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Jairo Faria, Juliana Mendes, Jussara Sousa e Leyberson Pedrosa

Apostila desenvolvida com orientação do


Professor Fernando Oliveira Paulino,
coordenador da iniciativa “Trilhas Sociais -
Cultura, Saúde, Educação Ambiental e
Comunicação” do Projeto de Extensão de
Ação Contínua Comunicação Comunitária
da UnB com apoio do Proext Cultura do
Ministério da Cultura em 2008

Ministério da Cultura

Brasília / DF

02
Coordenador François Montier Elias Duarte Michael Douglas Martins Freitas
Fernando Oliveira Paulino Gabriel Cattapreta Éliton Severo Michael Roston
Guilherme Rosa Emilly Campelo Murillo Rodrigues
Subcoordenadores João Queirolo Erick Vinicius Lima da Silva Noêmia da Silva Passos
Leonardo de Souza Fabiano Tavares Gomes Paulo César G. B.
Gabriela Goulart
Luísa Picanço Fábio de Sousa Pedro
Marcelo Bizerril
Marina Watanabe Fábio Henrique da Silva Pedro Gaia
Marilucia Picanço
Matheus Senna Felipe Gomes Rafael da Silva
Nina Laranjeira
Mayara Alexandre Bruno Flávia Lima Rafael Estiano dos Santos
Regina Coeli Carvalho Alves
Murilo Bastos Gleyton da Silva Raíssa Sampaio
Thaïs de Mendonça Jorge
Núbia de Castro Graziela Diniz Sousa Rangel
Renata Barreto Henrique dos Santos Pereira Raquel Rodrigues
Pesquisadores Humberto Nascimento Raquel Rodrigues Ferreira
Juliana Mendes Isabella Martinez Raul da Silva Souza
Leyberson Pedrosa Participantes
Jackson Rodrigues Rayane
Marcelo Arruda Adones Alves
Jaime Matos Reinan
Alberto Santos
Janaína Barros Ricardo Castro
Estagiários Alexandre Ciconello
Janara Brito Rildo dos Santos
Aléxia Oliveira
Daniel Souza Jean Pierre Rodrigo Carlos
Aline Bocki
Ícaro Alexandre Pereira Jefferson dos Santos Rubens Fava
Amanda Rafaela Nogueira França
Jairo Faria Jéssica Moreira Sarah Cândido
Ana Ferreira
Jussara Sousa Jhonatas Martins Tamara Pereira
Anderson Campos M.
Ludmila Gualberto Andrade Johnny Alves Tayline Bispo
André Júnior
Michelle Coutinho Jonathas Rodrigues Tayrone Rolim
André Melo
Osíris Reis Jorge Marques Thiago dos Santos
Bianca Wanderley
Rebeca Cavalcanti José Acácio dos Santos Costa Vanessa Joelma
Caírba Costa Pereira
Juan Nascimento Wilson Ximenes
Carmen Pereira da Silva
Equipe de Caroline Lopes
Juliana Cirilo Viana
Comunicação Comunitária Juliana Franco Ramos Autores
Chaione
Ana Elisa Santana Kákyla Jairo Faria
Cleber Batista de Almeida
Ana Rita Cunha Karen Juliana Mendes
Cleudimar Bispo dos Anjos
André Reis Karla Gonçalves Jussara Sousa
Cindy Mousinho
Andressa Anholete Laiane Andréa da Silva Leyberson Pedrosa
Cynthia Tibério
Bárbara Lins Laryssa
Daniela Lopes
Cândida Luger Layane Santos Revisão
Danielle Antunes
Cyntia Dutra Luara Barros
Danilson de Sousa Bárbara Lins
Eduardo Rodrigues Lucas de Souza Marquez
David Ferreira Souza Gabriela Goulart
Emídio Monteiro Marcos Freitas
Delmo B. Monteiro Fernando O. Paulino
Emília Silberstein Marcos Sobrinho
Denise Maria Santos Bonfim
Fábio Lobato Maria de Fátima Leidiane de Souza
Diego de Melo Diagramação
Felipe Cardia Martinelli da Silva
Diego Santos Damaceno Felipe Nardeli
Flávio Forini Meirian Aparecida dos Santos

03
Agradecimentos
Faculdade de Comunicação
da Universidade de Brasília - FAC/UnB
Instituto de Estudos
Socioeconômicos - INESC
Fundação de Empreendimentos
Científicos e Tecnológicos - FINATEC
Fundação de Apoio
à Universidade Federal
de São João Del-Rei - FAUF
Petrobrás
Ministério da Cultura

2008
www.unb.br/fac/comcom

Ao Professor
José Fonseca Ferreira Neto

04
Sumário Sumário

Abertura - Comunicação Comunitária na prática .............................................. 07


Dicas para preparação da oficina ..................................................................... 10
Roteiros de oficinas ........................................................................................ 10
(Des)construindo conceitos .......................................................................... 11
Você é o que você come ................................................................................ 12
Rap e Repente .............................................................................................. 13
Eu faço vídeo ................................................................................................. 13
Roteiro audiovisual ......................................................................................... 14
Comunicação para Participação .................................................................... 14
Introdução - A Comunicação em que acreditamos: .......................................... 16
Discutindo Conceitos ..................................................................................... 18

Saúde no cotidiano ......................................................................................... 19


Promoção da Saúde ................................................................................. 19
Hábitos Alimentares Saudáveis ................................................................ 20
O que é Segurança Alimentar e Nutricional? .............................................. 21
Comunicação no cotidiano ........................................................................ 21
Educação ambiental no cotidiano ............................................................. 21
O que é meio ambiente? ........................................................................... 21
Saúde e meio ambiente ............................................................................ 22
Consciência Ecológica .............................................................................. 23
Cultura no cotidiano .................................................................................. 23
Preconceito cultural ................................................................................. 24
Cultura e Música ...................................................................................... 25
Juventude no cotidiano ............................................................................ 25
Demandas da Juventude .......................................................................... 16

Meios de comunicação trabalhados nas oficinas ............................................. 28


Rádio ........................................................................................................ 28

05
Recursos do rádio ..................................................................................... 30
Spot, vinheta e jingle ................................................................................ 30
Roteiro ..................................................................................................... 30
Gravação ................................................................................................. 32
Equipamento ............................................................................................ 32
Locução ................................................................................................... 33
Ambiente ................................................................................................. 33
Edição ...................................................................................................... 33

Como usar o Audacity .................................................................................... 34


Vídeo ....................................................................................................... 36
O que é audiovisual? ................................................................................. 36
Aprendendo na tela ................................................................................... 36
Recursos de vídeo ..................................................................................... 37
Plano, enquadramento e movimentos de câmera ...................................... 37
Argumento, roteiro e storyboard ............................................................... 38
Gravação .................................................................................................. 39
Equipamento ............................................................................................ 39
Enquadramento ....................................................................................... 39
Ambiente ................................................................................................ 39
Edição ...................................................................................................... 41

Como usar o Adobe Premiere ......................................................................... 41


Animação ................................................................................................ 43
Como fazer animação com massinha ou desenho ..................................... 45
Como fazer animação no computador ........................................................ 46
Como usar o Sothink ................................................................................ 47

06
Comunicação Comunitária na Prática

Histórico - Depois de criar a Rádio Laboratório de Comunicação Comunitária


(Ralacoco), em 2002, estudantes e professores da Faculdade de Comunicação da
Universidade de Brasília perceberam que poderiam dar continuidade à proposta
de expansão das atividades de comunicação para além dos muros acadêmicos.
Foi criada, então, a disciplina Comunicação Comunitária, inicialmente conectada
às atividades de melhoria da qualidade de vida da comunidade do Varjão do Torto,
localidade de baixa renda no Distrito Federal que iniciava o processo de
constituição do Fórum de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS).

De 2002 a 2008, os estudantes da disciplina também desenvolveram atividades


nas quadras residenciais 115 norte e 314 norte, e na comunidade remanescente
de Quilombo Mesquita, próxima à Cidade Ocidental-GO. Em 2007, o trabalho do
grupo de Comunicação Comunitária se concentrou em Planaltina, a partir de uma
parceria com o campus da Universidade de Brasília nessa cidade.

Envolvimento - Por meio das atividades de Comunicação Comunitária


propostas pela Universidade de Brasília, estudantes de graduação e pós-
graduação estabeleceram vínculos com moradores das diferentes comunidades
do Distrito Federal e passaram a trabalhar juntos no desenvolvimento de
programas de rádio, vídeos, animação, jornais escolares, panfletos e cartazes
sobre temas de relevância para o desenvolvimento local.

Além dos professores do quadro regular da universidade, a disciplina também


conta com estudantes do mestrado em Comunicação que ingressam neste
projeto como prática de ensino orientado.A iniciativa também conta com o apoio
de professores dos cursos de Medicina, Biologia, Nutrição e Ciências Naturais
durante a proposição e planejamento das aulas e oficinas. Essa atuação de
docentes de diferentes áreas permite a experimentação de novas bases teóricas
utilizadas como referencial para o andamento dos trabalhos.

07
Jornalistas, publicitários, cineastas e cientistas políticos ex-alunos da UnB ou
integrantes do projeto de rádio Ralacoco também participam das atividades
como colaboradores, o que garante a continuidade do projeto. Com eles, surgem
novas perspectivas a serem exploradas pela disciplina: comunicação e saúde,
comunicação e cultura, comunicação e novas tecnologias.

Gradativamente, percebeu-se a necessidade de aumentar o apoio institucional


da universidade às atividades de Comunicação Comunitária. Em 2007, a
disciplina foi registrada, então, como Projeto de Ação Contínua de Extensão, o
que viabilizou a obtenção do transporte, a participação de bolsistas e a
concorrência em editais. Essa mudança foi fundamental para garantir a
sustentabilidade da iniciativa.

No mesmo ano, o projeto de Comunicação Comunitária da UnB se inscreveu no


Proext do Ministério da Cultura e foi selecionado para desenvolver ações de
promoção da saúde, meio ambiente e cultura em suportes de comunicação. A
seleção garantiu a obtenção de equipamentos e recursos necessários para as
atividades.

Em seguida, iniciaram-se as atividades do Projeto “Trilhas Sociais Cultura,


Saúde, Educação Ambiental e Comunicação” implementado pela UnB com o
apoio do Ministério da Cultura e Petrobras. O projeto foi desenvolvido com
estudantes do Centro de Ensino Médio 2 de Planaltina. Aproximadamente 30
alunos reuniram para as primeiras atividades. Além desses participantes, durante
a fase de produção e gravação dos spots de rádio e vídeos, juntaram-se ao grupo
15 jovens de grupos culturais do Varjão. Também houve a contribuição de um
jovem da Ceilândia e de 15 estudantes do Guará em uma oficina específica
realizada em sua escola. A partir do primeiro semestre de 2008 as atividades se
expandiram para universitários dos cursos de Gestão de Agronegócios e Ciências
Naturais do campus avançado da UnB em Planaltina.

Produtos - O projeto Trilhas Sociais propôs a criação e distribuição de kits


audiovisuais com o material de vídeo, rádio e animação produzido durante as

08
oficinas, s oficinas e assim buscou ampliar o acesso dos jovens a novos canais de
comunicação que garantam o diálogo sobre promoção da cultura, saúde e meio
ambiente. Esta é uma iniciativa que estimula a criação de novas linguagens
audiovisuais que ampliam e diversificam as possibilidades de participação social
da juventude. O projeto também estimulou a responsabilidade social dos
estudantes e promoveu a geração do capital social por meio do encontro da
universidade com as comunidades.

