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Ainda que Jesi nunca o diga explicitamente, lcito supor que esse
"fundamento slido e obscuro" do processo gnosiolgico no seja, em
ltima anlise, nada mais que a linguagem. Toda lngua (poder-se-ia
dizer parafraseando uma tese de Humboldt que Jesi amava citar)
lana ao redor do povo que a fala uma espcie de crculo mgico, do
qual no possvel sair a no ser com a condio de entrar no crculo
de uma outra lngua e de um outro povo. O mito esse crculo
mgico, e a esfera das coisas que aqui no-so [ci non-sono] com a
qual ele se identifica aquela que a linguagem humana
incessantemente produz e pressupe no seu corao de no-ser.
Giorgio Agamben. Il talismano di Furio Jesi. in.: Furio Jesi. La Lettura del "Bateau Ivre" di
Rimbaud. Macerata: Quodlibet, 1996. pp. 5-8. Traduo: Vincius Nicastro Honesko.