-de-obra e custos indiretos de
fabricação, são computados a partir da emissão de uma ordem para produção de lotes de
um bem ou serviço.
Os resultados (lucro ou prejuízo) são rapidamente diagnosticados. Para isto, basta
subtrair do preço de venda os custos acumulados naquela ordem, não havendo
necessidade de ser feita uma apuração periódica dos resultados.
Os custos primários que incidem diretamente ao produto poderão ser obtidos logo que a
ordem esteja completamente concluída. Já os custos indiretos, só poderão ser
incorporados ao produto quando terminar o período contábil.

Todo esse processo de detectação e apropriação que caracteriza o sistema requer


frequentemente um grande número de pessoas dedicadas a este fim, fazendo com que os
fluxos de informações sejam inúmeros, principalmente na detectação do custo da mão-
de-obra, aumentando consideravelmente o seu custo operacional.
Neste sistema o formulário de ordem de produção é o centro nevrálgico, tendo como
objetivo principal apresentar e registrar os gastos com material direto, mão de obra
direta e uma estimativa dos custos indiretos relativos a unidade produzida. Devem estar
contidas no formulário de ordem de produção:
- Modelo e características do produto a ser fabricado;
- Data de emissão e término esperado, bem como estimativa dos custos indiretos de
fabricação;
- Locais distintos para registrar material direto e mão de obra direta;
- Resumo dos custos.

Outros Sistemas de Custeio

Os sistemas descritos anteriormente são os mais utilizados e comentados, porém


existem outros métodos de apuração de custos que merecem ser citados.

Estes serão apresentados a seguir porém não serão analisados em profundidade, o que
poderá ser feito junto a bibliografia citada, caso haja interesse.
A) Método das percentagens: É o mais antigo que se conhece. Parte da premissa que
atribui percentagens de algumas despesas sobre outras.
Exemplos: 1-Percentual de despesas gerais de fabricação sobre mão-de-obra.
2-Percentual de despesas gerais de fabricação somente sobre
mão-de-obra direta.
B) Método da hora/máquina: Este método parte do princípio "de baixo para cima",
não baseado em elementos contábeis e escriturais a serem distribuídos entre os produtos
fabricados. Calcula-se o custo horário de cada operação produtiva em cada máquina e o
tempo necessário para cada produto fabricado. Somando-se todos os elementos básicos,
a medida que os produtos passam pelas diferentes fases de produção, chega-se ao custo
total.
C) Método das equivalências: este método possui origem francesa, e está
fundamentado na quantificação da produção diversificada, porém similar, em uma única
unidade homogenizadora e equivalente que expresse toda a produção como sendo um
único produto. Os cálculos levam ao "coeficiente de equivalência", obtendo uma
produção total equivalente.
D) Método da unidade padrão de esforço (UEPs): Este método identifica a empresa
como concebida, com o objetivo básico de transformar matéria-prima e em produto
final. Para tanto, as unidades produtivas realizam um esforço de produção nesta
transformação. Este esforço, por sua vez, está associado a uma série de outros esforços
parciais, que são, esforço das máquinas e equipamentos, esforço material, esforço
humano e esforço utilidade.

UNIDADE 07
POLÍTICA E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

07.01 Introdução e Objetivo na formação do Preço de Venda


07.02 Estrutura de Custos versus Preço de Mercado
07.03 Formação do Preço de Venda
07.04 Análise do Preço de Venda e Retorno de Investimento

UNIDADE 08
ANALISE - CUSTOS - VOLUME - LUCRO (PONTO DE EQUILÍBRIO)

08.01 Introdução e Conceito do Ponto de Equilíbrio


08.02 Ponto de Equilíbrio Econômico e Financeiro
08.03 Abordagem Matemática
08.04 Aplicação do Ponto de Equilíbrio no gerenciamento dos custos
08.05 Analise e Viabilidade de Produto através do Ponto de Equilíbrio
08.06 Demonstrativos de Resultado e Analise do Ponto Critico
08.07 Análise e viabilidade de produtos através do Ponto de Equilíbrio

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
COGAN, Samuel, - ABC - poderosa estratégica empresarial, São Paulo: Pioneira, 1994
Crepaldi, Silvio Aparecido -Curso Básico de Contabilidade de Custos - Editora Atlas,
1999

BIBLIOGRAFIA DE APOIO

lnstítuto Brasileiro de Contadores Curso sobre Contabilidade de Custos - Editora Atlas -


1992
ludicibus, Sérgio de Analise de Custos - Editora Atlas.1988
Leone,George Sebastião Guerra -Custos com Enfoque Administrativo - 2 volumes -
Editora Fundação Getulio Vargas.-1998
Leone,George Sebastião Guerra Custos - Planejamento, Implantação e Controle -
Editora Atlas.-1996
Leone,George Sebastião Guerra Contabilidade de Custos (Abordagem do Sistema
ABC) - 2 volumes - Editora Atlas.-1997
Lima, José Geraldo de Custos (Calculo, Sistemas e Analises) - Editora Atlas.
NAKAGAWA, Masayuku- Custeio Baseado em Atividades, São Paulo: Atlas, 1994
Matz, Adolfo,Othel J. Curry e George W. Frank Contabilidade de Custos - 3 volumes-
Editora Atlas.-1978
Martins, Eliseu Contabilidadede Custos - (Abordagem do Sistema ABC) - Editora
Atlas.-1996
Kaplan, Roberto S. e Cooper, Robin Custo e Desempenho - Editora Futura - 1998
Araújo, Carlos Roberto Vieira Matemática Financeira - Editora Atlas.1991
Cordeiro, José Bernardo Filho Estrutura e Analise Demonstrações Contábeis - Editora
Record.1989
Guia da Ernst & Youg - Gestão Total dos Custos - Editora Record .1993
Santos, Joel José dos Santos Formação de Preços e Lucro Empresarial - Editora
Atlas.1992
Valter, Milton Augusto Demonstrações Financeiras - Enfoque Gerencial-2 volumes -
Editora Saraiva.1981

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