09
Dica: Preparando as Oficinas Mão na massa
Alguns elementos podem ajudar a quebrar o gelo
entre os participantes. Uma dica é propor a criação
Antes de escolher as atividades a serem
de produtos como parte das atividades.. Lembre-se
desenvolvidas durante as oficinas de comunicação,
que a palavra oficina implica “colocar a mão na
atenção para alguns detalhes fundamentais para
massa”. A tecnologia hoje está mais acessível, o que
garantir a participação da turma:
permite a produção, durante as atividades, de áudios
para rádio, vídeos e animação. Se você tiver uma
Perfil do grupo câmera mini-DV ou uma mesa de som, ótimo. Mas
se esses recursos estão distantes, use o velho
Antes de iniciar uma oficina de comunicação com gravador de som com fita cassete, ou celular com
base na metodologia descrita nesta cartilha, é gravadores de vídeo.
importante adequar as atividades ao perfil dos
participantes, segundo sua idade, sua experiência
em outras atividades de comunicação, onde vivem e
Avaliação
estudam. A idéia é tornar a oficina mais atrativa,
aproveitando o conhecimento e os interesses dos Ao final, não se esqueça de avaliar a atividade,
participantes. perguntando também a opinião dos participantes. A
avaliação é o momento de compartilhar diferentes
Interação perspectivas e de melhorar a oficina para o futuro.

Além de considerar a realidade dos participantes, é Roteiro das Oficinas


preciso se informar sobre a quantidade de pessoas
que estarão presentes e o tempo disponível para No projeto Trilhas Sociais, as oficinas de
oficina. Mesmo se o tempo for curto, é importante comunicação foram elaboradas para que estudantes
criar uma dinâmica que estimule a troca de opiniões da Universidade de Brasília e jovens moradores de
e conhecimentos, sem limitar as atividades a uma Planaltina utilizassem a linguagem de rádio, vídeo e
palestra em que apenas um fala e os outros animação para discutir temáticas ligadas à saúde,
escutam. cultura e meio ambiente. No Distrito Federal, as
atividades contribuíram para a inclusão e
mobilização social de jovens, que passaram a

10
interagir com grupos locais envolvidos em projetos Desenvolvimento: Primeiro passo: antes de iniciar as
de preservação do meio ambiente, resgate da atividades, os oficineiros devem explicar o projeto,
cultura regional e democratização da comunicação. enfatizando seus objetivos e produtos finais
esperados. As datas do cronograma devem estar
Essa experiência pode servir de modelo para a sempre visíveis, seja no quadro-negro ou na
promoção de atividades de comunicação cartolina. Depois da apresentação, é importante que
comunitária em escolas, projetos sociais e os participantes tenham tempo para fazer perguntas
universidades de diferentes regiões. Para que essa e sugestões. Em seguida os facilitadores pedem aos
metodologia seja disseminada, avaliada, adaptada, jovens que escrevam, em um parágrafo, suas
disponibilizamos a seguir os roteiros das atividades expectativas sobre o projeto. Se houver tempo,
desenvolvidas no Distrito Federal. Ao compartilhar esses textos podem ser lidos em voz alta, sem
essa experiência, lembramos que essa proposta identificar o autor. Esse material deve servir de
testada nas oficinas ainda está aberta à possíveis subsídio para adequar a oficina ao perfil dos
transformações. Você pode contribuir para aprimorar participantes. Se o projeto for implementado em um
essa metodologia, propondo novas atividades e período mais longo, superior a um mês, é
testando novas linguagens. Não tenha medo de interessante para os jovens receberem de volta os
ousar! textos sobre suas expectativas e utilizá-los para
avaliar as mudanças ocorridas.
Oficina: (Des)construindo conceitos
Apresentação: Os jovens são divididos em grupos de
seis pessoas no máximo (dependendo do número
Objetivo: Apresentar o grupo e o projeto, definir em
total de participantes) e simulam um programa de
conjunto os temas trabalhados, questionar
entrevista em que um jovem entrevista o outro sobre
conceitos preexistentes e compartilhar
sua relação com o ambiente (casa, escola, parque,
conhecimentos sobre o tema.
espaço de lazer, etc.). A apresentação pode ser
gravada para momento futuro da oficina (quando
Material Necessário: Cartolina ou quadro-negro,
forem explicadas as noções de edição de vídeo, por
pequenos pedaços de papel, canetas, fita crepe ou
exemplo).
adesiva, elementos cenográficos para a simulação
de um programa de entrevistas (talk show), câmera
Debate: Selecione um material capaz de motivar a
de vídeo. Duração: 4 horas
discussão sobre os temas centrais do projeto
(saúde, comunicação, meio ambiente, cultura e

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juventude). Sugerimos o vídeo Juventude e Direitos símbolo “+” e outra com o “-”). Deixe todas as
Humanos, produzido pela Associação Imagem embalagens vazias no meio do cômodo e peça para
Comunitária (www.aic.org.br). Após a exibição do os participantes selecionarem, pelas informações
vídeo, em grupos, os jovens recebem fragmentos de disponíveis nas embalagens, os produtos que
textos sobre temas relacionados à juventude. comprariam (colocar na caixa “+”) e não
Recomendamos o uso das pesquisas publicadas comprariam (colocar na caixa “-”) no supermercado.
pelo Projeto Juventude, do Instituto Cidadania Durante a atividade, os jovens podem fazer
(www.projetojuventude.org.br). A partir da leitura perguntas sobre os nomes descritos nas tabelas
desse material, cada grupo deve escrever um dos nutricionais (gordura hidrogenada, porção diária,
seguintes conceitos relacionados à juventude: Meio sódio, etc.). Portanto, é conveniente garantir a
Ambiente, Saúde, Cultura e Comunicação. Os participação de um(a) estudante ou profissional da
participantes apresentam seus conceitos para os área de saúde para esclarecer essas dúvidas.
outros grupos e colam os papéis na parede para Quando as caixas estiverem cheias, os participantes
montar a “árvore de conceitos”, que estabelece a apresentam suas escolhas e explicam seus motivos.
relação e possível hierarquia entre os temas. O(A) estudante ou profissional de saúde pode
comentar as escolhas e fazer questionamentos aos
Oficina: Você é o que você come participantes.
Para complementar a atividade, os participantes
Objetivo: Descobrir as informações nutricionais podem sugerir formas mais claras e compreensíveis
presentes nas embalagens de alimentos, de apresentar a informação nutricional nas
contribuindo, assim, para um consumo consciente. embalagens de alimentos. Os facilitadores podem
Refletir também sobre a relação existente entre estimular que os participantes utilizem os Serviços
nutrição e meio ambiente. de Atendimento ao Consumidor (SAC) para
expressar suas sugestões. A idéia é que os
Material Necessário: Muitas embalagens vazias de participantes comentem como foi o contato com as
alimentos (leite, refrigerante, bolacha, chocolate, empresas de alimentos no próximo dia da oficina.
barra de cereal, etc.); Caixas de papelão cobertas e O segundo momento das atividades inclui um debate
com os símbolos “+” e “-”. Duração: 2 horas sobre a relação entre os alimentos e o meio
ambiente. Cada participante deve escolher uma
Desenvolvimento: Se houver muitos participantes, embalagem da caixa “+” e explicar o impacto
dividir em grupos de aproximadamente 8 pessoas. daquele recipiente no meio ambiente. Também é
Cada grupo recebe duas caixas cobertas (uma com o importante questionar os participantes sobre

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possíveis atitudes a serem adotadas para diminuir de cordel). Pede-se aos participantes que apontem
esse impacto. Uma proposta é estimular ações para trechos que considerem interessantes e expliquem
reduzir, reutilizar e reciclar as embalagens. suas escolhas (localização da frase, figuras de
linguagem, mais de uma voz, sons além da música,
Oficina: Rap e Repente etc.). Os facilitadores devem anotar o que os jovens
falam em uma cartolina ou quadro-negro.
Objetivo: Refletir sobre elementos necessários para Essas anotações serão utilizadas posteriormente
o roteiro, gravação e edição de spots de rádio. para explicar a estrutura dos spots de rádio. É
Relacionar este produto de comunicação à cultura importante destacar o uso de sons além da voz para
dos jovens. criar o “clima” do ambiente (como barulhos de
talheres em um restaurante). Então, explique como
Material Necessário: Letras de música de rap e se faz um roteiro (indicando a locução, música de
repente (ou cordel) impressas; cartolina ou quadro- fundo e sons) e dê uma idéia geral de edição. Os
negro; caneta; aparelho de som; CD com exemplos jovens devem formular spots sobre um dos temas:
de música de rap, repente e spots de rádio; laptop saúde, meio ambiente, comunicação e cultura. Os
com microfone e programa para edição de som spots devem ser gravados e editados,
(recomendamos o software livre Audacity). preferencialmente pelos jovens, utilizando
Duração: 4 horas programas como o Audacity.

Desenvolvimento: Os oficineiros apresentam o rap e Oficina: Eu faço vídeo


o repente para os jovens, pedindo exemplos e
opiniões. Os exemplos ilustram como a música pode Objetivo: Explicar as diferenças dos planos usados na
ser utilizada como instrumento de reivindicação e gravação de vídeos e praticar a edição de vídeo.
divulgação de acontecimentos históricos ou
notícias. Para subsidiar a atividade, sugerimos uma Material Necessário: Aparelho de DVD e televisão;
breve pesquisa nos sites da Academia Brasileira de DVD montado com vários trechos de vídeos
Literatura de Cordel (www.ablc.com.br), e conhecidos: diferentes histórias em quadrinhos
Wikipédia, onde podem ser consultados os verbetes (HQs) com seus quadrinhos recortados, separados e
Repente (http://pt.wikipedia.org/wiki/Repente) e misturados. Duração: 2 horas
Rap (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rap).
Os jovens são divididos em grupos e recebem uma Desenvolvimento: Em um primeiro momento, os
letra de música de rap e outra de repente (ou texto oficineiros passam cenas diferentes de vídeos

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conhecidos para explicar os planos. Sugerimos que de todos os tempos? Que elementos visuais se
seja enfatizada a sensação causada por diferentes tornam atrativos em um filme? O que faz uma história
planos e como o uso de vários planos pode gerar interessante? Que surpresa marcou você nas
ritmo e movimento na história. Fale sobre o plano histórias dos filmes de que mais gosta? Sugerimos
geral, de conjunto, americano, médio, próximo, colocar alguma música para tocar enquanto os
close-up e detalhe. Se houver tempo, também vale a jovens circulam pela sala preenchendo as cartolinas
pena pesquisar sobre movimentos de câmera. com suas respostas. Depois, leia as respostas que
Depois, os participantes se dividem em grupos e estão nas cartolinas em voz alta e peça para os
recebem pedaços misturados de histórias em jovens comentarem suas opiniões. Fale sobre os
quadrinhos. A proposta é que construam sua própria elementos de um roteiro, a importância de pensar o
história com cenas distintas. Depois, eles cenário e construir os personagens (características
apresentam a história e explicam sobre o processo físicas e psicológicas), o papel da reviravolta e a
de pensar a linha lógica (começo, meio e fim). necessidade de que a história faça sentido para o
Estimule-os a falar dos planos em que se encontram telespectador (começo, meio e fim).
os personagens desenhados nos quadrinhos. Ao Entregue um modelo de argumento, roteiro e
final, os oficineiros devem relacionar o processo de storyboard para os jovens. Destaque a função do
construção da história em quadrinhos com o da storyboard para facilitar a montagem da história por
edição, cujo objetivo é criar o sentido e tornar mais conter elementos visuais. Por fim, peça que os
atrativo o material bruto de uma gravação. participantes criem um storyboard de cenas já
gravadas que poderão ser editadas por eles em outra
Oficina: Roteiro audiovisual oficina.

