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2.
Um profcuo debate se deu no incio dos anos de 1980 entre telogos
da libertao e cientistas sociais sobre a utilizao do marxismo pela
Teologia da Libertao. O antroplogo Rubem Cesar Fernandes deu
boa visibilidade ao debate no artigo Qual a medida da ferramenta
marxista? Comunicaes do ISER, 2(6), out. 1983, p. 2-9. O autor
questiona, ao menos, dois aspectos. O primeiro refere-se s
limitaes do marxismo para a compreenso de elementos da
realidade que no esto firmados na relao capital/trabalho.
Fernandes lista exemplos prximos da esfera de atuao pastoral da
Teologia da Libertao, como as sociedades indgenas, o
campesinato, as minorias tnicas e as nacionalidades, a burocracia,
as relaes interpessoais e a subjetividade humana. Para cada um
deles apresenta as bases tericas que o levam a afirmar que o
marxismo no oferece condies tericas satisfatrias para a
compreenso dos exemplos citados. O segundo aspecto destacado
pelo antroplogo o fato de que o marxismo, ao menos nas verses
que vieram a dominar o seu discurso, no se pretende ou se
autocompreende como teoria cientfica que possa ser relativizada ou
conjugada com outras formas de conhecimento cientfico. Essa
perspectiva acarreta uma sria questo terica para os telogos da
libertao: Fica portanto um problema para os telogos cristos que
advogam a incorporao do marxismo como uma ferramenta da f:
se for assimilado como instrumento cientfico, deve ser relativizado,
posto num contexto mais amplo, lado a lado com outras perspectivas
tericas e normativas. Se, ao contrrio, for isolado como a chave do
enigma recm descoberta, gera uma socioteologia que embora se
legitime com a ura da objetividade cientfica, rompe de fato com os
seus princpios. Nesse caso a ferramenta vira talism, um
instrumento mgico, modelo sculo XX, na disputa cruel pela
salvao sociolgica. (p. 7.)
3.
3.1.
As generalidades em torno da concepo de Deus dos pobres que
permitiam a manuteno de ideologias machistas e patriarcais, entre
outros aspectos.
4.
5.