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106 — 0 PENSAMENTO PoLITICO CLASSICO oe er aif ere es igada a uma escolha de valores, paz, seguranga, bem \ poderia parecer fundada na absorgao da moral ; dda natureza nto 6 um mecani nidament - a fe ines ite inaccessivel aos esforgos humanos; 0 50 io, pois o homem pode ui wrolar das causas ¢ dos pode razoavelmente construir-Ihe um. itos no mundo i mn todo caso, 0 campo que suas Tors ge O individuo eo Estado 6 RAYMOND POLIN® se passa como se o que assegura a formacao do individuo exct- go mesmo tempo, sobre ele, uma ameaca no menos eficazmen- idora, como sea afirmacao do individuo fosse acompanhada inegacHo. Hobbes constata nos fatos tanto uma ameaca quanto [Hecas duas constatagdes opostas 380 correlativas, mas elas i te sem nenhum absur- jbbesiana desemboca em individualistas, cla permanec iva somente fduo, que continua o ponto de referénci sus véleulos, A sociedade civil se desenvolve para o individuo, ela jesenvolve contra o individuo, mas sempre em relagao a ele. ‘organizado pelo Soberano ilividuo conhece sua mais completa realizacao." gu et pilesophie chez Phomas Hobbes. Pas, Press Unive eae Bade Bento Prado Nato © Ragoel Sens de Almeida 108 — 0 PENSAMENTO POLITICO CLASSICO Nao € 0 individuo enquanto tal, i 0 £01 total, multo pessoal A dador ogni dere aad? O contato soci! € um pacto de y cada um. Every man by covenant oblit ‘Cada homem diz a cada homem: eu eae aca tems : le a emanayio ea obra dos individuos.. fio & demasiado insistir em: i individuoy que o Estado vive em i _sltistsmere nme nas oa rato e nao é por este comprometido.” E ele chega, 208 Hobbes, a seu poto de perfegto, quand ac jumana individual, como nas monarquias.* Ele tem, no pode oan a sua oi sa 4 socidade, sobre sua propria pest, uma autoridade soberana e abe soli, ques seis as elas no submet.” 0 Soberano poder mais alto que os homens possam razoavelmente conte Teebe, Ele €desprovido de obigato para com quem ou o ave at ‘exterior a ele mesmo: 0 proprio sa Ta esa prose 0 tendo Soberane co ben EO ser distinguidos. Eo Soberano fi i fracos; © 0 povo é fraco no no ten fore suicleate 5 /0 & fraco quando i Disseram, por vezes, , que 0 Soberano & a Ea ee Stes bon Bec a See eee pion meer clases onde a wnito ds lndduor pesos subrete 05 nds is contigs deen 9 Deeie, cap. Vigan 1 ‘0 INDIvIDUO EO ESTADO — 109 wviduo soberano que governa, mas ele € também 0 rin ple realiza na sua pessoa a unidade do social ¢ ‘© Soberano absoluto realiza duplamente o indivi ‘um lado, ele representa o homem privado, plenament um lado eitgo. paderoso quanto seja razoavelmente Posse! So “ichalmente da permanéncia na seguranca. Ma ama pessoa publica acabada, reunindo em sue oe cna totalidade do Estado, Ele a sintese ea unidade, em um 86 yessoa, da pessoa particular e da pessoa publica, © cidaddo do Estado perfeito reencontra na pessoa. ta ofr) do soberano a realidade efetiva ¢ 0 cumprimento de sua jindividualidade berate 3 tu autorizo todos os atos do Soberano, declaraya le a0 todas, e sem condigdes, Ser C0} latos realizados pelo Soberano. oho, cada eidaddo julga pelo julgamento do Soberano ¢ 2 l= nos as previsbes do futuro, so razodveis se estiverem os ‘acordo cus, suas Piperano. Com efeito, a arte de constitu umn Estado ¢ de com elo na prosperidade comporta regras que some ‘Tetune: 9 Soberano, confundindo-se com o Estado © calculando sew tnteresse, 86 pode emitir julgamentos ¢ decisoes razoaveis."* Igual- £3 Pike quer, efetvamente através da vontade 40 So- Sncompativel com o poder sem limites do ‘exatamente na liberdade do Soberano: plenamente livre porque participa.de um Estado livre. ‘dade que € negada ao cidadao é aguela {que Ihe permitiia ser livre sem o Estado ou con’ & Estado. For in see one Trou submission consisteth both our obligation and our iber- cap. XXDG,P 22. ena, eX, 9-358 1, Leviatan, 49.8% 1s, Leviathan cap. XXE,.200€ 23 110 — 0 PENSAMENTO POLITICO eLASsiCo grau de individualidade compativel com @ condigao ordinaria hhomem: de um lado, individuo natural incompleto e preciri abandona sua liberdade natural ¢ encontra no Estado racional a dade sob forma de seguranga, a permanéncia ¢ a distingao sob form da propriedade, a autonomia sob forma de responsabilidade. De outro lado, autor auténtico dos atos do Soberano, ele €, em si mestnoy poder absc liberdade, razdo ¢ participa da pessoa publica aca» bada. Ble em realiza, & sua maneira, a unidade da pessoa par= ticular e da pessoa publica, Nessas condigdes, pouco importa que 0 bem piiblico nao poss Se expresso nos mesmos termos que os bens privados e nao seja da ‘mesma ordem. Hobbes poderia preconizar a maxima dos utilitaristas — 0 interesse comum é igual & soma dos interesses privados bem com- preendidos —mas ele se recusaria admitir que o bem com alcangado pela convergéncia dos esforgos interessados dos Esse otimismo facil enquadra-se mal no seu ponto de vista. Na sua >, ha uma ruptura completa entre o individuo natural egofsta eo cidadio. Ha oposigao entre 0 bonum sibi que procura individuos ‘animados de paixdes nao razodveis em si mesmas e o bem do cidado. que somente o Soberano ¢ suficientemente poderoso, razoavel ¢ pers- picaz para determinar. No Est ‘do povo; uma boa lei é uma lei itil ao bem do povo.* O bem do povo chama-se salvagao do povo. Mas nao se deve interpretar essa formula ‘num sentido sistematicamente rigoroso, De certo, nao ha na Soberano nao possa impor aos cidadaos em vista do salus pe 1 bem do povo é também seu bem-

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