Objetivo: Apresentar a estrutura de roteiro de vídeo Oficina: Comunicação para Participação


para os jovens participantes.
Objetivo: Estimular a participação por meio da
Material Necessário: cartolinas e canetas, modelo criação de veículos alternativos de comunicação.
de argumento, roteiro e storyboard, gravações de
vídeo. Duração: 2h Material Necessário: Jornais; Tesouras; Cartolina e
canetas; Exemplos de fanzine, jornal de grêmio,
Desenvolvimento: Inicialmente, são dispostas cartazes e cartilhas; Folhas em branco; Fotocópias.
cartolinas com canetas espalhadas pelo chão. Cada Duração: 4 horas
cartolina possui uma pergunta: Qual o melhor filme

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Desenvolvimento: Os oficineiros distribuem jornais panfleto feito de última hora.
para os participantes e pedem que eles recortem Os jovens são divididos em grupos e cada um fica
notícias sobre mobilização ou reivindicações da responsável por fazer uma página da cartilha. Os
sociedade ao poder público. Depois, eles grupos apresentam suas folhas de cartilha e a turma,
apresentam a notícia e apontam os aspectos da como um todo, decide onde a folha entra para
comunicação que possam estimular a mobilização montar uma só publicação. Esta cartilha pode ser
dos leitores (sugestões de ação na matéria, contatos fotocopiada e distribuída na escola, bairro, quadra de
para quem quer participar, aspas de pessoas com lazer, etc.
diferentes perspectivas para entender o assunto,
fotos com pessoas, etc.). A medida que os jovens
falam, um oficineiro anota tudo em uma cartolina ou
quadro-negro. A partir desses comentários, os
oficineiros apresentam alguns exemplos de produtos
de comunicação elaborados com o intuito de
estimular a participação dos leitores (fanzine, jornal
de grêmio, cartazes, etc.).
Os facilitadores pedem para que os jovens façam um
plano para escrever uma cartilha de mobilização. Os
participantes devem listar que eles listem qual o
objetivo central, as estratégias e ações necessárias.
Por exemplo, se o objetivo de um aluno é passar de
ano, ele pode estudar mais (estratégia 1) ou prestar
mais atenção na aula (estratégia 2). Assim, as ações
podem ser: ler jornal todo dia e depois debater temas
com professores e colegas. Os oficineiros
apresentam várias cartilhas e estabelecem algumas
características da publicação que será criada
durante a oficina (sempre pedir para os participantes
complementarem as qualidades):
- Ser claro, objetivo e direto.
- Usar linguagem simples, de fácil acesso.
- Aliar texto à imagem. Setas, desenhos e espaços
em branco fazem a cartilha fugir do aspecto de

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A Comunicação em que acreditamos: comunicação, mais somos incitados a falar. O
Qual delas, como consegui-la e como utilizá-la? exemplo disso está no dia-a-dia. Não dá para
imaginar que fiquemos calados durante uma partida
Comunicar implica diálogo. Não dizemos isso por de futebol. Independente do narrador televisivo,
dizer. O educador Paulo Freire relatou esse conceito torcemos, vibramos e reclamamos da atuação do
em muito dos seus livros. Recentemente, o jornalista nosso time. Na hora da novela então.... O roteirista
Eugênio Bucci abordou o mesmo assunto no seu possui na cabeça o trajeto ideal de seu personagem.
artigo “Comunicação é Diálogo”¹. Ele defende que Mas não existe uma alma viva que não participe,
“comunicar é justamente tecer o sentido comum(...) mesmo inconscientemente, da história do mocinho
é buscar pontes de entendimento. É dialogar”. e do vilão. E ainda têm quem se chateia se dizemos
que aquilo tudo é de mentirinha.
Em vez de apenas recebermos informação, podemos
dialogar de forma horizontal e construir idéias. Não Contudo, a história das nossas vidas não pode ser
há como sermos passiv@s diante do nosso direito contada apenas por roteiristas contratados. Somos
de trocar opiniões. Não é à toa que existam nós que a narramos diariamente. E, para isso,
movimentos de defesa pelo Direito à Comunicação. precisamos de instrumentos que coloquem nossas
São coletivos, fóruns e entidades que cansaram de visões de mundo em evidência. Existem vários
ver poucos se colocando como os comunicadores, caminhos possíveis. Alguns chamam esses
enquanto a maioria da população não pode nem percursos de empoderamento dos meios de
contra-argumentar. Esse movimento luta contra o comunicação pela população. Outros falam que é a
monopólio midiático, que é basicamente o dinheiro democratização da comunicação. Nesse texto,
comprando equipamentos, comprando mercado, vamos dar o nome a esse caminho de Comunicação,
comprando equipes e ocupando, melhor, invadindo, simples assim e com a letra C maiúscula. Uma
os espaços de voz na sociedade. Assim mesmo, no Comunicação na qual temos a possibilidade de
gerúndio, em uma ação contínua para que somente produzir e veicular nossos próprios conteúdos. Seja
alguns tenham o controle da situação vigente e da pelo rádio, pela televisão, internet ou por qualquer
comunicação. outro meio que exista ou que ainda será inventado
por nossa imaginação.
Comunicação com C maiúsculo

O monopólio é uma faca de dois gumes: enquanto


alguns tentam restringir o nosso direito à

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Mapa dos meios câmera fotográfica com caixa de fósforo. E tem
gente que faz vídeo com celular e rádio pela internet
Até o momento, falamos do entendimento da com conexão discada.
Comunicação como: diálogo, produção,
participação, decisão. Mas ainda não citamos os Poder transformador
meios para se obter esse direito. Por isso, vamos
mapear alguns deles. Historicamente, saúde, moradia, transporte e
alimentação foram considerados direitos básicos de
Um primeiro meio está na implementação de uma cada cidadão ou cidadã garantidos pela própria
Política Pública Nacional de Comunicação construída constituição. A Comunicação também deve ser
para e pelos próprios interessad@s em se compreendida como direito fundamental, pois é na
Comunicar. Ou seja, basicamente, tod@s nós. Uma Comunicação que encontramos espaço de tornar
política que interfira no atual modelo de concessão público o que pensamos. É também espaço
de tevê, rádio, e que nos permita mais espaços nos estratégico para criarmos.
veículos de produção de conteúdo.
É um espaço maior ainda para reivindicar e lutar por
Outro meio está na nossa ação direta de produzir tantos outros direitos garantidos, mas ainda não
novas mídias e de nos apropriarmos das tecnologias. cumpridos. Voltemos a Paulo Freire, que afirma que a
Podemos mudar o mundo com o uso da tecnologia se educação é um processo de troca, um processo
a compreendermos no seu conceito original: a arte comunicativo, no qual aprendemos quando
de pensar. Esse significado ajuda inclusive a dialogamos. Nessa mesma linha de raciocínio,
diferenciar a técnica da tecnologia. Uma câmera conquistamos mais saúde quando usamos da
pode ter mil botões, mas é aprendendo como apertar Comunicação para colocar a boca no trombone e
os botões certos que conseguiremos desmistificar o denunciar as irregulares. Não à toa, a Comunicação
seu uso e aplicá-la de forma criativa. Reaprender e com C maiúsculo em que acreditamos é, por
usar os equipamentos a nosso favor é algo que pode essência, permeável e capaz de tornar todos os
ser feito por qualquer pessoa. outros direitos comuns a tod@s.

Contudo, há um entrave: a dificuldade de acesso às * o @ é utilizado em algumas palavras para se referir


tecnologias de produção. Nem sempre os a todas as pessoas, independente de gênero.
equipamentos são baratos e fáceis de conseguir. Por Poderia ser escrito também, no caso da palavra
isso, precisamos reciclar, reutilizar e democratizar o todos, com x, todxs, ou usando os dois gêneros,
uso de técnicas e tecnologias. Tem gente que faz todos e todas.

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Discutindo Conceitos inteligência de uma ou outra parte. Para ser
compreendida, a mensagem precisa fazer parte da
realidade de quem a transmite e de quem a recebe.
Antes da elaboração das oficinas do Projeto Trilhas
Os comunicadores não possuem idade específica.
Sociais, o grupo de Comunicação Comunitária
São velhos, crianças, adultos ou jovens. Aliás, a
pesquisou alguns conceitos-chave ligados à saúde,
comunicação permite a educação. Aprendendo a
nutrição, educação ambiental , cultura e também à
nos comunicar, também estamos aprendendo a
comunicação para subsidiar o debate durante as
conviver com as outras pessoas.
atividades. O levantamento dessas informações foi
É muito importante que crianças e jovens tenham
fundamental para a definição dos temas trabalhados
contato com várias formas de comunicação. Eles
nas oficinas. O projeto procurou então agregar o
podem e devem atuar como produtores de
conteúdo específico da área de comunicação aos
comunicação, e não só como receptores de
conceitos de promoção de saúde, hábitos
informação. Quando os jovens se comunicam,
alimentares saudáveis, segurança alimentar e
passam a ter outra visão sobre as questões que os
nutricional, educação ambiental, reciclagem,
envolvem e o contexto em que vivem. Assim, podem
preconceito cultural, cultura, música e juventude,
propor os temas que lhes interessam e discuti-los
descritos a seguir.
com a sociedade.
Além de sermos receptores de mensagens, também
Comunicação no cotidiano é importante que sejamos transmissores. Todo
mundo pode transmitir informações desde a forma
O conceito mais básico da comunicação é a troca de mais simples, como por um simples olhar, ou por
mensagens por um ou vários meios. Qualquer um meios sofisticados, como computadores com
pode e deve se comunicar. Aliás, nos comunicamos acesso a Internet.
desde o momento em que começamos a existir. A O uso da comunicação pode ter diversas finalidades.
mensagem transmitida do feto dentro do útero para Podemos nos comunicar para cumprimentar um
sua mãe já é uma forma de comunicação. Assim amigo, para pedir uma caneta emprestada na sala de
como um gesto, um beijo, um desenho em grafite, aula, para alertar um passante sobre o buraco logo
um recado no orkut ou um latido de cachorro. em frente ou para dizermos o que pensamos num
Qualquer maneira de se comunicar é bem-vinda. No debate, por exemplo.
espaço da troca de idéias só existe uma regra: um Também podemos utilizar a comunicação para
deve entender o que o outro quer transmitir. E esse mudar o contexto em que vivemos. Para que isso
entendimento não está relacionado com a aconteça, precisamos estimular a aproximação com

18
quem tem os mesmos interesses que nós. Afinal, a comunidade se expressar. A Ralacoco, assim como
comunicação não é simplesmente a expressão do outras rádios do rizoma Radiolivre.org, dá
pensamento de um só indivíduo. Um grupo de oportunidade àquelas e àqueles que querem se
pessoas ou uma comunidade mobilizada tem expressar e não conseguiriam fazê-lo pelos meios
capacidade para mudar muita coisa por meio da comerciais.
comunicação. Para manifestar seus interesses Além do rádio também podemos nos manifestar de
comuns, essa comunidade pode montar, por outras maneiras. Grupos de Hip Hop são um exemplo
exemplo, uma rádio e fazer com que pessoas que de manifestação de seus interesses com música
antes eram receptoras comecem a se expressar. (Rap e DJ), desenho (grafite) e dança (Break).
O desenvolvimento de um veículo de comunicação Os exemplos acima mostram que é possível fazer
comunitário cria mecanismos que podem possibilitar valer seus interesses por meio da comunicação e
a maior expressão cultural e artística da que esse é um importante meio de reivindicação. O
comunidade, a exposição e discussão dos conflitos e que importa é saber se comunicar de maneira que
problemas existentes e a integração e formação dos consiga manifestar seus pensamentos sem
integrantes daquela comunidade. desrespeitar quem vai receber a informação. É
No Brasil, existe uma grande concentração dos importante também saber dar espaço para quem
meios de comunicação. Para se ter uma idéia, discorda de suas idéias. Não podemos
calcula-se hoje que apenas sete grupos controlem simplesmente gerar uma relação unidirecional, em
80% dos meios de comunicação em todo o país e que apenas enviamos a mensagem para alguém
que 24% das concessões de radiodifusões receber. A comunicação é uma relação de troca.
pertencem a políticos (CHRISTOFOLETTI, 2003).
Essa grande concentração da informação é uma
Saúde no cotidiano
barreira que impede que a pluralidade de vozes seja
ouvida. Promoção da Saúde
Mesmo com essa desigualdade, existem
experiências de democratização da comunicação Conhecimento é uma apreensão
que deram certo no Brasil. Um exemplo é o grupo da realidade. Aprendizado é uma
CEMINA, que conseguiu, por meio de uma rede de modificação do conhecimento. O Expert Committee
rádios, que as mulheres tivessem um canal para on Planning and Evaluation of Health Education
reivindicar seus direitos. A Utopia FM, em Planaltina, Services (Comitê de Especialistas em Planejamento
também é um exemplo de uma experiência positiva, e Avaliação dos Serviços de Educação em Saúde), da
já que é uma rádio comunitária que consegue fazer a Organização Mundial de Saúde (OMS), pontua que

19
"o foco da educação em saúde está voltado para a Hábitos Alimentares Saudáveis
população e para a ação”. De uma forma geral seus
objetivos são encorajar as pessoas a: É fato incontestável a importância da alimentação
a) adotar e manter padrões de vida sadios; saudável, completa, variada e agradável ao paladar
b) usar de forma cuidadosa os serviços de saúde para a promoção da saúde e prevenção e controle de
colocados à sua disposição; doenças crônicas não transmissíveis, sobretudo
c) tomar suas próprias decisões, tanto individual entre jovens em fase de desenvolvimento. A
como coletivamente, visando melhorar suas importância da rotulagem nutricional dos alimentos
condições de saúde e as condições do meio para a promoção da alimentação saudável é
ambiente". destacada em grande parte dos estudos na área da
A promoção da saúde é um tema em evidência na nutrição. As pesquisas sobre nutrição destacam sua
atualidade e que ressalta tanto os aspectos relaçã com estratégias para a redução do risco de
socioeconômicos e culturais da saúde, como a doenças crônicas. No Brasil, a prevalência de
importância das políticas públicas e da participação obesidade dobrou ao longo de 15 anos. Monteiro et
social no processo de sua conquista (BUSS, 2003; al. (1995) dizem que o "conceito equivocado da
ROOTMAN, 2001). Assim, é possível garantir que a inevitabilidade das doenças crônicas certamente
sociedade atue também na construção de um está na base da ausência ou incipiência das ações
sistema de vigilância à saúde, atenta aos fatos que públicas dirigidas ao controle, por exemplo, do
ocorrem e agindo no controle dos eventos adversos tabagismo, do alcoolismo e da obesidade". Os
(BRASIL, 2001). autores recomendam que se reserve "lugar de
Nesta proposta, a educação em saúde trabalha em destaque a ações de educação em alimentação e
interface com a comunicação com o objetivo de nutrição que alcancem de modo eficaz, todos os
contribuir para que as pessoas desenvolvam um estratos econômicos da população".
pensamento crítico, reconhecendo seus problemas No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se
e atuando individual e coletivamente para solucioná- relacionam aos hábitos alimentares estão entre as
los. Nesse sentido, procuram-se metodologias que seis primeiras causas de mortalidade por câncer. O
respeitem a cultura local e fomentem a real perfil de consumo de alimentos que contêm fatores
participação dos grupos sociais. de proteção está abaixo do recomendado em
diversas regiões do país. A ingestão de fibras
também é baixa no Brasil, onde se observa
coincidentemente, uma significativa incidência de

20
câncer de cólon e reto. O consumo de gorduras é Situações de insegurança alimentar e nutricional
elevado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, podem ser detectadas a partir de diferentes tipos de
onde ocorrem as maiores incidências de câncer de problemas: fome, obesidade, doenças associadas à
mama no país. O câncer de estômago ocupa o má alimentação e consumo de alimentos de
primeiro lugar em mortalidade entre homens no qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde.
Brasil, sendo São Paulo, Fortaleza e Belém as A produção predatória de alimentos em relação ao
cidades onde este tipo de enfermidade atinge os ambiente, os preços abusivos e a imposição de
mais altos níveis de freqüência do mundo (INCA, padrões alimentares que não respeitem a
2008). diversidade cultural também são provocadores de
Entre os jovens é comum a preferência por alimentos insegurança alimentar.
como hambúrguer, cachorro-quente, batata frita, A alimentação adequada é direito fundamental do
que incluem a maioria dos fatores de risco ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana
alimentares acima relacionados e que praticamente e indispensável à realização dos direitos
não apresentam nenhum fator protetor. Essa consagrados na Constituição Federal, devendo o
tendência se observa não só nos hábitos alimentares poder público adotar as políticas e ações que se
dos grupos de renda mais alta, mas também dos façam necessárias para promover e garantir a
menos favorecidos. Igualmente nesse grupo, o segurança alimentar e nutricional da população
consumo de alimentos ricos em fatores de proteção, (BRASIL, 2008).
tais como frutas, verduras, legumes e cereais é baixo
(INCA, 2008).
Educação ambiental no cotidiano

O que é Segurança Alimentar e Nutricional? O que é meio ambiente?


É o conjunto de todas as condições e influências
É a realização do direito de todos ao acesso regular e externas que afetam a vida e o desenvolvimento de
permanente a alimentos de qualidade, em um organismo. Engloba
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a leis, influências e infra-
outras necessidades essenciais, tendo como base estrutura de ordem física,
práticas alimentares promotoras da saúde, que química e biológica, que
respeitem a diversidade cultural e que sejam permite, abriga e rege a
ambiental, cultural, econômica e socialmente vida em todas as suas
sustentáveis. formas (DORLAND, 2003).
Predomina, na cultura

21
brasileira, a idéia de que a função maior da educação humanidade. Neste cenário, o grande vilão é sem
ambiental é despertar a consciência ecológica na dúvida o produto descartável (as embalagens) e os
sociedade, sensibilizando as crianças e os jovens produtos de difícil biodegradação, ou seja, tudo
para a compreensão da importância da aquisição de aquilo que tem vida muito curta no ciclo de consumo
novos comportamentos e atitudes. Esse imaginário capitalista. A biodegradação diz respeito ao
valoriza o papel da educação no seu esforço de processo de decomposição de materiais (sobretudo
formação dos novos cidadãos, porém, é preciso ir de origem orgânica) por ação de seres vivos. No
além nas expectativas quanto às possibilidades da Brasil, se movimentam mais de sete milhões de
educação ambiental. toneladas de embalagens por ano, representando
Temos uma problemática situação mundial no que se cerca de 14 bilhões de reais anuais somente em
refere ao uso dos recursos naturais do planeta. A custos para embalagens que serão descartadas
dimensão social dessa situação requer ações de após o consumo do produto interno, tendo como
preservação dos recursos naturais para o tempo destinos muitos lixões pelo país (IPT, 2000). Eis a tão
presente. Isso significa desenvolver o esforço de propalada incompatibilidade crescimento
contribuir para a aquisição do repertório da cultura da econômico versus produção de lixo. A reciclagem do
sustentabilidade em suas múltiplas dimensões, lixo vem se apresentando como uma alternativa
considerando as práticas sociais, as relações sustentada para a redução de resíduos não
produtivas e mercantis, as instituições, as doutrinas orgânicos (secos) e, em menor escala, os orgânicos
político-ideológicas e as condições gerados pela sociedade contemporânea
socioeconômicas e culturais. Também é preciso (MAGERA,2004). .
entender a magnitude dos problemas ambientais
atuais e o saber ambiental necessário à Saúde e Meio Ambiente
compreensão da vida e da relação ser humano-
sociedade-natureza (BRASIL,2005).
Em algumas regiões, o lixo é uma variável importante
As respostas definitivas às questões
no diagnóstico de saúde de algumas comunidades,
contemporâneas requerem análise do meio
sobretudo as urbanas, visto que pode comprometer
ambiente em suas múltiplas e complexas relações, e
seriamente a salubridade de ambientes que
envolvem aspectos ecológicos, psicológicos, legais,
combinam grandes aglomerações humanas com
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais
carência de saneamento básico.
e éticos.
A maioria dos casos de câncer (80%, INCA) está
Há entre as nações do mundo um consenso de que o
lixo é, sem dúvida, um dos grandes problemas da

22
relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos reciclado e transformado pelas indústrias em
um grande número de fatores de risco. Entende-se matéria-prima novamente, baixando assim os
por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o custos do produto final por nós consumido.
ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), O lixo gerado por nós é apenas uma pequena parte
o ambiente de consumo (alimentos, da "montanha" de lixo composta também por
medicamentos), o ambiente social e cultural (estilo e resíduos industriais, de construção civil, de
hábitos de vida). As mudanças provocadas no meio mineração, de agricultura e outros. De todo lugar sai
ambiente pelo próprio homem, os "hábitos" e o lixo. O que não podemos ignorar é que o lixo precisa
"estilo de vida" adotados pelas pessoas, podem ser devidamente separado e coletado, reaproveitado
determinar diferentes tipos de câncer (INCA, 2008). ou reciclado antes de ser descartado. Lixo é
A possibilidade de esgotamento das matérias- basicamente todo e qualquer resíduo sólido
primas e a contaminação dos recursos naturais são proveniente das atividades humanas ou gerado pela
as premissas ecológicas mais iminentes que natureza em aglomerações urbanas. No entanto, o
justificam a necessidade de reciclar o lixo, pois essa conceito mais atual é o de que lixo é aquilo que
medida “consiste em submeter produtos existentes ninguém quer ou que não tem valor comercial.
no lixo a processos de transformação, de forma a Definição que se for seguida, ao pé-da-letra, faz com
gerar um novo produto”( ROUQUAYROL,1999). que pouca coisa jogada fora possa ser chamada de
lixo (DUTRA, 2008).
Consciência Ecológica
Cultura no cotidiano

Uma sociedade consciente e bem educada não A definição de cultura é


gera lixo e sim materiais para reciclar.
extremamente vasta. Para tentar
simplificar, podemos dizer que a
cultura é o conjunto de elementos que uma pessoa
Selecionar o lixo ajuda a diminuir a poluição do ar,
aprende ao longo da sua vida. Estes elementos
solo e água, bem como reduzir a necessidade de
variam desde a língua à religião, passando pela arte e
novas áreas para aterros sanitários. Tal atitude
pelo modo de ver o mundo ou seja, todos os padrões
também contribui para diminuir a proliferação de
de comportamento que uma pessoa aprender
insetos e roedores, responsáveis pela transmissão
(SARA; COSTA, 2004).
de várias doenças. Dessa forma, os recursos
Na percepção individual ou coletiva da identidade, a
naturais são poupados, pois o lixo separado é

23
cultura exerce um papel fundamental na delimitação definida: “conjunto de símbolos compartilhado pelos
de diversas personalidades, padrões de conduta e integrantes de determinado grupo social e que lhes
características próprias e ainda as características permite atribuir sentido ao mundo em que vivem e às
próprias de cada grupo humano. suas ações” (TASSINARI, 1995). Além disso, toda
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o cultura é dinâmica, pois a pessoa humana está
saber se renovam a partir do choque de culturas. A sempre interagindo com o mundo em que vive,
produção de novos conhecimentos e técnicas é, criando e alterando seus símbolos. A cultura está
portanto, produto direto da interposição de culturas ligada à história particular de cada grupo social e,
diferenciadas com o somatório daquilo que portanto, não existe uma cultura “atrasada”,
anteriormente existia. Para ele, a globalização que se “primitiva”, etc. Também não podemos pensar que
verificava já em fins do século XX tenderia a há estágios determinados pelos quais as culturas
uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma têm de passar, como definem as noções de cultura
das conseqüências seria o fim da produção cultural “avançada” (tomando por base nossa cultura para
como criadora de novas técnicas. Isso refletiria, compreender as outras, ou seja: criando
ainda, na perda de identidade, primeiro das preconceitos). As culturas estão em permanente
coletividades, podendo chegar até ao plano transformação, buscando novas interpretações para
individual. as realidades que se apresentam e, “ao passarem
Para terminar, é preciso recordar que a cultura não é por transformações, continuam diferentes umas das
um amontoado de valores, idéias e instituições que outras” (TASSINARI, 1995).
podem ser separados e atirados cada qual para a sua A idéia de Brasil como um país monolingüe ainda é
categoria, mas um sistema complexo de elementos predominantemente transmitida pela escola, pelas
coordenados e perfeitamente integrados (SARA; instituições sociais, políticas ou religiosas e pela
COSTA, 2004). mídia. Nessa perspectiva, não são consideradas
todas as variantes lingüísticas do português, sejam
Preconceito Cultural regionais ou sociais. Ainda dá status falar
“corretamente”. E esta variante padrão, no entanto,
é reservada a uma ínfima parte da população
Uma das causas do
brasileira (a mesma que detém o poder econômico e
preconceito é o fato de
político). Não é difícil perceber que o modo de falar
percebermos o mundo por
“correto” é aquele da elite e que o modo “errado” é
meio das grades de nossa
vinculado a grupos de desprestígio social.
cultura, que pode ser assim
O preconceito lingüístico acaba sendo mais uma

24
arma daqueles que mantêm o poder em suas mãos. última análise, o Repente seria uma espécie de Rap
A marginalização lingüística restringe o acesso a genuinamente brasileiro, na medida em que tem
documentos vitais ao cidadão, como a constituição e suas raízes na rica tradição do folclore nordestino
os contratos. A cidadã ou o cidadão que não domina (MOFFA, 2003).
a variedade padrão está privado de seus direitos
(RODRIGUES, 1999). Juventude no cotidiano

Cultura e Música Não existe uma idade certa de ser jovem. O


Programa Nacional de Inclusão de Jovens
Para aqueles que acham que Rap (Projovem), iniciativa do governo federal para a
e Repente não combinam, vale promoção da inclusão social e da educação,
lembrar que a palavra Rap surgiu da partir da sigla considera jovens as pessoas de 18 a 24 anos. Para o
Rhythm and Poetry (traduzindo para o português: IBGE, os jovens têm de 15 a 24 anos. Outras
ritmo e poesia). O movimento Rap usa a forma básica organizações acreditam que os jovens podem ter até
de expressão: a voz. Na sua essência original, a voz 30 anos. Portanto, há uma grande variedade de
permanece praticamente numa mesma nota. Trata- definições e de perspectivas sobre a juventude. Em
se de uma manifestação da linguagem falada vez de falarmos do jovem e da juventude, podemos
incorporada a uma melodia que trabalha uma base falar das e dos jovens e das juventudes, no plural,
rítmica repetitiva. A batida é a grande mola reconhecendo sua diversidade.
propulsora do discurso, são as histórias narradas. Afinal, as juventudes também se organizam de
Utilizando-se de sintetizadores e baterias formas distintas: no movimento estudantil; grupos
eletrônicas, o Rap traz uma mensagem inspirada nas de defesa dos direitos; ou movimentos que se
ruas. Ou seja, é a crônica dos habitantes de um pautam por temas da identidade dos jovens (negros,
determinado grupo social. mulheres, orientação sexual, etc). Talvez, o que
E o que não é o Repente senão poesia cantada a aproxima as juventudes seja a característica de
partir de ritmos regionais do Nordeste brasileiro? questionar o mundo. A possibilidade de reflexão
Enquanto o Rap, gênero musical natural dos EUA, é permite também a vontade de transformar a sua
cantado em cima de batidas derivadas do Rythm'n escola, o seu bairro. Atualmente, os movimentos
Blues, o Repente, geralmente, é cantado com a juvenis se confundem com os novos movimentos
marcação de um pandeiro. Rap e Repente caminham sociais, que se organizam em rede e por meio de
mais juntos do que muitas pessoas imaginam. Em novas tecnologias e de manifestações culturais.

25
Esses movimentos também possuem pautas dos impactos ambientais e políticos em nossas
específicas da juventude. Segundo o Censo de 2002 vidas. Segundo, porque, ainda que seu poder seja
do IBGE, são mais de 34 milhões de jovens no Brasil, imenso, quando isolado não possui tanta força. É
o que corresponde a 20% da população. O Projeto preciso que haja o diálogo entre gerações, entre
Juventude, do Instituto Cidadania, discute algumas juventudes e entre movimentos sociais; e diálogo é
temáticas referentes às necessidades apresentadas comunicação.
pelos jovens (cultura, participação, esporte e lazer, Muitas experiências existem e estão disponíveis
saúde, drogas, sexualidade, etc.). O trabalho é uma para serem apropriadas (rádios, vídeos na internet,
das grandes necessidades do jovem na atualidade (e blogs, jornais escolares, etc.), outras podem ser
o desemprego é ainda maior entre os negros). inventadas a qualquer momento. Muitos podem
A pesquisa "Retrato da juventude sul-americana", do preferir se comunicar por meio de manifestações
Ibase/Instituto Pólis, mostra a demanda dos jovens culturais: uma dança típica da região, uma ciranda,
por direitos universais de trabalho e educação. Neste um grupo de hip hop, outro de rock. As alternativas
caso, há a defesa de uma educação pública, gratuita são muitas. Mas, por vezes, ainda é necessário
e de qualidade (inclusive relacionada à necessidade estimular a criação de espaços de participação de e
de transporte). para as juventudes. Aproveite a oficina e estimule a
Contudo, é importante que o jovem também possa inserção em outros coletivos, movimentos,
participar dos processos de criação das políticas discussões, faça outras oficinas, outros meios, crie
públicas para a juventude, e também para outras sua mídia juvenil.
áreas (meio ambiente, educação, cultura, etc.). A
participação estimula o conhecimento do mundo em Demandas da Juventude
que se vive e aumenta as perspectivas consideradas Fonte: Projeto Juventude (Instituto Cidadania)
no momento de elaborar uma política ou programa.
Evidentemente, há espaço para um sistema
Para incitar o debate nas oficinas de comunicação,
representativo legítimo, contudo, a participação
foram consideradas as seguintes demandas da
direta pode ampliar o diálogo entre representantes e
juventude nas áreas de educação, trabalho, cultura,
representados. A comunicação se insere, então,
saúde e meio ambiente:
como uma ferramenta cotidiana de participação.
Quanto mais veículos alternativos, livres,
independentes e comunitários existirem, mais
Educação
pessoas podem garantir seu espaço de fala. Claro
que o jovem não poderá mudar o mundo sozinho. - Currículo escolar flexível, garantindo a
Primeiro, porque ele não pode carregar todo o fardo interdisciplinaridade e o aprendizado de temas
transversais;

26
- Valorização dos professores (por meio da - Aumentar a informação e formação cultural;
remuneração, formação e condições de trabalho); - Provocar o pensamento crítico e a valorização de
- Diálogo com linguagens e culturas juvenis diferentes linguagens culturais;
(recriando as metodologias de ensino); - Criar bibliotecas públicas com novas ferramentas
- Novas parcerias das escolas com outros grupos (multimídia, por exemplo);
que tornem o espaço mais democrático e aberto; - Estimular o turismo de jovens, principalmente em
- Medidas específicas para jovens do meio rural, grupos.
jovens afrodescendentes, jovens deficientes, jovens
que vivem nas ruas ou em abrigos, jovens em conflito Saúde
com a lei e para populações carcerárias jovens.
- Adequar o atendimento de serviços de saúde aos
Trabalho jovens e suas demandas;
- Ampliar a educação para a saúde por meio do
- Erradicar o trabalho infantil e adolescente até os 16 ensino entre pares (jovem educa jovem);
anos e assegurar o direito de trabalhar após esta - Divulgar informações sobre os serviços de saúde
idade (considerando as especificidades do voltados para os jovens.
trabalhador);
- Assegurar a educação básica e profissional e o Meio ambiente
direito à cultura e ao lazer;
- Garantir condições de oportunidade para jovens de - A relação juventude e meio ambiente é estratégica
diferentes classes sociais, gênero, raça e com para a criação de políticas de juventude;
deficiência; - Promover a formação dos jovens para atividades de
- Construir espaços para debater a geração de geração de renda a partir do meio ambiente (turismo
trabalho e renda juvenis (redes e fóruns) e avaliação ambiental e exploração sustentável de recursos);
das políticas públicas. - Elaborar temas para a disciplina de educação
ambiental nas escolas.
Cultura

- Ampliar a escolha de estilos e expressões artísticas


e culturais pelos jovens;

27
Meios de Comunicação trabalhados nas Rádio Comercial

oficinas Sua finalidade principal é obter lucro e possui


concessão para operar. Na maior parte do tempo se
Para provocar uma reflexão sobre a área de saúde, preocupa mais com a audiência do que com o
nutrição, meio ambiente, cultura e comunicação, os conteúdo. Se mantém por meio de anúncios pagos e
participantes das oficinas foram convidados a serviços.
desenvolver produtos de rádio, vídeo e animação Ex.: Jovem Pan FM
que tivessem esses assuntos como tema central. Foi
necessário, portanto, trabalhar também alguns Rádio Pirata
conceitos mais técnicos ligados a cada um desses
meios, conforme descrito a seguir. Tem por finalidade obter lucro direta ou
indiretamente, ou seja, vende um espaço da sua
Rádio programação ou faz propaganda de uma ideologia
pela qual vai lucrar de alguma forma. Não possui
Existem diferentes tipos de rádios. O que os concessão para operar e, em geral, também se
diferencia é a finalidade, a proposta de comunicação preocupa mais com a audiência do que com o
e o tipo de mensagem a ser transmitida por conteúdo.
emissora. Apesar dessas diferenças, todo veículo de
comunicação deve ser público, ou seja, deve passar Rádio Comunitária
informações relevantes para a população.
Sua finalidade não é obter lucro. O objetivo da rádio
Os diferentes tipos de rádio são: comunitária é promover a integração da comunidade
e divulgar assuntos políticos e culturais da região,
Rádio Estatal que por vezes não aparecem nas rádios comerciais.
Algumas possuem concessão, mas outras não
Sua finalidade é transmitir para a população as ações possuem porque a lei 9.612/98, que regulamenta
dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Passa esse tipo de rádio, é restritiva.
informações para a população, mas de forma que Ex.: Utopia FM (Planaltina DF)
não prejudique a imagem do Estado. É mantida com
dinheiro público.
Ex.: Rádio Nacional

28
Rádio Livre Amplitude Modulada (AM)

Não tem fins lucrativos e não possui concessão para A transmissão é semelhante à FM. A diferença é que
operar. A rádio livre costuma surgir da união de um a transmissão em AM possui menor qualidade que a
grupo, ou mesmo de um único indivíduo, e possui em FM, mas possui maior área de cobertura.
interesses específicos (uma rádio livre com
princípios anarquistas, católicos, comunitários, Web
etc.). A rádio livre surgiu para exercer a liberdade de
expressão e manifestação e reivindica poder Esse tipo de transmissão se faz por meio da internet.
funcionar sem depender da lei para regulamentá-la, Comparado a todos os outros tipos, é o que possui
fundamentando-se no legítimo direito de se maior possibilidade de interação.
comunicar em um espectro público.
Ex.: Rizoma de Rádios Livres (www.radiolivre.org) Linha Modulada (Rádio-poste)

Tipos de transmissão A transmissão se dá por meio de cabos. Os cabos


ligam a mesa de som a caixas amplificadoras. A área
Assim como existem diferentes tipos de mensagens de cobertura desse tipo de transmissão é bem mais
a serem transmitidas, há também diferentes meios limitada.
de passá-las. As diferentes características de cada
meio possibilitam interações distintas com os O espectro
diferentes tipos de comunidade. Os tipos de
transmissão são: O espectro eletromagnético do ar, ou seja, os canais
utilizados por rádio, televisão e na comunicação
Freqüência modulada (FM) entre aviões, rádios de polícia, ambulâncias e táxis é
um bem público regulado pelo Estado. É o Estado que
A transmissão se dá por meio de um transmissor e dá concessões para a utilização de segmentos desse
de uma antena, por ondas. As ondas partem de uma espectro e que regulamenta esses espaços por meio
emissora e chega a rádios sintonizadas na freqüência da lei.
do transmissor. O problema é que algumas freqüências não são
bemdistribuídas, muitas vezes a lei não é cumprida
e, pior, em alguns casos, contribui para a má
distribuição do espaço.

29
Recursos do rádio mensagem objetiva e poética ao mesmo tempo.
Pode servir para falar sobre a prevenção da dengue,
Spot, vinheta e jingle ou manifestar os ideais da comunicação
democrática.
Durante a programação de rádio, sempre são
necessárias algumas gravações curtas para o Roteiro
locutor tocar enquanto estiver em apuros com os
equipamentos, ou mesmo para deixar rolar entre A função principal do roteiro é orientar os locutores e
programas para o ouvinte ter um tempo de os editores. A idéia é deixar claro o que vai acontecer
descansar os ouvidos. Estas peças podem ser spots, no estúdio e qual será o produto final: É uma história?
vinhetas ou jingles. Inclusive, elas também são muito Frase atrativa? Somente o nome do programa? Isso
úteis para divulgar os programas que entram mais deve estar definido no roteiro.
tarde na grade horária da rádio. Existem várias formas de se fazer um roteiro. Alguns
O spot é uma palavra inglesa que significa “lugar”. sugerem escrever tudo em caixa-alta (letras
Isto é, indica o espaço ocupado, na rádio, pelo spot. maiúsculas) para facilitar a leitura do locutor.
A peça está muito associada, então, ao tempo. Também utilizam uma barra para indicar uma
Geralmente, são bem curtos, de 15 segundo até, no respiração (o equivalente à vírgula) e uma dupla
máximo, um minuto. Nas rádios comerciais, os barra para mostrar que o texto chegou ao fim (o
segundos são calculados com muita precisão porque equivalente ao ponto final). Neste modelo, se indica
são pagos. Em rádios livres e comunitárias, o nome dos locutores (LOC1, LOC2 e LOC3) ou o
costumama-se ter mais liberdade de spots com 17 nome dos personagens (JOANA e PAULO). Também
segundos, em vez de 15, por exemplo. O spot prevê é preciso indicar os efeitos técnicos (TEC): pode ser o
um diálogo, uma situação da vida, uma narração, ou som da porta abrindo ou do carro derrapando. Caso
locução. haja uma música de fundo, ela é indicada pelas letras
A vinheta é utilizada como abertura de determinado BG (de background, ou fundo musical, no bom
programa ou para anunciar o nome da rádio durante a português).
programação diária. Ela pode ter uma música ou
sons interessantes, contudo, o mais importante é
evidenciar o nome do bloco, programa ou rádio.
Já o jingle é uma música que transmite uma

30
Loc.1 Abertura
(5 segundos)
Dicas de como evitar a dengue e promover a Vinheta de abertura do spot de rádio
saúde em seu bairro

Loc.2 Explicações para a prevenção da dengue


(10 segundo)
Evite água parada em sua casa. Tampe as caixas
d’água, guarde as garrafas com a boca virada
para baixo e coloque areia nos vasos das plantas.

Loc.3
Esta é uma campanha da Secretaria de Saúde de Assinatura e encerramento
seu estado, com apoio desta emissora.

31
Exemplo desse modelo de roteiro: PARCERIA ABRAJI E UNB/ WWW/ PONTO/ ABRAJI/
PONTO ORG/ PONTO BR//
SPOT 2 DIREITO À INFORMAÇÃO PÚBLICA E A
DITADURA Outro modelo utilizado nas rádios divide o roteiro em
duas tabelas: de um lado está a locução e os
TEC: SOM DE TECLADO DE COMPUTADOR. tempos; do outro lado, ficam as divisões e as
explicações. Como no exemplo na página anterior.
PAULO: EI/ JOANA/ O QUÊ VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ
NO COMPUTADOR?// Gravação

JOANA: ESTOU PROCURANDO INFORMAÇÕES/ Uma boa gravação é aquela que possui o mínimo
PARA O TRABALHO DA MINHA ESCOLA/ SOBRE A possível de barulhos que possam interferir na
DITADURA MILITAR// VOCÊ ACREDITA/ QUE ATÉ mensagem a ser passada. Os ruídos de uma
HOJE/ NÃO TEMOS ACESSO/AOS DADOS/ SOBRE produção devem ser intencionais e é melhor que
AS PESSOAS CONSIDERADAS/ DESAPARECIDAS sejam inseridos na edição. Alguns fatores são
NA DITADURA?// decisivos para que os ruídos não intencionais sejam
diminuídos na hora de gravar. Entre eles:
PAULO: É MESMO?/ E COMO FICA A FAMÍLIA
DESSAS PESSOAS?/ E COMO A SOCIEDADE/ VAI Equipamento
PODER RECONHECER O VALOR DESSAS PESSOAS/
PARA A HISTÓRIA?/E PIOR/ COMO É QUE A GENTE/ A qualidade dos equipamentos é um fator
PODE APRENDER COM A HISTÓRIA/ PARA QUE importante para que a mensagem seja passada com
ALGUNS EVENTOS NÃO OCORRAM NO FUTURO/ SE clareza. Verifique sempre se estão funcionando
A GENTE NÃO TEM INFORMAÇÕES SOBRE O corretamente. Cabos quebrados, microfones
PASSADO?// danificados ou computadores com defeito podem
causar chiados ou outro tipo de ruído na gravação. É
LOC: NO BRASIL/ NÃO EXISTE UMA LEI / PARA importante sempre fazer testes antes de começar a
REGULAMENTAR/ NOSSO DIREITO À INFORMAÇÃO gravar.
PÚBLICA// É O MOMENTO/ DE APRENDERMOS O teste é simples: grave algo e escute. Se ficou bom,
COM OUTROS PAÍSES/ QUE JÁ POSSUEM ESSA LEI/ ótimo, depois grave a mensagem planejada. Se
COMO A ARGENTINA/ O MÉXICO/ E O PERU// PELO houve algum problema, verifique se os
DIREITO DE ACESSO à INFORMAçãO PúBLICA/ UMA equipamentos estão ligados corretamente e se eles
não estão danificados.

32
Locução Edição
Com os equipamentos funcionando corretamente, é
A edição organiza o conteúdo que será transmitido e
preciso estar atento para fazer a gravação de
insere elementos que contextualizam a mensagem
maneira que as pessoas entendam a mensagem que
para facilitar a compreensão de quem ouve. Um
se quer transmitir. Para isso, é importante saber
mesmo trecho gravado pode, de acordo com os
manipular de maneira correta os equipamentos e
elementos inseridos e a ordem definida na edição,
falar de maneira clara. Grudar o microfone aos lábios,
ser utilizado para passar diferentes mensagens.
gaguejar ou dar uma entonação não adequada ao
Músicas e sons do ambiente são elementos que
texto são fatores que podem gerar ruídos
podem ajudar a construir uma história.
indesejáveis na transmissão da mensagem. Não
Para organizar a edição, é importante definir um
existe um modelo ideal de locução. As rádios
roteiro, ou seja, um planejamento que estabeleça
comerciais costumam estabelecer um padrão, mas
como ficará a história e quais sons serão agregados à
é importante que cada um tenha o seu próprio estilo.
gravação do texto.
Ou seja, não é preciso que você mude o seu jeito de
Diferentes sons podem ser utilizados para dar
falar só para que a locução fique “bonita”. Basta
significado a uma história. Imagine que a cena se
alguns cuidados para facilitar a compreensão do
passe em um shopping. Para dar a sensação de que
público.
ela foi gravada naquele lugar, você pode inserir, por
exemplo, o som de várias pessoas falando ao fundo.
Ambiente

Os fatores ambientais podem ser vilões na hora de


uma gravação. Esse tipo de ruído é o mais difícil de
controlar. Um telefone tocando, um passarinho
cantando ou uma rajada de vento são elementos que
podem funcionar como ruídos indesejáveis se não
fizerem parte da mensagem a ser transmitida. Por
isso, é importante escolher um lugar silencioso e
isolado dos barulhos que possam atrapalhar a
gravação. Se precisar, grave de novo, quantas vezes
for possível.

33
Como usar o Audacity Como usar o programa:

O Audacity é um editor de áudio fácil de usar e 1 - Instalação


disponível para Windows e Linux. Ótimo para criar, Para instalar no Windows XP ou Windows 2000,
capturar e modificar diferentes tipos de gravações acesse a página
como spots de rádio, músicas, entrevistas, etc. Ele é http://audacity.sourcef
considerado um software livre porque não cobra orge.net/. No retângulo
para seu uso e é desenvolvido de forma colaborativa amarelo (veja figura
sem interesse comercial. Com o Audacity, você acima), selecione a
pode: versão do Audacity
d e s e j a d a
(recomendamos o uso da versão estável). Uma nova
janela será aberta. Clique sobre a seguinte frase
“Audacity 1.2.6 installer” e aguarde até que apareça
uma mensagem pedindo para salvar o arquivo.
Depois, dê um clique duplo sobre o arquivo salvo e
aceite os passos padrões de instalação.

1.1 - Salvar arquivos em MP3


Para salvar o áudio em MP3, o Audacity precisa de
- Transformar fitas cassete em gravações digitais e
um arquivo complementar (conhecido como codec)
Cds;
chamado lame.
1 - Para instalá-lo, baixe o codec do site
- Editar arquivos em formato Ogg Vorbis, MP3 e
http://lame.buanzo.com.ar/oficial ou então digite o
WAV;
link direto: http://lame.buanzo.com.ar/libmp3lame-
win-3.97.zip
- Cortar, copiar, colar e juntar sons e faixas de áudio.
2 - Abra a pasta zipada e copie apenas o arquivo
lame_enc.dll. Você terá que colá-lo na pasta onde foi
- Alterar a velocidade ou o timbre de uma gravação.

34
instalado o programa Audacity. de áudio. Com controle individual de volume, pan,
Por padrão, o programa é instalado no seguinte mudo e solo, apresenta informações sobre o formato
caminho:
Meu Computador > C: > Arquivos de Programa >
Audacity. Basta colar nessa pasta o arquivo
lame_enc.dll.

2 - Principais funções
Agora, você pode começar a usar o programa.
Para abrir, clique na seqüência: Iniciar > Todos os
Programas > Audacity.
do arquivo, além da representação gráfica da onda
O Audacity trabalha com três campos de áudio.
principais:

2.1 - Para capturar áudio


Você pode importar ou capturar áudios. O botão
vermelho REC serve para gravar. Ao clicar nele, uma
nova pista de áudio será criada. Para selecionar o tipo
de som a ser capturado, dê um clique duplo no
controle de volume (ao
Barra de Menus: reúne as principais funcionalidades lado do relógio do seu
do software, a partir dos menus. PC), e acesse:
Barra de ferramentas: contém algumas ferramentas o p ç õ e s >
de edição com o mouse, visualizadores gráficos de propriedades >
entrada e saída de áudio, mixagem e atalhos para as gravação.
ações mais usuais, como recortar, colar, loop, zoom (marque o tipo de
desfazer e refazer. captura (microfone,
Pistas de áudio: área de gravação e edição de pistas entrada de áudio, cd player, etc).

35
2.2 - Para editar
Os botões possuem finalidade parecida com Aprendendo na tela
tocadores de CD ou DVD (pausar, reproduzir, parar,
voltar e adiantar o trecho da música) Durante séculos, os seres humanos aprenderam
As ondas azuis representam as freqüências sonoras. lições na vida vendo coisas ou imagens reais, antes
Você pode iluminar trechos dessas ondas com o de começarem aprendizagem por meio da palavra
mouse, segurando o botão esquerdo para copiar ou escrita ou falada, por isso não é de estranhar que
apagar partes do áudio. ainda aprendam mais rápida e naturalmente dessa
forma. "Os desenhos animados podem dar vida a
3 - Salvar arquivo qualquer coisa, desde um mundo em evolução até
Depois de editar o áudio de acordo com a sua uma nuvem de elétrons invisíveis aos nossos olhos;
vontade, não esqueça de clicar em Arquivos na Barra (…) podem entrar dentro de uma máquina
de Menus e salvar seu projeto. Você também pode complexa, abrandar o seu movimento, explicar o seu
exportar o arquivo para Mp3. funcionamento a aprendizes com uma clareza
Clique a na seqüência: Arquivos > Exportar > impossível em qualquer outro meio. (…) O desenho
ESCREVA O NOME DO ARQUIVO > Salvar. animado é um bom meio de estimular o interesse. É
Dicas de uso e outros macetes podem ser um meio ideal para ensinar. (…) Os filmes
encontrados no endereço: educacionais nunca substituirão o professor (…),
http://estudiolivre.org/audacity mas a sua utilização dará oportunidade a mais
pessoas de aprenderem. Os filmes podem tornar
Vídeo num prazer quer o ensino quer a aprendizagem. E os
educadores concordam que quando um estudante
O que é audiovisual? começou a aprender e gosta, metade do seu
problema está resolvido" (DISNEY, 1994).
A evolução tecnológica, principalmente no que se
É todo meio de
refere ao tratamento de imagens, vídeo e áudio, tem
comunicação expresso
favorecido a criação de sistemas multimídia que
com a utilização conjunta
satisfazem os requisitos de novas e interessantes
de componentes visuais
aplicações, capazes de auxiliar o aprendizado de
(signos, imagens,
pessoas, tanto crianças como adultos. Essas
desenhos, gráficos etc.) e sonoros (voz, música,
aplicações podem possibilitar um alto grau de
ruído, efeitos onomatopeicos etc.), ou seja, tudo que
pode ser ao mesmo tempo visto e ouvido.

36
retenção de informações assim como diminuir o Isto é, ele pega a pessoa inteira, além do cenário do
tempo de aprendizado em relação aos métodos fundo. O plano geral serve para apresentar os
tradicionais de ensino(TEIXEIRA,1996). elementos da cena.

Recursos do vídeo Plano de Conjunto

Plano, enquadramento e movimentos de câmera Este plano retrata a


A maneira como você captura imagens em um vídeo altura exata da figura
modifica totalmente a sensação do telespectador e humana e mostra as
cria o ritmo da história. A primeira dica é lembrar que características físicas
a câmera não precisa ficar fixa e pode ser removida da personagem. O
do tripé. Você pode gravar de cima, de baixo, do lado, plano de conjunto
do outro, de dentro de uma sacola, de fora de uma pode combinar os personagens com elementos do
janela, do vidro de um carro, etc. Use sua imaginação cenário para melhor caracterizar a pessoa.
e procure o enquadramento que melhor reflita o
pensamento que quer passar. Por exemplo, quando Plano Americano
você grava uma pessoa falando de baixo para cima,
ela ganha autoridade e poder. Mas, se você gravar de Este plano corta a pessoa na
cima para baixo, ela vai parecer amedrontada. altura do joelho e foi muito
Os planos, por outro lado, além da impressão, utilizado em Hollywood nas
conseguem estabelecer maior ou menor décadas de 30 e 40
proximidade com o telespectador. Abaixo, listamos (principalmente em faroestes).
alguns planos mais conhecido. A nomenclatura é
uma convenção e pode mudar um pouco de acordo Plano Médio
com o autor escolhido.
O plano médio corta a figura
Plano Geral humana da cintura para cima. Ele
é ótimo para o início de
Este plano é quase da entrevistas, mas pode cansar
mesma altura que a
personagem em cena.

37
porque a pessoa se torna o centro de atenção do pode fechar ou abrir o zoom em determinada pessoa
telespectador. ou objeto.

Meio Primeiro Plano ou Plano Próximo Argumento, roteiro e storyboard

Ele corta o personagem logo O argumento, roteiro e storyboard são instrumentos


abaixo dos ombros. A atenção é para guiar os profissionais responsáveis pela
para o rosto e os detalhes, sendo gravação, bem como permitir ao grupo colocar no
muito útil em diálogos. papel e visualizar a história. Sugerimos a leitura do
livro “On Camera: o curso de produção de filme e
Close-up vídeo da BBC” de Harris Watts, que é muito didático
e aborda várias dicas importantes para o
Ele filma a partir da altura da gola, planejamento e execução de gravações.
pode ser íntimo e confrontador. O argumento surge a partir do storyline, que
Elimina todo o cenário. apresenta a história em mais ou menos cinco linhas.
O storyline condensa e sintetiza a proposta do vídeo,
Plano Detalhe servindo como o primeiro passo para se desenvolver
o argumento. Dessa maneira, o argumento se
Valoriza pequenas partes do assemelha à sinopse, possuindo mais detalhes que o
cenário ou do corpo do storyline. A sugestão é que uma página de
personagem. É muito útil para argumento seja equivalente a dez páginas do roteiro.
criar transições suaves e sem O roteiro, por sua vez, detalha as cenas, seqüências
saltos entre planos diferentes. e diálogos. No roteiro, é necessário ser bem
específico sobre os enquadramentos, planos e
Os movimentos da câmera também são úteis para o movimentos de câmera utilizados. Todo este
roteirista se comunicar com quem grava as imagens. processo, até chegar ao roteiro, implica muita
O movimento Zoom é o de aproximação ou pesquisa. Se for um documentário, é importante
afastamento de um objeto. O Travelling é feito com a levantar todos os dados sobre o tema. Se for uma
câmera em trilhos e pode ser da esquerda para a ficção, procure ler outras histórias semelhantes,
direita ou da direita para a esquerda. A Panorâmica pesquise as características de personagens de
também vai de uma lado para o outro, mas a câmera outros vídeos e também leia sobre costumes e
fica no tripé e se desloca em seu eixo. Por fim, você roupas apropriadas para o estilo da pessoa, classe

38
social, localização e período histórico. quanto com o que se ouve. É importante tomarmos
A todo o momento é bom se perguntar se a idéia é alguns cuidados na hora de filmar, observando os
possível de ser realizada com os recursos (materiais seguintes aspectos:
e humanos) disponíveis. Claro que a criatividade
sempre ajuda, mas produção de vídeo é algo muito Equipamento
trabalhoso e deve ser encarada com respon-
sabilidade. Também tome cuidado para que o Verifique sempre se os equipamentos estão
material gravado seja suficiente. Normalmente, é funcionando corretamente. Tome cuidado com os
importante que se grave, pelo menos, 25% a mais do cabos, veja se microfones e câmera estão ligados e
que o necessário (principalmente nos casos de não esqueça de ter certeza de que a fita foi colocada
documentários e imagens externas para programas corretamente. Além disso, lembre-se da bateria. Se
de TV). possível, sempre carregue uma bateria extra e faça
Depois do roteiro (ou no lugar dele em produções testes antes de começar a gravar.
menores), aconselhamos a construção de um
storyboard. O storyboard se assemelha a uma Enquadramento
história em quadrinhos elaborada a partir do roteiro.
As cenas são separadas e representadas Grave sempre pensando já na edição. Pense na
graficamente. Na coluna da esquerda, aparecem o história e se precisar faça vários enquadramentos
desenho (ou fotos) de como deve ser cada cena. Na diferentes para uma mesma cena. Tente de perto, de
coluna do meio há a descrição física da cena, longe, de lado, de costas... Quanto mais
acompanhada de orientações de enquadramento, possibilidades, mais alternativas terá na hora da
plano e movimento de câmera. Na coluna da direita, edição.
estão as músicas, diálogos e locuções. O storyboard Diferentes enquadramentos geram diferentes
facilita a compreensão da história, uma vez que torna efeitos. Se você quiser mostrar o ambiente no qual a
as cenas mais concretas e visíveis que o roteiro cena se passa, enquadre mais de longe, em plano
escrito. Na página seguinte reproduzimos um geral, se quiser destacar o anel no dedo da mocinha,
exemplo de storyboard. enquadre de perto, em plano detalhe.

Gravação Ambiente

O vídeo trabalha com dois aspectos: imagem e som. Visualize todo o espaço em volta. O que pode ser
Por isso, para uma boa gravação em vídeo, aproveitado? Qual posição ficará melhor para o
precisamos nos preocupar tanto com o que se vê enquadramento? Após decidir essas questões,
comece a filmar e esteja preparado para qualquer

39
Exemplo de Storyboard

CENA IMAGEM SOM


PLANO DE MÚSICA
CONJUNTO do TEMA
chuveiro desligado,
movimento da
câmera de cima
para baixo.

PLANO DE MÚSICA
CONJUNTO da TEMA
torneira do
chuveiro e do
sabonete, fecha o
zoom na torneira.
CLOSE-UP da MÚSICA
torneira abre o TEMA
zoom na torneira.

PLANO DE MÚSICA
CONJUNTO da TEMA
mão abrindo a
torneira,
movimento da
câmera de baixo
para cima.

40
tipo de imprevisto. Um avião passando, pássaros em
Como usar o Adobe Premiere
cantoria e curiosos querendo aparecer ao fundo são
exemplos de elementos inesperados que podem
A edição de vídeo pode ser entendida como o
atrapalhar a filmagem. Se isso acontecer, grave de
ordenamento seletivo de imagens em movimento
novo assim que a situação for normalizada.
dentro de uma linha do tempo. Você pode trazer a
última ação para o começo e vice-versa. Ou então,
Edição apagar trechos, adicionar outros. Para realizar essas
modificações, você precisa de um programa que
Para a edição de um vídeo, é importante organizar consiga trabalhar com a linha do tempo. No
um roteiro. Pense de que forma você quer transmitir Windows, você pode fazer isso com o Moviemaker,
a mensagem e nos recursos que vai utilizar para dar o que já vem instalado no Windows XP, ou com o
efeito desejado. Uma mesma cena pode ser editada Adobe Premiere. Esse último é vendido em CDs pela
de várias formas e transmitir mensagens diferentes. Adobe. Os usuários do Linux podem experimentar
Inúmeros efeitos podem ser acrescentados para dar diversos softwares livres em desenvolvimento
sensações distintas. Podemos inserir, por exemplo, (Lives, Cinelerra, Kino), que podem ser baixados e
efeitos de passagem para que o corte não fique instalados gratuitamente.
brusco. Também há como gerar sensação de
continuidade simplesmente colocando duas
Usando o Adobe Premiere
seqüências de filmagem.
Vamos exemplificar como editar em uma linha do
O som também pode ajudar a complementar o
tempo usando o Adobe Premiere.
sentido do filme. Esses elementos podem ajudar a
Antes de editar um vídeo, você precisa ter:
passar diferentes sensações para quem assiste.
Mensagens escritas podem ajudar o espectador a
entender melhor o que se passa. Um título para
apresentar o filme e legendas para apresentar
pessoas e dar explicações são elementos que
contribuem para a melhor compreensão da
mensagem a ser veiculada.

41
1) O objetivo: como você espera montar esse vídeo; local para editar o vídeo
2) O vídeo bruto em formato digital (as extensões - Projeto (Project): lista dos vídeos brutos ou dos
mais comuns desses arquivos são mpeg, mpg e avi); arquivos que estão sendo usados
3) Um computador que possui os requisitos mínimos - Efeitos (Effects): lista de efeitos e transições para
do programa. serem adicionadas ao vídeo

Criar um projeto Inserir vídeo


Para instalar o Adobe Premiere, siga os passos No campo Projeto clique com botão direito em
padrões de instalação que acompanham o cd. Import e selecione o vídeo desejado. Arraste o vídeo
Depois de instalado, abra o programa disponível no do campo Projeto até a linha do tempo, pressionando
menu INICIAR. Aparecerá a seguinte tela: o botão esquerdo do mouse.
Clique em “New
Project”. Na nova
tela que surgir,
escreva o nome do
seu projeto e
escolha um local no
computador para
salvá-lo. Depois,
clique em OK.
Editar
Área de trabalho Com o mouse, selecione na
O Adobe Premiere possui quatro campos de trabalho linha do tempo o ponto onde
mais usados: você quer editar. Depois,
- Te l a d e pressione o botão “C” e
visualização: exibe corte o trecho. Para voltar à seta, pressione “V”.
o vídeo com as Você pode mover, apagar ou diminuir o trecho do
mudanças da vídeo a ser editado.
edição;
- Linha do tempo: Adicionar efeitos
Na lista de efeitos, escolha um e carregue, com o
botão do mouse pressionado, até a parte desejada

42
do vídeo. Teste diferentes efeitos. Muitas vezes, um quadros/segundo).
bom trabalho é o mais simples e com menos efeitos. Pode-se também dizer que a animação refere-se ao
Os efeitos mais comuns são as transições Additive processo de geração dinâmica de uma série de
Dissolve e Cross Dissolve. quadros representando um conjunto de objetos, no
qual cada quadro constitui uma alteração do quadro
Renderizar anterior. Apesar das definições acima descreverem
Para que os efeitos do vídeo sejam implementados o princípio da animação tal qual a técnica foi
corretamente, você precisa executar a renderização. concebida a mais de 90 anos, elas ainda podem ser
Pressione Ctrl + Enter e aguarde. consideradas válidas, em muitos casos. A animação
convencional é geralmente baseada em uma técnica
quadro a quadro, que foi usada durante muitos anos
Salvar e exportar vídeo
também em animação por computador.
Depois de alterar o vídeo, clique em File > Export>
(NEDEL,2002)
Movie > ESCREVA O NOME e clique em salvar
Na língua inglesa, animação normalmente é
associada com o trabalho de fazer filmes.
Experimente novos comandos Ilustradores criam ação a partir de uma série de
Faça testes com os diferentes imagens e isso nos dá a ilusão de algo vivo. Um outro
comandos do programa até chegar significado para animação é uma simulação de
ao resultado desejado. movimentos criados à partir da exposição de
imagens, ou quadros. Desenhos na televisão são um
Animação exemplo de animação. Animação em computadores
atualmente é um dos principais ingredientes das
apresentações multimídia.
A palavra Animação provém do latin "Anima", que
significa "Alma" ou "Sopro Vital". Animação significa,
antes de mais, "dar vida" a objectos estáticos. História da Animação
Animação é a técnica na qual cria-se a ilusão do
movimento através da apresentação de uma série Os desenhos, animados ou não, são uma forma de
de desenhos fotografados individualmente e representar a realidade. Os primeiros desenhos
armazenados em sucessivos quadros de um filme. A humanos datam da era das cavernas. Registrados
ilusão é produzida no momento em que o filme é nas pinturas rupestres, eram desenhos que
projetado a uma certa taxa (tipicamente 24 retratavam a vida da caça e dos rituais coletivos. Por

43
44
volta de 30.000 a.C. já havia tentativas de desenhar o Como fazer animação
movimento das coisas. Mas é só a partir do século
com massinha ou
XIX que a animação encontraria espaço para
desenho
acontecer como a conhecemos.
Existem diferentes
técnicas para se fazer
Princípio do movimento
uma animação, inclusive
O olho humano consegue captar a exibição de
com recursos digitais em
aproximadamente 25 quadros (frames) por segundo
três dimensões. As animações mais comuns são
no máximo. A maioria dos desenhos animados
feitas com desenhos ou massinha de modelar. Mas,
antigos como Pica-Pau e Pernalonga utilizavam entre
independente do material, o primeiro passo é montar
12 e 15 frames por segundo (fps). Isso quer dizer que
o roteiro da história chamado de storyboard. Em uma
os desenhos pareciam ter deslocamentos mais
folha de papel, você vai desenhar as principais cenas
rápidos do que em um filme de cinema que possui,
da animação e anotar, ao lado, o que acontece em
normalmente, 24 fps. Fonte:
cada uma delas.
http://mistermags.files.wordpress.com/2007/10/fe
(veja o exemplo)
stgraf-storyboard-02.jpg
Antes do surgimento do cinema, já existiam
Animando em desenho (2D)
experiências com filmes feitos de animação. A
Para uma boa noção de
técnica consiste em reproduzir diversas vezes uma
movimento, você
mesma cena com pequenas variações de
precisa desenhar, no
movimento a cada segundo. O desenho de um
mínimo, 15 imagens por
palhaço, por exemplo, pode ganhar vida se forem
segundo. Ou seja, para
feitos vários desenhos dele, alterando, aos poucos, a
um minuto de animação teremos 900 quadros
posição das mãos e das pernas. Assim, quando
diferentes. Parece muito, mas um macete utilizado
olharmos rapidamente a seqüência das imagens,
pelos desenhistas é a repetição de certos
veremos o palhaço em movimento. É bem provável
movimentos, gerando uma economia de tempo na
que você já tenha feito experiência semelhante,
produção.
desenhando um boneco de palitinho na borda de um
livro e passando as suas folhas rapidamente.
Massinha (3D)
Para fazer uma animação com massinha, o princípio
será o mesmo do desenho. É preciso registrar, pelo
menos, 15 movimentos do objeto modelado a cada

45
segundo, utilizando uma câmera fotográfica. câmera capturar os quadros para o computador. Se o
do celular ou até mesmo uma webcam. Dependendo desenho tiver sido feito em papel, é necessário usar
da consistência da massinha, é interessante usar um escâner ou uma câmera fotográfica para migrar
linhas de costura ou palitos para ajudarem na fixação os quadros. Com todos os quadros transmitidos para
do objeto. Contudo, evite movimentar demais os o computador, basta ordená-los em programas de
elementos de um quadro para o outro. Essa atitude animação como o Sothink, que aprenderemos a usar
ajuda a eliminar possíveis “pulos” durante a exibição em seguida.
do filme.

Diferenças entre 2D e 3D
No desenho, vemos apenas duas dimensões (2D), a
base e a altura. Já no caso da massinha, teremos
também a noção de profundidade, criando a terceira
dimensão (3D).

Dica: Na hora de capturar as imagens, tenha cuidado


para não movimentar a câmera fotográfica de lugar.
Como fazer animação no computador
Curiosidade: Os estúdios de desenho utilizam uma
fonte de luz na parte inferior da mesa, que ilumina as
folhas para sobrepor os traços dos desenhos.

Animando a imagem
Depois da produção das imagens, você precisa

A animação no computador tem o mesmo princípio


da animação feita à mão. É uma seqüência de
quadros estáticos que dá impressão de movimento.
A animação no computador pode ser feita com o
auxílio de alguns programas. A seguir, vamos dar

46
Desenhe o primeiro quadro da animação no espaço
em branco utilizando a barra de ferramentas, como
no exemplo da figura:

dicas de como utilizar o programa Sothink para fazer


animação.

Crie um novo quadro-chave (keyframe), clicando


com o botão direito na linha do tempo e selecionando
a opção Insert Keyframe, como mostra a figura:
Um novo quadro será criado com o mesmo desenho
do primeiro. Então, ainda na linha do tempo, clique no
novo quadro criado. Modifique o desenho para que
ele fique igual ao último quadro da sua animação.
Na linha do tempo, clique no primeiro quadro e
aperte a tecla F5 até chegar ao tempo da sua
Como usar o Sothink animação. Ou seja, supondo que sua animação
tenha 10 segundos, segure a tecla F5 até que o
O Sothink SWF Quicker é um programa específico último quadro chegue até a linha dos 10 segundos.
para criar filmes de animação. Não é gratuito, mas Agora clique com o botão direito no primeiro quadro
possui uma versão (não completa) que pode ser e selecione a opção Create Motion Tween. Uma seta
baixada gratuitamente no site www.sothink.com. aparecerá ligando os dois quadros-chave.
Depois de instalado o programa, abra um documento Aperte Ctrl+Enter para ver a sua animação pronta.
em branco. Na tela, você terá um espaço para fazer Agora selecione File, Export, Export Movie (SWF)
os desenhos, uma barra de ferramentas, uma linha para exportá-lo para filme em flash.
do tempo, além de outros recursos, como se vê na Pronto! Agora você tem uma animação em flash.
figura: Para mudar a animação para um formato de vídeo,
você pode baixar alguns programas, como o Anvsoft

47
Referências Bibliográficas CHRISTOFOLETTI, Rogério. Dez impasses para uma
efetiva crítica de mídia no Brasil. Sala de Prensa, n.
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